SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  32
Télécharger pour lire hors ligne
expediente           editorial

Editor Chefe                  É com grande alegria que apresentamos o primeiro número da Revista Medicando
Maurício Lima                 – Saúde em Movimento, resultado de um longo e árduo trabalho de preparação, de-
                              finições e produção. O engajamento da equipe foi total, não apenas para desenvolver
Editor Assistente             uma revista, mas, principalmente, um canal de relacionamento e troca de informação
Adauto Menezes                entre profissionais de saúde e pacientes.
                              Há 10 anos, o Saúde em Movimento entrava no ar, como um dos maiores sites de
Jornalista Responsável        saúde do Brasil. Desenvolver quase 500 páginas de conteúdo, sem descuidar da qua-
Elizângela Isaque             lidade da informação, foi um esforço gigante. Mas valeu a pena. Hoje temos mais
                              de 4 mil páginas, 300 mil acessos por mês, 110 mil usuários cadastrados e diversos
Projeto Gráfico e Criação      prêmios nacionais e internacionais, que endossam os predicados do nosso veículo.
Wagner Ribeiro                Em janeiro de 2010, nascia o Medicando. Uma proposta totalmente inovadora, que
                              une buscador de profissionais e conteúdo sobre saúde à mais moderna forma de re-
Colunistas desta edição       lacionamento via internet. Uma rede social específica, com o objetivo de pavimentar
Dra. ELKE de Oliveira         um fácil e diferenciado acesso entre os profissionais da área e seu público-alvo: os
Dra. Joseane de Souza         pacientes.
Dr Roberto Boorhem            Por fim, Medicando e Saúde em Movimento se uniram. E o primeiro fruto desta par-
Dra. Silvia Ferreira          ceria é a Revista Medicando – Saúde em Movimento, um periódico quinzenal, com
Dra. Vanessa Lima             independência editorial e que se propõe a ser referência de conteúdo na área da
                              saúde.
Coordenador de TI             Com informações leves e atualizadas, a publicação atende tanto aos profissionais de
Gustavo Lourenço              saúde, com informações mais específicas, quanto aos pacientes, com textos didáti-
                              cos que permitem a compreensão de todos os tipos de leitores.
Equipe de TI                  A publicação conta com um espaço gratuito a todos os conselhos federais de saúde,
Gustavo Silva                 como forma de facilitar e agilizar a comunicação com seus membros. Integrado aos
Renato Mendes                 princípios de responsabilidade social, o veículo disponibilizará espaços para divulga-
Raniery Ribeiro               ção de ações e campanhas de captação de doações para os trabalhos desenvolvidos
Ruy Ferreira                  pelo Rotary, parceiro deste projeto.
Alex Rodin                    A escolha do formato digital se deu principalmente por motivos ambientais e de
                              abrangência. A revista está acessível a qualquer pessoa, em qualquer lugar do mun-
Endereço Comercial            do, sem gastar uma única folha de papel. A plataforma também está equipada com
Sistema M de Comunicação      ferramentas de busca e armazenamento para todas as edições.
SHIS Q 11 Bl. M Loja 24       Desejamos a todos um saudável 2011 e uma excelente leitura.
Lago Sul - Brasília/DF
                              Maurício Lima
Telefone                      Editor da Revista Medicando
61 3248-0078
61 3246-0000


E-mail
medicando@medicando.com.br


Endereço da Revista
www.revistamedicando.com.br
sumário


                                   cAPA
                                   ÁLCOOL droga legalizada, mas ainda sim,
                                   DROGA como ele pode destruir sua família                                             22
                                  TERcEIRA IDADE
                                  Falta de atividade física prejudica qualidade
                                  de vida de idosos institucionalizados - 06

                                  SAÚDE PÚBlIcA
                                  Hipertensão uma doença além das cifras - 08



                                  OBESIDADE
                                  Terapia pode ajudar pacientes de cirurgia
                                  bariátrica a evitar retorno à obesidade - 10

                                  AVANÇO cIENTífIcO
                                  A solução para as doenças autoimunitárias e
                                  neurodegenerativas pode estar na Vitamina D - 12


                                  cORPO
                                  Dieta e exercícios podem atenuar efeitos do
                                  câncer- 18


                                  SAÚDE DA cRIANÇA
                                  Cuidados com as crianças no verão - 21




cOluNAS
Musculação para idoso .................................................................................................................................................................................... 07
Fitoterápicos e fitoterapia - Características e Potencialidades .......................................................................................... 16
A energia vem do carboidrato ..................................................................................................................................................................... 20
Saúde mental de crianças filhas de pais alcoolistas ................................................................................................................... 26
Tratamento simples para transpiração excessiva .......................................................................................................................... 29


Envie suas sugestões, dúvidas e críticas para cartas@revistamedicando.com.br
T     terceira idade


    Falta de atividade física prejudica
                                                                                                        vidades físicas, tornam-se reféns de vários
                                                                                                        problemas decorrentes da inatividade.
                                                                                                                   Conforme apontam os resultados

    qualidade de vida de idosos                                                                         do estudo, a aptidão física e seus compo-
                                                                                                        nentes estão relacionados à saúde, pois bons


    institucionalizados
                                                                                                        índices associam-se a um menor risco de de-
                                                                                                        senvolvimento de doenças ou de incapacida-
                                                                                                        des funcionais. Problemas que podem afetar

    Sedentarismo é o principal inimigo dos aposentados                                                  a realização de atividades do cotidiano, como
                                                                                                        levantar-se da cadeira, desviar de obstáculos
    Por Elizângela Isaque                                                                               e pessoas, andar pela casa, subir degraus,
                                                                                                        atravessar a rua em uma velocidade segura,
                                                                                                        entre outras.
                                                                                                                   “O declínio de aptidões como for-
                                                                                                        ça, agilidade, flexibilidade e coordenação, faz
                                                                                                        com que o idoso tenha dificuldade de combi-
                                                                                                        nar movimentos, o que lhe exige muito esfor-
                                                                                                        ço para realizar estas atividades do cotidiano”,
                                                                                                        explica a professora e uma das coordenado-
                                                                                                        ras do estudo Dra. Lúcia Takase, que defende
                                                                                                        a necessidade de se criar estratégias que in-
                                                                                                        centivem a prática de atividades físicas entre
                                                                                                        esse público.


                                                                                                           IMPlEMENTAÇÃO DE PROgRAMAS

                                                                                                                    “É imprescindível a implementação
                                                                                                        de programas apropriados em instituições
                                                                                                        para idosos em prol da manutenção e recu-
                                                                                                        peração de um processo de envelhecimento
               Com o aumento da expectati-           dão física. Por outro lado, quanto melhor é        mais ativo”, enfatiza a pesquisadora, que é
    va de vida da população brasileira, cresce       a coordenação e a agilidade dos seniores           doutora em enfermagem, pesquisadora do
    proporcionalmente o número de idosos             melhor é o nível de independência para a           CNPq e especialista em Gerontologia, na área
    do país. Dados do senso de 2010, realizado       realização das atividades diárias.                 de cuidados no envelhecimento.
    pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-                                                                  Para Dra. Lúcia e suas colabora-
    tística (IBGE) apontam que hoje existem 18                O OBJETIVO DO ESTuDO                      doras, a avaliação das capacidades físicas e
    milhões de pessoas com mais de 60 anos,                                                             funcionais dos idosos é fundamental para
    quase 9% da população total do Brasil. Des-                 Realizado pela parceria de seis cen-    orientar programas futuros. “A detecção do
    tes, mais de cem mil residem em institui-        tros universitários de três regiões do país foi,   grau de dependência do idoso nos diferen-
    ções de longa permanência, comumente             justamente, explorar a relação entre aptidão       tes componentes da aptidão física possibilita
    denominadas como asilos.                         física e capacidade funcional dos idosos de        selecionar intervenções adequadas, aplicadas
               Técnicos do IBGE estimam que          baixa renda, residentes em instituições de         tanto individualmente quanto em grupo,
    em 2020 a população brasileira com mais          longa permanência. A pesquisa confirmou            com vistas à melhoria da capacidade funcio-
    de 60 anos chegue a 30 milhões de pesso-         a relação direta entre esses fatores e a influ-    nal, principalmente no desempenho das ati-
    as, alcançando 13% do total, e que a expec-      ência que um exerce sobre o outro, princi-         vidades da vida diária”, diz.
    tativa de vida ultrapasse os 70 anos. Esses      palmente quanto à força física, coordenação,                   A equipe de pesquisadores também
    dados têm incentivado alguns estudos refe-       agilidade e equilíbrio dinâmico.                   alerta para a falta de procedimentos de avalia-
    rentes à realidade desse grupo de pessoas                   De acordo com a pesquisa, o             ções e intervenções sistematizadas em institui-
    em todo o país. Aspectos como qualidade          processo de envelhecimento humano                  ções para idosos, assim como os poucos estu-
    de vida, embora pouco estudados, já come-        contribui naturalmente para o declínio             dos sobre suas condições físicas e funcionais.
    çam a fazer parte de pesquisas acadêmicas.       das capacidades física e funcional, as quais       “Para implantar um programa adequado de
               Segundo artigo publicado em           são agravadas pelo sedentarismo, tornan-           exercícios e atividades físicas nas instituições
    Cadernos de Saúde Pública (vol.26, no.9) ,       do os idosos dependentes de cuidados               de longa permanência para idosos é preciso
    quanto maior o grau de dependência dos           de terceiros. Essa situação, no entanto, é         avaliar a relação entre capacidade funcional e
    idosos que residem em instituições de lon-       predominante entre os institucionalizados          os diferentes componentes da aptidão física”,
    ga permanência menor é sua força e apti-         que, uma vez isentos de uma rotina de ati-         ressalta Dra. Lúcia Takase.




    06
coluna             c

                                                    Musculação para idoso
                                                    também, parte da prescrição. No entanto,                        O conteúdo deste texto serve como
                                                    sempre, em algum momento, foi possível uti-          um recado aos que insistem em treinar de for-
                                                    lizar métodos intensivos com segurança.              ma leve (independentemente da idade) e afir-
                                                               É importante destacar que a ca-           mam que só estão praticando exercício para a
                                                    pacidade de aumentar a força continua                saúde. Não podemos cruzar os braços diante
                                                    preservada mesmo com idade avançada.                 de tal falta de compreensão e desinforma-
                                                    Inclusive, já foram verificados aumentos             ção. Os professores de musculação deveriam
                                                    de até 200% na carga do teste de 1RM                 orientar e tentar convencer seus alunos a não
                                                    (repetição máxima) com 12 semanas de                 subestimarem sua força e deixarem que um
Elke de Oliveira                                    treinamento. Outro benefício constatado              novo conceito de treinamento faça parte da
Mestre em Ciências Da Saúde (UNB),
                                                    é o aumento significativo da massa mus-              sua vida. Se o problema é o receio de causar
Pós-Graduada em Treinamento de Força
                                                    cular, comprovado por meio de tomografia             uma lesão, não se deve associar o risco somen-
(UGF), Pós-Graduada em Fisiologia do
                                                    computadorizada e biópsia. Com relação               te à maior intensidade. Normalmente, o que
Exercício (UVA)
                                                    às respostas hormonais, apesar de serem              lesiona são os altos volumes de treinamento,
Contato: elke@academiamart.com.br
                                                    muito menores nos mais velhos, elas acon-            técnica inadequada de execução e a falta de
                                                    tecem, sobretudo em treinos que utilizam             uma orientação profissional.
                                                    intensidades elevadas.                                          Será, pois, um marco para a popu-
           Uma das grandes preocupações
                                                               Existe uma preocupação excessiva,         lação mundial o dia em que todos descobri-
das autoridades, tanto científicas quanto
                                                    por vezes até prejudicial, com a fragilidade do      rem que o treinamento de força, feito com
governamentais, é garantir ao idoso au-
                                                    idoso. Todavia, as adaptações fisiológicas propor-   intensidades adequadas, pode ser a maneira
tonomia em suas atividades diárias. Nesse
                                                    cionadas pelo treinamento de força, com intensi-     mais efetiva e barata para proporcionar uma
sentido, o treinamento de força (muscu-
                                                    dade adequada, vão contribuir para aumentar a        vida independente ao idoso, sem que nos es-
lação) pode ser um grande aliado, princi-
                                                    velocidade na caminhada, a potência para subir       queçamos da individualidade biológica, das
palmente em razão do aumento de massa
                                                    escadas e levantar-se de uma cadeira, além de        restrições patológicas e de que toda prescri-
muscular que ele proporciona. Mas, será
                                                    ajudar na prevenção e tratamento de doenças.         ção deve ser cuidadosa e progressiva.
que os treinos com objetivo de saúde de-
                                                               A estética é outra variável que
vem ser leves como a maioria das pessoas
                                                    pode ser melhorada com esse tipo de exer-
acredita? Será que utilizar aquele pesinho
                                                    cício, pois, afinal, qual idoso não é vaidoso?
de um quilograma durante meses de trei-
                                                    Não se deve menosprezar a melhora da au-
namento trará algum benefício?
                                                    to-estima, que é um fator de extrema impor-
           Estudos comparativos dos ganhos
                                                    tância em todas as idades.
advindos do treinamento de força entre jo-
vens e idosos revelaram que protocolos com
baixa intensidade produzem, sempre, resul-
tados limitados e que os idosos têm menor
capacidade que os jovens para reagir aos estí-
mulos. Isso nos leva a crer que, para as pesso-
as com maior idade, o treino deve ser o mais
intenso possível.
           Muitas pesquisas demonstram,
igualmente, que o treinamento de força re-
alizado com alta intensidade é seguro e efi-
ciente para a saúde do idoso, com aumento
da densidade mineral óssea, melhora no
equilíbrio e na potência muscular. Na maio-
ria desses estudos, a grande preocupação se
limitou a um cuidado especial com os indi-
víduos com riscos cardiovasculares. Quanto
aos casos de artrite, artrose, tendinite, desvios
posturais, entre outras patologias, uma ava-
liação e um treinamento minucioso faziam,
S    saúde pública




    A                                                              HIPERTENSÃO
               cada ano, cerca de 7,6 milhões de
               mortes, 14% do total mundial, são
               atribuídas à hipertensão não con-


                                                         uma doença além das cifras
               trolada. Cerca de 80% dessas mor-
    tes ocorrem em países de baixo e médio de-
    senvolvimento econômico e mais da metade
    em indivíduos entre 45 e 69 anos. No Brasil,
                                                                                   Por Marcus Vinícius Bolívar Malachias
    a hipertensão afeta mais de 30% dos adultos.
    Cerca de 315 mil óbitos ocorrem anualmente
    por doenças cardiovasculares, dos quais mais
    da metade estão relacionados à hipertensão,
    com destaque para os derrames e infartos.
    Além disso, a hipertensão é, em nosso meio, a
    principal causa de doença renal crônica, que
    ocasiona mais de 10 mil óbitos anuais no país
    e a inclusão de 95 mil pessoas em programas
    de diálise ou filas de transplante.
               A hipertensão é, na maioria de seus
    portadores, assintomática. Por não apresentar
    sinais ou sintomas da doença, poucos são os
    que fazem tratamento regular.


               Os percentuais de adesão ao tra-
    tamento situam-se em torno de 10 a 20% da
    população brasileira afetada. Levantamentos
    recentes revelam que, mesmo em consultó-
    rios médicos privados, o controle não atinge
    sequer a metade dos hipertensos ali atendidos
    e que menos da metade segue o tratamento
    por mais de um ano. Se não tratada adequa-           a ingestão diária de não mais que 5 g de sal,   ção de óxido nítrico, um potente vasodilata-
    damente, a hipertensão pode reduzir em cerca         que corresponde a 2 g de sódio. O consumo       dor produzido nas artérias.
    de 16,5 anos a expectativa de vida. Nos casos        médio do brasileiro é de mais que o dobro                   Pequenas doses de bebidas alcoó-
    não fatais, ressalta-se a perda da qualidade de      do recomendado.                                 licas, 15 a 30 gramas de etanol, podem fazer
    vida dos sobreviventes de derrames e infartos,                                                       parte do cardápio do hipertenso. Essa quan-
    quase sempre sequelados.                               PROPRIEDADES ANTI-HIPERTENSIVAS               tidade corresponde a 2 latas de cerveja, 2
                                                                                                         doses de destilados ou 2 taças pequenas de
               Se poucos aderem ao tratamento                       Muitos nutrientes têm revela-        vinho, para homens, utilizados de forma não
    com remédios, resta uma opção atraente               do propriedades anti-hipertensivas, tais        diária, sendo recomendada a metade dessas
    que é adequação do estilo de vida, capaz             como: alicina (presente no alho, alho           quantidades para mulheres.
    de controlar um grande percentual de hi-             poró, cebola e cebolinha), betaglucano
    pertensos sem medicamentos. Mesmo uma                (presente na aveia), a substituição de par-           A ATIVIDADE fíSIcA REgulAR
    modesta perda do peso corporal está as-              te da proteína alimentar por um compos-
    sociada a reduções na pressão. Além disso,           to de soja ou a troca de gorduras satura-                  Pelos menos 30 minutos diários,
    manter o peso normal (índice de massa cor-           das e alimentos ricos em gordura animal         promove vasodilatação sustentada e eficaz
    poral inferior a 25 Kg/m²) previne em 40% o          por peixes, oleaginosas (castanhas), azeite     redução da pressão. Técnicas de relaxamen-
    desenvolvimento de hipertensão.                      de oliva e óleos vegetais.                      to, incluindo yoga, biofeedback e principal-
               Dietas ricas em frutas, hortaliças, fi-              O consumo diário de dois ou mais     mente a respiração lenta têm comprovado
    bras, minerais e laticínios, com baixos teores       copos de leite ou porções de laticínios ma-     significativos efeitos anti-hipertensivos.
    de gordura, nos estilos DASH (Dietary Appro-         gros correlacionou-se a menor incidência de     Finalmente, a correção da apnéia do sono,
    aches to Stop Hypertension) e mediterrânea           hipertensão, provavelmente devido ao apor-      por meio de equipamentos de auxílio respi-
    podem operar milagres no controle pressóri-          te de cálcio. A vitamina D obtida pelo consu-   ratório noturno, reduz a pressão de pessoas
    co. Embora seja de conhecimento geral que            mo de peixes e pela exposição ao sol também     com esse distúrbio comum.
    o sal eleve a pressão, o seu consumo é cada          é uma importante aliada. Os polifenois conti-
    vez maior em função do aumento da oferta             dos no chocolate amargo, maça, uva, cebola,     Marcus Vinícius Bolívar Malachias, Presiden-
    de alimentos e temperos industrializados. A          café e nos chás preto e verde têm potencias     te do Departamento de Hipertensão da So-
    Organização Mundial de Saúde recomenda               propriedades vasoativas, aumentado a libera-    ciedade Brasileira de Cardiologia.



