Palestrante: João Marcelo
Apresentação do estudo preparado pela FIEB, em parceria com o Sebrae-BA e Apex-Brasil, sobre o perfil das empresas industriais baianas exportadoras e potenciais exportadoras.
Technological Innovation Creating Opportunities for Development
Estudo das Indústrias Exportadoras da Bahia
1. Estudo das Indústrias Exportadoras e
Potenciais Exportadoras da Bahia
Superintendência de Desenvolvimento Industrial, FIEB
Salvador, outubro de 2012
2. Agenda
1.Bases para o estudo
2.Empresas exportadoras
3.Empresas potenciais exportadoras
4.Considerações finais
3. Bases para o estudo: exportadoras
População: 358 empresas industriais exportadoras da Bahia
•Amostra de 186 empresas, limitando o erro estatístico a 5%: 46
microempresas, 57 pequenas empresas, 61 empresas de médio porte e 22
grandes empresas1.
•Seleção aleatória com aplicação de questionário estruturado (49 perguntas).
•Para definir uma empresa como exportadora, utilizou-se o cadastro do Guia
̧
Industrial do Estado da Bahia/FIEB e a relacão do MDIC/Secex de empresas
que exportaram em 2011.
1. Critério Sebrae (no de funcionários): Micro (0 a 19), Pequena (20 a 99), Média (100 a 499) e Grande (500 ou mais).
4. Bases para o estudo: potenciais exportadoras
População: 955 empresas industriais potenciais exportadoras da Bahia
•Amostra de 276 empresas, limitando o erro estatístico a 5%: 163
microempresas, 82 pequenas empresas, 27 empresas de médio porte e 4
grandes empresas2.
•Seleção aleatória com aplicação de questionário estruturado (21 perguntas).
•Definição de empresa potencial exportadora: (i) indicação da empresa
quando perguntada pelo Guia Industrial do Estado da Bahia/FIEB, ou (ii)
participação no Projeto de Extensão Industrial Exportadora (PEIEX) da Apex-
Brasil, realizado na Bahia pelo IEL – Instituto Euvaldo Lodi.
2. Critério Sebrae (no de funcionários): Micro (0 a 19), Pequena (20 a 99), Média (100 a 499) e Grande (500 ou mais).
5. Empre s a s Exporta dora s
De s ta que s da P e s quis a
6. Transporte da fábrica ao porto/estação aduaneira
0,5%
1,0% 1,5%
Rodoviário
3,5%
Hidroviário
5,5%
Aéreo
Outros. Especificar
Ferroviário
88,0%
Não tem conhecimento
O principal meio de transporte utilizado pelas empresas baianas da fábrica ao
porto/estação aduaneira é o rodoviário, representando 88% dos modais utilizados. Em
seguida aparece o transporte hidroviário (5,5%) e o aéreo (3,5%). A utilização do modal
ferroviário para as exportações é praticamente inexistente (0,5%).
7. Embarque das exportações
7,0%
5,4%
8,6%
Portos/aeroportos da Bahia
Portos/aeroportos fora da Bahia
9,7%
Misto: majoritariamente da
Bahia
Misto: majoritariamente de fora
da Bahia
Não sabe especificar
69,4%
As empresas exportadoras baianas que utilizam exclusivamente os portos e aeroportos
do estado representam quase 70% da amostra. Contando com as que declararam que
majoritariamente preferem os portos e aeroportos do estado são 79%. Os portos e
aeroportos de fora da Bahia são responsáveis pelo escoamento das exportações de
15,1% das empresas.
8. Principais entraves à exportação
Fora a taxa de câmbio, que é um fator conjuntural, os principais obstáculos à
exportação apontados pelas empresas exportadoras baianas foram os custos logísticos
e a burocracia tributária brasileira.
9. Etapas da exportação com mais obstáculos
Transporte/frete interno
Contrato de câmbio
Transporte/frete internacional
Embalagem para transporte
Despacho aduaneiro
Atividades portuárias (capatazia/THC)/aeroportuárias/transbordo na…
Armazenagem no porto seco/aeroporto/porto marítimo
Registros, declarações e comprovantes de exportação
“Ovação” do contêiner na fábrica
Certificados “Form A”
Negociações bancárias
Certificados diversos (fitossanitários, etc.)
