SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  19
Literaturas De Língua Portuguesa angola Alda lara
Introdução Este trabalho vai ser apresentado no âmbito da disciplina de Literaturas de Língua Portuguesa, disciplina essa a ser frequentada no 12º ano no curso de Línguas e Humanidades, na Escola Secundária D.  Afonso Henriques
Literatura Angolana A literatura em Angola nasceu antes da descolonização no ano de 1975. A escrita angolana construiu-se a partir da negação contra o complexo sistema de contradições da sociedade colonizada.  Mas o projecto de uma ficção que conferisse ao homem africano o estatuto de soberania surge em 1950.  Depois de passado a alegria dos primeiros anos da independência e depois do fracasso da experiência socialista e de guerras civis devastadoras, acontece às injustiças do presente.  Tanto, porque, não havia competência para levar adiante a independência com certa modernidade.
A literatura de Angola muitas vezes traz muito realismo em suas imagens do preconceito, da dor causada pelos castigos corporais, do sofrimento pela morte dos entes queridos, da exclusão social. Porém, essas imagens, são revestidas pela beleza que frequentemente nos passam as grandes obras artísticas.  Era uma forma que os angolanos mostravam que estavam adaptados aos valores da cultura e da civilização, sendo capazes de agir de uma forma mais civilizada e coerente com os valores sociais que eram próprios dos colonizadores.
A palavra literária desempenhou em Angola um Importante papel na superação do estatuto de colónia. Presente nas campanhas libertadoras foi responsável por ecoar o grito de liberdade de uma nação por muito tempo silenciado, mas nunca esquecido. O angolano vive, por algum tempo, entre duas realidades, a sociedade colonial europeia e a sociedade africana; os seus escritos são, por isso, os resultados dessa tensão existente entre os dois mundos, um com escritos na nascente da realidade dialéctica, o outro com traços de ruptura.  Assim, com essa conturbada duplicidade, o escritor africano, à medida que se vai consciencializando, vai recorrendo aos seus ancestrais, à infância, em busca do eu, da sua geração, de maneira harmoniosa, na pátria mãe, Angola-África. http://pt.shvoong.com/social-sciences/political-science/1874922-passado-presente-na-literatura-angolana/
Alda Lara Alda Lara, seu nome completo, Alda Ferreira Pires Barreto de Lara Albuquerque, nasceu em Benguela, Angola, a 9 de Junho de 1930 e faleceu em Cambambe a 30 de Janeiro de 1962. Era casada com o escritor Orlando Albuquerque. Em Lisboa esteve ligada a algumas das actividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a atenção para os poetas africanos. Depois da sua morte, a Câmara Municipal de Sá da Bandeira, actual Lubango, instituiu o Prémio Alda Lara para poesia. Orlando Albuquerque propôs-se editar-lhe postumamente toda a obra e nesse caminho reuniu e publicou um volume de poesias e um caderno de contos. http://www.sanzalangola.com/lit0212.php
De Longe Não chores Mãe… Faz como eu, sorri! Transforma as elegias de um momento em cânticos de esperança e incitamento. Tem fé nos dias que te prometi. E podes crer, estou sempre ao pé de ti, quando por noites de luar, o vento, segreda aos coqueiros o seu lamento, Compondo versos que eu nunca escrevi…
Estou junto a ti nos dias de braseiro, no mar…na velha ponte…no Sombreiro, em tudo quanto amei e quis p’ra mim… Não chores, mãe!...A hora é de avancadas!... Nós caminhamos certos, de mãos dadas, e havemos de atingir um dia, o fim…
Análise As temáticas presentes no poema são: esperança, fraternidade e lugares de afecto.  Poema dividido em três partes, sendo a primeira estrofe a primeira parte do poema, a segunda quadra e o primeiro terceto a segunda parte e a terceira parte é a última estrofe. Na primeira parte o sujeito poético pede á mãe para sorrir e continuar com as esperanças na promessa do sujeito poético.  Na segunda parte, o sujeito poético convence a mãe de que nunca a irá abandonar e faz referência aos lugares que ambas amaram: “no mar”, “na velha ponte” e “no Sombreiro”.
Na terceira parte, o sujeito poético pede novamente á mãe para não chorar e de que um dia irão alcançar o que desejam juntas. “Nós caminhamos certos, de mãos dadas,/e havemos de atingir um dia, o fim…” (VV.13 e 14) Caracterização do “eu”: corajoso, esperançoso, fiel á sua palavra, lutador, sorridente e optimista, “Faz como eu, sorri!”, “Tem fé nos dias que te prometi”. Caracterização do “tu”: desmotivado, triste e pessimista. “Transforma as elegias de um momento/em cânticos de esperança e incitamento”, “Não chores, Mãe!”
Relação “eu”/”tu”: relação de mãe e filha. A filha dá esperanças e forças á mãe de que juntas irão alcançar o que desejam. Recursos Estilísticos:   ,[object Object]
     Metáfora, “quando por noites de luar, o vento,/segreda aos coqueirais o seu lamento,/compondo versos que eu nunca escrevi”.  Reforça a ideia de que o “eu” estará sempre presente,.   ,[object Object]
“Noites africanas langorosas” Noites africanas langorosas, esbatidas em luares…, perdidas em mistérios… Há cantos de tunguruluas pelos ares!... Noites africanas endoidadas, onde o barulhento frenesi das batucadas, põe tremores nas folhas dos cajueiros…
Noites africanas tenebrosas…, povoadas de fantasmas e de medos, povoadas das histórias de feiticeiros que as amas-secas pretas, contavam aos meninos brancos… E os meninos brancos cresceram. e esqueceram as histórias…
Por isso as noites são tristes… endoidadas, tenebrosas langorosas, mas tristes…como o rosto gretado, e sulcado de rugas, das velhas pretas…, como o olhar cansado dos colonos, como a solidão das terras enormes mas desabitadas… É que os meninos brancos… esqueceram as histórias, com que as amas-secas pretas os adormeciam, nas longas noites africanas… Os meninos brancos… esqueceram!...
Análise O tema deste poema é Terra-África. Poema dividido em duas partes, sendo a primeira parte que vai da primeira estrofe até á terceira, e a segunda a quarta estrofe até sétima. A primeira parte descreve o aspecto positivo das noites africanas,  e a segunda a parte negativa. O aspecto negativo se África foi influenciado pelo facto de as crianças brancas se terem esquecido das histórias que as amas-secas pretas lhes contava à noite, histórias essas que simbolizavam a beleza da terra, das tradições e de toda a cultura africana, que outrora davam vida ao mítico e á fantasia.
A África temida e respeitada foi agora abandonada pelas crianças que se tornaram adultas, e embora a beleza da terra continue intacta, o passar do tempo levou os mistérios e tudo o resto, deixando para trás uma onda de tristeza e solidão. Caracterização de África: “noites langorosas”, misteriosa, natural, intimidante e mítica. Recurso estilísticos:  ,[object Object]
    Anáfora,  no inicio de cada estrofe da primeira parte, “Noites africanas langorosas”, “Noites africanas endoidadas”, “Noites africanas tenebrosas”.  Esta anáfora descreve e reforça os aspectos positivos de África.,[object Object]
Trabalho realizado por: Anna Miranda nº4 Helena Morais nº8 Vera Barbosa nº18

