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BIODIVERSIDADE TROPICAL:
CÓDIGO FLORESTAL E
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Repórter do Futuro –
Floresta Tropical
IEA-São Paulo, 25/05/2013
Paulo Kageyama
ESALQ/USP
LARGEA - ESALQ / USP
Laboratório Reprodução Genética Espécies Arbóreas
 Estudo da Biodiversidade das Florestas Tropicais
com Técnicas de Genética Molecular;
 Aplicação desses Conhecimentos em Projetos
SocioAmbientais nos diversos Biomas;
 Esses Conhecimentos tomam Importância cada
vez maior no Debate Internacional e Nacional:
– Biodiversidade - Convenção da Biodiversidade*
– Mudanças Climáticas – Convenção do Clima
– Código Florestal - Congr. Nacional; Sociedade
– Rio + 20: Internacional – Economia Verde
BIODIVERSIDADE - CONTEXTO MUNDIAL
 O BRASIL É O PAÍS DE MAIOR BIODIVERSIDADE
DO PLANETA: E DAÍ? IMPORTÂNCIA SOCIO-
AMBIENTAL, RESPONSABILIDADES E DESAFIOS;
 IMPORTÂNCIA: PERPECTIVAS PARA A SUA
CONSERVAÇÃO** E, PRINCIPALMENTE, O USO
SUSTENTÁVEL* E REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS*;
 O BRASIL POSSUI 20% DA BIODIVERSIDADE DO
PLANETA, 25 MI AMAZÔNIDAS, 200 ETNIAS DE
ÍNDÍGENAS, BIOMAS DE ALTA BIODIVERSIDADE.
“A AMAZÔNIA É A PRINCIPAL QUESTÃO: POR QUE?”
“MAIOR E 85% AINDA EM PÉ”
RANKING MUNDIAL DE BIODIVERSIDADE
DOS PAÍSES DO PLANETA
Mittermeier et al. (1997) (CI)
PAÍSES DIVERSIDADE * ENDEMISMO * TOTAL
------------------------------------------------------------------------------------
BRASIL 30 18 48
INDONÉSIA 18 22 40
COLÔMBIA 26 10 36
AUSTRÁLIA 05 16 21
MÉXICO 08 07 15
MADAGASCAR 02 12 14
-------------------------------------------------------------------------------------
*Diversidade: Organismos escolhidos; Endemismo: só no Brasil
BIODIVERSIDADE DAS FLORESTAS TROPICAIS
O QUE TEMOS? O QUE CONHECEMOS?
ORGANISMOS Total Conhecido* Total Estimado
------------------------------------------------------------------------------------
Plantas 250.000 (50%) 500.000
Microrganismos*** 100.000 (1%) 10 Milhões
Animais** 1.100.000 (3%) 40 Milhões
------------------------------------------------------------------------------------
Total Geral 1.450.000 (3%) 50 Milhões
* Só conhecimento taxonômico; ** Grande maioria insetos
*** Microrganismos e insetos são o predomínio no Mundo !!!
CONVENÇÕES DE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
E DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS/ONU
 Principais resultados da Rio 92 - Conferência
da ONU para Meio Ambiente; (RIO +20 !)
 Acordo negociado entre Governos dos Países
das Nações Unidas (191); (188) e (143)
 Tratado Internacional com Força de Lei*, para
Países que ratificam a Convenção;
 Compromisso de cumprir as Decisões aprova-
das nas COPs (Conference of Parties);
“Quem não ratificou nem a Convenção da
Biodiversidade e nem o Protocolo de Kioto
e Por que Não?”
OBJETIVOS DA CONVENÇÃO DA
BIODIVERSIDADE (3)
 Conservação* da Diversidade Biológica ou
da Biodiversidade - CDB;
 Uso Sustentável dos Recursos Genéticos
da Biodiversidade;
 Repartição Justa e Eqüitativa dos Recursos
Biodiversidade.
“A ênfase para os Países Ricos é mais para o
primeiro objetivo: a Conservação”
CONFERÊNCIA DAS PARTES DA
CDB - COP 8
 A Conferência das Partes (COP) é o órgão supremo
decisório no âmbito da CDB - Convenção sobre a
Diversidade Biológica;
 As reuniões da COP são realizadas a cada dois
anos; rodízio entre os continentes:
COP 1:Bahamas 1994; COP 2: Indonésia 1995; COP
3: Argentina 1996; COP 4: Eslováquia 1998; COP 5:
Quênia 2000; COP 6: Holanda 02; COP 7: Malásia 04
COP 8: Brasil 06; COP 9 –Alemanha – 08; COP 10 –
Japão-Nagóia 10; COP 11 – Índia-Hyderabad 12; Coréia Sul
QUANTIFICAÇÃO DA DIVERSIDADE DE
ESPÉCIES DA FLORESTA TROPICAL
 DIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA (REIS, 1996)
– NÚMERO TOTAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS = 35%
– NÚMERO TOTAL DE ESPÉCIES: LIANAS/EPÍFITAS = 42%
– NÚMERO TOTAL DE ESPÉCIES: ARBUSTOS/ERVAS = 23%
 EM 1 SÓ HECTARE DE MATA ATLÂNTICA
– NÚMERO MÉDIO: 150 ESPÉCIES DE ÁRVORES/HA
– NÚMERO TOTAL DE PLANTAS: 500 ESPÉCIES; E
– 50.000 ESPÉCIES DE ANIMAIS/MICRORGANISMOS
ANTÍTESE: 1 SÓ GENÓTIPO/TRANSGÊNICO EM MILHARES DE
HA NA MONOCULTURA DA AGROPECUÁRIA E FLORESTA ?
Biodiversidade Para Quem? (Kricher 97)
 O número de spp de insetos e de microrganismos
nesses ecossistemas é cerca de 100 vezes o número
de plantas (500), ou 50.000 espécies por hectare;
 Na co-evolução* das florestas tropicais, as plantas
passaram a produzir os compostos secundários
químicos, base para os fármacos e fitoterápicos.
 Os Compostos Secundários, ou princípios ativos, vêm
há longo tempo sendo utilizados pelas Comunidades,
utilizando-se do Conhecimento Tradicional;
 Essa prospecção pode ser via Moléculas para a Indústria
de Fármacos, ou compostos ativos pela Indústria de
Fitoterápicos, assim como para as Fármacias Vivas;
 Uso nas Indústrias de Biotecnologia: Biopirataria*
BIOPIRATARIA E BIODIVERSIDADE
(Uso Sustentável e Repartição de Benefícios)
 Lei de Acesso aos Recursos Genéticos e
Repartição Justa e Equitativa de Benefícios
dos Recursos Genéticos da Biodiversidade*;
 Regime Internacional de Acesso aos
Recursos Genéticos; Proposta feita na COP 8
Curitiba-PR; (COP 10 Protocolo Nagóia)*.
