Generos Textuais Mediados por Computadormp Proj Pesq
1. CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
ESPECIALIZAÇÃO EM LINGUAGEM, ENSINO E TECNOLOGIA
GÊNEROS TEXTUAIS MEDIADOS POR COMPUTADOR:
APRENDIZAGENS E PRÁTICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL E
MÉDIO
LUCIANE HEFFEL DE OLIVEIRA
Lajeado, março de 2009
2. CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
ESPECIALIZAÇÃO EM LINGUAGEM, ENSINO E TECNOLOGIA
GÊNEROS TEXTUAIS MEDIADOS POR COMPUTADOR:
APRENDIZAGENS E PRÁTICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL E
MÉDIO
LUCIANE HEFFEL DE OLIVEIRA
Projeto de Pesquisa apresentado como
exigência parcial no Curso de Pós-
Graduação em Linguagem, Ensino e
Tecnologias, para obtenção de título de
Especialista em Linguagem, Ensino e
Tecnologias.
Orientadora: Profª. Maria Elisabete Bersch
Lajeado, março de 2009.
3. “Se a humanidade construiu outros tempos, mais rápidos, mais
violentos, outros que os das plantas e dos animais, é porque
dispõe deste extraordinário instrumento de memória e de
programação das representações que é a linguagem”.
Pierre Lévy(1993)
4. 3
RESUMO
O progresso e evolução das tecnologias, principalmente as tecnologias de
comunicação, vêm produzindo novos gêneros textuais, chamados de gêneros
textuais emergentes mediados por computador por Marcuschi(2002). Cada vez
mais, gêneros textuais como o e-mail, o bate-papo, o blog estão presentes nas
tarefas mais corriqueiras da sociedade propiciando maior interação entre os sujeitos.
A escola não pode ficar alienada a esta realidade que a cerca. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) do Ensino Fundamental e Ensino Médio procuram
orientar o trabalho docente no que se refere aos gêneros textuais emergentes
mediados por computador. No entanto, nos PCNs Ensino Fundamental percebe-se
uma mera alusão à tecnologia, não se atendo aos gêneros textuais mediados por
computador. Enquanto isso, no Ensino Médio, cuja organização curricular difere
daquela do Ensino Fundamental, a tecnologia inserida nas áreas de conhecimento,
percebe-se uma preocupação maior com os gêneros textuais mediados por
computador. Através desta pesquisa pretende-se conhecer a realidade das escolas
no que concerne ao ensino de leitura e produção dos gêneros textuais emergentes
mediados por computador nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino
Médio. Através da análise do discurso a pesquisadora busca conhecer a realidade
dos docentes em suas práticas pedagógicas, relacionadas aos gêneros textuais
mediados por computador nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino
Médio.
PALAVRAS-CHAVE: Gêneros textuais, aprendizagem, Ensino Fundamental,
Ensino Médio.
5. SUMÁRIO
1. Introdução ........................................................................................................... 6
1.1. Justificativa....................................................................................................... 7
1.2. Problema de pesquisa ..................................................................................... 8
1.3. Objetivos .......................................................................................................... 8
1.3.1. Objetivo geral ............................................................................................ 9
1.3.2. Objetivos específicos: ................................................................................ 9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 10
2.1. Mediação Pedagógica e o Uso da Tecnologia ............................................... 10
2.2. Gêneros Textuais ........................................................................................... 11
2.3. Gêneros Textuais mediados por Computador................................................ 12
2.4. Os gêneros textuais e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) .......... 16
2.5. Atividades de linguagem e gêneros textuais .................................................. 19
3. METODOLOGIA ............................................................................................... 20
3.1. Participantes .................................................................................................. 20
3.2. Coleta de Dados ............................................................................................ 21
3.3. Análise dos Dados: ........................................................................................ 22
4. CRONOGRAMA................................................................................................ 23
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 24
Apêndice ............................................................................................................... 27
APÊNDICE A - Questionário para docente de Língua Portuguesa no EF e EM: .. 27
6. APÊNDICE B - Questionário para discente de Língua Portuguesa EF e EM: ...... 30
APÊNDICE C – Entrevista para os docentes de Língua Portuguesa do Ensino
Fundamental e Médio ........................................................................................... 32
APÊNDICE D – Entrevista para os discentes de Língua Portuguesa do Ensino
Fundamental e Médio ........................................................................................... 33
APÊNDICE E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ......... 34
7. 1. Introdução
O contexto atual apresenta transformações econômicas, políticas e sociais. A
sociedade que prima por produção e consumo está transitando para uma sociedade
do conhecimento e da globalização, como analisa Behrens (2003), e também
denominada sociedade da informação por Moran (2003). Isso exige da escola um
papel mais atuante na formação do cidadão. A sociedade exige um cidadão mais
participativo, mais autônomo na busca do conhecimento necessário para suas
atividades cotidianas. A ciência, a tecnologia e a comunicação possibilitaram que a
sociedade produzisse uma gama imensa de saberes, portanto é preciso repensar as
práticas pedagógicas da escola. Este projeto tem por objetivo traçar um caminho
para pesquisar e analisar os dados referentes às atividades de leitura1 e produção
dos gêneros textuais mediados por computador2, desenvolvidas pelos professores
de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio.
O estudo de gêneros textuais3 é uma área fértil, pois faz uma análise da
linguagem em funcionamento, o que propicia um conhecimento com relação ao
domínio discursivo em que os gêneros textuais estão inseridos. Conforme
Marcuschi(2008), tudo indica que ao explorar diferentes gêneros que circulam pela
sociedade, é possível qualificar o trabalho de produção textual e leitura na escola.
Por isso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) da Língua Portuguesa
dão ênfase aos gêneros textuais. De acordo com o documento, um trabalho com
gêneros textuais também permite tratar questões de produção, compreensão,
gramática e uma série de outros aspectos centrais no ensino de língua. Mais do que
1“
A leitura consiste em selecionar, esquematizar, construir uma rede de remissões internas ao texto,
em associar outros dados, em integrar as palavras e as imagens internas a uma memória pessoal
em reconstrução permanente.” (Lévy, 1999, p 34)
2
Gêneros textuais mediados por computador é um conjunto específico de novos gêneros textuais,
desenvolvidos no contexto da mídia virtual. (Marcuschi, 2008)
3
“Gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões
socio-comunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e
estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas.