Contenu connexe

Tendances

Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismo
rosangelajoao
 
O romantismo da segunda geração
O romantismo da segunda geraçãoO romantismo da segunda geração
O romantismo da segunda geração
Antonio Minharro
 
Análise da estrutura e conteúdo dos poemas
Análise da estrutura e conteúdo dos poemasAnálise da estrutura e conteúdo dos poemas
Análise da estrutura e conteúdo dos poemas
Péricles Penuel
 
Vavó Xixi, Luandino Vieira
Vavó Xixi, Luandino VieiraVavó Xixi, Luandino Vieira
Vavó Xixi, Luandino Vieira
catiasgs
 
Quero Ser Tambor, José Craveirinha
Quero Ser Tambor, José CraveirinhaQuero Ser Tambor, José Craveirinha
Quero Ser Tambor, José Craveirinha
catiasgs
 

Tendances (20)

Variação Linguística - APP
Variação Linguística - APPVariação Linguística - APP
Variação Linguística - APP
 
Romantismo - As 3 gerações - Resumo Completo
Romantismo - As 3 gerações - Resumo CompletoRomantismo - As 3 gerações - Resumo Completo
Romantismo - As 3 gerações - Resumo Completo
 
Bocage
BocageBocage
Bocage
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismo
 
O romantismo da segunda geração
O romantismo da segunda geraçãoO romantismo da segunda geração
O romantismo da segunda geração
 
2ª Geração do Romantismo
2ª Geração do Romantismo2ª Geração do Romantismo
2ª Geração do Romantismo
 
