SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  19
Literaturas De Língua Portuguesa angola Alda lara
Introdução Este trabalho vai ser apresentado no âmbito da disciplina de Literaturas de Língua Portuguesa, disciplina essa a ser frequentada no 12º ano no curso de Línguas e Humanidades, na Escola Secundária D.  Afonso Henriques
Literatura Angolana A literatura em Angola nasceu antes da descolonização no ano de 1975. A escrita angolana construiu-se a partir da negação contra o complexo sistema de contradições da sociedade colonizada.  Mas o projecto de uma ficção que conferisse ao homem africano o estatuto de soberania surge em 1950.  Depois de passado a alegria dos primeiros anos da independência e depois do fracasso da experiência socialista e de guerras civis devastadoras, acontece às injustiças do presente.  Tanto, porque, não havia competência para levar adiante a independência com certa modernidade.
A literatura de Angola muitas vezes traz muito realismo em suas imagens do preconceito, da dor causada pelos castigos corporais, do sofrimento pela morte dos entes queridos, da exclusão social. Porém, essas imagens, são revestidas pela beleza que frequentemente nos passam as grandes obras artísticas.  Era uma forma que os angolanos mostravam que estavam adaptados aos valores da cultura e da civilização, sendo capazes de agir de uma forma mais civilizada e coerente com os valores sociais que eram próprios dos colonizadores.
A palavra literária desempenhou em Angola um Importante papel na superação do estatuto de colónia. Presente nas campanhas libertadoras foi responsável por ecoar o grito de liberdade de uma nação por muito tempo silenciado, mas nunca esquecido. O angolano vive, por algum tempo, entre duas realidades, a sociedade colonial europeia e a sociedade africana; os seus escritos são, por isso, os resultados dessa tensão existente entre os dois mundos, um com escritos na nascente da realidade dialéctica, o outro com traços de ruptura.  Assim, com essa conturbada duplicidade, o escritor africano, à medida que se vai consciencializando, vai recorrendo aos seus ancestrais, à infância, em busca do eu, da sua geração, de maneira harmoniosa, na pátria mãe, Angola-África. http://pt.shvoong.com/social-sciences/political-science/1874922-passado-presente-na-literatura-angolana/
Alda Lara Alda Lara, seu nome completo, Alda Ferreira Pires Barreto de Lara Albuquerque, nasceu em Benguela, Angola, a 9 de Junho de 1930 e faleceu em Cambambe a 30 de Janeiro de 1962. Era casada com o escritor Orlando Albuquerque. Em Lisboa esteve ligada a algumas das actividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a atenção para os poetas africanos. Depois da sua morte, a Câmara Municipal de Sá da Bandeira, actual Lubango, instituiu o Prémio Alda Lara para poesia. Orlando Albuquerque propôs-se editar-lhe postumamente toda a obra e nesse caminho reuniu e publicou um volume de poesias e um caderno de contos. http://www.sanzalangola.com/lit0212.php
De Longe Não chores Mãe… Faz como eu, sorri! Transforma as elegias de um momento em cânticos de esperança e incitamento. Tem fé nos dias que te prometi. E podes crer, estou sempre ao pé de ti, quando por noites de luar, o vento, segreda aos coqueiros o seu lamento, Compondo versos que eu nunca escrevi…
Estou junto a ti nos dias de braseiro, no mar…na velha ponte…no Sombreiro, em tudo quanto amei e quis p’ra mim… Não chores, mãe!...A hora é de avancadas!... Nós caminhamos certos, de mãos dadas, e havemos de atingir um dia, o fim…
Análise As temáticas presentes no poema são: esperança, fraternidade e lugares de afecto.  Poema dividido em três partes, sendo a primeira estrofe a primeira parte do poema, a segunda quadra e o primeiro terceto a segunda parte e a terceira parte é a última estrofe. Na primeira parte o sujeito poético pede á mãe para sorrir e continuar com as esperanças na promessa do sujeito poético.  Na segunda parte, o sujeito poético convence a mãe de que nunca a irá abandonar e faz referência aos lugares que ambas amaram: “no mar”, “na velha ponte” e “no Sombreiro”.
Na terceira parte, o sujeito poético pede novamente á mãe para não chorar e de que um dia irão alcançar o que desejam juntas. “Nós caminhamos certos, de mãos dadas,/e havemos de atingir um dia, o fim…” (VV.13 e 14) Caracterização do “eu”: corajoso, esperançoso, fiel á sua palavra, lutador, sorridente e optimista, “Faz como eu, sorri!”, “Tem fé nos dias que te prometi”. Caracterização do “tu”: desmotivado, triste e pessimista. “Transforma as elegias de um momento/em cânticos de esperança e incitamento”, “Não chores, Mãe!”
Relação “eu”/”tu”: relação de mãe e filha. A filha dá esperanças e forças á mãe de que juntas irão alcançar o que desejam. Recursos Estilísticos:   ,[object Object]
     Metáfora, “quando por noites de luar, o vento,/segreda aos coqueirais o seu lamento,/compondo versos que eu nunca escrevi”.  Reforça a ideia de que o “eu” estará sempre presente,.   ,[object Object]
“Noites africanas langorosas” Noites africanas langorosas, esbatidas em luares…, perdidas em mistérios… Há cantos de tunguruluas pelos ares!... Noites africanas endoidadas, onde o barulhento frenesi das batucadas, põe tremores nas folhas dos cajueiros…
Noites africanas tenebrosas…, povoadas de fantasmas e de medos, povoadas das histórias de feiticeiros que as amas-secas pretas, contavam aos meninos brancos… E os meninos brancos cresceram. e esqueceram as histórias…
Por isso as noites são tristes… endoidadas, tenebrosas langorosas, mas tristes…como o rosto gretado, e sulcado de rugas, das velhas pretas…, como o olhar cansado dos colonos, como a solidão das terras enormes mas desabitadas… É que os meninos brancos… esqueceram as histórias, com que as amas-secas pretas os adormeciam, nas longas noites africanas… Os meninos brancos… esqueceram!...
Análise O tema deste poema é Terra-África. Poema dividido em duas partes, sendo a primeira parte que vai da primeira estrofe até á terceira, e a segunda a quarta estrofe até sétima. A primeira parte descreve o aspecto positivo das noites africanas,  e a segunda a parte negativa. O aspecto negativo se África foi influenciado pelo facto de as crianças brancas se terem esquecido das histórias que as amas-secas pretas lhes contava à noite, histórias essas que simbolizavam a beleza da terra, das tradições e de toda a cultura africana, que outrora davam vida ao mítico e á fantasia.
A África temida e respeitada foi agora abandonada pelas crianças que se tornaram adultas, e embora a beleza da terra continue intacta, o passar do tempo levou os mistérios e tudo o resto, deixando para trás uma onda de tristeza e solidão. Caracterização de África: “noites langorosas”, misteriosa, natural, intimidante e mítica. Recurso estilísticos:  ,[object Object]
    Anáfora,  no inicio de cada estrofe da primeira parte, “Noites africanas langorosas”, “Noites africanas endoidadas”, “Noites africanas tenebrosas”.  Esta anáfora descreve e reforça os aspectos positivos de África.,[object Object]
Trabalho realizado por: Anna Miranda nº4 Helena Morais nº8 Vera Barbosa nº18