São entidades empíricas em situações comunicativas e se expressam em designações diversas,
constituindo em princípio listagens abertas. São formas textuais escritas ou orais bastante estáveis,
histórica e socialmente situadas. Exemplos: telefonema, sermão, carta pessoal, carta comercial,
resenha, cardápio de restaurante, bate-papo no computador, etc.” (Marcuschi, 2008, p 155)
8. 7
apenas o funcionamento da língua. É igualmente possível analisar, através deles, o
funcionamento da própria sociedade, mediado pelas atividades discursivas. Isto
porque os gêneros textuais são parte integrante da estrutura social e não simples
reflexo dessa estrutura.
O trabalho com gêneros textuais emergentes mediados por computador
passa pela formação pedagógica do professor no sentido de compreender o
funcionamento do computador e dos gêneros citados, bem com o de desenvolver
novas habilidades de leitura e produção textual.. É preciso que os professores
compreendam os gêneros textuais emergentes mediados por computador como
mais uma forma de interação e comunicação. Também é importante que percebam
como as pessoas interagem através dos gêneros textuais mediados por computador
e como estes se manifestam nas relações e transformam os indivíduos.
1.1. Justificativa
O interesse pelo tema: GÊNEROS TEXTUAIS MEDIADOS POR
COMPUTADOR: APRENDIZAGENS E PRÁTICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL E
MÉDIO, surgiu a partir das diversas possibilidades de leitura e aprendizagem que as
mídias virtuais, principalmente, o computador, podem trazer para o trabalho
pedagógico. Desde a década de 60 quando surgiram a Lingüística de Texto, a
Análise Conversacional e a Análise do Discurso, o estudo dos gêneros textuais vem
sendo compreendido como um campo fértil para o trabalho de leitura e produção
textual, portanto, não se trata de um campo de conhecimento novo. Marcuschi
(2002), diz:
“assumimos a posição de Carolyn Miller (1994:71) que vê no gênero um
constituinte específico e importante da estrutura comunicativa da sociedade,
de modo a constituir relações de poder bastante marcadas em especial
dentro das instituições. O gênero reflete estruturas de autoridade e relações
de poder muito claras. Observe-se o caso da vida acadêmica e veja-se
quem pode emitir um parecer, dar uma aula, confeccionar uma prova, fazer
uma nomeação, defender uma tese de doutorado e assim por diante. Os
gêneros são formas de organização social e expressões típicas da vida
cultural.” (p 3)
Com o desenvolvimento das mídias digitais e a popularidade dos gêneros
9. 8
textuais mediados por computador, torna-se importante que também estes gêneros
sejam trabalhados no Ensino Fundamental (EF) e Ensino Médio (EM).
Não só o trabalho de leitura e produção de gêneros textuais mediados por
computador, mas o uso do computador e da internet de forma pedagógica torna-se
um desafio ao professor, pois é preciso que este veja seu aluno não como um
receptor de conhecimentos, mas um ser com “novas habilidades, que incluem a
fluência tecnológica, a capacidade de resolver problemas e os '3Cs' Comunicação,
Colaboração e Criatividade” (Behrens, 2003, p. 76).
Quais habilidades de leitura e escrita necessárias para que o indivíduo
consiga interagir na “Era das Relações4”? Como promover o desenvolvimento
dessas habilidades O professor interage utilizando as novas ferramentas
tecnológicas, apropriando-se dos gêneros textuais mediados por computador como
o e-mail, as listas de discussão, as páginas eletrônicas? Quais gêneros textuais
mediados por computador fazem parte de um trabalho sistemático na escola e como
ele vem sendo administrado? Existe relação entre o uso cotidiano dos gêneros
textuais mediados por computador pelo professor e a proposta que o mesmo
desenvolve com os alunos?
Para tanto é importante verificar como o trabalho de leitura e produção dos
gêneros textuais mediados por computador está sendo desenvolvido na escola.
1.2. Problema de pesquisa
Como a leitura e a produção de gêneros textuais mediados por computador
estão sendo desenvolvidas nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino
Médio?
1.3. Objetivos
4
“A Era das Relações exige conexão, inter-relacionamento, interconexão, visão de rede, de
sistemas integrados.” (Moraes, apud Behrens, 2003, p 68)
10. 9
1.3.1. Objetivo geral
Investigar como ocorre o trabalho dos gêneros textuais mediados por
computador nas aulas de Língua Portuguesa nas séries finais do Ensino
Fundamental e no Ensino Médio.
1.3.2. Objetivos específicos:
• Verificar quais gêneros textuais emergentes mediados por
computador fazem parte das atividades cotidianas dos professores de
Língua Portuguesa das Séries Finais do Ensino Fundamental e
Médio.
• Verificar como a leitura e a produção dos gêneros textuais
emergentes mediados por computador vêm sendo desenvolvidas
pelos professores de Língua Portuguesa das Séries Finais do Ensino
Fundamental (EF) e do Ensino Médio(EM) e quais os gêneros textuais
mediados por computador que são alvo de atividades de leitura e
produção.
• Observar se existe relação entre a opção de trabalho dos professores
e os gêneros textuais emergentes mediados por computador
utilizados pelos professores em seu cotidiano.
• Conhecer as percepções que os professores de Língua Portuguesa
do Ensino Fundamental e Médio têm com relação ao trabalho de
leitura e produção dos gêneros textuais emergentes mediados por
computador.
• Verificar quais as dificuldades apontadas pelos professores em
relação ao trabalho com gêneros textuais emergentes mediados por
computador.
• Refletir sobre as concepções educacionais que norteiam a mediação
pedagógica e o uso da tecnologia.
11. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Mediação Pedagógica e o Uso da Tecnologia
A sociedade vive um período de mudanças econômicas, políticas e sociais.
Em virtude disso, segundo Behrens (2000), a escola deve estar atenta a duas
transições: “o advento da sociedade do conhecimento5 e a globalização”. (p.67)
As nações são cada vez mais interdependentes e inter-relacionadas. A
educação passa a ser planetária, mundial e globalizante. O que acontece do outro
lado do mundo atinge este lado. A globalização e o conhecimento exigem do
indivíduo uma aprendizagem constante, que leve o cidadão a intervir, adaptar-se e
criar novos cenários.
Na Era das Relações, o indivíduo produz e é produto da interação com o
outro. Interação essa que se dá pela linguagem, que se utiliza dos gêneros textuais
para tornar-se concreta. Não se trata de formar apenas cidadãos em sintonia com o
mercado de trabalho, mas sim cidadãos que possam relacionar-se, trocar idéias,
construir conhecimento e crescer de forma a alcançar uma melhor qualidade de
vida, enfim, sentirem-se sujeitos autores.