    08
m    mente


              Terapia pode ajudar pacientes de cirurgia
                bariátrica a evitar retorno à obesidade
         Mudanças de estilo de vida estão entre as necessidades que, ao serem
              ignoradas, contribuem para o insucesso do tratamento
                                                                   Por Elizângela Isaque




P
        essoas que emagrecem depois de sub-            metida. Dentre os entrevistados, 89% disseram    ligado à sobrevivência. O simples saber não
        metidas à cirurgia bariátrica, conhecida       sentirem-se aptos para a intervenção cirúrgica   controla o comportamento. Os bariátricos
        como redução do estômago, tendem               na primeira consulta. Porém, 26% admitiram       desejam a operação, mas não percebem a
a recuperar o peso perdido devido à falta de           terem vivido o “dia do arrependimento”, diante   necessidade de serem melhor preparados
acompanhamento profissional adequado.                  do desconforto ou da limitação provocada pelo    para o procedimento e não conseguem mu-
Essa é uma das conclusões obtidas por meio             procedimento. Já 67,4% reconheceram que de-      dar padrões de comportamento necessários
de um estudo cujos resultados apontam as               veriam ter recebido mais preparo, ao invés de    para o sucesso a longo prazo, o que os leva a
deficiências na comunicação entre os pro-              uma única avaliação.                             abandonarem o tratamento”, explica.
fissionais de saúde e pacientes como fator                                                                         O estudo evidencia o fato de que
principal para a reincidência ao quadro de                                                              retornos sociais ligados a padrões estéticos
obesidade entre os operados.                                                                            e ao desejo psicológico de mudança de vida
            O estudo “Acompanhamento psi-                                                               são os principais fatores que motivam os pa-
cológico tardio em pacientes submetidos à                                                               cientes obesos a se submeterem à cirurgia
cirurgia bariátrica”, Publicado em Arquivos                                                             bariátrica. No entanto, uma vez alcançados
Brasileiros de Cirurgia Digestiva ( vol. 23, nº. 2),                                                    esses objetivos, a motivação desaparece, pois
avaliou as condições mentais e emocionais no                                                            a meta estabelecida está intimamente ligada
período pós-operatório de pessoas que passa-                                                            aos reforços positivos que diminuem.
ram pelo tratamento cirúrgico da obesidade
(pacientes bariátricos) para compreensão de                                                                          TRANSTORNOS
suas reações aos estímulos ambientais.
            A pesquisa, realizada com pacientes                                                                  Outros estudos apontam trans-
de uma clínica de Curitiba (PR), ouviu pessoas                                                          tornos psiquiátricos como ansiedade e
de ambos os sexos e com tempo diferenciado                                                              depressão como as doenças de maior pre-
de tratamento. Os dados obtidos demonstram                        De acordo com a coordenadora da       valência nas entrevistas pré-operatórias
que na primeira entrevista psicológica a maio-         pesquisa, a psicóloga Simone Dallegrave Mar-     de pacientes com obesidade mórbida.
ria dos pacientes bariátricos descreve-se como         chesini, esse é o mesmo fenômeno informati-      Pesquisa da Universidade da Califórnia
preparada para a cirurgia, mas desconhece os           vo enfrentado com a Aids e o uso da camisi-      concluiu que a depressão atinge maior
detalhes acerca do método ao qual será sub-            nha. “Estamos tratando de um impulso básico      número entre os candidatos à operação e




10
que estes tendem a ter pior resultado de
emagrecimento ou a recuperar o peso ao
longo do tempo, anulando parte ou todo o
sucesso cirúrgico.
          “A depressão leva à necessidade
de tratamento prévio da ansiedade ou de
quadros clínicos a ele associados”, afir-
ma Dra. Simone. Por meio do estudo foi
possível descaracterizar a presença deste
transtorno de humor à condição clínica da
obesidade ou ao efeito desta sobre a qua-
lidade de vida, já que sua presença é de
origem fisiológica e metabólica.




                                                                                                                                   “
                                                “
           Entre os pacientes portadores de
obesidade mórbida existem dois grupos cli-
nicamente trabalhados, um no qual o fator de
estresse funciona como gatilho da obesidade           A presença da depressão leva à necessidade
e outro em que a obesidade funciona como
fonte do início da depressão, com ou sem an-              de tratamento prévio da ansiedade
siedade. “A operação pode se constituir para            ou de quadros clínicos a ele associados
os depressivos e/ou ansiosos mais um evento
                                                                               Dra. Simone Dallegrave Marchesini
existencial ou ritual de passagem que provo-
ca euforia ou depressão”, define Dra. Simone.



               DEPRESSÃO
                                                          A pesquisa coordenada pela psi-        mações físicas dos pacientes bariátricos.
          A psicóloga explica que nas en-       cóloga também revela que pacientes bariá-        À pesquisa, 32,6% dos operados admi-
trevistas de avaliação é possível perceber      tricos podem apresentar maiores distorções       tiram que seus parceiros não estavam
no discurso dos pacientes um sentimen-          quanto à percepção do próprio corpo, o           preparados para viverem com magros ao
to de incompetência por não terem tido          que os impedem de notarem a recupera-            seu lado e 17,4% se divorciaram após a
êxito nas dietas tradicionais. Isso ocorre,     ção de peso. Em outra vertente eles podem        operação. No entanto, alguns pacientes
principalmente, entre as pessoas que ten-       se defender dessa percepção e só buscar          deixaram claro que a separação já estava
dem à depressão ou distimia (tipo atenu-        auxílio quando o ganho é excessivo e per-        inclusa no desejo de mudar de vida e que
ado de depressão crônica), considerando         ceptível ao meio social. “Com a recuperação      a operação foi facilitadora do ato.
que a cirurgia envolve a mutilação de um        de peso, esses pacientes tendem a buscar
órgão saudável. “Os pacientes tornam-se         outros recursos cirúrgicos ou clínicos e não               AcOMPANHAMENTO
passíveis de autopunições e vulneráveis         aceitar que seu consumo alimentar possa
aos maus resultados ou às complicações          estar calcado em funcionamentos cerebrais                   No âmbito familiar, as altera-
operatórias, por interpretarem que estão        e emocionais”, explica Simone.                   ções físicas vividas pelos pacientes ba-
‘mexendo na obra divina’”, completa.                      Ante a falta de um preparo ade-        riátricos atingiram 19,6% dos familiares,
                                                quado e a uma subsequente recuperação            que apresentaram dificuldade de lidar
              TRATAMENTO                        de peso, a maioria dos entrevistados afir-       com a transformação do operado. Para
                                                mou que fariam a operação novamente,             Dra. Simone, além do acompanhamen-
           Para a Dra. Simone, o fato de        sendo que metade sente a necessidade             to terapêutico pré e pós-cirúrgico, há a
grande parte dos pacientes não receberem        de frequentar grupos de apoio, em contra-        necessidade de que profissionais quali-
tratamento psicológico/psiquiátrico para        ponto à outra parte que defende o direito        ficados também atendam aos cônjuges
os outros males que acompanham a obe-           à privacidade e ao sigilo.                       e familiares deste grupo. “O foco tera-
sidade gera a incapacidade de muitos não                                                         pêutico é necessário para que haja um
mudarem o estilo de vida após a operação.                  cONVíVIO SOcIAl                       trabalho de prevenção às recaídas. O
“A adesão às recomendações nutricionais                                                          tempo de preparo pré-operatório se es-
é parcial, o que possibilita a ocorrência de              As relações conjugais e fami-          tende para além de uma única consulta
alterações emocionais ligadas às deficiên-      liares, de um modo geral, também são             psicológica e nutricional e aumenta sua
cias dessa ordem”, afirma.                      diretamente influenciadas pelas transfor-        eficácia”, enfatiza.



                                                                                                                                        11
m    medicina


A solução para as doenças autoimunitárias
e neurodegenerativas pode estar na
Vitamina D
Estudos e casos clínicos comprovam que nutriente é fundamental
para prevenção e controle eficaz de moléstias graves

Por Elizângela Isaque




A
         sabedoria popular nos ensina que          maior dificuldade de transformar em ativa
         é sempre melhor prevenir do que           a vitamina D produzida pelos raios solares
         remediar. Felizmente, em algumas          em contato com a pele. Devido a essa ca-
circunstâncias, especificamente nas li-            racterística genética, alguns indivíduos com
gadas à saúde, a forma de prevenção é a            hábito de exposição solar diária podem
mesma que proporciona a cura ou, no mí-            apresentar deficiência desta substância e,
nimo, um controle eficaz de determinados           consequentemente, desenvolverem algum          valores que não enxergava, e minha dis-
problemas. Esse é o caso da vitamina D,            distúrbio. Como forma de prevenção, o mé-      posição é maravilhosa. Sinto-me privile-
substância que tem sido fonte de constan-          dico recomenda a essas pessoas a ingestão      giado por ter acesso a um tratamento tão
tes estudos e de importantes descobertas,          do suplemento vitamínico, em forma de          eficiente”, relata Marcelo Palma.
no que se refere às doenças autoimunitá-           cápsula ou gotas.                                        O nome de Dr. Cícero Coimbra é
rias e neurodegenerativas como esclerose                                                          relacionado ao crescente número de pa-
múltipla, depressão, artrite reumatóide,                                                          cientes que sob seu tratamento, a exemplo
Parkinson, mal de Alzheimer, lúpus e viti-                  O engenheiro ambiental Marce-         de Marcelo Palma, têm apresentado qua-
ligo, entre outras.                                lo Palma está entre as pessoas que, em-        dros de regressão de sintomas, bem como
            A literatura médica clássica atribui   bora sempre levasse uma rotina de práti-       a estabilidade de doenças como a esclero-
à vitamina D um papel fundamental para a           cas esportivas ao ar livre, como o surfe e     se múltipla. Em todos os casos, a vitamina
manutenção do equilíbrio de determinadas           capoeira, começou a apresentar sintomas        D sintetizada, ministrada em doses que
funções do organismo humano, como a ini-           como formigamento nos membros e alte-          variam de acordo com a necessidade de
bição de problemas como o raquitismo em            ração da sensibilidade do abdômen. Após        cada paciente, é a protagonista que atua
crianças e a osteoporose em adultos. Entre-        alguns diagnósticos equivocados e trata-       de forma decisiva no combate aos graves
tanto, de acordo com as novas descobertas,         mentos que não impediam o surgimento           sintomas apresentados pelas moléstias.
as doses diárias recomendadas até hoje, de         de outros sintomas que eram, de fato, de-
400 UI (Unidades Internacionais), que equi-        correntes da esclerose múltipla (EM), o jo-                  PuBlIcAÇÕES
vale a um micrograma, estão longe do ideal         vem tomou conhecimento do tratamento
necessário para prevenir, estabilizar ou mes-      proposto por Dr. Cícero.                                 Na internet, centenas de publi-
mo anular sintomas das doenças relaciona-                                                         cações científicas divulgam os benefícios
das ao sistema nervoso.                                                                           da vitamina D no tratamento de doenças
            Embora alguns alimentos sejam                    Iniciado o tratamento, Marcelo       neurodegenerativas, como Alzheimer, e das
fonte de vitamina D, a forma natural mais          confiou sua saúde ao Dr. Cícero que ao         autoimunitárias como esclerose múltipla,
eficiente de obtê-la é por meio da exposição       diagnosticá-lo como portador de esclero-       miastenia gravis, lúpus, artrite reumatóide,
solar diária. “Cerca de 10 minutos, todos os       se múltipla, convenceu-o de que ao utili-      psoríase e diabetes do tipo 1. O artigo “No-
dias, com 90% do corpo exposto ao sol mati-        zar a vitamina D como base de seu trata-       vas pistas sobre as funções da vitamina D
nal, é suficiente para que maioria das pessoas     mento, a doença viraria passado em sua         no sistema nervoso”, publicado na Revista
obtenha a quantidade aproximada de 20.000          vida. Hoje, o jovem afirma levar uma vida      Trends in Endocrinology & Metabolism, em
UI”, explica o neurologista e professor do De-     normal, sob acompanhamento médico,             setembro de 2002, demonstra a relação do
partamento de Neurologia e Neurocirurgia da        feito de uma a duas vezes por ano. “Estou      nutriente com a inibição dos sintomas des-
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESPI)       com a vida totalmente ativa, trabalhando,      ses problemas, bem como à estabilização do
Dr. Cícero Galli Coimbra.                          surfando muito, dentre outras atividades       quadro clínico de pacientes.
            No entanto, o neurologista lem-        físicas. Posso dizer que minha vida hoje                 “Cerca de 70% das pessoas que
bra que, devido às particularidades de cada        é até melhor do que antes de tudo isso         sofrem de esclerose múltipla apresentam
organismo, algumas pessoas apresentam              acontecer, pois despertei para simples         níveis muito baixos de vitamina D, o que se




12
correlaciona com uma frequência maior de                    Dados da Federação Internacional    manentes nos rins, retardo do crescimento,
exacerbações (surtos) e com a sustentação de     de Esclerose Múltipla (MSIF, na sigla em in-   calcificação de tecidos moles e até mesmo
sequelas neurológicas mais acentuadas após       glês), revelam que cerca de 2,5 milhões de     a morte. Entre os sintomas leves de intoxi-
cada surto. A simples percepção disso remete     pessoas sofrem de EM, em todo o mundo.         cação estão: sede excessiva, eliminação de
qualquer profissional que se depare com esse     No Brasil, a estimativa da Associação Brasi-   grande volume de urina, náuseas, fraqueza,
quadro à obrigação ética de administrar essa     leira de Esclerose Múltipla (ABEM) é de que    prisão de ventre e irritabilidade. Entretanto,
substância como parte fundamental do trata-      existam mais de 35 mil portadores. Além dis-   para alcançar essas reações, seria necessário
mento”, explica Dr. Cícero.                      so, a entidade alerta para a constante falta   o consumo muito superior aos recomenda-
           De acordo com o artigo, “O trata-     da medicação disponibilizada pelo governo,     dos pelas recentes pesquisas.
mento com vitamina D na Esclerose Múlti-         nos postos de saúde brasileiros.                          Outros estudos demonstram
pla” publicado no Journal of the Neurological               As medicações comumente pres-       que para uma pessoa adulta, com níveis
Sciences, em junho de 2009, além dos fatores     critas em terapias (interferons) expõem os     normais de intolerância à vitamina D, vir a
genéticos e ambientais, o nível de concentra-    pacientes a efeitos colaterais tão comuns      apresentar um quadro de super dosagem
ção de vitamina D no orgnanismo está                                                                  deste nutriente seria necessária a in-

                                             “
diretamente ligado ao desenvolvimen-                                                                  gestão diária de aproximadamente
to de EM. Segundo o estudo, as evi-             Cerca de 70% das pessoas que                          2,5 mg (100.000 IU), por um período
dências atestam que a ingestão deste                                                                  de um a dois meses. Já a quantidade
                                                sofrem de esclerose múltipla
suplemento reduz o risco de desenvol-                                                                 considerada tóxica para as crianças
vimento da doença, diminui as chances         apresentam níveis muito baixos                          varia de 0,5 mg (20.000 IU) a 1,0 mg
de que um primeiro evento clínico su-                                                                 (40.000 IU), números muito superio-
                                           de vitamina D, que se correlaciona
gestivo se converta em uma EM clinica-                                                                res às doses mais altas da substância,
mente definida e limita a reincidência         com uma frequência maior de                            indicadas para prevenção e trata-
de pacientes diagnosticados.                                                                          mento de doenças.
                                           exacerbações e com a sustentação
           Para o neurologista, a falta                                                                    “Os limites tóxicos, sobretudo,
de informação sobre o assunto en-              de sequelas neurológicas mais                          podem variar conforme a quantidade
tre a comunidade médica brasileira
começa pelo ambiente acadêmico
                                               acentuadas após cada surto.                 ”          de alimentos ricos em cálcio, espe-
                                                                                                      cialmente os laticínios, presentes na
e culmina na pressão mercadoló-                                                                       dieta, conforme o peso e característi-
gica exercida pela indústria farmacêuti-         quanto desagradáveis. Essas drogas po-         cas genéticas do indivíduo”, esclarece Dr.
ca. Hoje, cada ampola de Tysabri (natali-        dem desencadear reações – observadas           Cícero. Conforme explica o neurologista,
zumab), medicação vendida em mais de             em mais de um, em cada 10 doentes –            os riscos de uma hiperdosagem são pra-
45 países para o tratamento de esclerose         como dores de cabeça, sintomas do tipo         ticamente nulos, se o tratamento é feito
múltipla custa, em média, R$ 9.000,00. Só        gripal e febre. Já a vitamina D, utilizada sob com acompanhamento médico, em âmbi-
em 2009, o Tysabri proporcionou ao seu           acompanhamento médico, possibilita a re-       to clínico e laboratorial. “A quantidade de
fabricante a receita de um bilhão de dó-         gressão de sequelas recentes e previne a       vitamina D que cada paciente necessita
lares em vendas, fazendo com a empresa           progressão da doença.                          em seu tratamento varia de acordo com o
viesse a público declarar que, como es-                     O ajuste das doses, realizados      estágio da doença e com os níveis de ca-
tratégia de marketing, a expectativa para        com o auxílio de exames laboratoriais, evita    rência deste nutriente em cada organismo,
2010 era maximizar o valor de suas ações         uma hipervitaminose por vitamina D, já que      por isso é muito importante a avaliação do
por meio do crescimento do consumo               o excesso desse nutriente no organismo          profissional”, explica.
desse remédio.                                   pode provocar problemas como danos per-                   O artigo “Segurança da vitami-
                                                                                                 na D em adultos com esclerose múltipla”,
                                                                                                 publicado no The American Journal Cli-
                                                                                                 nical Nutrition , em julho de 2009, cor-
                                                                                                 robora as informações do neurologista
                                                                                                 brasileiro. O estudo apresenta resultados
                                                                                                 obtidos com pacientes na fase ativa da
                                                                                                 EM, submetidos a um tratamento à base
                                                                                                 de cálcio, com aumento progressivo da
                                                                                                 vitamina D3. Após oito semanas os dados
                                                                                                 confirmaram a viabilidade de se utilizar o
                                                                                                 fármaco vitamínico de forma segura, em
                                                                                                 níveis entre 4.000 UI e 10.000 UI, varian-
                                                                                                 do-se as doses de acordo com a necessi-
                                                                                                 dade de cada paciente.




