Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Mediação audiovisual e ficção televisiva
1. Hegemonia Audiovisual e Ficção Televisiva
Hegemonia Audiovisual e Fic
ç
Aprendemos...
Ø10% do que lemos
Ø20% do que ouvimos
Ø30% do que vemos
Ø50% do que vemos e ouvimos
Ø70% do que discutimos com outras pessoas
Ø80% do que experimentamos
Ø95% do que ensinamos a outras pessoas
William Glasser in Seven Ways of Knowing
Criado por Alex Sandro C. Sant’Ana – Dezembro/2006
3. n Jesús MartínBarbero é espanhol,
n Jes ú Mart n
í
residente desde 1963 na Colômbia,
e um dos maiores teóricos te
ó
contemporâneos da comunicação e
contemporâneos da comunica ç
da cultura na América Latina. Uniu
da cultura na Am rica Latina. Uniu
é
MartínBarbero
se, neste livro, ao psicólogo e
psic ó
professor colombiano Germán Rey
Germ á
para análise de um fenômeno social
para an á
e cultural de crescente importância
também no Brasil: o poder da
tamb é
televisão sobre o imaginário das
imagin
á
Rey
pessoas.
4. A obra de MartínBarbero é conhecida por realizar
Mart n
í
n
n
deslocamentos e rupturas . Deslocamentos dos lugares
rupturas
tradicionais de onde são feitas as perguntas. Rupturas
com as respostas reducionistas e maniqueístas “à direita
manique í
e à esquerda”. O resultado pode ser sintetizado num
esquerda ”
trabalho de construção teóricometodológica conhecido
constru ç te rico metodol
ó ó
como mapa noturno , uma cartografia para explorar as
noturno
mediaç ões que é um marco a partir do qual se podem
media ç
estudar as novas complexidades nas relações entre
rela
ç
comunicação, cultura e política.
comunica ão, cultura e pol tica.
ç í
5. n Proposta do autor: Seguir e explorar as
n
mediações que se dão entre as ll gicas de
ó
media ç ó
produ ç ão e as ll gicas de recep ç ão , entre as
ó gicas de recep ão
produ ç ó ç
matrizes culturais e os formatos industriais .
formatos industriais .
6. n Seus estudos dos últimos anos é um notável
ú not
á
n
esforço no sentido de oferecer pistas para
esfor
ç
elucidar “entrever” (como diz ele) cada vez
“
entre ver
mais as relações entre meios e mediaç ões .
mais as rela ç media ões
ç .
7. n Nele reaparece a centralidade ocupada
n
pela mediação da cultura popular,
media ç
verdadeira marca registrada do autor. E a
novidade fica por conta da análise do
an á
meio televisão como mediaç ão “tecno
media ç “
tecno
ll gica” e cultural, pela qual a televisão é
ó gica
ó
tratada através das hibridações entre
atrav é hibrida ç
tecnicidade e visualidade.
visualidade .
8. n Nos marcos dessas duas categorias a televisão
n
tornase experiência comunicativa e cultural nos
torna
processos de “desconstrução” e “reconstrução”
“
des constru ão
ç “
re constru ão
ç
das identidades coletivas, lugar onde se trava a
estratégica batalha cultural do nosso tempo.
estrat é
Desse referencial teórico desenvolvido ao longo
te ó
dos capítulos I e II resulta, no capítulo III, uma
cap í cap í
pesquisa empírica na forma de um notável estudo
pesquisa emp rica na forma de um not
í á
de caso da ficção televisiva na Colômbia.
da fic ão televisiva na Colômbia.
ç
9. n Fazer avançar metodologicamente a pesquisa
avan ç
n
das mediaç ões (até agora referida como
media ç (at
sinônimo de pesquisa de recep ç ão ) é fazer do
recep ão
ç
cotidiano mediatizado o seu ll cus preferencial de
ó
ó
estudo, porém mais ampliado, tal como aqui
por
é
sugerimos, por meio da incorporação das noções
incorpora ç no
ç
de tecnicidade e de visualidade como novos
“lugares metodológicos”.
“
lugares metodol gicos .
ó ”
10. n Por meio da noção de
no
ç
n
tecnicidade é possível entender
poss
í
a técnica como constitutiva, como
a t
é
dimensão imanente de uma visão
antropológica de comunicação.
antropol gica de comunica ão.
