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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES
          CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
    ESPECIALIZAÇÃO EM LINGUAGEM, ENSINO E TECNOLOGIA




   GÊNEROS TEXTUAIS MEDIADOS POR COMPUTADOR:
APRENDIZAGENS E PRÁTICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL E
                     MÉDIO


               LUCIANE HEFFEL DE OLIVEIRA




                   Lajeado, março de 2009
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES
          CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
    ESPECIALIZAÇÃO EM LINGUAGEM, ENSINO E TECNOLOGIA




   GÊNEROS TEXTUAIS MEDIADOS POR COMPUTADOR:
APRENDIZAGENS E PRÁTICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL E
                     MÉDIO


               LUCIANE HEFFEL DE OLIVEIRA


                          Projeto de Pesquisa apresentado como
                          exigência parcial no Curso de Pós-
                          Graduação em Linguagem, Ensino e
                          Tecnologias, para obtenção de título de
                          Especialista em Linguagem, Ensino e
                          Tecnologias.

                          Orientadora: Profª. Maria Elisabete Bersch




                     Lajeado, março de 2009.
“Se a humanidade construiu outros tempos, mais rápidos, mais
  violentos, outros que os das plantas e dos animais, é porque
      dispõe deste extraordinário instrumento de memória e de
         programação das representações que é a linguagem”.
                                                 Pierre Lévy(1993)
3




                                    RESUMO


      O progresso e evolução das tecnologias, principalmente as tecnologias de
comunicação, vêm produzindo novos gêneros textuais, chamados de gêneros
textuais emergentes mediados por computador por Marcuschi(2002). Cada vez
mais, gêneros textuais como o e-mail, o bate-papo, o blog estão presentes nas
tarefas mais corriqueiras da sociedade propiciando maior interação entre os sujeitos.
A escola não pode ficar alienada a esta realidade que a cerca. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) do Ensino Fundamental e Ensino Médio procuram
orientar o trabalho docente no que se refere aos gêneros textuais emergentes
mediados por computador. No entanto, nos PCNs Ensino Fundamental percebe-se
uma mera alusão à tecnologia, não se atendo aos gêneros textuais mediados por
computador. Enquanto isso, no Ensino Médio, cuja organização curricular difere
daquela do Ensino Fundamental, a tecnologia inserida nas áreas de conhecimento,
percebe-se uma preocupação maior com os gêneros textuais mediados por
computador. Através desta pesquisa pretende-se conhecer a realidade das escolas
no que concerne ao ensino de leitura e produção dos gêneros textuais emergentes
mediados por computador nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino
Médio. Através da análise do discurso a pesquisadora busca conhecer a realidade
dos docentes em suas práticas pedagógicas, relacionadas aos gêneros textuais
mediados por computador nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino
Médio.


      PALAVRAS-CHAVE: Gêneros textuais, aprendizagem, Ensino Fundamental,
Ensino Médio.
SUMÁRIO




1. Introdução ........................................................................................................... 6
1.1. Justificativa....................................................................................................... 7
1.2. Problema de pesquisa ..................................................................................... 8
1.3. Objetivos .......................................................................................................... 8
   1.3.1. Objetivo geral ............................................................................................ 9
   1.3.2. Objetivos específicos: ................................................................................ 9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 10
2.1. Mediação Pedagógica e o Uso da Tecnologia ............................................... 10
2.2. Gêneros Textuais ........................................................................................... 11
2.3. Gêneros Textuais mediados por Computador................................................ 12
2.4. Os gêneros textuais e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) .......... 16
2.5. Atividades de linguagem e gêneros textuais .................................................. 19
3. METODOLOGIA ............................................................................................... 20
3.1. Participantes .................................................................................................. 20
3.2. Coleta de Dados ............................................................................................ 21
3.3. Análise dos Dados: ........................................................................................ 22
4. CRONOGRAMA................................................................................................ 23
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 24
Apêndice ............................................................................................................... 27
APÊNDICE A - Questionário para docente de Língua Portuguesa no EF e EM: .. 27
APÊNDICE B - Questionário para discente de Língua Portuguesa EF e EM: ...... 30
APÊNDICE C – Entrevista para os docentes de Língua Portuguesa do Ensino
Fundamental e Médio ........................................................................................... 32
APÊNDICE D – Entrevista para os discentes de Língua Portuguesa do Ensino
Fundamental e Médio ........................................................................................... 33
APÊNDICE E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ......... 34
1. Introdução




       O contexto atual apresenta transformações econômicas, políticas e sociais. A
sociedade que prima por produção e consumo está transitando para uma sociedade
do conhecimento e da globalização, como analisa Behrens (2003), e também
denominada sociedade da informação por Moran (2003).                     Isso exige da escola um
papel mais atuante na formação do cidadão. A sociedade exige um cidadão mais
participativo, mais autônomo na busca do conhecimento necessário para suas
atividades cotidianas. A ciência, a tecnologia e a comunicação possibilitaram que a
sociedade produzisse uma gama imensa de saberes, portanto é preciso repensar as
práticas pedagógicas da escola. Este projeto tem por objetivo traçar um caminho
para pesquisar e analisar os dados referentes às atividades de leitura1 e produção
dos gêneros textuais mediados por computador2, desenvolvidas pelos professores
de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio.
       O estudo de gêneros textuais3 é uma área fértil, pois faz uma análise da
linguagem em funcionamento, o que propicia um conhecimento com relação ao
domínio discursivo em que os gêneros textuais estão inseridos. Conforme
Marcuschi(2008), tudo indica que ao explorar diferentes gêneros que circulam pela
sociedade, é possível qualificar o trabalho de produção textual e leitura na escola.
Por isso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) da Língua Portuguesa
dão ênfase aos gêneros textuais. De acordo com o documento, um trabalho com
gêneros textuais também permite tratar questões de produção, compreensão,
gramática e uma série de outros aspectos centrais no ensino de língua. Mais do que


1“
  A leitura consiste em selecionar, esquematizar, construir uma rede de remissões internas ao texto,
em associar outros dados, em integrar as palavras e as imagens internas a uma memória pessoal
em reconstrução permanente.” (Lévy, 1999, p 34)
2
  Gêneros textuais mediados por computador é um conjunto específico de novos gêneros textuais,
desenvolvidos no contexto da mídia virtual. (Marcuschi, 2008)
3
  “Gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões
socio-comunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e
estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas.
São entidades empíricas em situações comunicativas e se expressam em designações diversas,
constituindo em princípio listagens abertas. São formas textuais escritas ou orais bastante estáveis,
histórica e socialmente situadas. Exemplos: telefonema, sermão, carta pessoal, carta comercial,
resenha, cardápio de restaurante, bate-papo no computador, etc.” (Marcuschi, 2008, p 155)
7



apenas o funcionamento da língua. É igualmente possível analisar, através deles, o
funcionamento da própria sociedade, mediado pelas atividades discursivas. Isto
porque os gêneros textuais são parte integrante da estrutura social e não simples
reflexo dessa estrutura.
       O trabalho com gêneros textuais emergentes mediados por computador
passa pela formação pedagógica do professor no sentido de compreender o
funcionamento do computador e dos gêneros citados, bem com o de desenvolver
novas habilidades de leitura e produção textual.. É preciso que os professores
compreendam os gêneros textuais emergentes mediados por computador como
mais uma forma de interação e comunicação. Também é importante que percebam
como as pessoas interagem através dos gêneros textuais mediados por computador
e como estes se manifestam nas relações e transformam os indivíduos.




1.1. Justificativa

       O   interesse    pelo     tema:     GÊNEROS         TEXTUAIS         MEDIADOS          POR
COMPUTADOR: APRENDIZAGENS E PRÁTICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL E
MÉDIO, surgiu a partir das diversas possibilidades de leitura e aprendizagem que as
mídias virtuais, principalmente, o computador, podem trazer para o trabalho
pedagógico. Desde a década de 60 quando surgiram a Lingüística de Texto, a
Análise Conversacional e a Análise do Discurso, o estudo dos gêneros textuais vem
sendo compreendido como um campo fértil para o trabalho de leitura e produção
textual, portanto, não se trata de um campo de conhecimento novo. Marcuschi
(2002), diz:


                       “assumimos a posição de Carolyn Miller (1994:71) que vê no gênero um
                       constituinte específico e importante da estrutura comunicativa da sociedade,
                       de modo a constituir relações de poder bastante marcadas em especial
                       dentro das instituições. O gênero reflete estruturas de autoridade e relações
                       de poder muito claras. Observe-se o caso da vida acadêmica e veja-se
                       quem pode emitir um parecer, dar uma aula, confeccionar uma prova, fazer
                       uma nomeação, defender uma tese de doutorado e assim por diante. Os
                       gêneros são formas de organização social e expressões típicas da vida
                       cultural.” (p 3)

       Com o desenvolvimento das mídias digitais e a popularidade dos gêneros
8



textuais mediados por computador, torna-se importante que também estes gêneros
sejam trabalhados no Ensino Fundamental (EF) e Ensino Médio (EM).
       Não só o trabalho de leitura e produção de gêneros textuais mediados por
computador, mas o uso do computador e da internet de forma pedagógica torna-se
um desafio ao professor, pois é preciso que este veja seu aluno não como um
receptor de conhecimentos, mas um ser com “novas habilidades, que incluem a
fluência tecnológica, a capacidade de resolver problemas e os '3Cs' Comunicação,
Colaboração e Criatividade” (Behrens, 2003, p. 76).
       Quais habilidades de leitura e escrita necessárias para que o indivíduo
consiga interagir na “Era das Relações4”? Como promover o desenvolvimento
dessas habilidades O professor interage utilizando as novas ferramentas
tecnológicas, apropriando-se dos gêneros textuais mediados por computador como
o e-mail, as listas de discussão, as páginas eletrônicas? Quais gêneros textuais
mediados por computador fazem parte de um trabalho sistemático na escola e como
ele vem sendo administrado? Existe relação entre o uso cotidiano dos gêneros
textuais mediados por computador pelo professor e a proposta que o mesmo
desenvolve com os alunos?
       Para tanto é importante verificar como o trabalho de leitura e produção dos
gêneros textuais mediados por computador está sendo desenvolvido na escola.




1.2. Problema de pesquisa

       Como a leitura e a produção de gêneros textuais mediados por computador
estão sendo desenvolvidas nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino
Médio?




1.3. Objetivos



4
        “A Era das Relações exige conexão, inter-relacionamento, interconexão, visão de rede, de
sistemas integrados.” (Moraes, apud Behrens, 2003, p 68)
9



1.3.1. Objetivo geral


       Investigar como ocorre o trabalho dos gêneros textuais mediados por
computador nas aulas de Língua Portuguesa nas séries finais do Ensino
Fundamental e no Ensino Médio.




1.3.2. Objetivos específicos:


          •   Verificar   quais   gêneros   textuais   emergentes   mediados   por
              computador fazem parte das atividades cotidianas dos professores de
              Língua Portuguesa das Séries Finais do Ensino Fundamental e
              Médio.

          •   Verificar como a leitura e a produção dos gêneros textuais
              emergentes mediados por computador vêm sendo desenvolvidas
              pelos professores de Língua Portuguesa das Séries Finais do Ensino
              Fundamental (EF) e do Ensino Médio(EM) e quais os gêneros textuais
              mediados por computador que são alvo de atividades de leitura e
              produção.

          •   Observar se existe relação entre a opção de trabalho dos professores
              e os gêneros textuais emergentes mediados por computador
              utilizados pelos professores em seu cotidiano.

          •   Conhecer as percepções que os professores de Língua Portuguesa
              do Ensino Fundamental e Médio têm com relação ao trabalho de
              leitura e produção dos gêneros textuais emergentes mediados por
              computador.

          •   Verificar quais as dificuldades apontadas pelos professores em
              relação ao trabalho com gêneros textuais emergentes mediados por
              computador.

          •   Refletir sobre as concepções educacionais que norteiam a mediação
              pedagógica e o uso da tecnologia.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA




2.1. Mediação Pedagógica e o Uso da Tecnologia

       A sociedade vive um período de mudanças econômicas, políticas e sociais.
Em virtude disso, segundo Behrens (2000), a escola deve estar atenta a duas
transições: “o advento da sociedade do conhecimento5 e a globalização”. (p.67)
       As nações são cada vez mais interdependentes e inter-relacionadas. A
educação passa a ser planetária, mundial e globalizante. O que acontece do outro
lado do mundo atinge este lado. A globalização e o conhecimento exigem do
indivíduo uma aprendizagem constante, que leve o cidadão a intervir, adaptar-se e
criar novos cenários.
       Na Era das Relações, o indivíduo produz e é produto da interação com o
outro. Interação essa que se dá pela linguagem, que se utiliza dos gêneros textuais
para tornar-se concreta. Não se trata de formar apenas cidadãos em sintonia com o
mercado de trabalho, mas sim cidadãos que possam relacionar-se, trocar idéias,
construir conhecimento e crescer de forma a alcançar uma melhor qualidade de
vida, enfim, sentirem-se sujeitos autores.
       O professor, nesse contexto, deixa de ser um mero transmissor de
informações, assumindo o papel de mediador dos processos de ensino e de
aprendizagem. Isto é,


                                                                           6
                        O professor, com o acesso a tecnologias telemáticas , pode se tornar um
                        orientador/gestor setorial do processo de aprendizagem, integrando de
                        forma equilibrada a orientação intelectual, a emocional e a gerencial.


