A hanseníase é causada por um micróbio que afeta principalmente a pele e os nervos, tem tratamento e cura. É transmitida pelo contato prólongado com pessoas doentes sem tratamento, porém a maioria das pessoas é resistente e não adoece. Sinais como manchas na pele sem sensibilidade podem indicar a doença.
O ACS e a Hanseniase- Curso Técnico Agente Comunitário em Saúde
Hanseniase
1.
2. O que é Hanseníase?
É provocada pelo micróbio – Bacilo de Hensen que
atinge principalmente a pele e os nervos. Tem
tratamento e cura.
3. Características do Bacilo de Hensen
• Micróbio visível apenas ao microscópio.
• Tem preferência por áreas do corpo mais frias
como a pele e os nervos.
4. Como se transmite a Hanseníase?
•A transmissão acontece
principalmente por meio das vias
respiratórias quando se convive
muito tempo com o doente sem
tratamento;
• Há pessoas sensíveis e pessoas
resistentes ao bacilo de Hansen;
• A maioria das pessoas é resistente,
ou seja, entra em contato
com o bacilo e não adoece;
•O homem é considerado a única
fonte de infecção da hanseníase;
•A hanseníase não é hereditária.
5. Como não se pega Hanseníase?
• Nas relações sexuais;
• Usando o mesmo banheiro;
• Beijando e abraçando;
• No aperto de mão;
• Nos utensílios domésticos;
• Por nenhum alimento;
• Nas roupas;
• Na piscina;
• No banco de ônibus;
• Em contato com animais;
• Em contato com moscas,
mosquitos e formigas;
• Em águas barrentas;
• Pelo sangue;
• Pela placenta;
• No momento do parto;
• No leite materno;
• Não é hereditária.
6. • Manchas na pele esbranquiçadas ou avermelhadas;
•Diminuição de sensibilidade ao calor, a dor e ao toque
no local das manchas.
7. O que a Hanseníase causa: Sinais e Sintomas
As manchas:
•Não doem;
•Não incomodam;
•Não coçam;
•Não pegam pó pela falta de umidade
da pele;
•Podem ter queda de pêlo;
•Podem ter a sensação de
formigamento e dormência;
•Queimar-se ou cortar-se sem sentir
pode ser sinal de hanseníase, porque
o bacilo (micróbio) destrói as
terminações nervosas próximas da
pele.
9. Hanseníase - Resistência
• Todas as pessoas podem ter contato com o bacilo
(micróbio) de Hansen, se conviverem com o doente
da forma contagiante sem tratamento.
• De 10 pessoas, 9 tem resistência natural, suficiente
para não adoecer, mesmo tendo contato com o
bacilo. Uma pessoa poderá adoecer, apresentando
mancha na pele;
• Dependendo do grau de resistência individual e,
caso não se trate, a doença poderá evoluir para
uma das formas mais graves da hanseníase.
10. Formas da Hanseníase
Forma I (indeterminada)
• Mancha plana. Com alteração
geralmente gradual da sensibilidade
que pode ser ao calor, à dor e ao
toque;
• A lesão é mais clara ou um pouco
avermelhada do que a tonalidade da
pele e pode aparecer em qualquer
parte do corpo – costa, nádegas,
pernas, braços, rosto...
• As manchas não coçam e não doem, o
que faz com que a pessoa não procure
o serviço de saúde;
• Nessa forma inicial, a hanseníase não
é contagiosa e a cura é mais rápida e
fácil, se não tratada, pode evoluir para
outras formas;
• A melhor forma para descobrir a
doença é estar sempre atento ao seu
corpo;
• Mancha branca com sensibilidade não
é hanseníase e deve ser investigada.
11. Formas da Hanseníase
Forma T (Tuberculóide)
• Lesões avermelhadas
ou esbranquiçadas com
bordas elevadas e
diminuição e/ou ausência
da sensibilidade ao calor,
à dor e ao tato;
•Não é contagiosa, não
passa de uma pessoa
para outra.
12. Formas da Hanseníase
Forma D (Dimorfa)
• Lesões de cor
avermelhada, acastanhada
ou ferruginosa com limites
imprecisos podendo no
centro da mancha não ter
alterações;
• Mancha com diminuição da
sensibilidade ao calor, dor
e ao tato;
• Quando não tratada é
contagiosa.
13. Formas da Hanseníase
Forma V (Virchowiana)
• Lesões de cor marrom
avermelhada, mal
delimitadas, espalhadas
pelo corpo, podendo ainda
aparecer caroços, inchaço
no rosto, orelhas, mãos,
pés, juntas, queda dos
pelos das sobrancelhas e
cílios;
• Quando não tratada, é
contagiosa.
14. Diagnóstico Clínico
• É realizado pelo médico, examinando toda a pele da pessoa a
procura de manchas dormentes.
• Realiza também os testes de sensibilidade ao calor, à dor e ao
tato;
• Apalpa os nervos do braços , pernas e pescoço.
• Procura obter mais informações sobre a pessoa e familiares;
• Solicita exames de laboratório.