Legalização consular
Certificados de Origem (MERCOSUL, ALADI)
Certificado de inspeção de qualidade e quantidade
Seguro internacional
Outros
0 5 10 15 20 25 30 35
No processo de exportação, as indústrias exportadoras enxergam os maiores
obstáculos no deslocamento das mercadorias em solo brasileiro e no contrato de
câmbio.
10. Burocracia alfandegária
Pagamento de honorários e taxas aduaneiras
Tempo para liberação de cargas/desembaraço
aduaneiro
Inspeção aduaneira de mercadorias
Processamento de documentos e parametrização
Inspeção física de mercadorias
Tempo de obtenção de anuência pelos órgãos
competentes
Obtenção de certificados fitossanitários
Nenhum processo alfandegário/aduaneiro impacta as
operações de exportação de empresa
Outras, não sabe
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Segundo as indústrias exportadoras, os fatores que mais prejudicam as exportações
no processo aduaneiro são o pagamento de honorários e taxas e o tempo para
desembaraço e inspeção de mercadorias.
11. Principais entraves portuários
Burocracia de órgãos públicos na liberação da carga
Tempo de movimentação da carga no porto
Greves de trabalhadores no processo de movimentação de cargas
A empresa não tem conhecimento
A empresa não utiliza portos para escoar sua produção
Mão-de-obra avulsa
Armazenagem de cargas no porto
Capatazia/ THC
Acesso ao complexo portuário
A empresa não encontra problemas significativos nos portos
Roubo/furto de carga no porto
Estadia do navio / operação portuária
Outras.
0 10 20 30 40
A burocracia na liberação da carga é o principal entrave portuário, constando na resposta
de 23,3% das empresas, seguido pelo tempo para a movimentação de carga e as greves
dos trabalhadores do porto.
12. Tributos que mais afetam as exportadoras
20,0%
Contribuição para a Previdência Social –
19,0% Cota Patronal (INSS)
PIS/Cofins
13,0% ICMS
IPI
Outros, não sabe
12,5%
Nenhum tributo afeta a competitividade
externa dos produtos da empresa
26,0%
9,5%
Para 20% das empresas entrevistadas, a contribuição para a previdência social é o
tributo que mais afeta a competitividade dos produtos exportados. Em seguida estão o
PIS/COFINS, o ICMS e o IPI. Quase 20% das empresas acreditam que os tributos não
afetam a sua competitividade externa.
13. Ações de governo para aumentar a
competitividade das exportações
Simplificação dos procedimentos aduaneiros na exportação
Operação contínua e ininterrupta das Aduanas, nos principais
pontos de saída do país
Melhoria da sistemática para compensação de Créditos
Tributários para compensação de ICMS e IPI
Extensão do regime tributário para incentivo à modernização
e à ampliação da estrutura portuária (REPORTO).
Melhoria das linhas de financiamento e dos instrumentos de
garantias para obtenção do crédito;
Simplificação adicional dos regimes aduaneiros especiais
(drawback, entreposto aduaneiro, etc.)
Oferecer informações customizadas da oferta de produtos e
demandas por estado da federação;
Integração dos módulos de exportação e importação do
Siscomex
Outras
0 10 20 30 40
Na opinião das empresas exportadoras, as principais ações para aumentar a
competitividade das exportações são a simplificação dos procedimentos aduaneiros
e a operação contínua e ininterrupta das aduanas nos principais pontos de saída do
país.
14. Ações de governo para melhorar a infraestrutura
Priorizar os acessos terrestres aos portos nos programas de
investimentos governamentais;
Transferir para a iniciativa privada as administrações portuárias
públicas;
Dar continuidade à concessão de aeroportos selecionados à
iniciativa privada;
Atrair investimentos para novos terminais de uso privativo misto,
inclusive para movimentação de contêineres
Efetivar o transporte multimodal no País, equacionando o
problema do ICMS sobre a prestação dos serviços;
Reduzir os gargalos que impedem o aumento da velocidade
média no transporte ferroviário;
Aumentar a movimentação do transporte de cabotagem pela
flexibilização de suas outorgas.
