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Vidas Seladas
O Último encontro
Marlene schumps
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 2 ]
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 3 ]
capítulo 1. O reencontro 6
capítulo 2. A retomada de um sonho 17
capítulo 3 .Um Relacionamento para toda vida 27
Titulo de ca
capítulo 4. Armadilhas do Destino 36
capítulo 5. Uma doença grave 45
capítulo 6. Uma homenagem 76
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 4 ]
Dedico essa obra aos meus queridos amigos,
Henrique, Mário Correia e Aldo Rocha, os quais me
ensinaram os bons princípios da vida, obrigado meus
amigos.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 5 ]
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 6 ]
O reencontro
Nada como um reencontro para aproximar as
pessoas que se amam, Mário mal sabia o quão
bravo estavam seus amigos depois que ele o traiu,
nada era como antes, aquela beleza que remetia a
amizade, como confiar em uma que acabara de
destruir seus sonhos, mas o importante para Mário
Correia, não era o medo e a vergonha do que fez,
mas encontrar e pedir o perdão dos seus amigos.
Como batia forte seu coração, que há muito tempo
carregava uma mágoa absoluta. Trazendo com sigo
seus cabelos brancos e seu rosto entristecido,
muito se perguntava se seria bem aceito no ciclo de
amizade que tinha deixado para trás.
Aldo Rocha, um dos melhores amigos de Mário
Correia, não esperava pelo o que aconteceu, mas
sabia que seu amigo tinha bons motivos para fazer
o que fez, além de Aldo, tinha Henrique que era o
mais egoísta e prepotente, na verdade ele queria
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 7 ]
que o amigo Mário se ferrasse de uma vez,
Henrique não era lá de perdoar com facilidade, mas
lá no fundo ele estava louco para reencontrar o
amigo, pensava ele que Mário não tinha se dado
bem na vida e queria ver a cara de sofrimento do
amigo, algumas surpresas o aguardavam, Marlene
era a única mulher do grupo, era pé no chão,
tranquila, mas tinha ela seus motivos para não
procurar seu amigo, ela pensava o quão felizes eles
poderiam ter sido se Mário não tivera traído.
Depois de anos sem se falarem, todos estavam
ansiosos para se encontrarem, alguns tivessem
motivos maiores para o reencontro, outros nem
tanto, mas eles tinham uma única certeza, que
apesar do acontecido todos se gostavam acima de
tudo, para eles a amizade era mais importante que
uma mágoa passada. Naquele dia Mário acordou
cedo, pois estava nervoso, afinal era uma
responsabilidade e tanta que o aguardava,
encontrar seus amigos após década separados,
ainda por cima ter de pedir desculpas sem saber ao
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 8 ]
certo qual seria a reação de cada um. Mário então
pegou seu carro e seguiu para o local marcado para
o encontro, local esse que todos conheciam bem,
naquela velha cidade do interior, Ionia, onde eles
viveram momentos de alegria e muita satisfação,
uma foto era a única coisa que faziam recordar e
lembrar-se daqueles momentos, foto essa que
aproximou de vez os amigos. Um passo e uma
estrada eram a única que os separavam naquele
momento, Mário só imaginava a reação de cada
um, sabia ele que Henrique não aceitaria assim tão
fácil, também não sabia se aquela amizade com
Aldo, ainda ardia como nos velhos tempos, por
outro lado aquela mágoa ainda o perturbava.
Há poucos metros do local combinado, Mário
percebia quanta coisa mudou na cidade, o
progresso já havia chegado ali, e ele não tinha
acompanhado isso, que sucesso eles e seus amigos
poderiam ter feito com os sonhos, já que todos
haviam economizado com a esperança de criar seu
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 9 ]
próprio restaurante, mas a fome que os consumiam
era a da saudade.
O local marcado foi uma praça simplesinha do
interior onde eles moravam o local era bonito,
pacato e muito tranquilo. Aldo, Henrique e Marlene
chegaram ambos ao mesmo tempo no local
marcado. A aparência já não era a mesma, afinal
já tinha se passado 30 longos anos, anos esses que
os fizeram recordar os bons tempos ao se olharem
foram tomados por um sentimento de alegria, onde
comemoraram com um longo abraço em grupo,
Mário que até então não havia chegado, pois o pneu
do carro tinha furado próximo a um posto que
ficava nas redondezas da cidade, isso levou os
amigos a crer que ele não apareceria, mas por que?
Se afinal ele foi o mentor daquele reencontro, Mário
apenas olho no seu relógio e vira que as horas
estavam se passando e pensava no que os amigos
estavam fazendo e se ainda estavam lá a sua
espera, na praça os amigos já acreditavam que ele
não apareceria mais. Depois de uma longa espera
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 10 ]
eles resolveram conversar em outro local, e quando
menos esperavam eis que surge um carro e para na
frente deles, eles tinha certeza que era Mário,
Marlene ao olhar para Mário sentiu algo forte
dentro de si, que levara a crer aquele homem que
estava sua frente era Mário. Henrique não tinha
dúvida que era seu amigo, Aldo não esperou e deu
um forte abraço no amigo, naquele momento uma
lágrima brotou dos olhos de Mário, mal sabia eles
que a partir de agora teriam bons motivos para
conversarem e curtirem cada momento juntos,
nesse momento Mário muito emocionado pede
desculpas aos amigos por tê-los abandonado e de
fato conta todos os detalhes do que levara a fugir
levando o dinheiro, os amigos já sabiam da história,
mas se tivesse alguma dúvida seria tirada ali,os
amigos de Mario se desculpam com ele pois não
tiveram a compreensão adequada que forçara seu
amigo ir embora.
Aquele seria um dia que jamais seria esquecidos
pelos amigos, começaram a conversarem e se
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 11 ]
interagiram, afinal muito tempo tinha se passado, e
nada era como no passado, apesar dos pesares,
Mário se mostrava muito satisfeito com a recepção
dos amigos, que sempre o apoiaria.
Agora o que seria feito das suas vidas, visto que
muitos já tinham família e não dava mais tempo de
se encontrarem e conviver bons momentos, será
que ainda era possível sonhar e reacender a paixão
de construírem seu próprio negócio, a antiga
paixão de infância montar um restaurante, e todos
poderiam reunir se novamente? Só o tempo se
encarregará disso. No momento todos só queriam
curtir um pouquinho mais, Henrique debochava,
pois todos velhos e lhes pareciam apenas ter
dezoito anos, quanto juventude no coração
acabado, mas para os outros a felicidade não tinha
idade. Mário contava aos amigos tudo que depois
que foi embora, o sofrimento e a mágoa que ele
carregava, porém, não tinha mais importância,
afinal tudo começava a partir Dalí.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 12 ]
Começaram a andar pela velha cidade a onde
moraram, viram o quão diferente a cidade estava,
assim como o tempo fez mudanças neles a cidade
não foi diferente, perceberam que daí por diante
tudo teria que mudar era certo que teriam de
recomeçar a, Mário queria devolver o dinheiro que
ele tivera retirado dos amigos, mas ninguém
aceitou, pois sabiam que se tivesse no lugar dele
fariam a mesma coisa, não é fácil ver seu pai
definhar sem puder fazer nada. Marlene admirava
Mário, o que passava na cabeça dela, algo tomava
conta da sua alma como se fosse devorar seu corpo,
ela tinha muito tempo afastada do seu amigo, será
que era apenas saudades.
Saudade eu tenho algo a mais em seu olhar, naquele
momento eles comentaram sobre suas carreiras,
mais entregava a Mário , por que Marlene parou de
escrever, já que era uma ótima escritora e tinha um
sucesso tremendo.
Não sabia Mário que Marlene buscava novos ares
param se inspirar, e falar do que já que entre eles
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 13 ]
tinha tantas profissões ocultas que eles poderia ter
seguido, a exemplo é Henrique que tocava muito
piano, mas nunca quis seguir A carreira. Marlene
tinha um talento nato para dança, A Lola Rocha
amava cantar, cantou até no baile de formatura, já o
amigo Mário, gostava das artes cênicas tanto gosto
diferente, mas as amarguras do tempo fizeram
tomar decisões precipitadas, talvez fosse a
explicação para Marlene parar de escrever, pensava
Mário.
O tempo passava e a conversa só prolongava foi aí
que surgiu a ideia de Mario de recuperar o tempo
perdido, mas como seria possível já que existiam
diversos restaurantes, e para eles ficam manchado.
Marlene teve a brilhante de reunir os talentos do
todos para que pudesse ser criado algo que pudesse
ter a dedicação de todos. Um talento de todos de
todos daria para organizar um belo centro cultural,
onde pudesse agradar a comunidade o qual, eles
tanto gostara. Resolveram que deixaria tudo para
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 14 ]
trás e abririam mão de muitas coisas para curtir a
amizade.
Depois do longo passeio, todos já estavam cansados
e decidiram para em uma lanchonete e tomar um
café, Mário mal acreditava que aquilo tudo puderam
está acontecendo, apesar das mágoas o empestável
era saber que a confiança havia sido prestada . Com
o passar das horas, perceberam que já havia de
irem para casa, afinal, tudo estava se concretizando.
Foram embora cada um para seu lado, mas com a
esperança que logo se veriam novamente.
Um novo encontro foi marcado para discutirem mais
sobre a nova proposta. Marlene, sugeriu, apostava
que as coisas iriam se engrenar, mas e seu
namorado? Afinal, era já não queria mais manter o
relacionamento, e assim fez. Abriu mão de tudo para
apostar em um novo começo ao lado dos seus
amigos, e tentar conquistar algo que até então,
deixava-a muito triste. Mário que já era viúvo, não
teve dificuldade para ingressar na nova carreira, já
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 15 ]
os outros não abriram de nada, procurando conciliar
tudo.
Dia após dia, eles se encontraram e conversaram,
acertaram detalhes e tudo que tinham direito. O
importante era que tudo estava indo bem. Uma hora
tudo ia se ajeitar e ficar bem, as ideias foram
surgindo, Henrique não concordava com tudo que
era dito, mas aos poucos os amigos foram se
habituando ao jeito dele, afinal eles se conheciam
tão bem, Marlene sugeria algo que se adaptasse a
época e que fosse fácil de trabalhar e ter o controle
dos outros, foi daí que Aldo teve a ideia de todos
trabalharem usando seus talentos, mas não para
ganhar dinheiro e sim para ajudar o próximo, afinal
eles não tinham tanto tempo assim para desperdiçar
com dinheiro, eles queriam se aproximarem e curtir
com tranquilidade o que a vida reservava a eles,
Aldo sugeriu que eles montassem uma peça teatral e
viajasse pelo mundo a fora, Henrique sorriu e não
gostou da ideia logo ele um jornalista bem sucedido
nos palcos da vida, Marlene queria algo seleto e
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 16 ]
exclusivo e que fosse inovador, daí veio Mário e
sugeriu criar um centro cultural, onde pudessem
ajudar a comunidade e levar a conhecimento a
pacata cidade de Ionia.
Ionia agora seria uma cidade voltada para a arte e
cultura, os amigos crentes que haviam solucionado
todo o problema, mas na realidade a diversão e o
trabalho só estavam começando e tinha muito chão
para caminhar, seguir adiante com o sonho não
seria fácil, além do preconceito de serem quase
idosos, Henrique ainda tava meio com a pulga atrás
da orelha com relação a isso, mas acreditava que
poderia dar certo e com a ajuda de alguns amigos da
mídia eles poderiam ganhar visibilidade com seu
centro, parecia um negocio promissor para o grupo,
finalmente viriam bons frutos a serem colhidos.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 17 ]
A retomada de um sonho
Nada como um reencontro para aproximar as
pessoas que se amam, Mário mal sabia o quão
bravo estavam seus amigos depois que ele o traiu,
nada era como antes, aquela beleza que remetia a
amizade, como confiar em uma que acabara de
destruir seus sonhos, mas o importante para Mário
Correia, não era o medo e a vergonha do que fez,
mas encontrar e pedir o perdão dos seus amigos.
Como batia forte seu coração, que há muito tempo
carregava uma mágoa absoluta. Trazendo com sigo
seus cabelos brancos e seu rosto entristecido,
muito se perguntava se seria bem aceito no ciclo de
amizade que tinha deixado para trás.
Aldo Rocha, um dos melhores amigos de Mário
Correia, não esperava pelo o que aconteceu, mas
sabia que seu amigo tinha bons motivos para fazer
o que fez, além de Aldo, tinha Henrique que era o
mais egoísta e prepotente, na verdade ele queria
que o amigo Mário se ferrasse de uma vez,
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 18 ]
Henrique não era lá de perdoar com facilidade,mas
lá no fundo ele estava louco para reencontrar o
amigo, pensava ele que Mário não tinha se dado
bem na vida e queria ver a cara de sofrimento do
amigo, algumas surpresas o aguardava , Marlene
era a única mulher do grupo, era pé no chão,
tranquila, mas tinha ela seus motivos para não
procurar seu amigo, ela pensava o quão felizes eles
poderiam ter sido se Mário não tivera traído.
Depois de anos sem se falarem, todos estavam
ansiosos para se encontrarem, alguns tivessem
motivos maiores para o reencontro, outros nem
tanto, mas eles tinham uma única certeza, que
apesar do acontecido todos se gostavam acima de
tudo, para eles a amizade era mais importante que
uma mágoa passada.Naquele dia Mário acordou
cedo, pois estava nervoso, afinal era uma
responsabilidade e tanta que o aguardava,
encontrar seus amigos após década separados,
ainda por cima ter de pedir desculpas sem saber ao
certo qual seria a reação de cada um. Mário então
Vidas seladas, por Marlene schumps
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pegou seu carro e seguiu para o local marcado para
o encontro, local esse que todos conheciam bem,
naquela velha cidade do interior, Ionia, onde eles
viveram momentos de alegria e muita satisfação,
uma foto era a única coisa que faziam recordar e
lembrar-se daqueles momentos, foto essa que
aproximou de vez os amigos. Um passo e uma
estrada eram a única que os separavam naquele
momento, Mário só imaginava a reação de cada
um, sabia ele que Henrique não aceitaria assim tão
fácil, também não sabia se aquela amizade com
Aldo, ainda ardia como nos velhos tempos, por
outro lado aquela mágoa ainda o perturbava.
Há poucos metros do local combinado, Mário
percebia quanta coisa mudou na cidade, o
progresso já havia chegado ali, e ele não tinha
acompanhado isso, que sucesso eles e seus amigos
poderiam ter feito com os sonhos, já que todos
haviam economizado com a esperança de criar seu
próprio restaurante, mas a fome que os consumiam
era a da saudade.
Vidas seladas, por Marlene schumps
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O local marcado foi uma praça simplesinha do
interior onde eles moravam, o local era bonito,
pacato e muito tranquilo. Aldo, Henrique e Marlene
chegaram ambos ao mesmo tempo no local
marcado. A aparência já não era a mesma, afinal
já tinha se passado 30 longos anos, anos esses que
os fizeram recordar os bons tempos ao se olharem
foram tomados por um sentimento de alegria, onde
comemoraram com um longo abraço em grupo,
Mário que até então não havia chegado, pois o pneu
do carro tinha furado próximo a um posto que
ficava nas redondezas da cidade, isso levou os
amigos a crer que ele não apareceria, mas por que?
Se afinal ele foi o mentor daquele reencontro, Mário
apenas olho no seu relógio e vira que as horas
estavam se passando e pensava no que os amigos
estavam fazendo e se ainda estavam lá a sua
espera, na praça os amigos já acreditavam que ele
não apareceria mais. Depois de uma longa espera
eles resolveram conversar em outro local, e quando
menos esperavam eis que surge um carro e para na
Vidas seladas, por Marlene schumps
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frente deles, eles tinha certeza que era Mário,
Marlene ao olhar para Mário sentiu algo forte
dentro de si, que levara a crer aquele homem que
estava sua frente era Mário. Henrique não tinha
dúvida que era seu amigo, Aldo não esperou e deu
um forte abraço no amigo, naquele momento uma
lágrima brotou dos olhos de Mário, mal sabia eles
que a partir de agora teriam bons motivos para
conversarem e curtirem cada momento juntos,
nesse momento Mário muito emocionado pede
desculpas aos amigos por tê-los abandonado e de
fato conta todos os detalhes do que levara a fugir
levando o dinheiro, os amigos já sabiam da história,
mas se tivesse alguma dúvida seria tirada ali,os
amigos de Mario se desculpam com ele pois não
tiveram a compreensão adequada que forçara seu
amigo ir embora.
Aquele seria um dia que jamais seria esquecidos
pelos amigos, começaram a conversarem e se
interagiram, afinal muito tempo tinha se passado, e
nada era como no passado, apesar dos pesares,
Vidas seladas, por Marlene schumps
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Mário se mostrava muito satisfeito com a recepção
dos amigos, que sempre o apoiaria.
Agora o que seria feito das suas vidas, visto que
muitos já tinham família e não dava mais tempo de
se encontrarem e conviver bons momentos, será
que ainda era possível sonhar e reacender a paixão
de construírem seu próprio negócio, a antiga paixão
de infância montar um restaurante, e todos
poderiam reunir se novamente? Só o tempo se
encarregará disso. No momento todos só queriam
curtir um pouquinho mais, Henrique debochava,
pois todos velhos e lhes pareciam apenas ter
dezoito anos, quanto juventude no coração
acabado, mas para os outros a felicidade não tinha
idade. Mário contava aos amigos tudo que depois
que foi embora, o sofrimento e a mágoa que ele
carregava, porém, não tinha mais importância,
afinal tudo começava a partir Dalí.
Começaram a andar pela velha cidade a onde
moraram, viram o quão diferente a cidade estava,
assim como o tempo fez mudanças neles a cidade
Vidas seladas, por Marlene schumps
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não foi diferente, perceberam que daí por diante
tudo teria que mudar era certo que teriam de
recomeçar a, Mário queria devolver o dinheiro que
ele tivera retirado dos amigos, mas ninguém
aceitou, pois sabiam que se tivesse no lugar dele
fariam a mesma coisa, não é fácil ver seu pai
definhar sem puder fazer nada. Marlene admirava
Mário, o que passava na cabeça dela, algo tomava
conta da sua alma como se fosse devorar seu corpo,
ela tinha muito tempo afastada do seu amigo, será
que era apenas saudades.
Saudade eu tenho algo a mais em seu olhar, naquele
momento eles comentaram sobre suas carreiras,
mais entregava a Mário , por que Marlene parou de
escrever, já que era uma ótima escritora e tinha um
sucesso tremendo.
Não sabia Mário que Marlene buscava novos ares
param se inspirar, e falar do que já que entre eles
tinha tantas profissões ocultas que eles poderia ter
seguido, a exemplo é Henrique que tocava muito
piano, mas nunca quis seguir A carreira. Marlene
Vidas seladas, por Marlene schumps
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tinha um talento nato para dança, A Lola Rocha
amava cantar, cantou até no baile de formatura, já o
amigo Mário, gostava das artes cênicas tanto gosto
diferente, mas a amargura de tempo fizeram tomar
decisões precipitadas, talvez fosse a explicação para
Marlene parar de escrever, pensava Mário.
O tempo passava e a conversa só prolongava foi aí
que surgiu a ideia de Mario de recuperar o tempo
perdido, mas como seria possível já que existiam
diversos restaurantes, e para eles ficam manchado.
Marlene teve a brilhante de reunir ao talentos do
todos para que pudesse ser criado algo que pudesse
ter a dedicação de todos. Um talento de todos de
todos daria para organizar um belo centro cultural,
onde pudesse agradar a comunidade o qual, eles
tanto gostara. Resolveram que deixaria tudo para
trás e abririam mão de muitas coisas para curtir a
amizade.
Depois do longo passeio, todos já estavam cansados
e decidiram para em uma lanchonete e tomar um
café, Mário mal acreditava que aquilo tudo puderam
Vidas seladas, por Marlene schumps
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está acontecendo, apesar das mágoas o empestável
era saber que a confiança havia sido prestada . Com
o passar das horas, perceberam que já havia de
irem para casa, afinal, tudo estava se concretizando.
Foram embora cada um para seu lado, mas com a
esperança que logo se veriam novamente.
Um novo encontro foi marcado para discutirem mais
sobre a nova proposta. Marlene, sugeriu, apostava
que as coisas iriam se engrenar, mas e seu
namorado? Afinal, era já não queria mais manter o
relacionamento, e assim fez. Abriu mão de tudo para
apostar em um novo começo ao lado dos seus
amigos, e tentar conquistar algo que até então,
deixava-na muito triste. Mário que já era viúvo, não
teve dificuldade para ingressar na nova carreira, já
os outros não abriram de nada, procurando conciliar
tudo.
Dia após dia, eles se encontraram e conversaram,
acertaram detalhes e tudo que tinham direito. O
importante era que tudo estava indo bem. Uma hora
tudo ia se ajeitar e ficar bem, as ideias foram
Vidas seladas, por Marlene schumps
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surgindo, Henrique não concordava com tudo que
era dito, mas aos poucos os amigos foram se
habituando ao jeito dele, afinal eles se conheciam
tão bem, Marlene sugeria algo que se adaptasse a
época e que fosse fácil de trabalhar e ter o controle
dos outros, foi daí que Aldo teve a ideia de todos
trabalharem usando seus talentos, mas não para
ganhar dinheiro e sim para ajudar o próximo, afinal
eles não tinham tanto tempo assim para desperdiçar
com dinheiro, eles queriam se aproximarem e curtir
com tranquilidade o que a vida reservava a eles,
Aldo sugeriu que eles montassem uma peça teatral e
viajasse pelo mundo a fora, Henrique sorriu e não
gostou da ideia logo ele um jornalista bem sucedidio
nos palcos da vida, Marlene queria algo seleto e
exclusivo e que fosse inovador, daí veio Mário e
sugeriu criar um centro cultural, onde pudessem
ajudar a comunidade e levar a conhecimento a
pacata cidade de Ionia.
Ionia agora seria uma cidade voltada para a arte e
cultura, os amigos crentes que haviam solucionado
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 27 ]
todo o problema, mas na realidade a diversão e o
trabalho só estavam começando e tinha muito chão
para caminhar, seguir adiante com o sonho não
seria fácil, além do preconceito de serem quase
idosos, Henrique ainda tava meio com a pulga atrás
da orelha com relação a isso, mas acreditava que
poderia dar certo e com a ajuda de alguns amigos da
mídia eles poderiam ganhar visibilidade com seu
centro, parecia um negocio promissor para o grupo,
finalmente viriam bons frutos a serem colhidos.
Um Relacionamento para toda vida
Após seis meses mantendo um relacionamento
quase escondido, poucas pessoas sabiam que o
Mario e a Marlene estavam em um namoro. Tudo
permaneceria dessa forma se não fosse o flagrante
inoportuno do amigo Henrique.
Certo dia quando fora fazer as vistorias
corriqueiras e acompanhar o andamento do
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 28 ]
trabalho no centro cultural idealizado por ele e pelos
amigos, Henrique subiu pelo galpão olhou se nas
portas haviam algum sinal de violação, mas
percebeu que a luz da salinha de almoxarife, que
fica no andar de cima , estava acesa. Pensou em
subir as escadas para ir apagá-la, mas deparou-se
com o chão do ambiente sujo, e por um tempo
esqueceu-se que na noite anterior alguém também
havia esquecido de desligá-la.
O Henrique não era exigente, mas gostava de tudo
muito limpo e organizado. Então, em uma expressão
brusca, este homem meteu as mãos no bolso do seu
casaco de linho, onde puxou seu inseparável relógio
suíço Piacet e logo ficara aliviado com o resultado
que vira nas horas:
_ Ainda é cedo! Suspirou ele. Percebera que a
ajudante de limpeza não estava atrasada, ainda
eram 07h20min da manhã, então em um leve riso
no canto da boca, Henrique teve a certeza de que
tudo estava indo bem. Esse camarada de perfil um
pouco mais ácido, não era má pessoa ou um chefe
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 29 ]
daqueles que aterroriza os funcionários, apenas
gostava de ter a certeza de que os deveres estavam
sendo cumpridos.
Depois disso, Henrique subiu as escadas e
finalmente foi em direção a salinha de almoxarife
que estava com as luzes acesas. Ao aproximar,
Henrique observou a porta que estava entreaberta.
Foi ai que se deparou com seus amigos Mario e
Marlene dormindo em uma grande intimidade.