Lei de Acesso ao Material Genético e
seus Produtos, aos Conhecimentos
Tradicionais Associados e Repartição de
Benefícios (discutida no CGEN/MMA
por dois anos; na Casa Civil até hoje).
Plantas, animais,
fungos e
microorganismos
Variedades Crioulas
Conhecimentos
Tradicionais Associados
Genes
Biomoléculas
Extratos
CARACTERÍSTICAS
E
PROPRIEDADES
FUNCIONAIS
Material Genético e seus Produtos
Produtos
comerciais
Cultivares
Cosméticos
Fármacos
Quais os problemas para a Lei de Acesso?
i) A biopirataria corre solta, sem a
repartição justa de benefícios;
ii) Os conhecimentos tradicionais não são
valorizados, e sim explorados: povos
indígenas, comunidades tradicionais, ..
iii) A biodiversidade é um patrimônio
nacional; a quem cabe os benefícios?
Em Contrapartida: Desmatamento !!!
USO DAS TERRAS NO BRASIL (850 Mi Ha)
Uso da Terra Área (Ha) Porcentagem
---------------------------------------------------------------------------
Pecuária Total 200 Mi 22%
Agronegócio 80 Mi 10%
Agricult Familiar 100 Mi 12%
Amazônia 450 Mi 50% (17%)*
Pecuária 45 Mi 60%
Pec. Abandonada 20 Mi 30%
Agricultura 10 Mi 10%
---------------------------------------------------------------------------
Pecuária no Brasil tem produtividade de 1,2 cab/ha;
Amazônia menos de 1,0 cab/ha; ideal: 2-3 cab/ha
DESMATAMENTO DAAMAZÔNIA
2/3* DAS EMISSÕES DE CARBONO DO BRASIL
COP 15 (2010) Copenhagen: Brasil redução 38% ?
 EXPLORAÇÃO MADEIREIRA PREDATÓRIA
 PECUÁRIA EXTENSIVA (APÓS MADEIRA)
- AMAZÔNIA: 45 MI HA ( 0,9 CABEÇA/Ha);
- EX-PECUÁRIA: 20 MI HA (ABANDONADOS);
 SOJA INTENSIVA: CERRADO DAAMAZÔNIA
« A PECUÁRIA É PARA REFORMAAGRÁRIA E O
AGRONEGÓCIO QUE NOS ENVENENA* »
As setas indicam os corredores de expansão. Área cultivada
com soja e gado, na Amazônia Brasileira. Fonte:
IBGE. Pecuária: menos de 1 cab/Ha*
Soja e Gado: Avanço na Amazônia
Plano de Ação para Prevenção e Controle
do Desmatamento na Amazônia - CEDAm*
GRUPO PERMANENTE DE TRABALHO INTERMINISTERIAL
SOBRE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA
Instituído por Decreto de 3 de julho de 2003
Reuniu 13 ministérios coordenados pela Casa Civil
da Presidência da República*
Taxa de Desmatamento da
Amazônia Brasileira – 1988/2010
2008: 13 Km2; 2009/12: 07 Km2; 2013: 06 Km2
88/89
03/04
04/05
05/06
06/07
17,6
13,8
11,1
13,8
14,9
29,1
18,2
13,2
17,4 17,3
18,2 18,2
23,1
24,6
27,2
18,7
14
9,6
02/03
01/02
90/91
89/90
98/99
99/00
00/01
93/94
94/95
95/96
96/97
97/98
91/92
CUSTO PARA MANTER A BIODIVERSIDADE*
 REDUZIR DESMATAMENTO E MANEJO SUSTENTÁVEL
– PLANO DE COMBATE AO DESMATAMENTO:
 A ESTRUTURA PARA AS AÇÕES NA AMAZÔNIA DO GT
INTERMINISTARIAL CUSTOU EM TORNO DE US$ 50 MI / ANO. A
REDUÇÃO DE 500 MI HA CUSTOU CERCA DE US$ 100/HA/ANO;
– RECUPERAÇÃO DA FLORESTA:
 O PLANTIO MISTO DE ESPÉCIES NATIVAS PARA A
RESTAURAÇÃO FLORESTAL, OU “REFAZER” A FLORESTA, TEM
FICADO CERCA DE US$ 2.000 / HA;
– MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA:
 MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA, COM MANUTENÇÃO DO
RECURSO E A BIODIVERSIDADE. QUAL O CUSTO PARA MANTER
O SERINGUEIRO NA RESEX? US$ 20,00 / HA / ANO.
Floresta Tropical: Mata Atlântica
Num hectare de Mata Atlântica temos
cerca de 500 espécies vegetais, sendo
em torno de 150 espécies de árvores e
cerca de 350 espécies de não árvores
(lianas, epífitas, arbustos e herbáceas);
Estima-se existirem cerca de 100 vezes
mais espécies de insetos e microorga-
nismos do que de plantas, ou 50 000
espécies por Ha, na Floresta Tropical.
Aplicação: Uso da Biodiversidade*(30 a)
 Biodiversidade e o Uso como Ferramenta nos
Agroecossistemas = Equilíbrio Ecológico;
 1- Amazônia: Ilhas de Alta Produtividade de
Seringueiras - IAPs, no Acre;
 2- Mata Atlântica: Restauração de Áreas
Degradadas com Espécies Nativas;
 3- Plantações de Exóticas com APPs e RLs
como Buffer de Biodiversidade;
 4- Agricultura Familiar: Construção de Novos
Sistemas de Produção com Biodiversidade;
 Considerações Finais: Que lições tirar para o
Uso dessa nossa Biodiversidade?
Biodiversidade Tropical
 A Biodiversidade é a responsável pelo
delicado equilíbrio nas florestas tropicais,
pois biodiversidade e equilíbrio sempre
estão associados nesses ecossistemas.
 O que é então essa tal Biodiversidade
Tropical e como a mesma pode ser
referência para os agroecossistemas?
 Existem experiências de êxito em como
essa biodiversidade pode ser utilizada
como ferramenta nos Agrossistemas?