                        O professor é um pesquisador em serviço, aprende com a prática e a
                        pesquisa e ensina a partir do que aprende. O seu papel é
                        fundamentalmente o de um orientador/mediador. ( Moran, 2003, p.30 )



5
  (Behrens, 2003, p.67) “Sociedade do Conhecimento voltada para a produção intelectual com uso
intensivo de tecnologias”.
6
  Telemática é a “ciência que trata da manipulação da informação através do uso combinado do
computador e meios de comunicação”. (Dicionário Aurélio)
11




      Com o acesso às tecnologias telemáticas, o professor, exercendo o papel de
orientador/mediador precisa desenvolver novas para auxiliar o aluno de forma
intelectual, emocional, gerencial e comunicacional, além de ser um orientador ético.
      Moran (2003) menciona os princípios metodológicos norteadores do
orientador/mediador:


                       “Integrar tecnologias, metodologias, atividades. Integrar texto escrito,
                       comunicação oral, escrita, hipertextual, multimídica. Aproximar as mídias, as
                       atividades, possibilitando que transitem facilmente de um meio para outro,
                       de um formato para o outro. Experimentar as mesmas atividades em
                       diversas mídias. Trazer o universo do audiovisual para dentro da escola.


                       Variar a forma de dar aula, as técnicas usadas em sala de aula e fora dela,
                       as atividades solicitadas, as dinâmicas propostas, o processo de avaliação.
                       A previsibilidade do que o docente vai fazer pode tornar-se um obstáculo
                       intransponível. A repetição pode tornar-se insuportável, a não ser que a
                       qualidade do professor compense o esquema padronizado de ensinar.


                       Planejar e improvisar, prever e ajustar-se às circunstâncias, ao novo.
                       Diversificar, mudar, adaptar-se continuamente a cada grupo, a cada aluno,
                       quando necessário.


                       Valorizar a presença no que ela tem de melhor e a comunicação virtual no
                       que ela nos favorece. Equilibrar a presença e a distância, a comunicação
                       “olho no olho” e a telemática” ( p 31).




      O desafio é aprender a administrar o processo de aprendizagem com alunos
conectados pela internet, que podem acessar quaisquer conteúdos e aprendizagens,
cujo acesso, muitas vezes está além do que o professor deseja ministrar. As
organizações educativas precisam rever seus processos de organização, flexibilizar
seus currículos, adaptar-se a novas situações, formar seus docentes no
gerenciamento da aprendizagem com tecnologias telemáticas. (Moran, 2003)




2.2. Gêneros Textuais

      Em que a leitura dos gêneros textuais pode contribuir para a formação de um
12



sujeito competente? Segundo a concepção interacionista (dialógica) de língua, de
Bakhtin(1929), os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais. O texto é
considerado o próprio lugar de interação e os interlocutores, como sujeitos ativos
que, dialogicamente7, nele se constroem e são construídos. Os gêneros textuais são
processo e produto da atividade humana, renovam-se a cada situação contextual e
podem reconstruir-se a cada contexto produzindo novos significados.
        Os gêneros textuais fazem parte da vida do ser humano, mais que isso, são
eles que produzem, que formam e até constituem o próprio ser humano. É no
gênero textual onde acontece a interação com o outro, é através da linguagem que o
sujeito constitui sua ideologia, sua subjetividade.



2.3. Gêneros Textuais mediados por Computador

        De acordo com Marcuschi (2003) Os gêneros podem ser primários ou
secundários. Os primários são réplicas dos diálogos, já os secundários são mais
complexos, surgem a partir de um convívio cultural, são geralmente escritos. Com o
advento da internet, surgem novos gêneros, os gêneros textuais mediados por
computador, a maioria deles na forma escrita.
        A intensidade do uso da tecnologia, do computador e da internet e de suas
interferências nas atividades comunicativas diárias fizeram com que surgissem
novos gêneros bastante característicos desse suporte. Os novos gêneros não são
novas formas absolutas, mas uma transmutação de outros gêneros já existentes. O
mesmo autor (2002) os chama de gêneros textuais emergentes, lembrando inclusive
que


                          “de modo particular os gêneros desenvolvidos no contexto da hoje
                          denominada mídia virtual, identificada centralmente na tecnologia
                          computacional a partir dos anos 70 do século XX. Esse novo tipo de
                          comunicação é conhecido como Comunicação Mediada por Computador
                          (CMC) ou comunicação eletrônica e desenvolve uma espécie de ‘discurso
                          eletrônico’”.(p 3)

        A linguagem dos novos gêneros torna-se cada vez mais plástica, integrando
vários tipos de semioses: signos verbais, sons, imagens e formas em movimento.

7
         “Segundo Bakhtin, o sujeito é dialógico, pois ele existe a partir do diálogo com outros eus;
necessita da colaboração de outros para poder definir-se e se 'autor' de si mesmo’. O sujeito em
diálogo constante”. (Bakhtin(1929) apud Brandão, 1995, p 51)
13



Para situar os gêneros textuais emergentes mediados por computador, citando
Crystal (2001), Marcuschi (2002) utiliza-se de três aspectos que são: os usos da
linguagem; a natureza enunciativa da linguagem; os gêneros realizados. Não
podemos deixar de levar em conta que os gêneros textuais mediados por
computador estão em estado meio selvagem, indomado, conforme Crystal (2001), e,
portanto, ainda não se estabilizaram. No entanto, a cada dia vêm sendo utilizados
mais e mais por membros de todas as classes sociais e faixas etárias,
principalmente, crianças e jovens. Marcuschi (2002) diz ainda que os gêneros
textuais:


                                                                                   8
                            “são frutos de complexas relações entre um meio um uso e a linguagem.
                            No presente caso, o meio eletrônico oferece peculiaridades específicas para
                            usos sociais, culturais e comunicativos que não se oferecem nas relações
                            interpessoais face a face. E a linguagem concorre aqui com ênfases
                            deslocadas em relação ao que conhecemos em outros contextos de uso.” (p
                            7)


        Temos de lembrar ainda que o meio “Internet”, onde transitam os gêneros
textuais emergentes mediados por computador, está em constante atualização,
sendo que a cada dia novas modificações possibilitam novas formas de interagir.
Poderíamos citar o e-mail que em sua forma inicial apenas possibilitava o uso do
texto escrito, mas que hoje possibilita o envio de documentos, arquivos de áudio,
arquivos de vídeo, dentre outras possibilidades.
        O computador, principalmente a internet, criou uma grande rede social
(virtual) que liga indivíduos de diferentes etnias, culturas, faixas etária, etc. A essas
redes sociais têm se chamado comunidades virtuais (CV). Não pretendemos discutir
neste espaço a denominação correta para as CV, pois muitos autores têm buscado
definir o termo, Para seguir a idéia de Marcuschi passaremos a utilizar o termo como
um grupo de “pessoas com interesses comuns ou que agem com interesses comuns
num dado momento, formando uma rede social estruturada. Seriam redes de
relações virtuais (ciberespaciais).” (2002, p.7)
        Marcuschi (2002) aponta e procura definir os gêneros textuais emergentes
mediados por computador, como mostra o quadro que segue:




8
         Meio em sentido restrito de meio físico de comunicação, tal como a Internet, o rádio, o telefone, o
papel impresso e assim por diante.
14



QUADRO 1 – Gêneros Textuais Mediados por Computador

DIMENSÃO            ASPECTO                          GÊNEROS EM AMBIENTE VIRTUAL

                                         1     2     3     4     5     6     7      8     9    10    11
Relação        Síncrona                  -     +     +     +     +     +     -      +     +     -     0
temporal       Assíncrona                +     -     -     -     -     -     +      -     -    +      0
               Indefinida                -     +     +     +     +     -     -      -     -     -     0
Duração        Rápida                    ?     0     +     -     -     -     -      -     -     ?     0
               Limitada                  +     -     -     -     -     +     +      +     +    +      0
Extensão       Indefinida                -     +     +     +     +     +     -      -     -     -     0
do texto       Longa                     -     -     -     +     -     0     +      -     +     -     0
               Curta                     +     +     +     -     +     0     -      +     -    +     +
               Turnos encadeados         -     +     +     +     +     +     -      +     +     -     -
Formato        Texto corrido             +     -     -     -     -     -     +      -     -     -     0
textual        Seqüências soltas         ?     0     -     -     -     -     -      -     -     -     -
               Estrutura fixa            +     -     -     -     -     -     +      -     +    +     +
               Dois                      +     +     +     +     +     -     -      -     -     -     -
Participante   Múltiplos                 +     +     -     +     -     +     +      +     -    +      0
s              Grupo fechado             +     -     -     +     -     -     +      +     +    +      0
               Conhecidos                +     -     0     +     0     -     +      +     +    +      0
Relação        Anônimos                  -     +     0     -     0     +     -      -     -     -     0
dos            Hierarquizados            ?     -     -     -     -     -     +      +     +     -     0
participante
s
Troca de       Alternada                 -     +     +     +     +     +     -      +     0     -     0
Falantes       Inexistente               +     -     -     -     -     -     +      -     -     +     0
               Interpessoal              +     +     +     +     +     -     -      +     -     +     +
Função         Lúdica                    -     +     +     +     +     +     -      -     -     -     -
               Institucional             -     -     -     +     -     -     +      +     +     +     +
               Educacional               -     -     -     -     -     -     +      +     +     +     0
               Livre                     +     +     +     +     +     +     -      -     -     +     0
Tema           Combinado                 +     -     -     0     -     -     +      +     +     +     0
               Inexistente               -     +     -     -     -     +     -      -     -     -     +
               Monitorado                0     -     -     -     -     -     +      0     +     +     0
Estilo         Informal                  0     +     +     +     +     +     +      +     -     -     0
               Fragmentário              -     +     +     +     +     +     -      -     -     -     0
               Puro texto escrito        +     +     +     +     +     +     +      +     0     +     +
Canal/         Texto oral & escrito      -     -     -     +     -     -     -      -     +     -     -
Semioses       Texto com imagem          0     +     +     +     +     +     +      -     +     -     -
               Com paralinguagem         0     +     +     +     +     +     +      +     +     -     -
Recuperaçã     Gravação automática       +     -     -     +     -     -     +      +     0     +     +
o          de  Voláteis                  -     +     +     +     +     -     -      +     +     -     -
mensagem
“Legenda 1: Sinais para marcação dos traços: + (presença); - (ausência); 0 (irrelevância do traço
para definição do gênero); ? (indefinição quanto à presença e relevância).

Legenda 2: Para os gêneros listados: (1) e-mails; (2) bate-papo virtual aberto; (3) bate-papo virtual
reservado; (4) bate-papo ICQ (agendado); (5) bate-papo virtual em salas privadas; (6) entrevista com
convidado; (7) aulas virtuais por e-mails; (8) bate-papo educacional; (9) videoconferência interativas;
(10) listas de discussão; (11) endereço eletrônico.”( Marcuschi, 2002, p.17 e 18)


         Dentre os gêneros textuais do quadro anterior, serão pesquisados e
analisados o trabalho de leitura e produção textuais dos seguintes gêneros textuais
emergentes mediados por computador:
15



      E-mail ou correio-eletrônico:


                     “O correio eletrônico é uma forma de comunicação escrita normalmente
                     assíncrona de remessa de mensagens entre usuários do computador. Em
                     certas circunstâncias pode apresentar uma defasagem mínima de tempo
                     entre uma remessa e a resposta, dando a nítida sensação de turnos em
                     andamento, quando ambos estão em conexão on-line, ou então ter
                     defasagem de dias, semanas e meses. No geral, os interlocutores são
                     conhecidos ou amigos e raramente ocorre o anonimato, o que é uma
                     violação de normas do gênero (tal como uma carta anônima). Esta
                     característica o diferencia dos bate-papos. Por outro lado, os e-mails em
                     geral são pessoais, o que o diferencia das listas de grupos ou de fóruns de
                     discussão.”(Marcuschi, 2002, p 22)




      Chat público ou bate-papo público: tem caráter síncrono e relação face a
face, com escolha de salas por assunto, idade, tema, cidade, estado, etc. conforme
interesse específico do participante. As conversas podem ser multi-participativas ou
somente entre dois participantes. Cada participante deve indicar um apelido
(nickname). O apelido propicia o anonimato do participante, chamado pela psicologia
de máscara. Em poucos segundos o mesmo participante pode ‘vestir-se’ de uma ou
mais máscaras, com diferentes nomes e personalidades diferentes em surto espaço
de tempo. (Marcuschi, 2002, p.23).
      Bate-papo educacional: Segue a plataforma do chat público, no entanto,
difere do chat público devido aos


                    “participantes se conhecerem ou serem identificados por seus nomes. Não é
                    comum que nesse ambiente se usem nicknames ou máscaras para se
                    esconder e ficar no anonimato. Por outro lado, estes encontros têm uma
                    estrutura relativamente clara que determina relações interpessoais e
                    conteúdos sancionados. Não é tudo que vale nesses contextos de
                    interlocução educacional.”( Marcuschi, 2002, p. 33)

      Videoconferência interativa ou Áudioconferência interativa “um gênero
que se aproxima dos bate-papos virtuais com convidados, mas têm tema fixo e
tempo claro de realização com parceiros definidos.” (p. 36)


      Lista de discussão ou comunidade virtual: “comunidades virtuais que se
agrupam em torno de interesses bem determinados e operam via e-mails como
forma de contato. São gêneros fundados numa comunicação assíncrona.” (p. 36)
16



        Weblog (blogs; diários virtuais):



                              “O blog é concebido como um espaço em que o escrevente pode
                              expressar o que quiser na atividade da (sua) escrita, com a escolha de
                              imagens e de sons que compõem o todo do texto veiculado pela internet.
                              A ferramenta empregada possibilita ao escrevente a rápida atualização e
                              a manutenção dos escritos em rede, além da interatividade com o leitor
                              das páginas pessoais”. (Komesu, 2004, p. 3)




2.4. Os gêneros textuais e os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs)

        Nos    PCNs      de     Língua     Portuguesa      são    mencionados         os   princípios
organizadores dos conteúdos do ensino de Língua Portuguesa (LP) que se
encontram diluídos em dois eixos de práticas de linguagem: as práticas de uso e as
práticas de reflexão sobre a língua e a linguagem.
        “Toda educação comprometida com o exercício da cidadania precisa criar
condições para que o aluno possa desenvolver sua competência discursiva.” 9 Sobre
o desenvolvimento da competência discursiva, os PCNs sinalizam para que a escola
organize os conteúdos de LP, levando em conta as variedades culturais do contexto
em que a Escola está inserida. A unidade básica de estudo passa a ser o texto, e
com o texto temos o estudo dos gêneros textuais.