                                                                                                                                           13
“      Estou com a vida totalmente
                                                                                    ativa, trabalhando, surfando
                                                                                 muito, dentre outras atividades
                                                                                   físicas. Posso dizer que minha                           “
                                                                                   vida hoje é até melhor do que
                                                                                    antes de tudo isso acontecer.
                                                                                                     Marcelo Palma




               DIVulgAÇÃO                          tamina D em 2006, cinco anos após rece-                   Foi em decorrência de um forte trau-
                                                   ber diagnóstico de esclerose múltipla. Na      ma emocional, inclusive, que Marcelo Palma
          Como a eficácia da vitamina D, em        época da primeira consulta a jovem já se       começou a apresentar os primeiros sintomas
relação aos medicamentos tradicionais, ainda       encontrava em cadeira de rodas, devido o       de EM. Surtos que, posteriormente, voltaram
não é um consenso na comunidade científica,        estágio no qual se encontrava a doença.        mais fortes e frequentes após uma segunda
a difusão dessa nova alternativa tem ocorri-       “Dois meses após o início do novo trata-       experiência que lhe acarretou novo trauma.
do por meio do famoso “boca a boca”. Nesse         mento, baseado na reposição dessa vita-        “Na primeira consulta, que durou cerca de
contexto, a internet tem sido a principal ferra-   mina, ela estava dirigindo. Hoje leva uma      quatro horas, ele me explicou como seria a
menta utilizada pelos pacientes do Dr. Cíce-       vida normal, sem surtos, e sem o uso da        utilização da vitamina D, aliada à B e a óle-
ro, que utilizam a web para discutirem seus        medicação convencional, que é bastante         os de peixe (ômega 3) DHA, para ‘desativar’
casos clínicos entre si e, ao mesmo tempo,         agressiva. E continua apresentando me-         a auto agressão do sistema imunológico no
propagarem resultados, como a estabilização        lhoras”, comemora.                             meu organismo”, relembra.
e o controle de suas enfermidades.                                                                          Hoje, o maior empenho do neu-
          Com cerca de 500 membros a co-                  fATORES PSIcOlógIcOS                    rologista é tornar a utilização da vitamina
munidade “Esclerose Múltipla Tem Solução”                                                         D comum nos tratamentos das doenças
funciona em um dos mais famosos sítios de                     Dr. Cícero também chama a           neurodegenerativas e autoimunitárias.
relacionamentos da web e reúne pacientes           atenção para a alta probabilidade de           “Meu objetivo é fazer com que os demais
sob o tratamento do neurologista e pessoas         distúrbios como estresses emocionais e         profissionais conheçam os benefícios des-
que sofrem de EM que estão em busca de tra-        fortes traumas desencadearem doenças           sa substância e passem a ministrá-la aos
tamentos com resultados mais eficazes e me-        autoimunitárias e neurodegenerativas           pacientes em tratamento”, diz o neurolo-
nos agressivos. “Após descobrir a existência do    em pessoas cujos organismos apresen-           gista, que acredita que, no futuro, as infor-
Dr. Cícero e obter resultados fantásticos com      tam dificuldades em sintetizar a vitamina      mações acerca da importância desse nu-
minha sobrinha achei que seria importante di-      D. “Cerca de 85% dos surtos de esclero-        triente estarão ao alcance de todos. “Não
fundir esse protocolo de tratamento”, explica      se múltipla, por exemplo, surgem após          há como impedir que esse conhecimento
Sergio Vinagre, fundador da comunidade.            estresses emocionais. Imagine quantos          se torne comum. Pode ser que demorem
          Na página inicial da comunida-           casos seriam evitados se fosse possível re-    mais dois, três ou vinte anos. O fato é que,
de, criada há dois anos, Vinagre conta que         tirar ou diminuir o nível de estresse dessas   cedo ou tarde, todos vão saber dos benefí-
sua sobrinha iniciou o tratamento com vi-          pessoas”, destaca.                             cios da vitamina D”.



14
c       coluna




                                            FITOTERÁPICOS E FITOTERAPIA
                                            Características e Potencialidades
                                             Você já ouviu falar em medicamentos fitoterápicos?
                                             Esses medicamentos, produzidos a partir de extratos padronizados de plantas
                                             medicinais, vêm sendo utilizados no tratamento de diversas doenças, como ansie-
    Dr Roberto Boorhem                       dade, depressão, distúrbios metabólicos como o aumento do colesterol e triglicerí-
    Médico e Presidente da Associação        deos, diabetes, obesidade, Síndrome Climatérica, Hipertrofia Benigna da Próstata e
    Brasileira de Fitoterapia – ABFIT        muitos outros, com redução dos efeitos colaterais e adversos, melhora do funciona-
    Contato: rboorhem@abfit.org.br           mento do organismo, e sem causar dependência ao usuário.




    O quE SÃO MEDIcAMENTOS fITOTERÁPIcOS?                         Em diversas situações clínicas po-
                                                        de-se associar fitoterápicos e alopáticos, no
               São medicamentos produzidos com          sentido de aumentar a eficácia dos tratamen-
    extratos vegetais de partes de plantas, sem iso-    tos convencionais e/ou reduzir a toxicidade
    lamento dos princípios ativos, ou seja, utilizan-   causada pelos medicamentos alopáticos. Esta
    do a totalidade das substâncias encontradas         combinação dos dois tipos de medicamentos
    na parte da planta adequada, tambem chama-          atua, simultaneamente, a favor do organismo
    da de fitocomplexo.                                 e contra a doença, como nos casos de câncer,
                                                        AIDS e tuberculose, por exemplo, aumentan-
    quAIS PROBlEMAS DE SAÚDE JÁ SÃO TRATA-              do a eficácia e reduzindo os efeitos adversos
    DOS cOM fITOTERAPIA NO BRASIl?                      dos medicamentos convencionais.

               Diversas doenças já têm tratamento       ONDE OS INTERESSADOS PODEM ENcON-
    pela fitoterapia. Além das mencionadas acima,       TRAR ESTES PRODuTOS E quAIS OS cuI-
    ainda podemos citar outras como insônia, dis-       DADOS quE OS PAcIENTES DEVEM TER AO
    pepsias, Síndrome do Intestino Irritável, Tensão    ADquIRIR E TOMAR ESTE TIPO DE PRODuTO
    Pré-Menstrual (TPM), artrites e artroses, aler-     E POR quÊ?
    gias e imunodeficiência, alem de tratamento
    coadjuvante em algumas patologias de difícil                  Os medicamentos fitoterápicos po-
    tratamento como o câncer e a AIDS.                  dem ser encontrados nas farmácias e drogarias
                                                        e, os extratos, nas farmácias de manipulação.
    quAIS OS BENEfícIOS DOS fITOTERÁPIcOS                         No caso dos medicamentos fitote-
    E DA fITOTERAPIA PARA OS PAcIENTES?                 rápicos vendidos em farmácias e drogarias,
                                                        devemos observar o número de registro                      Evite também a automedicação,
               Os maiores benefícios estão rela-        da Agência Nacional de Vigilância Sanitária     mesmo com fitoterápicos, porque qualquer
    cionados à baixa incidência de efeitos colate-      (Anvisa), impresso na embalagem. Este re-       tratamento deve ser precedido de uma ade-
    rais e adversos, associados aos fitoterápicos.      gistro sempre vem acompanhado da sigla          quada avaliação do paciente e seu quadro
    Este tipo de medicamento regula e estimula          do Ministério da Saúde (MS), seguido de         clínico, e a partir de um correto diagnóstico.
    sistemas e funções orgânicas, além de me-           uma numeração. Já os produtos manipula-                    No caso de alívio de sintomas e do-
    lhorar a performance do organismo, pratica-         dos, devem ser adquiridos em farmácias de       enças passageiras e de baixa gravidade, pro-
    mente sem causar tolerância e dependência.          manipulação especializadas e prescritos por     cure utilizar chás de consagrado uso tradicio-
    Já os medicamentos convencionais (alopáti-          profissionais habilitados.                      nal e por pouco tempo, como por exemplo:
    cos), são mais eficazes no combate a micro-                   Evite a compra de fitoterápicos em    chá de alho para gripes e resfriados, de camo-
    organismos e outros agentes externos e na           sites pela internet, podem ser produtos frau-   mila para ansiedade e dispepsia, de erva-doce
    inibição de sinais e sintomas.                      dados e sem o devido controle de qualidade.     para cólicas intestinais e etc.



16
Alguns fitoterápicos e suas propriedades
NOME cIENTífIcO         NOME POPulAR        clASSE TERAPÊuTIcA/INDIcAÇÕES             VANTAgENS TERAPÊuTIcAS

Ginkgo biloba           Ginko               Vaso dilatador                            Menor incidência de efeitos
                                            Antiadesivo Plaquetário                   colaterais
                                            Antioxidante                              Maior eficácia
                                            Tonturas
                                            Deficiências circulatórias e da memória


Hipericum perforatum    Hiperico            Antidepressivo                            Menor incidência de efeitos colaterais


Passiflora sp.          Maracujá (folhas)   Sedativo/Ansiolítico                      Menor incidência de efeitos colaterais
Valeriana oficinallis   Valeriana                                                     Ausência de tolerância e dependência
Melissa oficinallis     Melissa


Maytenus ilicifolia     Espinheira santa    Gastroprotetor                            Menor incidência de efeitos colaterais
                                            Dispepsias, gastrite


Plantago sp             Psylium             Laxativo                                  Menor incidência de efeitos colaterais
Cassia sp               Sene
Rhamus purshiana        Cáscara sagrada
Tamarindus indica       Tamarindo


Mentha crispa           Hortelã             Amebicida e giardicida                    Menor incidência de efeitos colaterais


Mikania glomerata       Guaco               Expectorante/Antialérgico Respiratório    Menor incidência de efeitos colaterais
Glycyrrhiza glabra                          Bronquite, Asma


Pygeum africanum        Pigeum               Antiandrogênico                          Menor incidência de efeitos colaterais
Urtica dioica           Urtiga               Hiperplasia prostática
Serenoa repens          Saw palmeto


Glycine max             Soja                 Ação hormonal                             Menor incidência de efeitos colaterais
                                             Síndrome climatérica
                                             Osteoporose


Cimicifuga racemosa     Black cohosh        Ação hormonal                             Menor incidência de efeitos colaterais
                                            Síndrome climatérica


Vitex agnus-castus      Vitex                Ação hormonal                             Menor incidência de efeitos colaterais
                                             TPM                                       Maior eficácia


Tanacetum               Tanaceto             Profilaxia da enxaqueca                   Menor incidência de efeitos colaterais
Parthenium


Panax ginseng           Ginseng              Adaptógeno                                Maior eficácia
                                             Estados de fadiga física e mental


Echinacea purpurea       Equinácea           Imunoestimulante                          Menor incidência de efeitos colaterais
                                             Preventivo e coadjuvante na terapia
                                             de resfriados e infecções do trato
                                             respiratório urinário




                                                                                                                                17
c       corpo




    Dieta e exercícios podem atenuar
                           efeitos do câncer
                                                                Por Maria Alice da Cruz




    E
           studos com carcinoma 256 de Walker         pesquisadoras enfatizam que as pesquisas                   A caquexia causa impacto ne-
           desenvolvidos no Laboratório de Nu-        foram realizadas somente com animais e          gativo sobre a habilidade de respostas dos
           trição e Câncer do Instituto de Biologia   não focalizam a prevenção à instalação do       pacientes diante do tratamento antineoplá-
    da Unicamp (IB) abrem possibilidades para a       tumor. “Não estudamos a cura do câncer.         sico, constituindo-se no ponto crucial do su-
    melhoria da qualidade de vida de pacientes        A ideia é que esses estudos possam con-         cesso do tratamento e, consequentemente,
    com câncer. Apesar de optarem por temas           tribuir para garantir qualidade de vida aos     interferindo em sua expectativa de vida, de
    diferentes, as pesquisadoras Emilianne Mi-        pacientes com câncer, colaborando com o         acordo com Emilianne.
    guel Salomão (doutorado) e Rebeka Tomasin         tratamento convencional. No caso de meu
    (mestrado) buscaram em testes com ratos           estudo, a proposta é reverter o quadro de             SuPlEMENTAÇÃO NuTRIcIONAl
    wistar meios para inibição de crescimento e       caquexia com auxílio de terapia alternativa”,
    apoptose de tumores e diminuição de risco         explica Emilianne.                                           Os resultados de testes realizados
    de caquexia (perda de peso involuntária).                                                         com um grupo de ratos wistar, nos quais foi
                Enquanto a educadora física Emi-                                                      injetado tumor Walker 256, revelaram que a
    lianne estudou e comprovou a eficiência                                                           suplementação nutricional com leucina (ami-
    da combinação nutrição-exercício físico na                                                        noácido que atua como sinalizador celular e
    redução da caquexia, Rebeka buscou na                                                             fonte energética para o músculo esquelético)
    medicina popular, especificamente num ho-                                                         e exercício físico, em longo prazo, promove
    mogeneizado (mistura) de mel e babosa, um                                                         melhora no ganho de peso corpóreo, com re-
    coadjuvante para o tratamento tradicional                                                         dução do peso do tumor; diminui a degrada-
    de pacientes com câncer. “Há vários estudos                                                       ção muscular esquelética, associada a maior
    que comprovam a eficácia anticâncer da ba-                                                        expressão de miosina muscular (principal
    bosa e do mel, isoladamente, então decidi                                                         proteína contrátil do músculo esquelético);
    investigar como funcionam os dois juntos”,                                                        traz melhora da resposta inflamatória; me-
    explica Rebeka.                                                                                     lhora a expressão gênica de transportador
                Os estudos fazem parte de                                                                  de glicose muscular e melhora, também, o
    uma série de pesquisas básicas de-                                                                    diâmetro da fibra muscular.
    senvolvidas no laboratório para                                                                                “Os animais treinados diminuíram,
    auxiliar no avanço de investiga-                                                                       de fato, a degradação proteica muscular,
    ções mais aprofundadas                                                                             além de melhorar a resposta inflamatória.
    nas áreas de medici-                                                                              Quanto aos animais implantados com tumor
    na e farmácia. As                                                                                 tratados com dieta normal (normoproteica)
                                                                                                      e sedentários, houve aumento da degrada-
                                                                                                      ção e, consequentemente, redução da sínte-
                                                                                                       se proteica muscular e aumento da resposta
                                                                                                         inflamatória, quando comparados aos de-
                                                                                                          mais grupos”.
                                                                                                                   A pesquisadora explica que a leu-
                                                                                                          cina age, principalmente, como sinaliza-
                                                                                                        dor celular, aumentando a síntese e dimi-
                                                                                                      nuindo a degradação de proteína muscular
                                                                                                      esquelética, enquanto o exercício físico
                                                                                                      promove aumento do consumo de glicose,
                                                                                                      diminuindo os níveis de glicose e insulina




18
circulantes, consequentemente, reduzindo       o desenvolvimento do câncer. “Divulgam         efeitos do exercício de intensidade leve em
a oferta desse substrato às células tumo-      sempre na mídia informações sobre a im-        animais, mesmo nessas condições, são po-
rais. “É preciso ingerir este aminoácido,      portância da atividade física em problemas     sitivos”, pondera Emilianne.
pois nosso organismo não é capaz de sin-       cardíacos ou neurológicos, mas quase não
tetizá-lo. A massa corporal magra, em par-     divulgam a contribuição do exercício para                      cAquExIA
ticular musculatura esquelética, diminui       a qualidade de vida em pacientes com cân-
em proporção direta os efeitos da massa        cer”, acrescenta a educadora.                             Ela explica que o desenvolvimento
neoplásica. Assim, a redução da síntese e o                                                   neoplásico causa alterações dos processos
aumento da degradação proteica têm sido                                                       homeostásicos e metabólicos dos pacientes
frequentemente observado nos pacientes                                                        com câncer, desencadeando a caquexia, que
com câncer, sendo o principal fator res-                                                      pode levar à morte na maioria dos casos. A
ponsável pela redução do tempo de vida                                                        perda de peso é decorrente da depleção da
desses pacientes. Então, suplementamos                                                        proteína muscular em razão do aumento da
leucina aos animais para minimizar os efei-                                                   degradação ou da diminuição da síntese pro-
tos provocados pela caquexia, ajudando a                                                      teica, com consequências drásticas à massa
melhorar o metabolismo de proteína mus-                                                       corporal e ao estado funcional do paciente.
cular, comprometido pelo crescimento do                                                       “O câncer-caquexia promove redução da for-
tumor”, explica.                                                                              ça muscular e da resistência cardiovascular,
           Emilianne acentua que os exer-                   ATIVIDADE fíSIcA                  alterações imunológicas, anorexia, dentre ou-
cícios aeróbios de intensidade leve a mo-                                                     tras debilidades”, informa.
derada ajudaram a minimizar as alterações                 Na sua opinião, a atividade fí-                A caquexia se desenvolve geral-
metabólicas do tecido de ratos diante do       sica pode ser oferecida a pacientes que        mente em estágio avançado do câncer e em
crescimento tumoral. “Vimos que os ani-        estejam na fase inicial ou até mesmo em        alguns tipos de carcinoma, principalmente os
mais treinados têm redução no crescimen-       estágios mais avançados, desde que os          de trato gastrointestinal, segundo Emilianne.
to do tumor, pois o exercício físico promove   pacientes estejam em condições físicas.
aumento do consumo de glicose pelos te-        Apesar de não poder precisar a cura, já                      RADIOTERAPIA
cidos ativos saudáveis durante o exercício,    que os estudos não foram realizados com
diminuindo os níveis de glicose e insulina     humanos, sabe-se que o índice de cura,
circulantes, consequentemente, reduzindo       com tratamento precoce, é muito grande,
a oferta desses substratos para o crescimen-   segundo a autora. “Quando diagnostica-
to tumoral”, explica.                          do o surgimento de câncer em algum pa-
                                               ciente, e logo inicia-se o tratamento tanto
                                               com quimioterapias, radioterapias, quanto
                                               intervenções alternativas, tais como, nutri-
                                               cionais associadas a prática de atividades
                                               físicas, ou qualquer terapia que venha a
                                               ajudar esse paciente, será possível obter
                                               resultados positivos”, diz Emilianne.