Biodiversidade Dentro e Entorno do Talhão
ILHAS DE ALTA PRODUTIVIDADE – IAPs
SERINGUEIRAS DO ACRE – AMAZÔNIA
(RESEX CHICO MENDES – 1990/95*)
RESEX NO ACRE – CONSERVAÇÃO E USO
ILHAS DE ALTA PRODUTIVIDADE – IAPs
ACRE - AMAZÔNIA
 A SERINGUEIRA É NATIVA DA AMAZÔNIA E POR
ISSO É ATACADA PELO FUNGO MAL DAS FOLHAS
(Mycrociclus ulei), IMPEDINDO PLANTAÇÕES NA
REGIÃO DE ORIGEM, OU NA AMAZÔNIA;
 O PLANTIO DE PEQUENAS ILHAS (1 Ha)-IAPs DE
SERINGUEIRA NO MEIO DA FLORESTA (RESEX)
TEVE SUCESSO, SEM DOENÇA, A PLANTA FOI
PROTEGIDA PELA BIODIVERSIDADE AO REDOR;
• A BIODIVERSIDADE NO ENTORNO DA ÁREA
PRODUTIVA (TALHÃO) PODE SER IMPORTANTE
PARA O EQUILÍBRIO DOS CULTIVOS, MESMO QUE
SEJAM MONOCULTIVOS CLONAIS.*(Tomate, Eucal)
RESTAURAÇÃO DE MATAS CILIARES COM
ALTA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES NATIVAS
(CESP/ESALQ – 1988/2000)
RESTAURAÇÃO DE MATAS CILIARES COM
ALTA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES
 A Tecnologia para a Restauração de Áreas
Degradadas no Brasil, a partir dos 80, teve resultados
muito importantes, para a valorização das espécies
nativas e para a restauração de matas ciliares;
 O plantio de cerca de 100 ou mais espécies nativas
diferentes juntas por hectare foi tornado possível a
partir da pesquisa desenvolvida por universidades e
instituições de pesquisas nessas duas últimas décadas;
•Os dois conceitos fundamentais utilizados para essa
restauração foram basicamente: i) a diversidade de
espécies (100) e ii) a sucessão ecológica (P,I,T,C).
MODELO BÁSICO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE GRUPOS ECOLÓGICOS
(BUDOWSKI, 1966)
RESTAURAÇÃO: BIODIVERSIDADE E SUCESSÃO
ALTA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES E
EQUILÍBRIO DO ECOSSISTEMA
 Não se tem constatado ataque de pragas e/ou doenças,
em nenhuma dessas 100 espécies, o que parece
surpreendente, comparando-se com outras culturas;
 Mesmo as formigas cortadeiras, as mais temíveis e
incontroláveis por meios naturais, não têm necessitado
mais do seu controle, após os dois anos do plantio;
 Deve-se creditar o não ataque de pragas e doenças
nessas plantações mistas à alta diversidade de espécies,
à maneira do que ocorre nas florestas naturais.
PROJETO (APLICAÇÃO):
RESTAURAÇÃO FLORESTAL E
QUANTIFICAÇÃO DE SEQUESTRO DE
CARBONO NA AES TIETÊ
MDL/ONU – Convenção de Mudanças Climáticas
Cooperação: ESALQ/USP e AES Tietê
2008-2013 – 10 000 Ha
Dar suporte técnico-científico às diferentes
etapas do plantio de restauração, visando à
maximização da remoção de carbono
atmosférico e também da restauração da
biodiversidade, por métodos que visam
aprimorar as técnicas existentes.
Objetivo geral
 Importância da cooperação universidade x empresa: avanço da
pesquisa e contribuição com novas tecnologias;
 Implementação da Metodologia ARAM 0010 nas condições de
restauração de áreas degradadas ciliares; CMC/ONU
 Consolidação e continuidade de 20 anos de pesquisa da
ESALQ/USP através do Projeto Carbono AES;
 O projeto visa contribuir com o meio ambiente, assim como
com comunidades vizinhas (social).
RESTAURAÇÃO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Sequestro de C em reflorestamentos heterogêneos
com espécies nativas
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (anos)
EstoquedeC(tC/ha)
Melo e Durigan, 2006 CURVA AES Dados AES Suganuma, 2007
PLANTIOS DE EUCALIPTOS COM APPs
E RESERVAS LEGAIS
(EMPRESA FLORESTAL – 2008)
CÓDIGO FLORESTAL ??
PLANTIOS DE EUCALIPTOS CLONAIS
COM APPs E RESERVAS LEGAIS
 Os plantios de florestas no Brasil, basicamente com
espécies exóticas (Eucalyptus e Pinus), teve grande
impulso com os incentivos fiscais e se consolidou,
embora com débitos sociais/ambientais;
 O setor de plantações florestais foi o pioneiro em
incorporar as APPs e RLs em suas plantações, por
importante e significativo segmento do setor;
 Plantações florestais não têm esquemas de
proteção às pragas e doenças a partir de
agrotóxicos por avião*; as APPs e RLs - ou a
biodiversidade natural - é a única ferramenta.
Plantação Florestal
Floresta Natural
(APP)
Uma especie/clones
80-100 espécies diferentes
x
PLANTIOS DE EUCALIPTOS COM APPs
E RESERVAS LEGAIS
 Pesquisas têm mostrado que talhões clonais de
Eucaliptos, com baixa diversidade genética, com
áreas de APPs e RLs no entorno* apresentam
muito menor ataque de pragas e doenças;
 Dessa forma, a biodiversidade nativa tem sido
uma ferramenta importante para possibilitar o
não uso em grande escala de agrotóxicos nos
empreendimentos de florestas de exóticas*(Ex?).
AGROBIODIVERSIDADE NA
AGRICULTURA FAMILIAR – SAFs e SSPs
(Assentamentos Reforma Agrária 1995/2012)
ESTABELECIMENTOS RURAIS E PRODUÇÃO DE
ALIMENTOS NO BRASIL
Categorias No Estabeleci/ % Área Ha % Financia/
-----------------------------------------------------------------------------------------------
Patronal 554 mil 11,4 240 mi 67,9 73,8
Familiar 4.139 mil 85,2 107 mi 30,5 25,3
Outros** 164 mil 3,4 5,8 mi 1,7 0,9
-----------------------------------------------------------------------------------------------
FONTE: CNPq (2002) ; ** Governo e Igreja
BIODIVERSIDADE EM PEQUENAS
PROPRIEDADES FAMILIARES
 Agricultores Familiares vêm usando técnicas
de SAFs-Sistemas Agroflorestais, com espécies
arbóreas e agrícolas na áreas de produção,
com maior equilíbrio nos agroecossistemas;
 Espécies de luz e de sombra são associadas
em modelos adequados, usando os nutrientes do
solo com as raízes profundas das árvores e as
raízes rasas das plantas agrícolas*.