ó ç
11. n Na técnica há novos modos de perceber, ver,
t
é h
n
ouvir, ler, aprender novas linguagens, novas
formas de expressão, de textualidade e
escritura. Haveria uma espécie de
esp
é
intermedialidade como experiência
comunicativa, ou seja, de muitas interfaces
comunicativa
entre os diferentes meios e destes nos
diferentes espaços comunicativos do consumo
espa ç
e criação.
e cria ão.
ç
12. n A técnica, portanto, está recolocando o lugar
n A t cnica, portanto, est
é
da imagem tanto na ciência (imagem não
mais como obstáculo, mas parte de um novo
mais como obst á
modo de conhecer e de construir o
conhecimento) como na prática cotidiana.
conhecimento) como na pr tica cotidiana.
á
13. Encaminha para que se pesquise a partir do
n
n
reconhecimento da presença central da cultura oral
presen ç
como oralidade secund ária, formada por aquelas
secund ria
á
complexas relações que hoje se produzem na
rela
ç
América Latina entre a oralidade que perdura como
Am é
experiência cultural primária das maiorias e a
prim
á
visualidade tecnológica, tecidas e organizadas pelas
tecnol ó
gramáticas tecnoperceptivas do rádio, cinema, vídeo,
gram á r
á v í
música, computador.
m sica, computador.
ú
15. n Desde o princípio, a imagem foi ao
n Desde o princ í
mesmo tempo meio de expressão,
de comunicação e também de
comunica
ç tamb é
adivinhação e iniciação, de
adivinha
ç inicia ç
encantamento e cura.
encantamento e cura.
16. n O livro trata dos avatares
n
culturais, políticos e
pol
í
narrativos do audiovisual,
especialmente da televisão.
especialmente da televisão.
17. Primeiro Movimento
n A hegemonia audiovisual está
est
n
deslocalizando o ofício (e a
des of í
autoridade), dos intelectuais e
introduzindo, no mundo da
cultura ocidental, um acre
sabor de decadência
incoercível, produzida pela des
incoerc í des
ordem de que sofrem as
autoridades e as hierarquias.
autoridades e as hierarquias.
18. n Na América Latina, a
Am é
n
hegemonia audiovisual des
des
cobre, põe a descoberto, as
cobre
contradições de uma
contradi ç
modernidade outra, à qual
têm acesso e da qual se
apropriam as maiorias, sem
deixar a cultura oral,
mesclandoa com as
mesclando
imagísticas da visualidade
imag í
eletrônica.
eletrônica.
19. Segundo Movimento
n Mais que uma enfermidade
n
da política, a mídia de
pol
í m í
massa televisiva indica a
direção da crise da
dire
ç
representação e as
representa ç
transformações que está
transforma ç est
atravessando a identidade
da mídia.
da m dia.
í
20. n E isso por causa das rupturas
n
vividas pelo espaço audiovisual
espa
ç
em seus ofícios e alianças, em
of
í alian
ç
suas estruturas de propriedade e
gestão, e nas reconfigurações do
reconfigura ç
discurso televisivo.
discurso televisivo.
21. n Porém, pelo adensamento das mediações da
n Por m, pelo adensamento das media
é ç
sensibilidade e da teatralidade da política, ao
sensibilidade e da teatralidade da pol í
mesmo tempo espaço de simulação e de
espa ç simula ç
reconhecimento social, do fazer socialmente
visível tanto a corrupção como sua
vis í corrup
ç
fiscalização e denúncia, tanto os dolorosos
fiscaliza
ç den
ú
avatares da guerra.
da guerra.
22. Terceiro Movimento
n O das narrações televisivas
narra
ç
n
que encarnam a inextricável
inextric
á
conexão das memórias e dos
mem ó
imaginários, a geografia
imagin á
sentimental que, a partir do
bolero e do tango, se
reencantou na radionovela, no
radionovela
melodrama cinematográfico e,
cinematogr á
finalmente na telenovela
finalmente na telenovela
23. n Com tudo que aí circula de experiência
n Com tudo que a
do mercado em renovar o desgaste
narrativo – juntando o contar contos
com o saber fazer contas , porém
por é
também com as lutas dos povos do sul
tamb é
para passar a contar nas decisões,
que os afetam, isto é, pelo direito de
é
contar suas histórias e
hist
ó
descobrir/recriar nelas – nos relatos
que as fazem local e mundialmente
reconhecíveis – sua identidade plural.
reconhec í sua identidade plural.