O professor, nesse contexto, deixa de ser um mero transmissor de
informações, assumindo o papel de mediador dos processos de ensino e de
aprendizagem. Isto é,
6
O professor, com o acesso a tecnologias telemáticas , pode se tornar um
orientador/gestor setorial do processo de aprendizagem, integrando de
forma equilibrada a orientação intelectual, a emocional e a gerencial.
O professor é um pesquisador em serviço, aprende com a prática e a
pesquisa e ensina a partir do que aprende. O seu papel é
fundamentalmente o de um orientador/mediador. ( Moran, 2003, p.30 )
5
(Behrens, 2003, p.67) “Sociedade do Conhecimento voltada para a produção intelectual com uso
intensivo de tecnologias”.
6
Telemática é a “ciência que trata da manipulação da informação através do uso combinado do
computador e meios de comunicação”. (Dicionário Aurélio)
12. 11
Com o acesso às tecnologias telemáticas, o professor, exercendo o papel de
orientador/mediador precisa desenvolver novas para auxiliar o aluno de forma
intelectual, emocional, gerencial e comunicacional, além de ser um orientador ético.
Moran (2003) menciona os princípios metodológicos norteadores do
orientador/mediador:
“Integrar tecnologias, metodologias, atividades. Integrar texto escrito,
comunicação oral, escrita, hipertextual, multimídica. Aproximar as mídias, as
atividades, possibilitando que transitem facilmente de um meio para outro,
de um formato para o outro. Experimentar as mesmas atividades em
diversas mídias. Trazer o universo do audiovisual para dentro da escola.
Variar a forma de dar aula, as técnicas usadas em sala de aula e fora dela,
as atividades solicitadas, as dinâmicas propostas, o processo de avaliação.
A previsibilidade do que o docente vai fazer pode tornar-se um obstáculo
intransponível. A repetição pode tornar-se insuportável, a não ser que a
qualidade do professor compense o esquema padronizado de ensinar.
Planejar e improvisar, prever e ajustar-se às circunstâncias, ao novo.
Diversificar, mudar, adaptar-se continuamente a cada grupo, a cada aluno,
quando necessário.
Valorizar a presença no que ela tem de melhor e a comunicação virtual no
que ela nos favorece. Equilibrar a presença e a distância, a comunicação
“olho no olho” e a telemática” ( p 31).
O desafio é aprender a administrar o processo de aprendizagem com alunos
conectados pela internet, que podem acessar quaisquer conteúdos e aprendizagens,
cujo acesso, muitas vezes está além do que o professor deseja ministrar. As
organizações educativas precisam rever seus processos de organização, flexibilizar
seus currículos, adaptar-se a novas situações, formar seus docentes no
gerenciamento da aprendizagem com tecnologias telemáticas. (Moran, 2003)
2.2. Gêneros Textuais
Em que a leitura dos gêneros textuais pode contribuir para a formação de um
13. 12
sujeito competente? Segundo a concepção interacionista (dialógica) de língua, de
Bakhtin(1929), os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais. O texto é
considerado o próprio lugar de interação e os interlocutores, como sujeitos ativos
que, dialogicamente7, nele se constroem e são construídos. Os gêneros textuais são
processo e produto da atividade humana, renovam-se a cada situação contextual e
podem reconstruir-se a cada contexto produzindo novos significados.
Os gêneros textuais fazem parte da vida do ser humano, mais que isso, são
eles que produzem, que formam e até constituem o próprio ser humano. É no
gênero textual onde acontece a interação com o outro, é através da linguagem que o
sujeito constitui sua ideologia, sua subjetividade.
2.3. Gêneros Textuais mediados por Computador
De acordo com Marcuschi (2003) Os gêneros podem ser primários ou
secundários. Os primários são réplicas dos diálogos, já os secundários são mais
complexos, surgem a partir de um convívio cultural, são geralmente escritos. Com o
advento da internet, surgem novos gêneros, os gêneros textuais mediados por
computador, a maioria deles na forma escrita.
A intensidade do uso da tecnologia, do computador e da internet e de suas
interferências nas atividades comunicativas diárias fizeram com que surgissem
novos gêneros bastante característicos desse suporte. Os novos gêneros não são
novas formas absolutas, mas uma transmutação de outros gêneros já existentes. O
mesmo autor (2002) os chama de gêneros textuais emergentes, lembrando inclusive
que
“de modo particular os gêneros desenvolvidos no contexto da hoje
denominada mídia virtual, identificada centralmente na tecnologia
computacional a partir dos anos 70 do século XX. Esse novo tipo de
comunicação é conhecido como Comunicação Mediada por Computador
(CMC) ou comunicação eletrônica e desenvolve uma espécie de ‘discurso
eletrônico’”.(p 3)
A linguagem dos novos gêneros torna-se cada vez mais plástica, integrando
vários tipos de semioses: signos verbais, sons, imagens e formas em movimento.
7
“Segundo Bakhtin, o sujeito é dialógico, pois ele existe a partir do diálogo com outros eus;
necessita da colaboração de outros para poder definir-se e se 'autor' de si mesmo’. O sujeito em
diálogo constante”. (Bakhtin(1929) apud Brandão, 1995, p 51)
14. 13
Para situar os gêneros textuais emergentes mediados por computador, citando
Crystal (2001), Marcuschi (2002) utiliza-se de três aspectos que são: os usos da
linguagem; a natureza enunciativa da linguagem; os gêneros realizados. Não
podemos deixar de levar em conta que os gêneros textuais mediados por
computador estão em estado meio selvagem, indomado, conforme Crystal (2001), e,
portanto, ainda não se estabilizaram. No entanto, a cada dia vêm sendo utilizados
mais e mais por membros de todas as classes sociais e faixas etárias,
principalmente, crianças e jovens. Marcuschi (2002) diz ainda que os gêneros
textuais:
8
“são frutos de complexas relações entre um meio um uso e a linguagem.
No presente caso, o meio eletrônico oferece peculiaridades específicas para
usos sociais, culturais e comunicativos que não se oferecem nas relações
interpessoais face a face. E a linguagem concorre aqui com ênfases
deslocadas em relação ao que conhecemos em outros contextos de uso.” (p
7)
Temos de lembrar ainda que o meio “Internet”, onde transitam os gêneros
textuais emergentes mediados por computador, está em constante atualização,
sendo que a cada dia novas modificações possibilitam novas formas de interagir.
Poderíamos citar o e-mail que em sua forma inicial apenas possibilitava o uso do
texto escrito, mas que hoje possibilita o envio de documentos, arquivos de áudio,
arquivos de vídeo, dentre outras possibilidades.
