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Sobre este tema, a covardia moral, que abate o ser em circunstâncias da vida,
nós fomos buscar no livro A Vida Escreve, do Espírito Hilário Silva, uma
estória intitulada “Suicida”. (Momentos de Paz Maira da Luz).
Nos conta assim o autor:
Desde o momento em que sorvera a mistura venenosa, Marina sentia-se
morrer, sem morrer. Não queria viver mais. Via-se desprezada. Acariciara o
sonho de esposar Jorge e criar-lhe os filhos.
O pai costumava dizer-lhe: “Cuidado com os rapazes de hoje, nem sempre
têm bom caráter”; ela, porém, achava-o antiquado e exigente. (...)
Desde então, encontravam-se noite a noite. A princípio, comentavam estudos.
(...) Após quatro semanas de convivência, iam juntos ao cinema do bairro.
E tudo se agravou numa noite de chuva. Haviam assistido a um filme
pitoresco. Uma jovem tímida, contrariada pela família, entregara-se ao rapaz,
com quem fugiu, confiante. (...)
Ele interpretara-lhe o silêncio pelo “sim”. Ela não tinha voz para dizer-lhe
“não”. Deixou-se conduzir. Automaticamente. (...)
Transpuseram um pequeno portão. A pequena escada pareceu-lhe um trecho
de espaço, à frente do paraíso. (...)
Jorge enlaçara-a e as horas se perderam da imaginação, como se o tempo
estivesse morto. (...)
A viagem de volta não apresentava o sabor da vinda. Entre os dois, agora, o
silêncio.
O coração materno esperava-a. Parecia adivinhar tudo, pela inquietação que
denunciava.
- Por que afligir-se, mãezinha?
Mentira pela primeira vez, como passaria a mentir sempre.
- A chuva atrasou-nos em excesso e descansamos em casa de Jorge,
afirmara. E não obstante a caratonha do relógio mostrando as três horas.
Desde essa ocasião, aparecera-lhe o outro lado da vida. Conheceu mais de
perto a residência da cancela rosada. Conversou mais demoradamente com a
mulher que velava e conheceu outras clientes do pequeno edifício.
Ao fim de quatro meses, sentira-se diferente. Tinha vertigens. Vomitava. (...)
Processou-se o aborto esperado. Todavia, desde então, tinha sonhos
alucinantes. Via-se perseguida por alguém. Rouquenha voz gritava aos
ouvidos: Mãe, mãe, por que me mataste? Acordava, enxugando o suor álgido,
no lençol. Queria ser mãe. Para isso, porém, precisava casar-se. Jorge, no
entanto, exigia-lhe calma. Mas nos últimos tempos, fizera-se arredio. Ele
sempre a dissipar-lhe os temores com a promessa do matrimônio. Desde o
aborto era outra. Parecia-lhe viver com o filho que não nascera. (...)
Na véspera, buscara Jorge na esperança de mais decisivo socorro médico. E
estarrecera-se. O amigo, que sempre considerara noivo em particular, estava
com outra. (...)
Jorge, sorridente, conduziu-a a pequena distância e explicou-se. Não a amava,
confessou impassível. É melhor terminarmos assim, falou, frio, antes de mais
sérias dificuldades. Ela implorou em lágrimas.
Mundo íntimo desmoronado. A ideia de suicídio envolveu-a de todo.
Arrastou-se de regresso a casa. Adquiriu a substância letal. Escreveu bilhetes.
E, pela manhã, sorvera a poção de uma só vez. Pavorosa dor irrompeu-lhe na
carne, nos nervos, no sangue, nos ossos. (...)
Viu-se carregada. Dois homens colocaram-na em vasta gaveta, a única
interpretação que podia dar ao espaço fechado de pequena ambulância. Não
apenas chorava. Rugia em contorções, mas ninguém lhe percebia agora os
terríveis lamentos.
Viu-se atirada, sem qualquer consideração, de encontro ao que lhe pareceu
laje fria. Suplicava socorro. Agitava-se. Ninguém, no entanto, atendia aos
seus apelos. Queria ajoelhar e pedir a necessária assistência. Arrependera-se.
Desejava retomar o corpo e viver. Pensava no martírio dos pais. (...)
Era demais. Viu-se separada do próprio corpo, como joia que salta
mecanicamente do escrínio. E conheceu a verdade, enfim. O corpo que ela
própria arruinara apresentava máscara triste. Entretanto, ela, Marina, ela
mesma, cambaleava, de pé, com todas as dores e convulsões de momentos
antes. Mãe! Minha mãe! Clamou aterrada, quero viver! Viver! Outra voz,
contudo, bramiu-lhe ameaçadora e sarcástica aos ouvidos:
Mãe, minha mãe, eu também quero viver! Viver!
Lembrou, aturdida, o aborto, os sonhos, a tortura e o suicídio, e esforçou-se
terrivelmente para voltar e erguer de novo o corpo tombado na mesa fria. Mas
era tarde.