24. n O estouro das fronteiras espaciais e
n
temporais que eles introduzem no campo
cultural, deslocaliza os saberes,
des
deslegitimando as fronteiras entre razão e
imaginação, saber e informação, natureza
imagina ão, saber e informa
ç ç
e artifício, ciência e arte, saber
artif
í
especializado e experiência profana.
especializado e experiência profana.
28. n Confundindo iletrado com
n
inculto, as elites ilustradas,
desde o século XVIII, ao
s
é
tempo que afirmavam o povo
na política, o negavam na
pol
í
cultura, fazendo da incultura o
traço intrínseco que
tra
ç intr
í
configurava a identidade dos
setores populares e o insulto
com que tapavam sua
interessada incapacidade de
aceitar que, nesses setores,
pudesse haver experiências e
matrizes de outra cultura.
matrizes de outra cultura.
29. n A televisão tem muito menos
n
de instrumento de ócio de
ó
diversão do que de cenário
cen á
cotidiano das mais secretas
perversões do social e
também da constituição de
tamb é constitui ç
imaginários coletivos, a partir
imagin á
dos quais as pessoas se
reconhecem e representam o
que têm direito de esperar e
desejar.
desejar.
30. Os autores lançam então a
lan
ç
n
n
seguinte questão: Que política pol
í
educativa seria cabível em um
cab
í
contexto em que a mídia nos
m í
idiotiza, nos poupa de pensar e
nos rouba a solidão? Os mesmos
em seguida afirmam que é a
televisão em si mesma, e não
algum tipo de programa, que
reflete e reforça a incultura e a
refor
ç
estupidez das maiorias. Com o
argumento de que “para ver
“
televisão não se necessita
aprender”, a escola – que nos
aprender ”
ensina a ler – não teria nada a
fazer aqui.
fazer aqui.
31. Nenhuma possibilidade, nem necessidade,
n
n
de formar uma visão crítica que distinga
cr
í
entre informação independente e
informa
ç
informação submissa ao poder econômico
informa ç
e político, entre os programas que buscam
e pol í
se conectar com as contradições, as dores
se conectar com as contradi ç
e as esperanças de nossos países e
esperan ç pa
í
aqueles que nos oferecem evasão e
consolo, entre cópias baratas do que é
c ó
imperante e trabalhos que fazem
experiência com as linguagens, entre o
esteticismo formalista que explora as
tecnologias de maneira exibicionista e a
investigação estética que incorpora o vídeo
investiga ão est tica que incorpora o v
ç é í
e o computador à construção de nossas
constru ç
memórias e à imaginação de nossos
mem ó imagina ç
futuros.
futuros.
32. n Inserida na experiência global,
n
a experiência cultural latino
latino
americana deste fim de século
americana deste fim de s é
não pode ser pensada fora
das novas estruturas
comunicativas da sociedade,
uma vez que elas configuram
boa parte de suas apostas e
de seus pesadelos.
de seus pesadelos.
33. Os autores se referem à hegemonia
n
n
da razão comunicacional que, diante
do consenso dialogal, do qual se
nutra, segundo Habermas, a “razão
Habermas “
comunicativa”, se acha carregada
comunicativa ”
de opacidade discursiva e de
ambigüidade política, introduzida
ambig ü pol
í
pela mediação tecnológica e
media ç tecnol
ó
mercantil, cujos dispositivos – a
fragmentação que desloca e
fragmenta ç
descentra, o fluxo que globaliza e
comprime, a conexão, que
desmaterializa e hibrida – agenciam
o devir mercado da sociedade.
o devir mercado da sociedade.
34. n A fascinação tecnológica produz
fascina ç tecnol ó
n
densos e desconcertantes
paradoxos: a convivência da
opulência comunicacional com
debilidade do público, a maior
p ú
disponibilidade de informação com
informa ç
a deterioração palpável da
deteriora ç palp
á
educação formal, a explosão
educa ç
contínua de imagens com o
cont
í
empobrecimento da experiência, a
multiplicação infinita dos signos em
multiplica ç
uma sociedade que padece do
maior déficit simbólico.
maior d ficit simb lico.