O Henrique não era um homem tagarela, apesar de
nascer com vocação de jornalista, o fato é que ele
odiava guardar estórias. No momento em que foram
vistos de surpresa pelo amigo, Marlene e Mário se
esforçaram para tentar explicar a situação, mas foi
inútil. Em um gesto típico do seu gênio árido,
Henrique levou o dedo indicador aos lábios fazendo
sinal de silencio:
_Nada tens que me explicar. Parabéns! Disse ele,
que selou a porta do almoxarife com um disfarçado
sorriso e saiu do local. Enquanto descia as escadas,
este homem que pretendia deixar o prédio o mais
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 30 ]
rápido possível teve um daqueles pensamentos
maquiavélicos que vem na mente de um ser humano
quando se sente traído. Traído? O que pensou na
verdade o Henrique ao ver a sena? Na verdade o que
ele sentiu foi remorso. É foi sim. O Mário sempre foi
um cara extrovertido e apesar de aparentar um
homem com mais idade, era jovem na alma e sempre
conquistava as mulheres que queria. Já o
Henrique... Ah! O Henrique era inteligente, mas era
calculista, disciplinado, adorava mostrar a deus e ao
mundo o quanto era culto. E apesar do seu
excessivo nariz afilado que segurava na ponta um
óculos de Nerd parecido com o Clark Kant, era
bonito. Sim era um belo homem! Mas tinha o
espírito fechado. Esta era afinal a sua grande falha:
_Sou um grande besta! Pensou ele. Entrou no carro
e finalmente deixou o espaço cultural.
Em casa, Mário estava embebido nos pensamentos
dolorosos do passado. Apesar de estar namorando a
Marlene, Mário não era totalmente feliz. Afinal de
contas, foi casado, amou muito sua ex-mulher que o
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 31 ]
acompanhara durante quase vinte anos de vida. Ele
tinha medo de sofrer novamente, ah como tinha!
Uma vez confiara nos prazeres da vida, valsou
conforme a musica, mas ao final, a musica acabou e
ele ficara triste e só em sua vida medíocre. Com a
morte de sua amada esposa, Mário pegou um vício
de só dormir depois de uma taça de vinho tinto. Esta
aliás, foi a melhor forma encontrada por ele nos
quase dez últimos anos após a lamentável morte de
sua esposa. Deitado em seu leito solitário como a
lua ele suspirou:
_Que sina me reservou a vida... Mereço mesmo esse
sofrimento, pois fui um grande traidor!
No fundo Mário nunca se perdoara da traição que
fez com os amigos de infância. Na época ele havia
sumido não só com a soada economia acumulada
com tantos esforços pelo grupo de quatro amigos,
que vendiam objetos antigos em bazar a fim de
levantar grana para assim realizar o tão sonhado
restaurante em Iona.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 32 ]
Talvez nunca precisasse ter de sair da pequena
cidade se não tivesse feito o que fez, talvez nem
tivesse sofrido tanto na vida com a dor da perda da
esposa, pois nunca a conheceria, talvez até nunca
precisasse de amigos, pois os seus verdadeiros
nunca os deixariam._Mas fiz! Pensou ele lembrando
do dia em que enganou a todos levando o dinheiro
na sacola.
Já era tarde da noite quando o sono tomou conta de
Mário que fechou os olhos e pegou a pensar na
Marlene. Em pensamento, Mário dormia com ela,
era verdade, mas tinha medo de tê-la. Quando O sol
de Iona despertou no céu da pequena cidade, nosso
protagonista foi acordado com os pequenos fios de
luz emitidos pelo astro rei. Mário vagarosamente
abriu os olhos e viu que já era dia. Levantou-se,
calçou o chinelo que estava ao lado da cama
amarrou o laço do pijama em volta da cintura e saiu
para a varanda da casa. Lá ele observou que uma
carta havia sido deixada pelos entregadores dos
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 33 ]
correios. Marlene era uma mulher romântica e
adorava expressar o seu amor em cartas.
Mário não se importava muito com essas coisas,
mas não poderia ser tão grosso em desapontar os
carinhos da amada. Certo dia ele escreveu uma
carta de amor para Marlene que recebera em sua
residência como se recebe um premio Nobel. Ela
esperou por outras cartas outras vezes, mas essas
nunca mais lhe retornaram. Mário não gostava
muito de escrever, era galante no jeito, conquistava
qualquer mulher em um simples olhar, apesar dos
seus poucos mais de quarenta anos de idade, nosso
ator nunca perdera o encanto. Não era muito de se
envolver, nunca soube de nenhuma traição por
parte de sua ex-mulher, mas se tornara muito
experiente e cauteloso na arte de amar.
Já Marlene era muito doada, quer dizer, se tornara
muito doada quando reencontrou com Mário. No
passado, quando eram quase crianças chegou a se
apaixonar pelo rapaz, mas esse nunca a enxergou de
forma diferente. Depois de muito tempo, quando ele
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 34 ]
foi embora, ela ficara muito triste, chorou várias
vezes, escrevia cartas, mas sem respostas. Então,
eis que apareceram outros garotos em sua vida, mas
ela nunca os levou a sério. Não queria ninguém,
ficou com mágoa da vida, só vivia para o trabalho,
para as conquistas, desafios e prazeres
momentâneos daqueles que a vida nos trás e leva.
Adorava estar com os amigos e nunca percebera que
um desses também amava esta ao lado dela. Esse
era o Henrique. Nunca havia te abandonado, nunca
deixara só. Ela sabia que podia contar com ele para
o que desse e viesse. Mas, ela o tinha como um
grande irmão e nunca o olharia com olhos de
amante.
Mesmo com certo receio em se entregar novamente
ao amor, Mario se esforçara. Deu mais uma chance
a si mesmo. Certo dia ele despertou com uma
vontade de viver, saltou da cama, lavou o rosto,
banhou-se, vestiu uma roupa mais jovem e foi à
procura da Marlene que ainda se encontrava
dormindo. Chamou na companhia, mas ninguém o
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 35 ]
atendia, então começou a chamar batendo palmas
no portão, mas foi impossível, a moça estava
embebida em um sono profundo, alem disso a casa
era muito grande e o quarto da jovem era o ultimo
dos aposentos. Então, Mario decidiu dar um tempo e
esperar que a moça despertasse naturalmente.
Sentando em uma pracinha, em frente a casa de
Marlene, Mario observou que um vendedor de flores
estava com buquês de rosas lindas, aliás, rosas
brancas eram as preferidas da amada. Então se
levantou para escolher o mais belo botão para
cortejá-la, mas ao cheirar as flores, veio em sua
mente as lembranças do passado. Relembrou o dia
em que sua ex-mulher foi sepultada, lembrou das
velas, do cheiro de flores que cercava o ambiente
fúnebre e sentiu-se vulnerável. Repentinamente uma
angustia tomou conta do seu ser. Lembrou-se de
como fora feliz com aquela mulher. Lembrou dos
olhos negros da Marlene, mas novamente foi tomado
por um sentimento depressivo, largou as flores e
saiu desesperado em busca de algum entorpecente.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 36 ]
Nessas horas de angustia meu caro leitor, você deve
concordar comigo que a busca mais procurada pelos
amantes é o álcool. E assim o fez. Sentado em um
barzinho da esquina, após ter tomado alguns goles
de tequila, Mário acalmou-se. Percebeu que um
carro acabara de estacionar em frente ao bar onde
estava, e eis que desce Henrique. Em um gesto de
decoro, Mário se levanta, estende as mãos ao amigo
convidando-o a sentar.
_Como, vai ? O que faz em um bar tão cedo?
Perguntou Henrique. Mário, um pouco tímido lhe
respondi:
_Na verdade eu... Henrique meu amigo, não é mais
nem um segredo para você que eu e a Marlene
estamos de caso não é? Hoje acordei com vontade de
assumir este relacionamento, mas sempre que tento
me libertar do passado, as lembranças me impedem
de ser feliz. A Marlene é uma pessoa adorável,
madura, inteligente, decidida, também é muito
compreensiva, nada tenho do que reclamar, já eu
sou o contrário do seu jeito firme. Tenho medo de
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 37 ]
não me envolver, sair do relacionamento e deixá-la
ferida.
Enquanto falava, o amigo Henrique o observava
com aqueles olhares irônicos, uma mistura de
sentimentos bons e ruins, hora sentia dó do
sofrimento do amigo, hora sentia inveja do poder de
decisão que tinha esse homem sobre as mulheres. A
ele nunca coube o poder de escolha, sempre foi a
vitima dos relacionamentos, nunca compreendera a
alma feminina, nunca teve a certeza de um amor
verdadeiro. Henrique o admirava é claro, mas sentia
angustia a cada vez que o Mário tocava no nome de
Marlene. Estaria ele gostando da mesma mulher?
Nem mesmo ele saberia responder ao certo. Ficaram
ali naquele bar, era um sábado, fazia um sol
daqueles que nos convida a sair. E lá ficaram eles
até ao meio dia. Beberam várias cervejas, mas
Henrique não o aconselhou. Apenas disse que a vida
tinha dessas coisas que só o tempo poderia resolver,
ficaram sem trocar palavras por um tempo até que
Mário quebrou o silencio.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 38 ]
_Esta é a ultima rodada para mim Henrique, vem
comigo? Não. Respondeu o amigo que levantava
apressado dizendo ter esquecido um compromisso
marcado.
Mário riu, deu lhe um abraço e foram embora. Nosso
protagonista não poderia imaginar como a Marlene
ficaria feliz se tivesse recebido aquelas flores. Mas a
amada não as recebeu. Mário chegou em casa,
tomou banho e deitou-se. Dormiu pensando
novamente em Marlene. Quando acordou, vestiu-se
e foi a sua procura.
_Janta comigo? Perguntou Marlene.
_Sim eu aceito. Disse Mário, obedecendo à gentileza
de sua namorada que puxava a cadeira o
convidando a sentar. _O jantar está maravilhoso.
Disse ele.
_Obrigada. Disse ela que ria agradecida ao galanteio.
Neste momento, Mário a enxergou com um olhar
materno, não era só o amor de homem e mulher que
estava presente em seu coração, Marlene era linda!
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 39 ]
Sim, não poderia existir mulher tão agradável igual
a ela.
Enquanto ele a observava, Marlene corou, mas ele
pegou em suas mãos e disse: __Me amas realmente
como diz? Ela, com a voz meio travada não sabia se
o respondia ou se atirava-lhe logo um beijo, mas se
conteve e disse:_ Eu te amo Mário! Sempre te quis,
mas guardei esse segredo por toda a vida. Ele sorriu
sentindo-se homenageado, com as palavras daquele
anjo. Pareciam palavras aveludadas então,
levantando-se. Mário a convidou para tomar um ar
no jardim. Ela meigamente levantou-se dando lhe as
mãos.
A noite estava perfeita para um convite, e Mário
tirando um anel do bolso lançou-lhe uma pergunta:
Aceita ser a minha esposa? Dessa vez Marlene não
resistiu e deu lhe um beijo profundo. __ Aceito!
Disse ela. _Aceito, aceito! E novamente o beijou. Não
poderia existir noite mais feliz para ela. Realmente
Marlene o amava, nada poderia impedir o
casamento. O anel era lindo, devia ter custado uma
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 40 ]
nota, mas Marlene não se importava com essas
coisas, e nem ele, mas o momento pedia algo
especial e assim ele o fez.
_Podemos marcar a data do nosso casamento?
Perguntou ele.___ Claro! Respondeu ela. Que
completou:___ Quando casaremos?
_ Marlene, não sou tão moço assim, temos nossas
casas, por enquanto aluguei aqui na cidade um
pequeno cômodo para me hospedar, mas tenho
minha casa na capital, posso vendê-la e me mudar
de vez para Iona, você tem seu trabalho, nos
amamos verdadeiramente, nada pode nos impedir de
casar-mos. Quero que seja o mais rápido possível,
afinal a vida é muito curta.
_ Nem penses nisso! Disse ela olhando-o com olhos
críticos!
_ Vamos nos casar mês que vem, e vamos morar
aqui mesmo em Iona. Afirma ele.
_ Não poderia haver lugar melhor para viver-mos
Mário! Eu te aceito onde for.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 41 ]
Aquela noite fora tão especial para Marlene que mal
conseguira dormir de tanta felicidade. Quando Mário
fora embora, ela ficou sonhando acordada com a
noite do casamento, cada segundo havia sido
mágico, quando conseguiu adormecer já eram mais
de cinco da manhã, e os primeiros raios de luz já
começavam a invadir a sala onde havia adormecido
no sofá.
No dia seguinte, os amigos aproveitaram o feriado
dominical para se reunirem no espaço cultural.
Mário viu na ocasião, o melhor momento para
contar do compromisso que havia selado com a
Marlene:
_Eu e a Marlene estamos de casamento marcado.
Disse Mário olhando os outros amigos que também
o olharam espantado:
Você e a Marlene Vão se casar? Como? Por quê?
Perguntou o Aldo sem nem entender o que estava
acontecendo. Aldo era uma pessoa muito simples,
não era muito observador, por isso nunca passara
em sua cabeça que os dois poderiam estar juntos, a
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 42 ]
final Mário e Marlene eram bons fingidores, em um
bom sentido é claro.
_Sim! Respondeu Marlene.
_ Por que eu fui o ultimo, a saber? Disse o Aldo.
Que fora respondido por um riso irônico do amigo
Henrique:
_Por que só vive ocupado na oficina. E todos
começaram, a rir da expressão desentendida do
Aldo. Que disse: Então viva ao casal! Este momento
mereceria uma comemoração entre os amigos, mas o
Henrique apenas levantou, cumprimentou o amigo
Mário desejando lhe parabéns e voltando-se para a
noiva, dando um abraço e disse lhe aos ouvidos:
Desejo-te muita sorte querida. Sorte? Por que o
Henrique lhe desejaria sorte? Marlene ficou meio
sem entender o porque que o amigo havia lhe dito
essas palavras e durante o restante da reunião não
lhe parava de fitar os olhos. Mário por algumas
vezes percebeu a troca de olhares entre os dois e no
intervalo da reunião chamou sua noiva em
particular:
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 43 ]
_O que esta havendo entre você e o Henrique?
Desesperada e sem entender nada, a moça lhe
indagou:
_Mário? O que há contigo meu amor? Desconfias de
mim? O que poderia existir entre eu e o amigo
Henrique além da amizade?
_Esquece! Desculpe-me por pensar mal de ti. Peço
que me perdoe.
_Tudo bem, mas para o nosso bem, não torne a
desconfiar de mim. Disse ela, com sua voz de
veludo.
Os dois saíram, e novamente foram estar com o
restante do grupo. Mário ainda observava os dois ,
como se quisesse dar um flagrante, mas Marlene e
Henrique não mais trocaram olhares. Ás quinze da
tarde foi à hora em que a reunião acabou. Todos se
despediram um do outro e o casal saiu de mãos
dadas. Mário levou a Marlene até o portão de casa,
ela o convidou para entrar, ele se negou, disse que
precisava resolver algumas coisas, então, nada
tendo mais a falar um para o outro ele se retirou.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 44 ]
Enquanto ia-se a moça ficou a observá-lo, ficou
admirando o futuro esposo caminhado na rua até
dobrar a primeira esquina e desaparecer de vista.
Ela suspirou, abriu a porta e entrou. Logo quando
anoiteceu, Marlene se preparou para receber o seu
amado em casa, mas ele não foi visitá-la. O que
houve? Ela confiava em seu amor:
_Algum motivo ele teve para não ter vindo me
visitar. Pensou ela despreocupada.
Na manhã seguinte, Mário foi ter com ela. Para não
ser quebra prazer ela nem perguntou pelo motivo do
sumiço na noite anterior, apenas o apertou em seu
peito, e com aqueles olhares de sedução o chamou
para entrar. Ele entendeu o convite, mas se negou,
disse que só estava passando para explicar a razão
do desaparecimento na ultima noite:
_ Amor, desculpas por não ter vindo te ver, estava
muito cansado e acabei adormecendo, mas já
comecei a pensar na festa do nosso casamento. O
modo como Mário falava deixava Marlene encantada,
ela jamais poderia pensar que seu amado a trairia.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 45 ]
Apesar da beleza e do jeito galante capaz de
conquistar as mais belas mulheres que desejasse
nosso protagonista jamais cairia nessas ciladas da
vida. Admirada com a iniciativa do futuro esposo,
Marlene disse que já estava se encarregando da lista
de convidados, afinal, tantas pessoas novas haviam
conhecido naquela humilde cidade, coisa que o
Mário não daria conta. Ele concordou sorrindo com
ela e novamente precisou sair. Ela desmanchou o
sorriso da face e perguntou: Já vai? Mas tão cedo!
_Sim. Preciso organizar o espaço para festa, a
igreja, a viagem (...) ainda tenho muito a fazer.
Respondeu ele.
_ A viagem? Disse ela.
_sim! A viagem, ou não pretende viajar após a
cerimônia? Nem esperou pela resposta da sua futura
esposa, mais que depressa Mário se retirou e sumiu
pela porta da frente. Marlene ficara tão sem ar que
foi tomada por um sentimento que nem mesmo ela
conseguiria explicar, só sabia que era bom.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 46 ]
Mas, caro leitor, não pense você que uma visita de
amor é inesperada, por que agente sempre o espera,
só não sabe exatamente a hora em que irá aparecer.
A visita inesperada a qual trata o tema desse
capitulo é a do amigo Henrique.
Marlene estava sentada na mesinha do computador
fazendo a lista de convidados quando se depara com
Henrique entrando pela sala:
___Oh! Veja só quem esta aqui! Meu amigo, que bom
que vieste me visitar. O que houve? Não foi
trabalhar hoje?
___ Não, hoje devo chegar um pouco mais tarde,
passei pela praça que esta florida e lembrei-me de
você.
___ Lembrou de mim em ver as flores? Disse ela com
ar de risos. Vem, veja como estão lindos os convites,
o Mário saiu daqui não faz muito tempo.
__Dormiu aqui novamente? Perguntou ele.
__ Não! Mas não teria nenhum problema se caso
tivesse dormido teria? Afinal de contas já somos
adultos e de casamento marcado.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 47 ]
__Desculpas! Não era para ter feito essa pergunta.
___ Esta tudo bem Amigo Henrique. Disse ela.
Nesse momento ele sentou-se no sofá olhou bem
aquela mulher em sua frente e disse:
___Vai mesmo casar com o Mário?
Marlene, não entendia o porquê que o amigo estava
tão interessado na pergunta e responde:
__Sim! Mas do que nunca eu o amo! Na verdade você
sempre soube que eu o amava, depois de tanto
tempo sem vê-lo, não posso deixá-lo escapar
novamente.
Henrique achou melhor ir embora, perdera a
batalha pensou ele. Basta olhar nos olhos dela para
perceber o quanto o ama. Na verdade ele nunca
havia lutado, era exigente, esperto, mas para o amor
era sempre pusilânime, covarde.
___ tenho que ir agora! Disse ele.
___ Mas já? Não tem dez minutos que chegara.
___ Preciso ir trabalhar. Até mais.
Marlene, de nada desconfiara sobre a intenção de
Henrique e voltou aos afazeres.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 48 ]
A carta
Logo o dia do casamento se aproximava e o casal
mal podia esperar por esse momento. Toda a cidade
já se preparava para a festa, até mesmo os atores do
centro cultural já ensaiavam um espetáculo para a
ocasião, encenaram a peça mais famosa do grande
dramaturgo inglês Shakespeare. A pesar de
dramática, a história de Romeu e Julieta conta uma
grande história de amor e era uma das preferidas da
Marlene, mas tudo era surpresa.
Faltando um dia para a data do casamento, tudo já
se encontrava pronto. Apesar da trabalheira, que
deu em organizar a festa, seria a semana mais linda
para Marlene, se ela não tivesse recebido uma carta
em sua residência. Uma carta? Sim, quem a teria
deixado? Marlene adorava ler carta, mas desde que
ficou sabendo que o Mário não gostava de escrever
que ela nunca mais esperou nenhuma. Enfim, ela
apanhou -a do chão sentou-se em uma cadeira na
varanda e, pois a ler.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 49 ]
___ Cafageste! Como pode fazer isso comigo!
Imediatamente, ela amassou a carta e a jogou fora,
depois se arrependeu e pegou-a novamente
refazendo a leitura. Marlene passou a tarde inteira
olhando para o papel ainda amassado. Quem
poderia ter deixado aquela carta? Pensou ela. A
carta referia-se ao Mário, na verdade a
correspondência era cheia de indagações contra ele.
No final ela leu uma frase que ficou em sua mente:
“Ele casou-se, a esposa morreu. Cuidado querida você pode ser
a próxima! Ninguém sabe bem como a ex faleceu, até hoje é um
mistério, o que se sabe é que ela era rica, e ele ambicioso. Sabia
que ele é ambicioso?”
A moça pensou em ir à procura do Mário para ele se
explicar sobre todas aquelas acusações, mas
desanimou-se. Será mesmo verdade? No fundo
Marlene não estava dando muita atenção para
aquela carta, mas guardou-a em sua bolsa.
Era uma sexta feira, fazia um sol maravilhoso. O
noivo estava radiante, esquecera de todas as
lembranças negativas do passado, descobrira o
quanto era feliz ao lado da Marlene, queria construir
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 50 ]
com ela uma família, ainda dava tempo de ter filhos,
dois ou três. Ela ainda era jovem estava na casa dos
trinta e ele nos quarenta. Nunca tivera um filho se
quer por isso a pressa de viver.
Em sua bela casa, Marlene já começava a se
arrumar, convidara um profissional em penteados
para ajudá-la a escolher aquele que melhor lhe
combinasse. Um maquiador também estava
presente para ajudá-la a se arrumar, no portão da
frente uma limusine a esperava. Enquanto se
admirava no espelho vendo o quanto estava bonita,
Marlene percebeu quando um joalheiro entrou em
seu quarto para ela escolher o colar que mais lhe
agradasse. Mário havia se encarregado de deixá-la
mais elegante do que era.
Na igreja os convidados já aguardavam pelos noivos,
o ambiente estava divinamente arrumado parecia o
paraíso dos deuses, o noivo contratara grandes
decoradores para agradar a amada. Marlene adorava
a cultura grega, e assim Mário decorou a igreja.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 51 ]
Quando a noiva apareceu na porta, os convidados
ficaram de pé para vê-la. No altar, seu amado
também a esperava com ansiedade. A noiva reparou
que seus amigos estavam ao lado de Mário como ela
havia pedido. O Aldo estava emocionado, Henrique
estava sério e Mário sorria olhando para ela.
Finalmente Marlene entra sobre o som da
tradicional valsa de casamento. Ao aproximar do
altar, Marlene lembra da carta recebida no dia
seguinte, mas se conteve. Mário que nesse momento
já pegava em suas mãos disse-lhe:
___ Você esta linda!
Ela riu levemente e retribuiu o elogio:
___Também estás maravilhoso meu amor.
O Padre fez a pergunta principal e ambos aceitaram.
Ninguém poderia impedir aquela felicidade.
Finalmente o casamento se realizou. Os dois agora
eram marido e mulher, deveriam se amar na saúde e
na doença, na riqueza e na pobreza como batizou o
santo padre. Após a cerimônia todos os convidados
foram para a festa, na ocasião os recém casados
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 52 ]
agradeceram a presença de todos, principalmente a
dos amigos que sempre os acompanharam. Depois
disso o casal abriu a festa com uma valsa ensaiada,
depois teve o momento surpresa da peça teatral de
Romeu e Julieta que deixou Marlene muito
emocionada, ela abraçava seu esposo como nunca
havia lhe apertado antes tudo estava diferente,
estavam mais unidos.
Ao chegar a meia noite, a princesa teve que deixar a
festa com o príncipe, pois já tinha agenda marcada.
A lua de mel foi na Grécia, tudo estava indo bem.
Durante a viagem de avião Marlene não soltava a
mão do seu esposo que também lhe retribuía o
gesto. Ao chegar ao Hotel previamente agendado,
Mário toma sua amada pelos braços e a deita na
cama, lá eles se amaram como se fosse à primeira
vez de cada um. Apesar da idade, ambos estavam
perfeitamente conservados, ninguém dormiu
durante a lua de mel. No dia seguinte foram
recepcionados com uma bela comida grega, tinha de
quase tudo um pouco, e Marlene cuidava de
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 53 ]
apresentar cada prato ao seu marido que provava as
delicias que a sua amada lhe punha na boca.
Ao retornar a suíte, Mário e Marlene deram
continuidade a lua de mel, ambos estavam muito
felizes. Era um rodízio de promessas para o futuro,
ela concordava com quase tudo que ele dizia, estava
tudo muito perfeito, nada de errado poderia
acontecer, até que Marlene deixa a bolsa aberta em
cima da pia do banheiro e Mário enxerga um papel
todo amassado.
