Este estudo norueguês investigou como os novos professores podem ser vistos como um recurso nas escolas e o que os professores experientes podem aprender com eles. Os resultados mostraram que, embora os novos professores trouxessem novas ideias, entusiasmo e compreensão dos alunos, eles raramente eram utilizados como tal. O estudo recomenda que as escolas aproveitem melhor as contribuições dos novos professores e vejam a sua chegada como uma oportunidade de desenvolvimento para toda a escola.
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
Novos professores nas escolas.
1. A (des)vantagem da
inexperiência*
Formação e Supervisão de Professores
Luis Miguel Ferreira
julho 2014
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*Recensão de “What can experienced teachers learn from
newcomers? Newly qualified teachers as resource in Schools”
Marit ulvik & Katil Langorgen
University of Bergen, Bergen , Norway
Recebido a 17 Fev 2011 e publicado em 09 Mar 2012
2. Resumo
• Artigo otimista focado no melhor que traz os novos recursos humanos
às escolas em contraste com a análise das falhas ou fraquezas do
processo.
• O estudo é baseado na aplicação de um questionário aberto a novos
professores e seus “orientadores” bem como da análise de duas
entrevistas.
• Os novos professores e seus orientadores sinalizam inúmeras áreas
onde os professores mais experientes podem beneficiar e aprender
com os mais novos.
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3. Introdução
• Existem inúmeros estudos sobre os “problemas” associados à iniciação
profissional dos novos professores.
• Numa primeira fase do “ensino”, os novos professores frequentemente
experimentam um choque com a prática que os coloca em “modo de
sobrevivência”. (Fuller & Brown,1975; Smethem, 2007)
• Mas revertendo essa problemática, pode-se questionar:
• O que é que estes professores podem trazer de contributo?
• Em que medida podem ser um recurso no local de trabalho?
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4. Introdução
• Stard & Prusak (2005) sugerem que a “experiência” por si só, não é
importante, mas sim, como esta é percecionada pelos novos professores.
• Assim, este estudo foca-se na própria perceção que estes novos
professores têm da sua prática de ensino. (Dimensão de eficácia)
• As metas atingidas pelos alunos destes professores é outra dimensão
importante no estudo, contudo é “inapropriada” dado que os novos
professores são avaliados à luz da perceção dos seus orientadores e não
dos resultados dos alunos que lecionam.
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5. Introdução
• Este estudo é construído com base num estudo anterior onde se
investigou a experiência de trabalho com novos professores.
• Mas, o contributo deste estudo reside em saber mais acerca dos
pontos fortes dos novos professores e como estes podem contribuir
para as escolas onde lecionam.
• Ambiciona-se assim encontrar também formas destes professores
terem melhores “começos” e a esperança de melhorar as escolas.
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6. Base de conceitos
• A identidade profissional dos professores tende a ser, tanto positiva
como negativamente, afetada pela experiencia em sala de aula e pela
cultura de escola.
• Os novos professores frequentemente tentam construir a sua
identidade no que acreditam “que um professor deve ser”, mas após
a experiência há uma separação de dimensões da sua identidade:
como professor e como pessoa.
• Somethem (2007) sulinhou que é vital que eles não percam de vista a
imagem do professor que desejam ser.
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7. O Estudo
• O estudo foi realizado em 2008 a novos professores e aos seus
orientadores numa escola secundária (estudantes de 15 a 18 anos) na
Noruega.
• Os professores não são designados de ‘novatos’ por não terem
quaisquer distinções no trabalho que desenvolvem
comparativamente aos restantes colegas.
• Os Orientadores (Mentores) são voluntários num programa nacional
governamental designado por “Mentoring Newly Qualified Teachers”.
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8. A Amostra e Procedimentos
• Os dados foram recolhidos durante um importante seminário anual para os
novos professores e orientadores em colaboração com outras instituições
de ensino.
• Foram recolhidos dados por questionário a 80 novos professores e 40
orientadores.
• Após a aplicação do questionário, os participantes foram divididos em
grupos de 4 a 6 pessoas, com separação entre professores e orientadores,
que integraram as sessões de discussão. Nesta sessão foram discutidas as
respostas individuais e mais tarde em sessão plenária alguns grupos
apresentaram os resultados.
• Aproximadamente uma semana depois, foram realizadas entrevistas
semiestruturadas a dois novos professores de diferentes escolas.
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9. Metodologia e Análise
• Com a realização da investigação a uma pequena amostra de
professores foi considerada a realização de análise qualitativa.
• Os instrumentos utilizados foram questionários de perguntas abertas(
exceto uma questão) estruturado com um grupo de questões para os
novos professores e outro grupo para os orientadores.
• Aos novos professores foi pedido para listarem por ordem de
importância i) as áreas de experiencias positivas e ii) sobre aquelas
que entenderam ter maior contribuição que os professores mais
experientes.