é ó
35. n A convergência entre sociedade de
n
mercado e racionalidade tecnológica
tecnol
ó
dissocia a sociedade em “sociedades
“
paralelas”: a dos conectados à infinita
paralelas ”
oferta de bens e saberes, a dos inforricos
e a dos excluídos tanto dos bens mais
exclu
í
elementares como da informação exigida
informa ç
para poder decidir como cidadãos.
para poder decidir como cidadãos.
36. n É impossível saber o que a televisão faz
imposs
í
n
com as pessoas, se desconhecermos as
demandas sociais e culturais que as
pessoas fazem à televisão.
n Se a televisão atrai é porque a rua
n
expulsa, é dos medos que vivem as
mídias.
m dias.
í
37. n Se as novas condições de vida na cidade
n Se as novas condi ç
exigem a reinvenção de laços sociais e
reinven ç la
ç
culturais, são as redes audiovisuais que
instauram, a partir de sua própria ll gica,
ó
pr
ó ó
as novas figuras dos intercâmbios
urbanos.
urbanos.
38. n Enquanto a cultura do texto criou espaços
n Enquanto a cultura do texto criou espa ç
de comunicação exclusiva entre os
comunica ç
adultos, instaurando uma marcada
segregação entre adultos e crianças, a
segrega ç crian
ç
televisão provoca um curtocircuito nos
curto
filtros da autoridade parental,
transformando os modos de circulação da
transformando os modos de circula ç
informação no lar.
informa ão no lar.
ç
39. n Enquanto o livro disfarça seu controle
disfar
ç
n
através de seu estatuto de objeto cultural
atrav
é
e da complexidade de seus temas e de
seu vocabulário, o controle da televisão
vocabul á
não admite disfarces, tornando explícita a
não admite disfarces, tornando expl í
censura.
censura.
40. n Que atenção estão prestando as
aten ç
n
escolas, e inclusive as faculdades de
educação, às modificações profundas
educa ç à modifica ç
na percepção do espaço e do tempo
percep ç espa ç
vividas pelos adolescentes, inseridos
em processos vertiginosos de
desterritorialização da experiência e da
desterritorializa
ç
identidade, apegados a uma
contemporaneidade cada dia mais
reduzida à atualidade, e no fluxo
incessante e embriagador de
informações e imagens?
informa ões e imagens?
ç
42. Que deslocamentos cognitivos e
n
n
institucionais estão exigindo os
novos dispositivos de produção e
produ ç
apropriação do conhecimento a
apropria ç
partir da interface que enlaça as
enla
ç
telas domésticas da televisão com
telas dom é
as laborais do computador e as
ll dicas dos videogames?
ú
ú
n Está a educação se encarregando
n Est a educa ç
dessas indagações?
dessas indaga ões?
ç
43. n E,
se não o está fazendo, como pode
est
n
pretender ser hoje um verdadeiro espaço
espa
ç
social e cultural de produção e
produ ç
apropriação de conhecimentos?
apropria ão de conhecimentos?
ç
44. n O problema de fundo está no desafio
est
n
proposto por um ecossistema
comunicativo no qual o que emerge é
outra cultura, outro modo de ver e de ler,
de aprender e conhecer.
de aprender e conhecer.
45. n A realidade cotidiana da escola demonstra
n
que a leitura e a escritura não são uma
atividade criativa e prazerosa, porém,
por é
predominantemente uma tarefa obrigatória
predominantemente uma tarefa obrigat ó
e entediante, sem possibilidades de
entediante
conexão com dimensõeschave da vida
dimensões
dos adolescentes.
dos adolescentes.
46.
47. n Diante da cultura oral, a escola se
n
encontra tão desprovida de modos de
interação, e tão na defensiva, como diante
intera
ç
do audiovisual.
do audiovisual.
48. Pela maneira como se apega ao livro, a escola
n
n
desconhece tudo o que de cultura se produz e circula
pelo mundo da imagem e das oralidades: dois
mundos que vivem, justamente, da hibridação e da
hibrida
ç
mestiçagem, do revolvimento de memórias territoriais
mesti agem, do revolvimento de mem
ç ó
com imaginários deslocalizados.
com imagin á des localizados
.