O computador, principalmente a internet, criou uma grande rede social
(virtual) que liga indivíduos de diferentes etnias, culturas, faixas etária, etc. A essas
redes sociais têm se chamado comunidades virtuais (CV). Não pretendemos discutir
neste espaço a denominação correta para as CV, pois muitos autores têm buscado
definir o termo, Para seguir a idéia de Marcuschi passaremos a utilizar o termo como
um grupo de “pessoas com interesses comuns ou que agem com interesses comuns
num dado momento, formando uma rede social estruturada. Seriam redes de
relações virtuais (ciberespaciais).” (2002, p.7)
Marcuschi (2002) aponta e procura definir os gêneros textuais emergentes
mediados por computador, como mostra o quadro que segue:
8
Meio em sentido restrito de meio físico de comunicação, tal como a Internet, o rádio, o telefone, o
papel impresso e assim por diante.
16. 15
E-mail ou correio-eletrônico:
“O correio eletrônico é uma forma de comunicação escrita normalmente
assíncrona de remessa de mensagens entre usuários do computador. Em
certas circunstâncias pode apresentar uma defasagem mínima de tempo
entre uma remessa e a resposta, dando a nítida sensação de turnos em
andamento, quando ambos estão em conexão on-line, ou então ter
defasagem de dias, semanas e meses. No geral, os interlocutores são
conhecidos ou amigos e raramente ocorre o anonimato, o que é uma
violação de normas do gênero (tal como uma carta anônima). Esta
característica o diferencia dos bate-papos. Por outro lado, os e-mails em
geral são pessoais, o que o diferencia das listas de grupos ou de fóruns de
discussão.”(Marcuschi, 2002, p 22)
Chat público ou bate-papo público: tem caráter síncrono e relação face a
face, com escolha de salas por assunto, idade, tema, cidade, estado, etc. conforme
interesse específico do participante. As conversas podem ser multi-participativas ou
somente entre dois participantes. Cada participante deve indicar um apelido
(nickname). O apelido propicia o anonimato do participante, chamado pela psicologia
de máscara. Em poucos segundos o mesmo participante pode ‘vestir-se’ de uma ou
mais máscaras, com diferentes nomes e personalidades diferentes em surto espaço
de tempo. (Marcuschi, 2002, p.23).
Bate-papo educacional: Segue a plataforma do chat público, no entanto,
difere do chat público devido aos
“participantes se conhecerem ou serem identificados por seus nomes. Não é
comum que nesse ambiente se usem nicknames ou máscaras para se
esconder e ficar no anonimato. Por outro lado, estes encontros têm uma
estrutura relativamente clara que determina relações interpessoais e
conteúdos sancionados. Não é tudo que vale nesses contextos de
interlocução educacional.”( Marcuschi, 2002, p. 33)
Videoconferência interativa ou Áudioconferência interativa “um gênero
que se aproxima dos bate-papos virtuais com convidados, mas têm tema fixo e
tempo claro de realização com parceiros definidos.” (p. 36)
Lista de discussão ou comunidade virtual: “comunidades virtuais que se
agrupam em torno de interesses bem determinados e operam via e-mails como
forma de contato. São gêneros fundados numa comunicação assíncrona.” (p. 36)
17. 16
Weblog (blogs; diários virtuais):
“O blog é concebido como um espaço em que o escrevente pode
expressar o que quiser na atividade da (sua) escrita, com a escolha de
imagens e de sons que compõem o todo do texto veiculado pela internet.
A ferramenta empregada possibilita ao escrevente a rápida atualização e
a manutenção dos escritos em rede, além da interatividade com o leitor
das páginas pessoais”. (Komesu, 2004, p. 3)
2.4. Os gêneros textuais e os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs)
Nos PCNs de Língua Portuguesa são mencionados os princípios
organizadores dos conteúdos do ensino de Língua Portuguesa (LP) que se
encontram diluídos em dois eixos de práticas de linguagem: as práticas de uso e as
práticas de reflexão sobre a língua e a linguagem.
“Toda educação comprometida com o exercício da cidadania precisa criar
condições para que o aluno possa desenvolver sua competência discursiva.” 9 Sobre
o desenvolvimento da competência discursiva, os PCNs sinalizam para que a escola
organize os conteúdos de LP, levando em conta as variedades culturais do contexto
em que a Escola está inserida. A unidade básica de estudo passa a ser o texto, e
com o texto temos o estudo dos gêneros textuais.
“Os textos organizam-se sempre dentro de certas restrições de natureza
temática, composicional e estilística, que os caracterizam como
pertencentes a este ou aquele gênero. Desse modo, a noção de gênero,
constitutiva do texto, precisa ser tomada como objeto de ensino.
A compreensão oral e escrita, bem como a produção oral e escrita de textos
pertencentes a diversos gêneros, supõem o desenvolvimento de diversas
capacidades que devem ser enfocadas nas situações de ensino. É preciso
abandonar a crença na existência de um gênero prototípico que permitiria
9
Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa (PCNs), 1998, p.
23. Competência discursiva refere-se a um sistema de contratos semânticos responsável por uma
espécie de filtragem que opera os conteúdos em dois domínios interligados que caracterizam o
dizível: o universo intertextual e os dispositivos estilísticos acessíveis à enunciação dos diversos
discursos.
18. 17
ensinar todos os gêneros em circulação social. “(PCNs Ensino
Fundamental, 1998, p 23)
Os gêneros textuais que irão desenvolver a competência discursiva do aluno
serão definidos pela escola, ou seja, pelo professor competente. Quais os gêneros
textuais deverão ser selecionados? De acordo com os PCNs,
“Os textos a serem selecionados são aqueles que, por suas características
e usos, podem favorecer a reflexão crítica, o exercício de formas de
pensamento mais elaboradas e abstratas, bem como a fruição estética dos
usos artísticos da linguagem, ou seja, os mais vitais para a plena
participação numa sociedade letrada.” (1998, p 23).
Ao orientar o estudo da Língua Portuguesa no ensino fundamental, o
documento não aprofunda a questão dos gêneros textuais emergentes mediados por
computador. A tecnologia é vista como ferramenta de produção textual, como
edição de texto, como software específico da LP e mais adiante trata sobre o
hipertexto de forma superficial, trazendo questões como “articulação entre a
linearidade do texto verbal e a possibilidade de abrir janelas, possibilidade de
introduzir informações suplementares em outras linguagens (preparação de
imagens, de sons, de animação) etc.”. (PCNs Ensino Fundamental, 1998, p 91)
No capítulo Tecnologias da informação e Língua Portuguesa os PCNs do
Ensino Fundamental tratam ainda sobre o acesso à rede (internet) e sugerem que
possam ser publicados textos produzidos pelos alunos com a finalidade de interagir
com outros sujeitos.