[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas
[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas
[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas
 
Funções do pronome relativo
Funções do pronome relativoFunções do pronome relativo
Funções do pronome relativo
 
Análise da estrutura e conteúdo dos poemas
Análise da estrutura e conteúdo dos poemasAnálise da estrutura e conteúdo dos poemas
Análise da estrutura e conteúdo dos poemas
 
Romantismo em Portugal - Romanticism in Portugal
Romantismo em Portugal  -  Romanticism in PortugalRomantismo em Portugal  -  Romanticism in Portugal
Romantismo em Portugal - Romanticism in Portugal
 
Vavó Xixi, Luandino Vieira
Vavó Xixi, Luandino VieiraVavó Xixi, Luandino Vieira
Vavó Xixi, Luandino Vieira
 
Camões sonetos
Camões sonetosCamões sonetos
Camões sonetos
 
Enquanto quis fortuna que tivesse
Enquanto quis fortuna que tivesseEnquanto quis fortuna que tivesse
Enquanto quis fortuna que tivesse
 
O Realismo
O RealismoO Realismo
O Realismo
 
Gêneros Literários
Gêneros LiteráriosGêneros Literários
Gêneros Literários
 
Teatro vicentino
Teatro vicentinoTeatro vicentino
Teatro vicentino
 
Realismo e naturalismo no brasil completo
Realismo e naturalismo no brasil completoRealismo e naturalismo no brasil completo
Realismo e naturalismo no brasil completo
 
Escolas Finisseculares
Escolas FinissecularesEscolas Finisseculares
Escolas Finisseculares
 
Dom quixote
Dom quixoteDom quixote
Dom quixote
 
Quero Ser Tambor, José Craveirinha
Quero Ser Tambor, José CraveirinhaQuero Ser Tambor, José Craveirinha
Quero Ser Tambor, José Craveirinha
 

En vedette (13)

Tudo Sobre Angola
Tudo Sobre AngolaTudo Sobre Angola
Tudo Sobre Angola
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Ler para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e Moçambique
Ler para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e MoçambiqueLer para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e Moçambique
Ler para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e Moçambique
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Angola!
Angola!Angola!
Angola!
 
Angola
AngolaAngola
Angola
 
Powerpoint sobre angola
Powerpoint sobre angolaPowerpoint sobre angola
Powerpoint sobre angola
 
Angola
AngolaAngola
Angola
 
Webquest origem da lingua portuguesa
Webquest origem da lingua portuguesaWebquest origem da lingua portuguesa
Webquest origem da lingua portuguesa
 
Industrialização brasileira alterações no espaço
Industrialização brasileira   alterações no espaçoIndustrialização brasileira   alterações no espaço
Industrialização brasileira alterações no espaço
 
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]
 
Origem da língua portuguesa
Origem da língua portuguesaOrigem da língua portuguesa
Origem da língua portuguesa
 
Build Features, Not Apps
Build Features, Not AppsBuild Features, Not Apps
Build Features, Not Apps
 

Similaire à De Longe; Noites Africanas Langorosas, Alda Lara

Regresso, Alda Lara
Regresso, Alda LaraRegresso, Alda Lara
Regresso, Alda Lara
catiasgs
 
Noite na Taverna
Noite na TavernaNoite na Taverna
Noite na Taverna
Kauan_ts
 
Revista literatas edição 11
Revista literatas   edição 11Revista literatas   edição 11
Revista literatas edição 11
canaldoreporter
 
As Saborosas Tanjarinas De Inhambane
As Saborosas Tanjarinas De InhambaneAs Saborosas Tanjarinas De Inhambane
As Saborosas Tanjarinas De Inhambane
catiasgs
 

Similaire à De Longe; Noites Africanas Langorosas, Alda Lara (20)

Regresso, Alda Lara
Regresso, Alda LaraRegresso, Alda Lara
Regresso, Alda Lara
 
Noite na Taverna
Noite na TavernaNoite na Taverna
Noite na Taverna
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo Verde
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo VerdeSemana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo Verde
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo Verde
 
ANÁLISE DO TEXTO MANIFESTO.docx
ANÁLISE DO TEXTO MANIFESTO.docxANÁLISE DO TEXTO MANIFESTO.docx
ANÁLISE DO TEXTO MANIFESTO.docx
 
Revista literatas edição 11
Revista literatas   edição 11Revista literatas   edição 11
Revista literatas edição 11
 
Revista literatas edição 11
Revista literatas   edição 11Revista literatas   edição 11
Revista literatas edição 11
 
Castro alves
Castro alvesCastro alves
Castro alves
 
Simbolismo[1]
Simbolismo[1]Simbolismo[1]
Simbolismo[1]
 
As Saborosas Tanjarinas De Inhambane
As Saborosas Tanjarinas De InhambaneAs Saborosas Tanjarinas De Inhambane
As Saborosas Tanjarinas De Inhambane
 
Antologia poética
Antologia poéticaAntologia poética
Antologia poética
 
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portuguesesHerança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
 
Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.
Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.
Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.
 