Outros/Não sabe
0 10 20 30 40 50
Mais de 20% das empresas entrevistadas apontaram a melhoria do acesso aos
portos como a principal ação governamental para melhora da infraestrutura. Um
número pouco menor de empresas indicou a transferência para a iniciativa privada da
administração dos portos públicos.
15. Prioridades nas ações governamentais
Desoneração tributária
Desburocratização dos procedimentos aduaneiros
Infraestrutura dos portos e aeroportos
Infraestrutura de transporte doméstico
Negociação de acordos comerciais para redução de tarifas
Sistema de promoção comercial e de informações…
Condições ao investimento em pesquisa e…
Condições de financiamento à exportação
Negociação para redução de barreiras não tarifárias;
Sistema de garantias aos financiamentos
Condições ao investimento em ativo fixo
Estrutura adequada para o e-commerce;
Outros
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0
Para 23,5% das empresas exportadoras baianas, o governo deveria priorizar a
desoneração tributária. Em seguida, aparecem a desburocratização dos procedimentos
aduaneiros e a infraestrutura dos portos e aeroportos.
16. Empre s a s P ote ncia is
Exporta dora s
De s ta que s da P e s quis a
17. Perfil das empresas por porte – critério Sebrae
59,1% 29,7%
De 0 a 19
De 20 a 99
De 100 a 499
Acima de 500
9,8%
1,4%
A amostra é constituída, em sua maioria, por empresas de micro e pequeno porte:
245 empresas, correspondendo a 88,8% do total. A soma das empresas de médio e
grande porte alcançou 31 empresas (11,2%).
18. Perfil das empresas por região
5,1% 1,1%
7,2% 0,4%
12,3%
43,1%
Salvador
Paraguaçu/Centro
Litoral Sul
Sudoeste
Extremo Sul
30,8% Oeste
Norte
Refletindo o grau de concentração regional da economia baiana, mais de 70% das
empresas potenciais exportadoras estão localizadas nas regiões de Salvador e
Paraguaçu/Centro, principalmente nas cidades de Salvador e Feira de Santana
19. Motivos para exportar
Diversificação de mercados
Preços internacionais atraentes
Rede de contatos no exterior
Outros
Estoques altos
Concorrentes nacionais exportam e servem de exemplo
Necessidade de receita em moeda estrangeira
0 5 10 15 20 25 30 35
A diversificação de mercados foi apontada por 30% das empresas entrevistadas
como a principal motivação para exportar. Preços internacionais atraentes vêm em
segundo lugar, com quase 25% das respostas.
20. Capacidade para exportar
Sem capacidade atual
16% a 30%
Até 15%
31% a 50%
Não sabe informar
Acima de 51%
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Há um excedente para exportação de 16% à 30% da produção para quase 25% das
respondentes; 36% das empresas não têm excedente atual para exportar.
21. Conhecimento sobre o mercado internacional
45,7% Informações básicas
46,0% Praticamente nada
Nível aprofundado
Outros
1,1% 7,2%
Certamente, o desconhecimento sobre o mercado internacional é um dos
principais desafios para a internacionalização das empresas pesquisadas.
Mais de 90% das empresas têm pouco conhecimento sobre mercado exterior.
22. Obstáculos às exportações
Burocracia tributária
Dificuldade de acesso a potenciais compradores
Desconhecimento dos processos de exportação
Falta de incentivo do governo
Custo de Frete internacional
Burocracia alfandegária/aduaneira
Qualificação de profissionais
Dificuldades de crédito
Adequação dos produtos ao padrão para exportação
Taxa de Câmbio
Barreiras técnicas e/ou ilegais
Custos portuários ou aeroportuários
Mercado interno mostra-se mais interessante
Ausência de capacidade produtiva para exportar
Falta de acesso/qualidade dos serviços de apoio ao comércio exterior
Custo do frete doméstico
Impossibilidade de concorrer internacionalmente em preço e/ou…
Outros
Não sabe informar
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0
A burocracia tributária e a dificuldade de acesso a potenciais compradores
são, na visão das empresas potenciais exportadoras entrevistadas, os
principais obstáculos à atividade exportadora.