“Um outro aspecto interessante é a possibilidade de, estando conectado
com alguma rede, poder destinar os textos produzidos a leitores reais, ou
interagir com outros colegas, também via rede, ampliando as possibilidades
de interlocução por meio da escrita e permitindo acesso on line ao
conhecimento enciclopédico acumulado pela humanidade”. (PCNs Ensino
Fundamental, 1998, p.23)
Já os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) de LP
tem por objetivo “difundir os princípios da reforma curricular e orientar o professor,
na busca de novas abordagens e metodologias.”(PCNEM – Bases Legais:2000, p 4)
com esse intuito, os PCNEM foram organizados de forma a interdisciplinar, isso quer
dizer que ao invés de organizar conteúdos, ementas por disciplinas, os PCNEM
foram organizados por área de estudo, proporcionando assim a interdisciplinaridade
19. 18
e a contextualização. O passo seguinte foi dar a importância devida à tecnologia, tão
presente na sociedade atual, definindo-a como sociedade tecnológica10. Considera
a necessidade de desenvolvimento de competências básicas para o exercício da
cidadania e o desempenho das atividades profissionais:
“... capacidade de abstração, do desenvolvimento do pensamento sistêmico,
ao contrário da compreensão parcial e fragmentada dos fenômenos, da
criatividade, da curiosidade, da capacidade de pensar múltiplas alternativas
para a solução de um problema, ou seja, do desenvolvimento do
pensamento divergente, da capacidade de trabalhar em equipe, da
disposição para procurar e aceitar críticas, da disposição para o risco, do
desenvolvimento do pensamento crítico, do saber comunicar-se, da
capacidade de buscar conhecimento.” (PCNEM – Bases Legais, 2000, p11).
Além disso, os PCNEM são organizados conforme as quatro premissas
apontadas pela UNESCO como eixos estruturais da educação na sociedade
contemporânea: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender
a ser. Percebe-se, partindo desses pressupostos, que os PCNEM estão atualizados
conforme as últimas tendências educacionais, privilegiando o ensino a partir das
vivências e das práticas sociais e produtivas, o que coloca a tecnologia e as
competências e habilidades para sua utilização em destaque, O que também é visto
nas Diretrizes Curriculares Nacionais, Parecer CEB nº. 15/98
“O Artigo 36 atribui às linguagens: à Língua Portuguesa, não apenas
enquanto expressão e comunicação, mas como forma de acessar
conhecimentos e exercer a cidadania; às linguagens contemporâneas, entre
as quais é possível identificar suportes decisivos para os conhecimentos
tecnológicos a serem dominados. Diretrizes Curriculares Nacionais,
(Parecer CEB nº. 15/98, 1998, p 57)
As orientações dos PCNs do Ensino Fundamental e Médio definem o texto
como objeto de ensino da Língua Portuguesa. O texto, mais especificamente, o
gênero textual, passa a ser a base para o ensino da Língua Portuguesa.
Bronckart(2004) propõe uma linha de trabalho que leve ao ensino de leitura e escrita
dos gêneros textuais.
10
PCNEM – Bases Legais, 2000, p 11. Passaremos a adotar esta nomenclatura ao invés de
Sociedade do Conhecimento (Behrens), Sociedade da Informação(Moran) ou Era das
Relações(Moraes), como já mencionado anteriormente.
20. 19
2.5. Atividades de linguagem e gêneros textuais
Durante o curso de pós-graduação discutimos diversas propostas de estudo
dos Gêneros Textuais no Ensino Fundamental e Médio. Bronckart, (1999, 2004,
2005) com a proposta do interacionismo sociodiscursivo,
“analisa a linguagem como prática social, em que as condutas humanas
constituem redes de atividades desenvolvidas num quadro de interações
diversas, materializadas através de ações de linguagem, que se
concretizam discursivamente dentro de um gênero.”(apud Guimarães, 2006,
p.2)
Pensamos que uma análise da situação do ensino dos gêneros textuais
emergentes mediados por computador quanto a sua prática pedagógica de leitura e
escrita seria insignificante, portanto, também pretendemos construir uma proposta
de ensino de leitura e produção textual dos gêneros textuais emergentes mediados
por computador, embasada nas idéias de Bronckart(2004), uma seqüência didática
de gêneros textuais mediados por computador.
21. 3. METODOLOGIA
Com o intuito de aprofundar o tema proposto: ‘as práticas de leitura dos
gêneros textuais mediados por computador e a formação dos professores’,
optou-se pela pesquisa qualitativa descritiva de levantamento. Essa
pesquisa considera que há uma relação direta entre o mundo real e o sujeito,
cuja relação não pode ser traduzida em números. Seguindo a classificação de
Gil (1991), é descritiva, pois procura descrever uma situação através da
entrevista ou questionamento, no nosso caso, a entrevista direta com sujeitos
envolvidos nos processos de ensino e de aprendizagem. Conforme o mesmo
autor, a pesquisa é de levantamento, pois busca através da entrevista direta
aos participantes levantar a situação comportamental vivida por eles.
3.1. Participantes
Este trabalho tem como objetivo compreender como ocorre o processo
de leitura e produção de gêneros textuais emergentes mediados por
computador nas aulas de LP do Ensino Fundamental e Médio. De acordo com
Goldenberg (2002, p. 50), ao definir as fontes de informação é fundamental
atentar para a necessidade de “enxergar a questão sob várias perspectivas”.
Neste sentido, buscar-se-á o depoimento de diferentes sujeitos envolvidos no
processo docentes (EF e EM) e discentes. Esta estratégia, conforme a autora
(2002) permite comparar o ponto de vista dos diferentes atores envolvidos
entre si. Isso favorece a compreensão mais aprofundada do fenômeno
estudado.
O estudo será realizado em escolas de Ensino Fundamental e Médio.
Serão convidados a participar da pesquisa cinco (05) professores do EF e
cinco (05) professores do EM e um (01) aluno de cada professor entrevistado
escolhido aleatoriamente.
Os professores escolhidos deverão atuar em escolas que possuem
22. 21
laboratório de informática, devido à facilidade de acesso aos gêneros em
questão.