                                                      TERAPIAS cONTRA O câNcER                Quando o paciente está em um quadro
                                                                                              de caquexia avançada, no qual a perda de
                                                         Na opinião da educadora física,      massa muscular é grande, a resposta ao
                                               deveriam ser multidisciplinares. A ativi-      tratamento radioterápico ou quimioterápi-
                                               dade física, quando bem supervisionada,        co não é a mesma de um paciente que não
                                               também pode favorecer o estado psico-          teve perda de massa muscular. Na opinião
                                               lógico do paciente. “É uma alternativa no      da educadora física, para tentar melhorar o
                                               auxílio do tratamento psicológico, pois        estado caquético do paciente, é preciso me-
                                               os pacientes que praticam atividade física     lhorar a qualidade de vida e, assim, aumentar
                                               podem reduzir a ansiedade e a depressão”,      a sobrevida. A atividade física, quando bem
                                               acrescenta.                                    supervisionada, pode ser uma excelente al-
                                                         Os ratos foram treinados até o       ternativa no auxílio do tratamento e reabili-
                                               período pré-agônico, gerando resultados        tação dos pacientes com câncer.
         A atividade física, segundo Emi-      positivos, já para um paciente nessas con-
lianne, possui grandes efeitos protetores      dições, a prática de atividade física pode     Fonte: Saúde em Movimento/Jornal da Uni-
que podem ajudar a prevenir ou retardar        não ser recomendável. “Mas sabe-se que os      camp




                                                                                                                                        19
c        coluna




                                                         A energia vem do carboidrato
                                                               Os carboidratos são classificados de acor-            Por ser uma fonte rápida de energia, é
                                                         do com o seu grau de polimerização em açu-          muito importante principalmente para crian-
                                                         cares, oligossacarídeos e polissacarídeos.          ças, que têm uma necessidade energética
                                                                Na classe dos açucares estão os monos-       muito grande, tanto pelo fato de serem extre-
                                                         sacarídeos (glicose, galactose e frutose), os       mamente ativas como pelo seu crescimento.
    Dra. Silvia ferreira                                 dissacarídeos (sacarose, trealose e lactose) e      Porém, devemos selecionar o tipo de carboi-
    Nutricionista do Flamengo                            os polióis (sorbitol e manitol).                    drato que iremos oferecer aos nossos filhos,
    silvia.nutricao@gmail.com                                  Na classe dos oligossacarídeos encontra-      para que seu desenvolvimento seja normal e
                                                         se a malto-oligossacarídeos, compostos pelas        não haja problemas como obesidade juvenil
                                                         maltodextrinas e por outros oligossacarídeos        e cáries. Muitas frutas são excelentes fontes
                Os Carboidratos representam a prin-
                                                         (rafinose, estaquiose e os fruto-oligossaca-        de carboidratos, então podemos incentivar o
    cipal fonte de energia, pois é o principal combus-
                                                         rideos) e entre os polissacarídeos estão os         consumo de frutas ao invés de doces indus-
    tível para o ser humano. A energia que vem do
                                                         amidos e o não-amido. Os componentes                trializados, ricos em sacarose, que é mais pre-
    Carboidrato é importante para o desempenho
                                                         dos amidos são a amilose, amilopectina e os         judicial para o nosso organismo.
    do trabalho interno (respiração, circulação do
                                                         amidos modificados. Os polissacarídeos não-
    sangue e batimentos cardíacos), trabalho exter-
    no (caminhar, exercícios) e para manter a nossa
                                                         amido são a celulose, hemicelulose, pectinas                    cARBOIDRATO
    temperatura estável, por isso os alimentos ricos
                                                         e hidrocololóides.                                          E DESEMPENHO fíSIcO
                                                                     Os carboidratos são consumidos
    em carboidratos são chamados de alimentos
                                                         sob três formas: 1) cereais, vegetais, frutas,            Para manter e aumentar os estoques de
    combustíveis. Dentre eles, o mais abundante
                                                         leguminosas; 2) carboidratos purificados adi-       glicogênio muscular durante períodos de
    encontrado na natureza é a glicose (açúcar), que
                                                         cionados às preparações; 3) carboidratos dis-       treinamento é necessário uma dieta com ele-
    por sua vez é o principal, combustível para a ma-
                                                         solvidos em certas bebidas.                         vada quantidade de carboidrato.
    nutenção da vida na maioria das espécies.
                                                                  Na dieta ocidental, 50% de conteúdo            Os estoques corporais de carboidratos são
                                                         energético são fornecidos pelos carboidratos.       as maiores fontes de combustível para o tra-
               fONTE DE ENERgIA
                                                         Desses, 25% são derivados do açúcar (glicose,       balho muscular. Contudo, a contribuição dos
                                                         sacarose, lactose) e o restante dos 25% são po-     carboidratos para o metabolismo durante
              Em condições normais, o carboi-
                                                         lissacarídeos amido e não-amido. A maior fon-       o exercício é determinada por vários fatores
    drato é a única fonte de energia aceita pelo
                                                         te de carboidratos são os cereais, representan-     incluindo a intensidade e a duração do exercí-
    cérebro, importante para o funcionamento
                                                         do 50% do carboidrato consumido tanto em            cio, influência do treinamento e a dieta.
    do coração e todo sistema nervoso. O corpo
                                                         países desenvolvidos e em desenvolvimento.                Atletas que treinam de modo exaustivo,
    armazena carboidratos em três lugares: fígado
                                                               Os carboidratos são um importante com-        dia após dia, devem consumir uma quanti-
    ( glicogênio hepático), músculo (glicogênio
                                                         bustível dos seres vivos, mas para serem utiliza-   dade adequada tanto de carboidrato quanto
    muscular) e sangue (glicose). Uma ingestão in-
                                                         dos devem ser quebrados por nosso organismo         de energia para minimizar o risco da fadiga
    suficiente de carboidrato promove a utilização
                                                         da sua forma de depósito de polissacarídeos         associada à depleção acumulativa do glico-
    de tecidos magros como combustível, resul-
                                                              (amido e glicose) em açúcares mais simples     gênio muscular. Os estoques de carboidratos
    tando em perda de músculos, diminuição
                                                                         (monossacarídeos).                  são diretamente dependentes do consumo
    da força e resistência.
                                                                                                             alimentar, uma vez que pequena quantidade
                                                                                                             é estocada no organismo.
                                                                                                                   Em se tratando de recomendação de in-
                                                                                                                  gestão diária de carboidrato sugere-se
                                                                                                                     que os atletas consumam uma dieta
                                                                                                                       contendo cerca de 6-10 g de carboi-
                                                                                                                        drato/ Kg de peso corporal e tam-
                                                                                                                        bém descansem periodicamente
                                                                                                                         para que o músculo possa restabe-
                                                                                                                        lecer seus estoques de glicogênio.




    20
saúde da criança              S


   Cuidados com as crianças no verão
       Roupas leves, exposição ao sol e principalmente hábitos alimentares requerem
               extrema atenção dos adultos para garantir a saúde dos filhos

                                                              Por Elizângela Isaque




D
         evido ao forte aumento na tempe-
         ratura, o verão é a época do ano na
         qual os cuidados com as crianças de-
vem ser redobrados. Como a alta da estação
coincide com as férias escolares, a atenção
aos hábitos dos pequenos incluem aspectos
que vão do vestuário à alimentação. Além
da hidratação e do uso do filtro solar, outros
zelos podem garantir que elas tirem o maior
proveito do período, sem apresentarem pro-
blemas de saúde.
            De acordo com a presidente da So-
ciedade Brasileira de Pediatria (SBP), regional
DF, Dra. Vera Bezerra, uma das principais me-
didas a serem adotadas refere-se à exposição
ao sol, que deve ser evitada no horário que
vai das 9h da manhã às 16h da tarde. “Mesmo
com protetor solar o sol desse período é mui-
to nocivo para as crianças”, explica a médica,               Para os bebês, a recomendação é                       HIgIENE
que é professora titular de pediatria da Uni-     uma sopinha de legumes. Já para as crian-
versidade de Brasília (UnB).                      ças maiores o cardápio deve conter carne                  Além do cuidado alimentar
            Roupas leves, que confiram liber-     de frango magra, legumes e verduras, sen-        das crianças, a higiene do ambiente do-
dade aos movimentos e, ao mesmo tempo,            do as saladas é uma ótima opção. Comi-           méstico também é motivo de cuidado e
facilitem a transpiração, estão entre os impor-   das pesadas, como as gordurosas e pratos         preocupação. Com o calor, a proliferação
tantes itens a serem observados pelos adul-       combinados com farinha de mandioca, por          de moscas pode causar contaminação
tos, inclusive na hora das crianças dormirem.     exemplo, devem ser evitados nessa época.         de alimentos, principalmente, em locais
Outra medida é manter as meninas de cabelo                   Dra. Vera chama a atenção para a      onde não se observam as regras básicas
preso durante o dia, o que também contribui       necessidade de se redobrar os cuidados nas       de higiene.
para aliviar o calor da criança.                  praias, onde a gama de refeições oferecidas,                Como o calor altera as condições
            Quando o assunto é hidratação os      sempre tão atrativas aos olhos e ao paladar,     de conservação dos alimentos é impor-
alimentos exercem um papel extremamen-            está repleta de produtos calóricos e de di-      tante lavar bem os que são consumidos
te importante. Como a refeição deve ser o         fícil digestão. “O forte calor, associado aos    crus, como as verduras e as frutas, além de
mais leve possível, frutas, verduras e legumes    alimentos prontos desses ambientes, não          se manter limpos os vasilhames onde eles
devem ser a maior parte do cardápio diário.       são bons para as crianças porque propiciam       são acondicionados, medida que confere
Além da água, que deve ser filtrada ou fervi-     a ocorrência de diarréias, vômitos e desidra-    maior segurança contra a contaminação.
da e acondicionada em local apropriado para       tação”, adverte.                                 Leite, frutas e verduras devem ser guarda-
evitar contaminação, sucos naturais, prefe-                  Além das saladas, as frutas frescas   dos na geladeira, sempre tampados, para
rencialmente das frutas da época, devem ser       da estação, facilmente encontradas nas fei-      garantir maior tempo de duração e de
consumidos à vontade.                             ras e mercados a preços mais baratos, de-        aproveitamento.
            Liberado com moderação para a hi-     vem ser amplamente consumidas. A suges-                     Durante a ocorrência de diar-
dratação dos adultos, os chás não devem ser       tão para o período são o mamão e a laranja,      réias, é comum casos de mães que medi-
incluídos nos alimentos das crianças devido       cujos preços são mais populares. A maçã,         cam as crianças sem orientação médica. A
à cafeína. “Como essa substância dificulta a      inclusive, teve seu custo reduzido devido o      recomendação, nesses casos é a de que, a
absorção de ferro no organismo, há um ris-        aumento do produto nacional e já começa a        qualquer sinal destas doenças, um pedia-
co muito grande de a criança ficar anêmica”,      fazer parte permanente da lista de compras       tra, ou os serviços públicos de saúde, deve
alerta Dra. Vera.                                 dos consumidores.                                ser procurado com urgência.



                                                                                                                                           21
capa




Abuso de álcool entre idosos
pode causar sérios
problemas de saúde
22
“                                                                                                                        “
           Em artigo publicado na revista Ca-      relação com o fato de que uma proporção          foram encontradas diferenças no consumo
dernos de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisa-      considerável da população idosa está sob         de álcool entre homens e mulheres. “A frequ-
dores da Universidade Estadual Paulista (Unesp)    alguma forma de medicação com interação          ência de ser um consumidor regular foi maior
investigaram a associação entre o risco de que-    potencial com álcool”.                           entre homens (38%) do que em mulheres
das e o consumo de bebidas alcoólicas em                                                            (17,5%) e somente homens relataram um
idosos com mais de 60 anos. O estudo contou                    VulNERABIlIDADE                      consumo excessivo”, explicam os pesquisa-
com a participação de 432 pessoas moradoras                                                         dores. “Houve também diferenças em relação
da Região Metropolitana de São Paulo. Destas,                Os pesquisadores apontam que,          ao contexto de consumo: 40% dos homens
24,5% relataram tombos no último ano, relacio-     mesmo sendo frequentes os problemas rela-        reportaram beber durante as refeições, en-
nados ao risco de uso de álcool e a idade, sendo   cionados ao álcool no Brasil, a extensão des-    quanto somente 18,9% das mulheres repro-
45,2% das pessoas que caíram afirmaram serem       sas questões entre indivíduos de mais idade      duziram esse padrão”.
consumidoras frequentes de álcool.                 permanece desconhecida. “Os idosos são me-                  O artigo ainda destaca que o abuso
           “Apesar do consumo de álcool ser        nos vulneráveis a acidentes de carro e brigas,   de álcool entre os idosos pode trazer sérias
comumente menor entre idosos, quando               mas são propensos a outras consequências,        consequências para a sua saúde e um consi-
comparado com pessoas mais jovens, suas            como quedas, já que a probabilidade destas       derável impacto no sistema de saúde. “Com o
consequências negativas podem ser altas,           ocorrerem em casa é maior”, afirmam os estu-     aumento da expectativa de vida, problemas
devido às mudanças próprias da idade”,             diosos. “Quedas são eventos comuns para os       de saúde entre pessoas mais velhas se tor-
comentam os pesquisadores. “Os idosos              idosos, com um impacto em sua saúde física       naram relevantes”, dizem os pesquisadores.
apresentam aumento de gordura corporal             que pode resultar em uma série de incapaci-      “É crucial não ignorar o uso de álcool pelos
e redução de água, assim como uma dimi-            dades, incluindo o medo de cair”.                idosos. É igualmente importante que o tema
nuição do metabolismo hepático. Como                         Os resultados da pesquisa indica-      receba a apropriada atenção, não só em exa-
consequência, os níveis de álcool no sangue        ram que, em relação ao uso do álcool, 50,9%      mes clínicos, mas também em agendas políti-
elevam e a pessoa começa a experimentar            dos entrevistados nunca haviam feito uso,        cas e de pesquisa”.
efeitos adversos da ingestão de bebidas al-        25,5% não beberam no último ano e 23,4%
coólicas. Outro importante problema tem            consumiram bebidas alcoólicas. Além disso,       fonte: Agência Fiocruz de Notícias



                                                                                                                                              23
capa


Saiba mais sobre as
Bebidas Alcoólicas

T
       oda a história da humanidade está permeada pelo con-
       sumo de álcool. Registros arqueológicos revelam que os
       primeiros indícios sobre o consumo de álcool pelo ser
humano datam de aproximadamente 6000 a.C., sendo portan-
to, um costume extremamente antigo e que tem persistido
por milhares de anos. A noção de álcool como uma substância
divina, por exemplo, pode ser encontrada em inúmeros exem-
plos na mitologia, sendo talvez um dos fatores responsáveis
pela manutenção do hábito de beber ao longo do tempo.
           Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico
relativamente baixo, como por exemplo o vinho e a cerveja,
já que dependiam exclusivamente do processo de fermenta-
ção. Com o advento do processo de destilação, introduzido na
Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de
bebidas alcoólicas, que passaram a ser utilizadas na sua forma
destilada. Nesta época, este tipo de bebida passou a ser con-
siderado como um remédio para todas as doenças, pois “dissi-
pavam as preocupações mais rapidamente do que o vinho e a
cerveja, além de produzirem um alívio mais eficiente da dor”,    ca, especialmente nas sociedades ocidentais, acarretando altos
surgindo então a palavra whisky (do gálico usquebaugh, que       custos para sociedade e envolvendo questões, médicas, psicoló-
significa “água da vida”).                                       gicas, profissionais e familiares.
           A partir da Revolução Industrial, registrou-se um
grande aumento na oferta deste tipo de bebida, contribuindo                             EfEITOS AguDOS
para um maior consumo e, consequntemente, gerando um
aumento no número de pessoas que passaram a apresentar                     A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que apare-
algum problema devido ao uso excessivo de álcool.                cem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora.
                                                                           Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, po-
                    ASPEcTOS gERAIS                              dem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e
                                                                 loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo,
          Apesar do desconhecimento por parte da maioria         começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coor-
das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psi-        denação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito
cotrópica, pois ele atua no sistema nervoso central, provo-      exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mes-
cando uma mudança no comportamento de quem o conso-              mo provocar o estado de coma.
me, além de ter potencial para desenvolver dependência.                    Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo
          O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas         com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acos-
que tem seu consumo admitido e até incentivado pela socie-       tumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool
dade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de for-     com menor intensidade, quando comparada com uma outra pes-
ma diferenciada, quando comparado com as demais drogas.          soa que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está re-
          Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo        lacionado a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física
de bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um          de grande porte terá uma maior resistência aos efeitos do álcool.
problema. Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da                     O consumo de bebidas alcoólicas também pode de-
violência associada a episódios de embriaguez, o consumo         sencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubecimento da
de álcool a longo prazo, dependendo da dose, frequência e        face, dor de cabeça e um mal-estar geral. Esses efeitos são mais
circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência           intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade
conhecido como alcoolismo. Desta forma, o consumo inade-         de metabolizar o álcool. Os orientais, em geral, tem uma maior
quado do álcool é um importante problema de saúde públi-         probabilidade de sentir esses efeitos.



24
Falta de atividade prejudica idosos institucionalizados
Falta de atividade prejudica idosos institucionalizados
Falta de atividade prejudica idosos institucionalizados
Falta de atividade prejudica idosos institucionalizados
Falta de atividade prejudica idosos institucionalizados
Falta de atividade prejudica idosos institucionalizados
Falta de atividade prejudica idosos institucionalizados
Falta de atividade prejudica idosos institucionalizados

Contenu connexe

Tendances

Envelhecimento ativo e snoezlen - vantagens paar idosos
Envelhecimento ativo e snoezlen - vantagens paar  idososEnvelhecimento ativo e snoezlen - vantagens paar  idosos
Envelhecimento ativo e snoezlen - vantagens paar idososISCSP
 
Envelhecimento ativo e promoção da saúde
Envelhecimento ativo e promoção da saúdeEnvelhecimento ativo e promoção da saúde
Envelhecimento ativo e promoção da saúdeElisabeteRolanda
 
Palestra para Agentes Comunitários de Saúde e Cuidadores de Idosos
Palestra para Agentes Comunitários de Saúde e Cuidadores de IdososPalestra para Agentes Comunitários de Saúde e Cuidadores de Idosos
Palestra para Agentes Comunitários de Saúde e Cuidadores de IdososAna Hollanders
 
A Beleza e o Bem-esta na Saúde Feminina
A Beleza e o Bem-esta na Saúde Feminina A Beleza e o Bem-esta na Saúde Feminina
A Beleza e o Bem-esta na Saúde Feminina Roosevelt F. Abrantes
 
Vida e saude atividade física
Vida e saude atividade físicaVida e saude atividade física
Vida e saude atividade físicabarbiebruxadoleste
 
Caderno 2 introdução à patologia do idoso
Caderno 2   introdução à patologia do idosoCaderno 2   introdução à patologia do idoso
Caderno 2 introdução à patologia do idosoCéu Kemp
 
Agente em geriatria 18.06.15
Agente em geriatria 18.06.15Agente em geriatria 18.06.15
Agente em geriatria 18.06.15Daniela Lopes
 
A CIF na Teoria e Prática no Ensino de Profissionais da Saúde
A CIF na Teoria e Prática no Ensino de Profissionais da SaúdeA CIF na Teoria e Prática no Ensino de Profissionais da Saúde
A CIF na Teoria e Prática no Ensino de Profissionais da SaúdeOlaf Kraus de Camargo
 
Envelhecimento Ativo: Um Marco Político
Envelhecimento Ativo: Um Marco PolíticoEnvelhecimento Ativo: Um Marco Político
Envelhecimento Ativo: Um Marco Políticocultcultura
 
QUALIDADE DE VIDA geriatria e gerontologia
 QUALIDADE DE VIDA geriatria e gerontologia  QUALIDADE DE VIDA geriatria e gerontologia
QUALIDADE DE VIDA geriatria e gerontologia Stefane Rayane
 
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
 UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no IdosoNome Sobrenome
 
Apresentando a caderneta do Idoso
Apresentando a caderneta do IdosoApresentando a caderneta do Idoso
Apresentando a caderneta do IdosoAna Hollanders
 
CUIDAR DE IDOSOS EM ILPIs - TERAPIA OCUPACIONAL
CUIDAR DE IDOSOS EM ILPIs - TERAPIA OCUPACIONALCUIDAR DE IDOSOS EM ILPIs - TERAPIA OCUPACIONAL
CUIDAR DE IDOSOS EM ILPIs - TERAPIA OCUPACIONALMárcio Borges
 
Apresentação caderneta 2009.1
Apresentação caderneta 2009.1Apresentação caderneta 2009.1
Apresentação caderneta 2009.1Anna Paula Tenorio
 
Processo de envelhecimento possibilidades e perspectivas creja
Processo de envelhecimento possibilidades e perspectivas crejaProcesso de envelhecimento possibilidades e perspectivas creja
Processo de envelhecimento possibilidades e perspectivas crejaArthur Moreira
 
Slide - Qualidade de vida
Slide - Qualidade de vidaSlide - Qualidade de vida
Slide - Qualidade de vidaMariana Freire
 

Tendances (20)

Envelhecimento ativo e snoezlen - vantagens paar idosos
Envelhecimento ativo e snoezlen - vantagens paar  idososEnvelhecimento ativo e snoezlen - vantagens paar  idosos
Envelhecimento ativo e snoezlen - vantagens paar idosos
 
Saude do-idoso-web1
Saude do-idoso-web1Saude do-idoso-web1
Saude do-idoso-web1
 
Qualidade de vida
Qualidade de vidaQualidade de vida
Qualidade de vida
 
Envelhecimento ativo e promoção da saúde
Envelhecimento ativo e promoção da saúdeEnvelhecimento ativo e promoção da saúde
Envelhecimento ativo e promoção da saúde
 