 NACE/ESALQ: Pesquisas com Assentamentos
Rurais – Sistemas de Produção baseados na
Biodiversidade e Agroecologia (1995-2012)*
Exemplo de estrutura que queremos !!
“PROJ BIOENERGIA COM BIODIVERSIDADE
E SEGURANÇA ALIMENTAR - PONTAL (SP)”
 Projeto mais recente, financiado pelo MDA:
Uso de Palmeira Nativa da Região-Macaúba,
que produz 10 vezes mais do que a Soja (sic);
SAF de Macaúba* com plantas alimentares;
 Pesquisa Participativa com a Comunidade, com
parcerias Locais: APTA, Embrapa, IAC, INCRA,
ITESP e Empresa Esmagadora, com um forte
componente de Formação, Educação e Extensão;
 O desafio, como dito, é: como ampliar essa
forma de produção + sustentável de Agricultura
para a comunidade de 6 Mil Famílias do Pontal !
Mapeamento de Populações
Nativas de Macaúba (5 Mil Ha ?)
Produtividade da Macaúba*
densidade de plantio
nas APD (ind/ha)
Rendimento óleo (kg/
ha)
Hipótese A Hipótese B
500 8 000 10 500
A produtividade estimada é
de 10 vezes mais que a soja!
Potencial!
“O MDA aprovou a 1a Fase do projeto Macaúba e renovou
por mais 2 anos(2014), totalizando 80 famílias assentadas”*
“PROJ ASSENTAMENTO SUSTENTÁVEL NO
EXTREMO SUL DA BAHIA”
 Fomos convidados pela Empresa Fibria* a
fazer com o MST um Projeto de Assentamento
Sustentável, com princípios da Agroecologia,
com Cessão das Terras para Reforma Agrária;
 O MST aceitou a proposta propondo que junto
com o Projeto de Assentamento fosse criado um
Centro de Formação e Educação sobre
Agroecologia e SAFs, visando a comunidade;
 O Centro de Formação foi inaugurado com a
presença do Governador da Bahia; Pesquisadores
da ESALQ, junto com Técnicos e Agricultores do
MST, iniciaram o Projeto em Junho de 2012.
Bela Manhã, 5 anos de acampamento (lona!)
Recepção pelos Acampados do
MST Local !
Objetivos e estrutura do Centro de
Formação do Sul da Bahia (Esalq/Mst)
Centro referência regional – Agroecologia
Área demonstrativa de tecnologias adequadas
Centro de educação sócio-ambiental
Modelo de eficiência ambiental
Formação : Agricultores, Técnicos, Comunidade
Cadeias Produtivas e Agroindústrias
 Fruticultura tropical – em SAFs
 Hortifrutigranjeiros – Orgânicos
 Medicinais e Fúngicos (Fiocruz)
 Leite e derivados - Pequenos Animais
 Cacau orgânico – (Cabruca)
 Produtos Florestais não madeireiros
– Sementes Florestais, Mel , Ornamentais, ...
 Produtos Madeireiros de alto valor agregado
Embasamento técnico e científico para
viabilizar as Cadeias Produtivas !!!
CULTIVO ORGÂNICO EM APIAÍ-SP NO
VALE DO RIBEIRA (IAP*)
 PLANTIO DE TOMATE RODEADO DE
BIODIVERSIDADE (ORGÂNICO), EM PEQUENAS
CLAREIRAS NA MATA ATLÂNTICA;
 POSSIBILIDADE TAMBÉM DO PLANTIO DE
OUTRAS ESPÉCIES NATIVAS, MUITO
ATACADAS POR PRAGAS E/OU DOENÇAS;
 É A BIODIVERSIDADE NO ENTORNO DA ÁREA
PRODUTIVA, FAZENDO O PAPEL DE BUFFER,
PROTEGENDO O TALHÃO CARRO-CHEFE.
Produção agroecológica de Tomate
Controle biológico - ISCA
COMPARAÇÃO DE CULTIVO DE TOMATE
CONVENCIONAL E ORGÂNICO EM APIAI-SP
Cultivos Produtividade Custo Retorno
Tipos por 1000 pés Produção Econômico
----------------------------------------------------------------------------
Convencional 200 Cx 5.000,00 1.000,00
Orgânico (Mata) 50 Cx(100 cx) 700,00 800,00*
----------------------------------------------------------------------------
Tomas & Kageyama (2011, Diss Mestrado)
Obs: Preço/Cx: R$ 30; Convencional: 36 aplicações*
Cultivo da Banana no Vale do Ribeira:
Convencional X Orgânico (SAF)
Melo, C.V. (2009) – Eldorado-SP
Tipo Cultivo Convencional SAF Orgânico
------------------------------------------------------------------
No Pessoas 7 6
Ha em Uso 6 5
Hs Semana 36 45
M.O Contratada 10 0
M.O Mutirão 0 0,5
------------------------------------------------------------------
RESUMO FINAL DO PROJETO DA BANANA
Produtividade Convencional SAF Orgânico
-----------------------------------------------------------------
Kg/Pl Banana 30,6 6,8
Custo Produção 7.812,30 172,30
Renda Liqu/Ha 1.858,60 2.572,10
-----------------------------------------------------------------
Obs. Conceito de Produtividade ?
CONSIDERAÇÃO FINAIS
 Brasil: País de Maior Biodiversidade: a Convenção da
Biodiversidade atende muito mais a Conservação do
que o Uso Sustentável e Repartição de Benefícios;
 A Biodiversidade pode ser Ferramenta de Equilíbrio:
agroecossistemas construídos com alta diversidade
são altamente vantajosos para a Agricultura Familiar;
 Tem-se questionado as tecnologias que vêm sendo
adotadas para o meio rural, baseadas no uso cada vez
maior de agrotóxicos* (Saúde Humana);
 Áreas mal usadas da Pecuária (200 M Ha): prioritárias
para a Reforma Agrária e a Produção de Alimentos
Saudáveis e Socialmente Justas (Cod Ftal e Rio + 20).