49. n Ao reivindicar a presença da cultura oral e da
n Ao reivindicar a presen ç
audiovisual, não estamos desconhecendo,
de modo algum, a vigência da cultura
letrada, mas desmontando sua pretensão de
ser a única cultura digna desse nome e o
ú
eixo cultural de nossa sociedade.
eixo cultural de nossa sociedade.
50. Estamos diante de uma mudança nos
mudan ç
n
n
protocolos e processos de leitura, que
não significa, nem pode significar, a
simples substituição de um modo de ler
substitui
ç
por outro, senão a articulação complexa
articula ç
de um e outro, da leitura de textos e da
de hipertextos, da dupla inserção de uns
inser ç
em outros, com tudo o que isso implica de
continuidades e rupturas, de
reconfiguração da leitura como conjunto
reconfigura ç
de modos muito diversos de navegar
pelos textos.
pelos textos.
51. n É por essa pluralidade de escritas que
n
passa, hoje, a construção de cidadãos,
constru
ç
que saibam ler tanto jornais como
noticiários de televisão, videogames,
notici
á
videoclipes e hipertextos.
videoclipes e hipertextos.
52. Imagens e Pol ítica
Imagens e Pol í
Apresentação: Impactos das Tecnologias na Sociedade
53. n As televisões públicas deveriam encontrar
p ú
n
um equilíbrio difícil entre uma programação
equil í dif
í programa ç
generalista, isto é, orientada para a maioria
é
do público, com uma programação que leve
do p blico, com uma programa
ú ç
em conta os direitos das minorias, aquelas
que não costumam se acomodar às à
descrições das populaçõesobjetivos.
descri ões das popula ões objetivos.
ç ç
54. n Uma televisão que
n
transmita futebol junto com
encenações de ópera e de
encena ç ó
filmes, que não costumam
ser exibidos normalmente
nas salas comerciais, com
eventos próximos às
pr
ó à
sensibilidades mais
contemporâneas dos
jovens.
jovens.
55. n Se as televisões comerciais aumentam as
n
possibilidades de contraste cultural, bem
como o acesso à informação ou à recorrência
informa ç
a modelos de vida diferentes dos próprios,
pr
ó
também segmentam, padronizam e
tamb é
submetem as realidades a incisivos
processos de redução e banalização.
processos de redu ão e banaliza ão.
ç ç
57. n Como afirmou Umberto Eco para a leitura,
n
todo texto gera seu leitormodelo. Canais
leitor
e programas criam audiênciasmodelo que
e programas criam audiências
são muito mais do que espectadores
fortuitos. Tratase de grupos ou de tribos
Trata
identificáveis tanto por suas preferências
identific
á
midiáticas como por suas decisões vitais.
midi á como por suas decisões vitais.
58. n A renovação dos públicos é
renova ç p ú
n
acompanhadas pelas modificações
modifica ç
cognitivas, isto é, pelas diferentes formas
é
de interpretação e apropriação das
interpreta ç apropria ç
mensagens televisivas e de sua
localização em outros contextos de suas
localiza ç
vidas cotidianas.
vidas cotidianas.
59. n A empresarialização produz uma gama
empresarializa ç
n
importante de efeitos: ao lado das
necessidades de adequar as propostas
comunicativas às exigências do consumo
à
estão os processos de padronização,
padroniza ç
reduzindo as especificidades para circular
mais facilmente em circuitos comerciais
que requerem produtos bastante
homogêneos e que, além disso,
al
é
costumam ter uma rápida obsolescência.
costumam ter uma r pida obsolescência.
á
60. n Os tempos internos da elaboração midiática
elabora ç midi á
n
variam ao ingressar nas ll gicas da produção
ó
ó produ
ç
industrial, enquanto suas realizações são mais
industrial, enquanto suas realiza ç
permeáveis à intersecção de gêneros, à
perme á intersec
ç
experimentação e à espetacularização.
experimenta ç espetaculariza ão
ç .
61. A diversificação da produção da empresa
diversifica
ç produ ç
n
n
multimidial (que integra recreação, acesso ao
recrea ç
conhecimento, educação, informação, etc.) gera
educa
ç informa ç
especialização ainda mais sofisticadas tantos dos
especializa ç
tipos de jornalismo como de suas modalidades
narrativas e de integração das mídias.
narrativas e de integra ão das m dias.