                         “Os textos organizam-se sempre dentro de certas restrições de natureza
                         temática, composicional e estilística, que os caracterizam como
                         pertencentes a este ou aquele gênero. Desse modo, a noção de gênero,
                         constitutiva do texto, precisa ser tomada como objeto de ensino.


                         A compreensão oral e escrita, bem como a produção oral e escrita de textos
                         pertencentes a diversos gêneros, supõem o desenvolvimento de diversas
                         capacidades que devem ser enfocadas nas situações de ensino. É preciso
                         abandonar a crença na existência de um gênero prototípico que permitiria

9
  Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa (PCNs), 1998, p.
23. Competência discursiva refere-se a um sistema de contratos semânticos responsável por uma
espécie de filtragem que opera os conteúdos em dois domínios interligados que caracterizam o
dizível: o universo intertextual e os dispositivos estilísticos acessíveis à enunciação dos diversos
discursos.
17



                       ensinar todos os gêneros       em    circulação   social.   “(PCNs   Ensino
                       Fundamental, 1998, p 23)


      Os gêneros textuais que irão desenvolver a competência discursiva do aluno
serão definidos pela escola, ou seja, pelo professor competente. Quais os gêneros
textuais deverão ser selecionados? De acordo com os PCNs,


                       “Os textos a serem selecionados são aqueles que, por suas características
                       e usos, podem favorecer a reflexão crítica, o exercício de formas de
                       pensamento mais elaboradas e abstratas, bem como a fruição estética dos
                       usos artísticos da linguagem, ou seja, os mais vitais para a plena
                       participação numa sociedade letrada.” (1998, p 23).


      Ao orientar o estudo da Língua Portuguesa no ensino fundamental, o
documento não aprofunda a questão dos gêneros textuais emergentes mediados por
computador.    A tecnologia é vista como ferramenta de produção textual, como
edição de texto, como software específico da LP e mais adiante trata sobre o
hipertexto de forma superficial, trazendo questões como “articulação entre a
linearidade do texto verbal e a possibilidade de abrir janelas, possibilidade de
introduzir informações suplementares em outras linguagens (preparação de
imagens, de sons, de animação) etc.”. (PCNs Ensino Fundamental, 1998, p 91)
      No capítulo Tecnologias da informação e Língua Portuguesa os PCNs do
Ensino Fundamental tratam ainda sobre o acesso à rede (internet) e sugerem que
possam ser publicados textos produzidos pelos alunos com a finalidade de interagir
com outros sujeitos.


                       “Um outro aspecto interessante é a possibilidade de, estando conectado
                       com alguma rede, poder destinar os textos produzidos a leitores reais, ou
                       interagir com outros colegas, também via rede, ampliando as possibilidades
                       de interlocução por meio da escrita e permitindo acesso on line ao
                       conhecimento enciclopédico acumulado pela humanidade”. (PCNs Ensino
                       Fundamental, 1998, p.23)

      Já os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) de LP
tem por objetivo “difundir os princípios da reforma curricular e orientar o professor,
na busca de novas abordagens e metodologias.”(PCNEM – Bases Legais:2000, p 4)
com esse intuito, os PCNEM foram organizados de forma a interdisciplinar, isso quer
dizer que ao invés de organizar conteúdos, ementas por disciplinas, os PCNEM
foram organizados por área de estudo, proporcionando assim a interdisciplinaridade
18



e a contextualização. O passo seguinte foi dar a importância devida à tecnologia, tão
presente na sociedade atual, definindo-a como sociedade tecnológica10. Considera
a necessidade de desenvolvimento de competências básicas para o exercício da
cidadania e o desempenho das atividades profissionais:


                       “... capacidade de abstração, do desenvolvimento do pensamento sistêmico,
                       ao contrário da compreensão parcial e fragmentada dos fenômenos, da
                       criatividade, da curiosidade, da capacidade de pensar múltiplas alternativas
                       para a solução de um problema, ou seja, do desenvolvimento do
                       pensamento divergente, da capacidade de trabalhar em equipe, da
                       disposição para procurar e aceitar críticas, da disposição para o risco, do
                       desenvolvimento do pensamento crítico, do saber comunicar-se, da
                       capacidade de buscar conhecimento.” (PCNEM – Bases Legais, 2000, p11).



       Além disso, os PCNEM são organizados conforme as quatro premissas
apontadas pela UNESCO como eixos estruturais da educação na sociedade
contemporânea: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender
a ser. Percebe-se, partindo desses pressupostos, que os PCNEM estão atualizados
conforme as últimas tendências educacionais, privilegiando o ensino a partir das
vivências e das práticas sociais e produtivas, o que coloca a tecnologia e as
competências e habilidades para sua utilização em destaque, O que também é visto
nas Diretrizes Curriculares Nacionais, Parecer CEB nº. 15/98




                       “O Artigo 36 atribui às linguagens: à Língua Portuguesa, não apenas
                       enquanto expressão e comunicação, mas como forma de acessar
                       conhecimentos e exercer a cidadania; às linguagens contemporâneas, entre
                       as quais é possível identificar suportes decisivos para os conhecimentos
                       tecnológicos a serem dominados. Diretrizes Curriculares Nacionais,
                       (Parecer CEB nº. 15/98, 1998, p 57)


       As orientações dos PCNs do Ensino Fundamental e Médio definem o texto
como objeto de ensino da Língua Portuguesa. O texto, mais especificamente, o
gênero textual, passa a ser a base para o ensino da Língua Portuguesa.
Bronckart(2004) propõe uma linha de trabalho que leve ao ensino de leitura e escrita
dos gêneros textuais.


10
       PCNEM – Bases Legais, 2000, p 11. Passaremos a adotar esta nomenclatura ao invés de
Sociedade do Conhecimento (Behrens), Sociedade da Informação(Moran) ou Era das
Relações(Moraes), como já mencionado anteriormente.
19




2.5. Atividades de linguagem e gêneros textuais

      Durante o curso de pós-graduação discutimos diversas propostas de estudo
dos Gêneros Textuais no Ensino Fundamental e Médio. Bronckart, (1999, 2004,
2005) com a proposta do interacionismo sociodiscursivo,


                    “analisa a linguagem como prática social, em que as condutas humanas
                    constituem redes de atividades desenvolvidas num quadro de interações
                    diversas, materializadas através de ações de linguagem, que se
                    concretizam discursivamente dentro de um gênero.”(apud Guimarães, 2006,
                    p.2)


      Pensamos que uma análise da situação do ensino dos gêneros textuais
emergentes mediados por computador quanto a sua prática pedagógica de leitura e
escrita seria insignificante, portanto, também pretendemos construir uma proposta
de ensino de leitura e produção textual dos gêneros textuais emergentes mediados
por computador, embasada nas idéias de Bronckart(2004), uma seqüência didática
de gêneros textuais mediados por computador.
3. METODOLOGIA




      Com o intuito de aprofundar o tema proposto: ‘as práticas de leitura dos
gêneros textuais mediados por computador e a formação dos professores’,
optou-se pela pesquisa qualitativa descritiva de levantamento. Essa
pesquisa considera que há uma relação direta entre o mundo real e o sujeito,
cuja relação não pode ser traduzida em números. Seguindo a classificação de
Gil (1991), é descritiva, pois procura descrever uma situação através da
entrevista ou questionamento, no nosso caso, a entrevista direta com sujeitos
envolvidos nos processos de ensino e de aprendizagem. Conforme o mesmo
autor, a pesquisa é de levantamento, pois busca através da entrevista direta
aos participantes levantar a situação comportamental vivida por eles.




3.1. Participantes

      Este trabalho tem como objetivo compreender como ocorre o processo
de leitura e produção de gêneros textuais emergentes mediados por
computador nas aulas de LP do Ensino Fundamental e Médio. De acordo com
Goldenberg (2002, p. 50), ao definir as fontes de informação é fundamental
atentar para a necessidade de “enxergar a questão sob várias perspectivas”.
Neste sentido, buscar-se-á o depoimento de diferentes sujeitos envolvidos no
processo docentes (EF e EM) e discentes. Esta estratégia, conforme a autora
(2002) permite comparar o ponto de vista dos diferentes atores envolvidos
entre si. Isso favorece a compreensão mais aprofundada do fenômeno
estudado.
      O estudo será realizado em escolas de Ensino Fundamental e Médio.
Serão convidados a participar da pesquisa cinco (05) professores do EF e
cinco (05) professores do EM e um (01) aluno de cada professor entrevistado
escolhido aleatoriamente.
      Os professores escolhidos deverão atuar em escolas que possuem
21


laboratório de informática, devido à facilidade de acesso aos gêneros em
questão.



3.2. Coleta de Dados

      Para buscar os dados a serem analisados será feita a observação da
escola em que os docentes atuam; do laboratório de informática e da
organização para uso pedagógico desse espaço. Após observação dos
espaços, serão registrados em forma de relatório os seguintes itens: número de
máquinas e funcionamento das mesmas, organização da sala, monitoria ou
não durante o trabalho pedagógico.        Além disso, serão aplicados dois
instrumentos: uma entrevista para professores de LP das Séries Finais do EF e
professores de LP do EM, de escolas públicas e privadas e outra entrevista
para alunos dos professores participantes. Será também aplicado um
questionário sobre os gêneros textuais emergentes mediados por computador
para todos os participantes. A observação dar-se-á em momento anterior à
entrevista dos participantes, com o acompanhamento, se possível, da
coordenação pedagógica. A entrevista foi elaborada com o intuito de
compreender se o professor de Língua Portuguesa das séries finais do EF e do
EM utiliza em seu cotidiano gêneros textuais mediados por computador e se há
uma relação entre o uso cotidiano dos gêneros textuais e a prática pedagógica.
      Para evitar a identificação dos sujeitos participantes na escola, todos os
professores de Língua Portuguesa que atuam na escola preencherão o
questionário em momentos diferentes na presença da pesquisadora, porém,
durante o preenchimento do questionário somente um deles será entrevistado,
sendo este escolhido aleatoriamente.
      Para preservar a identidade dos alunos participantes e evitar sua
identificação, eles serão entrevistados nos dias em que os professores
participantes não estiverem na escola, da seguinte forma: na lista de chamada
das turmas serão indicados, aleatoriamente, três alunos para responderem o
questionário, no entanto somente um aluno será entrevistado.
22


3.3. Análise dos Dados:

      Cada sujeito busca em seu espaço uma maneira de ser e agir. Seu agir
está expresso no seu discurso, conforme sua ideologia, portanto, seu discurso
é ideológico. “O ponto de articulação dos processos ideológicos e dos
fenômenos lingüísticos é, portanto, o discurso.” (Brandão, 1995, p. 12)
      Através da análise do discurso será possível conhecer os porquês que
permeiam a prática pedagógica dos participantes. Segundo Foucault “a
concepção de discurso é considerado como prática que provêm da formação
dos saberes e a necessidade de sua articulação com as outras práticas não
discursivas” (apud Brandão, 1995, p.31)
      É a partir da linguagem que construímos novos saberes, novos
conhecimentos, pois


                      “O lingüístico é o lugar, o espaço, o território que dá materialidade,
                      espessura a idéias, conteúdos, temáticas de que o homem se faz
                      sujeito, não o sujeito ideal e abstrato, mas um sujeito concreto,
                      histórico, porta-voz de um amplo discurso social.” (Brandão, 1995, p.
                      84).




      Precisamos compreender como os professores realizam a leitura dos
gêneros textuais mediados por computador, e, partindo disso, levar ao encontro
da escola possíveis soluções para os problemas enfrentados por ela.
4. CRONOGRAMA




                                         2008                                       2009
Atividades
                Abr   Mai   Jun   Jul    Ago    Set   Out   Nov   Dez   Jan   Fev   Mar    Abr   Mai
1. Elaboração
do projeto de   X     X     X     X      X      X     X     X     X     X     X
  pesquisa
2. Revisão de
 Leitura de
  textos e      X     X     X     X      X      X     X     X     X     X     X
  formação
   teórica
3. Encaminhar
 projeto ao
 Comitê de                                                                          X
  ética da
 UNIVATES
3. Aplicação
                                                                                    X      X
da entrevista
      4.
Levantamento
e análise dos                                                                       X      X
   dados
 coletados.
 5. Produção
                                                                                           X     X
  do artigo.
6. Revisão do
                                                                                           X     X
 texto final.
8. Entrega do
                                                                                                 X
   artigo.
REFERÊNCIAS



ANPED. Associação Nacional           de   Pós-Graduação       em   Educação.
http://www.anped.org.br

ANPOLL. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e
Lingüística. http://www.anpoll.org.br

BEZERRA, Benedito G. Gêneros introdutórios: aspectos de sua
constituição, identificação e nomeação. Comunicação apresentada na XX
Jornada Nacional de Estudos Lingüísticos (GELNE). João Pessoa: UFPB,
2004. Inédito. <http://www.ufpe.br/nehte/revista/artigo4-benedito-bezerra.pdf>,
acessado em <30/12/2008>.