Contenu connexe

Tendances

Aula sobre Parnasianismo
Aula sobre ParnasianismoAula sobre Parnasianismo
Aula sobre ParnasianismoÉrika Lúcia
 
Variação linguística
Variação linguísticaVariação linguística
Variação linguísticanunesmaril
 
Literaturas Africanas de Língua Portuguesa
Literaturas Africanas de Língua PortuguesaLiteraturas Africanas de Língua Portuguesa
Literaturas Africanas de Língua PortuguesaJirede Abisai
 
A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...
A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...
A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...Joselma Mendes
 
Aula variações linguísticas
Aula variações linguísticasAula variações linguísticas
Aula variações linguísticasCurso Letrados
 
Terceira geração da poesia romântica
Terceira geração da poesia românticaTerceira geração da poesia romântica
Terceira geração da poesia românticama.no.el.ne.ves
 
Semana de Arte Moderna 1922
Semana de Arte Moderna 1922Semana de Arte Moderna 1922
Semana de Arte Moderna 1922seixasmarianas
 
TRABALHO DE EDUCAÇÃO FISICA - SAMBA.pptx
TRABALHO DE EDUCAÇÃO FISICA - SAMBA.pptxTRABALHO DE EDUCAÇÃO FISICA - SAMBA.pptx
TRABALHO DE EDUCAÇÃO FISICA - SAMBA.pptxLetciasorentedos
 