3.2. Coleta de Dados
Para buscar os dados a serem analisados será feita a observação da
escola em que os docentes atuam; do laboratório de informática e da
organização para uso pedagógico desse espaço. Após observação dos
espaços, serão registrados em forma de relatório os seguintes itens: número de
máquinas e funcionamento das mesmas, organização da sala, monitoria ou
não durante o trabalho pedagógico. Além disso, serão aplicados dois
instrumentos: uma entrevista para professores de LP das Séries Finais do EF e
professores de LP do EM, de escolas públicas e privadas e outra entrevista
para alunos dos professores participantes. Será também aplicado um
questionário sobre os gêneros textuais emergentes mediados por computador
para todos os participantes. A observação dar-se-á em momento anterior à
entrevista dos participantes, com o acompanhamento, se possível, da
coordenação pedagógica. A entrevista foi elaborada com o intuito de
compreender se o professor de Língua Portuguesa das séries finais do EF e do
EM utiliza em seu cotidiano gêneros textuais mediados por computador e se há
uma relação entre o uso cotidiano dos gêneros textuais e a prática pedagógica.
Para evitar a identificação dos sujeitos participantes na escola, todos os
professores de Língua Portuguesa que atuam na escola preencherão o
questionário em momentos diferentes na presença da pesquisadora, porém,
durante o preenchimento do questionário somente um deles será entrevistado,
sendo este escolhido aleatoriamente.
Para preservar a identidade dos alunos participantes e evitar sua
identificação, eles serão entrevistados nos dias em que os professores
participantes não estiverem na escola, da seguinte forma: na lista de chamada
das turmas serão indicados, aleatoriamente, três alunos para responderem o
questionário, no entanto somente um aluno será entrevistado.
23. 22
3.3. Análise dos Dados:
Cada sujeito busca em seu espaço uma maneira de ser e agir. Seu agir
está expresso no seu discurso, conforme sua ideologia, portanto, seu discurso
é ideológico. “O ponto de articulação dos processos ideológicos e dos
fenômenos lingüísticos é, portanto, o discurso.” (Brandão, 1995, p. 12)
Através da análise do discurso será possível conhecer os porquês que
permeiam a prática pedagógica dos participantes. Segundo Foucault “a
concepção de discurso é considerado como prática que provêm da formação
dos saberes e a necessidade de sua articulação com as outras práticas não
discursivas” (apud Brandão, 1995, p.31)
É a partir da linguagem que construímos novos saberes, novos
conhecimentos, pois
“O lingüístico é o lugar, o espaço, o território que dá materialidade,
espessura a idéias, conteúdos, temáticas de que o homem se faz
sujeito, não o sujeito ideal e abstrato, mas um sujeito concreto,
histórico, porta-voz de um amplo discurso social.” (Brandão, 1995, p.
84).
Precisamos compreender como os professores realizam a leitura dos
gêneros textuais mediados por computador, e, partindo disso, levar ao encontro
da escola possíveis soluções para os problemas enfrentados por ela.
24. 4. CRONOGRAMA
2008 2009
Atividades
Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
1. Elaboração
do projeto de X X X X X X X X X X X
pesquisa
2. Revisão de
Leitura de
textos e X X X X X X X X X X X
formação
teórica
3. Encaminhar
projeto ao
Comitê de X
ética da
UNIVATES
3. Aplicação
X X
da entrevista
4.
Levantamento
e análise dos X X
dados
coletados.
5. Produção
X X
do artigo.
6. Revisão do
X X
texto final.
8. Entrega do
X
artigo.
25. REFERÊNCIAS
ANPED. Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação.
http://www.anped.org.br
ANPOLL. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e
Lingüística. http://www.anpoll.org.br
BEZERRA, Benedito G. Gêneros introdutórios: aspectos de sua
constituição, identificação e nomeação. Comunicação apresentada na XX
Jornada Nacional de Estudos Lingüísticos (GELNE). João Pessoa: UFPB,
2004. Inédito. <http://www.ufpe.br/nehte/revista/artigo4-benedito-bezerra.pdf>,
acessado em <30/12/2008>.
BRANDÃO, Maria Helena Nagamine. Introdução a análise do discurso. ed.
2ª. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1993.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e
Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio - bases
legais, linguagens, ciências da natureza e matemática, ciências humanas.
Brasília: Ministério da Educação, 1999.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e
Tecnológica. Diretrizes Curriculares Nacionais Para o Ensino Médio.
PARECER CEB 15/98, aprovado em 1/6/98 (Processo 23001.000309/97-46)
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e
Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília:
MEC/SEMTEC, 1999.
BRASIL. PARÂMETROS curriculares nacionais – terceiro e quarto ciclos
do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: Secretaria de Educação
Fundamental MEC, 1998.
CARNEIRO, Eduardo Araújo e CARNEIRO, Egina Carli de Araújo Rodrigues.
Notas introdutórias sobre a análise do discurso - Parte 4 - Fundamentos
da Análise do Discurso Encontrado em <
http://www.duplipensar.net/artigos/2007s1/notas-introdutorias-analise-do-discur
so-fundamentos.html>. Publicado em 11.07.2007. Acessado em <
20/12/2008>.
COSCARELLI, C. V. (Org.) Novas tecnologias, novos textos, novas formas
de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
DALBEN, Ângela Imaculada Loureiro de Freitas. Concepções de Formação
Continuada de Professores. Disponível em:
<http://www.ufmg.br/proex/forumpfcp/artigo1>, Acesso em <05/01/2009>.
26. 25
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.
GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos. Construindo Propostas de didatização
de Gênero: Desafios e Possibilidades. Disponível no site:<
http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0603/01.htm > Acesso no
dia < 10 jan.2009, às 22: 01: 33> .
KOCH, Ingedore G. Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo:
Cortez, 2002.
KOMESU, Fabiana. Blogs e as Práticas sobre si na internet. Publicado em
Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido,
organizado por Luiz Antonio Marcuschi e Antonio Carlos Xavier (Rio de Janeiro:
Lucerna, 2004. p.110-119).Disponível em <http://www.ufpe.br/nehte/artigos
/blogs.pdf>. Acesso em <16 dez. 2008, às 22:15:53>.
LÉVY, Pierre. Tecnologias intelectuais e modos de conhecer: nós somos
o texto. Tradução de Celso Cândido. Assistência e consultoria de termos
técnicos por João Batista. Edição de texto por Cássia Corintha Pinto.