Navio Negreiro Castro Alves slidesss.pdf
Navio Negreiro Castro Alves slidesss.pdfNavio Negreiro Castro Alves slidesss.pdf
Navio Negreiro Castro Alves slidesss.pdf
 
Romantismo no brasil segunda geração
Romantismo no brasil   segunda geraçãoRomantismo no brasil   segunda geração
Romantismo no brasil segunda geração
 
questoes-romantismo-enem.pdf
questoes-romantismo-enem.pdfquestoes-romantismo-enem.pdf
questoes-romantismo-enem.pdf
 
Lira dos vinte anos andré,douglas, luis augusto
Lira dos vinte anos  andré,douglas, luis augustoLira dos vinte anos  andré,douglas, luis augusto
Lira dos vinte anos andré,douglas, luis augusto
 
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Moçambique
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de MoçambiqueSemana de Letras 2008 - Letras e Telas de Moçambique
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Moçambique
 
Tipos De Poesias
Tipos De PoesiasTipos De Poesias
Tipos De Poesias
 
Miolo extracto_Contos Fantásticos
Miolo extracto_Contos FantásticosMiolo extracto_Contos Fantásticos
Miolo extracto_Contos Fantásticos
 

Plus de catiasgs

Amor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De Andrade
Amor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De AndradeAmor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De Andrade
Amor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De Andrade
catiasgs
 
Consolo Na Praia, Carlos Drummond De Andrade
Consolo Na Praia, Carlos Drummond De AndradeConsolo Na Praia, Carlos Drummond De Andrade
Consolo Na Praia, Carlos Drummond De Andrade
catiasgs
 
O Padre E A MoçA, Carlos Drummond De Andrade
O Padre E A MoçA, Carlos Drummond De AndradeO Padre E A MoçA, Carlos Drummond De Andrade
O Padre E A MoçA, Carlos Drummond De Andrade
catiasgs
 
Quando Te Propus, HéLder ProençA
Quando Te Propus, HéLder ProençAQuando Te Propus, HéLder ProençA
Quando Te Propus, HéLder ProençA
catiasgs
 
Nas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençA
Nas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençANas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençA
Nas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençA
catiasgs
 
Canto A Sundiata, HéLder ProençA
Canto A Sundiata, HéLder ProençACanto A Sundiata, HéLder ProençA
Canto A Sundiata, HéLder ProençA
catiasgs
 
Mar Me Quer Resumo E Personagens
Mar Me Quer   Resumo E PersonagensMar Me Quer   Resumo E Personagens
Mar Me Quer Resumo E Personagens
catiasgs
 
Mar Me Quer, Mia Couto
Mar Me Quer, Mia CoutoMar Me Quer, Mia Couto
Mar Me Quer, Mia Couto
catiasgs
 
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)
catiasgs
 
EstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino Vieira
EstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino VieiraEstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino Vieira
EstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino Vieira
catiasgs
 
EstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino Vieira
EstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino VieiraEstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino Vieira
EstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino Vieira
catiasgs
 
Ocorre Me Agora, Eduardo White
Ocorre Me Agora, Eduardo WhiteOcorre Me Agora, Eduardo White
Ocorre Me Agora, Eduardo White
catiasgs
 
O Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo White
O Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo WhiteO Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo White
O Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo White
catiasgs
 
A Palavra Renova Se No Poema, Eduardo White
A Palavra Renova Se No Poema, Eduardo WhiteA Palavra Renova Se No Poema, Eduardo White
A Palavra Renova Se No Poema, Eduardo White
catiasgs
 

Plus de catiasgs (14)

Amor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De Andrade
Amor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De AndradeAmor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De Andrade
Amor, Pois Que é Palavra Essencial; Carlos Drummond De Andrade
 