Cuidador idoso
Cuidador idosoCuidador idoso
Cuidador idoso
 
Palestra para Agentes Comunitários de Saúde e Cuidadores de Idosos
Palestra para Agentes Comunitários de Saúde e Cuidadores de IdososPalestra para Agentes Comunitários de Saúde e Cuidadores de Idosos
Palestra para Agentes Comunitários de Saúde e Cuidadores de Idosos
 
A Beleza e o Bem-esta na Saúde Feminina
A Beleza e o Bem-esta na Saúde Feminina A Beleza e o Bem-esta na Saúde Feminina
A Beleza e o Bem-esta na Saúde Feminina
 
Vida e saude atividade física
Vida e saude atividade físicaVida e saude atividade física
Vida e saude atividade física
 
Caderno 2 introdução à patologia do idoso
Caderno 2   introdução à patologia do idosoCaderno 2   introdução à patologia do idoso
Caderno 2 introdução à patologia do idoso
 
Agente em geriatria 18.06.15
Agente em geriatria 18.06.15Agente em geriatria 18.06.15
Agente em geriatria 18.06.15
 
A CIF na Teoria e Prática no Ensino de Profissionais da Saúde
A CIF na Teoria e Prática no Ensino de Profissionais da SaúdeA CIF na Teoria e Prática no Ensino de Profissionais da Saúde
A CIF na Teoria e Prática no Ensino de Profissionais da Saúde
 
Envelhecimento Ativo: Um Marco Político
Envelhecimento Ativo: Um Marco PolíticoEnvelhecimento Ativo: Um Marco Político
Envelhecimento Ativo: Um Marco Político
 
QUALIDADE DE VIDA geriatria e gerontologia
 QUALIDADE DE VIDA geriatria e gerontologia  QUALIDADE DE VIDA geriatria e gerontologia
QUALIDADE DE VIDA geriatria e gerontologia
 
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
 UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
 
Apresentando a caderneta do Idoso
Apresentando a caderneta do IdosoApresentando a caderneta do Idoso
Apresentando a caderneta do Idoso
 
SAÚDE DO IDOSO: ENFERMAGEM
SAÚDE DO IDOSO: ENFERMAGEMSAÚDE DO IDOSO: ENFERMAGEM
SAÚDE DO IDOSO: ENFERMAGEM
 
CUIDAR DE IDOSOS EM ILPIs - TERAPIA OCUPACIONAL
CUIDAR DE IDOSOS EM ILPIs - TERAPIA OCUPACIONALCUIDAR DE IDOSOS EM ILPIs - TERAPIA OCUPACIONAL
CUIDAR DE IDOSOS EM ILPIs - TERAPIA OCUPACIONAL
 
Apresentação caderneta 2009.1
Apresentação caderneta 2009.1Apresentação caderneta 2009.1
Apresentação caderneta 2009.1
 
Processo de envelhecimento possibilidades e perspectivas creja
Processo de envelhecimento possibilidades e perspectivas crejaProcesso de envelhecimento possibilidades e perspectivas creja
Processo de envelhecimento possibilidades e perspectivas creja
 
Slide - Qualidade de vida
Slide - Qualidade de vidaSlide - Qualidade de vida
Slide - Qualidade de vida
 

Similaire à Falta de atividade prejudica idosos institucionalizados

Assistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idosoAssistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idosoCeila Coelho
 
CUIDADO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA.pptx
CUIDADO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA.pptxCUIDADO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA.pptx
CUIDADO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA.pptxRafaelPereira518015
 
Envelhecimento, saúde e qualidade de vida blumenau
Envelhecimento, saúde e qualidade de vida blumenauEnvelhecimento, saúde e qualidade de vida blumenau
Envelhecimento, saúde e qualidade de vida blumenauAlícia Souza
 
Aula saude do idoso
Aula saude do idosoAula saude do idoso
Aula saude do idosomorgausesp
 
AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf
 AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf
AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdfShesterDamaceno1
 
Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa.pdf
Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa.pdfGestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa.pdf
Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa.pdfnursevalquiriajs
 
Atenção à saúde do idoso aspectos conceituais
Atenção à saúde do idoso aspectos conceituaisAtenção à saúde do idoso aspectos conceituais
Atenção à saúde do idoso aspectos conceituaisCentro Universitário Ages
 
NIT PORTAL SOCIAL - SAÚDE DO IDOSO
NIT PORTAL SOCIAL - SAÚDE DO IDOSONIT PORTAL SOCIAL - SAÚDE DO IDOSO
NIT PORTAL SOCIAL - SAÚDE DO IDOSONit Portal Social
 
Sade 130918111611-phpapp01-convertido
Sade 130918111611-phpapp01-convertidoSade 130918111611-phpapp01-convertido
Sade 130918111611-phpapp01-convertidopaulo_bezerra
 
Envelhecimento do Servidor e Acessibilidade
Envelhecimento do Servidor e AcessibilidadeEnvelhecimento do Servidor e Acessibilidade
Envelhecimento do Servidor e AcessibilidadeGláucia Castro
 
CLC2_NG3 DR4 dbwqdhdwkdxjsznjksmzdnqkmldweew
CLC2_NG3 DR4 dbwqdhdwkdxjsznjksmzdnqkmldweewCLC2_NG3 DR4 dbwqdhdwkdxjsznjksmzdnqkmldweew
CLC2_NG3 DR4 dbwqdhdwkdxjsznjksmzdnqkmldweewlauraazevedo27
 
Proposta para implantação de programa de atividade física
Proposta para implantação de programa de atividade físicaProposta para implantação de programa de atividade física
Proposta para implantação de programa de atividade físicaMarcelo Santos
 
Proposta para implantação de programa de atividade física
Proposta para implantação de programa de atividade físicaProposta para implantação de programa de atividade física
Proposta para implantação de programa de atividade físicaMarcelo Santos
 
Saúde do adulto e do idoso.pdf
Saúde do adulto e do idoso.pdfSaúde do adulto e do idoso.pdf
Saúde do adulto e do idoso.pdfNaraLcia2
 
Qualidade de vida.ppt1[1]
Qualidade de vida.ppt1[1]Qualidade de vida.ppt1[1]
Qualidade de vida.ppt1[1]ducobra
 
ATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO
ATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIROATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO
ATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIROCentro Universitário Ages
 
Test Drive CURSO DE DEMÊNCIAS
Test Drive CURSO DE DEMÊNCIASTest Drive CURSO DE DEMÊNCIAS
Test Drive CURSO DE DEMÊNCIASCuidar de Idosos
 

Similaire à Falta de atividade prejudica idosos institucionalizados (20)

Assistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idosoAssistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idoso
 
CUIDADO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA.pptx
CUIDADO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA.pptxCUIDADO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA.pptx
CUIDADO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA.pptx
 
Envelhecimento, saúde e qualidade de vida blumenau
Envelhecimento, saúde e qualidade de vida blumenauEnvelhecimento, saúde e qualidade de vida blumenau
Envelhecimento, saúde e qualidade de vida blumenau
 
Aula saude do idoso
Aula saude do idosoAula saude do idoso
Aula saude do idoso
 
AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf
 AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf
AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf
 
Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa.pdf
Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa.pdfGestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa.pdf
Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa.pdf
 
Atenção à saúde do idoso aspectos conceituais
Atenção à saúde do idoso aspectos conceituaisAtenção à saúde do idoso aspectos conceituais
Atenção à saúde do idoso aspectos conceituais
 
Saude do idoso
Saude do idosoSaude do idoso
Saude do idoso
 
Saúde do idoso
 Saúde do idoso Saúde do idoso
Saúde do idoso
 
NIT PORTAL SOCIAL - SAÚDE DO IDOSO
NIT PORTAL SOCIAL - SAÚDE DO IDOSONIT PORTAL SOCIAL - SAÚDE DO IDOSO
NIT PORTAL SOCIAL - SAÚDE DO IDOSO
 
Sade 130918111611-phpapp01-convertido
Sade 130918111611-phpapp01-convertidoSade 130918111611-phpapp01-convertido
Sade 130918111611-phpapp01-convertido
 
Envelhecimento do Servidor e Acessibilidade
Envelhecimento do Servidor e AcessibilidadeEnvelhecimento do Servidor e Acessibilidade
Envelhecimento do Servidor e Acessibilidade
 
CLC2_NG3 DR4 dbwqdhdwkdxjsznjksmzdnqkmldweew
CLC2_NG3 DR4 dbwqdhdwkdxjsznjksmzdnqkmldweewCLC2_NG3 DR4 dbwqdhdwkdxjsznjksmzdnqkmldweew
CLC2_NG3 DR4 dbwqdhdwkdxjsznjksmzdnqkmldweew
 
Proposta para implantação de programa de atividade física
Proposta para implantação de programa de atividade físicaProposta para implantação de programa de atividade física
Proposta para implantação de programa de atividade física
 
Proposta para implantação de programa de atividade física
Proposta para implantação de programa de atividade físicaProposta para implantação de programa de atividade física
Proposta para implantação de programa de atividade física
 
psf
psfpsf
psf
 
Saúde do adulto e do idoso.pdf
Saúde do adulto e do idoso.pdfSaúde do adulto e do idoso.pdf
Saúde do adulto e do idoso.pdf
 
Qualidade de vida.ppt1[1]
Qualidade de vida.ppt1[1]Qualidade de vida.ppt1[1]
Qualidade de vida.ppt1[1]
 
ATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO
ATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIROATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO
ATENDIMENTO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E AS COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO
 
Test Drive CURSO DE DEMÊNCIAS
Test Drive CURSO DE DEMÊNCIASTest Drive CURSO DE DEMÊNCIAS
Test Drive CURSO DE DEMÊNCIAS
 

Plus de jorge luiz dos santos de souza

EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS
EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS
EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS jorge luiz dos santos de souza
 
Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...
Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...
Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...jorge luiz dos santos de souza
 
MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...
MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...
MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...jorge luiz dos santos de souza
 
REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...
REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...
REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...jorge luiz dos santos de souza
 
PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...
PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...
PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...jorge luiz dos santos de souza
 
INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...
INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...
INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...jorge luiz dos santos de souza
 
EDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
EDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SULEDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
EDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SULjorge luiz dos santos de souza
 
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...jorge luiz dos santos de souza
 
Bem estar e qualidade de vida para profissionais da saúde
Bem estar e qualidade de vida para profissionais da saúdeBem estar e qualidade de vida para profissionais da saúde
Bem estar e qualidade de vida para profissionais da saúdejorge luiz dos santos de souza
 

Plus de jorge luiz dos santos de souza (20)

Comunicação Não Violenta e Escuta Qualificada
Comunicação Não Violenta e Escuta QualificadaComunicação Não Violenta e Escuta Qualificada
Comunicação Não Violenta e Escuta Qualificada
 
NAAF Campus Vacaria
NAAF Campus VacariaNAAF Campus Vacaria
NAAF Campus Vacaria
 
Projeto Escuta!
Projeto Escuta!Projeto Escuta!
Projeto Escuta!
 
Princípios da Administração Pública
Princípios da Administração PúblicaPrincípios da Administração Pública
Princípios da Administração Pública
 
Comunicação Não Violenta
Comunicação Não ViolentaComunicação Não Violenta
Comunicação Não Violenta
 
Outubro rosa e novembro azul 2018
Outubro rosa e novembro azul 2018Outubro rosa e novembro azul 2018
Outubro rosa e novembro azul 2018
 
Cuidado de Si & Saúde Neurofisiológica
Cuidado de Si & Saúde NeurofisiológicaCuidado de Si & Saúde Neurofisiológica
Cuidado de Si & Saúde Neurofisiológica
 
EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS
EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS
EDUCAÇÃO, AÇÕES AFIRMATIVAS E OS DIREITOS HUMANOS
 
Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...
Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...
Relato de Experiência: Apresentação de Palestra no Curso de Introdução à Vida...
 
MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...
MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...
MÉDICOS DÁ ARTE: BLOG COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO E PROMOTOR DOS PROCESSOS ...
 
REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...
REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...
REIKI NO CAMPUS: UMA EXPERIENCIA COM TERAPIAS COMPLEMENTARES NO CURSO DE MEDI...
 
PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...
PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...
PROJETO ATITUDES QUE SALVAM VIDAS NA VISÃO DE SEUS INTEGRANTES: RELATOS BASEA...
 
INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...
INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...
INTRODUÇÃO À VIDA ACADÊMICA: APRESENTANDO A UNIVERSIDADE E SUAS POSSIBILIDADE...
 
EDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
EDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SULEDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
EDUCAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
 
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA, SABERES E PR...
 
Bem estar e qualidade de vida para profissionais da saúde
Bem estar e qualidade de vida para profissionais da saúdeBem estar e qualidade de vida para profissionais da saúde
Bem estar e qualidade de vida para profissionais da saúde
 
Perímetros corporais trabalho cds-ufsc
Perímetros corporais trabalho cds-ufscPerímetros corporais trabalho cds-ufsc
Perímetros corporais trabalho cds-ufsc
 
Educação Física Especial
Educação Física EspecialEducação Física Especial
Educação Física Especial
 
O Nado golfinho
O Nado golfinhoO Nado golfinho
O Nado golfinho
 
Relatório de estágio profissionalizante ufsm 2003
Relatório de estágio profissionalizante ufsm 2003Relatório de estágio profissionalizante ufsm 2003
Relatório de estágio profissionalizante ufsm 2003
 