Disponível no site: http://www.caosmose.net/pierrelevy/ nossomos.html, Acesso
em < 20 dez. 2008, às 13: 26:20
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção Textual, Análise de gêneros e
compreensão. SP: Editora Parábola, 2008
______ & XAVIER, Antonio Carlos.(org) Hipertexto e gêneros digitais: novas
formas de construção do sentido, Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
______ Gêneros Textuais Emergentes no Contexto da Tecnologia Digital.
Texto da Conferência pronunciada na 50ª Reunião do GEL – Grupo de Estudos
Lingüísticos do Estado de São Paulo, USP, São Paulo, 23-25 de maio de 2002.
Disponível em:< http://bbs.metalink.com.br/~lcoscarelli/GEMarcGTE.doc>.
Acesso em <13 jan, 2009>.
MORAES, Roque. Análise de Conteúdo: limites e possibilidades. In:
ENGERS, M.E.A. (org).Paradigmas e metodologias de pesquisa em
educação. Porto Alegre, EDIPUCRS, 1994.
MORAN, José Manuel / MASETTO, MARCOS t. / BENHRENS, Marilda
Aparecida. Novas Tecnologias e Mediação pedagógica. Campinas SP:
Papirus, 2000.
NOVA ESCOLA ON LINE. O defensor da pesquisa no dia-a-dia. Disponível
em: <http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0165/aberto/mt_193502.shtml>.
Acessado no dia <20/11/2008>.
POZO, Juan Ignácio. Aprendizes e Mestres: A nova cultura da
aprendizagem. Porto Alegre : Artmed Editora, 2002.
27. 26
SEEB/SEED/MEC. Programa de Formação Inicial para Professores em
Exercício no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Pró-Licenciatura,
Brasília, DF, 2005.
28. 27
Apêndice
APÊNDICE A - Questionário para docente de Língua
Portuguesa no EF e EM:
Questionário para investigação sobre práticas de leitura e produção escrita de
gêneros textuais mediados por computador
Caro(a) professor(a).
Estou realizando uma pesquisa sobre a leitura dos gêneros textuais mediados
por computador. Gostaria de sua participação respondendo às questões abaixo.
Juntos poderemos encontrar soluções para as dificuldades que as escolas enfrentam
no momento em que a tecnologia está adentrando o espaço escolar.
Desde já agradeço sua colaboração.
Luciane Heffel de Oliveira
Pós-graduanda do curso de Pós-graduação
Leitura, Ensino e Tecnologia da UNIVATES
1. Sujeito (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10)
2. Idade: __________________________________________________________
3. Séries em que atua:
3.1. Ensino Fundamental: ( ) 5ª ( ) 6ª ( ) 7ª ( ) 8ª
3.2. Ensino Médio: ( ) 1ª ( ) 2ª ( ) 3ª
4. Tempo de atuação em Língua Portuguesa:
4.1. Menos de 5 anos.
4.2. Entre 5 e 10 anos.
4.3. Entre 10 e 15 anos.
4.4. Mais de 15 anos.
5. Dentre os gêneros textuais mediados por computador abaixo quais já foram
utilizados por você em atividades cotidianas de lazer ou estudo?
29. 28
• e-mail
• Chat ou bate-papo
• E-mail educacional (aula virtual)
• Aula chat (chat educacional)
• Videoconferência interativa ou áudioconferência interativa
• Lista de discussão
• Weblog (blogs; diários virtuais).
• Aula à distância
• Outros. Cite os gêneros textuais ou experiências virtuais:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
6. Quais os gêneros textuais mediados por computador utilizados para desenvolver
atividades de leitura ou produção textual? Ao final, entre parênteses, indique a série(s)
em que o gênero foi trabalhado.
• E-mail ( .............................................................. )
• Chat ou bate-papo ( .............................................................. )
• E-mail educacional (aula virtual) ( .............................................................. )
• Aula Chat (Chat educacional) ( .............................................................. )
• Videoconferência ou áudio-conferência interativo ( ......................................)
• Lista de discussão ( .............................................................. )
• Homepage( .............................................................. )
• Weblog (blogs; diários virtuais) ( .............................................................. )
• Aula à distância( .............................................................. )
• Outros. Cite os gêneros ou experiências virtuais:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
7. Você se sente preparado (a) para desenvolver atividades com gêneros textuais
mediados por computador com seus alunos? ( ) SIM ( ) NÃO
Assinale os motivos na lista abaixo.
a. Os gêneros em questão são insignificantes no trabalho com gêneros
textuais.
b. Os gêneros em questão são importantes para a interação do aluno em seu
cotidiano.
30. 29
c. Faltam profissionais para o auxílio do trabalho no laboratório de informática.
d. O profissional não está capacitado para atender os interesses dos
professores.
e. Faltam computadores para todos os alunos.
f. Falta manutenção para os computadores.
g. Não houve formação dos professores, quando instalado o laboratório de
informática na escola.
h. A formação dos professores é constante em nossa escola.
i. É difícil conseguir um horário para o trabalho no laboratório.
j. Os alunos ficam mais inspirados quando trabalhamos com esses gêneros.
k. Sempre temos um profissional que nos orienta quando necessário.
l. São realizados encontros sistemáticos para compreensão do funcionamento
dos softwares.
m. Não temos acesso á internet.
n. Alguns gêneros textuais mediados por computador possibilitam a
comunicação assíncrona.
o. Há maior concentração da turma nas atividades ligadas ao computador.
p. Todos temos que saber usar os novos gêneros textuais mediados por
computador.
31. 30
APÊNDICE B - Questionário para discente de Língua
Portuguesa EF e EM:
Questionário para investigação sobre práticas de leitura e produção de gêneros
textuais mediados por computador
Caro(a) aluno(a).
Estou realizando uma pesquisa sobre a leitura dos textos mediados por
computador. Gostaria de sua participação e colaboração respondendo às questões
que seguem. Juntos poderemos encontrar soluções para as dificuldades que as
escolas enfrentam com a tecnologia entrando nas escolas.
Desde já agradeço sua colaboração.
Luciane Heffel de Oliveira
Pós-graduanda do curso de Pós-graduação
Linguagem, Ensino e Tecnologia da UNIVATES
1. Sujeito (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10)
2. Idade:__________________________________________________________
3. Série em que estuda:
a. Ensino Fundamental: ( ) 5ª ( ) 6ª ( ) 7ª ( ) 8ª
b. Ensino Médio: ( ) 1ª ( ) 2ª ( ) 3ª
4. Dentre os textos abaixo, quais são utilizados por você em suas
atividades diárias de lazer, trabalho ou estudo?
