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Contextualização do tema abordado

       O trabalho baseia-se numa reflexão pessoal acerca da resistência à mudança
evidenciada por todos nós, que tende a desenvolver-se à medida que amadurecemos
cognitivamente. Tem inspiração em algumas ideias provenientes da Psicologia do
Desenvolvimento e da Psicologia Cognitiva, pretendendo realçar o potencial de
crescimento do qual dispomos e do que temos ao nosso alcance para conseguir
CRES(SER).
       É    resultado   do   interesse   e   estudo   dirigidos   à   área   da   mudança
comportamental, da maximização das competências individuais e da qualidade de
vida, visando a promoção do desenvolvimento humano e social, visto vivermos num
sistema em constante interacção. Mais ainda, consiste numa ideologia antagónica à
estagnação, salientando que o risco, ponderado e discernido, pode ser a porta para a
mudança.
       Ao longo da reflexão é feita uma escalada pelo percurso desenvolvimentista
humano e pela forma como a maturação se mostra muitas vezes uma antítese do seu
propósito: a solidificação da capacidade de investir em hipóteses virtuais, de uma
forma deliberada, antecipada e estratégica.
       Neste sentido, ao deparar-nos com este paradoxo cognitivo, que se liga ao não
aproveitamento de todas as competências que temos ao nosso dispor na idade
madura, e assim colocando em causa o que é per si o sentido do desenvolvimento,
podemos colocar a questão: de que forma poderemos transformar esta tendência
humana para permanecer no espaço seguro, fazendo então jus ao que nos torna
únicos no nosso Ecossistema?
       Para terminar, pretendo abordar o título do trabalho: MU(DAR). Consiste no
destaque atribuído a duas palavras, estando uma incluída no sentido real da outra.
Desta forma, não é pretendido falar apenas em mudança, mas sim menciona-la como
uma forma de interagir com os outros, de alcançarmos metas tendo em vista um bem
individual mas também social. Nenhum homem é uma ilha e desta forma cabe-nos a
nós objectivar, delinear e executar as pontes que nos interligam.




Ana Rita Caldeira
Agosto de 2011
MU(DAR)


        Não parece nada fácil.                escolher o que vai de encontro ao
        Hábitos,                 trejeitos,   seu      interesse,          genético      mas
expressões,         tiques,     posturas,     também aprendido. Irá a concertos,
perífrases, metáforas, eufemismos,            ouvirá       sonatas     e     terá     amigos
silêncios, opiniões. Trabalho árduo           leitores assíduos. Tal como ele,
de construção, trabalho fácil de              também nós passamos a usar o que
habituação.                                   melhor nos cabe e que ficará
        É assim que funcionamos ao            automatizado.          Talvez     para     nos
longo    da      vida:    primeiro,     não   pouparmos a novos investimentos
sabemos nada, tabula rasa sedenta             intelectuais, para nos tornarmos
de vontade de integrar. Nesta altura          rápidos a escolher e a depreciar,
desenvolvem-se as mais refinadas              para ingenuamente considerarmos
estratégias      de      acomodação      e    a certeza de que sabemos bem de
assimilação, entenda-se isto como             que somos feitos.
um passo crucial na integração da                      E assim, nós, que tínhamos
novidade (que por esta altura é               uma casa com dezenas de andares,
tudo). Posteriormente, a confiança            que    começamos bem,                 criativos,
aumenta e também a selecção do                empreendedores, sanguessugas de
que queremos apreender fica mais              informação,             sabotamos             a
evidente.                                     oportunidade        que        temos      para
        O     contexto      induz-nos     a   evoluir e abrir novos caminhos. Na
gostar mais de umas coisas em                 verdade, passamos grande parte da
detrimento de outras e isso é                 vida a utilizar apenas um ou dois
legítimo. O indivíduo X nasce num             andares da casa. Porque cansa,
meio abastado e intelectualmente              arrisca, perturba, desestabiliza. É
desenvolvido, que fomenta o gosto             este     o    retrato    que     temos       da
pela arte e pela música. Não nos              mudança: "periguifica" tudo o que
iludamos: o indivíduo X começará              alcançámos, que mesmo que não
por     querer      saber     tudo    mas     seja bom, é nosso. E não, não
posteriormente, na arrogância do              queremos perder. Porque veremos
desenvolvimento,            tenderá      a

Ana Rita Caldeira
Agosto de 2011
como uma derrota e nunca como                 congruência     com      a        evolução
uma oportunidade.                             humana, biológica e social. Pede-se
       A mudança não tem mau                  que consigamos isto por nós e pelos
carácter (passo a personificação).            outros.
Apenas nos quer mostrar que não                     Na      ausência       de     novas
nos permitimos experimentar ao                estratégias, usam-se as antigas:
máximo, quando é essa a nossa                 disfuncionais ou não. Peca-se assim
obrigação. E assim, ao longo do               quase sempre pela não mudança. É
desenvolvimento, sedimentamos a               esta a miséria que mais nos afecta,
tendência cerebral para pensar em             primeiro que qualquer outra.
termos      de      opostos      redutores:
através da etiquetagem dicotómica
bom/mau, feio/bonito, moral/imoral,
possível/impossível.
       Consequentemente,            quanto
mais se pensa em termos de
conceitos     divergentes,       mais    se
desenvolvem essas redes neuronais
rápidas e rígidas que corroboram o
sentido             polarizado          dos
comportamentos dos outros e dos
acontecimentos e que nos impedem
de CRES(SER).
       Para         MU(DAR)       pede-se
flexibilidade, arte de discernimento e
ainda criatividade interpretativa com
abertura a alternativas. Pede-se
análise     escrutinada,      capacidade
para experimentar o lugar do outro,
para abandonar o juízo crítico-
destrutivo e abarcar um sentido
cooperativo de acção e reflexão.
Pede-se             pouco.        Pede-se