15. Exames de Laboratório de Apoio
Diagnóstico
• Baciloscopia
Pesquisa a presença de bacilos (micróbios) no
organismo da pessoa com suspeita de
hanseníase, por meio da coleta da linfa,
principalmente nos lóbulos da orelha e cotovelos.
• Biópsia
É a retirada de um pedacinho da pele da mancha
onde será pesquisada a presença do bacilo e
alteração típica de cada forma.
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18. Tratamento
Formas I e T, que têm poucos bacilos (paucibacilar)
• Tratamento de seis meses;
• Uma dose mensal, supervisionada, tomada no posto de saúde:
dois comprimidos vermelhos (rifampicina) e um comprimido branco (dapsona);
• Diariamente, em casa, um comprimido branco (dapsona).
Formas D e V, que têm muitos bacilos (multibacilar)
• Tratamento de doze a vinte e quatro meses;
• Uma dose mensal, supervisionada, tomada no posto de saúde:
dois comprimidos vermelhos (rifampicina), três comprimidos marrom
(clofazimina) e um comprimido branco (dapsona);
• Diariamente, em casa, um comprimido branco (dapsona) e um comprimido
marrom (clofazimina).
IMPORTANTE:
• Escolher o horário mais adequado para tomar a medicação em casa, de
preferência logo após a ingestão de alimentos;
• Quando o tratamento é irregular ou interrompido antes do tempo recomendado,
os bacilos que ainda não morreram, podem voltar a se multiplicar prolongando
o tempo para a obtenção da cura.
19. • Que a urina pode ficar vermelha quando toma a rifampicina (comprimido
vermelho) no dia da dose mensal supervisionada no posto de saúde;
• Que a cor da pele pode ficar mais escura devido ao comprimido marrom
(clofazimina) principalmente se a pele for exposta ao sol (usar chapéu, filtro
solar ou outra forma de proteger a pele);
• Após o término do tratamento a cor da pele vai voltando ao normal;
• O comprimido vermelho (rifampicina), tomado uma vez por mês,
pode diminuir a ação da pílula anticoncepcional. quatro dias antes e quatro dias
depois da dose supervisionada, continuar com a pílula e usar preservativo se
quiser evitar a gravidez;
• Pode haver efeitos indesejáveis (colaterais) das medicações, como em
qualquer outra doença.
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21. Atenção. Observe!
• Olhos – sentir dor, coceira, ressecamento,vermelhidão,
presença de corpo estranho, pupilas de tamanhos
diferentes e dificuldade para enxergar.
• Nariz – dificuldade para respirar, ressecamento, crostas
aderidas e sangramento.
• Mãos e braços – sentir dor intensa nos cotovelos ou
punhos, ressecamento e formigamento nas mãos,
fraqueza nos braços derrubando objetos com
frequência.
• Pés e pernas – sentir dor intensa nas pernas e
tornozelos, ressecamento intenso e formigamento nos
pés, sensação de fraqueza nas pernas, tropeçando com
frequência ou perdendo o chinelo sem perceber.
• Dor nas articulações, mal estar, podem ser reação ao
tratamento. não deixe de tomar a medicação e também
procure a unidade de saúde, mesmo que não seja dia
de consulta.
22. O que a Hanseníase não tratada
pode causar ?
• A hanseníase não tratada pode causar
deformidades nas mãos, pés, olhos e nariz.
25. Quem é o contato?
•Toda e qualquer pessoa que resida ou tenha residido com
o doente nos últimos 5 anos.
Controle dos contatos
•Consulta anual com exame dermatoneurológico (da pele e
nervos);
• Os contatos com diagnóstico confirmado de hanseníase
devem começar o tratamento;
• Os contatos sadios são encaminhados para vacina b.c.g
intradérmica, e orientados sobre sinais, sintomas e auto
exame, bem como informações sobre as próximas
consultas;
• Contato paucibacilar (pb) – 2 consultas. uma por ano;
• Contato multibacilar (mb) – 5 consultas. uma por ano;
• Este controle é que vai contribuir para a "quebra" da
cadeia de transmissão.
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27. Direitos
• Direito ao convívio familiar e social amplo e
irrestrito;
• Respeito no atendimento desde a recepção e por
todos os profissionais dos serviços de saúde;
• Direito de ser atendido nas intercorrências
independente de consulta agendada, mesmo após
alta;
• Direito de receber todos os medicamentos que
necessitar.
28. Direitos
• Direito de receber tratamento atualizado.
• Diagnóstico, tratamento e acompanhamento por
equipe multiprofissional capacitada garantindo a
atenção integral.
• Garantia de atenção na prevenção de
incapacidades e tratamento quando estas já
estiverem instaladas (órteses e próteses).
29. Deveres
• Comparecer aos atendimentos agendados, pela e
com a equipe multiprofissional, seguindo suas
orientações;
• Tomar diariamente a medicação em casa e
comparecer mensalmente para dose
supervisionada no posto de saúde;
• Em caso de mudança de residência, comunicar o
novo endereço para seguimento do tratamento em
qualquer unidade de saúde;
• Orientar a família sobre a necessidade de
comparecer à unidade de saúde para exames
clínicos e ações preventivas.