Romantismo no Brasil - 1ª geração
Romantismo no Brasil - 1ª geraçãoRomantismo no Brasil - 1ª geração
Romantismo no Brasil - 1ª geraçãoQuezia Neves
 
Figuras de linguagem para aula 1 ano
Figuras de linguagem para aula 1 anoFiguras de linguagem para aula 1 ano
Figuras de linguagem para aula 1 anomfmpafatima
 
Literatura brasileira na década de 1980
Literatura brasileira na década de 1980Literatura brasileira na década de 1980
Literatura brasileira na década de 1980Christian Costa
 
Parnasianismo de Olavo Bilac
Parnasianismo de Olavo BilacParnasianismo de Olavo Bilac
Parnasianismo de Olavo BilacVitor Morais
 

Tendances (20)

Modernismo brasileiro 1ª geração
Modernismo brasileiro 1ª geraçãoModernismo brasileiro 1ª geração
Modernismo brasileiro 1ª geração
 
Sócio-história da Língua Portuguesa
Sócio-história da Língua PortuguesaSócio-história da Língua Portuguesa
Sócio-história da Língua Portuguesa
 
Aula sobre Parnasianismo
Aula sobre ParnasianismoAula sobre Parnasianismo
Aula sobre Parnasianismo
 
Parnasianismo
ParnasianismoParnasianismo
Parnasianismo
 
Variação linguística
Variação linguísticaVariação linguística
Variação linguística
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Literaturas Africanas de Língua Portuguesa
Literaturas Africanas de Língua PortuguesaLiteraturas Africanas de Língua Portuguesa
Literaturas Africanas de Língua Portuguesa
 
A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...
A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...
A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...
 
Literatura brasileira
Literatura brasileiraLiteratura brasileira
Literatura brasileira
 
Aula variações linguísticas
Aula variações linguísticasAula variações linguísticas
Aula variações linguísticas
 
Terceira geração da poesia romântica
Terceira geração da poesia românticaTerceira geração da poesia romântica
Terceira geração da poesia romântica
 
Semana de Arte Moderna 1922
Semana de Arte Moderna 1922Semana de Arte Moderna 1922
Semana de Arte Moderna 1922
 
TRABALHO DE EDUCAÇÃO FISICA - SAMBA.pptx
TRABALHO DE EDUCAÇÃO FISICA - SAMBA.pptxTRABALHO DE EDUCAÇÃO FISICA - SAMBA.pptx
TRABALHO DE EDUCAÇÃO FISICA - SAMBA.pptx
 
Romantismo no Brasil - 1ª geração
Romantismo no Brasil - 1ª geraçãoRomantismo no Brasil - 1ª geração
Romantismo no Brasil - 1ª geração
 
Figuras de linguagem para aula 1 ano
Figuras de linguagem para aula 1 anoFiguras de linguagem para aula 1 ano
Figuras de linguagem para aula 1 ano
 
O depoimento
O depoimentoO depoimento
O depoimento
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Aula intertextualidade
Aula intertextualidadeAula intertextualidade
Aula intertextualidade
 
Literatura brasileira na década de 1980
Literatura brasileira na década de 1980Literatura brasileira na década de 1980
Literatura brasileira na década de 1980
 
Parnasianismo de Olavo Bilac
Parnasianismo de Olavo BilacParnasianismo de Olavo Bilac
Parnasianismo de Olavo Bilac
 

En vedette

Ler para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e Moçambique
Ler para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e MoçambiqueLer para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e Moçambique
Ler para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e MoçambiqueVanessa Oliveira
 
Powerpoint sobre angola
Powerpoint sobre angolaPowerpoint sobre angola
Powerpoint sobre angolaguestf281b3
 
Webquest origem da lingua portuguesa
Webquest origem da lingua portuguesaWebquest origem da lingua portuguesa
Webquest origem da lingua portuguesaSuzi Lopes
 
Industrialização brasileira alterações no espaço
Industrialização brasileira   alterações no espaçoIndustrialização brasileira   alterações no espaço
Industrialização brasileira alterações no espaçoLuciano Pessanha
 
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]Pedro Andrade
 

En vedette (13)

Tudo Sobre Angola
Tudo Sobre AngolaTudo Sobre Angola
Tudo Sobre Angola
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Ler para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e Moçambique
Ler para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e MoçambiqueLer para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e Moçambique
Ler para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e Moçambique
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Angola!
Angola!Angola!
Angola!
 