ç í
62. n A consolidação de um “nós” da sociedade
consolida ç “ ó
n s
n
civil diante das manifestações autoritárias,
manifesta ç autorit
á
venham de onde vierem, a formação de um
forma ç
espaço comum e de revelação, onde a
espa ç revela ç
sociedade civil se expresse em sua
pluralidade, são desafios com que hoje se
defrontam as mídias na busca de visibilidade.
defrontam as m dias na busca de visibilidade.
í
63. n O que se viu na histórica da televisão foi
hist
ó
n
uma paulatina moldabilidade do público a
p
ú
qual emerge das tensões entre o
comercial e o cultural, da significação do
significa ç
massificado inaugurada pela mídia diante
m í
de uma tradição marcada por experiências
de uma tradi ç
mais elitistas, das interações – quase
intera ç
sempre conflituosas – entre as iniciativas
privadas e os limites regulamentares dos
Estados protetores.
Estados protetores.
64. n As idéias de uma globalização do político que
n As id ias de uma globaliza ão do pol
é ç í
“respeite os dialetos”, segundo Vattimo, mas
“ dialetos ” Vattimo
que, por sua vez, enfrente efetivamente o
poder das grandes instâncias transnacionais
– diante das quais têm muito pouco a fazer os
Estados nacionais –, faz parte das discussões
–
mais candente hoje.
mais candente hoje.
65. n Diante da televisão não existem somente
n
telespectadores: cada vez são mais
complexas as interações entre mídias e
intera
ç m í
cidadania, entre televisão e política.
cidadania, entre televisão e pol tica.
í
66. n Acostumada aos silêncios
n
e ao subterfúgio, a
subterf ú
corrupção tem uma
corrup ç
capacidade de mimetismo
assombrosa; com relativa
facilidade se adapta às à
exigências da informação
informa ç
e se, no passado, sua
força consistia em proteger
for
ç
a qualquer preço a sua
pre ç
privacidade, agora
consiste em se acomodar
com cinismo à visibilidade.
visibilidade.
67. n No que concerne às indústrias culturais,
à ind ú
n
digamos, para começar, que elas constituem
come
ç
hoje a mais complexa reorganização da
reorganiza ç
hegemonia.
hegemonia.
68. n As contradições latinoamericanas que
contradi
ç latino
n
atravessam e sustentam sua globalizada
integração desembocam decisivamente
integra ç
na pergunta acerca do peso que as
indústrias do audiovisual estão tendo
ind ú
nesses processos, jj que elas jogam no
á
terreno estratégico das imagens que de si
terreno estrat é
mesmos fazem os povos e com as que se
fazem reconhecer pelos demais povos.
fazem reconhecer pelos demais povos.
69. n Se há um poderoso movimento de
h
n
integração – entendida esta como
integra ç
superação de barreiras e dissolução de
supera ç dissolu ç
fronteiras , este é o que passa pelas
indústrias culturais das mídias de massa e
ind ú m
í
das tecnologias da informação.
das tecnologias da informa ão.
ç
70. n Porém, por outro lado, são essas mesmas
n Por é
indústrias que reforçam e tornam mais densa
ind strias que refor
ú ç
a desigualdade do intercâmbio e as que mais
fortemente aceleram a integração da
integra
ç
heterogeneidade cultural de seus povos à
indiferença do mercado.
indiferen a do mercado.
ç
71. n A crise do cinema, por um lado, e a superação
n A crise do cinema, por um lado, e a supera ç
dos extremismos ideológicos, por outro, iam
ideol ó
incorporando a televisão, sobretudo através da
incorporando a televisão, sobretudo atrav é
telenovela, muitos artistas, escritores, atores,
que aportam temáticas e estilos pelos quais
tem á
passam dimensõeschave da vida e das
dimensões
culturas nacionais e locais.
culturas nacionais e locais.
72. O melhor exemplo da complexidade adquirida,
n
n
nesses anos, pela indústria telenovelesca talvez seja
nesses anos, pela ind ú
Roque Santeiro:
n Média de 100 capítulos e 300 min de ficção por
n M é cap
í fic
ç
semana;
n Custo de uma novela: entre 1 milhão e 1 milhão e
n
meio de dólares.
meio de d ó
n Cada capítulo: entre $10.000 e $15.000.
n Cada cap tulo: entre $10.000 e $15.000.