É caro leitor, nem tudo é perfeito, nem nas
histórias de amor, Deveria ele mexer na bolsa da
Marlene? O Mário não era de bisbilhotar as coisas
alheias, mas aquela mulher era agora a sua esposa:
__Não há nada de mais em fazer isso, Pensou ele.
Ao abrir o papel totalmente amarrotado, Mário leu a
carta e imediatamente corre dos seus olhos um vale
de lágrimas. Estava tudo tão bem, logo agora que
havia esquecido o passado, este novamente bate em
sua porta: ___ Marlene! Ele a chama e ela logo vêm
lhe atender: ___ o que houve? Vendo a carta nas
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 54 ]
mãos do seu amado, Marlene cai de joelho e diz: ___
Eu posso lhe explicar. Ele repentinamente sai em
direção ao quarto dizendo que não fica mais
nenhum minuto ali com ela. Marlene com os olhos
triste diz:
___Sou eu quem exige uma explicação droga! Mário
fica ainda mais decepcionado com ela:
___ Como pode acreditar no que diz esta carta?
___ Eu não acredito! Então por que guardou este
papel? Disse ele. Ela ficou sem resposta e ele disse:
Estou indo embora.
Uma doença grave
Marlene então, mesmo sem Mario querer escutar,
ela tenta convencê-lo e explica : - Mario, acabamos
de viver um conto de fadas, onde o padre celebrou
a nossa eterna aliança, proclamando e selando
nossas vidas para todo o sempre. Lembra-te das
santas palavras dele: - na saúde e na doença, na
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 55 ]
alegria e na saúde, confiança é o alicerce maior de
um relacionamento, não acha? Mário, esse pedaço
de papel amassado, sem nenhuma importância foi
colocado em baixo da porta, e hesitei muito em
querer saber o teor, por sua causa mesmo, para que
não causasse nenhum resquício duvidoso quanto a
minha paixão por você e não acontecesse
exatamente o que está ocorrendo agora. Sua
desconfiança em mim demonstra que você não
confia plenamente em mim., não é? Ela, então
continua se explicando: - olha, Mario confesso que
errei, não em ler o bilhete, mas em não ter
destruído, já que parta mim não representa nada, e
quem a enviou não foi suficiente corajoso em
entregar pessoalmente. - Ora, parece-me que foi um
ato infantil, e pior que quem o planejou a essa
altura deve estar adorando, pois, sua reação foi de
pura incerteza, desconfiança.
Armadilhas do Destino
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 56 ]
Mário- aproveita uma pequena pausa, e lhes faz
uma surpreendente revelação: revelação esta que
poria em xeque o seu (Mário) verdadeiro sentimento
para com Marlene.
___Marlene lembras daquele dia em que Henrique
foi notificado do nosso casamento que ele não
parava de lhe fitar os olhos. E parece-me que foi
correspondido, pois, vocês se entreolharam por
muito tempo, tempo este suficiente para que eu me
perguntasse:
___Senhor, como dizem por aí “aqui se faz, aqui se
paga! E, um outro “Olho por Olho, dente por dente”
, será que estou castigado punido pelos meus
próprios erros e da pior forma possível, ou seja,
sendo traído? Mereço!? Pois bem, ao sair, fui à
procura dele, Henrique, e ele me confessou que
estaria apaixonado por você, mas que você não
esboçou nenhuma reação de esperança parta com
ele, você ratificou-lhe que estava de casamento
marcado com o grande amor de sua vida. E que
nada no mundo nem a morte iria os separar.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 57 ]
Marlene então, o interrompe e reitera que suas
desconfianças é improcedente e infundadas,
perante o relato narrado. Porém o que ninguém o
esperava acontecia.
___Marlene então, percebe que, o tom da conversa
já começara a ser dissipado e aproveita para atenuar
colocando um ponto final e iniciando um outro,
deixando sutilmente o desejo de insinuação de que
à noite estava apenas começando, pois, a lua lá
fora estava dos amantes prometia, já que passara
das 18 horas e nesse momento auspicioso, lança-
lhe em seus braços e tasca-lhe um caliente e
apaixonado beijo.
Os dois resolvem então, meu caro leitor, esquecer
todos os atenuantes que os levaram a provocarem
todos os “quere- quequés” e passaram uma noite
literalmente de Mel . onde a Lua foi a protagonista
iluminada que fizeram dos dois ser apenas,
coadjuvantes numa noite de céu estrelado. No dia
seguinte, Marlene, resolve pôr um fim definitivo em
toda essa celeuma, e, após tomarem um delicioso
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 58 ]
Break Feast, ela o chama-o e com um isqueiro na
mão vai em direção à sua bolsa e pega-lhe todo o
protagonista responsável por ter quebrado o
momento único dos pombinhos e, queima-lhe o
problema, ou seja, o bilhete. Após jogar as cinzas
dentro de um recipiente que está sobre à mesa, eles
resolvem aproveitar o dia passeando aos arredores
do bairro. Vão ao cinema, Comem pipocas, (nada
real, pois, bem?) tiram fotos e usam seu precioso
tempo somente em discussões prazerosas. E, após o
final da sessão de cinema, onde assistiram a uma
comédia hilariante com Jerry Lewis, astro
americano da época, uma espécie de mistura de
Renato Aragão e Mazzaroppi. E sentados num
banco com vista ampla, eles apreciam os casais
apaixonados que passam de mãos dadas e alguns
trocando carícias e se iniciam uma sessão
nostalgia. Onde começam a trazer à tona fatos
quando mutuamente se amavam porém tinham
vergonha talvez de se declarar, com medo de uma
possível repulsa, de negação de afeto.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 59 ]
Correia, vestido em uma camisa Azul, com um
sapato escolhido a dedo para essa ocasião, cabelos
bem, tratados, e penteados, unhas aparadas e barba
feita. E bonito como era, nesse sentido, dispensava
muitos cuidados, já que estar na linha lhe era um
qualidade peculiar, e portanto, não podia causar
efeito negativo, haja vista que, a demora em se
enfeitar é mais do sexo oposto. Ela também não
ficava atrás, cintura fina, curvas a a “La Marilyn
Monroe”, que por onde passava deixava os homens
loucos, muito provinciana, mais parecia uma
duquesa de que uma simples brasileira, recém
casada e super apaixonada, que apenas estava de
passagem na cidade, em sua lua de Mel.
E O PRIMEIRO SUSTO,
ENTÃO, ACONTECE!
Conversa vai e conversa vem, relato daqui, estórias
dali, aos poucos Marlene percebe nele uma certa
dificuldade em falar, e reclama:
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 60 ]
___ Correa, você está se sentindo bem? Caiu em
algum lugar? Pois, reparando bem, estou
observando que há um pequeno sangramento nas
suas articulações, o qual temos que resolver. Ele,
tentando se esquivar das explicações, tenta mudar
de assunto, sem êxito. Ela repete a pergunta: ___
caiu onde? Ele então, resolve responder? Amor,
foi nada, não! Devo ter sido hoje pela manhã,
enquanto me preparava para o banho para virmos
para cá, me desequilibrei no lavabo indo ao chão,
para não lhe preocupar, dei um jeitinho a La
brasileiros.E para completar, enquanto você
procurava o toylete, aproveitei para lhe fazer juma
surpresa, procurei um florista, e, na pressa pra
comprar as flores vermelhas que tanto admiras,
tropecei nessas malditas pedras portuguesas. Mas
Nada que atrapalhe nossa tarde de Felicidade e de
lazer. __ E continuou: ___Desculpe amor, foi para
não despertar preocupação Já estou bem! E essa
constante dificuldade em respirar, o que tens a
dizer? Não é de hoje que estou percebendo essa
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 61 ]
constante intervalos ao respirar. Mas ela muito
preocupada no sangramento lhe informa: É bom
pararmos em algum lugar e verificar, fazer pelo
menos um paliativo momentâneo enquanto
chegamos em casa. Ele para não contrariar e ao
tempo despreocupá-la resolve ceder e vão à procura
de um local adequado e apropriado para realizar
essa limpeza, até por quê não poderiam continuar
o passeio com suja perna sangrando causando mal
estar a si, e as pessoas. Eles então, encontram um
pequeno barzinho que o atendente é muito solícito e
lhe fornece gases, algodão e todo o aparato parta os
pequenos socorros. Após realizar o estancamento e
agradecê-lo, a desconfiança ainda mais aumenta
quando o Atendente de nome Michel, lhe chama
reservadamente e faz uma recomendação
preocupante: Michel, então diz: ____Minha
Senhora, me permita, uma observação, na verdade ,
um alerta. Olha, por experiência, não deixe de
procurar um médico imediatamente, pois, os
sintomas que seu Marido, não, é? Ela confirma com
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 62 ]
a cabeça positivamente. Michel retoma a orientação.
Pois, pelos sintomas que pude observar nele deve
ser, torço para que esteja errado e espero
sinceramente, mas, os sintomas são de um típico
caso de homifilia, já que tive, infelizmente, um na
família, e o mesmo veio a óbito, anos mais tarde.
Por acaso, conhece na sua ou na dele alguém que
teve pois, se for comprovado o que estou falando
essa doença é hereditária. Me responda juma coisa:
além desse sangramento, ele tem Dolores,
tornozelos, joelhos, e quadris,? O 2º passo é
observar essas Atenuantes, por que o 1º é ir ao
médico, independente do que seja, o médico é o mais
aconselhável .
Após agradecer mais uma vez, se despedem. E ele
questiona o que tanto ela falava com o atendente.
Ela por sua vez , tranqüiliza, ele só estava
recomendando para que, quando precisasse dos
serviços hospitalares não fizesse cerimônia, poderia
procurar ele, só isso.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 63 ]
Os pombinhos, então continuam o passeio, Ele
então muito brincalhão, pergunta-lhe ___ onde foi
mesmo que estávamos antes dessa parada. Antes
mesmo dela responder, surpreendentemente, ele lhe
rouba um beijo. Ela então devolve em tom de
brincadeira, e diz: para quem, há pouco estava
sangrando, perdendo sangue, estás muito afoito,
não acha?
E, enquanto caminhava, começa a divagar, viajar
nas palavras do atendente e o convida a por um
fim no passeio, alegando seu estado. Que tal irmos
embora? ele é incisivo: ___ Calma, Marlene, é só um
momento de descontração, só isso. não se
preocupe! Não gostou do beijo, não, foi? Ele volta a
sentir fortes dores nas pernas e região do
tornozelos, mas tenta disfarçadamente escondê-las
em vão, ela parece mais um soldado, fiscaliza tudo
e, mesmo divagando está visualizando tudo, o
contrário do que ele pensa.
“O PASSEIO ENTÃO RETOMA O
AMBIENTE INICIAL”
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 64 ]
O passeio então, toma outros rumos, como que
prevendo que aqueles seriam seus últimos
momentos de felicidade ao lado de sua amada.
Amor, diz ele: Vamos aproveitar esse momento, que
acha tirar umas fotos? Ainda não registramos
nossos momentos de lua de mel, nenhuma foto foi
tirada nesse nosso momento tão esperado. Lembre-
se os verdadeiros apaixonados só se casam uma
única vez, e não somos exceção. Por coincidência,
passam justamente por um estúdio fotográfico e,
entram para tal feito. Registram fotos de tudo que é
posição de todas os trejeitos. Juntos separados, até
com o próprio fotográfico, que é intimado para essa
missão. E pede para que um auxiliar tire dos três,
pedido realizado. Depois, pede que registrem seus
dados numa ficha. para que seja enviado ao
endereço. E vão depois do registro, um
enamorando do outro, continuando a sessão
nostalgia.
E, as dores, insistem em atacar cada vez mais. E,
apesar dele, sem sucesso tentar disfarçar ela
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 65 ]
percebe e por vários momentos, Marlene o corta,
sugere que vão embora. Ele não desiste. diz
enfaticamente que continuará a conversarem, e
quando for o momento, ele saberá dar o tom de
término. Ela então para não deixar ele mais
preocupado decide não insistir, atendendo o seu
desejo. Que poderia ser o último, e ela não queria
ser culpada por não realizá-lo.
“Hemartroses (sangramento nas articulações) são
comuns em articulações tais como tornozelos,
joelhos, quadris e cotovelos. Elas são
frequentemente dolorosas, e episódios repetidos
podem levar à destruição da sinóvia e à diminuição
da função articular. Sangramentos intracranianos
também são comuns, e, antes do advento de um
tratamento efetivo para os episódios de
sangramento, essa era a causa que levava à morte
entre os hemofílicos. Deve ser enfatizado que a
atividade plaquetária é normal em hemofílicos, de
modo que lacerações e abrasões secundárias
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 66 ]
normalmente não levam a um sangramento
excessivo.
___ (Marlene) Amor, então fale devagar, não precisa
se preocupar que estou a entenderei. Porém,
amanhã nas primeiras horas do dia, iremos não
médico pra saber o que está acontecendo realmente
com você, certo? E não me venhas com desculpas,
isso é uma ordem.
Henrique, então como um soldado, de patente
inferior obedece. E continuam a conversarem. E
ainda sentados no banco, um casal muito bem
trajados, e acompanhado de seu suposto filho, lhes
cumprimentam.
Boa Noite, meu senhor e senhora! Henrique muito
educado e sua senhora simultaneamente retribui do
mesmo modo. Marlene, por sua vez, não deixa
escapar a oportunidade de deixar claro parta Mário,
que sente e nutre um forte desejo de ser mãe e
pergunta-lhe:
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 67 ]
__ Senhora, é seu filho? Quantos têm? Antes
mesmo que a senhora lhe respondesse, Philippe
Michael, o menino de aproximadamente 07 anos se
antecipa e diz:
__É Sim, Senhora! E não tenho irmãos, não!
Contudo, aponta-lhe para a barriga da mãe e
complementa a informação::
___ por enquanto! mas minha irmãzinha ou
irmãozinho está chegando! O Sr e Srª Hans
Halzemberg então, confirma a interferência do filho e
devolve-lhe a pergunta?
___E vocês, não tem, não? Não pretendem ter, não
querem filhos? Um filho na vida de um casal é um
presente Divino, uma dádiva de Deus. Apesar de
trazer muitas preocupações que é normal dentro de
um contexto familiar, traz consigo alegria de um
casal. Descontrai além de fazer com que
esqueçamos dos problemas rotineiros do dia-a-
dia.Pois, como dizia minha a senhora minha sogra,
não se pode fazer um omelete sem quebrar os ovos,
interpela o Sr. Hans. E se despedem do casal. Antes,
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 68 ]
porém, Marlene pergunta a gestante, se pode pegar
um pouco Phillipe em seus braços, o menino não
esboça nenhuma reação em contrário. É acolhido e
oferecido troca de carinhos mutuamente e de forma
recíproca
Após o casal e seu filho se afastarem
completamente do local onde eles se encontravam
Marlene, propunha, então o desejo de se tornar mãe.
E espera ansiosa pela decisão positiva do Mário,
que não esboça nenhuma negatividade em ser pai,
és também um desejo dele, para que ensine ao filho
como não ser mal caráter, e disse-lhe. Sim , vamos
começar a preparar o nosso rebento. Pois, hoje
estamos aqui, e amanhã poderemos não está. A vida
é efêmera. Temos que aproveitar em todos os
sentidos, inclusive e principalmente constituir uma
saudável família para que depois possa sentir
orgulho de nós. Marlene continua a sessão Flash
Back . E lembram quando se encontraram pela
primeira vez, ainda muito jovens. E diz quanto
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 69 ]
tempo perdemos, podíamos estar desfrutando
desses propícios momentos há muito tempo, diz
Henrique. Nesse dado momento, Henrique constata
não somente uma falta de oxigênio, uma aguda e
chata dificuldade de se expressar, um respirar
muito ofegante, mas também uma forte dor na
região do estômago. Com isso a conversa tem o seu
fim. Ele, então resolve retomar o episódio da
subtração doa quantia dos amigos. Que não
consegue se perdoar, não pelo erro, pois, para ele, se
tivesse errado com outras pessoas, talvez a sua
culpa fosse redimida por ele, o fato é para quem ele,
os traiu.seus verdadeiros amigo. E ele refuta:
Marlene, responda pra mim: Você acha que eles me
perdoaram de verdade? Responda sem mentir?
Antes mesmo da resposta, ele complementa com a
face desenhada de preocupação: afirma para
Marlene que pode passar cem anos, mas ele não se
perdoa , pela sua falta de caráter, do deslize do
passado. Ela então disse-lhe: __ Mário, não se
preocupe com essas coisas do passado, pois o
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 70 ]
momento agora é de se preocupar com o seu futuro,
e o presente. O fato é que apesar de estar tentando
me enganar, parta que não me preocupe, estou
percebendo que há algo muito sério e grave estar
acontecendo com você. Por isso desistimos do
sorvete, porque a prioridade é sua saúde e iremos
dormir para quando for amanhã, logo nas primeiras
horas procurarmos um médico e sanarmos essa
preocupação porque com saúde não se brinca.
Decisão tomada, sem ponderações da parte dele,
eles vão para o hotel.
E como parecendo mais um último desejo, o menino
do sorvete aparece e ele de tanto insistir, claro
galanteador e cavalheiro, como sempre soube ser,
jamais iria deixar de agradar sua querida amada. E
escolheu parta ela o de morango coberto de passas
de chocolate e para ele o de maracujá com a mesma
cobertura da amada. E, em casa não se tocaram,
ambos disfarçando cada um, à seu jeito, suas
respectivas preocupações, procuraram sem
sucesso, adormecer. Ele, com suas dores, ela, com
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 71 ]
a dúvida que lhe perseguia, cerca das dúvidas dele
para com ela. E, sem contar da abrupta
interrupção da noite. Marlene não escondeu sua
ansiedade de ver chegar o dia clarear, pois, não
sairia de sua mente as dores do seu amado,
Correia, refletia na face seu ar de preocupação
com as dores constantes, ela enquanto se vestia
para ir ao médico, lembrava do alerta que Henrique
lhe fizera antes do casamento. E vem como um raio,
um flash do bilhete colocado em baixo da porta, dias
antes do casamento. Uma outra lembrança,
ressurge: as constantes previsões de supostos
pretendentes, entre elas, uma ficou encravada em
sua Memória: “ __ Você não será feliz com Henrique!
“Se não for minha, não será de mais ninguém”.
Caro leitor, lembrando que, havia situações
distintas, porém pertinentes, pois, como ela, Era
uma Diva e esbanjava beleza e sensualidade, apesar
de não dar muito trela parta o que os homens
dissera a seu respeito, houve de certo alguns
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 72 ]
paqueras, alguns casinhos, hoje rebatizados como
“ficante” ou, passatempo., se assim, o preferir.
E, essa frase, ela encarou como se fosse uma
premonição, ou seria, uma blefe do destino?. Pois, o
suposto pretendente, poderia saber de alguma, de
alguma doença familiar que a família não a
comunicou. E, então chegaram os dois pegaram um
taxi e se dirigiram para o centro médico mais
próximo do hotel. Aguardaram sua vez de ser
atendido. Enquanto chegava sua hora, folhearam
algumas revistas a mostra, e a intranqüilidade era
nítida e visível em ambos. E, com a aproximação de
sua vez, a ansiedade e a angústia tomava cada vez
mais forma. A secretária nota os ajustes dos pés, e
lhes pergunta: Aceita um copo com água, um
cafezinho? Marlene aceita. Aceito um cafezinho, sem
açúcar, por favor! Na verdade, Marlene aceita só
para que Henrique não perceba que ela está mais
nervosa e preocupada com a situação do que ele.
Para amenizar, talvez! Mas os dois, apesar de
tentarem disfarçarem transbordam de ansiedade,
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 73 ]
tamanha era suas preocupações. Os pés, as mãos,
não achavam lugar,para se encontrarem, pois se
fosse calcularmos, a quantidade dos ajustes, troca
daqui, bota ali, já teriam dado uma volta e meia ao
centro das terra. Todavia, a ansiedade e a
expectativa foi dada por encerrada, quando fora
substituída pela comunicação da secretaria que
podia entrar.
- E o relógio informava que já passava das 10
horas quando enfim, a secretaria coloca de vez um
ponto final e lhes informa: ___ Srº Henrique, Dr
Richard lhe aguarda. Eles adentraram à sala do
médico, para receber o diagnóstico. Foi mais de 90
minutos de espera, para eles, uma eternidade, desde
o passar da sala de espera, até a sala de consulta.
Muito embora, ele já teria uma prévia suspeita, até
pelo quadro e os sintomas apresentados. Bem, a
hora é chegada. E somente o médico poderia
dirimir quaisquer sombra de suspeita. E dentro da
sala.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 74 ]
___ Drº Richard, o médico então, indaga: _ diga ai,
meu amigo, relate o que está sentido. Depois de
fazer um breve histórico dos sintomas, o médico
pede uma série de bateria de exames, para, então
depois, fazer o diagnóstico e, conseqüentemente, o
prognóstico, o tratamento, propriamente dito. Mais
estranho ainda, é quando, antes de encerrar a
consulta, o médico pergunta-lhe se na família já
houve algum caso de hemofilia. Aí é que a porca
torce o rabo. Eles, então, foram pra casa, avexados,
agoniados com o que ouvira. E mais ainda
Mário que, já suspeitava da gravidade do seu
estado., faltava então o parecer final do especialista
na questão pois, só depois da conclusão dos
exames é que poderia ter um indicativo de como
seria e qual o tratamento adequado a ser utilizado.
Os dois, então ligam parra o serviço de taxi e
solicita que venha pegar no Centro Médico.
Enquanto, esperava o Taxi, os dois se entreolharam
com uma de perda e trocaram rapidamente mais
um prolongado beijo. E um pergunta para o outro: E
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 75 ]
agora, Henrique? Ele ____ Como vai será agora,
nosso futuro? logo agora, amor, que estávamos
planejando ter nosso filho! E concomitante se
abraçam um não desamparar do outro. Nesse
momento, ela abre sua bolsa, retirando
silenciosamente um crucifixo o entrega e lhes diz:
Amor, tenha fé! lembrem-se que, passamos
momentos mais difíceis que esse e,conseguimos
vencer juntos, com muita fé perseverança e não será
essa “doença”, que... Ele a interrompe, querendo
tranqüilizá-la. E complementa a frase: “... que ainda
não foi confirmada, somente um pré-diagnóstico,
não é mesmo?
Minutos antes do taxi chegar ele ainda tem um
pequeno surto de memória que pergunta a si
mesmo.
___Oh! meu Deus, Confesso que errei, mas será que
mereço passar por esse triste momento. Arrependi-
me do que fiz, decidir ressarcir todo o montante
subtraído dos meus colegas, não basta, meu Deus?
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 76 ]
Perdoe-me então. Nisso cai dos seus olhos, uma
pequena gota de lágrimas que, sutilmente, ele tenta
enxugar-lhe sem que Marlene a perceba.
É, caro leitor, nada é despercebido da pessoa que
ama. Vocês pensam que ela não percebeu não? só
não percebeu como timidamente pegou seu lenço
na bolsa e a enxugou carinhosamente, e salpicou-
lhe mais um beijo caloroso, desta vez, não somente
de amor, mas de demonstração que ele não estava
só nessa batalha. Pois, uma fortaleza não se quebra
quando se tem um bom soldado.
E, enfim o taxi chega. Lágrimas enxugadas e lenços
guardados. Henrique informa ao taxista Deixe-nos
por favor, no Hotel Meridian Plaza. Do Consultório
Médico até o Hotel, todo o percurso gira em torno de
40 a 45 minutos. Lembrando que a Lua de Mel é na
Grécia.
Ao chegar em casa, o casal, ainda muito
impactados e transtornado com ao fato da doença
resolvem não perder mais tempo, em nada e
decidem que logo nas primeiras horas do dia
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 77 ]
seguinte, irá preparar um roteiro de todos as
recomendações feitas pelo Dr Richard e seguir à
risca, não deixando de fazer nenhum. Pois, lembrou
um velho ditado> Quando a pessoa está sem sorte,
o pássaro de baixa suja o de cima”. Correia, então
indaga num ímpeto impensado: Marlene por que não
avisamos aos nossos amigos do Brasil? Marlene
então, corrige> pra que os preocupar se nem mesmo
eles poderão resolver. E nós estamos em Lua de Mel,
vamos deixar eles preocupados a troco por que se
nós vamos sair dessa? Correia- Ainda vamos dar
muitas gargalhadas dessa história quando
desembarcar no Aeroporto de Santos.