Angola
AngolaAngola
Angola
 
Powerpoint sobre angola
Powerpoint sobre angolaPowerpoint sobre angola
Powerpoint sobre angola
 
Angola
AngolaAngola
Angola
 
Webquest origem da lingua portuguesa
Webquest origem da lingua portuguesaWebquest origem da lingua portuguesa
Webquest origem da lingua portuguesa
 
Industrialização brasileira alterações no espaço
Industrialização brasileira   alterações no espaçoIndustrialização brasileira   alterações no espaço
Industrialização brasileira alterações no espaço
 
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]
 
Origem da língua portuguesa
Origem da língua portuguesaOrigem da língua portuguesa
Origem da língua portuguesa
 
Build Features, Not Apps
Build Features, Not AppsBuild Features, Not Apps
Build Features, Not Apps
 

Similaire à De Longe; Noites Africanas Langorosas, Alda Lara

Regresso, Alda Lara
Regresso, Alda LaraRegresso, Alda Lara
Regresso, Alda Laracatiasgs
 
Quero Ser Tambor, José Craveirinha
Quero Ser Tambor, José CraveirinhaQuero Ser Tambor, José Craveirinha
Quero Ser Tambor, José Craveirinhacatiasgs
 
Noite na Taverna
Noite na TavernaNoite na Taverna
Noite na TavernaKauan_ts
 
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo Verde
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo VerdeSemana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo Verde
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo VerdeRicardo Riso
 
ANÁLISE DO TEXTO MANIFESTO.docx
ANÁLISE DO TEXTO MANIFESTO.docxANÁLISE DO TEXTO MANIFESTO.docx
ANÁLISE DO TEXTO MANIFESTO.docxDanilsonPam
 
Revista literatas edição 11
Revista literatas   edição 11Revista literatas   edição 11
Revista literatas edição 11canaldoreporter
 
As Saborosas Tanjarinas De Inhambane
As Saborosas Tanjarinas De InhambaneAs Saborosas Tanjarinas De Inhambane
As Saborosas Tanjarinas De Inhambanecatiasgs
 
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portuguesesHerança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portuguesesCiceroMarcosSantos1
 
Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.
Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.
Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.Viegas Fernandes da Costa
 
Navio Negreiro Castro Alves slidesss.pdf
Navio Negreiro Castro Alves slidesss.pdfNavio Negreiro Castro Alves slidesss.pdf
Navio Negreiro Castro Alves slidesss.pdfmariaclaraqualhato2
 
Romantismo no brasil segunda geração
Romantismo no brasil   segunda geraçãoRomantismo no brasil   segunda geração
Romantismo no brasil segunda geraçãoVilmar Vilaça
 
questoes-romantismo-enem.pdf
questoes-romantismo-enem.pdfquestoes-romantismo-enem.pdf
questoes-romantismo-enem.pdfBiancaBatista53
 
Lira dos vinte anos andré,douglas, luis augusto
Lira dos vinte anos  andré,douglas, luis augustoLira dos vinte anos  andré,douglas, luis augusto
Lira dos vinte anos andré,douglas, luis augustoteresakashino
 
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Moçambique
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de MoçambiqueSemana de Letras 2008 - Letras e Telas de Moçambique
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de MoçambiqueRicardo Riso
 
Tipos De Poesias
Tipos De PoesiasTipos De Poesias
Tipos De Poesiasklauddia
 

Similaire à De Longe; Noites Africanas Langorosas, Alda Lara (20)

Regresso, Alda Lara
Regresso, Alda LaraRegresso, Alda Lara
Regresso, Alda Lara
 
Quero Ser Tambor, José Craveirinha
Quero Ser Tambor, José CraveirinhaQuero Ser Tambor, José Craveirinha
Quero Ser Tambor, José Craveirinha
 
Noite na Taverna
Noite na TavernaNoite na Taverna
Noite na Taverna
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo Verde
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo VerdeSemana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo Verde
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo Verde
 
ANÁLISE DO TEXTO MANIFESTO.docx
ANÁLISE DO TEXTO MANIFESTO.docxANÁLISE DO TEXTO MANIFESTO.docx
ANÁLISE DO TEXTO MANIFESTO.docx
 
Revista literatas edição 11
Revista literatas   edição 11Revista literatas   edição 11
Revista literatas edição 11
 
Revista literatas edição 11
Revista literatas   edição 11Revista literatas   edição 11
Revista literatas edição 11
 
Castro alves
Castro alvesCastro alves
Castro alves
 
Simbolismo[1]
Simbolismo[1]Simbolismo[1]
Simbolismo[1]
 
As Saborosas Tanjarinas De Inhambane
As Saborosas Tanjarinas De InhambaneAs Saborosas Tanjarinas De Inhambane
As Saborosas Tanjarinas De Inhambane
 
Antologia poética
Antologia poéticaAntologia poética
Antologia poética
 
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portuguesesHerança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
 
Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.
Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.
Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.
 
