O documento descreve a romanização da Península Ibérica após a conquista romana, incluindo a divisão administrativa em províncias, o desenvolvimento de cidades e a adoção da cultura romana através da língua, religião, direito e infraestrutura.
1. A Integração de uma região periférica
no universo imperial: A Romanização da
Península Ibérica
2. Fases da
conquista da
Penísula
Ibérica
212 d.c.
Edicto de
Caracala
PAX
Romana
3. Diversos povos, com
diferentes graus de
desenvolvimento.
Havia ainda pequenas
colónias-feitorias
comerciais costeiras,
Gregos, Fenícios e
Cartagineses, com
pouca influência
4. “Ao norte do Tejo é a Lusitânia ocupada
pelo povo mais poderoso entre todos os
iberos, aquele que manteve, por mais
tempo, a guerra contra os romanos. É
limitada, a sul pelo Tagus (Tejo).
A sua parte oriental (Serra da Estrela) é
montanhosa a e rude. A sua continuação é
uma planície que se estende até ao mar.
A Lusitânia é um país muito fértil, cortada
por grandes e pequenos rios, a maior
parte navegáveis. Os mais conhecidos,
além do Tagus, o Mundas (Mondego) e o
Vaccua (Vouga). O limite norte é o Durius
(Douro).
A Lusitânia abrigava diferentes povos,
que tinham nomes diferentes. Cada um
formava uma pequena república, que
tinha as suas leis, seus usos e costumes. É
ocupada por cerca de 50 povos
diferentes.” (…)
Estrabão ( c.64 a. C.- c.24 a. C.) - historiador
e geógrafo grego.
5. Organização Administrativa
Octávio dividiu esta
região do Império em
três províncias:
- Lusitânia, cuja capital
era Emerita Augusta;
- Tarraconense, a mais
extensa, com capital em
Tarraco;
- Baetica, a mais rica e
desenvolvida com capital
em Corduba.
6. Os povos conquistados abandonam progressivamente a
sua forma de viver adotando a cultura e os hábitos dos
conquistadores.
Doc. 33 – pag112
Agentes da
Romanização
Legionários - que se fixam na P. Ibérica
- hispânicos que integram o
exército romano
Imigrantes vindos de itália
Mercadores – desenvolvem laços comerciais com
a população indígena, a quem compram e vendem
produtos diversos.
Autoridades locais
7. Acção das autoridades
provinciais
Tolerância em relação
aos povos conquistados
Clima de paz e
confiança
Construção de obras
públicas
Educação romana e
criação de elites locais
8. As cidades que
os romanos
tornaram centro da
sua vida e onde tudo
o que era importante
acontecia.
As cidades com
importantes funções
administrativas
atraíam a pouco e
pouco os habitantes
dos povoados
indígenas que os
abandonam.
9. Planta de Emerita Augusta
As cidades possuíam diferentes estatutos:
- Colónias – cidades criadas de raiz por
romanos oriundos da Península Itálica
que escolhiam as novas regiões para
viver.
Assim nasceu Emerita Augusta
(por vontade de Augusto que
aí instalou os soldados
reformados) Scalabis e Pax
Julia
Feitas à imagem e semelhança de Roma, as colónias romanas foram
importantes pólos de desenvolvimento, de romanização e de
aculturação dos povos locais.
10. Municípios – Eram cidades já existentes antes da chegada dos Romanos
a quem estes concediam privilégios e autonomia e que se regiam por
instituições semelhantes às da cidade de Roma, nomeadamente a Cúria
(que correspondia ao Senado e um corpo de magistrados no top dos
quais se situavam os duúnviros (que correspondia aos cônsules de
Roma). Eram municípios Ebora (Évora), Salacia (Alcácer do Sal),
Myrtilis (Mértola)e Olisipo (Lisboa).
Myrtilis
Ebora
Salacia
12. O Latim
Inicialmente utilizado nos
documentos e actos oficiais,
depressa passou a ser falado
amplamente, facilitando a
comunicação e aproximando
conquistadores e conquistados
que passaram a ter o latim
como a sua língua.
A língua latina foi a mais
duradoura herança deixada
pelos romanos
Torna-se a base das línguas
peninsulares, sobrepondo-se
às línguas locais. Inscrição em latim num marco miliário da Via
Nova, que ligava Braga a Astorga
13. A religião
Os romanos estenderam os
seus deuses a todas as
regiões do império,
tolerando contudo os deuses
locais, coexistindo
pacificamente uns e outros.
A arqueologia demonstrou a
existência de monumentos
dedicados a deuses locais
escritas em latim, a par de
templos sumptuosos
dedicados a deuses romanos.
Ara
romana
dedicada
ao deus
indígena
Nabia -
séc. II d.
C.
Templo romano de Évora, provavelmente dedicado
ao culto imperial - sec. I d. C.
14. O Direito
O respeito pela lei, por
parte de dominadores
e dominados era a
garantia da ordem,
protecção, segurança e
paz.
Por outro lado, a
grande abrangência
das leis romanas
permitia a resolução
de problemas diversos.
Placa de bronze encontrada
nas em Aljustrel contendo
legislação sobre a exploração
das minas (impostos, rendas,
profissões, etc.) – séc. I a. C. Doc. C Pag. 117
15. Rede viária
Os romanos tiveram uma especial atenção para com
as vias de comunicação.
Construídas com fins militares e administrativos, as
estradas Romanas e as pontes que as
complementaram, ajudaram ao desenvolvimento do
comércio, à circulação das pessoas e à formação de
um só espaço económico.
Marco miliário
Doc. F - pag119
16. Desenvolvimento
económico
A economia dos povos
peninsulares sofreu
alterações profundas
com a romanização:
Agricultura – Nas villae
desenvolveu-se uma
agricultura intensiva
com aproveitamento
dos solos e produção
de cereais, vinho e
azeite, ao mesmo
tempo que se
desenvolvia a criação
de gado bovino, suíno
e ovino.
17. Desenvolvimento
económico
Indústria – Os romanos
desenvolveram as
indústrias mineira, da
tecelagem e conserveiras
(de peixe).
Comércio –
desenvolveram-se feiras
e mercados e a moeda
pouco conhecida de
alguns povos, circula em
abundância, sendo
muitas vezes cunhada
localmente.
Industria de Salga de
Peixe em Tróia
Minas de Tresminas – Vila Pouca de Aguiar
18. Antes Depois
Uma agricultura colectiva
de montanha, com culturas
episódicas de cereais nas
encostas e aproveitamento
dos produtos dos bosques
(bolotas, castanhas).
Uma indústria rudimentar e
local.
Povoados fortificados
(castros) de montanha, com
casas de pedra solta, chão
de terra batida e cobertura
de colmo ou lousa.
Uma economia de trocas
rudimentar.
Inúmeros dialectos falados
A uma economia agrícola baseada na
propriedade individual, com
intensivo dos aproveitamento dos
solos, emprego regular do arado e
exploração simultânea do trigo, da
vinha, do olival e da vinha.
Uma indústria desenvolvida ligada à
exploração mineira, à tecelagem, à
olaria, à salga de peixe.
Povoações e cidades aberta,
instaladas nas planícies ou vales,
com casas de tijolo ou adobe, chão
de ladrilho e telhas de cobertura.
Uma economia comercial e
monetária altamente desenvolvida.
Uso do latim, elemento de
comunicação e unificação dos povos
ibéricos.