No dia seguinte, Marlene é a primeira a se levantar
com o cantar dos pássaros, tão ansiosa que estava
para poder resolver essa primeira fase do problema,
que era fazer os exames. Antes de chamar o
marido, liga para o serviço de atendimento do hotel,
e pede que Prepare um super café da manhã
recheado, enquanto o banquete não chega, ela
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 78 ]
chama o Correia, para se arrumar e tomar seu café
para ir direto ao exames, e é o que eles fazem, após
o break feast. ___ Vamos Correia, tome esse café, por
favor! Olhe o adiantado da hora! Falou Marlene.
UMA SEMANA
DEPOIS
ENFIM, SAI O
DIAGNÓSTICO!
Depois de decorridos 07 dias, o casal retoma ao
consultório para pegar os exames, assim como fora
recomendada pelo médico Richard. Desta feita,
apenas para surpresa do casal, o tempo de espera
foi o mínimo possível.Depois, de 15 minutos, a
secretaria, o convocou para entrar na sala do
médico.
Henrique aproveitou o momento oportuno e pediu
acenou que tinha 03 perguntas a fazer acerca da
sua doença, como, por exemplo: Se ele, o médico
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 79 ]
conhecia casos semelhantes de que o paciente tinha
sido curado 100% 2º Se com o avanço tecnológico
da medicina, se haveria possibilidades dele sair
dessa, se recuperar 3º pergunta Drº: ___ numa
estimativa de 100& qual as minhas reais condições
de sair dessa, pelo seu conhecimento, sua
experiência e, principalmente pelo estágio em que se
encontra minha enfermidade? Diga a verdade não
minta, fale absolutamente, a verdade.
Drº Richard, então responde:
_ Srª e Srº Correia, na minha profissão, esconder,
ou omitir dados, são ações totalmente fora de
cogitações, pelo único fato, além de ser
contraditórios fogem à minha formação e, aos meus
princípios básicos, portanto, vamos aos fatos. Com
todo o avanço da ciência e o estágio avançado do seu
caso, é praticamente nulo, mas, há uma esperança:
Jesus é o Médico dos médicos e costuma operar
milagres.basta para isso ter fé. Acima de Deus,
ninguém, abaixo somente os médicos, que são os
instrumentos, o qual ELE costuma usar para
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 80 ]
realizar suas vontades. E segue com suas convicções
acadêmicas, tentando lhe convencer de que seu
legado não permite tais ações, até por quê houve
um juramento, quando da formatura.
Marlene muito ansiosa, interrompe as contundentes
explicações dispensáveis e irrelevantes e pergunta
ao Dr Richard: Diga, diga logo, acabe com toda essa
tensão, essa louca ansiedade, antes que me mate,
pois, to aqui, só Deus sabe como. Então, o caso
dele tem cura, podemos ir pra casa com algum fio
de esperança por pequena que seja?
A tensão continua, e parecendo mais cenas de
dramalhão de novela mexicana… Drº Richard lhe
oferece um copo de água e pede para que ela se
acalme e permaneça sentada coisa que ela não
aceita nem o conselho do renomado medico, muito
menos o copo de água. Que lhe é oferecido. Mas
calma e tranqüilidade, Marlene, pois, em vez de
um doente terminal, serão dois.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 81 ]
Ao pronunciar essa frase, Marlene que não é boba,
e bem esclarecida de todos os assuntos, fisgou logo
o que o conceituado médico tentou passar: ou seja,
preparar ele para essa amarga informação. Marlene,
então, resolve aceitar o copo de água, minutos
antes oferecidos por Richard. Contudo, faz uma
ressalva. Ponha um pouco de açúcar, pois, não
estou passando bem. Correia, fica sem saber o que
fazer, se pede pra explicar sua real situação ou se
procura adiantar o copo de água para sua querida.
Depois de socorrer Marlene, acalmando-a , o
médico, então conclui.
Srº e Srª Correia, sem mais delongas e partindo
para os finalmente e, tomando como base o
relatório por mim solicitado e que vocês habilmente
entregaram, o que tenho para lhes informar não é
nada tranqüilizador, pois, como havia perguntado,
quando da 1ª consulta se, por ventura eram ciente
e conhecedores de algum familiar que tinha tido
Hemofilia, infelizmente, não foi por acaso, pois
trabalha com duas frente lineares de pensamentos
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 82 ]
Uma das hipótese eram: Diabetes, que seria a
menos complicadas do ponto de vista médico e
científico, embora há muitos avanços na área, 2º
hipertensão, no meu haver á mais fácil de resolver,
assim como obesidade, e alergias, porém os
sintomas apresentados e relatados por você, só
sobrou Hemofilia, uma das piores enfermidades.E a
que menos eu torci para que você tivesse contraído,
mas infelizmente.
A viagem do destino
- Infelizmente o diagnóstico o diagnóstico está
confirmado, o Senhor é Hemofílico – diz Dr Richard
- e o diagnóstico indica Hemofilia do tipo B, a mais
grave manifestação dessa doença, mas isso não
significa que o senhor não tenha chances de
tratamento para conviver com essa enfermidade.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 83 ]
Marlene sente o coração acelerar, uma mistura de
nervoso com tristeza a invade, logo agora que
encontrou seu grande amor, e que viviam momentos
de intensa felicidade, a notícia caiu como uma
avalanche numa tempestade de neve. Mas precisava
disfarçar a tristeza, para não deprimir mais ainda
seu amado Mário, agora mais do que nunca ele iria
precisar de sua força e energia positiva para
enfrentar essa doença. Criou coragem e perguntou:
_ Dr Richard quais os avanços da medicina quanto
ao tratamento dessa doença? Temos que correr
contra o tempo. Voltaremos ao Brasil urgente! Ou o
senhor aconselha que façamos o tratamento aqui na
Grécia onde os tratamentos são avançados?
- Calma amor – disse Mário – vamos fazer tudo
conforme orientação do médico, prometo para você
que não vou te abandonar, vou fazer o que for
necessário para ficar curado ou pelo menos viver o
máximo possível.
Dr Richard, o único aparentemente calmo naquela
sala, diz com voz confortadora:
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 84 ]
- Fiquem calmos, com o tratamento adequado você
poderá viver muito tempo e aconselho que vocês
retornem ao Brasil imediatamente, pois o país de
vocês tem tratamento para esta doença, centro
avançados de pesquisa, médicos também
competentes, e nada melhor para um pessoa doente
que estar em seu país de origem, perto de amigos e
familiares para se adaptar melhor ao tratamento.
Além disso, mesmo se vocês não tivessem condições
financeiras o SUS no Brasil oferece tratamento
gratuito para os hemofílicos, o que não parece ser o
caso de vocês, aproveitem que vocês podem pagar
um tratamento particular e façam o melhor possível.
Eu vou enviar um relatório para uma Hematologista
amiga minha no Brasil, especialista em Hemofilia,
fez quatro anos de especialização nos melhores
hospitais do mundo, e agora voltou ao seu
maravilhoso país, portanto, fiquem tranquilos,
retornem ao Brasil o mais rápido que puder, pois
quanto antes o tratamento, maior as possibilidades
de sobrevivência.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 85 ]
Mário e Marlene retornam ao hotel abraçados, cada
um pensando nos últimos acontecimentos, e cheios
de esperança, quanto mais rápido interromper a
maravilhosa lua de mel, maiores as chances de dar
continuidade a essa linda história de amor.
Ao chegar ao hotel Marlene sobe para preparar as
malas, pois precisavam retornar imediatamente ao
Brasil, Mário fica na recepção cuidando dos
protocolos para interromper a lua de mel. Depois de
todas as formalidades com passagens e hotel, ele vai
ao bar do hotel, precisava ficar um pouco sozinho,
não queria mostrar suas angústias para Marlene,
sentado no bar ele pediu apenas uma Perrier, não
conseguia mais colocar uma gota de álcool na boca,
em outras ocasiões ele pediria um Whisky Johnnie
Walker, mas agora ele queria preservar sua saúde,
prolongar o máximo possível seus momentos com
Marlene, e umas das coisas que ele queria evitar
nesse momento era fugir da realidade através da
bebida, o tempo agora corria contra ele, e cada
minuto seria aproveitado ao máximo. Sentado
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 86 ]
saboreando a Perrier ele pensou em se dedicar ao
tratamento, como prioridade, ao amor com Marlene
e também ao Instituto, pois queria deixar o Instituto
conhecido no Brasil, assim que chegasse de volta
iria convocar os colaboradores do Instituto para que
adiantassem a peça de estreia, não seria essa
doença que iria desanimar. Precisava ser forte,
precisava lutar para sobreviver a essa tempestade
em sua vida, e que essa crise não afetasse o
casamento dele com Marlene, não queria que ela
sofresse.
Pediu em oração para que Deus o ajudasse a
superar mais esse momento de tristeza, a mesma
força que teve quando perdeu seu pai, sua esposa
agora precisava reunir mais coragem pois o desafio
seria na própria pele.
No quarto Marlene terminou de arrumar as malas, e
olhava desolada pela janela do hotel, não conseguiu
segurar as lágrimas, em seu coração a possibilidade
de perder seu grande amor já deixava um
sentimento de saudade. Enxugou as lágrimas,
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 87 ]
precisava ser forte, decidiu então que aproveitaria
cada minuto com Mário, cada dia como se fosse o
último, o tempo agora era curto, amanhã quando
chegassem ao Brasil, tinha fé que ele ficaria bem
com o tratamento, não sairia do seu lado. Pensou
nos amigos no Brasil, Henrique e Aldo, no Instituto,
na peça que pensavam em produzir para divulgar o
grupo pelo país, assim que chegassem iria pedir que
os colaboradores cuidassem da produção, enquanto
ela cuidaria de acompanhar Mário no tratamento.
Por sorte antes do casamento ela tinha entregado o
roteiro da peça, e a equipe de produção já deveria
estar estudando as estratégias, para produzir o
espetáculo. Parecia coisa do destino, essa peça
escrita por ela, homenageando a história deles,
agora seria uma questão de honra concluir o projeto,
pois, isso alegraria mais ainda a vida de Mário, se
algo acontecesse com ele, seria uma realização o
sucesso desse projeto.
Ficou decidido que o nome da peça seria VIDAS
SELADAS, pois na vida dos quatro amigos, cartas
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 88 ]
foram fundamentais, para a união deles, causaram
também desencontros, quando ela lembra daquela
carta anônima que recebeu dá até arrepio de pensar
que alguém fez tamanha maldade, tentando destruir
o relacionamento deles. O nome veio como uma
representação da amizade que foi selada pela carta
que Mário enviou para a reconciliação e o reencontro
com os amigos, e por coincidência do destino a
primeira empresa que patrocinou a peça teatral de
lançamento do Instituto de Artes, foi o CORREIO,
então o nome alegrou os colaboradores.
Marlene depois que reencontrou Mário, encontrou
inspiração novamente para escrever, os anos de
bloqueio criativo foram apagados de sua memória e
ela buscou no grande amor da sua vida, incentivo
para criar novamente, e a peça depois de analisada
por vários especialistas em teatro do próprio
Instituto, foi elogiada, tinha tudo para ser um
sucesso.
Mário só saiu dos devaneios quando o avião pousou
no aeroporto de São Paulo, tiveram que mudar a
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 89 ]
programação pois eles não poderiam pousar em
Santos já que tinham que ir à Dra Ana Clara
Kneese, Hematologista indicada por Dr Richard,
para acompanhar o tratamento de Mário, o médico
agendou a consulta em contato direto com a colega
de medicina, além de enviar o relatório.
Ao chegarem ao Centro de Hematologia de São
Paulo, aguardaram por 2 horas o atendimento,
Mário ficou nervoso, estava impaciente, acho que
seria rápido, mas viu que assim como ele, várias
pessoas buscavam tratamento com a mesma
médica, e cada história que ouvia no consultório o
deixava mais angustiado, não tem coisa pior para
um paciente, que ficar aguardando atendimento na
recepção de consultório, ele passa a saber de casos
piores, às vezes também escuta histórias de
superação, mas o que realmente o preocupou foi que
não ouviu um caso de cura.
Ao saírem do consultório com todas as
recomendações para o tratamento, viajaram para
Lonia, Mário não parecia nada bem, dores o
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 90 ]
incomodavam, não estava aguentando tanta viagem
e fortes emoções.
No dia seguinte Marlene convidou Aldo e Henrique
para almoçar na casa deles, queria dar a notícia,
decidiram que não esconderiam a doença dos
amigos mais íntimos, toda ajuda agora seria
necessária para o tratamento, ajuda psicológica, era
importante que Mário sentisse amado por todos, o
carinho das pessoas mais próximas era importante
no tratamento.
Quando os amigos chegaram, Marlene logo conta
sobre a doença, o clima de tensão reinou na sala. A
reação de Henrique foi inesperada, um choro
descontrolado o acometeu, ele abraçou Mário, pediu
perdão, soluçando disse nunca ter desejado a morte
dele, mesmo amando Marlene não queria que a
separação dos dois fosse por morte, confessou na
frente dos amigos em lágrimas o amor que sentia
por Marlene, mas que sempre desejou que eles
fossem infelizes no casamento, que se divorciassem,
menos que ele morresse. Um clima tenso se formou
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 91 ]
na sala, mas Mário surpreendentemente o perdoou,
choraram feito crianças, e tudo ficou esclarecido,
parecia que a nuvem carregada da inveja que
sempre pairou sobre eles tinham se dissipado e um
alívio veio em seguida ao desabafo dos dois.
Aldo ouvia tudo atentamente e só lamentou que
tudo tivesse acontecido assim, essa doença foi
inesperada para ele, e também ele nunca tinha
percebido o quanto os dois tinham ciúmes um do
outro.
Depois do almoço conversaram agora sobre a peça
VIDAS SELADAS, tinha que estrear em breve,
prometeram empenho na realização, Henrique e
Aldo sabiam que o sucesso dessa peça envolvia mais
que dinheiro e fama, era uma forma de homenagear
o amigo, que poderia com essa alegria, prolongar os
seus dias de vida.
Os dias que antecederam a estreia foram muito
ativos, Aldo e Henrique decidiram se dedicar mais
ainda a realização do evento, já que Marlene e Mário
estavam em pleno tratamento, e muitas vezes, Mário
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 92 ]
precisou ficar internado para transfusões de sangue,
Marlene dedica agora seu tempo integral no
acompanhamento de Mário, já que ele anda fraco,
mas entra em contato diário com Aldo e Henrique
sendo informada do andamento do Instituto. Mário
também acompanha tudo via internet, agora ele se
dedica as facilidades da tecnologia para distrair, nos
momentos em que vai para o hospital aproveita para
conversar com os amigos quando é possível. Aldo
sempre que fala com ele pela internet brinca dizendo
que ele é consultor online do Instituto. Apesar do
tratamento intenso, Mário está muito feliz, sua
amada, Marlene não o deixa ficar triste um só
instante, a cada dia eles vivem momentos de amor e
companheirismo.
Chegou finalmente o dia da estreia da peça,
Henrique conseguiu a participação da imprensa
local e o evento foi divulgado em vários programas,
inclusive em rede nacional, um programa de
entrevista convidou na véspera da estreia os 4
amigos para falar sobre a peça e o Instituto que já
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 93 ]
era um sucesso na região, tendo formado a primeira
turma de excelentes atores, dançarinos e música,
tendo as matrículas disputadas por talentos do
Estado, o que fez de Lonia o reduto dos artistas em
ascensão, jovens talentos vinham de diversas
cidades para estudar no Instituto.
Mário compareceu nos estúdios de TV para a
entrevista de moletas, ultimamente ele andava fraco
e o risco de quedas poderia piorar a situação,
Marlene sempre ao seu lado, muito feliz com a
chegada da estreia da peça, escrita por ela,
inspirada pela amizade dos 4 amigos, e
impulsionada pelo amor de infância que sentia por
Mário. Aldo e Henrique mereciam todos os créditos
na realização deste evento pois a ajuda deles nesse
momento também foi muito importante. Cada um
contribuiu para o sucesso do Instituto e a peça seria
apenas a confirmação de tudo.
O teatro municipal de Lonia estava lotado, toda as
pessoas que apreciavam a arte, compraram
ingressos antecipados, os convidados especiais
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 94 ]
compareceram e toda imprensa fazendo a cobertura
do evento. Mário, Aldo, Marlene e Henrique
ocuparam o camarote principal, junto com as
autoridades convidadas, afinal o Instituto era um
grande incentivo para a cultura local. Com o
patrocínio dos CORREIOS, um representante da
empresa também estava assistindo atentamente ao
espetáculo. Se a peça realmente agradasse ao
público e a crítica, a empresa vai aumentar o apoio e
circular nos maiores capitais do país, nos melhores
teatros, e já no roteiro escrito por Marlene a aposta é
que seria uma sucesso.
A plateia aplaudiu de pé, os atores foram
ovacionados por um público satisfeito com o
espetáculo teatral, confirmando a aposta do
Instituto de que aquela peça levaria o nome da
escola para todo o Brasil.
Mário esqueceu os problemas, a felicidade era maior
que seus problemas de saúde, agora ele poderia
partir feliz, se sentia plenamente realizado, era
muito amado por Marlene, por seus amigos, e
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 95 ]
conseguiu realizar o sonho deles e fazer outras
pessoas também felizes.
Uma homenagem
Mario seguiu com o tratamento durante mais um
ano. Apesar dos esforços de Marlene e dos amigos, a
doença tem se mostrado cada vez mais voraz e a
idade de Mario não o ajudava muito, passando a ser
comuns sangramentos e às vezes nos casos mais
estremos convulsões fortíssimas que obrigavam
Marlene a correr pra emergência toda vez que elas
vinham. A força de vontade de Mario se esvairia aos
poucos a medida que a doença lhe consumia. Era
difícil lidar com as crises e ainda ver o sofrimento de
sua esposa tentando apoia-lo e esconder dele seu
próprio esforço para mantê-lo feliz e esperançoso
uma vez que a morbidez da Hemofilia o deixava cada
vez mais fraco e com a aparência sofrida. Era a
imagem de um homem idoso, muito magro e sem
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 96 ]
cabelos que vivia sangrando pelo nariz que Marlene
tinha de conviver.
Mario sabia que Marlene começava a enfraquecer,
aquele clima pesado se instalava e parecia ficar cada
vez mais confortável ali na casa dos dois. Era
terrível, ambos sabiam que seus parceiros estavam
muito esgotados, mas não queriam ceder na frente
um do outro. Os dias seguiam desse jeito, entre idas
a consultórios e hospitais receber aplicações de fator
IX, às vezes recebiam visita dos amigos Aldo e
Henrique, mas na maior parte do tempo o casal
passava seus momentos na companhia um do outro.
Marlene acordava às seis horas todos os dias,
preparava o café de Mario, em seguida lembrava-o
de tomar seus remédios, seguindo a risca os
horários, apesar de tudo ele ainda conseguia tomar
banho e cuidar de sua higiene sozinho. Alguns dias
Mario pegava o carro e saia, visitava a instituição às
vezes ficava de bobeira no parque curtindo o sol e
até fez amizades com os idosos da associação
atlética de domino de pedra da cidade de Lonia, com
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 97 ]
quem passava a maior parte da manhã, em seguida
voltava para casa e tomava mais remédios antes do
almoço .
Marlene achava saldável às saídas matinais de
Mario, isso a alegrava muito, a fazia pensar que seu
marido continuava positivo e feliz para continuar
com o tratamento. Mas não era bem assim, ele sabia
que tinha de dar um tempo de sua doença a
Marlene, ele não podia sobrecarrega-la com todo o
fardo que esse mal os trazia. Na verdade Mario
escondia sua verdadeira condição clinica, saia com o
carro porque não tinha forças para caminhar além
da quantidade de sangue que tinha perdido nos
últimos meses, o que o fez frequentar ainda mais o
hospital publico de Lonia por conta das frequentes
transfusões de sangue que recebia, inclusive do
próprio Henrique, que havia se tornado seu
cumplice nesse segredo. O amigo doava sangue
semanalmente no hospital, pois ambos – Mario e
Henrique – possuíam o mesmo tipo sanguíneo, o que
terminou aproximando ainda mais os dois.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 98 ]
Mario sempre pedia: - Henrique, nunca conte a
Marlene sobre essa piora, ela vive muito
sobrecarregado, e as vezes tenho a impressão de que
eu possa estar tornando sua vida miserável com
todo esse meu problema.
- Que é isso Mario! Marlene já mais vai se sentir
desse jeito por ter de estar ao seu lado nesse
momento. Muito pelo contrario, é a prova de que o
relacionamento de vocês é solido e verdadeiro. Vocês
sobreviveram ao tempo e ao desentendimento, não
vai ser essa doença que terminara com tudo.
-Valeu Henrique. Eu sei disso, mas as vezes é difícil
pensar desse jeito. Eu sinto que ela está cansada,
apesar de tentar disfarçar. Mas é inevitável e muito
doloroso eu entendo ela.
-Mario, sua mulher é muito forte, ainda mais
quando ela se apega na esperança da sua melhora.
Nada vai fazê-la desistir de você.
-Eu sei, mas eu já passei pelo que ela vive agora.
Quando eu digo que a entendo é porque eu já estive
no lugar dela. Eu estive com o meu pai até o ultimo
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 99 ]
dia, eu tinha esperança de que tudo ia ficar bem,
mas à medida que os dias passavam eu me sentia
cada vez mais desgastado vendo ele piorar, sentindo
sua vida se esvaíra ao poucos, tendo que suportar
toda a frustração de perder meu pai para essa
doença.
-Mas Mario, os tempos são outros, a medicina
melhorou muito, suas chances são maiores que as
que seu pai tinha. Vamos lá seu velho decrepito,
animo!
Mario ri alto. –Velho decrepito? Vamos parar por
aqui se você não quiser que eu desenterre seu
apelido.
-Eu não lembro de nenhum apelido da nossa época.
-A meu caro você que pediu por isso. Capenga!
Entonou Mario com ar de brincadeira e esperando
Henrique cair na risada.
E foi o que aconteceu, depois que Henrique aceitou a
brincadeira e caiu na risada foi a fez de Mario
acompanhar.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 100 ]
Assim que Mario termina a transfusão vai direto
para casa, Marlene acha que Mario esta na praça
matando o tempo e não o espera tão sedo, é quando
Mario chega sorrateiro e se surpreende,
encontrando-a aos prantos na mesa da cozinha. Ele
a deixa em seu momento e volta para o carro. Tudo
o que Mario temia com relação ao que sua esposa
pudesse estar passando, agora era evidentemente
realidade. Não haviam mais hipóteses ou teorias,
estava tudo claro na cabeça de Mario, estava
acontecendo como ele havia previsto.
Dessa vez Mario bate na porta e chama por Marlene.
–Querida, você está em casa? Pergunta ele fingindo
estar chegando em casa pela primeira vez. –Sim
Mario, aqui na cozinha. Mario a encontra dessa vez
terminando o almoço. Sem lagrimas mas com os
olhos vermelhos é a deixa para ele perguntar o que
houve. –Foram as cebolas, benditas cebolas!
Responde Marlene, que emenda dando uma noticia.
-Sabe quem está vindo aqui para Lonia ver você?
-Não. Responde Mario com ar de desconfiança.
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 101 ]
-É o Borges, seu sobrinho está a caminho, ele deve
estar chegando amanhã.
-Sim claro, o Borges, que boa noticia. Eu vou tomar
um banho. Depois disso Mario sobe para o banheiro
onde fica sozinho com seus pensamentos durante
longos minutos, o suficiente para preocupar Marlene
que insiste em apreça-lo para o almoço. Durante o
resto do dia Mario se mantem pensativo e distante.
Mario sentia estar se enganado com relação a sua
melhora, mas o pior era pensar em Marlene,
engana-la também, faze-la crer num milagre que
sabia ele não viria a acontecer. Era questão de
tempo até as coisas continuarem desandando e
transformar a vida deles na mais miserável possível,
levando a um desfecho inevitável e arrasador para o
apaixonado coração de Marlene. O que pesava mais
nos pensamentos de Mario era prolongar o
sofrimento dela com relação a ele.
Na mesma tarde, Mario decide dar uma volta a pé
pela praça o que não era comum. Marlene se
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 102 ]
ofereceu para ir junto, mas Mario insistiu em ir só. –
Sim claro, você tem certeza? Pergunta Marlene.