BRANDÃO, Maria Helena Nagamine. Introdução a análise do discurso. ed.
2ª. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1993.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e
Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio - bases
legais, linguagens, ciências da natureza e matemática, ciências humanas.
Brasília: Ministério da Educação, 1999.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e
Tecnológica. Diretrizes Curriculares Nacionais Para o Ensino Médio.
PARECER CEB 15/98, aprovado em 1/6/98 (Processo 23001.000309/97-46)

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e
Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília:
MEC/SEMTEC, 1999.

BRASIL. PARÂMETROS curriculares nacionais – terceiro e quarto ciclos
do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: Secretaria de Educação
Fundamental MEC, 1998.

CARNEIRO, Eduardo Araújo e CARNEIRO, Egina Carli de Araújo Rodrigues.
Notas introdutórias sobre a análise do discurso - Parte 4 - Fundamentos
da       Análise        do        Discurso        Encontrado         em       <
http://www.duplipensar.net/artigos/2007s1/notas-introdutorias-analise-do-discur
so-fundamentos.html>. Publicado em 11.07.2007. Acessado em <
20/12/2008>.

COSCARELLI, C. V. (Org.) Novas tecnologias, novos textos, novas formas
de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

DALBEN, Ângela Imaculada Loureiro de Freitas. Concepções de Formação
Continuada           de         Professores.          Disponível      em:
<http://www.ufmg.br/proex/forumpfcp/artigo1>, Acesso em <05/01/2009>.
25


FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.

GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos. Construindo Propostas de didatização
de Gênero: Desafios e Possibilidades. Disponível no site:<
http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0603/01.htm > Acesso no
dia < 10 jan.2009, às 22: 01: 33> .

KOCH, Ingedore G. Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo:
Cortez, 2002.

KOMESU, Fabiana. Blogs e as Práticas sobre si na internet. Publicado em
Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido,
organizado por Luiz Antonio Marcuschi e Antonio Carlos Xavier (Rio de Janeiro:
Lucerna, 2004. p.110-119).Disponível em <http://www.ufpe.br/nehte/artigos
/blogs.pdf>. Acesso em <16 dez. 2008, às 22:15:53>.

LÉVY, Pierre. Tecnologias intelectuais e modos de conhecer: nós somos
o texto. Tradução de Celso Cândido. Assistência e consultoria de termos
técnicos por João Batista. Edição de texto por Cássia Corintha Pinto.
Disponível no site: http://www.caosmose.net/pierrelevy/ nossomos.html, Acesso
em < 20 dez. 2008, às 13: 26:20

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção Textual, Análise de gêneros e
compreensão. SP: Editora Parábola, 2008

______ & XAVIER, Antonio Carlos.(org) Hipertexto e gêneros digitais: novas
formas de construção do sentido, Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.

______ Gêneros Textuais Emergentes no Contexto da Tecnologia Digital.
Texto da Conferência pronunciada na 50ª Reunião do GEL – Grupo de Estudos
Lingüísticos do Estado de São Paulo, USP, São Paulo, 23-25 de maio de 2002.
Disponível    em:<    http://bbs.metalink.com.br/~lcoscarelli/GEMarcGTE.doc>.
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MORAES, Roque. Análise de Conteúdo: limites e possibilidades. In:
ENGERS, M.E.A. (org).Paradigmas e metodologias de pesquisa em
educação. Porto Alegre, EDIPUCRS, 1994.

MORAN, José Manuel / MASETTO, MARCOS t. / BENHRENS, Marilda
Aparecida. Novas Tecnologias e Mediação pedagógica. Campinas SP:
Papirus, 2000.

NOVA ESCOLA ON LINE. O defensor da pesquisa no dia-a-dia. Disponível
em: <http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0165/aberto/mt_193502.shtml>.
Acessado no dia <20/11/2008>.

POZO, Juan Ignácio. Aprendizes e Mestres: A nova                 cultura   da
aprendizagem. Porto Alegre : Artmed Editora, 2002.
26


SEEB/SEED/MEC. Programa de Formação Inicial para Professores em
Exercício no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Pró-Licenciatura,
Brasília, DF, 2005.
27


Apêndice




APÊNDICE A - Questionário para docente de Língua
Portuguesa no EF e EM:

 Questionário para investigação sobre práticas de leitura e produção escrita de
                  gêneros textuais mediados por computador


Caro(a) professor(a).
        Estou realizando uma pesquisa sobre a leitura dos gêneros textuais mediados
por computador. Gostaria de sua participação respondendo às questões abaixo.
Juntos poderemos encontrar soluções para as dificuldades que as escolas enfrentam
no momento em que a tecnologia está adentrando o espaço escolar.


Desde já agradeço sua colaboração.


                                                                   Luciane Heffel de Oliveira
                                                      Pós-graduanda do curso de Pós-graduação
                                                      Leitura, Ensino e Tecnologia da UNIVATES
1. Sujeito (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10)
2. Idade: __________________________________________________________
3. Séries em que atua:
    3.1. Ensino Fundamental:            ( ) 5ª ( ) 6ª ( ) 7ª ( ) 8ª
    3.2. Ensino Médio:                  ( ) 1ª ( ) 2ª ( ) 3ª
4. Tempo de atuação em Língua Portuguesa:
    4.1. Menos de 5 anos.
    4.2. Entre 5 e 10 anos.
    4.3. Entre 10 e 15 anos.
    4.4. Mais de 15 anos.
5. Dentre os gêneros textuais mediados por computador abaixo quais já foram
    utilizados por você em atividades cotidianas de lazer ou estudo?
28


   •   e-mail
   •   Chat ou bate-papo
   •   E-mail educacional (aula virtual)
   •   Aula chat (chat educacional)
   •   Videoconferência interativa ou áudioconferência interativa
   •   Lista de discussão
   •   Weblog (blogs; diários virtuais).
   •   Aula à distância
   •   Outros. Cite os gêneros textuais ou experiências virtuais:
       ___________________________________________________________________
       ___________________________________________________________


6. Quais os gêneros textuais mediados por computador utilizados para desenvolver
   atividades de leitura ou produção textual? Ao final, entre parênteses, indique a série(s)
   em que o gênero foi trabalhado.
       •   E-mail ( .............................................................. )
       •   Chat ou bate-papo ( .............................................................. )
       •   E-mail educacional (aula virtual) ( .............................................................. )
       •   Aula Chat (Chat educacional) ( .............................................................. )
       •   Videoconferência ou áudio-conferência interativo ( ......................................)
       •   Lista de discussão ( .............................................................. )
       •   Homepage( .............................................................. )
       •   Weblog (blogs; diários virtuais) ( .............................................................. )
       •   Aula à distância( .............................................................. )
       •   Outros. Cite os gêneros ou experiências virtuais:
           ________________________________________________________________
           ________________________________________________________________




7. Você se sente preparado (a) para desenvolver atividades com gêneros textuais
   mediados por computador com seus alunos? ( ) SIM ( ) NÃO
       Assinale os motivos na lista abaixo.
           a. Os gêneros em questão são insignificantes no trabalho com gêneros
                textuais.
           b. Os gêneros em questão são importantes para a interação do aluno em seu
                cotidiano.
29


c. Faltam profissionais para o auxílio do trabalho no laboratório de informática.
d. O profissional não está capacitado para atender os interesses dos
     professores.
e. Faltam computadores para todos os alunos.
f.   Falta manutenção para os computadores.
g. Não houve formação dos professores, quando instalado o laboratório de
     informática na escola.
h. A formação dos professores é constante em nossa escola.
i.   É difícil conseguir um horário para o trabalho no laboratório.
j.   Os alunos ficam mais inspirados quando trabalhamos com esses gêneros.
k. Sempre temos um profissional que nos orienta quando necessário.
l.   São realizados encontros sistemáticos para compreensão do funcionamento
     dos softwares.
m. Não temos acesso á internet.
n. Alguns     gêneros    textuais   mediados    por   computador      possibilitam   a
     comunicação assíncrona.
o. Há maior concentração da turma nas atividades ligadas ao computador.
p. Todos temos que saber usar os novos gêneros textuais mediados por
     computador.
30



APÊNDICE B - Questionário para discente de Língua
Portuguesa EF e EM:




Questionário para investigação sobre práticas de leitura e produção de gêneros
                      textuais mediados por computador


Caro(a) aluno(a).
       Estou realizando uma pesquisa sobre a leitura dos textos mediados por
computador. Gostaria de sua participação e colaboração respondendo às questões
que seguem. Juntos poderemos encontrar soluções para as dificuldades que as
escolas enfrentam com a tecnologia entrando nas escolas.
Desde já agradeço sua colaboração.


                                                                Luciane Heffel de Oliveira
                                                   Pós-graduanda do curso de Pós-graduação
                                               Linguagem, Ensino e Tecnologia da UNIVATES
   1. Sujeito (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10)
   2. Idade:__________________________________________________________
   3. Série em que estuda:
           a. Ensino Fundamental:              ( ) 5ª ( ) 6ª ( ) 7ª ( ) 8ª
           b. Ensino Médio:                    ( ) 1ª ( ) 2ª ( ) 3ª


   4. Dentre os textos abaixo, quais são utilizados por você em suas
       atividades diárias de lazer, trabalho ou estudo?
   •   e-mail
   •   Chat ou bate-papo
   •   E-mail educacional (aula virtual)
   •   Aula Chat (Chat educacional)
   •   Videoconferência interativa ou áudio-conferência interativa
   •   Lista de discussão
   •   Weblog (blogs; diários virtuais, fotologs)
   •   Aula à distância
   •   Outros. Cite os gêneros textuais ou experiências virtuais:____________ ____
       _______________________________________________________________
31




      5. Dentre os textos abaixo sobre quais foram realizadas atividades nas aulas
de Língua Portuguesa? Indique nos parênteses a série em que foram trabalhados.
      •   E-mail ( .............................................................. )
      •   Chat ou bate-papo ( .............................................................. )
      •   E-mail educacional (aula virtual) ( .............................................................. )
      •   Aula Chat (Chat educacional) ( .............................................................. )
      •   Videoconferência ou áudio-conferência interativa ( ..........................)
      •   Lista de discussão ( .............................................................. )
      •   Homepage( .............................................................. )
      •   Weblog (blogs; diários virtuais) ( .............................................................. )
      •   Aula à distância( .............................................................. )
      •   Outros. Cite os gêneros ou experiências virtuais:
          ____________________________________________________________
          ____________________________________________________________
      6. O(a) professor(a) de Língua Portuguesa já realizou atividades de
leitura ou produção escrita com textos no computador? Qual sua opinião sobre
as atividades?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
      7. Você acha importante o trabalho de textos do computador na escola?
( ) SIM ( ) NÃO                Por quê?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
32



APÊNDICE C – Entrevista para os docentes de Língua
Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio




  1. Como foram definidos os gêneros textuais mediados por
     computador a serem trabalhados em cada série? (Por dificuldade,
     por proximidade com outros gêneros textuais já trabalhados, etc.)
  2. Os gêneros textuais mediados por computador são novos, porém
     têm feito parte, cada vez mais, do dia-a-dia das pessoas mais
     comuns. Você acha importante o trabalho destes gêneros textuais,
     como o e-mail, o bate-papo e outros nas aulas de Língua
     Portuguesa como um instrumento de comunicação? Por quê?
  3. Com o surgimento do computador e das redes de comunicação, e
     com elas, os novos gêneros textuais mediados por Computador,
     quais habilidades você acha que o aluno deve desenvolver para
     ser competente nesta modalidade comunicativa?
  4. Ao planejar suas atividades sobre gêneros textuais emergentes
     mediados    por   computador,       onde   você   busca   inspiração,
     criatividade e até poderíamos dizer, conhecimentos?
  5. O seu trabalho com gêneros textuais mediados por computador a
     seu ver, é satisfatório? Por quê?
  6. Quais as principais dificuldades em trabalhar com os gêneros textuais
     mediados por computador.
33



APÊNDICE D – Entrevista para os discentes de Língua
Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio




  1. Como você vê as aulas de Língua Portuguesa que trabalham com
     textos do computador?
  2. Você costuma acessar textos do computador em sua casa, em
     horários extra-classe?
  3. Para que você utiliza os textos do computador na sua vida diária?
  4. A escola possibilita acesso aos textos do computador durante as
     aulas?
34



APÊNDICE E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa: GÊNEROS
TEXTUAIS MEDIADOS POR COMPUTADOR: APRENDIZAGENS E PRÁTICAS NO
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO.
A JUSTIFICATIVA, OS OBJETIVOS E OS PROCEDIMENTOS: O motivo que
nos leva a estudar o problema é verificar como o trabalho com gêneros textuais
emergentes mediados por computador está sendo realizados no Ensino
Fundamental e do Ensino Médio. A pesquisa se justifica por compreender que
com a evolução da tecnologia, presente no cotidiano do indivíduo, e com ela o
surgimento dos gêneros textuais mediados por computador faz-se necessário
que a escola prepare o aluno para mais esta forma de comunicação e
interação. O objetivo deste projeto é verificar como a leitura e produção dos
gêneros textuais mediados por computador está sendo trabalhada no Ensino
Fundamental e Médio nas aulas de Língua Portuguesa. O procedimento de
coleta de dados será da seguinte forma: serão entrevistados docentes de
Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio, e discentes do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio.