Navio Negreiro Castro Alves slidesss.pdf
Navio Negreiro Castro Alves slidesss.pdfNavio Negreiro Castro Alves slidesss.pdf
Navio Negreiro Castro Alves slidesss.pdf
 
Romantismo no brasil segunda geração
Romantismo no brasil   segunda geraçãoRomantismo no brasil   segunda geração
Romantismo no brasil segunda geração
 
questoes-romantismo-enem.pdf
questoes-romantismo-enem.pdfquestoes-romantismo-enem.pdf
questoes-romantismo-enem.pdf
 
Lira dos vinte anos andré,douglas, luis augusto
Lira dos vinte anos  andré,douglas, luis augustoLira dos vinte anos  andré,douglas, luis augusto
Lira dos vinte anos andré,douglas, luis augusto
 
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Moçambique
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de MoçambiqueSemana de Letras 2008 - Letras e Telas de Moçambique
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Moçambique
 
Tipos De Poesias
Tipos De PoesiasTipos De Poesias
Tipos De Poesias
 

Plus de catiasgs

Amor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De Andrade
Amor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De AndradeAmor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De Andrade
Amor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De Andradecatiasgs
 
Consolo Na Praia, Carlos Drummond De Andrade
Consolo Na Praia, Carlos Drummond De AndradeConsolo Na Praia, Carlos Drummond De Andrade
Consolo Na Praia, Carlos Drummond De Andradecatiasgs
 
O Padre E A MoçA, Carlos Drummond De Andrade
O Padre E A MoçA, Carlos Drummond De AndradeO Padre E A MoçA, Carlos Drummond De Andrade
O Padre E A MoçA, Carlos Drummond De Andradecatiasgs
 
Quando Te Propus, HéLder ProençA
Quando Te Propus, HéLder ProençAQuando Te Propus, HéLder ProençA
Quando Te Propus, HéLder ProençAcatiasgs
 
Nas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençA
Nas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençANas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençA
Nas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençAcatiasgs
 
Canto A Sundiata, HéLder ProençA
Canto A Sundiata, HéLder ProençACanto A Sundiata, HéLder ProençA
Canto A Sundiata, HéLder ProençAcatiasgs
 
Mar Me Quer Resumo E Personagens
Mar Me Quer   Resumo E PersonagensMar Me Quer   Resumo E Personagens
Mar Me Quer Resumo E Personagenscatiasgs
 
Mar Me Quer, Mia Couto
Mar Me Quer, Mia CoutoMar Me Quer, Mia Couto
Mar Me Quer, Mia Coutocatiasgs
 
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)catiasgs
 
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela
A Montanha Da áGua LiláS, PepetelaA Montanha Da áGua LiláS, Pepetela
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetelacatiasgs
 
Vavó Xixi, Luandino Vieira
Vavó Xixi, Luandino VieiraVavó Xixi, Luandino Vieira
Vavó Xixi, Luandino Vieiracatiasgs
 
EstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino Vieira
EstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino VieiraEstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino Vieira
EstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino Vieiracatiasgs
 
EstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino Vieira
EstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino VieiraEstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino Vieira
EstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino Vieiracatiasgs
 
Ocorre Me Agora, Eduardo White
Ocorre Me Agora, Eduardo WhiteOcorre Me Agora, Eduardo White
Ocorre Me Agora, Eduardo Whitecatiasgs
 
O Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo White
O Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo WhiteO Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo White
O Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo Whitecatiasgs
 
A Palavra Renova Se No Poema, Eduardo White
A Palavra Renova Se No Poema, Eduardo WhiteA Palavra Renova Se No Poema, Eduardo White
A Palavra Renova Se No Poema, Eduardo Whitecatiasgs
 

Plus de catiasgs (16)

Amor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De Andrade
Amor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De AndradeAmor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De Andrade
Amor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De Andrade
 