Prof. Paulo Kageyama
ESALQ. Universidade de São Paulo
pkageyama@usp.br

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  • 1. BIODIVERSIDADE TROPICAL: CÓDIGO FLORESTAL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS Repórter do Futuro – Floresta Tropical IEA-São Paulo, 25/05/2013 Paulo Kageyama ESALQ/USP
  • 2. LARGEA - ESALQ / USP Laboratório Reprodução Genética Espécies Arbóreas  Estudo da Biodiversidade das Florestas Tropicais com Técnicas de Genética Molecular;  Aplicação desses Conhecimentos em Projetos SocioAmbientais nos diversos Biomas;  Esses Conhecimentos tomam Importância cada vez maior no Debate Internacional e Nacional: – Biodiversidade - Convenção da Biodiversidade* – Mudanças Climáticas – Convenção do Clima – Código Florestal - Congr. Nacional; Sociedade – Rio + 20: Internacional – Economia Verde
  • 3. BIODIVERSIDADE - CONTEXTO MUNDIAL  O BRASIL É O PAÍS DE MAIOR BIODIVERSIDADE DO PLANETA: E DAÍ? IMPORTÂNCIA SOCIO- AMBIENTAL, RESPONSABILIDADES E DESAFIOS;  IMPORTÂNCIA: PERPECTIVAS PARA A SUA CONSERVAÇÃO** E, PRINCIPALMENTE, O USO SUSTENTÁVEL* E REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS*;  O BRASIL POSSUI 20% DA BIODIVERSIDADE DO PLANETA, 25 MI AMAZÔNIDAS, 200 ETNIAS DE ÍNDÍGENAS, BIOMAS DE ALTA BIODIVERSIDADE. “A AMAZÔNIA É A PRINCIPAL QUESTÃO: POR QUE?” “MAIOR E 85% AINDA EM PÉ”
  • 4. RANKING MUNDIAL DE BIODIVERSIDADE DOS PAÍSES DO PLANETA Mittermeier et al. (1997) (CI) PAÍSES DIVERSIDADE * ENDEMISMO * TOTAL ------------------------------------------------------------------------------------ BRASIL 30 18 48 INDONÉSIA 18 22 40 COLÔMBIA 26 10 36 AUSTRÁLIA 05 16 21 MÉXICO 08 07 15 MADAGASCAR 02 12 14 ------------------------------------------------------------------------------------- *Diversidade: Organismos escolhidos; Endemismo: só no Brasil
  • 5. BIODIVERSIDADE DAS FLORESTAS TROPICAIS O QUE TEMOS? O QUE CONHECEMOS? ORGANISMOS Total Conhecido* Total Estimado ------------------------------------------------------------------------------------ Plantas 250.000 (50%) 500.000 Microrganismos*** 100.000 (1%) 10 Milhões Animais** 1.100.000 (3%) 40 Milhões ------------------------------------------------------------------------------------ Total Geral 1.450.000 (3%) 50 Milhões * Só conhecimento taxonômico; ** Grande maioria insetos *** Microrganismos e insetos são o predomínio no Mundo !!!
  • 6. CONVENÇÕES DE DIVERSIDADE BIOLÓGICA E DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS/ONU  Principais resultados da Rio 92 - Conferência da ONU para Meio Ambiente; (RIO +20 !)  Acordo negociado entre Governos dos Países das Nações Unidas (191); (188) e (143)  Tratado Internacional com Força de Lei*, para Países que ratificam a Convenção;  Compromisso de cumprir as Decisões aprova- das nas COPs (Conference of Parties); “Quem não ratificou nem a Convenção da Biodiversidade e nem o Protocolo de Kioto e Por que Não?”
  • 7. OBJETIVOS DA CONVENÇÃO DA BIODIVERSIDADE (3)  Conservação* da Diversidade Biológica ou da Biodiversidade - CDB;  Uso Sustentável dos Recursos Genéticos da Biodiversidade;  Repartição Justa e Eqüitativa dos Recursos Biodiversidade. “A ênfase para os Países Ricos é mais para o primeiro objetivo: a Conservação”
  • 8. CONFERÊNCIA DAS PARTES DA CDB - COP 8  A Conferência das Partes (COP) é o órgão supremo decisório no âmbito da CDB - Convenção sobre a Diversidade Biológica;  As reuniões da COP são realizadas a cada dois anos; rodízio entre os continentes: COP 1:Bahamas 1994; COP 2: Indonésia 1995; COP 3: Argentina 1996; COP 4: Eslováquia 1998; COP 5: Quênia 2000; COP 6: Holanda 02; COP 7: Malásia 04 COP 8: Brasil 06; COP 9 –Alemanha – 08; COP 10 – Japão-Nagóia 10; COP 11 – Índia-Hyderabad 12; Coréia Sul
  • 9. QUANTIFICAÇÃO DA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES DA FLORESTA TROPICAL  DIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA (REIS, 1996) – NÚMERO TOTAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS = 35% – NÚMERO TOTAL DE ESPÉCIES: LIANAS/EPÍFITAS = 42% – NÚMERO TOTAL DE ESPÉCIES: ARBUSTOS/ERVAS = 23%  EM 1 SÓ HECTARE DE MATA ATLÂNTICA – NÚMERO MÉDIO: 150 ESPÉCIES DE ÁRVORES/HA – NÚMERO TOTAL DE PLANTAS: 500 ESPÉCIES; E – 50.000 ESPÉCIES DE ANIMAIS/MICRORGANISMOS ANTÍTESE: 1 SÓ GENÓTIPO/TRANSGÊNICO EM MILHARES DE HA NA MONOCULTURA DA AGROPECUÁRIA E FLORESTA ?
  • 10. Biodiversidade Para Quem? (Kricher 97)  O número de spp de insetos e de microrganismos nesses ecossistemas é cerca de 100 vezes o número de plantas (500), ou 50.000 espécies por hectare;  Na co-evolução* das florestas tropicais, as plantas passaram a produzir os compostos secundários químicos, base para os fármacos e fitoterápicos.  Os Compostos Secundários, ou princípios ativos, vêm há longo tempo sendo utilizados pelas Comunidades, utilizando-se do Conhecimento Tradicional;  Essa prospecção pode ser via Moléculas para a Indústria de Fármacos, ou compostos ativos pela Indústria de Fitoterápicos, assim como para as Fármacias Vivas;  Uso nas Indústrias de Biotecnologia: Biopirataria*
  • 11. BIOPIRATARIA E BIODIVERSIDADE (Uso Sustentável e Repartição de Benefícios)  Lei de Acesso aos Recursos Genéticos e Repartição Justa e Equitativa de Benefícios dos Recursos Genéticos da Biodiversidade*;  Regime Internacional de Acesso aos Recursos Genéticos; Proposta feita na COP 8 Curitiba-PR; (COP 10 Protocolo Nagóia)*.