DESCONFORTOS E RISCOS E BENEFÍCIOS: Como não serão identificados os
participantes da pesquisa, não haverá riscos para os participantes, evitando
assim desconforto com relação a posicionamentos ideológicos. Já os
resultados da pesquisa podem desencadear processos de qualificação da
educação no que tange à tecnologia, o que pode ser considerado um benefício.
FORMA DE ACOMPANHAMENTO E ASSISTÊNCIA: A pesquisa consta de uma
entrevista que será gravada em arquivo de áudio, em seguida será transcrita.
Retornará ao participante para que, após aprovada, faça parte oficialmente do
corpus da pesquisa.
GARANTIA DE ESCLARECIMENTO, LIBERDADE DE RECUSA E GARANTIA DE
SIGILO: Você será esclarecido(a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar.
Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a
participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em
participar não irá acarretar qualquer penalidade ou perda de benefícios.
35


O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Os
resultados da pesquisa serão enviados para você e permanecerão confidenciais. Seu
nome ou o material que indique a sua participação não será liberado sem a sua
permissão. Você não será identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar
deste estudo. Uma cópia deste consentimento informado será arquivada no Curso
Latu Senso de PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM, ENSINO E TECNOLOGIA -
LÍNGUA PORTUGUESA do Centro Universitário UNIVATES e outra será fornecida a
você.
CUSTOS DA PARTICIPAÇÃO, RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO POR
EVENTUAIS DANOS: A participação no estudo não acarretará custos para você e
não será disponível nenhuma compensação financeira adicional.
DECLARAÇÃO         DA     PARTICIPANTE        OU     DO     RESPONSÁVEL          PELA
PARTICIPANTE: Eu, _______________________________________ fui informada
(o) dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci minhas
dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e motivar
minha decisão se assim o desejar. A estudante LUCIANE HEFFEL DE OLIVEIRA,
certificou-me de que todos os dados desta pesquisa serão confidenciais.
Também sei, caso existam gastos adicionais, estes serão absorvidos pelo orçamento
da pesquisa. Em caso de dúvidas poderei chamar a estudante LUCIANE HEFFEL DE
OLIVEIRA, no telefone (51) 8429-9868, o(a) professor(a) orientador(a) MARIA
ELISABETH BERSCH, no telefone (51) 3714.7000 ou o Comitê de Ética em Pesquisa
do CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES, sito à Rua Avelino Tallini, 171 | Bairro
Universitário - CEP 95900-000 - Lajeado - RS - Brasil.


Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de
consentimento livre e esclarecido e me foi dada oportunidade de ler e esclarecer as
minhas dúvidas.