-Sim, acho que consigo caminhar mais agora. Tenho
me sentindo bem melhor ultimamente. Quero ver
quão bem eu acho que estou.
-Que boa noticia, mas não esqueça o telefone e os
remédios, você tem três para agora à tarde. Não se
esforce muito cuidado.
Na verdade Mario caminhou com muito esforço até a
associação atlética de dominó de pedra encontrar
com seus amigos, ele ficou lá por um tempo jogando
e conversando com os senhores que lá estavam até
se recompor e despedir-se de todo mundo, seguindo
agora para a fundação na qual era fundador. Mario
chega de surpresa e vai direto à parte administrativa
onde ele pode encontrar Aldo e Henrique.
-Ei Aldo, veja só quem resolveu fazer surpresa!
Exclamou Henrique ao ver o amigo. Henrique de pé
aperta a mão do companheiro enquanto Aldo sai de
traz da mesa e vai de encontro a Mario estendendo-
lhe a mão. –Que é isso pessoal, venham aqui vocês
Vidas seladas, por Marlene schumps
[ 103 ]
dois. Fala Mario abrindo os braços e chamando os
amigos para um caloroso e duradouro abraço
carregado verdade e emoção.
-Eu vim aqui ver a fundação. Tem tempos que não
venho aqui.
-Sim claro. Vou fingir que não é uma desculpa para
você ver sua nova namorada. Fala Aldo risonho
olhando para Henrique fazendo brincadeira com a
aproximação dos dois.
Henrique como sempre invocado dá um leve tapinha
na cabeça de Aldo que continua rindo dos dois.
Que é isso pessoal só estou aqui passando o tempo.
E quero aproveitar para dizer que quero levar todo
mundo para comer fora hoje. Os dois ficaram muito
empolgados e confirmaram presença.
Marlene eu te amo
A Noite por volta das nove horas, Marlene chega
acompanhada de Mario no restaurante combinado e
lá já se encontravam esperando os dois amigos Aldo
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Livro vidas seladas

  • 1. Vidas Seladas O Último encontro Marlene schumps
  • 2. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 2 ]
  • 3. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 3 ] capítulo 1. O reencontro 6 capítulo 2. A retomada de um sonho 17 capítulo 3 .Um Relacionamento para toda vida 27 Titulo de ca capítulo 4. Armadilhas do Destino 36 capítulo 5. Uma doença grave 45 capítulo 6. Uma homenagem 76
  • 4. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 4 ] Dedico essa obra aos meus queridos amigos, Henrique, Mário Correia e Aldo Rocha, os quais me ensinaram os bons princípios da vida, obrigado meus amigos.
  • 5. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 5 ]
  • 6. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 6 ] O reencontro Nada como um reencontro para aproximar as pessoas que se amam, Mário mal sabia o quão bravo estavam seus amigos depois que ele o traiu, nada era como antes, aquela beleza que remetia a amizade, como confiar em uma que acabara de destruir seus sonhos, mas o importante para Mário Correia, não era o medo e a vergonha do que fez, mas encontrar e pedir o perdão dos seus amigos. Como batia forte seu coração, que há muito tempo carregava uma mágoa absoluta. Trazendo com sigo seus cabelos brancos e seu rosto entristecido, muito se perguntava se seria bem aceito no ciclo de amizade que tinha deixado para trás. Aldo Rocha, um dos melhores amigos de Mário Correia, não esperava pelo o que aconteceu, mas sabia que seu amigo tinha bons motivos para fazer o que fez, além de Aldo, tinha Henrique que era o mais egoísta e prepotente, na verdade ele queria
  • 7. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 7 ] que o amigo Mário se ferrasse de uma vez, Henrique não era lá de perdoar com facilidade, mas lá no fundo ele estava louco para reencontrar o amigo, pensava ele que Mário não tinha se dado bem na vida e queria ver a cara de sofrimento do amigo, algumas surpresas o aguardavam, Marlene era a única mulher do grupo, era pé no chão, tranquila, mas tinha ela seus motivos para não procurar seu amigo, ela pensava o quão felizes eles poderiam ter sido se Mário não tivera traído. Depois de anos sem se falarem, todos estavam ansiosos para se encontrarem, alguns tivessem motivos maiores para o reencontro, outros nem tanto, mas eles tinham uma única certeza, que apesar do acontecido todos se gostavam acima de tudo, para eles a amizade era mais importante que uma mágoa passada. Naquele dia Mário acordou cedo, pois estava nervoso, afinal era uma responsabilidade e tanta que o aguardava, encontrar seus amigos após década separados, ainda por cima ter de pedir desculpas sem saber ao
  • 8. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 8 ] certo qual seria a reação de cada um. Mário então pegou seu carro e seguiu para o local marcado para o encontro, local esse que todos conheciam bem, naquela velha cidade do interior, Ionia, onde eles viveram momentos de alegria e muita satisfação, uma foto era a única coisa que faziam recordar e lembrar-se daqueles momentos, foto essa que aproximou de vez os amigos. Um passo e uma estrada eram a única que os separavam naquele momento, Mário só imaginava a reação de cada um, sabia ele que Henrique não aceitaria assim tão fácil, também não sabia se aquela amizade com Aldo, ainda ardia como nos velhos tempos, por outro lado aquela mágoa ainda o perturbava. Há poucos metros do local combinado, Mário percebia quanta coisa mudou na cidade, o progresso já havia chegado ali, e ele não tinha acompanhado isso, que sucesso eles e seus amigos poderiam ter feito com os sonhos, já que todos haviam economizado com a esperança de criar seu
  • 9. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 9 ] próprio restaurante, mas a fome que os consumiam era a da saudade. O local marcado foi uma praça simplesinha do interior onde eles moravam o local era bonito, pacato e muito tranquilo. Aldo, Henrique e Marlene chegaram ambos ao mesmo tempo no local marcado. A aparência já não era a mesma, afinal já tinha se passado 30 longos anos, anos esses que os fizeram recordar os bons tempos ao se olharem foram tomados por um sentimento de alegria, onde comemoraram com um longo abraço em grupo, Mário que até então não havia chegado, pois o pneu do carro tinha furado próximo a um posto que ficava nas redondezas da cidade, isso levou os amigos a crer que ele não apareceria, mas por que? Se afinal ele foi o mentor daquele reencontro, Mário apenas olho no seu relógio e vira que as horas estavam se passando e pensava no que os amigos estavam fazendo e se ainda estavam lá a sua espera, na praça os amigos já acreditavam que ele não apareceria mais. Depois de uma longa espera
  • 10. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 10 ] eles resolveram conversar em outro local, e quando menos esperavam eis que surge um carro e para na frente deles, eles tinha certeza que era Mário, Marlene ao olhar para Mário sentiu algo forte dentro de si, que levara a crer aquele homem que estava sua frente era Mário. Henrique não tinha dúvida que era seu amigo, Aldo não esperou e deu um forte abraço no amigo, naquele momento uma lágrima brotou dos olhos de Mário, mal sabia eles que a partir de agora teriam bons motivos para conversarem e curtirem cada momento juntos, nesse momento Mário muito emocionado pede desculpas aos amigos por tê-los abandonado e de fato conta todos os detalhes do que levara a fugir levando o dinheiro, os amigos já sabiam da história, mas se tivesse alguma dúvida seria tirada ali,os amigos de Mario se desculpam com ele pois não tiveram a compreensão adequada que forçara seu amigo ir embora. Aquele seria um dia que jamais seria esquecidos pelos amigos, começaram a conversarem e se
  • 11. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 11 ] interagiram, afinal muito tempo tinha se passado, e nada era como no passado, apesar dos pesares, Mário se mostrava muito satisfeito com a recepção dos amigos, que sempre o apoiaria. Agora o que seria feito das suas vidas, visto que muitos já tinham família e não dava mais tempo de se encontrarem e conviver bons momentos, será que ainda era possível sonhar e reacender a paixão de construírem seu próprio negócio, a antiga paixão de infância montar um restaurante, e todos poderiam reunir se novamente? Só o tempo se encarregará disso. No momento todos só queriam curtir um pouquinho mais, Henrique debochava, pois todos velhos e lhes pareciam apenas ter dezoito anos, quanto juventude no coração acabado, mas para os outros a felicidade não tinha idade. Mário contava aos amigos tudo que depois que foi embora, o sofrimento e a mágoa que ele carregava, porém, não tinha mais importância, afinal tudo começava a partir Dalí.
  • 12. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 12 ] Começaram a andar pela velha cidade a onde moraram, viram o quão diferente a cidade estava, assim como o tempo fez mudanças neles a cidade não foi diferente, perceberam que daí por diante tudo teria que mudar era certo que teriam de recomeçar a, Mário queria devolver o dinheiro que ele tivera retirado dos amigos, mas ninguém aceitou, pois sabiam que se tivesse no lugar dele fariam a mesma coisa, não é fácil ver seu pai definhar sem puder fazer nada. Marlene admirava Mário, o que passava na cabeça dela, algo tomava conta da sua alma como se fosse devorar seu corpo, ela tinha muito tempo afastada do seu amigo, será que era apenas saudades. Saudade eu tenho algo a mais em seu olhar, naquele momento eles comentaram sobre suas carreiras, mais entregava a Mário , por que Marlene parou de escrever, já que era uma ótima escritora e tinha um sucesso tremendo. Não sabia Mário que Marlene buscava novos ares param se inspirar, e falar do que já que entre eles
  • 13. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 13 ] tinha tantas profissões ocultas que eles poderia ter seguido, a exemplo é Henrique que tocava muito piano, mas nunca quis seguir A carreira. Marlene tinha um talento nato para dança, A Lola Rocha amava cantar, cantou até no baile de formatura, já o amigo Mário, gostava das artes cênicas tanto gosto diferente, mas as amarguras do tempo fizeram tomar decisões precipitadas, talvez fosse a explicação para Marlene parar de escrever, pensava Mário. O tempo passava e a conversa só prolongava foi aí que surgiu a ideia de Mario de recuperar o tempo perdido, mas como seria possível já que existiam diversos restaurantes, e para eles ficam manchado. Marlene teve a brilhante de reunir os talentos do todos para que pudesse ser criado algo que pudesse ter a dedicação de todos. Um talento de todos de todos daria para organizar um belo centro cultural, onde pudesse agradar a comunidade o qual, eles tanto gostara. Resolveram que deixaria tudo para
  • 14. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 14 ] trás e abririam mão de muitas coisas para curtir a amizade. Depois do longo passeio, todos já estavam cansados e decidiram para em uma lanchonete e tomar um café, Mário mal acreditava que aquilo tudo puderam está acontecendo, apesar das mágoas o empestável era saber que a confiança havia sido prestada . Com o passar das horas, perceberam que já havia de irem para casa, afinal, tudo estava se concretizando. Foram embora cada um para seu lado, mas com a esperança que logo se veriam novamente. Um novo encontro foi marcado para discutirem mais sobre a nova proposta. Marlene, sugeriu, apostava que as coisas iriam se engrenar, mas e seu namorado? Afinal, era já não queria mais manter o relacionamento, e assim fez. Abriu mão de tudo para apostar em um novo começo ao lado dos seus amigos, e tentar conquistar algo que até então, deixava-a muito triste. Mário que já era viúvo, não teve dificuldade para ingressar na nova carreira, já
  • 15. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 15 ] os outros não abriram de nada, procurando conciliar tudo. Dia após dia, eles se encontraram e conversaram, acertaram detalhes e tudo que tinham direito. O importante era que tudo estava indo bem. Uma hora tudo ia se ajeitar e ficar bem, as ideias foram surgindo, Henrique não concordava com tudo que era dito, mas aos poucos os amigos foram se habituando ao jeito dele, afinal eles se conheciam tão bem, Marlene sugeria algo que se adaptasse a época e que fosse fácil de trabalhar e ter o controle dos outros, foi daí que Aldo teve a ideia de todos trabalharem usando seus talentos, mas não para ganhar dinheiro e sim para ajudar o próximo, afinal eles não tinham tanto tempo assim para desperdiçar com dinheiro, eles queriam se aproximarem e curtir com tranquilidade o que a vida reservava a eles, Aldo sugeriu que eles montassem uma peça teatral e viajasse pelo mundo a fora, Henrique sorriu e não gostou da ideia logo ele um jornalista bem sucedido nos palcos da vida, Marlene queria algo seleto e
  • 16. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 16 ] exclusivo e que fosse inovador, daí veio Mário e sugeriu criar um centro cultural, onde pudessem ajudar a comunidade e levar a conhecimento a pacata cidade de Ionia. Ionia agora seria uma cidade voltada para a arte e cultura, os amigos crentes que haviam solucionado todo o problema, mas na realidade a diversão e o trabalho só estavam começando e tinha muito chão para caminhar, seguir adiante com o sonho não seria fácil, além do preconceito de serem quase idosos, Henrique ainda tava meio com a pulga atrás da orelha com relação a isso, mas acreditava que poderia dar certo e com a ajuda de alguns amigos da mídia eles poderiam ganhar visibilidade com seu centro, parecia um negocio promissor para o grupo, finalmente viriam bons frutos a serem colhidos.
  • 17. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 17 ] A retomada de um sonho Nada como um reencontro para aproximar as pessoas que se amam, Mário mal sabia o quão bravo estavam seus amigos depois que ele o traiu, nada era como antes, aquela beleza que remetia a amizade, como confiar em uma que acabara de destruir seus sonhos, mas o importante para Mário Correia, não era o medo e a vergonha do que fez, mas encontrar e pedir o perdão dos seus amigos. Como batia forte seu coração, que há muito tempo carregava uma mágoa absoluta. Trazendo com sigo seus cabelos brancos e seu rosto entristecido, muito se perguntava se seria bem aceito no ciclo de amizade que tinha deixado para trás. Aldo Rocha, um dos melhores amigos de Mário Correia, não esperava pelo o que aconteceu, mas sabia que seu amigo tinha bons motivos para fazer o que fez, além de Aldo, tinha Henrique que era o mais egoísta e prepotente, na verdade ele queria que o amigo Mário se ferrasse de uma vez,
  • 18. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 18 ] Henrique não era lá de perdoar com facilidade,mas lá no fundo ele estava louco para reencontrar o amigo, pensava ele que Mário não tinha se dado bem na vida e queria ver a cara de sofrimento do amigo, algumas surpresas o aguardava , Marlene era a única mulher do grupo, era pé no chão, tranquila, mas tinha ela seus motivos para não procurar seu amigo, ela pensava o quão felizes eles poderiam ter sido se Mário não tivera traído. Depois de anos sem se falarem, todos estavam ansiosos para se encontrarem, alguns tivessem motivos maiores para o reencontro, outros nem tanto, mas eles tinham uma única certeza, que apesar do acontecido todos se gostavam acima de tudo, para eles a amizade era mais importante que uma mágoa passada.Naquele dia Mário acordou cedo, pois estava nervoso, afinal era uma responsabilidade e tanta que o aguardava, encontrar seus amigos após década separados, ainda por cima ter de pedir desculpas sem saber ao certo qual seria a reação de cada um. Mário então
  • 19. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 19 ] pegou seu carro e seguiu para o local marcado para o encontro, local esse que todos conheciam bem, naquela velha cidade do interior, Ionia, onde eles viveram momentos de alegria e muita satisfação, uma foto era a única coisa que faziam recordar e lembrar-se daqueles momentos, foto essa que aproximou de vez os amigos. Um passo e uma estrada eram a única que os separavam naquele momento, Mário só imaginava a reação de cada um, sabia ele que Henrique não aceitaria assim tão fácil, também não sabia se aquela amizade com Aldo, ainda ardia como nos velhos tempos, por outro lado aquela mágoa ainda o perturbava. Há poucos metros do local combinado, Mário percebia quanta coisa mudou na cidade, o progresso já havia chegado ali, e ele não tinha acompanhado isso, que sucesso eles e seus amigos poderiam ter feito com os sonhos, já que todos haviam economizado com a esperança de criar seu próprio restaurante, mas a fome que os consumiam era a da saudade.
  • 20. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 20 ] O local marcado foi uma praça simplesinha do interior onde eles moravam, o local era bonito, pacato e muito tranquilo. Aldo, Henrique e Marlene chegaram ambos ao mesmo tempo no local marcado. A aparência já não era a mesma, afinal já tinha se passado 30 longos anos, anos esses que os fizeram recordar os bons tempos ao se olharem foram tomados por um sentimento de alegria, onde comemoraram com um longo abraço em grupo, Mário que até então não havia chegado, pois o pneu do carro tinha furado próximo a um posto que ficava nas redondezas da cidade, isso levou os amigos a crer que ele não apareceria, mas por que? Se afinal ele foi o mentor daquele reencontro, Mário apenas olho no seu relógio e vira que as horas estavam se passando e pensava no que os amigos estavam fazendo e se ainda estavam lá a sua espera, na praça os amigos já acreditavam que ele não apareceria mais. Depois de uma longa espera eles resolveram conversar em outro local, e quando menos esperavam eis que surge um carro e para na
  • 21. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 21 ] frente deles, eles tinha certeza que era Mário, Marlene ao olhar para Mário sentiu algo forte dentro de si, que levara a crer aquele homem que estava sua frente era Mário. Henrique não tinha dúvida que era seu amigo, Aldo não esperou e deu um forte abraço no amigo, naquele momento uma lágrima brotou dos olhos de Mário, mal sabia eles que a partir de agora teriam bons motivos para conversarem e curtirem cada momento juntos, nesse momento Mário muito emocionado pede desculpas aos amigos por tê-los abandonado e de fato conta todos os detalhes do que levara a fugir levando o dinheiro, os amigos já sabiam da história, mas se tivesse alguma dúvida seria tirada ali,os amigos de Mario se desculpam com ele pois não tiveram a compreensão adequada que forçara seu amigo ir embora. Aquele seria um dia que jamais seria esquecidos pelos amigos, começaram a conversarem e se interagiram, afinal muito tempo tinha se passado, e nada era como no passado, apesar dos pesares,
  • 22. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 22 ] Mário se mostrava muito satisfeito com a recepção dos amigos, que sempre o apoiaria. Agora o que seria feito das suas vidas, visto que muitos já tinham família e não dava mais tempo de se encontrarem e conviver bons momentos, será que ainda era possível sonhar e reacender a paixão de construírem seu próprio negócio, a antiga paixão de infância montar um restaurante, e todos poderiam reunir se novamente? Só o tempo se encarregará disso. No momento todos só queriam curtir um pouquinho mais, Henrique debochava, pois todos velhos e lhes pareciam apenas ter dezoito anos, quanto juventude no coração acabado, mas para os outros a felicidade não tinha idade. Mário contava aos amigos tudo que depois que foi embora, o sofrimento e a mágoa que ele carregava, porém, não tinha mais importância, afinal tudo começava a partir Dalí. Começaram a andar pela velha cidade a onde moraram, viram o quão diferente a cidade estava, assim como o tempo fez mudanças neles a cidade
  • 23. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 23 ] não foi diferente, perceberam que daí por diante tudo teria que mudar era certo que teriam de recomeçar a, Mário queria devolver o dinheiro que ele tivera retirado dos amigos, mas ninguém aceitou, pois sabiam que se tivesse no lugar dele fariam a mesma coisa, não é fácil ver seu pai definhar sem puder fazer nada. Marlene admirava Mário, o que passava na cabeça dela, algo tomava conta da sua alma como se fosse devorar seu corpo, ela tinha muito tempo afastada do seu amigo, será que era apenas saudades. Saudade eu tenho algo a mais em seu olhar, naquele momento eles comentaram sobre suas carreiras, mais entregava a Mário , por que Marlene parou de escrever, já que era uma ótima escritora e tinha um sucesso tremendo. Não sabia Mário que Marlene buscava novos ares param se inspirar, e falar do que já que entre eles tinha tantas profissões ocultas que eles poderia ter seguido, a exemplo é Henrique que tocava muito piano, mas nunca quis seguir A carreira. Marlene
  • 24. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 24 ] tinha um talento nato para dança, A Lola Rocha amava cantar, cantou até no baile de formatura, já o amigo Mário, gostava das artes cênicas tanto gosto diferente, mas a amargura de tempo fizeram tomar decisões precipitadas, talvez fosse a explicação para Marlene parar de escrever, pensava Mário. O tempo passava e a conversa só prolongava foi aí que surgiu a ideia de Mario de recuperar o tempo perdido, mas como seria possível já que existiam diversos restaurantes, e para eles ficam manchado. Marlene teve a brilhante de reunir ao talentos do todos para que pudesse ser criado algo que pudesse ter a dedicação de todos. Um talento de todos de todos daria para organizar um belo centro cultural, onde pudesse agradar a comunidade o qual, eles tanto gostara. Resolveram que deixaria tudo para trás e abririam mão de muitas coisas para curtir a amizade. Depois do longo passeio, todos já estavam cansados e decidiram para em uma lanchonete e tomar um café, Mário mal acreditava que aquilo tudo puderam
  • 25. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 25 ] está acontecendo, apesar das mágoas o empestável era saber que a confiança havia sido prestada . Com o passar das horas, perceberam que já havia de irem para casa, afinal, tudo estava se concretizando. Foram embora cada um para seu lado, mas com a esperança que logo se veriam novamente. Um novo encontro foi marcado para discutirem mais sobre a nova proposta. Marlene, sugeriu, apostava que as coisas iriam se engrenar, mas e seu namorado? Afinal, era já não queria mais manter o relacionamento, e assim fez. Abriu mão de tudo para apostar em um novo começo ao lado dos seus amigos, e tentar conquistar algo que até então, deixava-na muito triste. Mário que já era viúvo, não teve dificuldade para ingressar na nova carreira, já os outros não abriram de nada, procurando conciliar tudo. Dia após dia, eles se encontraram e conversaram, acertaram detalhes e tudo que tinham direito. O importante era que tudo estava indo bem. Uma hora tudo ia se ajeitar e ficar bem, as ideias foram
  • 26. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 26 ] surgindo, Henrique não concordava com tudo que era dito, mas aos poucos os amigos foram se habituando ao jeito dele, afinal eles se conheciam tão bem, Marlene sugeria algo que se adaptasse a época e que fosse fácil de trabalhar e ter o controle dos outros, foi daí que Aldo teve a ideia de todos trabalharem usando seus talentos, mas não para ganhar dinheiro e sim para ajudar o próximo, afinal eles não tinham tanto tempo assim para desperdiçar com dinheiro, eles queriam se aproximarem e curtir com tranquilidade o que a vida reservava a eles, Aldo sugeriu que eles montassem uma peça teatral e viajasse pelo mundo a fora, Henrique sorriu e não gostou da ideia logo ele um jornalista bem sucedidio nos palcos da vida, Marlene queria algo seleto e exclusivo e que fosse inovador, daí veio Mário e sugeriu criar um centro cultural, onde pudessem ajudar a comunidade e levar a conhecimento a pacata cidade de Ionia. Ionia agora seria uma cidade voltada para a arte e cultura, os amigos crentes que haviam solucionado
  • 27. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 27 ] todo o problema, mas na realidade a diversão e o trabalho só estavam começando e tinha muito chão para caminhar, seguir adiante com o sonho não seria fácil, além do preconceito de serem quase idosos, Henrique ainda tava meio com a pulga atrás da orelha com relação a isso, mas acreditava que poderia dar certo e com a ajuda de alguns amigos da mídia eles poderiam ganhar visibilidade com seu centro, parecia um negocio promissor para o grupo, finalmente viriam bons frutos a serem colhidos. Um Relacionamento para toda vida Após seis meses mantendo um relacionamento quase escondido, poucas pessoas sabiam que o Mario e a Marlene estavam em um namoro. Tudo permaneceria dessa forma se não fosse o flagrante inoportuno do amigo Henrique. Certo dia quando fora fazer as vistorias corriqueiras e acompanhar o andamento do
  • 28. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 28 ] trabalho no centro cultural idealizado por ele e pelos amigos, Henrique subiu pelo galpão olhou se nas portas haviam algum sinal de violação, mas percebeu que a luz da salinha de almoxarife, que fica no andar de cima , estava acesa. Pensou em subir as escadas para ir apagá-la, mas deparou-se com o chão do ambiente sujo, e por um tempo esqueceu-se que na noite anterior alguém também havia esquecido de desligá-la. O Henrique não era exigente, mas gostava de tudo muito limpo e organizado. Então, em uma expressão brusca, este homem meteu as mãos no bolso do seu casaco de linho, onde puxou seu inseparável relógio suíço Piacet e logo ficara aliviado com o resultado que vira nas horas: _ Ainda é cedo! Suspirou ele. Percebera que a ajudante de limpeza não estava atrasada, ainda eram 07h20min da manhã, então em um leve riso no canto da boca, Henrique teve a certeza de que tudo estava indo bem. Esse camarada de perfil um pouco mais ácido, não era má pessoa ou um chefe
  • 29. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 29 ] daqueles que aterroriza os funcionários, apenas gostava de ter a certeza de que os deveres estavam sendo cumpridos. Depois disso, Henrique subiu as escadas e finalmente foi em direção a salinha de almoxarife que estava com as luzes acesas. Ao aproximar, Henrique observou a porta que estava entreaberta. Foi ai que se deparou com seus amigos Mario e Marlene dormindo em uma grande intimidade. O Henrique não era um homem tagarela, apesar de nascer com vocação de jornalista, o fato é que ele odiava guardar estórias. No momento em que foram vistos de surpresa pelo amigo, Marlene e Mário se esforçaram para tentar explicar a situação, mas foi inútil. Em um gesto típico do seu gênio árido, Henrique levou o dedo indicador aos lábios fazendo sinal de silencio: _Nada tens que me explicar. Parabéns! Disse ele, que selou a porta do almoxarife com um disfarçado sorriso e saiu do local. Enquanto descia as escadas, este homem que pretendia deixar o prédio o mais
  • 30. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 30 ] rápido possível teve um daqueles pensamentos maquiavélicos que vem na mente de um ser humano quando se sente traído. Traído? O que pensou na verdade o Henrique ao ver a sena? Na verdade o que ele sentiu foi remorso. É foi sim. O Mário sempre foi um cara extrovertido e apesar de aparentar um homem com mais idade, era jovem na alma e sempre conquistava as mulheres que queria. Já o Henrique... Ah! O Henrique era inteligente, mas era calculista, disciplinado, adorava mostrar a deus e ao mundo o quanto era culto. E apesar do seu excessivo nariz afilado que segurava na ponta um óculos de Nerd parecido com o Clark Kant, era bonito. Sim era um belo homem! Mas tinha o espírito fechado. Esta era afinal a sua grande falha: _Sou um grande besta! Pensou ele. Entrou no carro e finalmente deixou o espaço cultural. Em casa, Mário estava embebido nos pensamentos dolorosos do passado. Apesar de estar namorando a Marlene, Mário não era totalmente feliz. Afinal de contas, foi casado, amou muito sua ex-mulher que o
  • 31. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 31 ] acompanhara durante quase vinte anos de vida. Ele tinha medo de sofrer novamente, ah como tinha! Uma vez confiara nos prazeres da vida, valsou conforme a musica, mas ao final, a musica acabou e ele ficara triste e só em sua vida medíocre. Com a morte de sua amada esposa, Mário pegou um vício de só dormir depois de uma taça de vinho tinto. Esta aliás, foi a melhor forma encontrada por ele nos quase dez últimos anos após a lamentável morte de sua esposa. Deitado em seu leito solitário como a lua ele suspirou: _Que sina me reservou a vida... Mereço mesmo esse sofrimento, pois fui um grande traidor! No fundo Mário nunca se perdoara da traição que fez com os amigos de infância. Na época ele havia sumido não só com a soada economia acumulada com tantos esforços pelo grupo de quatro amigos, que vendiam objetos antigos em bazar a fim de levantar grana para assim realizar o tão sonhado restaurante em Iona.