  • 12. Lei de Acesso ao Material Genético e seus Produtos, aos Conhecimentos Tradicionais Associados e Repartição de Benefícios (discutida no CGEN/MMA por dois anos; na Casa Civil até hoje).
  • 13. Plantas, animais, fungos e microorganismos Variedades Crioulas Conhecimentos Tradicionais Associados Genes Biomoléculas Extratos CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES FUNCIONAIS Material Genético e seus Produtos Produtos comerciais Cultivares Cosméticos Fármacos
  • 14. Quais os problemas para a Lei de Acesso? i) A biopirataria corre solta, sem a repartição justa de benefícios; ii) Os conhecimentos tradicionais não são valorizados, e sim explorados: povos indígenas, comunidades tradicionais, .. iii) A biodiversidade é um patrimônio nacional; a quem cabe os benefícios? Em Contrapartida: Desmatamento !!!
  • 15. USO DAS TERRAS NO BRASIL (850 Mi Ha) Uso da Terra Área (Ha) Porcentagem --------------------------------------------------------------------------- Pecuária Total 200 Mi 22% Agronegócio 80 Mi 10% Agricult Familiar 100 Mi 12% Amazônia 450 Mi 50% (17%)* Pecuária 45 Mi 60% Pec. Abandonada 20 Mi 30% Agricultura 10 Mi 10% --------------------------------------------------------------------------- Pecuária no Brasil tem produtividade de 1,2 cab/ha; Amazônia menos de 1,0 cab/ha; ideal: 2-3 cab/ha
  • 16. DESMATAMENTO DAAMAZÔNIA 2/3* DAS EMISSÕES DE CARBONO DO BRASIL COP 15 (2010) Copenhagen: Brasil redução 38% ?  EXPLORAÇÃO MADEIREIRA PREDATÓRIA  PECUÁRIA EXTENSIVA (APÓS MADEIRA) - AMAZÔNIA: 45 MI HA ( 0,9 CABEÇA/Ha); - EX-PECUÁRIA: 20 MI HA (ABANDONADOS);  SOJA INTENSIVA: CERRADO DAAMAZÔNIA « A PECUÁRIA É PARA REFORMAAGRÁRIA E O AGRONEGÓCIO QUE NOS ENVENENA* »
  • 17.
  • 18.
  • 19. As setas indicam os corredores de expansão. Área cultivada com soja e gado, na Amazônia Brasileira. Fonte: IBGE. Pecuária: menos de 1 cab/Ha* Soja e Gado: Avanço na Amazônia
  • 20. Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia - CEDAm* GRUPO PERMANENTE DE TRABALHO INTERMINISTERIAL SOBRE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA Instituído por Decreto de 3 de julho de 2003 Reuniu 13 ministérios coordenados pela Casa Civil da Presidência da República*
  • 21. Taxa de Desmatamento da Amazônia Brasileira – 1988/2010 2008: 13 Km2; 2009/12: 07 Km2; 2013: 06 Km2 88/89 03/04 04/05 05/06 06/07 17,6 13,8 11,1 13,8 14,9 29,1 18,2 13,2 17,4 17,3 18,2 18,2 23,1 24,6 27,2 18,7 14 9,6 02/03 01/02 90/91 89/90 98/99 99/00 00/01 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 91/92
  • 22. CUSTO PARA MANTER A BIODIVERSIDADE*  REDUZIR DESMATAMENTO E MANEJO SUSTENTÁVEL – PLANO DE COMBATE AO DESMATAMENTO:  A ESTRUTURA PARA AS AÇÕES NA AMAZÔNIA DO GT INTERMINISTARIAL CUSTOU EM TORNO DE US$ 50 MI / ANO. A REDUÇÃO DE 500 MI HA CUSTOU CERCA DE US$ 100/HA/ANO; – RECUPERAÇÃO DA FLORESTA:  O PLANTIO MISTO DE ESPÉCIES NATIVAS PARA A RESTAURAÇÃO FLORESTAL, OU “REFAZER” A FLORESTA, TEM FICADO CERCA DE US$ 2.000 / HA; – MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA:  MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA, COM MANUTENÇÃO DO RECURSO E A BIODIVERSIDADE. QUAL O CUSTO PARA MANTER O SERINGUEIRO NA RESEX? US$ 20,00 / HA / ANO.
  • 23.
  • 24. Floresta Tropical: Mata Atlântica Num hectare de Mata Atlântica temos cerca de 500 espécies vegetais, sendo em torno de 150 espécies de árvores e cerca de 350 espécies de não árvores (lianas, epífitas, arbustos e herbáceas); Estima-se existirem cerca de 100 vezes mais espécies de insetos e microorga- nismos do que de plantas, ou 50 000 espécies por Ha, na Floresta Tropical.
  • 25. Aplicação: Uso da Biodiversidade*(30 a)  Biodiversidade e o Uso como Ferramenta nos Agroecossistemas = Equilíbrio Ecológico;  1- Amazônia: Ilhas de Alta Produtividade de Seringueiras - IAPs, no Acre;  2- Mata Atlântica: Restauração de Áreas Degradadas com Espécies Nativas;  3- Plantações de Exóticas com APPs e RLs como Buffer de Biodiversidade;  4- Agricultura Familiar: Construção de Novos Sistemas de Produção com Biodiversidade;  Considerações Finais: Que lições tirar para o Uso dessa nossa Biodiversidade?
  • 26.
  • 27. Biodiversidade Tropical  A Biodiversidade é a responsável pelo delicado equilíbrio nas florestas tropicais, pois biodiversidade e equilíbrio sempre estão associados nesses ecossistemas.  O que é então essa tal Biodiversidade Tropical e como a mesma pode ser referência para os agroecossistemas?  Existem experiências de êxito em como essa biodiversidade pode ser utilizada como ferramenta nos Agrossistemas? Biodiversidade Dentro e Entorno do Talhão
  • 28. ILHAS DE ALTA PRODUTIVIDADE – IAPs SERINGUEIRAS DO ACRE – AMAZÔNIA (RESEX CHICO MENDES – 1990/95*)
  • 29. RESEX NO ACRE – CONSERVAÇÃO E USO
  • 30.