• Também lhes foi perguntado o que a escola fez para usar como
recursos e a perceção e mudança efetuada.
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10. Questionário: Novos Professores
1. Please list in order of importance five areas in which you have had positive experiences as a new teacher.
2. Which areas have you especially mastered in your work?
• communication with pupils
• relations with colleagues
• teaching
• contact with parents
• other
3. Are there some areas in which you feel that you can contribute to a greater degree thanmore experienced teachers could? Yes/no
• If yes, which areas?
• If no, can you elaborate?
4. How has the school made use of your resources?
5. How have your assumptions about your work developed or changed during your first year?
• If there has been a change, what is the reason for that?
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11. Questionário: Orientadores
1. Please list in order of importance five areas in which you have had positive experiences with the new teacher/s you have mentored.
2. In which areas do you find that the new teachers master their work particularly well?
• communication with pupils
• relations with colleagues
• teaching
• contact with parents
• other
3. Are there some areas in which new teachers can contribute to a greater degree than moreexperienced teachers could?
• Yes/No.
• If yes, which areas?
• If no, can you elaborate?
4. How has the school made use of the new teachers’ resources?
5. How have their assumptions developed or changed during their first year? If there has been a change, what do you see as the reason for
that?
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12. Resultados
Como os novos professores gerem o seu trabalho
• Em primeiro lugar o gosto de estarem com os seus alunos e ensinarem as
matérias.
• Boa comunicação com os alunos e maior dificuldade nos relacionamentos
apesar de terem afirmado ter recebido apoio.
• Fazer parte da comunidade assumindo a associação e cooperação com
outros de uma forma positiva. A cooperação aparece como a situação mais
simétrica do que na orientação.
• Os orientadores assumem a influencia dos novos professores pelo seu
conhecimento, novas ideias e desafio no que é a cultura da escolar.
• Sugestão de desenvolvimento e aprendizagem pelos novos professores.
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13. A sua contribuição
• Novas ideias e entusiasmo
• Competências digitais
• Compreensão das gerações mais novas (elementos comuns de
compressão)
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14. Novos professores como recursos na escola
• A responsabilidade pela sua escolha
• O desafio inicial: as turmas difíceis, participação em diversos grupos
de trabalho e terem um horário muito preenchido.
• Apesar disto, estes fatores revelam-se meios de reconhecimento
como professores completos e percecionam-se como fontes de
confiança e responsabilidade.
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15. Mudança ou desenvolvimento de perceções
• A última pergunta revela a mudança da perceção inicial dos novos
professores.
• Assim, mencionam-se como elementos como muito trabalho,
burocracia e com desafios não relacionados com as suas matérias.
• Admitem que o trabalho é mais complexo do que imaginaram
inicialmente mas, como lado positivo, consideram que ao ensinar
“desenvolvem-se pela diversidade da função”.
• Referem ser agradável e divertido o trabalho com os mais novos.
• De notar que muitos orientadores acharam difícil responder a esta
pergunta por acharem que o pelo seu papel é mais direcionado para
suporte e acompanhamento. 15
16. Discussão dos resultados
Novos professores como recurso
• A pesquisa sugere que existe algo de significativo e relevante a aprender
com os novos professores mas que não é refletido na prática.
• A sobrecarga de trabalho inicial deixa pouco espaço para o
desenvolvimento pessoal que, a longo prazo, os torna mais “tradicionais”.
• É importante serem reconhecidos como qualificados para as funções mas,
o serem novos é trabalhoso, reconhecendo “existindo muito para
aprender”!
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17. Discussão dos resultados
O que pode ser aprendido dos novos professores?
• Novas ideias e perspetivas
• Entusiasmo e flexibilidade
• Competência digital
• Compreensão e comunicação com os alunos
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O que pode
ser aprendido
porque são
mais novos?
O que pode
ser aprendido
porque são
novos na
escola?
18. Discussão dos resultados
Porque razão não são usados como recursos?
• Falta de tempo/Pressão aliada ao aumento do trabalho na escola
• Cultura de escola individualista
• Os professores mais experientes não acreditam existir nada a
aprender com os novos professores por estes não conhecerem a
realidade e não terem a experiencia.
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19. Limitações do estudo
• Estudo foi realizado em pequena escala
• Contexto limitado
• Estudo de outros fatores que afetam os novos professores:
• Liderança, orientação, cooperação, autonomia e nível dos alunos.
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20. Sumário e Conclusões
• O estudo revela que os novos professores não são usados como recurso
positivo mesmo sabendo que os professores mais experientes podem
aprender com eles.
• Como recomendação do estudo, a atribuição aos novos professor de mais
tarefas ligadas à prática de ensino, e para além do apoio dado, saber dos
benefícios que estes trazem para os outros colegas e alunos.
• Quando as escolas recebem novos elementos, recebem também uma
oportunidade de desenvolvimento, quer individualmente quer para a escola
como um todo.
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