REFLEXÃO:
O capítulo mais longo de O Evangelho Segundo o Espiritismo é o que trata
das aflições, isto é, o capítulo V, Bem aventurados os aflitos. Ele é o mais
longo porque apresenta a realidade do homem na Terra, planeta de provas e
expiações, e fala daquilo que todos que aqui estamos, entendemos, vivemos, e
experimentamos as dores e as aflições.
Bem sabemos, que as dores morais são sempre mais intensas que as dores
físicas, uma vez que, para a primeira não existe o remédio imediato, que
ameniza e suaviza.
As dores morais só podem ser combatidas com o crescimento do ser, com o
esclarecimento dos valores imperecíveis do espírito, que ajuda ao homem a
vencer seus medos, suas angústias, suas aflições. Em nosso estágio evolutivo,
devemos passar pelas provas e expiar nossas imperfeições morais, através da
reencarnação, instrumento de consolo e de Bem-aventurança. E como diz
François Nicolas Madeleine em uma mensagem deste mesmo capítulo V, “A
felicidade não é deste mundo”. Visto por este prisma, poder-se-ia dizer que
Deus, o Criador, não está preocupado com a intensidade das dores morais que
sentimos, mas, sim, com a capacidade que tenhamos de desenvolver a
fortaleza espiritual, a resignação, a compreensão daquilo que somos e daquilo
que é esperado de nós.
Deus não nos criou para sofrer, mas para evoluir. A dor é sempre
consequência de nosso desequilíbrio na escalada espiritual. A intensidade das
aflições é proporcional a essa capacidade de entendimento. Aquele que não é
resignado, luta contra si e contra o mundo, e não encontra o caminho do
equilíbrio e, como consequência, sofre, se angustia, se desespera. Diante
desse quadro de sofrimento e de dor, muitos companheiros de jornada
deixam-se abater em estado de angústia e de sofrimento, culminando por
fugirem da realidade através da loucura ou por abandonarem a caminhada,
através do suicídio. É o que Kardec chama de “covardia moral”.
Um dos motivos mais comuns de depressão é o chamado mal de amor não
correspondido, cuja intensidade é tanto maior quanto maior for o apego à
relação pretendida.
Outro grande entrave para a felicidade dos homens são os preconceitos
morais que levam alguns pais, por meros caprichos sociais, a não
compreenderem as dores dos filhos, negando-lhes guarida, quando mais
necessitam de amparo, de afeto, e de compreensão.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho
Segundo o Espiritismo. A página Espiritismo para iniciantes está sendo
revisada e, conta agora, com ilustrações.

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A covardia moral

  • 1.
  • 2. Sobre este tema, a covardia moral, que abate o ser em circunstâncias da vida, nós fomos buscar no livro A Vida Escreve, do Espírito Hilário Silva, uma estória intitulada “Suicida”. (Momentos de Paz Maira da Luz). Nos conta assim o autor: Desde o momento em que sorvera a mistura venenosa, Marina sentia-se morrer, sem morrer. Não queria viver mais. Via-se desprezada. Acariciara o sonho de esposar Jorge e criar-lhe os filhos. O pai costumava dizer-lhe: “Cuidado com os rapazes de hoje, nem sempre têm bom caráter”; ela, porém, achava-o antiquado e exigente. (...) Desde então, encontravam-se noite a noite. A princípio, comentavam estudos. (...) Após quatro semanas de convivência, iam juntos ao cinema do bairro.
  • 3. E tudo se agravou numa noite de chuva. Haviam assistido a um filme pitoresco. Uma jovem tímida, contrariada pela família, entregara-se ao rapaz, com quem fugiu, confiante. (...) Ele interpretara-lhe o silêncio pelo “sim”. Ela não tinha voz para dizer-lhe “não”. Deixou-se conduzir. Automaticamente. (...) Transpuseram um pequeno portão. A pequena escada pareceu-lhe um trecho de espaço, à frente do paraíso. (...) Jorge enlaçara-a e as horas se perderam da imaginação, como se o tempo estivesse morto. (...) A viagem de volta não apresentava o sabor da vinda. Entre os dois, agora, o silêncio.
  • 4. O coração materno esperava-a. Parecia adivinhar tudo, pela inquietação que denunciava. - Por que afligir-se, mãezinha? Mentira pela primeira vez, como passaria a mentir sempre. - A chuva atrasou-nos em excesso e descansamos em casa de Jorge, afirmara. E não obstante a caratonha do relógio mostrando as três horas. Desde essa ocasião, aparecera-lhe o outro lado da vida. Conheceu mais de perto a residência da cancela rosada. Conversou mais demoradamente com a mulher que velava e conheceu outras clientes do pequeno edifício. Ao fim de quatro meses, sentira-se diferente. Tinha vertigens. Vomitava. (...)