  • 31. ILHAS DE ALTA PRODUTIVIDADE – IAPs ACRE - AMAZÔNIA  A SERINGUEIRA É NATIVA DA AMAZÔNIA E POR ISSO É ATACADA PELO FUNGO MAL DAS FOLHAS (Mycrociclus ulei), IMPEDINDO PLANTAÇÕES NA REGIÃO DE ORIGEM, OU NA AMAZÔNIA;  O PLANTIO DE PEQUENAS ILHAS (1 Ha)-IAPs DE SERINGUEIRA NO MEIO DA FLORESTA (RESEX) TEVE SUCESSO, SEM DOENÇA, A PLANTA FOI PROTEGIDA PELA BIODIVERSIDADE AO REDOR; • A BIODIVERSIDADE NO ENTORNO DA ÁREA PRODUTIVA (TALHÃO) PODE SER IMPORTANTE PARA O EQUILÍBRIO DOS CULTIVOS, MESMO QUE SEJAM MONOCULTIVOS CLONAIS.*(Tomate, Eucal)
  • 32.
  • 33.
  • 34. RESTAURAÇÃO DE MATAS CILIARES COM ALTA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES NATIVAS (CESP/ESALQ – 1988/2000)
  • 35. RESTAURAÇÃO DE MATAS CILIARES COM ALTA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES  A Tecnologia para a Restauração de Áreas Degradadas no Brasil, a partir dos 80, teve resultados muito importantes, para a valorização das espécies nativas e para a restauração de matas ciliares;  O plantio de cerca de 100 ou mais espécies nativas diferentes juntas por hectare foi tornado possível a partir da pesquisa desenvolvida por universidades e instituições de pesquisas nessas duas últimas décadas; •Os dois conceitos fundamentais utilizados para essa restauração foram basicamente: i) a diversidade de espécies (100) e ii) a sucessão ecológica (P,I,T,C).
  • 36. MODELO BÁSICO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE GRUPOS ECOLÓGICOS (BUDOWSKI, 1966) RESTAURAÇÃO: BIODIVERSIDADE E SUCESSÃO
  • 37. ALTA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES E EQUILÍBRIO DO ECOSSISTEMA  Não se tem constatado ataque de pragas e/ou doenças, em nenhuma dessas 100 espécies, o que parece surpreendente, comparando-se com outras culturas;  Mesmo as formigas cortadeiras, as mais temíveis e incontroláveis por meios naturais, não têm necessitado mais do seu controle, após os dois anos do plantio;  Deve-se creditar o não ataque de pragas e doenças nessas plantações mistas à alta diversidade de espécies, à maneira do que ocorre nas florestas naturais.
  • 38.
  • 39.
  • 40. PROJETO (APLICAÇÃO): RESTAURAÇÃO FLORESTAL E QUANTIFICAÇÃO DE SEQUESTRO DE CARBONO NA AES TIETÊ MDL/ONU – Convenção de Mudanças Climáticas Cooperação: ESALQ/USP e AES Tietê 2008-2013 – 10 000 Ha
  • 41. Dar suporte técnico-científico às diferentes etapas do plantio de restauração, visando à maximização da remoção de carbono atmosférico e também da restauração da biodiversidade, por métodos que visam aprimorar as técnicas existentes. Objetivo geral
  • 42.  Importância da cooperação universidade x empresa: avanço da pesquisa e contribuição com novas tecnologias;  Implementação da Metodologia ARAM 0010 nas condições de restauração de áreas degradadas ciliares; CMC/ONU  Consolidação e continuidade de 20 anos de pesquisa da ESALQ/USP através do Projeto Carbono AES;  O projeto visa contribuir com o meio ambiente, assim como com comunidades vizinhas (social). RESTAURAÇÃO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS
  • 43. Sequestro de C em reflorestamentos heterogêneos com espécies nativas 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Idade (anos) EstoquedeC(tC/ha) Melo e Durigan, 2006 CURVA AES Dados AES Suganuma, 2007
  • 44.
  • 45. PLANTIOS DE EUCALIPTOS COM APPs E RESERVAS LEGAIS (EMPRESA FLORESTAL – 2008) CÓDIGO FLORESTAL ??
  • 46. PLANTIOS DE EUCALIPTOS CLONAIS COM APPs E RESERVAS LEGAIS  Os plantios de florestas no Brasil, basicamente com espécies exóticas (Eucalyptus e Pinus), teve grande impulso com os incentivos fiscais e se consolidou, embora com débitos sociais/ambientais;  O setor de plantações florestais foi o pioneiro em incorporar as APPs e RLs em suas plantações, por importante e significativo segmento do setor;  Plantações florestais não têm esquemas de proteção às pragas e doenças a partir de agrotóxicos por avião*; as APPs e RLs - ou a biodiversidade natural - é a única ferramenta.
  • 47. Plantação Florestal Floresta Natural (APP) Uma especie/clones 80-100 espécies diferentes x
  • 48. PLANTIOS DE EUCALIPTOS COM APPs E RESERVAS LEGAIS  Pesquisas têm mostrado que talhões clonais de Eucaliptos, com baixa diversidade genética, com áreas de APPs e RLs no entorno* apresentam muito menor ataque de pragas e doenças;  Dessa forma, a biodiversidade nativa tem sido uma ferramenta importante para possibilitar o não uso em grande escala de agrotóxicos nos empreendimentos de florestas de exóticas*(Ex?).
  • 49.
  • 50. AGROBIODIVERSIDADE NA AGRICULTURA FAMILIAR – SAFs e SSPs (Assentamentos Reforma Agrária 1995/2012)
  • 51. ESTABELECIMENTOS RURAIS E PRODUÇÃO DE ALIMENTOS NO BRASIL Categorias No Estabeleci/ % Área Ha % Financia/ ----------------------------------------------------------------------------------------------- Patronal 554 mil 11,4 240 mi 67,9 73,8 Familiar 4.139 mil 85,2 107 mi 30,5 25,3 Outros** 164 mil 3,4 5,8 mi 1,7 0,9 ----------------------------------------------------------------------------------------------- FONTE: CNPq (2002) ; ** Governo e Igreja
  • 52. BIODIVERSIDADE EM PEQUENAS PROPRIEDADES FAMILIARES  Agricultores Familiares vêm usando técnicas de SAFs-Sistemas Agroflorestais, com espécies arbóreas e agrícolas na áreas de produção, com maior equilíbrio nos agroecossistemas;  Espécies de luz e de sombra são associadas em modelos adequados, usando os nutrientes do solo com as raízes profundas das árvores e as raízes rasas das plantas agrícolas*.  NACE/ESALQ: Pesquisas com Assentamentos Rurais – Sistemas de Produção baseados na Biodiversidade e Agroecologia (1995-2012)*
  • 53.