Consolo Na Praia, Carlos Drummond De Andrade
Consolo Na Praia, Carlos Drummond De AndradeConsolo Na Praia, Carlos Drummond De Andrade
Consolo Na Praia, Carlos Drummond De Andrade
 
O Padre E A MoçA, Carlos Drummond De Andrade
O Padre E A MoçA, Carlos Drummond De AndradeO Padre E A MoçA, Carlos Drummond De Andrade
O Padre E A MoçA, Carlos Drummond De Andrade
 
Quando Te Propus, HéLder ProençA
Quando Te Propus, HéLder ProençAQuando Te Propus, HéLder ProençA
Quando Te Propus, HéLder ProençA
 
Nas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençA
Nas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençANas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençA
Nas Noites De N’Djimpol, HéLder ProençA
 
Canto A Sundiata, HéLder ProençA
Canto A Sundiata, HéLder ProençACanto A Sundiata, HéLder ProençA
Canto A Sundiata, HéLder ProençA
 
Mar Me Quer Resumo E Personagens
Mar Me Quer   Resumo E PersonagensMar Me Quer   Resumo E Personagens
Mar Me Quer Resumo E Personagens
 
Mar Me Quer, Mia Couto
Mar Me Quer, Mia CoutoMar Me Quer, Mia Couto
Mar Me Quer, Mia Couto
 
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)
A Montanha Da áGua LiláS, Pepetela (2)
 
EstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino Vieira
EstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino VieiraEstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino Vieira
EstóRia Do LadrãO E Do Papagaio, Luandino Vieira
 
EstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino Vieira
EstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino VieiraEstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino Vieira
EstóRia Da Galinha E Do Ovo, Luandino Vieira
 
Ocorre Me Agora, Eduardo White
Ocorre Me Agora, Eduardo WhiteOcorre Me Agora, Eduardo White
Ocorre Me Agora, Eduardo White
 
O Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo White
O Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo WhiteO Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo White
O Que Voces Nao Sabem Nem Imaginam, Eduardo White
 
A Palavra Renova Se No Poema, Eduardo White
A Palavra Renova Se No Poema, Eduardo WhiteA Palavra Renova Se No Poema, Eduardo White
A Palavra Renova Se No Poema, Eduardo White
 