• e-mail
• Chat ou bate-papo
• E-mail educacional (aula virtual)
• Aula Chat (Chat educacional)
• Videoconferência interativa ou áudio-conferência interativa
• Lista de discussão
• Weblog (blogs; diários virtuais, fotologs)
• Aula à distância
• Outros. Cite os gêneros textuais ou experiências virtuais:____________ ____
_______________________________________________________________
32. 31
5. Dentre os textos abaixo sobre quais foram realizadas atividades nas aulas
de Língua Portuguesa? Indique nos parênteses a série em que foram trabalhados.
• E-mail ( .............................................................. )
• Chat ou bate-papo ( .............................................................. )
• E-mail educacional (aula virtual) ( .............................................................. )
• Aula Chat (Chat educacional) ( .............................................................. )
• Videoconferência ou áudio-conferência interativa ( ..........................)
• Lista de discussão ( .............................................................. )
• Homepage( .............................................................. )
• Weblog (blogs; diários virtuais) ( .............................................................. )
• Aula à distância( .............................................................. )
• Outros. Cite os gêneros ou experiências virtuais:
____________________________________________________________
____________________________________________________________
6. O(a) professor(a) de Língua Portuguesa já realizou atividades de
leitura ou produção escrita com textos no computador? Qual sua opinião sobre
as atividades?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7. Você acha importante o trabalho de textos do computador na escola?
( ) SIM ( ) NÃO Por quê?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
33. 32
APÊNDICE C – Entrevista para os docentes de Língua
Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio
1. Como foram definidos os gêneros textuais mediados por
computador a serem trabalhados em cada série? (Por dificuldade,
por proximidade com outros gêneros textuais já trabalhados, etc.)
2. Os gêneros textuais mediados por computador são novos, porém
têm feito parte, cada vez mais, do dia-a-dia das pessoas mais
comuns. Você acha importante o trabalho destes gêneros textuais,
como o e-mail, o bate-papo e outros nas aulas de Língua
Portuguesa como um instrumento de comunicação? Por quê?
3. Com o surgimento do computador e das redes de comunicação, e
com elas, os novos gêneros textuais mediados por Computador,
quais habilidades você acha que o aluno deve desenvolver para
ser competente nesta modalidade comunicativa?
4. Ao planejar suas atividades sobre gêneros textuais emergentes
mediados por computador, onde você busca inspiração,
criatividade e até poderíamos dizer, conhecimentos?
5. O seu trabalho com gêneros textuais mediados por computador a
seu ver, é satisfatório? Por quê?
6. Quais as principais dificuldades em trabalhar com os gêneros textuais
mediados por computador.
34. 33
APÊNDICE D – Entrevista para os discentes de Língua
Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio
1. Como você vê as aulas de Língua Portuguesa que trabalham com
textos do computador?
2. Você costuma acessar textos do computador em sua casa, em
horários extra-classe?
3. Para que você utiliza os textos do computador na sua vida diária?
4. A escola possibilita acesso aos textos do computador durante as
aulas?
35. 34
APÊNDICE E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO
Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa: GÊNEROS
TEXTUAIS MEDIADOS POR COMPUTADOR: APRENDIZAGENS E PRÁTICAS NO
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO.
A JUSTIFICATIVA, OS OBJETIVOS E OS PROCEDIMENTOS: O motivo que
nos leva a estudar o problema é verificar como o trabalho com gêneros textuais
emergentes mediados por computador está sendo realizados no Ensino
Fundamental e do Ensino Médio. A pesquisa se justifica por compreender que
com a evolução da tecnologia, presente no cotidiano do indivíduo, e com ela o
surgimento dos gêneros textuais mediados por computador faz-se necessário
que a escola prepare o aluno para mais esta forma de comunicação e
interação. O objetivo deste projeto é verificar como a leitura e produção dos
gêneros textuais mediados por computador está sendo trabalhada no Ensino
Fundamental e Médio nas aulas de Língua Portuguesa. O procedimento de
coleta de dados será da seguinte forma: serão entrevistados docentes de
Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio, e discentes do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio.
DESCONFORTOS E RISCOS E BENEFÍCIOS: Como não serão identificados os
participantes da pesquisa, não haverá riscos para os participantes, evitando
assim desconforto com relação a posicionamentos ideológicos. Já os
resultados da pesquisa podem desencadear processos de qualificação da
educação no que tange à tecnologia, o que pode ser considerado um benefício.
FORMA DE ACOMPANHAMENTO E ASSISTÊNCIA: A pesquisa consta de uma
entrevista que será gravada em arquivo de áudio, em seguida será transcrita.
Retornará ao participante para que, após aprovada, faça parte oficialmente do
corpus da pesquisa.
GARANTIA DE ESCLARECIMENTO, LIBERDADE DE RECUSA E GARANTIA DE
SIGILO: Você será esclarecido(a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar.
Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a
participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em
participar não irá acarretar qualquer penalidade ou perda de benefícios.
36. 35
O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Os
resultados da pesquisa serão enviados para você e permanecerão confidenciais. Seu
nome ou o material que indique a sua participação não será liberado sem a sua
permissão. Você não será identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar
deste estudo. Uma cópia deste consentimento informado será arquivada no Curso
Latu Senso de PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM, ENSINO E TECNOLOGIA -
LÍNGUA PORTUGUESA do Centro Universitário UNIVATES e outra será fornecida a
você.
CUSTOS DA PARTICIPAÇÃO, RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO POR
EVENTUAIS DANOS: A participação no estudo não acarretará custos para você e
não será disponível nenhuma compensação financeira adicional.
DECLARAÇÃO DA PARTICIPANTE OU DO RESPONSÁVEL PELA
PARTICIPANTE: Eu, _______________________________________ fui informada
(o) dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci minhas
dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e motivar
minha decisão se assim o desejar. A estudante LUCIANE HEFFEL DE OLIVEIRA,
certificou-me de que todos os dados desta pesquisa serão confidenciais.
Também sei, caso existam gastos adicionais, estes serão absorvidos pelo orçamento
da pesquisa. Em caso de dúvidas poderei chamar a estudante LUCIANE HEFFEL DE
OLIVEIRA, no telefone (51) 8429-9868, o(a) professor(a) orientador(a) MARIA
ELISABETH BERSCH, no telefone (51) 3714.7000 ou o Comitê de Ética em Pesquisa
do CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES, sito à Rua Avelino Tallini, 171 | Bairro
Universitário - CEP 95900-000 - Lajeado - RS - Brasil.
Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de
consentimento livre e esclarecido e me foi dada oportunidade de ler e esclarecer as
minhas dúvidas.
Nome Assinatura do Participante Data
Nome Assinatura do Responsável Data
Nome Assinatura do Pesquisador Data