  • 54.
  • 55. Exemplo de estrutura que queremos !!
  • 56. “PROJ BIOENERGIA COM BIODIVERSIDADE E SEGURANÇA ALIMENTAR - PONTAL (SP)”  Projeto mais recente, financiado pelo MDA: Uso de Palmeira Nativa da Região-Macaúba, que produz 10 vezes mais do que a Soja (sic); SAF de Macaúba* com plantas alimentares;  Pesquisa Participativa com a Comunidade, com parcerias Locais: APTA, Embrapa, IAC, INCRA, ITESP e Empresa Esmagadora, com um forte componente de Formação, Educação e Extensão;  O desafio, como dito, é: como ampliar essa forma de produção + sustentável de Agricultura para a comunidade de 6 Mil Famílias do Pontal !
  • 57. Mapeamento de Populações Nativas de Macaúba (5 Mil Ha ?)
  • 58.
  • 59. Produtividade da Macaúba* densidade de plantio nas APD (ind/ha) Rendimento óleo (kg/ ha) Hipótese A Hipótese B 500 8 000 10 500 A produtividade estimada é de 10 vezes mais que a soja! Potencial! “O MDA aprovou a 1a Fase do projeto Macaúba e renovou por mais 2 anos(2014), totalizando 80 famílias assentadas”*
  • 60. “PROJ ASSENTAMENTO SUSTENTÁVEL NO EXTREMO SUL DA BAHIA”  Fomos convidados pela Empresa Fibria* a fazer com o MST um Projeto de Assentamento Sustentável, com princípios da Agroecologia, com Cessão das Terras para Reforma Agrária;  O MST aceitou a proposta propondo que junto com o Projeto de Assentamento fosse criado um Centro de Formação e Educação sobre Agroecologia e SAFs, visando a comunidade;  O Centro de Formação foi inaugurado com a presença do Governador da Bahia; Pesquisadores da ESALQ, junto com Técnicos e Agricultores do MST, iniciaram o Projeto em Junho de 2012.
  • 61. Bela Manhã, 5 anos de acampamento (lona!)
  • 62. Recepção pelos Acampados do MST Local !
  • 63. Objetivos e estrutura do Centro de Formação do Sul da Bahia (Esalq/Mst) Centro referência regional – Agroecologia Área demonstrativa de tecnologias adequadas Centro de educação sócio-ambiental Modelo de eficiência ambiental Formação : Agricultores, Técnicos, Comunidade
  • 64. Cadeias Produtivas e Agroindústrias  Fruticultura tropical – em SAFs  Hortifrutigranjeiros – Orgânicos  Medicinais e Fúngicos (Fiocruz)  Leite e derivados - Pequenos Animais  Cacau orgânico – (Cabruca)  Produtos Florestais não madeireiros – Sementes Florestais, Mel , Ornamentais, ...  Produtos Madeireiros de alto valor agregado Embasamento técnico e científico para viabilizar as Cadeias Produtivas !!!
  • 65. CULTIVO ORGÂNICO EM APIAÍ-SP NO VALE DO RIBEIRA (IAP*)  PLANTIO DE TOMATE RODEADO DE BIODIVERSIDADE (ORGÂNICO), EM PEQUENAS CLAREIRAS NA MATA ATLÂNTICA;  POSSIBILIDADE TAMBÉM DO PLANTIO DE OUTRAS ESPÉCIES NATIVAS, MUITO ATACADAS POR PRAGAS E/OU DOENÇAS;  É A BIODIVERSIDADE NO ENTORNO DA ÁREA PRODUTIVA, FAZENDO O PAPEL DE BUFFER, PROTEGENDO O TALHÃO CARRO-CHEFE.
  • 66. Produção agroecológica de Tomate Controle biológico - ISCA
  • 67. COMPARAÇÃO DE CULTIVO DE TOMATE CONVENCIONAL E ORGÂNICO EM APIAI-SP Cultivos Produtividade Custo Retorno Tipos por 1000 pés Produção Econômico ---------------------------------------------------------------------------- Convencional 200 Cx 5.000,00 1.000,00 Orgânico (Mata) 50 Cx(100 cx) 700,00 800,00* ---------------------------------------------------------------------------- Tomas & Kageyama (2011, Diss Mestrado) Obs: Preço/Cx: R$ 30; Convencional: 36 aplicações*
  • 68. Cultivo da Banana no Vale do Ribeira: Convencional X Orgânico (SAF) Melo, C.V. (2009) – Eldorado-SP Tipo Cultivo Convencional SAF Orgânico ------------------------------------------------------------------ No Pessoas 7 6 Ha em Uso 6 5 Hs Semana 36 45 M.O Contratada 10 0 M.O Mutirão 0 0,5 ------------------------------------------------------------------
  • 69. RESUMO FINAL DO PROJETO DA BANANA Produtividade Convencional SAF Orgânico ----------------------------------------------------------------- Kg/Pl Banana 30,6 6,8 Custo Produção 7.812,30 172,30 Renda Liqu/Ha 1.858,60 2.572,10 ----------------------------------------------------------------- Obs. Conceito de Produtividade ?
  • 70. CONSIDERAÇÃO FINAIS  Brasil: País de Maior Biodiversidade: a Convenção da Biodiversidade atende muito mais a Conservação do que o Uso Sustentável e Repartição de Benefícios;  A Biodiversidade pode ser Ferramenta de Equilíbrio: agroecossistemas construídos com alta diversidade são altamente vantajosos para a Agricultura Familiar;  Tem-se questionado as tecnologias que vêm sendo adotadas para o meio rural, baseadas no uso cada vez maior de agrotóxicos* (Saúde Humana);  Áreas mal usadas da Pecuária (200 M Ha): prioritárias para a Reforma Agrária e a Produção de Alimentos Saudáveis e Socialmente Justas (Cod Ftal e Rio + 20).
  • 71. Prof. Paulo Kageyama ESALQ. Universidade de São Paulo pkageyama@usp.br