De Longe; Noites Africanas Langorosas, Alda Lara

  • 1. Literaturas De Língua Portuguesa angola Alda lara
  • 2. Introdução Este trabalho vai ser apresentado no âmbito da disciplina de Literaturas de Língua Portuguesa, disciplina essa a ser frequentada no 12º ano no curso de Línguas e Humanidades, na Escola Secundária D. Afonso Henriques
  • 3. Literatura Angolana A literatura em Angola nasceu antes da descolonização no ano de 1975. A escrita angolana construiu-se a partir da negação contra o complexo sistema de contradições da sociedade colonizada. Mas o projecto de uma ficção que conferisse ao homem africano o estatuto de soberania surge em 1950.  Depois de passado a alegria dos primeiros anos da independência e depois do fracasso da experiência socialista e de guerras civis devastadoras, acontece às injustiças do presente.  Tanto, porque, não havia competência para levar adiante a independência com certa modernidade.
  • 4. A literatura de Angola muitas vezes traz muito realismo em suas imagens do preconceito, da dor causada pelos castigos corporais, do sofrimento pela morte dos entes queridos, da exclusão social. Porém, essas imagens, são revestidas pela beleza que frequentemente nos passam as grandes obras artísticas.  Era uma forma que os angolanos mostravam que estavam adaptados aos valores da cultura e da civilização, sendo capazes de agir de uma forma mais civilizada e coerente com os valores sociais que eram próprios dos colonizadores.
  • 5. A palavra literária desempenhou em Angola um Importante papel na superação do estatuto de colónia. Presente nas campanhas libertadoras foi responsável por ecoar o grito de liberdade de uma nação por muito tempo silenciado, mas nunca esquecido. O angolano vive, por algum tempo, entre duas realidades, a sociedade colonial europeia e a sociedade africana; os seus escritos são, por isso, os resultados dessa tensão existente entre os dois mundos, um com escritos na nascente da realidade dialéctica, o outro com traços de ruptura.  Assim, com essa conturbada duplicidade, o escritor africano, à medida que se vai consciencializando, vai recorrendo aos seus ancestrais, à infância, em busca do eu, da sua geração, de maneira harmoniosa, na pátria mãe, Angola-África. http://pt.shvoong.com/social-sciences/political-science/1874922-passado-presente-na-literatura-angolana/
  • 6. Alda Lara Alda Lara, seu nome completo, Alda Ferreira Pires Barreto de Lara Albuquerque, nasceu em Benguela, Angola, a 9 de Junho de 1930 e faleceu em Cambambe a 30 de Janeiro de 1962. Era casada com o escritor Orlando Albuquerque. Em Lisboa esteve ligada a algumas das actividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a atenção para os poetas africanos. Depois da sua morte, a Câmara Municipal de Sá da Bandeira, actual Lubango, instituiu o Prémio Alda Lara para poesia. Orlando Albuquerque propôs-se editar-lhe postumamente toda a obra e nesse caminho reuniu e publicou um volume de poesias e um caderno de contos. http://www.sanzalangola.com/lit0212.php
  • 7. De Longe Não chores Mãe… Faz como eu, sorri! Transforma as elegias de um momento em cânticos de esperança e incitamento. Tem fé nos dias que te prometi. E podes crer, estou sempre ao pé de ti, quando por noites de luar, o vento, segreda aos coqueiros o seu lamento, Compondo versos que eu nunca escrevi…
  • 8. Estou junto a ti nos dias de braseiro, no mar…na velha ponte…no Sombreiro, em tudo quanto amei e quis p’ra mim… Não chores, mãe!...A hora é de avancadas!... Nós caminhamos certos, de mãos dadas, e havemos de atingir um dia, o fim…
  • 9. Análise As temáticas presentes no poema são: esperança, fraternidade e lugares de afecto. Poema dividido em três partes, sendo a primeira estrofe a primeira parte do poema, a segunda quadra e o primeiro terceto a segunda parte e a terceira parte é a última estrofe. Na primeira parte o sujeito poético pede á mãe para sorrir e continuar com as esperanças na promessa do sujeito poético. Na segunda parte, o sujeito poético convence a mãe de que nunca a irá abandonar e faz referência aos lugares que ambas amaram: “no mar”, “na velha ponte” e “no Sombreiro”.
  • 10. Na terceira parte, o sujeito poético pede novamente á mãe para não chorar e de que um dia irão alcançar o que desejam juntas. “Nós caminhamos certos, de mãos dadas,/e havemos de atingir um dia, o fim…” (VV.13 e 14) Caracterização do “eu”: corajoso, esperançoso, fiel á sua palavra, lutador, sorridente e optimista, “Faz como eu, sorri!”, “Tem fé nos dias que te prometi”. Caracterização do “tu”: desmotivado, triste e pessimista. “Transforma as elegias de um momento/em cânticos de esperança e incitamento”, “Não chores, Mãe!”
  • 11.
  • 12.
  • 13. “Noites africanas langorosas” Noites africanas langorosas, esbatidas em luares…, perdidas em mistérios… Há cantos de tunguruluas pelos ares!... Noites africanas endoidadas, onde o barulhento frenesi das batucadas, põe tremores nas folhas dos cajueiros…
  • 14. Noites africanas tenebrosas…, povoadas de fantasmas e de medos, povoadas das histórias de feiticeiros que as amas-secas pretas, contavam aos meninos brancos… E os meninos brancos cresceram. e esqueceram as histórias…
  • 15. Por isso as noites são tristes… endoidadas, tenebrosas langorosas, mas tristes…como o rosto gretado, e sulcado de rugas, das velhas pretas…, como o olhar cansado dos colonos, como a solidão das terras enormes mas desabitadas… É que os meninos brancos… esqueceram as histórias, com que as amas-secas pretas os adormeciam, nas longas noites africanas… Os meninos brancos… esqueceram!...
  • 16. Análise O tema deste poema é Terra-África. Poema dividido em duas partes, sendo a primeira parte que vai da primeira estrofe até á terceira, e a segunda a quarta estrofe até sétima. A primeira parte descreve o aspecto positivo das noites africanas, e a segunda a parte negativa. O aspecto negativo se África foi influenciado pelo facto de as crianças brancas se terem esquecido das histórias que as amas-secas pretas lhes contava à noite, histórias essas que simbolizavam a beleza da terra, das tradições e de toda a cultura africana, que outrora davam vida ao mítico e á fantasia.
  • 17.
  • 18.
  • 19. Trabalho realizado por: Anna Miranda nº4 Helena Morais nº8 Vera Barbosa nº18