Consolo Na Praia, Carlos Drummond De Andrade
Consolo Na Praia, Carlos Drummond De AndradeConsolo Na Praia, Carlos Drummond De Andrade
Consolo Na Praia, Carlos Drummond De Andrade
 
O Padre E A MoçA, Carlos Drummond De Andrade
O Padre E A MoçA, Carlos Drummond De AndradeO Padre E A MoçA, Carlos Drummond De Andrade
O Padre E A MoçA, Carlos Drummond De Andrade
 
Quando Te Propus, HéLder ProençA
Quando Te Propus, HéLder ProençAQuando Te Propus, HéLder ProençA
Quando Te Propus, HéLder ProençA
 
Nas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençA
Nas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençANas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençA
Nas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençA
 
Canto A Sundiata, HéLder ProençA
Canto A Sundiata, HéLder ProençACanto A Sundiata, HéLder ProençA
Canto A Sundiata, HéLder ProençA
 
Mar Me Quer Resumo E Personagens
Mar Me Quer   Resumo E PersonagensMar Me Quer   Resumo E Personagens
Mar Me Quer Resumo E Personagens
 
Mar Me Quer, Mia Couto
Mar Me Quer, Mia CoutoMar Me Quer, Mia Couto
Mar Me Quer, Mia Couto
 
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)
 
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela
A Montanha Da áGua LiláS, PepetelaA Montanha Da áGua LiláS, Pepetela
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela
 
Vavó Xixi, Luandino Vieira
Vavó Xixi, Luandino VieiraVavó Xixi, Luandino Vieira
Vavó Xixi, Luandino Vieira
 
EstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino Vieira
EstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino VieiraEstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino Vieira
EstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino Vieira
 
EstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino Vieira
EstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino VieiraEstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino Vieira
EstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino Vieira
 
Ocorre Me Agora, Eduardo White
Ocorre Me Agora, Eduardo WhiteOcorre Me Agora, Eduardo White
Ocorre Me Agora, Eduardo White
 
O Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo White
O Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo WhiteO Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo White
O Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo White
 
A Palavra Renova Se No Poema, Eduardo White
A Palavra Renova Se No Poema, Eduardo WhiteA Palavra Renova Se No Poema, Eduardo White
A Palavra Renova Se No Poema, Eduardo White
 

