A importância do conhecimento do auto salvamento e resgate aquático- artigo
Europa depende de peixe estrangeiro
1. WWF Mediterrâneo (Portugal)
Marta Barata
Communications Officer
T– +351 91 711 46 51
mbarata@wwf.panda.org
www.wwf.pt
Media Release Divulgação imediata: 13 julho 2016
Dia da Dependência de Pescado:
Europa depende de peixe e marisco
estrangeiro.
Sobrepesca está a aumentar, saúde do oceano está em risco.
Crise global das pescas ameaça os oceanos e a segurança
alimentar.
Lisboa, 13 de julho – 13 de julho é o Dia da Dependência de Pescado na Europa, o que
simbolicamente expressa que este continente já utilizou todo o seu abastecimento de pescado
local.
A Europa consome muito mais peixe e marisco do que aquele que pode capturar nas suas
águas. Mais de metade do pescado que se consome anualmente neste continente provém de
águas estrangeiras, do qual cerca de 50% é originário de países em desenvolvimento
(globalmente, o pescado comercializado proveniente de países em desenvolvimento atinge os
60%).
No ranking de países que têm a maior dependência de produtos do mar de águas estrangeiras
encontra-se em primeiro lugar a Áustria, seguindo-se a Eslovénia e Eslováquia, Roménia,
Bélgica, Lituânia, Itália, Portugal (em que o Dia da Dependência de Pescado é bastante mais
cedo, a 20 de abril), Alemanha, Espanha, etc.
Em média, cada cidadão europeu consome 23 kg de produtos do mar por ano. De acordo com
as estatísticas da FAO, Portugal ocupa o 1º lugar no ranking na Europa com um consumo
médio de peixe de 56,8 kg per capita por ano, seguindo-se a Lituânia (43,4 kg), Espanha (42,4
kg), Finlândia (35,6 kg) e França (34,6 kg). Juntos, estes cinco países representam por si só
cerca de um terço do consumo de peixe da UE.
Ao longo das últimas três décadas, o Dia Europeu de Dependência de Pescado tem ocorrido
cada vez mais cedo. Há trinta anos, a Europa poderia responder à sua necessidade de peixe e
marisco até setembro ou outubro apenas considerando as pescas nas águas da sua região.
Ao longo do mesmo período de tempo, o problema global da sobrepesca aumentou. De
acordo com o último relatório da FAO, cujo o título é The State of World Fisheries and
Aquaculture mas que é mais conhecido como Sofia e que foi lançado há poucos dias, o
alarmante número de 31% refere-se às populações de pescado que estão sobreexploradas
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em todo o mundo, 58% às que são utilizadas nos seus limites biológicos e 11 % às populações
marinhas que são pescadas de forma moderada.
"A luta contra a sobrepesca não teve ainda grande impacto nos oceanos. As ligeiras
tendências de recuperação nos últimos anos não têm sido sentidas. A exploração da indústria
da pesca representa uma ameaça para a segurança alimentar das pessoas nos países em
desenvolvimento e emergentes. A saúde global dos oceanos está em risco” afirma Ângela
Morgado, da WWF. “Para alcançar uma política de pesca que seja sustentável, é necessário
haver uma mudança drástica que combata este ritmo de destruição e que permita a
recuperação das populações marinhas."
Apesar de muitas populações de atum terem sido alvo de sobrepesca durante anos, as
capturas globais subiram para um recorde de 7,7 milhões de toneladas. Estas representam um
aumento de 15% em apenas quatro anos, o que não corresponde de todo aos esforços de
conservação que têm sido feitos ao longo destes anos.
Pela primeira vez, o Escamudo-do-alasca é o peixe mais capturado no mundo (3,2 milhões de
toneladas) destronando a Anchoveta do Perú do primeiro lugar. "A antiga e gigante população
de Anchoveta do Perú, aparentemente, pertence ao passado. Estas populações de peixe
caíram drasticamente nos últimos anos e neste caso terá um enorme impacto sobre o povo do
Peru". No mercado mundial, a Anchoveta é processada, essencialmente para ser usada como
farinha e óleo de peixe para aquicultura.
"Os nossos supermercados disponibilizam peixes e mariscos vindos de todo o mundo. Nós
temos a responsabilidade de termos em conta o impacto que temos sobre os nossos oceanos
e sobre as pessoas que deles dependem como meio de subsistência e segurança alimentar.
Com a compra de peixes da peixe e marisco com garantias de pesca sustentável mostramos
que estamos a assumir a nossa responsabilidade e que queremos beneficiar a natureza e as
pessoas ", Rita Sá.
A WWF está preocupada com a distribuição das capturas globais. "Em todo o mundo, cada
vez mais pessoas dependem de peixe e marisco para a sua nutrição de base. A população
mundial crescente enfrenta as consequências da redução das populações de espécies
marinhas. Esta é uma grande preocupação para as pessoas dos países em desenvolvimento
que dependem deste peixe para alimento e como fonte de rendimento", diz Rita Sá.
De um total de 49 países que são considerados muito dependentes de peixe e marisco, 46 são
países em desenvolvimento em latitudes tropicais. Se o pescado não puder mais servir de
fonte essencial de proteínas então a saúde das pessoas poderá vir a ficar ameaçada pela
subnutrição, porque o peixe é uma fonte essencial de proteína para mais de 3 mil milhões de
pessoas.
Neste contexto, a WWF lançou o projeto Fish Forward para informar o consumidores em todo
o mundo sobre os impactos sociais e ambientais do consumo de peixe e marisco, e para
recomendar a compra destes produtos de forma responsável: "se os consumidores
escolherem sempre produtos do mar, nacionais ou importados, de forma responsável, estarão
a ajudar os oceanos e as populações marinhas a recuperarem ", diz Rita Sá.
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Notas para editores:
Referências: The Food and Agriculture Organization’s (FAO) SOFIA report is the world's most comprehensive
status report on Fisheries & Aquaculture and is published every two years. The current report features figures
up to 2014.
Link para relatório: http://www.fao.org/3/a-i5555e.pdf
Overview table of the Fish dependence day for EU Member states:
http://b.3cdn.net/nefoundation/5a2a752c17a2267fce_77m6i2i1n.pdf
Link para relatório: NEF Fish Dependence 2016 -Update:
http://ent.cat/wp-content/uploads/2016/05/Fish-Dependence-2016.pdf
Projeto Fish Forward
O Fish Forward é um projeto da WWF de sensibilização dos consumidores, empresas e autoridades à
escala europeia e é cofinanciado pela União Europeia. O Projeto desenvolve e implementa atividades de
marketing, comunicação e investigação ao longo de três anos (de 2015 a 2017). Foi lançado durante o
Ano Europeu para o Desenvolvimento 2015 em 11 países: Áustria, Bulgária, Croácia, França, Alemanha,
Grécia, Itália, Portugal, Roménia, Eslovénia e Espanha.
Saiba mais sobre consumo sustentável de peixe em: www.fishforward.eu
Contacto:
Marta Barata | Communications Officer | WWF Mediterranean Portugal Programme Office
| Skype: mbarata4| Email: mbarata@wwfmedpo.org | Phone: +351 917 114 651 | www.wwf.pt