  • 32. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 32 ] Talvez nunca precisasse ter de sair da pequena cidade se não tivesse feito o que fez, talvez nem tivesse sofrido tanto na vida com a dor da perda da esposa, pois nunca a conheceria, talvez até nunca precisasse de amigos, pois os seus verdadeiros nunca os deixariam._Mas fiz! Pensou ele lembrando do dia em que enganou a todos levando o dinheiro na sacola. Já era tarde da noite quando o sono tomou conta de Mário que fechou os olhos e pegou a pensar na Marlene. Em pensamento, Mário dormia com ela, era verdade, mas tinha medo de tê-la. Quando O sol de Iona despertou no céu da pequena cidade, nosso protagonista foi acordado com os pequenos fios de luz emitidos pelo astro rei. Mário vagarosamente abriu os olhos e viu que já era dia. Levantou-se, calçou o chinelo que estava ao lado da cama amarrou o laço do pijama em volta da cintura e saiu para a varanda da casa. Lá ele observou que uma carta havia sido deixada pelos entregadores dos
  • 33. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 33 ] correios. Marlene era uma mulher romântica e adorava expressar o seu amor em cartas. Mário não se importava muito com essas coisas, mas não poderia ser tão grosso em desapontar os carinhos da amada. Certo dia ele escreveu uma carta de amor para Marlene que recebera em sua residência como se recebe um premio Nobel. Ela esperou por outras cartas outras vezes, mas essas nunca mais lhe retornaram. Mário não gostava muito de escrever, era galante no jeito, conquistava qualquer mulher em um simples olhar, apesar dos seus poucos mais de quarenta anos de idade, nosso ator nunca perdera o encanto. Não era muito de se envolver, nunca soube de nenhuma traição por parte de sua ex-mulher, mas se tornara muito experiente e cauteloso na arte de amar. Já Marlene era muito doada, quer dizer, se tornara muito doada quando reencontrou com Mário. No passado, quando eram quase crianças chegou a se apaixonar pelo rapaz, mas esse nunca a enxergou de forma diferente. Depois de muito tempo, quando ele
  • 34. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 34 ] foi embora, ela ficara muito triste, chorou várias vezes, escrevia cartas, mas sem respostas. Então, eis que apareceram outros garotos em sua vida, mas ela nunca os levou a sério. Não queria ninguém, ficou com mágoa da vida, só vivia para o trabalho, para as conquistas, desafios e prazeres momentâneos daqueles que a vida nos trás e leva. Adorava estar com os amigos e nunca percebera que um desses também amava esta ao lado dela. Esse era o Henrique. Nunca havia te abandonado, nunca deixara só. Ela sabia que podia contar com ele para o que desse e viesse. Mas, ela o tinha como um grande irmão e nunca o olharia com olhos de amante. Mesmo com certo receio em se entregar novamente ao amor, Mario se esforçara. Deu mais uma chance a si mesmo. Certo dia ele despertou com uma vontade de viver, saltou da cama, lavou o rosto, banhou-se, vestiu uma roupa mais jovem e foi à procura da Marlene que ainda se encontrava dormindo. Chamou na companhia, mas ninguém o
  • 35. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 35 ] atendia, então começou a chamar batendo palmas no portão, mas foi impossível, a moça estava embebida em um sono profundo, alem disso a casa era muito grande e o quarto da jovem era o ultimo dos aposentos. Então, Mario decidiu dar um tempo e esperar que a moça despertasse naturalmente. Sentando em uma pracinha, em frente a casa de Marlene, Mario observou que um vendedor de flores estava com buquês de rosas lindas, aliás, rosas brancas eram as preferidas da amada. Então se levantou para escolher o mais belo botão para cortejá-la, mas ao cheirar as flores, veio em sua mente as lembranças do passado. Relembrou o dia em que sua ex-mulher foi sepultada, lembrou das velas, do cheiro de flores que cercava o ambiente fúnebre e sentiu-se vulnerável. Repentinamente uma angustia tomou conta do seu ser. Lembrou-se de como fora feliz com aquela mulher. Lembrou dos olhos negros da Marlene, mas novamente foi tomado por um sentimento depressivo, largou as flores e saiu desesperado em busca de algum entorpecente.
  • 36. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 36 ] Nessas horas de angustia meu caro leitor, você deve concordar comigo que a busca mais procurada pelos amantes é o álcool. E assim o fez. Sentado em um barzinho da esquina, após ter tomado alguns goles de tequila, Mário acalmou-se. Percebeu que um carro acabara de estacionar em frente ao bar onde estava, e eis que desce Henrique. Em um gesto de decoro, Mário se levanta, estende as mãos ao amigo convidando-o a sentar. _Como, vai ? O que faz em um bar tão cedo? Perguntou Henrique. Mário, um pouco tímido lhe respondi: _Na verdade eu... Henrique meu amigo, não é mais nem um segredo para você que eu e a Marlene estamos de caso não é? Hoje acordei com vontade de assumir este relacionamento, mas sempre que tento me libertar do passado, as lembranças me impedem de ser feliz. A Marlene é uma pessoa adorável, madura, inteligente, decidida, também é muito compreensiva, nada tenho do que reclamar, já eu sou o contrário do seu jeito firme. Tenho medo de
  • 37. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 37 ] não me envolver, sair do relacionamento e deixá-la ferida. Enquanto falava, o amigo Henrique o observava com aqueles olhares irônicos, uma mistura de sentimentos bons e ruins, hora sentia dó do sofrimento do amigo, hora sentia inveja do poder de decisão que tinha esse homem sobre as mulheres. A ele nunca coube o poder de escolha, sempre foi a vitima dos relacionamentos, nunca compreendera a alma feminina, nunca teve a certeza de um amor verdadeiro. Henrique o admirava é claro, mas sentia angustia a cada vez que o Mário tocava no nome de Marlene. Estaria ele gostando da mesma mulher? Nem mesmo ele saberia responder ao certo. Ficaram ali naquele bar, era um sábado, fazia um sol daqueles que nos convida a sair. E lá ficaram eles até ao meio dia. Beberam várias cervejas, mas Henrique não o aconselhou. Apenas disse que a vida tinha dessas coisas que só o tempo poderia resolver, ficaram sem trocar palavras por um tempo até que Mário quebrou o silencio.
  • 38. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 38 ] _Esta é a ultima rodada para mim Henrique, vem comigo? Não. Respondeu o amigo que levantava apressado dizendo ter esquecido um compromisso marcado. Mário riu, deu lhe um abraço e foram embora. Nosso protagonista não poderia imaginar como a Marlene ficaria feliz se tivesse recebido aquelas flores. Mas a amada não as recebeu. Mário chegou em casa, tomou banho e deitou-se. Dormiu pensando novamente em Marlene. Quando acordou, vestiu-se e foi a sua procura. _Janta comigo? Perguntou Marlene. _Sim eu aceito. Disse Mário, obedecendo à gentileza de sua namorada que puxava a cadeira o convidando a sentar. _O jantar está maravilhoso. Disse ele. _Obrigada. Disse ela que ria agradecida ao galanteio. Neste momento, Mário a enxergou com um olhar materno, não era só o amor de homem e mulher que estava presente em seu coração, Marlene era linda!
  • 39. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 39 ] Sim, não poderia existir mulher tão agradável igual a ela. Enquanto ele a observava, Marlene corou, mas ele pegou em suas mãos e disse: __Me amas realmente como diz? Ela, com a voz meio travada não sabia se o respondia ou se atirava-lhe logo um beijo, mas se conteve e disse:_ Eu te amo Mário! Sempre te quis, mas guardei esse segredo por toda a vida. Ele sorriu sentindo-se homenageado, com as palavras daquele anjo. Pareciam palavras aveludadas então, levantando-se. Mário a convidou para tomar um ar no jardim. Ela meigamente levantou-se dando lhe as mãos. A noite estava perfeita para um convite, e Mário tirando um anel do bolso lançou-lhe uma pergunta: Aceita ser a minha esposa? Dessa vez Marlene não resistiu e deu lhe um beijo profundo. __ Aceito! Disse ela. _Aceito, aceito! E novamente o beijou. Não poderia existir noite mais feliz para ela. Realmente Marlene o amava, nada poderia impedir o casamento. O anel era lindo, devia ter custado uma
  • 40. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 40 ] nota, mas Marlene não se importava com essas coisas, e nem ele, mas o momento pedia algo especial e assim ele o fez. _Podemos marcar a data do nosso casamento? Perguntou ele.___ Claro! Respondeu ela. Que completou:___ Quando casaremos? _ Marlene, não sou tão moço assim, temos nossas casas, por enquanto aluguei aqui na cidade um pequeno cômodo para me hospedar, mas tenho minha casa na capital, posso vendê-la e me mudar de vez para Iona, você tem seu trabalho, nos amamos verdadeiramente, nada pode nos impedir de casar-mos. Quero que seja o mais rápido possível, afinal a vida é muito curta. _ Nem penses nisso! Disse ela olhando-o com olhos críticos! _ Vamos nos casar mês que vem, e vamos morar aqui mesmo em Iona. Afirma ele. _ Não poderia haver lugar melhor para viver-mos Mário! Eu te aceito onde for.
  • 41. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 41 ] Aquela noite fora tão especial para Marlene que mal conseguira dormir de tanta felicidade. Quando Mário fora embora, ela ficou sonhando acordada com a noite do casamento, cada segundo havia sido mágico, quando conseguiu adormecer já eram mais de cinco da manhã, e os primeiros raios de luz já começavam a invadir a sala onde havia adormecido no sofá. No dia seguinte, os amigos aproveitaram o feriado dominical para se reunirem no espaço cultural. Mário viu na ocasião, o melhor momento para contar do compromisso que havia selado com a Marlene: _Eu e a Marlene estamos de casamento marcado. Disse Mário olhando os outros amigos que também o olharam espantado: Você e a Marlene Vão se casar? Como? Por quê? Perguntou o Aldo sem nem entender o que estava acontecendo. Aldo era uma pessoa muito simples, não era muito observador, por isso nunca passara em sua cabeça que os dois poderiam estar juntos, a
  • 42. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 42 ] final Mário e Marlene eram bons fingidores, em um bom sentido é claro. _Sim! Respondeu Marlene. _ Por que eu fui o ultimo, a saber? Disse o Aldo. Que fora respondido por um riso irônico do amigo Henrique: _Por que só vive ocupado na oficina. E todos começaram, a rir da expressão desentendida do Aldo. Que disse: Então viva ao casal! Este momento mereceria uma comemoração entre os amigos, mas o Henrique apenas levantou, cumprimentou o amigo Mário desejando lhe parabéns e voltando-se para a noiva, dando um abraço e disse lhe aos ouvidos: Desejo-te muita sorte querida. Sorte? Por que o Henrique lhe desejaria sorte? Marlene ficou meio sem entender o porque que o amigo havia lhe dito essas palavras e durante o restante da reunião não lhe parava de fitar os olhos. Mário por algumas vezes percebeu a troca de olhares entre os dois e no intervalo da reunião chamou sua noiva em particular:
  • 43. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 43 ] _O que esta havendo entre você e o Henrique? Desesperada e sem entender nada, a moça lhe indagou: _Mário? O que há contigo meu amor? Desconfias de mim? O que poderia existir entre eu e o amigo Henrique além da amizade? _Esquece! Desculpe-me por pensar mal de ti. Peço que me perdoe. _Tudo bem, mas para o nosso bem, não torne a desconfiar de mim. Disse ela, com sua voz de veludo. Os dois saíram, e novamente foram estar com o restante do grupo. Mário ainda observava os dois , como se quisesse dar um flagrante, mas Marlene e Henrique não mais trocaram olhares. Ás quinze da tarde foi à hora em que a reunião acabou. Todos se despediram um do outro e o casal saiu de mãos dadas. Mário levou a Marlene até o portão de casa, ela o convidou para entrar, ele se negou, disse que precisava resolver algumas coisas, então, nada tendo mais a falar um para o outro ele se retirou.
  • 44. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 44 ] Enquanto ia-se a moça ficou a observá-lo, ficou admirando o futuro esposo caminhado na rua até dobrar a primeira esquina e desaparecer de vista. Ela suspirou, abriu a porta e entrou. Logo quando anoiteceu, Marlene se preparou para receber o seu amado em casa, mas ele não foi visitá-la. O que houve? Ela confiava em seu amor: _Algum motivo ele teve para não ter vindo me visitar. Pensou ela despreocupada. Na manhã seguinte, Mário foi ter com ela. Para não ser quebra prazer ela nem perguntou pelo motivo do sumiço na noite anterior, apenas o apertou em seu peito, e com aqueles olhares de sedução o chamou para entrar. Ele entendeu o convite, mas se negou, disse que só estava passando para explicar a razão do desaparecimento na ultima noite: _ Amor, desculpas por não ter vindo te ver, estava muito cansado e acabei adormecendo, mas já comecei a pensar na festa do nosso casamento. O modo como Mário falava deixava Marlene encantada, ela jamais poderia pensar que seu amado a trairia.
  • 45. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 45 ] Apesar da beleza e do jeito galante capaz de conquistar as mais belas mulheres que desejasse nosso protagonista jamais cairia nessas ciladas da vida. Admirada com a iniciativa do futuro esposo, Marlene disse que já estava se encarregando da lista de convidados, afinal, tantas pessoas novas haviam conhecido naquela humilde cidade, coisa que o Mário não daria conta. Ele concordou sorrindo com ela e novamente precisou sair. Ela desmanchou o sorriso da face e perguntou: Já vai? Mas tão cedo! _Sim. Preciso organizar o espaço para festa, a igreja, a viagem (...) ainda tenho muito a fazer. Respondeu ele. _ A viagem? Disse ela. _sim! A viagem, ou não pretende viajar após a cerimônia? Nem esperou pela resposta da sua futura esposa, mais que depressa Mário se retirou e sumiu pela porta da frente. Marlene ficara tão sem ar que foi tomada por um sentimento que nem mesmo ela conseguiria explicar, só sabia que era bom.
  • 46. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 46 ] Mas, caro leitor, não pense você que uma visita de amor é inesperada, por que agente sempre o espera, só não sabe exatamente a hora em que irá aparecer. A visita inesperada a qual trata o tema desse capitulo é a do amigo Henrique. Marlene estava sentada na mesinha do computador fazendo a lista de convidados quando se depara com Henrique entrando pela sala: ___Oh! Veja só quem esta aqui! Meu amigo, que bom que vieste me visitar. O que houve? Não foi trabalhar hoje? ___ Não, hoje devo chegar um pouco mais tarde, passei pela praça que esta florida e lembrei-me de você. ___ Lembrou de mim em ver as flores? Disse ela com ar de risos. Vem, veja como estão lindos os convites, o Mário saiu daqui não faz muito tempo. __Dormiu aqui novamente? Perguntou ele. __ Não! Mas não teria nenhum problema se caso tivesse dormido teria? Afinal de contas já somos adultos e de casamento marcado.
  • 47. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 47 ] __Desculpas! Não era para ter feito essa pergunta. ___ Esta tudo bem Amigo Henrique. Disse ela. Nesse momento ele sentou-se no sofá olhou bem aquela mulher em sua frente e disse: ___Vai mesmo casar com o Mário? Marlene, não entendia o porquê que o amigo estava tão interessado na pergunta e responde: __Sim! Mas do que nunca eu o amo! Na verdade você sempre soube que eu o amava, depois de tanto tempo sem vê-lo, não posso deixá-lo escapar novamente. Henrique achou melhor ir embora, perdera a batalha pensou ele. Basta olhar nos olhos dela para perceber o quanto o ama. Na verdade ele nunca havia lutado, era exigente, esperto, mas para o amor era sempre pusilânime, covarde. ___ tenho que ir agora! Disse ele. ___ Mas já? Não tem dez minutos que chegara. ___ Preciso ir trabalhar. Até mais. Marlene, de nada desconfiara sobre a intenção de Henrique e voltou aos afazeres.
  • 48. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 48 ] A carta Logo o dia do casamento se aproximava e o casal mal podia esperar por esse momento. Toda a cidade já se preparava para a festa, até mesmo os atores do centro cultural já ensaiavam um espetáculo para a ocasião, encenaram a peça mais famosa do grande dramaturgo inglês Shakespeare. A pesar de dramática, a história de Romeu e Julieta conta uma grande história de amor e era uma das preferidas da Marlene, mas tudo era surpresa. Faltando um dia para a data do casamento, tudo já se encontrava pronto. Apesar da trabalheira, que deu em organizar a festa, seria a semana mais linda para Marlene, se ela não tivesse recebido uma carta em sua residência. Uma carta? Sim, quem a teria deixado? Marlene adorava ler carta, mas desde que ficou sabendo que o Mário não gostava de escrever que ela nunca mais esperou nenhuma. Enfim, ela apanhou -a do chão sentou-se em uma cadeira na varanda e, pois a ler.
  • 49. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 49 ] ___ Cafageste! Como pode fazer isso comigo! Imediatamente, ela amassou a carta e a jogou fora, depois se arrependeu e pegou-a novamente refazendo a leitura. Marlene passou a tarde inteira olhando para o papel ainda amassado. Quem poderia ter deixado aquela carta? Pensou ela. A carta referia-se ao Mário, na verdade a correspondência era cheia de indagações contra ele. No final ela leu uma frase que ficou em sua mente: “Ele casou-se, a esposa morreu. Cuidado querida você pode ser a próxima! Ninguém sabe bem como a ex faleceu, até hoje é um mistério, o que se sabe é que ela era rica, e ele ambicioso. Sabia que ele é ambicioso?” A moça pensou em ir à procura do Mário para ele se explicar sobre todas aquelas acusações, mas desanimou-se. Será mesmo verdade? No fundo Marlene não estava dando muita atenção para aquela carta, mas guardou-a em sua bolsa. Era uma sexta feira, fazia um sol maravilhoso. O noivo estava radiante, esquecera de todas as lembranças negativas do passado, descobrira o quanto era feliz ao lado da Marlene, queria construir
  • 50. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 50 ] com ela uma família, ainda dava tempo de ter filhos, dois ou três. Ela ainda era jovem estava na casa dos trinta e ele nos quarenta. Nunca tivera um filho se quer por isso a pressa de viver. Em sua bela casa, Marlene já começava a se arrumar, convidara um profissional em penteados para ajudá-la a escolher aquele que melhor lhe combinasse. Um maquiador também estava presente para ajudá-la a se arrumar, no portão da frente uma limusine a esperava. Enquanto se admirava no espelho vendo o quanto estava bonita, Marlene percebeu quando um joalheiro entrou em seu quarto para ela escolher o colar que mais lhe agradasse. Mário havia se encarregado de deixá-la mais elegante do que era. Na igreja os convidados já aguardavam pelos noivos, o ambiente estava divinamente arrumado parecia o paraíso dos deuses, o noivo contratara grandes decoradores para agradar a amada. Marlene adorava a cultura grega, e assim Mário decorou a igreja.