Falta de atividade prejudica idosos institucionalizados

  • 1.
  • 2.
  • 3.
  • 4. expediente editorial Editor Chefe É com grande alegria que apresentamos o primeiro número da Revista Medicando Maurício Lima – Saúde em Movimento, resultado de um longo e árduo trabalho de preparação, de- finições e produção. O engajamento da equipe foi total, não apenas para desenvolver Editor Assistente uma revista, mas, principalmente, um canal de relacionamento e troca de informação Adauto Menezes entre profissionais de saúde e pacientes. Há 10 anos, o Saúde em Movimento entrava no ar, como um dos maiores sites de Jornalista Responsável saúde do Brasil. Desenvolver quase 500 páginas de conteúdo, sem descuidar da qua- Elizângela Isaque lidade da informação, foi um esforço gigante. Mas valeu a pena. Hoje temos mais de 4 mil páginas, 300 mil acessos por mês, 110 mil usuários cadastrados e diversos Projeto Gráfico e Criação prêmios nacionais e internacionais, que endossam os predicados do nosso veículo. Wagner Ribeiro Em janeiro de 2010, nascia o Medicando. Uma proposta totalmente inovadora, que une buscador de profissionais e conteúdo sobre saúde à mais moderna forma de re- Colunistas desta edição lacionamento via internet. Uma rede social específica, com o objetivo de pavimentar Dra. ELKE de Oliveira um fácil e diferenciado acesso entre os profissionais da área e seu público-alvo: os Dra. Joseane de Souza pacientes. Dr Roberto Boorhem Por fim, Medicando e Saúde em Movimento se uniram. E o primeiro fruto desta par- Dra. Silvia Ferreira ceria é a Revista Medicando – Saúde em Movimento, um periódico quinzenal, com Dra. Vanessa Lima independência editorial e que se propõe a ser referência de conteúdo na área da saúde. Coordenador de TI Com informações leves e atualizadas, a publicação atende tanto aos profissionais de Gustavo Lourenço saúde, com informações mais específicas, quanto aos pacientes, com textos didáti- cos que permitem a compreensão de todos os tipos de leitores. Equipe de TI A publicação conta com um espaço gratuito a todos os conselhos federais de saúde, Gustavo Silva como forma de facilitar e agilizar a comunicação com seus membros. Integrado aos Renato Mendes princípios de responsabilidade social, o veículo disponibilizará espaços para divulga- Raniery Ribeiro ção de ações e campanhas de captação de doações para os trabalhos desenvolvidos Ruy Ferreira pelo Rotary, parceiro deste projeto. Alex Rodin A escolha do formato digital se deu principalmente por motivos ambientais e de abrangência. A revista está acessível a qualquer pessoa, em qualquer lugar do mun- Endereço Comercial do, sem gastar uma única folha de papel. A plataforma também está equipada com Sistema M de Comunicação ferramentas de busca e armazenamento para todas as edições. SHIS Q 11 Bl. M Loja 24 Desejamos a todos um saudável 2011 e uma excelente leitura. Lago Sul - Brasília/DF Maurício Lima Telefone Editor da Revista Medicando 61 3248-0078 61 3246-0000 E-mail medicando@medicando.com.br Endereço da Revista www.revistamedicando.com.br
  • 5. sumário cAPA ÁLCOOL droga legalizada, mas ainda sim, DROGA como ele pode destruir sua família 22 TERcEIRA IDADE Falta de atividade física prejudica qualidade de vida de idosos institucionalizados - 06 SAÚDE PÚBlIcA Hipertensão uma doença além das cifras - 08 OBESIDADE Terapia pode ajudar pacientes de cirurgia bariátrica a evitar retorno à obesidade - 10 AVANÇO cIENTífIcO A solução para as doenças autoimunitárias e neurodegenerativas pode estar na Vitamina D - 12 cORPO Dieta e exercícios podem atenuar efeitos do câncer- 18 SAÚDE DA cRIANÇA Cuidados com as crianças no verão - 21 cOluNAS Musculação para idoso .................................................................................................................................................................................... 07 Fitoterápicos e fitoterapia - Características e Potencialidades .......................................................................................... 16 A energia vem do carboidrato ..................................................................................................................................................................... 20 Saúde mental de crianças filhas de pais alcoolistas ................................................................................................................... 26 Tratamento simples para transpiração excessiva .......................................................................................................................... 29 Envie suas sugestões, dúvidas e críticas para cartas@revistamedicando.com.br
  • 6. T terceira idade Falta de atividade física prejudica vidades físicas, tornam-se reféns de vários problemas decorrentes da inatividade. Conforme apontam os resultados qualidade de vida de idosos do estudo, a aptidão física e seus compo- nentes estão relacionados à saúde, pois bons institucionalizados índices associam-se a um menor risco de de- senvolvimento de doenças ou de incapacida- des funcionais. Problemas que podem afetar Sedentarismo é o principal inimigo dos aposentados a realização de atividades do cotidiano, como levantar-se da cadeira, desviar de obstáculos Por Elizângela Isaque e pessoas, andar pela casa, subir degraus, atravessar a rua em uma velocidade segura, entre outras. “O declínio de aptidões como for- ça, agilidade, flexibilidade e coordenação, faz com que o idoso tenha dificuldade de combi- nar movimentos, o que lhe exige muito esfor- ço para realizar estas atividades do cotidiano”, explica a professora e uma das coordenado- ras do estudo Dra. Lúcia Takase, que defende a necessidade de se criar estratégias que in- centivem a prática de atividades físicas entre esse público. IMPlEMENTAÇÃO DE PROgRAMAS “É imprescindível a implementação de programas apropriados em instituições para idosos em prol da manutenção e recu- peração de um processo de envelhecimento Com o aumento da expectati- dão física. Por outro lado, quanto melhor é mais ativo”, enfatiza a pesquisadora, que é va de vida da população brasileira, cresce a coordenação e a agilidade dos seniores doutora em enfermagem, pesquisadora do proporcionalmente o número de idosos melhor é o nível de independência para a CNPq e especialista em Gerontologia, na área do país. Dados do senso de 2010, realizado realização das atividades diárias. de cuidados no envelhecimento. pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- Para Dra. Lúcia e suas colabora- tística (IBGE) apontam que hoje existem 18 O OBJETIVO DO ESTuDO doras, a avaliação das capacidades físicas e milhões de pessoas com mais de 60 anos, funcionais dos idosos é fundamental para quase 9% da população total do Brasil. Des- Realizado pela parceria de seis cen- orientar programas futuros. “A detecção do tes, mais de cem mil residem em institui- tros universitários de três regiões do país foi, grau de dependência do idoso nos diferen- ções de longa permanência, comumente justamente, explorar a relação entre aptidão tes componentes da aptidão física possibilita denominadas como asilos. física e capacidade funcional dos idosos de selecionar intervenções adequadas, aplicadas Técnicos do IBGE estimam que baixa renda, residentes em instituições de tanto individualmente quanto em grupo, em 2020 a população brasileira com mais longa permanência. A pesquisa confirmou com vistas à melhoria da capacidade funcio- de 60 anos chegue a 30 milhões de pesso- a relação direta entre esses fatores e a influ- nal, principalmente no desempenho das ati- as, alcançando 13% do total, e que a expec- ência que um exerce sobre o outro, princi- vidades da vida diária”, diz. tativa de vida ultrapasse os 70 anos. Esses palmente quanto à força física, coordenação, A equipe de pesquisadores também dados têm incentivado alguns estudos refe- agilidade e equilíbrio dinâmico. alerta para a falta de procedimentos de avalia- rentes à realidade desse grupo de pessoas De acordo com a pesquisa, o ções e intervenções sistematizadas em institui- em todo o país. Aspectos como qualidade processo de envelhecimento humano ções para idosos, assim como os poucos estu- de vida, embora pouco estudados, já come- contribui naturalmente para o declínio dos sobre suas condições físicas e funcionais. çam a fazer parte de pesquisas acadêmicas. das capacidades física e funcional, as quais “Para implantar um programa adequado de Segundo artigo publicado em são agravadas pelo sedentarismo, tornan- exercícios e atividades físicas nas instituições Cadernos de Saúde Pública (vol.26, no.9) , do os idosos dependentes de cuidados de longa permanência para idosos é preciso quanto maior o grau de dependência dos de terceiros. Essa situação, no entanto, é avaliar a relação entre capacidade funcional e idosos que residem em instituições de lon- predominante entre os institucionalizados os diferentes componentes da aptidão física”, ga permanência menor é sua força e apti- que, uma vez isentos de uma rotina de ati- ressalta Dra. Lúcia Takase. 06
  • 7. coluna c Musculação para idoso também, parte da prescrição. No entanto, O conteúdo deste texto serve como sempre, em algum momento, foi possível uti- um recado aos que insistem em treinar de for- lizar métodos intensivos com segurança. ma leve (independentemente da idade) e afir- É importante destacar que a ca- mam que só estão praticando exercício para a pacidade de aumentar a força continua saúde. Não podemos cruzar os braços diante preservada mesmo com idade avançada. de tal falta de compreensão e desinforma- Inclusive, já foram verificados aumentos ção. Os professores de musculação deveriam de até 200% na carga do teste de 1RM orientar e tentar convencer seus alunos a não (repetição máxima) com 12 semanas de subestimarem sua força e deixarem que um Elke de Oliveira treinamento. Outro benefício constatado novo conceito de treinamento faça parte da Mestre em Ciências Da Saúde (UNB), é o aumento significativo da massa mus- sua vida. Se o problema é o receio de causar Pós-Graduada em Treinamento de Força cular, comprovado por meio de tomografia uma lesão, não se deve associar o risco somen- (UGF), Pós-Graduada em Fisiologia do computadorizada e biópsia. Com relação te à maior intensidade. Normalmente, o que Exercício (UVA) às respostas hormonais, apesar de serem lesiona são os altos volumes de treinamento, Contato: elke@academiamart.com.br muito menores nos mais velhos, elas acon- técnica inadequada de execução e a falta de tecem, sobretudo em treinos que utilizam uma orientação profissional. intensidades elevadas. Será, pois, um marco para a popu- Uma das grandes preocupações Existe uma preocupação excessiva, lação mundial o dia em que todos descobri- das autoridades, tanto científicas quanto por vezes até prejudicial, com a fragilidade do rem que o treinamento de força, feito com governamentais, é garantir ao idoso au- idoso. Todavia, as adaptações fisiológicas propor- intensidades adequadas, pode ser a maneira tonomia em suas atividades diárias. Nesse cionadas pelo treinamento de força, com intensi- mais efetiva e barata para proporcionar uma sentido, o treinamento de força (muscu- dade adequada, vão contribuir para aumentar a vida independente ao idoso, sem que nos es- lação) pode ser um grande aliado, princi- velocidade na caminhada, a potência para subir queçamos da individualidade biológica, das palmente em razão do aumento de massa escadas e levantar-se de uma cadeira, além de restrições patológicas e de que toda prescri- muscular que ele proporciona. Mas, será ajudar na prevenção e tratamento de doenças. ção deve ser cuidadosa e progressiva. que os treinos com objetivo de saúde de- A estética é outra variável que vem ser leves como a maioria das pessoas pode ser melhorada com esse tipo de exer- acredita? Será que utilizar aquele pesinho cício, pois, afinal, qual idoso não é vaidoso? de um quilograma durante meses de trei- Não se deve menosprezar a melhora da au- namento trará algum benefício? to-estima, que é um fator de extrema impor- Estudos comparativos dos ganhos tância em todas as idades. advindos do treinamento de força entre jo- vens e idosos revelaram que protocolos com baixa intensidade produzem, sempre, resul- tados limitados e que os idosos têm menor capacidade que os jovens para reagir aos estí- mulos. Isso nos leva a crer que, para as pesso- as com maior idade, o treino deve ser o mais intenso possível. Muitas pesquisas demonstram, igualmente, que o treinamento de força re- alizado com alta intensidade é seguro e efi- ciente para a saúde do idoso, com aumento da densidade mineral óssea, melhora no equilíbrio e na potência muscular. Na maio- ria desses estudos, a grande preocupação se limitou a um cuidado especial com os indi- víduos com riscos cardiovasculares. Quanto aos casos de artrite, artrose, tendinite, desvios posturais, entre outras patologias, uma ava- liação e um treinamento minucioso faziam,
  • 8. S saúde pública A HIPERTENSÃO cada ano, cerca de 7,6 milhões de mortes, 14% do total mundial, são atribuídas à hipertensão não con- uma doença além das cifras trolada. Cerca de 80% dessas mor- tes ocorrem em países de baixo e médio de- senvolvimento econômico e mais da metade em indivíduos entre 45 e 69 anos. No Brasil, Por Marcus Vinícius Bolívar Malachias a hipertensão afeta mais de 30% dos adultos. Cerca de 315 mil óbitos ocorrem anualmente por doenças cardiovasculares, dos quais mais da metade estão relacionados à hipertensão, com destaque para os derrames e infartos. Além disso, a hipertensão é, em nosso meio, a principal causa de doença renal crônica, que ocasiona mais de 10 mil óbitos anuais no país e a inclusão de 95 mil pessoas em programas de diálise ou filas de transplante. A hipertensão é, na maioria de seus portadores, assintomática. Por não apresentar sinais ou sintomas da doença, poucos são os que fazem tratamento regular. Os percentuais de adesão ao tra- tamento situam-se em torno de 10 a 20% da população brasileira afetada. Levantamentos recentes revelam que, mesmo em consultó- rios médicos privados, o controle não atinge sequer a metade dos hipertensos ali atendidos e que menos da metade segue o tratamento por mais de um ano. Se não tratada adequa- a ingestão diária de não mais que 5 g de sal, ção de óxido nítrico, um potente vasodilata- damente, a hipertensão pode reduzir em cerca que corresponde a 2 g de sódio. O consumo dor produzido nas artérias. de 16,5 anos a expectativa de vida. Nos casos médio do brasileiro é de mais que o dobro Pequenas doses de bebidas alcoó- não fatais, ressalta-se a perda da qualidade de do recomendado. licas, 15 a 30 gramas de etanol, podem fazer vida dos sobreviventes de derrames e infartos, parte do cardápio do hipertenso. Essa quan- quase sempre sequelados. PROPRIEDADES ANTI-HIPERTENSIVAS tidade corresponde a 2 latas de cerveja, 2 doses de destilados ou 2 taças pequenas de Se poucos aderem ao tratamento Muitos nutrientes têm revela- vinho, para homens, utilizados de forma não com remédios, resta uma opção atraente do propriedades anti-hipertensivas, tais diária, sendo recomendada a metade dessas que é adequação do estilo de vida, capaz como: alicina (presente no alho, alho quantidades para mulheres. de controlar um grande percentual de hi- poró, cebola e cebolinha), betaglucano pertensos sem medicamentos. Mesmo uma (presente na aveia), a substituição de par- A ATIVIDADE fíSIcA REgulAR modesta perda do peso corporal está as- te da proteína alimentar por um compos- sociada a reduções na pressão. Além disso, to de soja ou a troca de gorduras satura- Pelos menos 30 minutos diários, manter o peso normal (índice de massa cor- das e alimentos ricos em gordura animal promove vasodilatação sustentada e eficaz poral inferior a 25 Kg/m²) previne em 40% o por peixes, oleaginosas (castanhas), azeite redução da pressão. Técnicas de relaxamen- desenvolvimento de hipertensão. de oliva e óleos vegetais. to, incluindo yoga, biofeedback e principal- Dietas ricas em frutas, hortaliças, fi- O consumo diário de dois ou mais mente a respiração lenta têm comprovado bras, minerais e laticínios, com baixos teores copos de leite ou porções de laticínios ma- significativos efeitos anti-hipertensivos. de gordura, nos estilos DASH (Dietary Appro- gros correlacionou-se a menor incidência de Finalmente, a correção da apnéia do sono, aches to Stop Hypertension) e mediterrânea hipertensão, provavelmente devido ao apor- por meio de equipamentos de auxílio respi- podem operar milagres no controle pressóri- te de cálcio. A vitamina D obtida pelo consu- ratório noturno, reduz a pressão de pessoas co. Embora seja de conhecimento geral que mo de peixes e pela exposição ao sol também com esse distúrbio comum. o sal eleve a pressão, o seu consumo é cada é uma importante aliada. Os polifenois conti- vez maior em função do aumento da oferta dos no chocolate amargo, maça, uva, cebola, Marcus Vinícius Bolívar Malachias, Presiden- de alimentos e temperos industrializados. A café e nos chás preto e verde têm potencias te do Departamento de Hipertensão da So- Organização Mundial de Saúde recomenda propriedades vasoativas, aumentado a libera- ciedade Brasileira de Cardiologia. 08
  • 9.
  • 10. m mente Terapia pode ajudar pacientes de cirurgia bariátrica a evitar retorno à obesidade Mudanças de estilo de vida estão entre as necessidades que, ao serem ignoradas, contribuem para o insucesso do tratamento Por Elizângela Isaque P essoas que emagrecem depois de sub- metida. Dentre os entrevistados, 89% disseram ligado à sobrevivência. O simples saber não metidas à cirurgia bariátrica, conhecida sentirem-se aptos para a intervenção cirúrgica controla o comportamento. Os bariátricos como redução do estômago, tendem na primeira consulta. Porém, 26% admitiram desejam a operação, mas não percebem a a recuperar o peso perdido devido à falta de terem vivido o “dia do arrependimento”, diante necessidade de serem melhor preparados acompanhamento profissional adequado. do desconforto ou da limitação provocada pelo para o procedimento e não conseguem mu- Essa é uma das conclusões obtidas por meio procedimento. Já 67,4% reconheceram que de- dar padrões de comportamento necessários de um estudo cujos resultados apontam as veriam ter recebido mais preparo, ao invés de para o sucesso a longo prazo, o que os leva a deficiências na comunicação entre os pro- uma única avaliação. abandonarem o tratamento”, explica. fissionais de saúde e pacientes como fator O estudo evidencia o fato de que principal para a reincidência ao quadro de retornos sociais ligados a padrões estéticos obesidade entre os operados. e ao desejo psicológico de mudança de vida O estudo “Acompanhamento psi- são os principais fatores que motivam os pa- cológico tardio em pacientes submetidos à cientes obesos a se submeterem à cirurgia cirurgia bariátrica”, Publicado em Arquivos bariátrica. No entanto, uma vez alcançados Brasileiros de Cirurgia Digestiva ( vol. 23, nº. 2), esses objetivos, a motivação desaparece, pois avaliou as condições mentais e emocionais no a meta estabelecida está intimamente ligada período pós-operatório de pessoas que passa- aos reforços positivos que diminuem. ram pelo tratamento cirúrgico da obesidade (pacientes bariátricos) para compreensão de TRANSTORNOS suas reações aos estímulos ambientais. A pesquisa, realizada com pacientes Outros estudos apontam trans- de uma clínica de Curitiba (PR), ouviu pessoas tornos psiquiátricos como ansiedade e de ambos os sexos e com tempo diferenciado depressão como as doenças de maior pre- de tratamento. Os dados obtidos demonstram De acordo com a coordenadora da valência nas entrevistas pré-operatórias que na primeira entrevista psicológica a maio- pesquisa, a psicóloga Simone Dallegrave Mar- de pacientes com obesidade mórbida. ria dos pacientes bariátricos descreve-se como chesini, esse é o mesmo fenômeno informati- Pesquisa da Universidade da Califórnia preparada para a cirurgia, mas desconhece os vo enfrentado com a Aids e o uso da camisi- concluiu que a depressão atinge maior detalhes acerca do método ao qual será sub- nha. “Estamos tratando de um impulso básico número entre os candidatos à operação e 10