            Nome                   Assinatura do Participante             Data


            Nome                  Assinatura do Responsável               Data


            Nome                  Assinatura do Pesquisador               Data

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  • 1. CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM LINGUAGEM, ENSINO E TECNOLOGIA GÊNEROS TEXTUAIS MEDIADOS POR COMPUTADOR: APRENDIZAGENS E PRÁTICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO LUCIANE HEFFEL DE OLIVEIRA Lajeado, março de 2009
  • 2. CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM LINGUAGEM, ENSINO E TECNOLOGIA GÊNEROS TEXTUAIS MEDIADOS POR COMPUTADOR: APRENDIZAGENS E PRÁTICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO LUCIANE HEFFEL DE OLIVEIRA Projeto de Pesquisa apresentado como exigência parcial no Curso de Pós- Graduação em Linguagem, Ensino e Tecnologias, para obtenção de título de Especialista em Linguagem, Ensino e Tecnologias. Orientadora: Profª. Maria Elisabete Bersch Lajeado, março de 2009.
  • 3. “Se a humanidade construiu outros tempos, mais rápidos, mais violentos, outros que os das plantas e dos animais, é porque dispõe deste extraordinário instrumento de memória e de programação das representações que é a linguagem”. Pierre Lévy(1993)
  • 4. 3 RESUMO O progresso e evolução das tecnologias, principalmente as tecnologias de comunicação, vêm produzindo novos gêneros textuais, chamados de gêneros textuais emergentes mediados por computador por Marcuschi(2002). Cada vez mais, gêneros textuais como o e-mail, o bate-papo, o blog estão presentes nas tarefas mais corriqueiras da sociedade propiciando maior interação entre os sujeitos. A escola não pode ficar alienada a esta realidade que a cerca. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do Ensino Fundamental e Ensino Médio procuram orientar o trabalho docente no que se refere aos gêneros textuais emergentes mediados por computador. No entanto, nos PCNs Ensino Fundamental percebe-se uma mera alusão à tecnologia, não se atendo aos gêneros textuais mediados por computador. Enquanto isso, no Ensino Médio, cuja organização curricular difere daquela do Ensino Fundamental, a tecnologia inserida nas áreas de conhecimento, percebe-se uma preocupação maior com os gêneros textuais mediados por computador. Através desta pesquisa pretende-se conhecer a realidade das escolas no que concerne ao ensino de leitura e produção dos gêneros textuais emergentes mediados por computador nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Através da análise do discurso a pesquisadora busca conhecer a realidade dos docentes em suas práticas pedagógicas, relacionadas aos gêneros textuais mediados por computador nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. PALAVRAS-CHAVE: Gêneros textuais, aprendizagem, Ensino Fundamental, Ensino Médio.
  • 5. SUMÁRIO 1. Introdução ........................................................................................................... 6 1.1. Justificativa....................................................................................................... 7 1.2. Problema de pesquisa ..................................................................................... 8 1.3. Objetivos .......................................................................................................... 8 1.3.1. Objetivo geral ............................................................................................ 9 1.3.2. Objetivos específicos: ................................................................................ 9 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 10 2.1. Mediação Pedagógica e o Uso da Tecnologia ............................................... 10 2.2. Gêneros Textuais ........................................................................................... 11 2.3. Gêneros Textuais mediados por Computador................................................ 12 2.4. Os gêneros textuais e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) .......... 16 2.5. Atividades de linguagem e gêneros textuais .................................................. 19 3. METODOLOGIA ............................................................................................... 20 3.1. Participantes .................................................................................................. 20 3.2. Coleta de Dados ............................................................................................ 21 3.3. Análise dos Dados: ........................................................................................ 22 4. CRONOGRAMA................................................................................................ 23 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 24 Apêndice ............................................................................................................... 27 APÊNDICE A - Questionário para docente de Língua Portuguesa no EF e EM: .. 27
  • 6. APÊNDICE B - Questionário para discente de Língua Portuguesa EF e EM: ...... 30 APÊNDICE C – Entrevista para os docentes de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio ........................................................................................... 32 APÊNDICE D – Entrevista para os discentes de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio ........................................................................................... 33 APÊNDICE E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ......... 34
  • 7. 1. Introdução O contexto atual apresenta transformações econômicas, políticas e sociais. A sociedade que prima por produção e consumo está transitando para uma sociedade do conhecimento e da globalização, como analisa Behrens (2003), e também denominada sociedade da informação por Moran (2003). Isso exige da escola um papel mais atuante na formação do cidadão. A sociedade exige um cidadão mais participativo, mais autônomo na busca do conhecimento necessário para suas atividades cotidianas. A ciência, a tecnologia e a comunicação possibilitaram que a sociedade produzisse uma gama imensa de saberes, portanto é preciso repensar as práticas pedagógicas da escola. Este projeto tem por objetivo traçar um caminho para pesquisar e analisar os dados referentes às atividades de leitura1 e produção dos gêneros textuais mediados por computador2, desenvolvidas pelos professores de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio. O estudo de gêneros textuais3 é uma área fértil, pois faz uma análise da linguagem em funcionamento, o que propicia um conhecimento com relação ao domínio discursivo em que os gêneros textuais estão inseridos. Conforme Marcuschi(2008), tudo indica que ao explorar diferentes gêneros que circulam pela sociedade, é possível qualificar o trabalho de produção textual e leitura na escola. Por isso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) da Língua Portuguesa dão ênfase aos gêneros textuais. De acordo com o documento, um trabalho com gêneros textuais também permite tratar questões de produção, compreensão, gramática e uma série de outros aspectos centrais no ensino de língua. Mais do que 1“ A leitura consiste em selecionar, esquematizar, construir uma rede de remissões internas ao texto, em associar outros dados, em integrar as palavras e as imagens internas a uma memória pessoal em reconstrução permanente.” (Lévy, 1999, p 34) 2 Gêneros textuais mediados por computador é um conjunto específico de novos gêneros textuais, desenvolvidos no contexto da mídia virtual. (Marcuschi, 2008) 3 “Gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões socio-comunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas. São entidades empíricas em situações comunicativas e se expressam em designações diversas, constituindo em princípio listagens abertas. São formas textuais escritas ou orais bastante estáveis, histórica e socialmente situadas. Exemplos: telefonema, sermão, carta pessoal, carta comercial, resenha, cardápio de restaurante, bate-papo no computador, etc.” (Marcuschi, 2008, p 155)
  • 8. 7 apenas o funcionamento da língua. É igualmente possível analisar, através deles, o funcionamento da própria sociedade, mediado pelas atividades discursivas. Isto porque os gêneros textuais são parte integrante da estrutura social e não simples reflexo dessa estrutura. O trabalho com gêneros textuais emergentes mediados por computador passa pela formação pedagógica do professor no sentido de compreender o funcionamento do computador e dos gêneros citados, bem com o de desenvolver novas habilidades de leitura e produção textual.. É preciso que os professores compreendam os gêneros textuais emergentes mediados por computador como mais uma forma de interação e comunicação. Também é importante que percebam como as pessoas interagem através dos gêneros textuais mediados por computador e como estes se manifestam nas relações e transformam os indivíduos. 1.1. Justificativa O interesse pelo tema: GÊNEROS TEXTUAIS MEDIADOS POR COMPUTADOR: APRENDIZAGENS E PRÁTICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO, surgiu a partir das diversas possibilidades de leitura e aprendizagem que as mídias virtuais, principalmente, o computador, podem trazer para o trabalho pedagógico. Desde a década de 60 quando surgiram a Lingüística de Texto, a Análise Conversacional e a Análise do Discurso, o estudo dos gêneros textuais vem sendo compreendido como um campo fértil para o trabalho de leitura e produção textual, portanto, não se trata de um campo de conhecimento novo. Marcuschi (2002), diz: “assumimos a posição de Carolyn Miller (1994:71) que vê no gênero um constituinte específico e importante da estrutura comunicativa da sociedade, de modo a constituir relações de poder bastante marcadas em especial dentro das instituições. O gênero reflete estruturas de autoridade e relações de poder muito claras. Observe-se o caso da vida acadêmica e veja-se quem pode emitir um parecer, dar uma aula, confeccionar uma prova, fazer uma nomeação, defender uma tese de doutorado e assim por diante. Os gêneros são formas de organização social e expressões típicas da vida cultural.” (p 3) Com o desenvolvimento das mídias digitais e a popularidade dos gêneros
  • 9. 8 textuais mediados por computador, torna-se importante que também estes gêneros sejam trabalhados no Ensino Fundamental (EF) e Ensino Médio (EM). Não só o trabalho de leitura e produção de gêneros textuais mediados por computador, mas o uso do computador e da internet de forma pedagógica torna-se um desafio ao professor, pois é preciso que este veja seu aluno não como um receptor de conhecimentos, mas um ser com “novas habilidades, que incluem a fluência tecnológica, a capacidade de resolver problemas e os '3Cs' Comunicação, Colaboração e Criatividade” (Behrens, 2003, p. 76). Quais habilidades de leitura e escrita necessárias para que o indivíduo consiga interagir na “Era das Relações4”? Como promover o desenvolvimento dessas habilidades O professor interage utilizando as novas ferramentas tecnológicas, apropriando-se dos gêneros textuais mediados por computador como o e-mail, as listas de discussão, as páginas eletrônicas? Quais gêneros textuais mediados por computador fazem parte de um trabalho sistemático na escola e como ele vem sendo administrado? Existe relação entre o uso cotidiano dos gêneros textuais mediados por computador pelo professor e a proposta que o mesmo desenvolve com os alunos? Para tanto é importante verificar como o trabalho de leitura e produção dos gêneros textuais mediados por computador está sendo desenvolvido na escola. 1.2. Problema de pesquisa Como a leitura e a produção de gêneros textuais mediados por computador estão sendo desenvolvidas nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio? 1.3. Objetivos 4 “A Era das Relações exige conexão, inter-relacionamento, interconexão, visão de rede, de sistemas integrados.” (Moraes, apud Behrens, 2003, p 68)
  • 10. 9 1.3.1. Objetivo geral Investigar como ocorre o trabalho dos gêneros textuais mediados por computador nas aulas de Língua Portuguesa nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. 1.3.2. Objetivos específicos: • Verificar quais gêneros textuais emergentes mediados por computador fazem parte das atividades cotidianas dos professores de Língua Portuguesa das Séries Finais do Ensino Fundamental e Médio. • Verificar como a leitura e a produção dos gêneros textuais emergentes mediados por computador vêm sendo desenvolvidas pelos professores de Língua Portuguesa das Séries Finais do Ensino Fundamental (EF) e do Ensino Médio(EM) e quais os gêneros textuais mediados por computador que são alvo de atividades de leitura e produção. • Observar se existe relação entre a opção de trabalho dos professores e os gêneros textuais emergentes mediados por computador utilizados pelos professores em seu cotidiano. • Conhecer as percepções que os professores de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio têm com relação ao trabalho de leitura e produção dos gêneros textuais emergentes mediados por computador. • Verificar quais as dificuldades apontadas pelos professores em relação ao trabalho com gêneros textuais emergentes mediados por computador. • Refletir sobre as concepções educacionais que norteiam a mediação pedagógica e o uso da tecnologia.
  • 11. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Mediação Pedagógica e o Uso da Tecnologia A sociedade vive um período de mudanças econômicas, políticas e sociais. Em virtude disso, segundo Behrens (2000), a escola deve estar atenta a duas transições: “o advento da sociedade do conhecimento5 e a globalização”. (p.67) As nações são cada vez mais interdependentes e inter-relacionadas. A educação passa a ser planetária, mundial e globalizante. O que acontece do outro lado do mundo atinge este lado. A globalização e o conhecimento exigem do indivíduo uma aprendizagem constante, que leve o cidadão a intervir, adaptar-se e criar novos cenários. Na Era das Relações, o indivíduo produz e é produto da interação com o outro. Interação essa que se dá pela linguagem, que se utiliza dos gêneros textuais para tornar-se concreta. Não se trata de formar apenas cidadãos em sintonia com o mercado de trabalho, mas sim cidadãos que possam relacionar-se, trocar idéias, construir conhecimento e crescer de forma a alcançar uma melhor qualidade de vida, enfim, sentirem-se sujeitos autores. O professor, nesse contexto, deixa de ser um mero transmissor de informações, assumindo o papel de mediador dos processos de ensino e de aprendizagem. Isto é, 6 O professor, com o acesso a tecnologias telemáticas , pode se tornar um orientador/gestor setorial do processo de aprendizagem, integrando de forma equilibrada a orientação intelectual, a emocional e a gerencial. O professor é um pesquisador em serviço, aprende com a prática e a pesquisa e ensina a partir do que aprende. O seu papel é fundamentalmente o de um orientador/mediador. ( Moran, 2003, p.30 ) 5 (Behrens, 2003, p.67) “Sociedade do Conhecimento voltada para a produção intelectual com uso intensivo de tecnologias”. 6 Telemática é a “ciência que trata da manipulação da informação através do uso combinado do computador e meios de comunicação”. (Dicionário Aurélio)
  • 12. 11 Com o acesso às tecnologias telemáticas, o professor, exercendo o papel de orientador/mediador precisa desenvolver novas para auxiliar o aluno de forma intelectual, emocional, gerencial e comunicacional, além de ser um orientador ético. Moran (2003) menciona os princípios metodológicos norteadores do orientador/mediador: “Integrar tecnologias, metodologias, atividades. Integrar texto escrito, comunicação oral, escrita, hipertextual, multimídica. Aproximar as mídias, as atividades, possibilitando que transitem facilmente de um meio para outro, de um formato para o outro. Experimentar as mesmas atividades em diversas mídias. Trazer o universo do audiovisual para dentro da escola. Variar a forma de dar aula, as técnicas usadas em sala de aula e fora dela, as atividades solicitadas, as dinâmicas propostas, o processo de avaliação. A previsibilidade do que o docente vai fazer pode tornar-se um obstáculo intransponível. A repetição pode tornar-se insuportável, a não ser que a qualidade do professor compense o esquema padronizado de ensinar. Planejar e improvisar, prever e ajustar-se às circunstâncias, ao novo. Diversificar, mudar, adaptar-se continuamente a cada grupo, a cada aluno, quando necessário. Valorizar a presença no que ela tem de melhor e a comunicação virtual no que ela nos favorece. Equilibrar a presença e a distância, a comunicação “olho no olho” e a telemática” ( p 31). O desafio é aprender a administrar o processo de aprendizagem com alunos conectados pela internet, que podem acessar quaisquer conteúdos e aprendizagens, cujo acesso, muitas vezes está além do que o professor deseja ministrar. As organizações educativas precisam rever seus processos de organização, flexibilizar seus currículos, adaptar-se a novas situações, formar seus docentes no gerenciamento da aprendizagem com tecnologias telemáticas. (Moran, 2003) 2.2. Gêneros Textuais Em que a leitura dos gêneros textuais pode contribuir para a formação de um
  • 13. 12 sujeito competente? Segundo a concepção interacionista (dialógica) de língua, de Bakhtin(1929), os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais. O texto é considerado o próprio lugar de interação e os interlocutores, como sujeitos ativos que, dialogicamente7, nele se constroem e são construídos. Os gêneros textuais são processo e produto da atividade humana, renovam-se a cada situação contextual e podem reconstruir-se a cada contexto produzindo novos significados. Os gêneros textuais fazem parte da vida do ser humano, mais que isso, são eles que produzem, que formam e até constituem o próprio ser humano. É no gênero textual onde acontece a interação com o outro, é através da linguagem que o sujeito constitui sua ideologia, sua subjetividade. 2.3. Gêneros Textuais mediados por Computador De acordo com Marcuschi (2003) Os gêneros podem ser primários ou secundários. Os primários são réplicas dos diálogos, já os secundários são mais complexos, surgem a partir de um convívio cultural, são geralmente escritos. Com o advento da internet, surgem novos gêneros, os gêneros textuais mediados por computador, a maioria deles na forma escrita. A intensidade do uso da tecnologia, do computador e da internet e de suas interferências nas atividades comunicativas diárias fizeram com que surgissem novos gêneros bastante característicos desse suporte. Os novos gêneros não são novas formas absolutas, mas uma transmutação de outros gêneros já existentes. O mesmo autor (2002) os chama de gêneros textuais emergentes, lembrando inclusive que “de modo particular os gêneros desenvolvidos no contexto da hoje denominada mídia virtual, identificada centralmente na tecnologia computacional a partir dos anos 70 do século XX. Esse novo tipo de comunicação é conhecido como Comunicação Mediada por Computador (CMC) ou comunicação eletrônica e desenvolve uma espécie de ‘discurso eletrônico’”.(p 3) A linguagem dos novos gêneros torna-se cada vez mais plástica, integrando vários tipos de semioses: signos verbais, sons, imagens e formas em movimento. 7 “Segundo Bakhtin, o sujeito é dialógico, pois ele existe a partir do diálogo com outros eus; necessita da colaboração de outros para poder definir-se e se 'autor' de si mesmo’. O sujeito em diálogo constante”. (Bakhtin(1929) apud Brandão, 1995, p 51)