í
73. O que torna especialmente tenso o diálogo do
di
á
n
n
campo literário com a televisão é a dificuldade
liter
á
de captar que o que faz o sucesso dessa mídia
de captar que o que faz o sucesso dessa m í
remete – mais além da superficialidade dos
al
é
assuntos, dos esquematismos narrativos e dos
estratagemas do mercado – às transformações
à transforma ç
tecnoperceptivas que permitem às massas
à
urbanas se apropriar da modernidade sem
deixar sua cultura oral, incorporarse por fora da
deixar sua cultura oral, incorporar
escola à alfabetização das novas linguagens e
alfabetiza
ç
das novas escritas do ecossistema comunicativo
e informacional.
e informacional.
74. n As maiorias que apreciam a telenovela
n
não mais desfrutam tanto do ato de vêla,
não mais desfrutam tanto do ato de vê
senão mais de contála e é nesse relato
cont
á
que se faz “realidade” a confusão entre
“
realidade
narração e experiência, em que a
narra
ç
experiência se incorpora ao relato, que
narra as peripécias da telenovela.
narra as perip cias da telenovela.
é
75. Concluindo...
Concluindo, Jesús Martín
Jes
ú Mart n
í
n
n
Barbero percorre o caminho das
identidades culturais e a coloca
no plano do descentramento.
descentramento
Para Ana Carolina Escosteguy,
Escosteguy
MartínBarbero vê os meios de
Mart n
í
comunicação como lugar de
comunica ç
construção de identidades, além
constru ç al
é
de ser um fenômeno marcado
por modernidades e
descontinuidades e de onde se
origina uma idéia de
id
é
mestiçagem.
mesti agem.
ç
76. A leitura de MartínBarbero, que parte da obra 'Dos
Mart n Barbero
í
n
n
meios às mediações', por exemplo, é povoada de
à media ç
questões que se desencontram durante o percurso
teórico do autor. É difícil traçar um roteiro que indique
te
ó dif cil tra
í ç
com precisão o que MartínBarbero entende por
Mart n
í
identidades na AméricaLatina, mas é indiscutível sua
Am rica Latina
é indiscut
í
contribuição com conceitos como o de mediações,
contribui ç media ç
embora não haja uma reflexão maior a partir daí por
da
parte do autor.
parte do autor.
77. Escosteguy e Jacks Insistem que o pensamento
n
n
de MartínBarbero, mesmo que ainda em
Mart n Barbero
í
andamento, configura uma proposta teórico
te rico
ó
metodológica fundada no deslocamento do
metodol ó
estudo dos meios em si mesmos ou por si
mesmos para sua inserção na cultura.
inser
ç
Entretanto, essa quot;outraquot; percepção da cultura,
percep
ç
pelo menos na obra “Dos meios às mediações”
“ à
s media ões
ç
(1997), reivindica a observação de dimensões
observa ç
do conflito social.
do conflito social.
78. REFERÊNCIAS
MARTÍNBARBERO, Jésus; REY, Germán. Os exercícios do ver: Hegemonia audiovisual e ficção televisiva. 2.
ed. São Paulo: SENAC, 2004.
ICOD – RED_IBEROAMERICANA_DE_COMUNICACION_DIGITAL. Entrevistas: Jesús Martín Barbero
(Espanha). Disponível em: <http://www.icod.ubi.pt/pt/pt_mediateca_barbero.html>. Acesso em: 2 dez. 2006.
GOOGLE – Pesquisa de Imagens. Disponível em:
<http://images.google.com.br/imghp?sourceid=navclient&ie=UTF8>. Acesso em: 2 dez. 2006.
ESCOSTEGUY, Ana Carolina D.; JACKS, Nilda A. Objeções à associação entre estudos culturais e
folkcomunicação. Disponível em: < http://www.versoereverso.unisinos.br/index.php?e=1&s=9&a=10>. Acesso
em: 2 dez. 2006.
MORTARI, Elisangela Machado. Ordenando os Estudos Culturais. Disponível em: <
http://www.eco.ufrj.br/semiosfera/anteriores/semiosfera03/resenha/txtresen2.htm>. Acesso em: 2 dez. 2006.