  • 5. Processou-se o aborto esperado. Todavia, desde então, tinha sonhos alucinantes. Via-se perseguida por alguém. Rouquenha voz gritava aos ouvidos: Mãe, mãe, por que me mataste? Acordava, enxugando o suor álgido, no lençol. Queria ser mãe. Para isso, porém, precisava casar-se. Jorge, no entanto, exigia-lhe calma. Mas nos últimos tempos, fizera-se arredio. Ele sempre a dissipar-lhe os temores com a promessa do matrimônio. Desde o aborto era outra. Parecia-lhe viver com o filho que não nascera. (...) Na véspera, buscara Jorge na esperança de mais decisivo socorro médico. E estarrecera-se. O amigo, que sempre considerara noivo em particular, estava com outra. (...)
  • 6. Jorge, sorridente, conduziu-a a pequena distância e explicou-se. Não a amava, confessou impassível. É melhor terminarmos assim, falou, frio, antes de mais sérias dificuldades. Ela implorou em lágrimas. Mundo íntimo desmoronado. A ideia de suicídio envolveu-a de todo. Arrastou-se de regresso a casa. Adquiriu a substância letal. Escreveu bilhetes. E, pela manhã, sorvera a poção de uma só vez. Pavorosa dor irrompeu-lhe na carne, nos nervos, no sangue, nos ossos. (...) Viu-se carregada. Dois homens colocaram-na em vasta gaveta, a única interpretação que podia dar ao espaço fechado de pequena ambulância. Não apenas chorava. Rugia em contorções, mas ninguém lhe percebia agora os terríveis lamentos.
  • 7. Viu-se atirada, sem qualquer consideração, de encontro ao que lhe pareceu laje fria. Suplicava socorro. Agitava-se. Ninguém, no entanto, atendia aos seus apelos. Queria ajoelhar e pedir a necessária assistência. Arrependera-se. Desejava retomar o corpo e viver. Pensava no martírio dos pais. (...) Era demais. Viu-se separada do próprio corpo, como joia que salta mecanicamente do escrínio. E conheceu a verdade, enfim. O corpo que ela própria arruinara apresentava máscara triste. Entretanto, ela, Marina, ela mesma, cambaleava, de pé, com todas as dores e convulsões de momentos antes. Mãe! Minha mãe! Clamou aterrada, quero viver! Viver! Outra voz, contudo, bramiu-lhe ameaçadora e sarcástica aos ouvidos: Mãe, minha mãe, eu também quero viver! Viver!
  • 8. Lembrou, aturdida, o aborto, os sonhos, a tortura e o suicídio, e esforçou-se terrivelmente para voltar e erguer de novo o corpo tombado na mesa fria. Mas era tarde. REFLEXÃO: O capítulo mais longo de O Evangelho Segundo o Espiritismo é o que trata das aflições, isto é, o capítulo V, Bem aventurados os aflitos. Ele é o mais longo porque apresenta a realidade do homem na Terra, planeta de provas e expiações, e fala daquilo que todos que aqui estamos, entendemos, vivemos, e experimentamos as dores e as aflições. Bem sabemos, que as dores morais são sempre mais intensas que as dores físicas, uma vez que, para a primeira não existe o remédio imediato, que ameniza e suaviza.
  • 9. As dores morais só podem ser combatidas com o crescimento do ser, com o esclarecimento dos valores imperecíveis do espírito, que ajuda ao homem a vencer seus medos, suas angústias, suas aflições. Em nosso estágio evolutivo, devemos passar pelas provas e expiar nossas imperfeições morais, através da reencarnação, instrumento de consolo e de Bem-aventurança. E como diz François Nicolas Madeleine em uma mensagem deste mesmo capítulo V, “A felicidade não é deste mundo”. Visto por este prisma, poder-se-ia dizer que Deus, o Criador, não está preocupado com a intensidade das dores morais que sentimos, mas, sim, com a capacidade que tenhamos de desenvolver a fortaleza espiritual, a resignação, a compreensão daquilo que somos e daquilo que é esperado de nós.
  • 10. Deus não nos criou para sofrer, mas para evoluir. A dor é sempre consequência de nosso desequilíbrio na escalada espiritual. A intensidade das aflições é proporcional a essa capacidade de entendimento. Aquele que não é resignado, luta contra si e contra o mundo, e não encontra o caminho do equilíbrio e, como consequência, sofre, se angustia, se desespera. Diante desse quadro de sofrimento e de dor, muitos companheiros de jornada deixam-se abater em estado de angústia e de sofrimento, culminando por fugirem da realidade através da loucura ou por abandonarem a caminhada, através do suicídio. É o que Kardec chama de “covardia moral”. Um dos motivos mais comuns de depressão é o chamado mal de amor não correspondido, cuja intensidade é tanto maior quanto maior for o apego à relação pretendida.
  • 11. Outro grande entrave para a felicidade dos homens são os preconceitos morais que levam alguns pais, por meros caprichos sociais, a não compreenderem as dores dos filhos, negando-lhes guarida, quando mais necessitam de amparo, de afeto, e de compreensão. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo. A página Espiritismo para iniciantes está sendo revisada e, conta agora, com ilustrações.