De Longe; Noites Africanas Langorosas, Alda Lara

  • 1. Literaturas De Língua Portuguesa angola Alda lara
  • 2. Introdução Este trabalho vai ser apresentado no âmbito da disciplina de Literaturas de Língua Portuguesa, disciplina essa a ser frequentada no 12º ano no curso de Línguas e Humanidades, na Escola Secundária D. Afonso Henriques
  • 3. Literatura Angolana A literatura em Angola nasceu antes da descolonização no ano de 1975. A escrita angolana construiu-se a partir da negação contra o complexo sistema de contradições da sociedade colonizada. Mas o projecto de uma ficção que conferisse ao homem africano o estatuto de soberania surge em 1950.  Depois de passado a alegria dos primeiros anos da independência e depois do fracasso da experiência socialista e de guerras civis devastadoras, acontece às injustiças do presente.  Tanto, porque, não havia competência para levar adiante a independência com certa modernidade.
  • 4. A literatura de Angola muitas vezes traz muito realismo em suas imagens do preconceito, da dor causada pelos castigos corporais, do sofrimento pela morte dos entes queridos, da exclusão social. Porém, essas imagens, são revestidas pela beleza que frequentemente nos passam as grandes obras artísticas.  Era uma forma que os angolanos mostravam que estavam adaptados aos valores da cultura e da civilização, sendo capazes de agir de uma forma mais civilizada e coerente com os valores sociais que eram próprios dos colonizadores.
  • 5. A palavra literária desempenhou em Angola um Importante papel na superação do estatuto de colónia. Presente nas campanhas libertadoras foi responsável por ecoar o grito de liberdade de uma nação por muito tempo silenciado, mas nunca esquecido. O angolano vive, por algum tempo, entre duas realidades, a sociedade colonial europeia e a sociedade africana; os seus escritos são, por isso, os resultados dessa tensão existente entre os dois mundos, um com escritos na nascente da realidade dialéctica, o outro com traços de ruptura.  Assim, com essa conturbada duplicidade, o escritor africano, à medida que se vai consciencializando, vai recorrendo aos seus ancestrais, à infância, em busca do eu, da sua geração, de maneira harmoniosa, na pátria mãe, Angola-África. http://pt.shvoong.com/social-sciences/political-science/1874922-passado-presente-na-literatura-angolana/
  • 6. Alda Lara Alda Lara, seu nome completo, Alda Ferreira Pires Barreto de Lara Albuquerque, nasceu em Benguela, Angola, a 9 de Junho de 1930 e faleceu em Cambambe a 30 de Janeiro de 1962. Era casada com o escritor Orlando Albuquerque. Em Lisboa esteve ligada a algumas das actividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a atenção para os poetas africanos. Depois da sua morte, a Câmara Municipal de Sá da Bandeira, actual Lubango, instituiu o Prémio Alda Lara para poesia. Orlando Albuquerque propôs-se editar-lhe postumamente toda a obra e nesse caminho reuniu e publicou um volume de poesias e um caderno de contos. http://www.sanzalangola.com/lit0212.php
  • 7. De Longe Não chores Mãe… Faz como eu, sorri! Transforma as elegias de um momento em cânticos de esperança e incitamento. Tem fé nos dias que te prometi. E podes crer, estou sempre ao pé de ti, quando por noites de luar, o vento, segreda aos coqueiros o seu lamento, Compondo versos que eu nunca escrevi…
  • 8. Estou junto a ti nos dias de braseiro, no mar…na velha ponte…no Sombreiro, em tudo quanto amei e quis p’ra mim… Não chores, mãe!...A hora é de avancadas!... Nós caminhamos certos, de mãos dadas, e havemos de atingir um dia, o fim…
  • 9. Análise As temáticas presentes no poema são: esperança, fraternidade e lugares de afecto. Poema dividido em três partes, sendo a primeira estrofe a primeira parte do poema, a segunda quadra e o primeiro terceto a segunda parte e a terceira parte é a última estrofe. Na primeira parte o sujeito poético pede á mãe para sorrir e continuar com as esperanças na promessa do sujeito poético. Na segunda parte, o sujeito poético convence a mãe de que nunca a irá abandonar e faz referência aos lugares que ambas amaram: “no mar”, “na velha ponte” e “no Sombreiro”.
  • 10. Na terceira parte, o sujeito poético pede novamente á mãe para não chorar e de que um dia irão alcançar o que desejam juntas. “Nós caminhamos certos, de mãos dadas,/e havemos de atingir um dia, o fim…” (VV.13 e 14) Caracterização do “eu”: corajoso, esperançoso, fiel á sua palavra, lutador, sorridente e optimista, “Faz como eu, sorri!”, “Tem fé nos dias que te prometi”. Caracterização do “tu”: desmotivado, triste e pessimista. “Transforma as elegias de um momento/em cânticos de esperança e incitamento”, “Não chores, Mãe!”
  • 11.
  • 12.
  • 13. “Noites africanas langorosas” Noites africanas langorosas, esbatidas em luares…, perdidas em mistérios… Há cantos de tunguruluas pelos ares!... Noites africanas endoidadas, onde o barulhento frenesi das batucadas, põe tremores nas folhas dos cajueiros…
  • 14. Noites africanas tenebrosas…, povoadas de fantasmas e de medos, povoadas das histórias de feiticeiros que as amas-secas pretas, contavam aos meninos brancos… E os meninos brancos cresceram. e esqueceram as histórias…
  • 15. Por isso as noites são tristes… endoidadas, tenebrosas langorosas, mas tristes…como o rosto gretado, e sulcado de rugas, das velhas pretas…, como o olhar cansado dos colonos, como a solidão das terras enormes mas desabitadas… É que os meninos brancos… esqueceram as histórias, com que as amas-secas pretas os adormeciam, nas longas noites africanas… Os meninos brancos… esqueceram!...
  • 16. Análise O tema deste poema é Terra-África. Poema dividido em duas partes, sendo a primeira parte que vai da primeira estrofe até á terceira, e a segunda a quarta estrofe até sétima. A primeira parte descreve o aspecto positivo das noites africanas, e a segunda a parte negativa. O aspecto negativo se África foi influenciado pelo facto de as crianças brancas se terem esquecido das histórias que as amas-secas pretas lhes contava à noite, histórias essas que simbolizavam a beleza da terra, das tradições e de toda a cultura africana, que outrora davam vida ao mítico e á fantasia.
  • 17.
  • 18.
  • 19. Trabalho realizado por: Anna Miranda nº4 Helena Morais nº8 Vera Barbosa nº18