  • 51. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 51 ] Quando a noiva apareceu na porta, os convidados ficaram de pé para vê-la. No altar, seu amado também a esperava com ansiedade. A noiva reparou que seus amigos estavam ao lado de Mário como ela havia pedido. O Aldo estava emocionado, Henrique estava sério e Mário sorria olhando para ela. Finalmente Marlene entra sobre o som da tradicional valsa de casamento. Ao aproximar do altar, Marlene lembra da carta recebida no dia seguinte, mas se conteve. Mário que nesse momento já pegava em suas mãos disse-lhe: ___ Você esta linda! Ela riu levemente e retribuiu o elogio: ___Também estás maravilhoso meu amor. O Padre fez a pergunta principal e ambos aceitaram. Ninguém poderia impedir aquela felicidade. Finalmente o casamento se realizou. Os dois agora eram marido e mulher, deveriam se amar na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza como batizou o santo padre. Após a cerimônia todos os convidados foram para a festa, na ocasião os recém casados
  • 52. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 52 ] agradeceram a presença de todos, principalmente a dos amigos que sempre os acompanharam. Depois disso o casal abriu a festa com uma valsa ensaiada, depois teve o momento surpresa da peça teatral de Romeu e Julieta que deixou Marlene muito emocionada, ela abraçava seu esposo como nunca havia lhe apertado antes tudo estava diferente, estavam mais unidos. Ao chegar a meia noite, a princesa teve que deixar a festa com o príncipe, pois já tinha agenda marcada. A lua de mel foi na Grécia, tudo estava indo bem. Durante a viagem de avião Marlene não soltava a mão do seu esposo que também lhe retribuía o gesto. Ao chegar ao Hotel previamente agendado, Mário toma sua amada pelos braços e a deita na cama, lá eles se amaram como se fosse à primeira vez de cada um. Apesar da idade, ambos estavam perfeitamente conservados, ninguém dormiu durante a lua de mel. No dia seguinte foram recepcionados com uma bela comida grega, tinha de quase tudo um pouco, e Marlene cuidava de
  • 53. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 53 ] apresentar cada prato ao seu marido que provava as delicias que a sua amada lhe punha na boca. Ao retornar a suíte, Mário e Marlene deram continuidade a lua de mel, ambos estavam muito felizes. Era um rodízio de promessas para o futuro, ela concordava com quase tudo que ele dizia, estava tudo muito perfeito, nada de errado poderia acontecer, até que Marlene deixa a bolsa aberta em cima da pia do banheiro e Mário enxerga um papel todo amassado. É caro leitor, nem tudo é perfeito, nem nas histórias de amor, Deveria ele mexer na bolsa da Marlene? O Mário não era de bisbilhotar as coisas alheias, mas aquela mulher era agora a sua esposa: __Não há nada de mais em fazer isso, Pensou ele. Ao abrir o papel totalmente amarrotado, Mário leu a carta e imediatamente corre dos seus olhos um vale de lágrimas. Estava tudo tão bem, logo agora que havia esquecido o passado, este novamente bate em sua porta: ___ Marlene! Ele a chama e ela logo vêm lhe atender: ___ o que houve? Vendo a carta nas
  • 54. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 54 ] mãos do seu amado, Marlene cai de joelho e diz: ___ Eu posso lhe explicar. Ele repentinamente sai em direção ao quarto dizendo que não fica mais nenhum minuto ali com ela. Marlene com os olhos triste diz: ___Sou eu quem exige uma explicação droga! Mário fica ainda mais decepcionado com ela: ___ Como pode acreditar no que diz esta carta? ___ Eu não acredito! Então por que guardou este papel? Disse ele. Ela ficou sem resposta e ele disse: Estou indo embora. Uma doença grave Marlene então, mesmo sem Mario querer escutar, ela tenta convencê-lo e explica : - Mario, acabamos de viver um conto de fadas, onde o padre celebrou a nossa eterna aliança, proclamando e selando nossas vidas para todo o sempre. Lembra-te das santas palavras dele: - na saúde e na doença, na
  • 55. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 55 ] alegria e na saúde, confiança é o alicerce maior de um relacionamento, não acha? Mário, esse pedaço de papel amassado, sem nenhuma importância foi colocado em baixo da porta, e hesitei muito em querer saber o teor, por sua causa mesmo, para que não causasse nenhum resquício duvidoso quanto a minha paixão por você e não acontecesse exatamente o que está ocorrendo agora. Sua desconfiança em mim demonstra que você não confia plenamente em mim., não é? Ela, então continua se explicando: - olha, Mario confesso que errei, não em ler o bilhete, mas em não ter destruído, já que parta mim não representa nada, e quem a enviou não foi suficiente corajoso em entregar pessoalmente. - Ora, parece-me que foi um ato infantil, e pior que quem o planejou a essa altura deve estar adorando, pois, sua reação foi de pura incerteza, desconfiança. Armadilhas do Destino
  • 56. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 56 ] Mário- aproveita uma pequena pausa, e lhes faz uma surpreendente revelação: revelação esta que poria em xeque o seu (Mário) verdadeiro sentimento para com Marlene. ___Marlene lembras daquele dia em que Henrique foi notificado do nosso casamento que ele não parava de lhe fitar os olhos. E parece-me que foi correspondido, pois, vocês se entreolharam por muito tempo, tempo este suficiente para que eu me perguntasse: ___Senhor, como dizem por aí “aqui se faz, aqui se paga! E, um outro “Olho por Olho, dente por dente” , será que estou castigado punido pelos meus próprios erros e da pior forma possível, ou seja, sendo traído? Mereço!? Pois bem, ao sair, fui à procura dele, Henrique, e ele me confessou que estaria apaixonado por você, mas que você não esboçou nenhuma reação de esperança parta com ele, você ratificou-lhe que estava de casamento marcado com o grande amor de sua vida. E que nada no mundo nem a morte iria os separar.
  • 57. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 57 ] Marlene então, o interrompe e reitera que suas desconfianças é improcedente e infundadas, perante o relato narrado. Porém o que ninguém o esperava acontecia. ___Marlene então, percebe que, o tom da conversa já começara a ser dissipado e aproveita para atenuar colocando um ponto final e iniciando um outro, deixando sutilmente o desejo de insinuação de que à noite estava apenas começando, pois, a lua lá fora estava dos amantes prometia, já que passara das 18 horas e nesse momento auspicioso, lança- lhe em seus braços e tasca-lhe um caliente e apaixonado beijo. Os dois resolvem então, meu caro leitor, esquecer todos os atenuantes que os levaram a provocarem todos os “quere- quequés” e passaram uma noite literalmente de Mel . onde a Lua foi a protagonista iluminada que fizeram dos dois ser apenas, coadjuvantes numa noite de céu estrelado. No dia seguinte, Marlene, resolve pôr um fim definitivo em toda essa celeuma, e, após tomarem um delicioso
  • 58. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 58 ] Break Feast, ela o chama-o e com um isqueiro na mão vai em direção à sua bolsa e pega-lhe todo o protagonista responsável por ter quebrado o momento único dos pombinhos e, queima-lhe o problema, ou seja, o bilhete. Após jogar as cinzas dentro de um recipiente que está sobre à mesa, eles resolvem aproveitar o dia passeando aos arredores do bairro. Vão ao cinema, Comem pipocas, (nada real, pois, bem?) tiram fotos e usam seu precioso tempo somente em discussões prazerosas. E, após o final da sessão de cinema, onde assistiram a uma comédia hilariante com Jerry Lewis, astro americano da época, uma espécie de mistura de Renato Aragão e Mazzaroppi. E sentados num banco com vista ampla, eles apreciam os casais apaixonados que passam de mãos dadas e alguns trocando carícias e se iniciam uma sessão nostalgia. Onde começam a trazer à tona fatos quando mutuamente se amavam porém tinham vergonha talvez de se declarar, com medo de uma possível repulsa, de negação de afeto.
  • 59. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 59 ] Correia, vestido em uma camisa Azul, com um sapato escolhido a dedo para essa ocasião, cabelos bem, tratados, e penteados, unhas aparadas e barba feita. E bonito como era, nesse sentido, dispensava muitos cuidados, já que estar na linha lhe era um qualidade peculiar, e portanto, não podia causar efeito negativo, haja vista que, a demora em se enfeitar é mais do sexo oposto. Ela também não ficava atrás, cintura fina, curvas a a “La Marilyn Monroe”, que por onde passava deixava os homens loucos, muito provinciana, mais parecia uma duquesa de que uma simples brasileira, recém casada e super apaixonada, que apenas estava de passagem na cidade, em sua lua de Mel. E O PRIMEIRO SUSTO, ENTÃO, ACONTECE! Conversa vai e conversa vem, relato daqui, estórias dali, aos poucos Marlene percebe nele uma certa dificuldade em falar, e reclama:
  • 60. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 60 ] ___ Correa, você está se sentindo bem? Caiu em algum lugar? Pois, reparando bem, estou observando que há um pequeno sangramento nas suas articulações, o qual temos que resolver. Ele, tentando se esquivar das explicações, tenta mudar de assunto, sem êxito. Ela repete a pergunta: ___ caiu onde? Ele então, resolve responder? Amor, foi nada, não! Devo ter sido hoje pela manhã, enquanto me preparava para o banho para virmos para cá, me desequilibrei no lavabo indo ao chão, para não lhe preocupar, dei um jeitinho a La brasileiros.E para completar, enquanto você procurava o toylete, aproveitei para lhe fazer juma surpresa, procurei um florista, e, na pressa pra comprar as flores vermelhas que tanto admiras, tropecei nessas malditas pedras portuguesas. Mas Nada que atrapalhe nossa tarde de Felicidade e de lazer. __ E continuou: ___Desculpe amor, foi para não despertar preocupação Já estou bem! E essa constante dificuldade em respirar, o que tens a dizer? Não é de hoje que estou percebendo essa
  • 61. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 61 ] constante intervalos ao respirar. Mas ela muito preocupada no sangramento lhe informa: É bom pararmos em algum lugar e verificar, fazer pelo menos um paliativo momentâneo enquanto chegamos em casa. Ele para não contrariar e ao tempo despreocupá-la resolve ceder e vão à procura de um local adequado e apropriado para realizar essa limpeza, até por quê não poderiam continuar o passeio com suja perna sangrando causando mal estar a si, e as pessoas. Eles então, encontram um pequeno barzinho que o atendente é muito solícito e lhe fornece gases, algodão e todo o aparato parta os pequenos socorros. Após realizar o estancamento e agradecê-lo, a desconfiança ainda mais aumenta quando o Atendente de nome Michel, lhe chama reservadamente e faz uma recomendação preocupante: Michel, então diz: ____Minha Senhora, me permita, uma observação, na verdade , um alerta. Olha, por experiência, não deixe de procurar um médico imediatamente, pois, os sintomas que seu Marido, não, é? Ela confirma com
  • 62. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 62 ] a cabeça positivamente. Michel retoma a orientação. Pois, pelos sintomas que pude observar nele deve ser, torço para que esteja errado e espero sinceramente, mas, os sintomas são de um típico caso de homifilia, já que tive, infelizmente, um na família, e o mesmo veio a óbito, anos mais tarde. Por acaso, conhece na sua ou na dele alguém que teve pois, se for comprovado o que estou falando essa doença é hereditária. Me responda juma coisa: além desse sangramento, ele tem Dolores, tornozelos, joelhos, e quadris,? O 2º passo é observar essas Atenuantes, por que o 1º é ir ao médico, independente do que seja, o médico é o mais aconselhável . Após agradecer mais uma vez, se despedem. E ele questiona o que tanto ela falava com o atendente. Ela por sua vez , tranqüiliza, ele só estava recomendando para que, quando precisasse dos serviços hospitalares não fizesse cerimônia, poderia procurar ele, só isso.
  • 63. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 63 ] Os pombinhos, então continuam o passeio, Ele então muito brincalhão, pergunta-lhe ___ onde foi mesmo que estávamos antes dessa parada. Antes mesmo dela responder, surpreendentemente, ele lhe rouba um beijo. Ela então devolve em tom de brincadeira, e diz: para quem, há pouco estava sangrando, perdendo sangue, estás muito afoito, não acha? E, enquanto caminhava, começa a divagar, viajar nas palavras do atendente e o convida a por um fim no passeio, alegando seu estado. Que tal irmos embora? ele é incisivo: ___ Calma, Marlene, é só um momento de descontração, só isso. não se preocupe! Não gostou do beijo, não, foi? Ele volta a sentir fortes dores nas pernas e região do tornozelos, mas tenta disfarçadamente escondê-las em vão, ela parece mais um soldado, fiscaliza tudo e, mesmo divagando está visualizando tudo, o contrário do que ele pensa. “O PASSEIO ENTÃO RETOMA O AMBIENTE INICIAL”
  • 64. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 64 ] O passeio então, toma outros rumos, como que prevendo que aqueles seriam seus últimos momentos de felicidade ao lado de sua amada. Amor, diz ele: Vamos aproveitar esse momento, que acha tirar umas fotos? Ainda não registramos nossos momentos de lua de mel, nenhuma foto foi tirada nesse nosso momento tão esperado. Lembre- se os verdadeiros apaixonados só se casam uma única vez, e não somos exceção. Por coincidência, passam justamente por um estúdio fotográfico e, entram para tal feito. Registram fotos de tudo que é posição de todas os trejeitos. Juntos separados, até com o próprio fotográfico, que é intimado para essa missão. E pede para que um auxiliar tire dos três, pedido realizado. Depois, pede que registrem seus dados numa ficha. para que seja enviado ao endereço. E vão depois do registro, um enamorando do outro, continuando a sessão nostalgia. E, as dores, insistem em atacar cada vez mais. E, apesar dele, sem sucesso tentar disfarçar ela
  • 65. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 65 ] percebe e por vários momentos, Marlene o corta, sugere que vão embora. Ele não desiste. diz enfaticamente que continuará a conversarem, e quando for o momento, ele saberá dar o tom de término. Ela então para não deixar ele mais preocupado decide não insistir, atendendo o seu desejo. Que poderia ser o último, e ela não queria ser culpada por não realizá-lo. “Hemartroses (sangramento nas articulações) são comuns em articulações tais como tornozelos, joelhos, quadris e cotovelos. Elas são frequentemente dolorosas, e episódios repetidos podem levar à destruição da sinóvia e à diminuição da função articular. Sangramentos intracranianos também são comuns, e, antes do advento de um tratamento efetivo para os episódios de sangramento, essa era a causa que levava à morte entre os hemofílicos. Deve ser enfatizado que a atividade plaquetária é normal em hemofílicos, de modo que lacerações e abrasões secundárias
  • 66. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 66 ] normalmente não levam a um sangramento excessivo. ___ (Marlene) Amor, então fale devagar, não precisa se preocupar que estou a entenderei. Porém, amanhã nas primeiras horas do dia, iremos não médico pra saber o que está acontecendo realmente com você, certo? E não me venhas com desculpas, isso é uma ordem. Henrique, então como um soldado, de patente inferior obedece. E continuam a conversarem. E ainda sentados no banco, um casal muito bem trajados, e acompanhado de seu suposto filho, lhes cumprimentam. Boa Noite, meu senhor e senhora! Henrique muito educado e sua senhora simultaneamente retribui do mesmo modo. Marlene, por sua vez, não deixa escapar a oportunidade de deixar claro parta Mário, que sente e nutre um forte desejo de ser mãe e pergunta-lhe:
  • 67. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 67 ] __ Senhora, é seu filho? Quantos têm? Antes mesmo que a senhora lhe respondesse, Philippe Michael, o menino de aproximadamente 07 anos se antecipa e diz: __É Sim, Senhora! E não tenho irmãos, não! Contudo, aponta-lhe para a barriga da mãe e complementa a informação:: ___ por enquanto! mas minha irmãzinha ou irmãozinho está chegando! O Sr e Srª Hans Halzemberg então, confirma a interferência do filho e devolve-lhe a pergunta? ___E vocês, não tem, não? Não pretendem ter, não querem filhos? Um filho na vida de um casal é um presente Divino, uma dádiva de Deus. Apesar de trazer muitas preocupações que é normal dentro de um contexto familiar, traz consigo alegria de um casal. Descontrai além de fazer com que esqueçamos dos problemas rotineiros do dia-a- dia.Pois, como dizia minha a senhora minha sogra, não se pode fazer um omelete sem quebrar os ovos, interpela o Sr. Hans. E se despedem do casal. Antes,
  • 68. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 68 ] porém, Marlene pergunta a gestante, se pode pegar um pouco Phillipe em seus braços, o menino não esboça nenhuma reação em contrário. É acolhido e oferecido troca de carinhos mutuamente e de forma recíproca Após o casal e seu filho se afastarem completamente do local onde eles se encontravam Marlene, propunha, então o desejo de se tornar mãe. E espera ansiosa pela decisão positiva do Mário, que não esboça nenhuma negatividade em ser pai, és também um desejo dele, para que ensine ao filho como não ser mal caráter, e disse-lhe. Sim , vamos começar a preparar o nosso rebento. Pois, hoje estamos aqui, e amanhã poderemos não está. A vida é efêmera. Temos que aproveitar em todos os sentidos, inclusive e principalmente constituir uma saudável família para que depois possa sentir orgulho de nós. Marlene continua a sessão Flash Back . E lembram quando se encontraram pela primeira vez, ainda muito jovens. E diz quanto
  • 69. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 69 ] tempo perdemos, podíamos estar desfrutando desses propícios momentos há muito tempo, diz Henrique. Nesse dado momento, Henrique constata não somente uma falta de oxigênio, uma aguda e chata dificuldade de se expressar, um respirar muito ofegante, mas também uma forte dor na região do estômago. Com isso a conversa tem o seu fim. Ele, então resolve retomar o episódio da subtração doa quantia dos amigos. Que não consegue se perdoar, não pelo erro, pois, para ele, se tivesse errado com outras pessoas, talvez a sua culpa fosse redimida por ele, o fato é para quem ele, os traiu.seus verdadeiros amigo. E ele refuta: Marlene, responda pra mim: Você acha que eles me perdoaram de verdade? Responda sem mentir? Antes mesmo da resposta, ele complementa com a face desenhada de preocupação: afirma para Marlene que pode passar cem anos, mas ele não se perdoa , pela sua falta de caráter, do deslize do passado. Ela então disse-lhe: __ Mário, não se preocupe com essas coisas do passado, pois o
  • 70. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 70 ] momento agora é de se preocupar com o seu futuro, e o presente. O fato é que apesar de estar tentando me enganar, parta que não me preocupe, estou percebendo que há algo muito sério e grave estar acontecendo com você. Por isso desistimos do sorvete, porque a prioridade é sua saúde e iremos dormir para quando for amanhã, logo nas primeiras horas procurarmos um médico e sanarmos essa preocupação porque com saúde não se brinca. Decisão tomada, sem ponderações da parte dele, eles vão para o hotel. E como parecendo mais um último desejo, o menino do sorvete aparece e ele de tanto insistir, claro galanteador e cavalheiro, como sempre soube ser, jamais iria deixar de agradar sua querida amada. E escolheu parta ela o de morango coberto de passas de chocolate e para ele o de maracujá com a mesma cobertura da amada. E, em casa não se tocaram, ambos disfarçando cada um, à seu jeito, suas respectivas preocupações, procuraram sem sucesso, adormecer. Ele, com suas dores, ela, com
  • 71. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 71 ] a dúvida que lhe perseguia, cerca das dúvidas dele para com ela. E, sem contar da abrupta interrupção da noite. Marlene não escondeu sua ansiedade de ver chegar o dia clarear, pois, não sairia de sua mente as dores do seu amado, Correia, refletia na face seu ar de preocupação com as dores constantes, ela enquanto se vestia para ir ao médico, lembrava do alerta que Henrique lhe fizera antes do casamento. E vem como um raio, um flash do bilhete colocado em baixo da porta, dias antes do casamento. Uma outra lembrança, ressurge: as constantes previsões de supostos pretendentes, entre elas, uma ficou encravada em sua Memória: “ __ Você não será feliz com Henrique! “Se não for minha, não será de mais ninguém”. Caro leitor, lembrando que, havia situações distintas, porém pertinentes, pois, como ela, Era uma Diva e esbanjava beleza e sensualidade, apesar de não dar muito trela parta o que os homens dissera a seu respeito, houve de certo alguns
  • 72. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 72 ] paqueras, alguns casinhos, hoje rebatizados como “ficante” ou, passatempo., se assim, o preferir. E, essa frase, ela encarou como se fosse uma premonição, ou seria, uma blefe do destino?. Pois, o suposto pretendente, poderia saber de alguma, de alguma doença familiar que a família não a comunicou. E, então chegaram os dois pegaram um taxi e se dirigiram para o centro médico mais próximo do hotel. Aguardaram sua vez de ser atendido. Enquanto chegava sua hora, folhearam algumas revistas a mostra, e a intranqüilidade era nítida e visível em ambos. E, com a aproximação de sua vez, a ansiedade e a angústia tomava cada vez mais forma. A secretária nota os ajustes dos pés, e lhes pergunta: Aceita um copo com água, um cafezinho? Marlene aceita. Aceito um cafezinho, sem açúcar, por favor! Na verdade, Marlene aceita só para que Henrique não perceba que ela está mais nervosa e preocupada com a situação do que ele. Para amenizar, talvez! Mas os dois, apesar de tentarem disfarçarem transbordam de ansiedade,
  • 73. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 73 ] tamanha era suas preocupações. Os pés, as mãos, não achavam lugar,para se encontrarem, pois se fosse calcularmos, a quantidade dos ajustes, troca daqui, bota ali, já teriam dado uma volta e meia ao centro das terra. Todavia, a ansiedade e a expectativa foi dada por encerrada, quando fora substituída pela comunicação da secretaria que podia entrar. - E o relógio informava que já passava das 10 horas quando enfim, a secretaria coloca de vez um ponto final e lhes informa: ___ Srº Henrique, Dr Richard lhe aguarda. Eles adentraram à sala do médico, para receber o diagnóstico. Foi mais de 90 minutos de espera, para eles, uma eternidade, desde o passar da sala de espera, até a sala de consulta. Muito embora, ele já teria uma prévia suspeita, até pelo quadro e os sintomas apresentados. Bem, a hora é chegada. E somente o médico poderia dirimir quaisquer sombra de suspeita. E dentro da sala.
  • 74. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 74 ] ___ Drº Richard, o médico então, indaga: _ diga ai, meu amigo, relate o que está sentido. Depois de fazer um breve histórico dos sintomas, o médico pede uma série de bateria de exames, para, então depois, fazer o diagnóstico e, conseqüentemente, o prognóstico, o tratamento, propriamente dito. Mais estranho ainda, é quando, antes de encerrar a consulta, o médico pergunta-lhe se na família já houve algum caso de hemofilia. Aí é que a porca torce o rabo. Eles, então, foram pra casa, avexados, agoniados com o que ouvira. E mais ainda Mário que, já suspeitava da gravidade do seu estado., faltava então o parecer final do especialista na questão pois, só depois da conclusão dos exames é que poderia ter um indicativo de como seria e qual o tratamento adequado a ser utilizado. Os dois, então ligam parra o serviço de taxi e solicita que venha pegar no Centro Médico. Enquanto, esperava o Taxi, os dois se entreolharam com uma de perda e trocaram rapidamente mais um prolongado beijo. E um pergunta para o outro: E
  • 75. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 75 ] agora, Henrique? Ele ____ Como vai será agora, nosso futuro? logo agora, amor, que estávamos planejando ter nosso filho! E concomitante se abraçam um não desamparar do outro. Nesse momento, ela abre sua bolsa, retirando silenciosamente um crucifixo o entrega e lhes diz: Amor, tenha fé! lembrem-se que, passamos momentos mais difíceis que esse e,conseguimos vencer juntos, com muita fé perseverança e não será essa “doença”, que... Ele a interrompe, querendo tranqüilizá-la. E complementa a frase: “... que ainda não foi confirmada, somente um pré-diagnóstico, não é mesmo? Minutos antes do taxi chegar ele ainda tem um pequeno surto de memória que pergunta a si mesmo. ___Oh! meu Deus, Confesso que errei, mas será que mereço passar por esse triste momento. Arrependi- me do que fiz, decidir ressarcir todo o montante subtraído dos meus colegas, não basta, meu Deus?
  • 76. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 76 ] Perdoe-me então. Nisso cai dos seus olhos, uma pequena gota de lágrimas que, sutilmente, ele tenta enxugar-lhe sem que Marlene a perceba. É, caro leitor, nada é despercebido da pessoa que ama. Vocês pensam que ela não percebeu não? só não percebeu como timidamente pegou seu lenço na bolsa e a enxugou carinhosamente, e salpicou- lhe mais um beijo caloroso, desta vez, não somente de amor, mas de demonstração que ele não estava só nessa batalha. Pois, uma fortaleza não se quebra quando se tem um bom soldado. E, enfim o taxi chega. Lágrimas enxugadas e lenços guardados. Henrique informa ao taxista Deixe-nos por favor, no Hotel Meridian Plaza. Do Consultório Médico até o Hotel, todo o percurso gira em torno de 40 a 45 minutos. Lembrando que a Lua de Mel é na Grécia. Ao chegar em casa, o casal, ainda muito impactados e transtornado com ao fato da doença resolvem não perder mais tempo, em nada e decidem que logo nas primeiras horas do dia
  • 77. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 77 ] seguinte, irá preparar um roteiro de todos as recomendações feitas pelo Dr Richard e seguir à risca, não deixando de fazer nenhum. Pois, lembrou um velho ditado> Quando a pessoa está sem sorte, o pássaro de baixa suja o de cima”. Correia, então indaga num ímpeto impensado: Marlene por que não avisamos aos nossos amigos do Brasil? Marlene então, corrige> pra que os preocupar se nem mesmo eles poderão resolver. E nós estamos em Lua de Mel, vamos deixar eles preocupados a troco por que se nós vamos sair dessa? Correia- Ainda vamos dar muitas gargalhadas dessa história quando desembarcar no Aeroporto de Santos. No dia seguinte, Marlene é a primeira a se levantar com o cantar dos pássaros, tão ansiosa que estava para poder resolver essa primeira fase do problema, que era fazer os exames. Antes de chamar o marido, liga para o serviço de atendimento do hotel, e pede que Prepare um super café da manhã recheado, enquanto o banquete não chega, ela
  • 78. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 78 ] chama o Correia, para se arrumar e tomar seu café para ir direto ao exames, e é o que eles fazem, após o break feast. ___ Vamos Correia, tome esse café, por favor! Olhe o adiantado da hora! Falou Marlene. UMA SEMANA DEPOIS ENFIM, SAI O DIAGNÓSTICO! Depois de decorridos 07 dias, o casal retoma ao consultório para pegar os exames, assim como fora recomendada pelo médico Richard. Desta feita, apenas para surpresa do casal, o tempo de espera foi o mínimo possível.Depois, de 15 minutos, a secretaria, o convocou para entrar na sala do médico. Henrique aproveitou o momento oportuno e pediu acenou que tinha 03 perguntas a fazer acerca da sua doença, como, por exemplo: Se ele, o médico
  • 79. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 79 ] conhecia casos semelhantes de que o paciente tinha sido curado 100% 2º Se com o avanço tecnológico da medicina, se haveria possibilidades dele sair dessa, se recuperar 3º pergunta Drº: ___ numa estimativa de 100& qual as minhas reais condições de sair dessa, pelo seu conhecimento, sua experiência e, principalmente pelo estágio em que se encontra minha enfermidade? Diga a verdade não minta, fale absolutamente, a verdade. Drº Richard, então responde: _ Srª e Srº Correia, na minha profissão, esconder, ou omitir dados, são ações totalmente fora de cogitações, pelo único fato, além de ser contraditórios fogem à minha formação e, aos meus princípios básicos, portanto, vamos aos fatos. Com todo o avanço da ciência e o estágio avançado do seu caso, é praticamente nulo, mas, há uma esperança: Jesus é o Médico dos médicos e costuma operar milagres.basta para isso ter fé. Acima de Deus, ninguém, abaixo somente os médicos, que são os instrumentos, o qual ELE costuma usar para
  • 80. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 80 ] realizar suas vontades. E segue com suas convicções acadêmicas, tentando lhe convencer de que seu legado não permite tais ações, até por quê houve um juramento, quando da formatura. Marlene muito ansiosa, interrompe as contundentes explicações dispensáveis e irrelevantes e pergunta ao Dr Richard: Diga, diga logo, acabe com toda essa tensão, essa louca ansiedade, antes que me mate, pois, to aqui, só Deus sabe como. Então, o caso dele tem cura, podemos ir pra casa com algum fio de esperança por pequena que seja? A tensão continua, e parecendo mais cenas de dramalhão de novela mexicana… Drº Richard lhe oferece um copo de água e pede para que ela se acalme e permaneça sentada coisa que ela não aceita nem o conselho do renomado medico, muito menos o copo de água. Que lhe é oferecido. Mas calma e tranqüilidade, Marlene, pois, em vez de um doente terminal, serão dois.