  • 14. 13 Para situar os gêneros textuais emergentes mediados por computador, citando Crystal (2001), Marcuschi (2002) utiliza-se de três aspectos que são: os usos da linguagem; a natureza enunciativa da linguagem; os gêneros realizados. Não podemos deixar de levar em conta que os gêneros textuais mediados por computador estão em estado meio selvagem, indomado, conforme Crystal (2001), e, portanto, ainda não se estabilizaram. No entanto, a cada dia vêm sendo utilizados mais e mais por membros de todas as classes sociais e faixas etárias, principalmente, crianças e jovens. Marcuschi (2002) diz ainda que os gêneros textuais: 8 “são frutos de complexas relações entre um meio um uso e a linguagem. No presente caso, o meio eletrônico oferece peculiaridades específicas para usos sociais, culturais e comunicativos que não se oferecem nas relações interpessoais face a face. E a linguagem concorre aqui com ênfases deslocadas em relação ao que conhecemos em outros contextos de uso.” (p 7) Temos de lembrar ainda que o meio “Internet”, onde transitam os gêneros textuais emergentes mediados por computador, está em constante atualização, sendo que a cada dia novas modificações possibilitam novas formas de interagir. Poderíamos citar o e-mail que em sua forma inicial apenas possibilitava o uso do texto escrito, mas que hoje possibilita o envio de documentos, arquivos de áudio, arquivos de vídeo, dentre outras possibilidades. O computador, principalmente a internet, criou uma grande rede social (virtual) que liga indivíduos de diferentes etnias, culturas, faixas etária, etc. A essas redes sociais têm se chamado comunidades virtuais (CV). Não pretendemos discutir neste espaço a denominação correta para as CV, pois muitos autores têm buscado definir o termo, Para seguir a idéia de Marcuschi passaremos a utilizar o termo como um grupo de “pessoas com interesses comuns ou que agem com interesses comuns num dado momento, formando uma rede social estruturada. Seriam redes de relações virtuais (ciberespaciais).” (2002, p.7) Marcuschi (2002) aponta e procura definir os gêneros textuais emergentes mediados por computador, como mostra o quadro que segue: 8 Meio em sentido restrito de meio físico de comunicação, tal como a Internet, o rádio, o telefone, o papel impresso e assim por diante.
  • 15. 14 QUADRO 1 – Gêneros Textuais Mediados por Computador DIMENSÃO ASPECTO GÊNEROS EM AMBIENTE VIRTUAL 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Relação Síncrona - + + + + + - + + - 0 temporal Assíncrona + - - - - - + - - + 0 Indefinida - + + + + - - - - - 0 Duração Rápida ? 0 + - - - - - - ? 0 Limitada + - - - - + + + + + 0 Extensão Indefinida - + + + + + - - - - 0 do texto Longa - - - + - 0 + - + - 0 Curta + + + - + 0 - + - + + Turnos encadeados - + + + + + - + + - - Formato Texto corrido + - - - - - + - - - 0 textual Seqüências soltas ? 0 - - - - - - - - - Estrutura fixa + - - - - - + - + + + Dois + + + + + - - - - - - Participante Múltiplos + + - + - + + + - + 0 s Grupo fechado + - - + - - + + + + 0 Conhecidos + - 0 + 0 - + + + + 0 Relação Anônimos - + 0 - 0 + - - - - 0 dos Hierarquizados ? - - - - - + + + - 0 participante s Troca de Alternada - + + + + + - + 0 - 0 Falantes Inexistente + - - - - - + - - + 0 Interpessoal + + + + + - - + - + + Função Lúdica - + + + + + - - - - - Institucional - - - + - - + + + + + Educacional - - - - - - + + + + 0 Livre + + + + + + - - - + 0 Tema Combinado + - - 0 - - + + + + 0 Inexistente - + - - - + - - - - + Monitorado 0 - - - - - + 0 + + 0 Estilo Informal 0 + + + + + + + - - 0 Fragmentário - + + + + + - - - - 0 Puro texto escrito + + + + + + + + 0 + + Canal/ Texto oral & escrito - - - + - - - - + - - Semioses Texto com imagem 0 + + + + + + - + - - Com paralinguagem 0 + + + + + + + + - - Recuperaçã Gravação automática + - - + - - + + 0 + + o de Voláteis - + + + + - - + + - - mensagem “Legenda 1: Sinais para marcação dos traços: + (presença); - (ausência); 0 (irrelevância do traço para definição do gênero); ? (indefinição quanto à presença e relevância). Legenda 2: Para os gêneros listados: (1) e-mails; (2) bate-papo virtual aberto; (3) bate-papo virtual reservado; (4) bate-papo ICQ (agendado); (5) bate-papo virtual em salas privadas; (6) entrevista com convidado; (7) aulas virtuais por e-mails; (8) bate-papo educacional; (9) videoconferência interativas; (10) listas de discussão; (11) endereço eletrônico.”( Marcuschi, 2002, p.17 e 18) Dentre os gêneros textuais do quadro anterior, serão pesquisados e analisados o trabalho de leitura e produção textuais dos seguintes gêneros textuais emergentes mediados por computador:
  • 16. 15 E-mail ou correio-eletrônico: “O correio eletrônico é uma forma de comunicação escrita normalmente assíncrona de remessa de mensagens entre usuários do computador. Em certas circunstâncias pode apresentar uma defasagem mínima de tempo entre uma remessa e a resposta, dando a nítida sensação de turnos em andamento, quando ambos estão em conexão on-line, ou então ter defasagem de dias, semanas e meses. No geral, os interlocutores são conhecidos ou amigos e raramente ocorre o anonimato, o que é uma violação de normas do gênero (tal como uma carta anônima). Esta característica o diferencia dos bate-papos. Por outro lado, os e-mails em geral são pessoais, o que o diferencia das listas de grupos ou de fóruns de discussão.”(Marcuschi, 2002, p 22) Chat público ou bate-papo público: tem caráter síncrono e relação face a face, com escolha de salas por assunto, idade, tema, cidade, estado, etc. conforme interesse específico do participante. As conversas podem ser multi-participativas ou somente entre dois participantes. Cada participante deve indicar um apelido (nickname). O apelido propicia o anonimato do participante, chamado pela psicologia de máscara. Em poucos segundos o mesmo participante pode ‘vestir-se’ de uma ou mais máscaras, com diferentes nomes e personalidades diferentes em surto espaço de tempo. (Marcuschi, 2002, p.23). Bate-papo educacional: Segue a plataforma do chat público, no entanto, difere do chat público devido aos “participantes se conhecerem ou serem identificados por seus nomes. Não é comum que nesse ambiente se usem nicknames ou máscaras para se esconder e ficar no anonimato. Por outro lado, estes encontros têm uma estrutura relativamente clara que determina relações interpessoais e conteúdos sancionados. Não é tudo que vale nesses contextos de interlocução educacional.”( Marcuschi, 2002, p. 33) Videoconferência interativa ou Áudioconferência interativa “um gênero que se aproxima dos bate-papos virtuais com convidados, mas têm tema fixo e tempo claro de realização com parceiros definidos.” (p. 36) Lista de discussão ou comunidade virtual: “comunidades virtuais que se agrupam em torno de interesses bem determinados e operam via e-mails como forma de contato. São gêneros fundados numa comunicação assíncrona.” (p. 36)
  • 17. 16 Weblog (blogs; diários virtuais): “O blog é concebido como um espaço em que o escrevente pode expressar o que quiser na atividade da (sua) escrita, com a escolha de imagens e de sons que compõem o todo do texto veiculado pela internet. A ferramenta empregada possibilita ao escrevente a rápida atualização e a manutenção dos escritos em rede, além da interatividade com o leitor das páginas pessoais”. (Komesu, 2004, p. 3) 2.4. Os gêneros textuais e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) Nos PCNs de Língua Portuguesa são mencionados os princípios organizadores dos conteúdos do ensino de Língua Portuguesa (LP) que se encontram diluídos em dois eixos de práticas de linguagem: as práticas de uso e as práticas de reflexão sobre a língua e a linguagem. “Toda educação comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para que o aluno possa desenvolver sua competência discursiva.” 9 Sobre o desenvolvimento da competência discursiva, os PCNs sinalizam para que a escola organize os conteúdos de LP, levando em conta as variedades culturais do contexto em que a Escola está inserida. A unidade básica de estudo passa a ser o texto, e com o texto temos o estudo dos gêneros textuais. “Os textos organizam-se sempre dentro de certas restrições de natureza temática, composicional e estilística, que os caracterizam como pertencentes a este ou aquele gênero. Desse modo, a noção de gênero, constitutiva do texto, precisa ser tomada como objeto de ensino. A compreensão oral e escrita, bem como a produção oral e escrita de textos pertencentes a diversos gêneros, supõem o desenvolvimento de diversas capacidades que devem ser enfocadas nas situações de ensino. É preciso abandonar a crença na existência de um gênero prototípico que permitiria 9 Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa (PCNs), 1998, p. 23. Competência discursiva refere-se a um sistema de contratos semânticos responsável por uma espécie de filtragem que opera os conteúdos em dois domínios interligados que caracterizam o dizível: o universo intertextual e os dispositivos estilísticos acessíveis à enunciação dos diversos discursos.
  • 18. 17 ensinar todos os gêneros em circulação social. “(PCNs Ensino Fundamental, 1998, p 23) Os gêneros textuais que irão desenvolver a competência discursiva do aluno serão definidos pela escola, ou seja, pelo professor competente. Quais os gêneros textuais deverão ser selecionados? De acordo com os PCNs, “Os textos a serem selecionados são aqueles que, por suas características e usos, podem favorecer a reflexão crítica, o exercício de formas de pensamento mais elaboradas e abstratas, bem como a fruição estética dos usos artísticos da linguagem, ou seja, os mais vitais para a plena participação numa sociedade letrada.” (1998, p 23). Ao orientar o estudo da Língua Portuguesa no ensino fundamental, o documento não aprofunda a questão dos gêneros textuais emergentes mediados por computador. A tecnologia é vista como ferramenta de produção textual, como edição de texto, como software específico da LP e mais adiante trata sobre o hipertexto de forma superficial, trazendo questões como “articulação entre a linearidade do texto verbal e a possibilidade de abrir janelas, possibilidade de introduzir informações suplementares em outras linguagens (preparação de imagens, de sons, de animação) etc.”. (PCNs Ensino Fundamental, 1998, p 91) No capítulo Tecnologias da informação e Língua Portuguesa os PCNs do Ensino Fundamental tratam ainda sobre o acesso à rede (internet) e sugerem que possam ser publicados textos produzidos pelos alunos com a finalidade de interagir com outros sujeitos. “Um outro aspecto interessante é a possibilidade de, estando conectado com alguma rede, poder destinar os textos produzidos a leitores reais, ou interagir com outros colegas, também via rede, ampliando as possibilidades de interlocução por meio da escrita e permitindo acesso on line ao conhecimento enciclopédico acumulado pela humanidade”. (PCNs Ensino Fundamental, 1998, p.23) Já os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) de LP tem por objetivo “difundir os princípios da reforma curricular e orientar o professor, na busca de novas abordagens e metodologias.”(PCNEM – Bases Legais:2000, p 4) com esse intuito, os PCNEM foram organizados de forma a interdisciplinar, isso quer dizer que ao invés de organizar conteúdos, ementas por disciplinas, os PCNEM foram organizados por área de estudo, proporcionando assim a interdisciplinaridade
  • 19. 18 e a contextualização. O passo seguinte foi dar a importância devida à tecnologia, tão presente na sociedade atual, definindo-a como sociedade tecnológica10. Considera a necessidade de desenvolvimento de competências básicas para o exercício da cidadania e o desempenho das atividades profissionais: “... capacidade de abstração, do desenvolvimento do pensamento sistêmico, ao contrário da compreensão parcial e fragmentada dos fenômenos, da criatividade, da curiosidade, da capacidade de pensar múltiplas alternativas para a solução de um problema, ou seja, do desenvolvimento do pensamento divergente, da capacidade de trabalhar em equipe, da disposição para procurar e aceitar críticas, da disposição para o risco, do desenvolvimento do pensamento crítico, do saber comunicar-se, da capacidade de buscar conhecimento.” (PCNEM – Bases Legais, 2000, p11). Além disso, os PCNEM são organizados conforme as quatro premissas apontadas pela UNESCO como eixos estruturais da educação na sociedade contemporânea: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser. Percebe-se, partindo desses pressupostos, que os PCNEM estão atualizados conforme as últimas tendências educacionais, privilegiando o ensino a partir das vivências e das práticas sociais e produtivas, o que coloca a tecnologia e as competências e habilidades para sua utilização em destaque, O que também é visto nas Diretrizes Curriculares Nacionais, Parecer CEB nº. 15/98 “O Artigo 36 atribui às linguagens: à Língua Portuguesa, não apenas enquanto expressão e comunicação, mas como forma de acessar conhecimentos e exercer a cidadania; às linguagens contemporâneas, entre as quais é possível identificar suportes decisivos para os conhecimentos tecnológicos a serem dominados. Diretrizes Curriculares Nacionais, (Parecer CEB nº. 15/98, 1998, p 57) As orientações dos PCNs do Ensino Fundamental e Médio definem o texto como objeto de ensino da Língua Portuguesa. O texto, mais especificamente, o gênero textual, passa a ser a base para o ensino da Língua Portuguesa. Bronckart(2004) propõe uma linha de trabalho que leve ao ensino de leitura e escrita dos gêneros textuais. 10 PCNEM – Bases Legais, 2000, p 11. Passaremos a adotar esta nomenclatura ao invés de Sociedade do Conhecimento (Behrens), Sociedade da Informação(Moran) ou Era das Relações(Moraes), como já mencionado anteriormente.
  • 20. 19 2.5. Atividades de linguagem e gêneros textuais Durante o curso de pós-graduação discutimos diversas propostas de estudo dos Gêneros Textuais no Ensino Fundamental e Médio. Bronckart, (1999, 2004, 2005) com a proposta do interacionismo sociodiscursivo, “analisa a linguagem como prática social, em que as condutas humanas constituem redes de atividades desenvolvidas num quadro de interações diversas, materializadas através de ações de linguagem, que se concretizam discursivamente dentro de um gênero.”(apud Guimarães, 2006, p.2) Pensamos que uma análise da situação do ensino dos gêneros textuais emergentes mediados por computador quanto a sua prática pedagógica de leitura e escrita seria insignificante, portanto, também pretendemos construir uma proposta de ensino de leitura e produção textual dos gêneros textuais emergentes mediados por computador, embasada nas idéias de Bronckart(2004), uma seqüência didática de gêneros textuais mediados por computador.
  • 21. 3. METODOLOGIA Com o intuito de aprofundar o tema proposto: ‘as práticas de leitura dos gêneros textuais mediados por computador e a formação dos professores’, optou-se pela pesquisa qualitativa descritiva de levantamento. Essa pesquisa considera que há uma relação direta entre o mundo real e o sujeito, cuja relação não pode ser traduzida em números. Seguindo a classificação de Gil (1991), é descritiva, pois procura descrever uma situação através da entrevista ou questionamento, no nosso caso, a entrevista direta com sujeitos envolvidos nos processos de ensino e de aprendizagem. Conforme o mesmo autor, a pesquisa é de levantamento, pois busca através da entrevista direta aos participantes levantar a situação comportamental vivida por eles. 3.1. Participantes Este trabalho tem como objetivo compreender como ocorre o processo de leitura e produção de gêneros textuais emergentes mediados por computador nas aulas de LP do Ensino Fundamental e Médio. De acordo com Goldenberg (2002, p. 50), ao definir as fontes de informação é fundamental atentar para a necessidade de “enxergar a questão sob várias perspectivas”. Neste sentido, buscar-se-á o depoimento de diferentes sujeitos envolvidos no processo docentes (EF e EM) e discentes. Esta estratégia, conforme a autora (2002) permite comparar o ponto de vista dos diferentes atores envolvidos entre si. Isso favorece a compreensão mais aprofundada do fenômeno estudado. O estudo será realizado em escolas de Ensino Fundamental e Médio. Serão convidados a participar da pesquisa cinco (05) professores do EF e cinco (05) professores do EM e um (01) aluno de cada professor entrevistado escolhido aleatoriamente. Os professores escolhidos deverão atuar em escolas que possuem
  • 22. 21 laboratório de informática, devido à facilidade de acesso aos gêneros em questão. 3.2. Coleta de Dados Para buscar os dados a serem analisados será feita a observação da escola em que os docentes atuam; do laboratório de informática e da organização para uso pedagógico desse espaço. Após observação dos espaços, serão registrados em forma de relatório os seguintes itens: número de máquinas e funcionamento das mesmas, organização da sala, monitoria ou não durante o trabalho pedagógico. Além disso, serão aplicados dois instrumentos: uma entrevista para professores de LP das Séries Finais do EF e professores de LP do EM, de escolas públicas e privadas e outra entrevista para alunos dos professores participantes. Será também aplicado um questionário sobre os gêneros textuais emergentes mediados por computador para todos os participantes. A observação dar-se-á em momento anterior à entrevista dos participantes, com o acompanhamento, se possível, da coordenação pedagógica. A entrevista foi elaborada com o intuito de compreender se o professor de Língua Portuguesa das séries finais do EF e do EM utiliza em seu cotidiano gêneros textuais mediados por computador e se há uma relação entre o uso cotidiano dos gêneros textuais e a prática pedagógica. Para evitar a identificação dos sujeitos participantes na escola, todos os professores de Língua Portuguesa que atuam na escola preencherão o questionário em momentos diferentes na presença da pesquisadora, porém, durante o preenchimento do questionário somente um deles será entrevistado, sendo este escolhido aleatoriamente. Para preservar a identidade dos alunos participantes e evitar sua identificação, eles serão entrevistados nos dias em que os professores participantes não estiverem na escola, da seguinte forma: na lista de chamada das turmas serão indicados, aleatoriamente, três alunos para responderem o questionário, no entanto somente um aluno será entrevistado.