Ana Rita Caldeira
Agosto de 2011

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Exemplo 4 escrita criativa - Mu(dar)

  • 1. Contextualização do tema abordado O trabalho baseia-se numa reflexão pessoal acerca da resistência à mudança evidenciada por todos nós, que tende a desenvolver-se à medida que amadurecemos cognitivamente. Tem inspiração em algumas ideias provenientes da Psicologia do Desenvolvimento e da Psicologia Cognitiva, pretendendo realçar o potencial de crescimento do qual dispomos e do que temos ao nosso alcance para conseguir CRES(SER). É resultado do interesse e estudo dirigidos à área da mudança comportamental, da maximização das competências individuais e da qualidade de vida, visando a promoção do desenvolvimento humano e social, visto vivermos num sistema em constante interacção. Mais ainda, consiste numa ideologia antagónica à estagnação, salientando que o risco, ponderado e discernido, pode ser a porta para a mudança. Ao longo da reflexão é feita uma escalada pelo percurso desenvolvimentista humano e pela forma como a maturação se mostra muitas vezes uma antítese do seu propósito: a solidificação da capacidade de investir em hipóteses virtuais, de uma forma deliberada, antecipada e estratégica. Neste sentido, ao deparar-nos com este paradoxo cognitivo, que se liga ao não aproveitamento de todas as competências que temos ao nosso dispor na idade madura, e assim colocando em causa o que é per si o sentido do desenvolvimento, podemos colocar a questão: de que forma poderemos transformar esta tendência humana para permanecer no espaço seguro, fazendo então jus ao que nos torna únicos no nosso Ecossistema? Para terminar, pretendo abordar o título do trabalho: MU(DAR). Consiste no destaque atribuído a duas palavras, estando uma incluída no sentido real da outra. Desta forma, não é pretendido falar apenas em mudança, mas sim menciona-la como uma forma de interagir com os outros, de alcançarmos metas tendo em vista um bem individual mas também social. Nenhum homem é uma ilha e desta forma cabe-nos a nós objectivar, delinear e executar as pontes que nos interligam. Ana Rita Caldeira Agosto de 2011
  • 2. MU(DAR) Não parece nada fácil. escolher o que vai de encontro ao Hábitos, trejeitos, seu interesse, genético mas expressões, tiques, posturas, também aprendido. Irá a concertos, perífrases, metáforas, eufemismos, ouvirá sonatas e terá amigos silêncios, opiniões. Trabalho árduo leitores assíduos. Tal como ele, de construção, trabalho fácil de também nós passamos a usar o que habituação. melhor nos cabe e que ficará É assim que funcionamos ao automatizado. Talvez para nos longo da vida: primeiro, não pouparmos a novos investimentos sabemos nada, tabula rasa sedenta intelectuais, para nos tornarmos de vontade de integrar. Nesta altura rápidos a escolher e a depreciar, desenvolvem-se as mais refinadas para ingenuamente considerarmos estratégias de acomodação e a certeza de que sabemos bem de assimilação, entenda-se isto como que somos feitos. um passo crucial na integração da E assim, nós, que tínhamos novidade (que por esta altura é uma casa com dezenas de andares, tudo). Posteriormente, a confiança que começamos bem, criativos, aumenta e também a selecção do empreendedores, sanguessugas de que queremos apreender fica mais informação, sabotamos a evidente. oportunidade que temos para O contexto induz-nos a evoluir e abrir novos caminhos. Na gostar mais de umas coisas em verdade, passamos grande parte da detrimento de outras e isso é vida a utilizar apenas um ou dois legítimo. O indivíduo X nasce num andares da casa. Porque cansa, meio abastado e intelectualmente arrisca, perturba, desestabiliza. É desenvolvido, que fomenta o gosto este o retrato que temos da pela arte e pela música. Não nos mudança: "periguifica" tudo o que iludamos: o indivíduo X começará alcançámos, que mesmo que não por querer saber tudo mas seja bom, é nosso. E não, não posteriormente, na arrogância do queremos perder. Porque veremos desenvolvimento, tenderá a Ana Rita Caldeira Agosto de 2011
  • 3. como uma derrota e nunca como congruência com a evolução uma oportunidade. humana, biológica e social. Pede-se A mudança não tem mau que consigamos isto por nós e pelos carácter (passo a personificação). outros. Apenas nos quer mostrar que não Na ausência de novas nos permitimos experimentar ao estratégias, usam-se as antigas: máximo, quando é essa a nossa disfuncionais ou não. Peca-se assim obrigação. E assim, ao longo do quase sempre pela não mudança. É desenvolvimento, sedimentamos a esta a miséria que mais nos afecta, tendência cerebral para pensar em primeiro que qualquer outra. termos de opostos redutores: através da etiquetagem dicotómica bom/mau, feio/bonito, moral/imoral, possível/impossível. Consequentemente, quanto mais se pensa em termos de conceitos divergentes, mais se desenvolvem essas redes neuronais rápidas e rígidas que corroboram o sentido polarizado dos comportamentos dos outros e dos acontecimentos e que nos impedem de CRES(SER). Para MU(DAR) pede-se flexibilidade, arte de discernimento e ainda criatividade interpretativa com abertura a alternativas. Pede-se análise escrutinada, capacidade para experimentar o lugar do outro, para abandonar o juízo crítico- destrutivo e abarcar um sentido cooperativo de acção e reflexão. Pede-se pouco. Pede-se Ana Rita Caldeira Agosto de 2011