  • 81. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 81 ] Ao pronunciar essa frase, Marlene que não é boba, e bem esclarecida de todos os assuntos, fisgou logo o que o conceituado médico tentou passar: ou seja, preparar ele para essa amarga informação. Marlene, então, resolve aceitar o copo de água, minutos antes oferecidos por Richard. Contudo, faz uma ressalva. Ponha um pouco de açúcar, pois, não estou passando bem. Correia, fica sem saber o que fazer, se pede pra explicar sua real situação ou se procura adiantar o copo de água para sua querida. Depois de socorrer Marlene, acalmando-a , o médico, então conclui. Srº e Srª Correia, sem mais delongas e partindo para os finalmente e, tomando como base o relatório por mim solicitado e que vocês habilmente entregaram, o que tenho para lhes informar não é nada tranqüilizador, pois, como havia perguntado, quando da 1ª consulta se, por ventura eram ciente e conhecedores de algum familiar que tinha tido Hemofilia, infelizmente, não foi por acaso, pois trabalha com duas frente lineares de pensamentos
  • 82. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 82 ] Uma das hipótese eram: Diabetes, que seria a menos complicadas do ponto de vista médico e científico, embora há muitos avanços na área, 2º hipertensão, no meu haver á mais fácil de resolver, assim como obesidade, e alergias, porém os sintomas apresentados e relatados por você, só sobrou Hemofilia, uma das piores enfermidades.E a que menos eu torci para que você tivesse contraído, mas infelizmente. A viagem do destino - Infelizmente o diagnóstico o diagnóstico está confirmado, o Senhor é Hemofílico – diz Dr Richard - e o diagnóstico indica Hemofilia do tipo B, a mais grave manifestação dessa doença, mas isso não significa que o senhor não tenha chances de tratamento para conviver com essa enfermidade.
  • 83. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 83 ] Marlene sente o coração acelerar, uma mistura de nervoso com tristeza a invade, logo agora que encontrou seu grande amor, e que viviam momentos de intensa felicidade, a notícia caiu como uma avalanche numa tempestade de neve. Mas precisava disfarçar a tristeza, para não deprimir mais ainda seu amado Mário, agora mais do que nunca ele iria precisar de sua força e energia positiva para enfrentar essa doença. Criou coragem e perguntou: _ Dr Richard quais os avanços da medicina quanto ao tratamento dessa doença? Temos que correr contra o tempo. Voltaremos ao Brasil urgente! Ou o senhor aconselha que façamos o tratamento aqui na Grécia onde os tratamentos são avançados? - Calma amor – disse Mário – vamos fazer tudo conforme orientação do médico, prometo para você que não vou te abandonar, vou fazer o que for necessário para ficar curado ou pelo menos viver o máximo possível. Dr Richard, o único aparentemente calmo naquela sala, diz com voz confortadora:
  • 84. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 84 ] - Fiquem calmos, com o tratamento adequado você poderá viver muito tempo e aconselho que vocês retornem ao Brasil imediatamente, pois o país de vocês tem tratamento para esta doença, centro avançados de pesquisa, médicos também competentes, e nada melhor para um pessoa doente que estar em seu país de origem, perto de amigos e familiares para se adaptar melhor ao tratamento. Além disso, mesmo se vocês não tivessem condições financeiras o SUS no Brasil oferece tratamento gratuito para os hemofílicos, o que não parece ser o caso de vocês, aproveitem que vocês podem pagar um tratamento particular e façam o melhor possível. Eu vou enviar um relatório para uma Hematologista amiga minha no Brasil, especialista em Hemofilia, fez quatro anos de especialização nos melhores hospitais do mundo, e agora voltou ao seu maravilhoso país, portanto, fiquem tranquilos, retornem ao Brasil o mais rápido que puder, pois quanto antes o tratamento, maior as possibilidades de sobrevivência.
  • 85. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 85 ] Mário e Marlene retornam ao hotel abraçados, cada um pensando nos últimos acontecimentos, e cheios de esperança, quanto mais rápido interromper a maravilhosa lua de mel, maiores as chances de dar continuidade a essa linda história de amor. Ao chegar ao hotel Marlene sobe para preparar as malas, pois precisavam retornar imediatamente ao Brasil, Mário fica na recepção cuidando dos protocolos para interromper a lua de mel. Depois de todas as formalidades com passagens e hotel, ele vai ao bar do hotel, precisava ficar um pouco sozinho, não queria mostrar suas angústias para Marlene, sentado no bar ele pediu apenas uma Perrier, não conseguia mais colocar uma gota de álcool na boca, em outras ocasiões ele pediria um Whisky Johnnie Walker, mas agora ele queria preservar sua saúde, prolongar o máximo possível seus momentos com Marlene, e umas das coisas que ele queria evitar nesse momento era fugir da realidade através da bebida, o tempo agora corria contra ele, e cada minuto seria aproveitado ao máximo. Sentado
  • 86. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 86 ] saboreando a Perrier ele pensou em se dedicar ao tratamento, como prioridade, ao amor com Marlene e também ao Instituto, pois queria deixar o Instituto conhecido no Brasil, assim que chegasse de volta iria convocar os colaboradores do Instituto para que adiantassem a peça de estreia, não seria essa doença que iria desanimar. Precisava ser forte, precisava lutar para sobreviver a essa tempestade em sua vida, e que essa crise não afetasse o casamento dele com Marlene, não queria que ela sofresse. Pediu em oração para que Deus o ajudasse a superar mais esse momento de tristeza, a mesma força que teve quando perdeu seu pai, sua esposa agora precisava reunir mais coragem pois o desafio seria na própria pele. No quarto Marlene terminou de arrumar as malas, e olhava desolada pela janela do hotel, não conseguiu segurar as lágrimas, em seu coração a possibilidade de perder seu grande amor já deixava um sentimento de saudade. Enxugou as lágrimas,
  • 87. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 87 ] precisava ser forte, decidiu então que aproveitaria cada minuto com Mário, cada dia como se fosse o último, o tempo agora era curto, amanhã quando chegassem ao Brasil, tinha fé que ele ficaria bem com o tratamento, não sairia do seu lado. Pensou nos amigos no Brasil, Henrique e Aldo, no Instituto, na peça que pensavam em produzir para divulgar o grupo pelo país, assim que chegassem iria pedir que os colaboradores cuidassem da produção, enquanto ela cuidaria de acompanhar Mário no tratamento. Por sorte antes do casamento ela tinha entregado o roteiro da peça, e a equipe de produção já deveria estar estudando as estratégias, para produzir o espetáculo. Parecia coisa do destino, essa peça escrita por ela, homenageando a história deles, agora seria uma questão de honra concluir o projeto, pois, isso alegraria mais ainda a vida de Mário, se algo acontecesse com ele, seria uma realização o sucesso desse projeto. Ficou decidido que o nome da peça seria VIDAS SELADAS, pois na vida dos quatro amigos, cartas
  • 88. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 88 ] foram fundamentais, para a união deles, causaram também desencontros, quando ela lembra daquela carta anônima que recebeu dá até arrepio de pensar que alguém fez tamanha maldade, tentando destruir o relacionamento deles. O nome veio como uma representação da amizade que foi selada pela carta que Mário enviou para a reconciliação e o reencontro com os amigos, e por coincidência do destino a primeira empresa que patrocinou a peça teatral de lançamento do Instituto de Artes, foi o CORREIO, então o nome alegrou os colaboradores. Marlene depois que reencontrou Mário, encontrou inspiração novamente para escrever, os anos de bloqueio criativo foram apagados de sua memória e ela buscou no grande amor da sua vida, incentivo para criar novamente, e a peça depois de analisada por vários especialistas em teatro do próprio Instituto, foi elogiada, tinha tudo para ser um sucesso. Mário só saiu dos devaneios quando o avião pousou no aeroporto de São Paulo, tiveram que mudar a
  • 89. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 89 ] programação pois eles não poderiam pousar em Santos já que tinham que ir à Dra Ana Clara Kneese, Hematologista indicada por Dr Richard, para acompanhar o tratamento de Mário, o médico agendou a consulta em contato direto com a colega de medicina, além de enviar o relatório. Ao chegarem ao Centro de Hematologia de São Paulo, aguardaram por 2 horas o atendimento, Mário ficou nervoso, estava impaciente, acho que seria rápido, mas viu que assim como ele, várias pessoas buscavam tratamento com a mesma médica, e cada história que ouvia no consultório o deixava mais angustiado, não tem coisa pior para um paciente, que ficar aguardando atendimento na recepção de consultório, ele passa a saber de casos piores, às vezes também escuta histórias de superação, mas o que realmente o preocupou foi que não ouviu um caso de cura. Ao saírem do consultório com todas as recomendações para o tratamento, viajaram para Lonia, Mário não parecia nada bem, dores o
  • 90. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 90 ] incomodavam, não estava aguentando tanta viagem e fortes emoções. No dia seguinte Marlene convidou Aldo e Henrique para almoçar na casa deles, queria dar a notícia, decidiram que não esconderiam a doença dos amigos mais íntimos, toda ajuda agora seria necessária para o tratamento, ajuda psicológica, era importante que Mário sentisse amado por todos, o carinho das pessoas mais próximas era importante no tratamento. Quando os amigos chegaram, Marlene logo conta sobre a doença, o clima de tensão reinou na sala. A reação de Henrique foi inesperada, um choro descontrolado o acometeu, ele abraçou Mário, pediu perdão, soluçando disse nunca ter desejado a morte dele, mesmo amando Marlene não queria que a separação dos dois fosse por morte, confessou na frente dos amigos em lágrimas o amor que sentia por Marlene, mas que sempre desejou que eles fossem infelizes no casamento, que se divorciassem, menos que ele morresse. Um clima tenso se formou
  • 91. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 91 ] na sala, mas Mário surpreendentemente o perdoou, choraram feito crianças, e tudo ficou esclarecido, parecia que a nuvem carregada da inveja que sempre pairou sobre eles tinham se dissipado e um alívio veio em seguida ao desabafo dos dois. Aldo ouvia tudo atentamente e só lamentou que tudo tivesse acontecido assim, essa doença foi inesperada para ele, e também ele nunca tinha percebido o quanto os dois tinham ciúmes um do outro. Depois do almoço conversaram agora sobre a peça VIDAS SELADAS, tinha que estrear em breve, prometeram empenho na realização, Henrique e Aldo sabiam que o sucesso dessa peça envolvia mais que dinheiro e fama, era uma forma de homenagear o amigo, que poderia com essa alegria, prolongar os seus dias de vida. Os dias que antecederam a estreia foram muito ativos, Aldo e Henrique decidiram se dedicar mais ainda a realização do evento, já que Marlene e Mário estavam em pleno tratamento, e muitas vezes, Mário
  • 92. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 92 ] precisou ficar internado para transfusões de sangue, Marlene dedica agora seu tempo integral no acompanhamento de Mário, já que ele anda fraco, mas entra em contato diário com Aldo e Henrique sendo informada do andamento do Instituto. Mário também acompanha tudo via internet, agora ele se dedica as facilidades da tecnologia para distrair, nos momentos em que vai para o hospital aproveita para conversar com os amigos quando é possível. Aldo sempre que fala com ele pela internet brinca dizendo que ele é consultor online do Instituto. Apesar do tratamento intenso, Mário está muito feliz, sua amada, Marlene não o deixa ficar triste um só instante, a cada dia eles vivem momentos de amor e companheirismo. Chegou finalmente o dia da estreia da peça, Henrique conseguiu a participação da imprensa local e o evento foi divulgado em vários programas, inclusive em rede nacional, um programa de entrevista convidou na véspera da estreia os 4 amigos para falar sobre a peça e o Instituto que já
  • 93. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 93 ] era um sucesso na região, tendo formado a primeira turma de excelentes atores, dançarinos e música, tendo as matrículas disputadas por talentos do Estado, o que fez de Lonia o reduto dos artistas em ascensão, jovens talentos vinham de diversas cidades para estudar no Instituto. Mário compareceu nos estúdios de TV para a entrevista de moletas, ultimamente ele andava fraco e o risco de quedas poderia piorar a situação, Marlene sempre ao seu lado, muito feliz com a chegada da estreia da peça, escrita por ela, inspirada pela amizade dos 4 amigos, e impulsionada pelo amor de infância que sentia por Mário. Aldo e Henrique mereciam todos os créditos na realização deste evento pois a ajuda deles nesse momento também foi muito importante. Cada um contribuiu para o sucesso do Instituto e a peça seria apenas a confirmação de tudo. O teatro municipal de Lonia estava lotado, toda as pessoas que apreciavam a arte, compraram ingressos antecipados, os convidados especiais
  • 94. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 94 ] compareceram e toda imprensa fazendo a cobertura do evento. Mário, Aldo, Marlene e Henrique ocuparam o camarote principal, junto com as autoridades convidadas, afinal o Instituto era um grande incentivo para a cultura local. Com o patrocínio dos CORREIOS, um representante da empresa também estava assistindo atentamente ao espetáculo. Se a peça realmente agradasse ao público e a crítica, a empresa vai aumentar o apoio e circular nos maiores capitais do país, nos melhores teatros, e já no roteiro escrito por Marlene a aposta é que seria uma sucesso. A plateia aplaudiu de pé, os atores foram ovacionados por um público satisfeito com o espetáculo teatral, confirmando a aposta do Instituto de que aquela peça levaria o nome da escola para todo o Brasil. Mário esqueceu os problemas, a felicidade era maior que seus problemas de saúde, agora ele poderia partir feliz, se sentia plenamente realizado, era muito amado por Marlene, por seus amigos, e
  • 95. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 95 ] conseguiu realizar o sonho deles e fazer outras pessoas também felizes. Uma homenagem Mario seguiu com o tratamento durante mais um ano. Apesar dos esforços de Marlene e dos amigos, a doença tem se mostrado cada vez mais voraz e a idade de Mario não o ajudava muito, passando a ser comuns sangramentos e às vezes nos casos mais estremos convulsões fortíssimas que obrigavam Marlene a correr pra emergência toda vez que elas vinham. A força de vontade de Mario se esvairia aos poucos a medida que a doença lhe consumia. Era difícil lidar com as crises e ainda ver o sofrimento de sua esposa tentando apoia-lo e esconder dele seu próprio esforço para mantê-lo feliz e esperançoso uma vez que a morbidez da Hemofilia o deixava cada vez mais fraco e com a aparência sofrida. Era a imagem de um homem idoso, muito magro e sem
  • 96. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 96 ] cabelos que vivia sangrando pelo nariz que Marlene tinha de conviver. Mario sabia que Marlene começava a enfraquecer, aquele clima pesado se instalava e parecia ficar cada vez mais confortável ali na casa dos dois. Era terrível, ambos sabiam que seus parceiros estavam muito esgotados, mas não queriam ceder na frente um do outro. Os dias seguiam desse jeito, entre idas a consultórios e hospitais receber aplicações de fator IX, às vezes recebiam visita dos amigos Aldo e Henrique, mas na maior parte do tempo o casal passava seus momentos na companhia um do outro. Marlene acordava às seis horas todos os dias, preparava o café de Mario, em seguida lembrava-o de tomar seus remédios, seguindo a risca os horários, apesar de tudo ele ainda conseguia tomar banho e cuidar de sua higiene sozinho. Alguns dias Mario pegava o carro e saia, visitava a instituição às vezes ficava de bobeira no parque curtindo o sol e até fez amizades com os idosos da associação atlética de domino de pedra da cidade de Lonia, com
  • 97. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 97 ] quem passava a maior parte da manhã, em seguida voltava para casa e tomava mais remédios antes do almoço . Marlene achava saldável às saídas matinais de Mario, isso a alegrava muito, a fazia pensar que seu marido continuava positivo e feliz para continuar com o tratamento. Mas não era bem assim, ele sabia que tinha de dar um tempo de sua doença a Marlene, ele não podia sobrecarrega-la com todo o fardo que esse mal os trazia. Na verdade Mario escondia sua verdadeira condição clinica, saia com o carro porque não tinha forças para caminhar além da quantidade de sangue que tinha perdido nos últimos meses, o que o fez frequentar ainda mais o hospital publico de Lonia por conta das frequentes transfusões de sangue que recebia, inclusive do próprio Henrique, que havia se tornado seu cumplice nesse segredo. O amigo doava sangue semanalmente no hospital, pois ambos – Mario e Henrique – possuíam o mesmo tipo sanguíneo, o que terminou aproximando ainda mais os dois.
  • 98. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 98 ] Mario sempre pedia: - Henrique, nunca conte a Marlene sobre essa piora, ela vive muito sobrecarregado, e as vezes tenho a impressão de que eu possa estar tornando sua vida miserável com todo esse meu problema. - Que é isso Mario! Marlene já mais vai se sentir desse jeito por ter de estar ao seu lado nesse momento. Muito pelo contrario, é a prova de que o relacionamento de vocês é solido e verdadeiro. Vocês sobreviveram ao tempo e ao desentendimento, não vai ser essa doença que terminara com tudo. -Valeu Henrique. Eu sei disso, mas as vezes é difícil pensar desse jeito. Eu sinto que ela está cansada, apesar de tentar disfarçar. Mas é inevitável e muito doloroso eu entendo ela. -Mario, sua mulher é muito forte, ainda mais quando ela se apega na esperança da sua melhora. Nada vai fazê-la desistir de você. -Eu sei, mas eu já passei pelo que ela vive agora. Quando eu digo que a entendo é porque eu já estive no lugar dela. Eu estive com o meu pai até o ultimo
  • 99. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 99 ] dia, eu tinha esperança de que tudo ia ficar bem, mas à medida que os dias passavam eu me sentia cada vez mais desgastado vendo ele piorar, sentindo sua vida se esvaíra ao poucos, tendo que suportar toda a frustração de perder meu pai para essa doença. -Mas Mario, os tempos são outros, a medicina melhorou muito, suas chances são maiores que as que seu pai tinha. Vamos lá seu velho decrepito, animo! Mario ri alto. –Velho decrepito? Vamos parar por aqui se você não quiser que eu desenterre seu apelido. -Eu não lembro de nenhum apelido da nossa época. -A meu caro você que pediu por isso. Capenga! Entonou Mario com ar de brincadeira e esperando Henrique cair na risada. E foi o que aconteceu, depois que Henrique aceitou a brincadeira e caiu na risada foi a fez de Mario acompanhar.
  • 100. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 100 ] Assim que Mario termina a transfusão vai direto para casa, Marlene acha que Mario esta na praça matando o tempo e não o espera tão sedo, é quando Mario chega sorrateiro e se surpreende, encontrando-a aos prantos na mesa da cozinha. Ele a deixa em seu momento e volta para o carro. Tudo o que Mario temia com relação ao que sua esposa pudesse estar passando, agora era evidentemente realidade. Não haviam mais hipóteses ou teorias, estava tudo claro na cabeça de Mario, estava acontecendo como ele havia previsto. Dessa vez Mario bate na porta e chama por Marlene. –Querida, você está em casa? Pergunta ele fingindo estar chegando em casa pela primeira vez. –Sim Mario, aqui na cozinha. Mario a encontra dessa vez terminando o almoço. Sem lagrimas mas com os olhos vermelhos é a deixa para ele perguntar o que houve. –Foram as cebolas, benditas cebolas! Responde Marlene, que emenda dando uma noticia. -Sabe quem está vindo aqui para Lonia ver você? -Não. Responde Mario com ar de desconfiança.
  • 101. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 101 ] -É o Borges, seu sobrinho está a caminho, ele deve estar chegando amanhã. -Sim claro, o Borges, que boa noticia. Eu vou tomar um banho. Depois disso Mario sobe para o banheiro onde fica sozinho com seus pensamentos durante longos minutos, o suficiente para preocupar Marlene que insiste em apreça-lo para o almoço. Durante o resto do dia Mario se mantem pensativo e distante. Mario sentia estar se enganado com relação a sua melhora, mas o pior era pensar em Marlene, engana-la também, faze-la crer num milagre que sabia ele não viria a acontecer. Era questão de tempo até as coisas continuarem desandando e transformar a vida deles na mais miserável possível, levando a um desfecho inevitável e arrasador para o apaixonado coração de Marlene. O que pesava mais nos pensamentos de Mario era prolongar o sofrimento dela com relação a ele. Na mesma tarde, Mario decide dar uma volta a pé pela praça o que não era comum. Marlene se
  • 102. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 102 ] ofereceu para ir junto, mas Mario insistiu em ir só. – Sim claro, você tem certeza? Pergunta Marlene. -Sim, acho que consigo caminhar mais agora. Tenho me sentindo bem melhor ultimamente. Quero ver quão bem eu acho que estou. -Que boa noticia, mas não esqueça o telefone e os remédios, você tem três para agora à tarde. Não se esforce muito cuidado. Na verdade Mario caminhou com muito esforço até a associação atlética de dominó de pedra encontrar com seus amigos, ele ficou lá por um tempo jogando e conversando com os senhores que lá estavam até se recompor e despedir-se de todo mundo, seguindo agora para a fundação na qual era fundador. Mario chega de surpresa e vai direto à parte administrativa onde ele pode encontrar Aldo e Henrique. -Ei Aldo, veja só quem resolveu fazer surpresa! Exclamou Henrique ao ver o amigo. Henrique de pé aperta a mão do companheiro enquanto Aldo sai de traz da mesa e vai de encontro a Mario estendendo- lhe a mão. –Que é isso pessoal, venham aqui vocês
  • 103. Vidas seladas, por Marlene schumps [ 103 ] dois. Fala Mario abrindo os braços e chamando os amigos para um caloroso e duradouro abraço carregado verdade e emoção. -Eu vim aqui ver a fundação. Tem tempos que não venho aqui. -Sim claro. Vou fingir que não é uma desculpa para você ver sua nova namorada. Fala Aldo risonho olhando para Henrique fazendo brincadeira com a aproximação dos dois. Henrique como sempre invocado dá um leve tapinha na cabeça de Aldo que continua rindo dos dois. Que é isso pessoal só estou aqui passando o tempo. E quero aproveitar para dizer que quero levar todo mundo para comer fora hoje. Os dois ficaram muito empolgados e confirmaram presença. Marlene eu te amo A Noite por volta das nove horas, Marlene chega acompanhada de Mario no restaurante combinado e lá já se encontravam esperando os dois amigos Aldo