  • 23. 22 3.3. Análise dos Dados: Cada sujeito busca em seu espaço uma maneira de ser e agir. Seu agir está expresso no seu discurso, conforme sua ideologia, portanto, seu discurso é ideológico. “O ponto de articulação dos processos ideológicos e dos fenômenos lingüísticos é, portanto, o discurso.” (Brandão, 1995, p. 12) Através da análise do discurso será possível conhecer os porquês que permeiam a prática pedagógica dos participantes. Segundo Foucault “a concepção de discurso é considerado como prática que provêm da formação dos saberes e a necessidade de sua articulação com as outras práticas não discursivas” (apud Brandão, 1995, p.31) É a partir da linguagem que construímos novos saberes, novos conhecimentos, pois “O lingüístico é o lugar, o espaço, o território que dá materialidade, espessura a idéias, conteúdos, temáticas de que o homem se faz sujeito, não o sujeito ideal e abstrato, mas um sujeito concreto, histórico, porta-voz de um amplo discurso social.” (Brandão, 1995, p. 84). Precisamos compreender como os professores realizam a leitura dos gêneros textuais mediados por computador, e, partindo disso, levar ao encontro da escola possíveis soluções para os problemas enfrentados por ela.
  • 24. 4. CRONOGRAMA 2008 2009 Atividades Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai 1. Elaboração do projeto de X X X X X X X X X X X pesquisa 2. Revisão de Leitura de textos e X X X X X X X X X X X formação teórica 3. Encaminhar projeto ao Comitê de X ética da UNIVATES 3. Aplicação X X da entrevista 4. Levantamento e análise dos X X dados coletados. 5. Produção X X do artigo. 6. Revisão do X X texto final. 8. Entrega do X artigo.
  • 25. REFERÊNCIAS ANPED. Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação. http://www.anped.org.br ANPOLL. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Lingüística. http://www.anpoll.org.br BEZERRA, Benedito G. Gêneros introdutórios: aspectos de sua constituição, identificação e nomeação. Comunicação apresentada na XX Jornada Nacional de Estudos Lingüísticos (GELNE). João Pessoa: UFPB, 2004. Inédito. <http://www.ufpe.br/nehte/revista/artigo4-benedito-bezerra.pdf>, acessado em <30/12/2008>. BRANDÃO, Maria Helena Nagamine. Introdução a análise do discurso. ed. 2ª. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1993. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio - bases legais, linguagens, ciências da natureza e matemática, ciências humanas. Brasília: Ministério da Educação, 1999. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Diretrizes Curriculares Nacionais Para o Ensino Médio. PARECER CEB 15/98, aprovado em 1/6/98 (Processo 23001.000309/97-46) BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999. BRASIL. PARÂMETROS curriculares nacionais – terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental MEC, 1998. CARNEIRO, Eduardo Araújo e CARNEIRO, Egina Carli de Araújo Rodrigues. Notas introdutórias sobre a análise do discurso - Parte 4 - Fundamentos da Análise do Discurso Encontrado em < http://www.duplipensar.net/artigos/2007s1/notas-introdutorias-analise-do-discur so-fundamentos.html>. Publicado em 11.07.2007. Acessado em < 20/12/2008>. COSCARELLI, C. V. (Org.) Novas tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. DALBEN, Ângela Imaculada Loureiro de Freitas. Concepções de Formação Continuada de Professores. Disponível em: <http://www.ufmg.br/proex/forumpfcp/artigo1>, Acesso em <05/01/2009>.
  • 26. 25 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos. Construindo Propostas de didatização de Gênero: Desafios e Possibilidades. Disponível no site:< http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0603/01.htm > Acesso no dia < 10 jan.2009, às 22: 01: 33> . KOCH, Ingedore G. Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002. KOMESU, Fabiana. Blogs e as Práticas sobre si na internet. Publicado em Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido, organizado por Luiz Antonio Marcuschi e Antonio Carlos Xavier (Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. p.110-119).Disponível em <http://www.ufpe.br/nehte/artigos /blogs.pdf>. Acesso em <16 dez. 2008, às 22:15:53>. LÉVY, Pierre. Tecnologias intelectuais e modos de conhecer: nós somos o texto. Tradução de Celso Cândido. Assistência e consultoria de termos técnicos por João Batista. Edição de texto por Cássia Corintha Pinto. Disponível no site: http://www.caosmose.net/pierrelevy/ nossomos.html, Acesso em < 20 dez. 2008, às 13: 26:20 MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção Textual, Análise de gêneros e compreensão. SP: Editora Parábola, 2008 ______ & XAVIER, Antonio Carlos.(org) Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido, Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. ______ Gêneros Textuais Emergentes no Contexto da Tecnologia Digital. Texto da Conferência pronunciada na 50ª Reunião do GEL – Grupo de Estudos Lingüísticos do Estado de São Paulo, USP, São Paulo, 23-25 de maio de 2002. Disponível em:< http://bbs.metalink.com.br/~lcoscarelli/GEMarcGTE.doc>. Acesso em <13 jan, 2009>. MORAES, Roque. Análise de Conteúdo: limites e possibilidades. In: ENGERS, M.E.A. (org).Paradigmas e metodologias de pesquisa em educação. Porto Alegre, EDIPUCRS, 1994. MORAN, José Manuel / MASETTO, MARCOS t. / BENHRENS, Marilda Aparecida. Novas Tecnologias e Mediação pedagógica. Campinas SP: Papirus, 2000. NOVA ESCOLA ON LINE. O defensor da pesquisa no dia-a-dia. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0165/aberto/mt_193502.shtml>. Acessado no dia <20/11/2008>. POZO, Juan Ignácio. Aprendizes e Mestres: A nova cultura da aprendizagem. Porto Alegre : Artmed Editora, 2002.
  • 27. 26 SEEB/SEED/MEC. Programa de Formação Inicial para Professores em Exercício no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Pró-Licenciatura, Brasília, DF, 2005.
  • 28. 27 Apêndice APÊNDICE A - Questionário para docente de Língua Portuguesa no EF e EM: Questionário para investigação sobre práticas de leitura e produção escrita de gêneros textuais mediados por computador Caro(a) professor(a). Estou realizando uma pesquisa sobre a leitura dos gêneros textuais mediados por computador. Gostaria de sua participação respondendo às questões abaixo. Juntos poderemos encontrar soluções para as dificuldades que as escolas enfrentam no momento em que a tecnologia está adentrando o espaço escolar. Desde já agradeço sua colaboração. Luciane Heffel de Oliveira Pós-graduanda do curso de Pós-graduação Leitura, Ensino e Tecnologia da UNIVATES 1. Sujeito (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) 2. Idade: __________________________________________________________ 3. Séries em que atua: 3.1. Ensino Fundamental: ( ) 5ª ( ) 6ª ( ) 7ª ( ) 8ª 3.2. Ensino Médio: ( ) 1ª ( ) 2ª ( ) 3ª 4. Tempo de atuação em Língua Portuguesa: 4.1. Menos de 5 anos. 4.2. Entre 5 e 10 anos. 4.3. Entre 10 e 15 anos. 4.4. Mais de 15 anos. 5. Dentre os gêneros textuais mediados por computador abaixo quais já foram utilizados por você em atividades cotidianas de lazer ou estudo?
  • 29. 28 • e-mail • Chat ou bate-papo • E-mail educacional (aula virtual) • Aula chat (chat educacional) • Videoconferência interativa ou áudioconferência interativa • Lista de discussão • Weblog (blogs; diários virtuais). • Aula à distância • Outros. Cite os gêneros textuais ou experiências virtuais: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 6. Quais os gêneros textuais mediados por computador utilizados para desenvolver atividades de leitura ou produção textual? Ao final, entre parênteses, indique a série(s) em que o gênero foi trabalhado. • E-mail ( .............................................................. ) • Chat ou bate-papo ( .............................................................. ) • E-mail educacional (aula virtual) ( .............................................................. ) • Aula Chat (Chat educacional) ( .............................................................. ) • Videoconferência ou áudio-conferência interativo ( ......................................) • Lista de discussão ( .............................................................. ) • Homepage( .............................................................. ) • Weblog (blogs; diários virtuais) ( .............................................................. ) • Aula à distância( .............................................................. ) • Outros. Cite os gêneros ou experiências virtuais: ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 7. Você se sente preparado (a) para desenvolver atividades com gêneros textuais mediados por computador com seus alunos? ( ) SIM ( ) NÃO Assinale os motivos na lista abaixo. a. Os gêneros em questão são insignificantes no trabalho com gêneros textuais. b. Os gêneros em questão são importantes para a interação do aluno em seu cotidiano.
  • 30. 29 c. Faltam profissionais para o auxílio do trabalho no laboratório de informática. d. O profissional não está capacitado para atender os interesses dos professores. e. Faltam computadores para todos os alunos. f. Falta manutenção para os computadores. g. Não houve formação dos professores, quando instalado o laboratório de informática na escola. h. A formação dos professores é constante em nossa escola. i. É difícil conseguir um horário para o trabalho no laboratório. j. Os alunos ficam mais inspirados quando trabalhamos com esses gêneros. k. Sempre temos um profissional que nos orienta quando necessário. l. São realizados encontros sistemáticos para compreensão do funcionamento dos softwares. m. Não temos acesso á internet. n. Alguns gêneros textuais mediados por computador possibilitam a comunicação assíncrona. o. Há maior concentração da turma nas atividades ligadas ao computador. p. Todos temos que saber usar os novos gêneros textuais mediados por computador.
  • 31. 30 APÊNDICE B - Questionário para discente de Língua Portuguesa EF e EM: Questionário para investigação sobre práticas de leitura e produção de gêneros textuais mediados por computador Caro(a) aluno(a). Estou realizando uma pesquisa sobre a leitura dos textos mediados por computador. Gostaria de sua participação e colaboração respondendo às questões que seguem. Juntos poderemos encontrar soluções para as dificuldades que as escolas enfrentam com a tecnologia entrando nas escolas. Desde já agradeço sua colaboração. Luciane Heffel de Oliveira Pós-graduanda do curso de Pós-graduação Linguagem, Ensino e Tecnologia da UNIVATES 1. Sujeito (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) 2. Idade:__________________________________________________________ 3. Série em que estuda: a. Ensino Fundamental: ( ) 5ª ( ) 6ª ( ) 7ª ( ) 8ª b. Ensino Médio: ( ) 1ª ( ) 2ª ( ) 3ª 4. Dentre os textos abaixo, quais são utilizados por você em suas atividades diárias de lazer, trabalho ou estudo? • e-mail • Chat ou bate-papo • E-mail educacional (aula virtual) • Aula Chat (Chat educacional) • Videoconferência interativa ou áudio-conferência interativa • Lista de discussão • Weblog (blogs; diários virtuais, fotologs) • Aula à distância • Outros. Cite os gêneros textuais ou experiências virtuais:____________ ____ _______________________________________________________________
  • 32. 31 5. Dentre os textos abaixo sobre quais foram realizadas atividades nas aulas de Língua Portuguesa? Indique nos parênteses a série em que foram trabalhados. • E-mail ( .............................................................. ) • Chat ou bate-papo ( .............................................................. ) • E-mail educacional (aula virtual) ( .............................................................. ) • Aula Chat (Chat educacional) ( .............................................................. ) • Videoconferência ou áudio-conferência interativa ( ..........................) • Lista de discussão ( .............................................................. ) • Homepage( .............................................................. ) • Weblog (blogs; diários virtuais) ( .............................................................. ) • Aula à distância( .............................................................. ) • Outros. Cite os gêneros ou experiências virtuais: ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 6. O(a) professor(a) de Língua Portuguesa já realizou atividades de leitura ou produção escrita com textos no computador? Qual sua opinião sobre as atividades? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7. Você acha importante o trabalho de textos do computador na escola? ( ) SIM ( ) NÃO Por quê? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
  • 33. 32 APÊNDICE C – Entrevista para os docentes de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio 1. Como foram definidos os gêneros textuais mediados por computador a serem trabalhados em cada série? (Por dificuldade, por proximidade com outros gêneros textuais já trabalhados, etc.) 2. Os gêneros textuais mediados por computador são novos, porém têm feito parte, cada vez mais, do dia-a-dia das pessoas mais comuns. Você acha importante o trabalho destes gêneros textuais, como o e-mail, o bate-papo e outros nas aulas de Língua Portuguesa como um instrumento de comunicação? Por quê? 3. Com o surgimento do computador e das redes de comunicação, e com elas, os novos gêneros textuais mediados por Computador, quais habilidades você acha que o aluno deve desenvolver para ser competente nesta modalidade comunicativa? 4. Ao planejar suas atividades sobre gêneros textuais emergentes mediados por computador, onde você busca inspiração, criatividade e até poderíamos dizer, conhecimentos? 5. O seu trabalho com gêneros textuais mediados por computador a seu ver, é satisfatório? Por quê? 6. Quais as principais dificuldades em trabalhar com os gêneros textuais mediados por computador.
  • 34. 33 APÊNDICE D – Entrevista para os discentes de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio 1. Como você vê as aulas de Língua Portuguesa que trabalham com textos do computador? 2. Você costuma acessar textos do computador em sua casa, em horários extra-classe? 3. Para que você utiliza os textos do computador na sua vida diária? 4. A escola possibilita acesso aos textos do computador durante as aulas?
  • 35. 34 APÊNDICE E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa: GÊNEROS TEXTUAIS MEDIADOS POR COMPUTADOR: APRENDIZAGENS E PRÁTICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO. A JUSTIFICATIVA, OS OBJETIVOS E OS PROCEDIMENTOS: O motivo que nos leva a estudar o problema é verificar como o trabalho com gêneros textuais emergentes mediados por computador está sendo realizados no Ensino Fundamental e do Ensino Médio. A pesquisa se justifica por compreender que com a evolução da tecnologia, presente no cotidiano do indivíduo, e com ela o surgimento dos gêneros textuais mediados por computador faz-se necessário que a escola prepare o aluno para mais esta forma de comunicação e interação. O objetivo deste projeto é verificar como a leitura e produção dos gêneros textuais mediados por computador está sendo trabalhada no Ensino Fundamental e Médio nas aulas de Língua Portuguesa. O procedimento de coleta de dados será da seguinte forma: serão entrevistados docentes de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio, e discentes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. DESCONFORTOS E RISCOS E BENEFÍCIOS: Como não serão identificados os participantes da pesquisa, não haverá riscos para os participantes, evitando assim desconforto com relação a posicionamentos ideológicos. Já os resultados da pesquisa podem desencadear processos de qualificação da educação no que tange à tecnologia, o que pode ser considerado um benefício. FORMA DE ACOMPANHAMENTO E ASSISTÊNCIA: A pesquisa consta de uma entrevista que será gravada em arquivo de áudio, em seguida será transcrita. Retornará ao participante para que, após aprovada, faça parte oficialmente do corpus da pesquisa. GARANTIA DE ESCLARECIMENTO, LIBERDADE DE RECUSA E GARANTIA DE SIGILO: Você será esclarecido(a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar. Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não irá acarretar qualquer penalidade ou perda de benefícios.
  • 36. 35 O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Os resultados da pesquisa serão enviados para você e permanecerão confidenciais. Seu nome ou o material que indique a sua participação não será liberado sem a sua permissão. Você não será identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo. Uma cópia deste consentimento informado será arquivada no Curso Latu Senso de PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM, ENSINO E TECNOLOGIA - LÍNGUA PORTUGUESA do Centro Universitário UNIVATES e outra será fornecida a você. CUSTOS DA PARTICIPAÇÃO, RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO POR EVENTUAIS DANOS: A participação no estudo não acarretará custos para você e não será disponível nenhuma compensação financeira adicional. DECLARAÇÃO DA PARTICIPANTE OU DO RESPONSÁVEL PELA PARTICIPANTE: Eu, _______________________________________ fui informada (o) dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e motivar minha decisão se assim o desejar. A estudante LUCIANE HEFFEL DE OLIVEIRA, certificou-me de que todos os dados desta pesquisa serão confidenciais. Também sei, caso existam gastos adicionais, estes serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa. Em caso de dúvidas poderei chamar a estudante LUCIANE HEFFEL DE OLIVEIRA, no telefone (51) 8429-9868, o(a) professor(a) orientador(a) MARIA ELISABETH BERSCH, no telefone (51) 3714.7000 ou o Comitê de Ética em Pesquisa do CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES, sito à Rua Avelino Tallini, 171 | Bairro Universitário - CEP 95900-000 - Lajeado - RS - Brasil. Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas. Nome Assinatura do Participante Data Nome Assinatura do Responsável Data Nome Assinatura do Pesquisador Data