23. Interesse em Plano de Internacionalização
61,6%
Tem Interesse
Não Tem Interesse
Não sabe
31,2%
7,2%
Quase 2/3 das empresas potenciais exportadoras demostraram interesse em
desenvolver um plano para a internacionalização.
24. Cursos de capacitação
Planejamento para Internacionalização
Curso Básico de Comércio Exterior
Adequação de Produtos
Linhas de Crédito
Formação de Preço para Exportação
Práticas Cambiais
Outros
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0
A demanda por cursos em planejamento para internacionalização foi
manifestada por 25% das empresas pesquisadas. O Curso básico de
comércio exterior foi demandado por 16% das empresas.
25. Projetos com foco no mercado internacional
47,0%
Participação em Feiras Internacionais
Missões Técnicas e Empresariais
6,0% Rodadas de Negócio
Não sabe
21,1%
25,9%
47% das empresas entrevistadas demonstrou interesse em participar de feiras
internacionais e 26% em rodadas de negócio.
27. Considerações Finais - Exportadoras
Para promover as exportações baianas...
Principais ações governamentais:
•Simplificação dos procedimentos aduaneiros;
•Operação contínua e ininterrupta das aduanas nos principais pontos de saída
do país.
Melhoria da infraestrutura:
•Redução dos impostos e encargos setoriais nas tarifas de energia elétrica;
•Redução do custo do transporte rodoviário e maior oferta do modal ferroviário.
•Portos: burocracia de órgãos públicos na liberação da carga, tempo de
movimentação da carga no porto e greves de trabalhadores portuários.
28. Considerações Finais - Exportadoras
Prioridades na defesa de interesses:
•Redução dos impostos e encargos setoriais sobre a energia elétrica;
•Diminuição do custo do frete rodoviário e oferta de serviço ferroviário;
•Melhores acessos terrestres aos portos;
•Transferência das administrações portuárias públicas para a iniciativa
privada.
Ações de apoio institucional às indústrias exportadoras:
•Disseminar, principalmente junto às micro e pequenas empresas, os
instrumentos governamentais de apoio ao comércio exterior;
̧ ̧
•Oferecer cursos de capacitacão em: (i) práticas cambiais, (ii) participacão
de feiras, rodadas de negócios e missões; (iii) linhas de crédito para
̧
exportacão.
̧
•Promover uma maior participacão das empresas exportadoras baianas em
feiras internacionais, missões empresariais e missões técnicas para o
exterior.
29. Considerações Finais – Potenciais Exportadoras
Para diminuir a concentração e crescer as exportações...
•Atuação do Governo: burocracia tributária e alfandegária e acesso à
crédito;
•Mercado: acesso à potenciais importadores, desconhecimento do
processo de exportação, custo do frete internacional e qualificação de
profissionais;
•Fatores internos da empresa: falta de estrutura produtiva e equipe
técnica preparada para a exportação e custo de produção competitivo.
•Informação: desconhecimento de programas de incentivo à exportação.
30. Considerações Finais - Potenciais
Ações de apoio à internacionalização
•Sensibilização quanto as vantagens da internacionalização;
•Melhoria de produtos e processos internos da empresa, visando aprimorar a sua
competitividade.
•Desmistificação de mercados: estimulo à exportação para mercados não
tradicionais, como África, América Latina e Oriente Médio.
•Realização de Plano de Internacionalização: autoconhecimento da empresa e
planejamento de todas as etapas de exportação;
•Estimular a participação em projetos com foco em mercados internacionais:
participação em feiras internacionais e missões técnicas e empresariais.
31. Obrigado!
João Marcelo Alves
Superintendente de Desenvolvimento Industrial
jcoelhoa@fieb.org.br