  • 11. que estes tendem a ter pior resultado de emagrecimento ou a recuperar o peso ao longo do tempo, anulando parte ou todo o sucesso cirúrgico. “A depressão leva à necessidade de tratamento prévio da ansiedade ou de quadros clínicos a ele associados”, afir- ma Dra. Simone. Por meio do estudo foi possível descaracterizar a presença deste transtorno de humor à condição clínica da obesidade ou ao efeito desta sobre a qua- lidade de vida, já que sua presença é de origem fisiológica e metabólica. “ “ Entre os pacientes portadores de obesidade mórbida existem dois grupos cli- nicamente trabalhados, um no qual o fator de estresse funciona como gatilho da obesidade A presença da depressão leva à necessidade e outro em que a obesidade funciona como fonte do início da depressão, com ou sem an- de tratamento prévio da ansiedade siedade. “A operação pode se constituir para ou de quadros clínicos a ele associados os depressivos e/ou ansiosos mais um evento Dra. Simone Dallegrave Marchesini existencial ou ritual de passagem que provo- ca euforia ou depressão”, define Dra. Simone. DEPRESSÃO A pesquisa coordenada pela psi- mações físicas dos pacientes bariátricos. A psicóloga explica que nas en- cóloga também revela que pacientes bariá- À pesquisa, 32,6% dos operados admi- trevistas de avaliação é possível perceber tricos podem apresentar maiores distorções tiram que seus parceiros não estavam no discurso dos pacientes um sentimen- quanto à percepção do próprio corpo, o preparados para viverem com magros ao to de incompetência por não terem tido que os impedem de notarem a recupera- seu lado e 17,4% se divorciaram após a êxito nas dietas tradicionais. Isso ocorre, ção de peso. Em outra vertente eles podem operação. No entanto, alguns pacientes principalmente, entre as pessoas que ten- se defender dessa percepção e só buscar deixaram claro que a separação já estava dem à depressão ou distimia (tipo atenu- auxílio quando o ganho é excessivo e per- inclusa no desejo de mudar de vida e que ado de depressão crônica), considerando ceptível ao meio social. “Com a recuperação a operação foi facilitadora do ato. que a cirurgia envolve a mutilação de um de peso, esses pacientes tendem a buscar órgão saudável. “Os pacientes tornam-se outros recursos cirúrgicos ou clínicos e não AcOMPANHAMENTO passíveis de autopunições e vulneráveis aceitar que seu consumo alimentar possa aos maus resultados ou às complicações estar calcado em funcionamentos cerebrais No âmbito familiar, as altera- operatórias, por interpretarem que estão e emocionais”, explica Simone. ções físicas vividas pelos pacientes ba- ‘mexendo na obra divina’”, completa. Ante a falta de um preparo ade- riátricos atingiram 19,6% dos familiares, quado e a uma subsequente recuperação que apresentaram dificuldade de lidar TRATAMENTO de peso, a maioria dos entrevistados afir- com a transformação do operado. Para mou que fariam a operação novamente, Dra. Simone, além do acompanhamen- Para a Dra. Simone, o fato de sendo que metade sente a necessidade to terapêutico pré e pós-cirúrgico, há a grande parte dos pacientes não receberem de frequentar grupos de apoio, em contra- necessidade de que profissionais quali- tratamento psicológico/psiquiátrico para ponto à outra parte que defende o direito ficados também atendam aos cônjuges os outros males que acompanham a obe- à privacidade e ao sigilo. e familiares deste grupo. “O foco tera- sidade gera a incapacidade de muitos não pêutico é necessário para que haja um mudarem o estilo de vida após a operação. cONVíVIO SOcIAl trabalho de prevenção às recaídas. O “A adesão às recomendações nutricionais tempo de preparo pré-operatório se es- é parcial, o que possibilita a ocorrência de As relações conjugais e fami- tende para além de uma única consulta alterações emocionais ligadas às deficiên- liares, de um modo geral, também são psicológica e nutricional e aumenta sua cias dessa ordem”, afirma. diretamente influenciadas pelas transfor- eficácia”, enfatiza. 11
  • 12. m medicina A solução para as doenças autoimunitárias e neurodegenerativas pode estar na Vitamina D Estudos e casos clínicos comprovam que nutriente é fundamental para prevenção e controle eficaz de moléstias graves Por Elizângela Isaque A sabedoria popular nos ensina que maior dificuldade de transformar em ativa é sempre melhor prevenir do que a vitamina D produzida pelos raios solares remediar. Felizmente, em algumas em contato com a pele. Devido a essa ca- circunstâncias, especificamente nas li- racterística genética, alguns indivíduos com gadas à saúde, a forma de prevenção é a hábito de exposição solar diária podem mesma que proporciona a cura ou, no mí- apresentar deficiência desta substância e, nimo, um controle eficaz de determinados consequentemente, desenvolverem algum valores que não enxergava, e minha dis- problemas. Esse é o caso da vitamina D, distúrbio. Como forma de prevenção, o mé- posição é maravilhosa. Sinto-me privile- substância que tem sido fonte de constan- dico recomenda a essas pessoas a ingestão giado por ter acesso a um tratamento tão tes estudos e de importantes descobertas, do suplemento vitamínico, em forma de eficiente”, relata Marcelo Palma. no que se refere às doenças autoimunitá- cápsula ou gotas. O nome de Dr. Cícero Coimbra é rias e neurodegenerativas como esclerose relacionado ao crescente número de pa- múltipla, depressão, artrite reumatóide, cientes que sob seu tratamento, a exemplo Parkinson, mal de Alzheimer, lúpus e viti- O engenheiro ambiental Marce- de Marcelo Palma, têm apresentado qua- ligo, entre outras. lo Palma está entre as pessoas que, em- dros de regressão de sintomas, bem como A literatura médica clássica atribui bora sempre levasse uma rotina de práti- a estabilidade de doenças como a esclero- à vitamina D um papel fundamental para a cas esportivas ao ar livre, como o surfe e se múltipla. Em todos os casos, a vitamina manutenção do equilíbrio de determinadas capoeira, começou a apresentar sintomas D sintetizada, ministrada em doses que funções do organismo humano, como a ini- como formigamento nos membros e alte- variam de acordo com a necessidade de bição de problemas como o raquitismo em ração da sensibilidade do abdômen. Após cada paciente, é a protagonista que atua crianças e a osteoporose em adultos. Entre- alguns diagnósticos equivocados e trata- de forma decisiva no combate aos graves tanto, de acordo com as novas descobertas, mentos que não impediam o surgimento sintomas apresentados pelas moléstias. as doses diárias recomendadas até hoje, de de outros sintomas que eram, de fato, de- 400 UI (Unidades Internacionais), que equi- correntes da esclerose múltipla (EM), o jo- PuBlIcAÇÕES vale a um micrograma, estão longe do ideal vem tomou conhecimento do tratamento necessário para prevenir, estabilizar ou mes- proposto por Dr. Cícero. Na internet, centenas de publi- mo anular sintomas das doenças relaciona- cações científicas divulgam os benefícios das ao sistema nervoso. da vitamina D no tratamento de doenças Embora alguns alimentos sejam Iniciado o tratamento, Marcelo neurodegenerativas, como Alzheimer, e das fonte de vitamina D, a forma natural mais confiou sua saúde ao Dr. Cícero que ao autoimunitárias como esclerose múltipla, eficiente de obtê-la é por meio da exposição diagnosticá-lo como portador de esclero- miastenia gravis, lúpus, artrite reumatóide, solar diária. “Cerca de 10 minutos, todos os se múltipla, convenceu-o de que ao utili- psoríase e diabetes do tipo 1. O artigo “No- dias, com 90% do corpo exposto ao sol mati- zar a vitamina D como base de seu trata- vas pistas sobre as funções da vitamina D nal, é suficiente para que maioria das pessoas mento, a doença viraria passado em sua no sistema nervoso”, publicado na Revista obtenha a quantidade aproximada de 20.000 vida. Hoje, o jovem afirma levar uma vida Trends in Endocrinology & Metabolism, em UI”, explica o neurologista e professor do De- normal, sob acompanhamento médico, setembro de 2002, demonstra a relação do partamento de Neurologia e Neurocirurgia da feito de uma a duas vezes por ano. “Estou nutriente com a inibição dos sintomas des- Universidade Federal de São Paulo (UNIFESPI) com a vida totalmente ativa, trabalhando, ses problemas, bem como à estabilização do Dr. Cícero Galli Coimbra. surfando muito, dentre outras atividades quadro clínico de pacientes. No entanto, o neurologista lem- físicas. Posso dizer que minha vida hoje “Cerca de 70% das pessoas que bra que, devido às particularidades de cada é até melhor do que antes de tudo isso sofrem de esclerose múltipla apresentam organismo, algumas pessoas apresentam acontecer, pois despertei para simples níveis muito baixos de vitamina D, o que se 12
  • 13. correlaciona com uma frequência maior de Dados da Federação Internacional manentes nos rins, retardo do crescimento, exacerbações (surtos) e com a sustentação de de Esclerose Múltipla (MSIF, na sigla em in- calcificação de tecidos moles e até mesmo sequelas neurológicas mais acentuadas após glês), revelam que cerca de 2,5 milhões de a morte. Entre os sintomas leves de intoxi- cada surto. A simples percepção disso remete pessoas sofrem de EM, em todo o mundo. cação estão: sede excessiva, eliminação de qualquer profissional que se depare com esse No Brasil, a estimativa da Associação Brasi- grande volume de urina, náuseas, fraqueza, quadro à obrigação ética de administrar essa leira de Esclerose Múltipla (ABEM) é de que prisão de ventre e irritabilidade. Entretanto, substância como parte fundamental do trata- existam mais de 35 mil portadores. Além dis- para alcançar essas reações, seria necessário mento”, explica Dr. Cícero. so, a entidade alerta para a constante falta o consumo muito superior aos recomenda- De acordo com o artigo, “O trata- da medicação disponibilizada pelo governo, dos pelas recentes pesquisas. mento com vitamina D na Esclerose Múlti- nos postos de saúde brasileiros. Outros estudos demonstram pla” publicado no Journal of the Neurological As medicações comumente pres- que para uma pessoa adulta, com níveis Sciences, em junho de 2009, além dos fatores critas em terapias (interferons) expõem os normais de intolerância à vitamina D, vir a genéticos e ambientais, o nível de concentra- pacientes a efeitos colaterais tão comuns apresentar um quadro de super dosagem ção de vitamina D no orgnanismo está deste nutriente seria necessária a in- “ diretamente ligado ao desenvolvimen- gestão diária de aproximadamente to de EM. Segundo o estudo, as evi- Cerca de 70% das pessoas que 2,5 mg (100.000 IU), por um período dências atestam que a ingestão deste de um a dois meses. Já a quantidade sofrem de esclerose múltipla suplemento reduz o risco de desenvol- considerada tóxica para as crianças vimento da doença, diminui as chances apresentam níveis muito baixos varia de 0,5 mg (20.000 IU) a 1,0 mg de que um primeiro evento clínico su- (40.000 IU), números muito superio- de vitamina D, que se correlaciona gestivo se converta em uma EM clinica- res às doses mais altas da substância, mente definida e limita a reincidência com uma frequência maior de indicadas para prevenção e trata- de pacientes diagnosticados. mento de doenças. exacerbações e com a sustentação Para o neurologista, a falta “Os limites tóxicos, sobretudo, de informação sobre o assunto en- de sequelas neurológicas mais podem variar conforme a quantidade tre a comunidade médica brasileira começa pelo ambiente acadêmico acentuadas após cada surto. ” de alimentos ricos em cálcio, espe- cialmente os laticínios, presentes na e culmina na pressão mercadoló- dieta, conforme o peso e característi- gica exercida pela indústria farmacêuti- quanto desagradáveis. Essas drogas po- cas genéticas do indivíduo”, esclarece Dr. ca. Hoje, cada ampola de Tysabri (natali- dem desencadear reações – observadas Cícero. Conforme explica o neurologista, zumab), medicação vendida em mais de em mais de um, em cada 10 doentes – os riscos de uma hiperdosagem são pra- 45 países para o tratamento de esclerose como dores de cabeça, sintomas do tipo ticamente nulos, se o tratamento é feito múltipla custa, em média, R$ 9.000,00. Só gripal e febre. Já a vitamina D, utilizada sob com acompanhamento médico, em âmbi- em 2009, o Tysabri proporcionou ao seu acompanhamento médico, possibilita a re- to clínico e laboratorial. “A quantidade de fabricante a receita de um bilhão de dó- gressão de sequelas recentes e previne a vitamina D que cada paciente necessita lares em vendas, fazendo com a empresa progressão da doença. em seu tratamento varia de acordo com o viesse a público declarar que, como es- O ajuste das doses, realizados estágio da doença e com os níveis de ca- tratégia de marketing, a expectativa para com o auxílio de exames laboratoriais, evita rência deste nutriente em cada organismo, 2010 era maximizar o valor de suas ações uma hipervitaminose por vitamina D, já que por isso é muito importante a avaliação do por meio do crescimento do consumo o excesso desse nutriente no organismo profissional”, explica. desse remédio. pode provocar problemas como danos per- O artigo “Segurança da vitami- na D em adultos com esclerose múltipla”, publicado no The American Journal Cli- nical Nutrition , em julho de 2009, cor- robora as informações do neurologista brasileiro. O estudo apresenta resultados obtidos com pacientes na fase ativa da EM, submetidos a um tratamento à base de cálcio, com aumento progressivo da vitamina D3. Após oito semanas os dados confirmaram a viabilidade de se utilizar o fármaco vitamínico de forma segura, em níveis entre 4.000 UI e 10.000 UI, varian- do-se as doses de acordo com a necessi- dade de cada paciente. 13
  • 14. Estou com a vida totalmente ativa, trabalhando, surfando muito, dentre outras atividades físicas. Posso dizer que minha “ vida hoje é até melhor do que antes de tudo isso acontecer. Marcelo Palma DIVulgAÇÃO tamina D em 2006, cinco anos após rece- Foi em decorrência de um forte trau- ber diagnóstico de esclerose múltipla. Na ma emocional, inclusive, que Marcelo Palma Como a eficácia da vitamina D, em época da primeira consulta a jovem já se começou a apresentar os primeiros sintomas relação aos medicamentos tradicionais, ainda encontrava em cadeira de rodas, devido o de EM. Surtos que, posteriormente, voltaram não é um consenso na comunidade científica, estágio no qual se encontrava a doença. mais fortes e frequentes após uma segunda a difusão dessa nova alternativa tem ocorri- “Dois meses após o início do novo trata- experiência que lhe acarretou novo trauma. do por meio do famoso “boca a boca”. Nesse mento, baseado na reposição dessa vita- “Na primeira consulta, que durou cerca de contexto, a internet tem sido a principal ferra- mina, ela estava dirigindo. Hoje leva uma quatro horas, ele me explicou como seria a menta utilizada pelos pacientes do Dr. Cíce- vida normal, sem surtos, e sem o uso da utilização da vitamina D, aliada à B e a óle- ro, que utilizam a web para discutirem seus medicação convencional, que é bastante os de peixe (ômega 3) DHA, para ‘desativar’ casos clínicos entre si e, ao mesmo tempo, agressiva. E continua apresentando me- a auto agressão do sistema imunológico no propagarem resultados, como a estabilização lhoras”, comemora. meu organismo”, relembra. e o controle de suas enfermidades. Hoje, o maior empenho do neu- Com cerca de 500 membros a co- fATORES PSIcOlógIcOS rologista é tornar a utilização da vitamina munidade “Esclerose Múltipla Tem Solução” D comum nos tratamentos das doenças funciona em um dos mais famosos sítios de Dr. Cícero também chama a neurodegenerativas e autoimunitárias. relacionamentos da web e reúne pacientes atenção para a alta probabilidade de “Meu objetivo é fazer com que os demais sob o tratamento do neurologista e pessoas distúrbios como estresses emocionais e profissionais conheçam os benefícios des- que sofrem de EM que estão em busca de tra- fortes traumas desencadearem doenças sa substância e passem a ministrá-la aos tamentos com resultados mais eficazes e me- autoimunitárias e neurodegenerativas pacientes em tratamento”, diz o neurolo- nos agressivos. “Após descobrir a existência do em pessoas cujos organismos apresen- gista, que acredita que, no futuro, as infor- Dr. Cícero e obter resultados fantásticos com tam dificuldades em sintetizar a vitamina mações acerca da importância desse nu- minha sobrinha achei que seria importante di- D. “Cerca de 85% dos surtos de esclero- triente estarão ao alcance de todos. “Não fundir esse protocolo de tratamento”, explica se múltipla, por exemplo, surgem após há como impedir que esse conhecimento Sergio Vinagre, fundador da comunidade. estresses emocionais. Imagine quantos se torne comum. Pode ser que demorem Na página inicial da comunida- casos seriam evitados se fosse possível re- mais dois, três ou vinte anos. O fato é que, de, criada há dois anos, Vinagre conta que tirar ou diminuir o nível de estresse dessas cedo ou tarde, todos vão saber dos benefí- sua sobrinha iniciou o tratamento com vi- pessoas”, destaca. cios da vitamina D”. 14
  • 15.
  • 16. c coluna FITOTERÁPICOS E FITOTERAPIA Características e Potencialidades Você já ouviu falar em medicamentos fitoterápicos? Esses medicamentos, produzidos a partir de extratos padronizados de plantas medicinais, vêm sendo utilizados no tratamento de diversas doenças, como ansie- Dr Roberto Boorhem dade, depressão, distúrbios metabólicos como o aumento do colesterol e triglicerí- Médico e Presidente da Associação deos, diabetes, obesidade, Síndrome Climatérica, Hipertrofia Benigna da Próstata e Brasileira de Fitoterapia – ABFIT muitos outros, com redução dos efeitos colaterais e adversos, melhora do funciona- Contato: rboorhem@abfit.org.br mento do organismo, e sem causar dependência ao usuário. O quE SÃO MEDIcAMENTOS fITOTERÁPIcOS? Em diversas situações clínicas po- de-se associar fitoterápicos e alopáticos, no São medicamentos produzidos com sentido de aumentar a eficácia dos tratamen- extratos vegetais de partes de plantas, sem iso- tos convencionais e/ou reduzir a toxicidade lamento dos princípios ativos, ou seja, utilizan- causada pelos medicamentos alopáticos. Esta do a totalidade das substâncias encontradas combinação dos dois tipos de medicamentos na parte da planta adequada, tambem chama- atua, simultaneamente, a favor do organismo da de fitocomplexo. e contra a doença, como nos casos de câncer, AIDS e tuberculose, por exemplo, aumentan- quAIS PROBlEMAS DE SAÚDE JÁ SÃO TRATA- do a eficácia e reduzindo os efeitos adversos DOS cOM fITOTERAPIA NO BRASIl? dos medicamentos convencionais. Diversas doenças já têm tratamento ONDE OS INTERESSADOS PODEM ENcON- pela fitoterapia. Além das mencionadas acima, TRAR ESTES PRODuTOS E quAIS OS cuI- ainda podemos citar outras como insônia, dis- DADOS quE OS PAcIENTES DEVEM TER AO pepsias, Síndrome do Intestino Irritável, Tensão ADquIRIR E TOMAR ESTE TIPO DE PRODuTO Pré-Menstrual (TPM), artrites e artroses, aler- E POR quÊ? gias e imunodeficiência, alem de tratamento coadjuvante em algumas patologias de difícil Os medicamentos fitoterápicos po- tratamento como o câncer e a AIDS. dem ser encontrados nas farmácias e drogarias e, os extratos, nas farmácias de manipulação. quAIS OS BENEfícIOS DOS fITOTERÁPIcOS No caso dos medicamentos fitote- E DA fITOTERAPIA PARA OS PAcIENTES? rápicos vendidos em farmácias e drogarias, devemos observar o número de registro Evite também a automedicação, Os maiores benefícios estão rela- da Agência Nacional de Vigilância Sanitária mesmo com fitoterápicos, porque qualquer cionados à baixa incidência de efeitos colate- (Anvisa), impresso na embalagem. Este re- tratamento deve ser precedido de uma ade- rais e adversos, associados aos fitoterápicos. gistro sempre vem acompanhado da sigla quada avaliação do paciente e seu quadro Este tipo de medicamento regula e estimula do Ministério da Saúde (MS), seguido de clínico, e a partir de um correto diagnóstico. sistemas e funções orgânicas, além de me- uma numeração. Já os produtos manipula- No caso de alívio de sintomas e do- lhorar a performance do organismo, pratica- dos, devem ser adquiridos em farmácias de enças passageiras e de baixa gravidade, pro- mente sem causar tolerância e dependência. manipulação especializadas e prescritos por cure utilizar chás de consagrado uso tradicio- Já os medicamentos convencionais (alopáti- profissionais habilitados. nal e por pouco tempo, como por exemplo: cos), são mais eficazes no combate a micro- Evite a compra de fitoterápicos em chá de alho para gripes e resfriados, de camo- organismos e outros agentes externos e na sites pela internet, podem ser produtos frau- mila para ansiedade e dispepsia, de erva-doce inibição de sinais e sintomas. dados e sem o devido controle de qualidade. para cólicas intestinais e etc. 16
  • 17. Alguns fitoterápicos e suas propriedades NOME cIENTífIcO NOME POPulAR clASSE TERAPÊuTIcA/INDIcAÇÕES VANTAgENS TERAPÊuTIcAS Ginkgo biloba Ginko Vaso dilatador Menor incidência de efeitos Antiadesivo Plaquetário colaterais Antioxidante Maior eficácia Tonturas Deficiências circulatórias e da memória Hipericum perforatum Hiperico Antidepressivo Menor incidência de efeitos colaterais Passiflora sp. Maracujá (folhas) Sedativo/Ansiolítico Menor incidência de efeitos colaterais Valeriana oficinallis Valeriana Ausência de tolerância e dependência Melissa oficinallis Melissa Maytenus ilicifolia Espinheira santa Gastroprotetor Menor incidência de efeitos colaterais Dispepsias, gastrite Plantago sp Psylium Laxativo Menor incidência de efeitos colaterais Cassia sp Sene Rhamus purshiana Cáscara sagrada Tamarindus indica Tamarindo Mentha crispa Hortelã Amebicida e giardicida Menor incidência de efeitos colaterais Mikania glomerata Guaco Expectorante/Antialérgico Respiratório Menor incidência de efeitos colaterais Glycyrrhiza glabra Bronquite, Asma Pygeum africanum Pigeum Antiandrogênico Menor incidência de efeitos colaterais Urtica dioica Urtiga Hiperplasia prostática Serenoa repens Saw palmeto Glycine max Soja Ação hormonal Menor incidência de efeitos colaterais Síndrome climatérica Osteoporose Cimicifuga racemosa Black cohosh Ação hormonal Menor incidência de efeitos colaterais Síndrome climatérica Vitex agnus-castus Vitex Ação hormonal Menor incidência de efeitos colaterais TPM Maior eficácia Tanacetum Tanaceto Profilaxia da enxaqueca Menor incidência de efeitos colaterais Parthenium Panax ginseng Ginseng Adaptógeno Maior eficácia Estados de fadiga física e mental Echinacea purpurea Equinácea Imunoestimulante Menor incidência de efeitos colaterais Preventivo e coadjuvante na terapia de resfriados e infecções do trato respiratório urinário 17
  • 18. c corpo Dieta e exercícios podem atenuar efeitos do câncer Por Maria Alice da Cruz E studos com carcinoma 256 de Walker pesquisadoras enfatizam que as pesquisas A caquexia causa impacto ne- desenvolvidos no Laboratório de Nu- foram realizadas somente com animais e gativo sobre a habilidade de respostas dos trição e Câncer do Instituto de Biologia não focalizam a prevenção à instalação do pacientes diante do tratamento antineoplá- da Unicamp (IB) abrem possibilidades para a tumor. “Não estudamos a cura do câncer. sico, constituindo-se no ponto crucial do su- melhoria da qualidade de vida de pacientes A ideia é que esses estudos possam con- cesso do tratamento e, consequentemente, com câncer. Apesar de optarem por temas tribuir para garantir qualidade de vida aos interferindo em sua expectativa de vida, de diferentes, as pesquisadoras Emilianne Mi- pacientes com câncer, colaborando com o acordo com Emilianne. guel Salomão (doutorado) e Rebeka Tomasin tratamento convencional. No caso de meu (mestrado) buscaram em testes com ratos estudo, a proposta é reverter o quadro de SuPlEMENTAÇÃO NuTRIcIONAl wistar meios para inibição de crescimento e caquexia com auxílio de terapia alternativa”, apoptose de tumores e diminuição de risco explica Emilianne. Os resultados de testes realizados de caquexia (perda de peso involuntária). com um grupo de ratos wistar, nos quais foi Enquanto a educadora física Emi- injetado tumor Walker 256, revelaram que a lianne estudou e comprovou a eficiência suplementação nutricional com leucina (ami- da combinação nutrição-exercício físico na noácido que atua como sinalizador celular e redução da caquexia, Rebeka buscou na fonte energética para o músculo esquelético) medicina popular, especificamente num ho- e exercício físico, em longo prazo, promove mogeneizado (mistura) de mel e babosa, um melhora no ganho de peso corpóreo, com re- coadjuvante para o tratamento tradicional dução do peso do tumor; diminui a degrada- de pacientes com câncer. “Há vários estudos ção muscular esquelética, associada a maior que comprovam a eficácia anticâncer da ba- expressão de miosina muscular (principal bosa e do mel, isoladamente, então decidi proteína contrátil do músculo esquelético); investigar como funcionam os dois juntos”, traz melhora da resposta inflamatória; me- explica Rebeka. lhora a expressão gênica de transportador Os estudos fazem parte de de glicose muscular e melhora, também, o uma série de pesquisas básicas de- diâmetro da fibra muscular. senvolvidas no laboratório para “Os animais treinados diminuíram, auxiliar no avanço de investiga- de fato, a degradação proteica muscular, ções mais aprofundadas além de melhorar a resposta inflamatória. nas áreas de medici- Quanto aos animais implantados com tumor na e farmácia. As tratados com dieta normal (normoproteica) e sedentários, houve aumento da degrada- ção e, consequentemente, redução da sínte- se proteica muscular e aumento da resposta inflamatória, quando comparados aos de- mais grupos”. A pesquisadora explica que a leu- cina age, principalmente, como sinaliza- dor celular, aumentando a síntese e dimi- nuindo a degradação de proteína muscular esquelética, enquanto o exercício físico promove aumento do consumo de glicose, diminuindo os níveis de glicose e insulina 18
  • 19. circulantes, consequentemente, reduzindo o desenvolvimento do câncer. “Divulgam efeitos do exercício de intensidade leve em a oferta desse substrato às células tumo- sempre na mídia informações sobre a im- animais, mesmo nessas condições, são po- rais. “É preciso ingerir este aminoácido, portância da atividade física em problemas sitivos”, pondera Emilianne. pois nosso organismo não é capaz de sin- cardíacos ou neurológicos, mas quase não tetizá-lo. A massa corporal magra, em par- divulgam a contribuição do exercício para cAquExIA ticular musculatura esquelética, diminui a qualidade de vida em pacientes com cân- em proporção direta os efeitos da massa cer”, acrescenta a educadora. Ela explica que o desenvolvimento neoplásica. Assim, a redução da síntese e o neoplásico causa alterações dos processos aumento da degradação proteica têm sido homeostásicos e metabólicos dos pacientes frequentemente observado nos pacientes com câncer, desencadeando a caquexia, que com câncer, sendo o principal fator res- pode levar à morte na maioria dos casos. A ponsável pela redução do tempo de vida perda de peso é decorrente da depleção da desses pacientes. Então, suplementamos proteína muscular em razão do aumento da leucina aos animais para minimizar os efei- degradação ou da diminuição da síntese pro- tos provocados pela caquexia, ajudando a teica, com consequências drásticas à massa melhorar o metabolismo de proteína mus- corporal e ao estado funcional do paciente. cular, comprometido pelo crescimento do “O câncer-caquexia promove redução da for- tumor”, explica. ça muscular e da resistência cardiovascular, Emilianne acentua que os exer- ATIVIDADE fíSIcA alterações imunológicas, anorexia, dentre ou- cícios aeróbios de intensidade leve a mo- tras debilidades”, informa. derada ajudaram a minimizar as alterações Na sua opinião, a atividade fí- A caquexia se desenvolve geral- metabólicas do tecido de ratos diante do sica pode ser oferecida a pacientes que mente em estágio avançado do câncer e em crescimento tumoral. “Vimos que os ani- estejam na fase inicial ou até mesmo em alguns tipos de carcinoma, principalmente os mais treinados têm redução no crescimen- estágios mais avançados, desde que os de trato gastrointestinal, segundo Emilianne. to do tumor, pois o exercício físico promove pacientes estejam em condições físicas. aumento do consumo de glicose pelos te- Apesar de não poder precisar a cura, já RADIOTERAPIA cidos ativos saudáveis durante o exercício, que os estudos não foram realizados com diminuindo os níveis de glicose e insulina humanos, sabe-se que o índice de cura, circulantes, consequentemente, reduzindo com tratamento precoce, é muito grande, a oferta desses substratos para o crescimen- segundo a autora. “Quando diagnostica- to tumoral”, explica. do o surgimento de câncer em algum pa- ciente, e logo inicia-se o tratamento tanto com quimioterapias, radioterapias, quanto intervenções alternativas, tais como, nutri- cionais associadas a prática de atividades físicas, ou qualquer terapia que venha a ajudar esse paciente, será possível obter resultados positivos”, diz Emilianne. TERAPIAS cONTRA O câNcER Quando o paciente está em um quadro de caquexia avançada, no qual a perda de Na opinião da educadora física, massa muscular é grande, a resposta ao deveriam ser multidisciplinares. A ativi- tratamento radioterápico ou quimioterápi- dade física, quando bem supervisionada, co não é a mesma de um paciente que não também pode favorecer o estado psico- teve perda de massa muscular. Na opinião lógico do paciente. “É uma alternativa no da educadora física, para tentar melhorar o auxílio do tratamento psicológico, pois estado caquético do paciente, é preciso me- os pacientes que praticam atividade física lhorar a qualidade de vida e, assim, aumentar podem reduzir a ansiedade e a depressão”, a sobrevida. A atividade física, quando bem acrescenta. supervisionada, pode ser uma excelente al- Os ratos foram treinados até o ternativa no auxílio do tratamento e reabili- período pré-agônico, gerando resultados tação dos pacientes com câncer. A atividade física, segundo Emi- positivos, já para um paciente nessas con- lianne, possui grandes efeitos protetores dições, a prática de atividade física pode Fonte: Saúde em Movimento/Jornal da Uni- que podem ajudar a prevenir ou retardar não ser recomendável. “Mas sabe-se que os camp 19
  • 20. c coluna A energia vem do carboidrato Os carboidratos são classificados de acor- Por ser uma fonte rápida de energia, é do com o seu grau de polimerização em açu- muito importante principalmente para crian- cares, oligossacarídeos e polissacarídeos. ças, que têm uma necessidade energética Na classe dos açucares estão os monos- muito grande, tanto pelo fato de serem extre- sacarídeos (glicose, galactose e frutose), os mamente ativas como pelo seu crescimento. Dra. Silvia ferreira dissacarídeos (sacarose, trealose e lactose) e Porém, devemos selecionar o tipo de carboi- Nutricionista do Flamengo os polióis (sorbitol e manitol). drato que iremos oferecer aos nossos filhos, silvia.nutricao@gmail.com Na classe dos oligossacarídeos encontra- para que seu desenvolvimento seja normal e se a malto-oligossacarídeos, compostos pelas não haja problemas como obesidade juvenil maltodextrinas e por outros oligossacarídeos e cáries. Muitas frutas são excelentes fontes Os Carboidratos representam a prin- (rafinose, estaquiose e os fruto-oligossaca- de carboidratos, então podemos incentivar o cipal fonte de energia, pois é o principal combus- rideos) e entre os polissacarídeos estão os consumo de frutas ao invés de doces indus- tível para o ser humano. A energia que vem do amidos e o não-amido. Os componentes trializados, ricos em sacarose, que é mais pre- Carboidrato é importante para o desempenho dos amidos são a amilose, amilopectina e os judicial para o nosso organismo. do trabalho interno (respiração, circulação do amidos modificados. Os polissacarídeos não- sangue e batimentos cardíacos), trabalho exter- no (caminhar, exercícios) e para manter a nossa amido são a celulose, hemicelulose, pectinas cARBOIDRATO temperatura estável, por isso os alimentos ricos e hidrocololóides. E DESEMPENHO fíSIcO Os carboidratos são consumidos em carboidratos são chamados de alimentos sob três formas: 1) cereais, vegetais, frutas, Para manter e aumentar os estoques de combustíveis. Dentre eles, o mais abundante leguminosas; 2) carboidratos purificados adi- glicogênio muscular durante períodos de encontrado na natureza é a glicose (açúcar), que cionados às preparações; 3) carboidratos dis- treinamento é necessário uma dieta com ele- por sua vez é o principal, combustível para a ma- solvidos em certas bebidas. vada quantidade de carboidrato. nutenção da vida na maioria das espécies. Na dieta ocidental, 50% de conteúdo Os estoques corporais de carboidratos são energético são fornecidos pelos carboidratos. as maiores fontes de combustível para o tra- fONTE DE ENERgIA Desses, 25% são derivados do açúcar (glicose, balho muscular. Contudo, a contribuição dos sacarose, lactose) e o restante dos 25% são po- carboidratos para o metabolismo durante Em condições normais, o carboi- lissacarídeos amido e não-amido. A maior fon- o exercício é determinada por vários fatores drato é a única fonte de energia aceita pelo te de carboidratos são os cereais, representan- incluindo a intensidade e a duração do exercí- cérebro, importante para o funcionamento do 50% do carboidrato consumido tanto em cio, influência do treinamento e a dieta. do coração e todo sistema nervoso. O corpo países desenvolvidos e em desenvolvimento. Atletas que treinam de modo exaustivo, armazena carboidratos em três lugares: fígado Os carboidratos são um importante com- dia após dia, devem consumir uma quanti- ( glicogênio hepático), músculo (glicogênio bustível dos seres vivos, mas para serem utiliza- dade adequada tanto de carboidrato quanto muscular) e sangue (glicose). Uma ingestão in- dos devem ser quebrados por nosso organismo de energia para minimizar o risco da fadiga suficiente de carboidrato promove a utilização da sua forma de depósito de polissacarídeos associada à depleção acumulativa do glico- de tecidos magros como combustível, resul- (amido e glicose) em açúcares mais simples gênio muscular. Os estoques de carboidratos tando em perda de músculos, diminuição (monossacarídeos). são diretamente dependentes do consumo da força e resistência. alimentar, uma vez que pequena quantidade é estocada no organismo. Em se tratando de recomendação de in- gestão diária de carboidrato sugere-se que os atletas consumam uma dieta contendo cerca de 6-10 g de carboi- drato/ Kg de peso corporal e tam- bém descansem periodicamente para que o músculo possa restabe- lecer seus estoques de glicogênio. 20
  • 21. saúde da criança S Cuidados com as crianças no verão Roupas leves, exposição ao sol e principalmente hábitos alimentares requerem extrema atenção dos adultos para garantir a saúde dos filhos Por Elizângela Isaque D evido ao forte aumento na tempe- ratura, o verão é a época do ano na qual os cuidados com as crianças de- vem ser redobrados. Como a alta da estação coincide com as férias escolares, a atenção aos hábitos dos pequenos incluem aspectos que vão do vestuário à alimentação. Além da hidratação e do uso do filtro solar, outros zelos podem garantir que elas tirem o maior proveito do período, sem apresentarem pro- blemas de saúde. De acordo com a presidente da So- ciedade Brasileira de Pediatria (SBP), regional DF, Dra. Vera Bezerra, uma das principais me- didas a serem adotadas refere-se à exposição ao sol, que deve ser evitada no horário que vai das 9h da manhã às 16h da tarde. “Mesmo com protetor solar o sol desse período é mui- to nocivo para as crianças”, explica a médica, Para os bebês, a recomendação é HIgIENE que é professora titular de pediatria da Uni- uma sopinha de legumes. Já para as crian- versidade de Brasília (UnB). ças maiores o cardápio deve conter carne Além do cuidado alimentar Roupas leves, que confiram liber- de frango magra, legumes e verduras, sen- das crianças, a higiene do ambiente do- dade aos movimentos e, ao mesmo tempo, do as saladas é uma ótima opção. Comi- méstico também é motivo de cuidado e facilitem a transpiração, estão entre os impor- das pesadas, como as gordurosas e pratos preocupação. Com o calor, a proliferação tantes itens a serem observados pelos adul- combinados com farinha de mandioca, por de moscas pode causar contaminação tos, inclusive na hora das crianças dormirem. exemplo, devem ser evitados nessa época. de alimentos, principalmente, em locais Outra medida é manter as meninas de cabelo Dra. Vera chama a atenção para a onde não se observam as regras básicas preso durante o dia, o que também contribui necessidade de se redobrar os cuidados nas de higiene. para aliviar o calor da criança. praias, onde a gama de refeições oferecidas, Como o calor altera as condições Quando o assunto é hidratação os sempre tão atrativas aos olhos e ao paladar, de conservação dos alimentos é impor- alimentos exercem um papel extremamen- está repleta de produtos calóricos e de di- tante lavar bem os que são consumidos te importante. Como a refeição deve ser o fícil digestão. “O forte calor, associado aos crus, como as verduras e as frutas, além de mais leve possível, frutas, verduras e legumes alimentos prontos desses ambientes, não se manter limpos os vasilhames onde eles devem ser a maior parte do cardápio diário. são bons para as crianças porque propiciam são acondicionados, medida que confere Além da água, que deve ser filtrada ou fervi- a ocorrência de diarréias, vômitos e desidra- maior segurança contra a contaminação. da e acondicionada em local apropriado para tação”, adverte. Leite, frutas e verduras devem ser guarda- evitar contaminação, sucos naturais, prefe- Além das saladas, as frutas frescas dos na geladeira, sempre tampados, para rencialmente das frutas da época, devem ser da estação, facilmente encontradas nas fei- garantir maior tempo de duração e de consumidos à vontade. ras e mercados a preços mais baratos, de- aproveitamento. Liberado com moderação para a hi- vem ser amplamente consumidas. A suges- Durante a ocorrência de diar- dratação dos adultos, os chás não devem ser tão para o período são o mamão e a laranja, réias, é comum casos de mães que medi- incluídos nos alimentos das crianças devido cujos preços são mais populares. A maçã, cam as crianças sem orientação médica. A à cafeína. “Como essa substância dificulta a inclusive, teve seu custo reduzido devido o recomendação, nesses casos é a de que, a absorção de ferro no organismo, há um ris- aumento do produto nacional e já começa a qualquer sinal destas doenças, um pedia- co muito grande de a criança ficar anêmica”, fazer parte permanente da lista de compras tra, ou os serviços públicos de saúde, deve alerta Dra. Vera. dos consumidores. ser procurado com urgência. 21
  • 22. capa Abuso de álcool entre idosos pode causar sérios problemas de saúde 22
  • 23. “ Em artigo publicado na revista Ca- relação com o fato de que uma proporção foram encontradas diferenças no consumo dernos de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisa- considerável da população idosa está sob de álcool entre homens e mulheres. “A frequ- dores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) alguma forma de medicação com interação ência de ser um consumidor regular foi maior investigaram a associação entre o risco de que- potencial com álcool”. entre homens (38%) do que em mulheres das e o consumo de bebidas alcoólicas em (17,5%) e somente homens relataram um idosos com mais de 60 anos. O estudo contou VulNERABIlIDADE consumo excessivo”, explicam os pesquisa- com a participação de 432 pessoas moradoras dores. “Houve também diferenças em relação da Região Metropolitana de São Paulo. Destas, Os pesquisadores apontam que, ao contexto de consumo: 40% dos homens 24,5% relataram tombos no último ano, relacio- mesmo sendo frequentes os problemas rela- reportaram beber durante as refeições, en- nados ao risco de uso de álcool e a idade, sendo cionados ao álcool no Brasil, a extensão des- quanto somente 18,9% das mulheres repro- 45,2% das pessoas que caíram afirmaram serem sas questões entre indivíduos de mais idade duziram esse padrão”. consumidoras frequentes de álcool. permanece desconhecida. “Os idosos são me- O artigo ainda destaca que o abuso “Apesar do consumo de álcool ser nos vulneráveis a acidentes de carro e brigas, de álcool entre os idosos pode trazer sérias comumente menor entre idosos, quando mas são propensos a outras consequências, consequências para a sua saúde e um consi- comparado com pessoas mais jovens, suas como quedas, já que a probabilidade destas derável impacto no sistema de saúde. “Com o consequências negativas podem ser altas, ocorrerem em casa é maior”, afirmam os estu- aumento da expectativa de vida, problemas devido às mudanças próprias da idade”, diosos. “Quedas são eventos comuns para os de saúde entre pessoas mais velhas se tor- comentam os pesquisadores. “Os idosos idosos, com um impacto em sua saúde física naram relevantes”, dizem os pesquisadores. apresentam aumento de gordura corporal que pode resultar em uma série de incapaci- “É crucial não ignorar o uso de álcool pelos e redução de água, assim como uma dimi- dades, incluindo o medo de cair”. idosos. É igualmente importante que o tema nuição do metabolismo hepático. Como Os resultados da pesquisa indica- receba a apropriada atenção, não só em exa- consequência, os níveis de álcool no sangue ram que, em relação ao uso do álcool, 50,9% mes clínicos, mas também em agendas políti- elevam e a pessoa começa a experimentar dos entrevistados nunca haviam feito uso, cas e de pesquisa”. efeitos adversos da ingestão de bebidas al- 25,5% não beberam no último ano e 23,4% coólicas. Outro importante problema tem consumiram bebidas alcoólicas. Além disso, fonte: Agência Fiocruz de Notícias 23
  • 24. capa Saiba mais sobre as Bebidas Alcoólicas T oda a história da humanidade está permeada pelo con- sumo de álcool. Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool pelo ser humano datam de aproximadamente 6000 a.C., sendo portan- to, um costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. A noção de álcool como uma substância divina, por exemplo, pode ser encontrada em inúmeros exem- plos na mitologia, sendo talvez um dos fatores responsáveis pela manutenção do hábito de beber ao longo do tempo. Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico relativamente baixo, como por exemplo o vinho e a cerveja, já que dependiam exclusivamente do processo de fermenta- ção. Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas, que passaram a ser utilizadas na sua forma destilada. Nesta época, este tipo de bebida passou a ser con- siderado como um remédio para todas as doenças, pois “dissi- pavam as preocupações mais rapidamente do que o vinho e a cerveja, além de produzirem um alívio mais eficiente da dor”, ca, especialmente nas sociedades ocidentais, acarretando altos surgindo então a palavra whisky (do gálico usquebaugh, que custos para sociedade e envolvendo questões, médicas, psicoló- significa “água da vida”). gicas, profissionais e familiares. A partir da Revolução Industrial, registrou-se um grande aumento na oferta deste tipo de bebida, contribuindo EfEITOS AguDOS para um maior consumo e, consequntemente, gerando um aumento no número de pessoas que passaram a apresentar A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que apare- algum problema devido ao uso excessivo de álcool. cem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, po- ASPEcTOS gERAIS dem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, Apesar do desconhecimento por parte da maioria começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coor- das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psi- denação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito cotrópica, pois ele atua no sistema nervoso central, provo- exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mes- cando uma mudança no comportamento de quem o conso- mo provocar o estado de coma. me, além de ter potencial para desenvolver dependência. Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acos- que tem seu consumo admitido e até incentivado pela socie- tumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool dade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de for- com menor intensidade, quando comparada com uma outra pes- ma diferenciada, quando comparado com as demais drogas. soa que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está re- Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo lacionado a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um de grande porte terá uma maior resistência aos efeitos do álcool. problema. Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da O consumo de bebidas alcoólicas também pode de- violência associada a episódios de embriaguez, o consumo sencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubecimento da de álcool a longo prazo, dependendo da dose, frequência e face, dor de cabeça e um mal-estar geral. Esses efeitos são mais circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade conhecido como alcoolismo. Desta forma, o consumo inade- de metabolizar o álcool. Os orientais, em geral, tem uma maior quado do álcool é um importante problema de saúde públi- probabilidade de sentir esses efeitos. 24