1. Lean Printing
O nó cego das gráficas: as dietas legítimas
Mestrado Tecnologias Gráficas
Gestão de Produção Gráfica
Docente: Prof. Rui Sebrosa
Mestrandos:
Diogo Gonçalves - 20110717
Maria Carvalho - 20110709
Paul John Vicente - 20110167
Junho 2012
2. A indústria gráfica, em certa medida, tornou-se numa donzela em perigo; com a
produção magra no papel de seu cavaleiro de armadura brilhante.
Empresas de todo o mundo, de todas as indústrias, estão agora adotar as técnicas e
os princípios da produção magra.
Lean Printing refere-se ao conjunto de estratégias e técnicas implementadas no local
de trabalho que visam reduzir, reduzir significativamente: os processos, os custos e
despesas operacionais das empresas.
Lean Printing - O nó cego das gráficas: as dietas legitimas Página 2
3. LEAN PRINTING
O NÓ CEGO DAS GRÁFI C AS: AS DI ETAS LEGI TI MAS
L E A N M A NU F ACT U R I NG N A I ND U S T R I A G R ÁF I C A
A indústria de gráfica de impressão, assim como todas as outras indústrias globais,
também é afectada pelas flexões e dificuldades económicas que afectam as
empresas globais hoje em dia.
A indústria de impressão está agora mais afectada pela crescente popularidade da
internet. O âmbito dos meios de comunicação, nas últimas décadas tem dominado o
universo da mídia.
Tempos difíceis para a indústria de impressão.
Todas as empresas em todo o mundo estão a passar por um dos períodos mais difícil
de sempre. A indústria gráfica é com certeza uma das mais atingidas pela
popularidade da mídia online.
As receitas e lucros das empresas da indústria de impressão estão significativamente
em declínio.
É basicamente o momento mais difícil para a indústria de impressão. É acima de tudo
agravado pelos acontecimentos económicos actuais e problemas que não são
exclusivas à indústria gráfica.
Lean Manufacturing:
Empresas de todo o mundo, de todas as indústrias, estão agora adotar as técnicas e
os princípios da produção magra.
Lean manufacturing refere-se ao conjunto de estratégias e técnicas implementadas
no local de trabalho que visam reduzir significativamente, os custos e despesas
operacionais das empresas.
Existem vários desperdícios identificados na produção magra que devem ser
eliminados no local de trabalho. Estes sete são identificados como: excesso de
processamento sobre a produção, o movimento, transporte, espera, inventário e de
monos e defeitos.
Cada resíduo contribui para as perdas da empresa e estes ocorrem em grandes
quantidades.
Lean Printing: Produção magra na indústria de impressão
A produção magra pode ser o derradeiro alento para a indústria de impressão.
Derivado do empenho e da previsão as gráficas podem colher significativos frutos da
aplicação dos princípios de produção magra.
Lean Printing - O nó cego das gráficas: as dietas legitimas Página 3
4. A indústria gráfica, em certa medida, tornou-se numa donzela em perigo; com a
produção magra no papel de seu cavaleiro de armadura brilhante.
A indústria gráfica tem muito a ganhar em beneficiar com as vantagens de adotar as
técnicas de produção magra. Esta vai seguramente auxiliar players da indústria
gráfica a sobreviver e continuar a sua missão. Esta é a oportunidade de reduzir os
custos operacionais, melhorar a eficiência e competitividade, tudo num único pacote.
O Lean Printing é o melhor meio para dinamizar e elevar o estatuto da indústria
gráfica.
CO M E Ç AR B E M P AR A A C A B AR B E M
Com a crise instalada e o acesso ao crédito cada vez mais restrito, a poupança, ou a
redução de desperdícios, assume um papel muito importante em qualquer empresa.
Assim, poupar tempo também é da maior importância.
Toda a filosofia da Produção Magra tem como um dos principais objetivos reduzir ao
máximo os desperdícios e reduzir os stocks. Em paralelo, procura agilizar toda a cadeia
de produção reduzindo o tempo que medeia entre o “pedido do cliente” e a entrega
do “produto acabado”1. Nesse sentido, para que uma empresa se torne realmente
nume empresa de Produção Magra, o trabalho terá de se iniciar da melhor forma
possível.
Em contraponto, nas indústrias gráficas verifica-se com frequência um atraso, um
desperdício de tempo, em virtude da não conformidade das artes-finais recebidas dos
clientes. Os ficheiros digitais, supostamente prontos para a produção, não estão em
condições para seguirem de imediato para a restante cadeia de produção -
resultado: desperdício de tempo!
Umas das razões que estão na base deste problema é que não existem realmente
normas ou padrões de funcionamento entre os diversos profissionais da indústria
gráfica, sobretudo na padronização e adequação dos ficheiros de arte-final. Esta
afirmação é polémica, afinal vivemos no tempo das regras… normativos ISO, padrões
PDF/X, Gestão de Cor com os perfis ICC/ICM… com tanta “regra”, porque há tantos
problemas com os ficheiros?
Adicionalmente, a falta de padronização na reprodução da cor - a Gestão de Cor e
a sua compreensão por parte dos profissionais da indústria gráfica – e a ausência de
“verdadeiras” provas de cor tornam a fase de impressão falível e carente de
supervisão por alguém que se “responsabilize”, muitas vezes o próprio cliente. Há nesta
fase pormenores técnicos importantes - ganho de ponto, a linearização, o próprio
processo que irá ser utilizado para impressão (offset, serigrafia, impressão digital, etc.) e
claro os perfis ICC/ICM sem esquecer o sempre polémico tema dos ficheiros em RGB
ou CMYK. A soma destes problemas resulta muitas vezes do ficheiro arte-final recebido
estar mal construído ou com especificações técnicas erradas, resultando assim, na
fase de impressão, em mais desperdício de tempo.
Torna-se portanto uma tarefa delicada fazer a mudança de paradigma para a
Produção Magra se, logo na fase inicial da receção dos ficheiros existem desperdícios
de tempo, quer na manipulação dos ficheiros recebidos de forma a corrigi-los, quer na
espera do reenvio dos mesmos conforme os requisitos pretendidos por esta ou aquela
gráfica.
1
Lead Time – Período de tempo entre o início de uma atividade (produtiva ou não) e a sua conclusão.
Lean Printing - O nó cego das gráficas: as dietas legitimas Página 4
5. NO R M AT I V O S E E S P E C I F I C A ÇÕ E S N A I ND U S T R I A G R Á F I C A
O sistema normativo para uma especificação técnica do produto adequada ao
domínio da indústria gráfica.
No corrente decurso universal de globalização da economia mundial, a indústria
gráfica dos países desenvolvidos tem evidenciado uma apetência emergente para
centralizar a sua atuação nas fases de concepção, impressão e assemblagem de
produtos.
Numa outra vertente, com o incremento de empresas que dependem, cada vez mais,
de sistemas computadorizados, as oportunidades de intervenção humana direta nos
processos de impressão deveriam ficar cada vez mais reduzidas e executadas de
forma assertiva e seguindo processos normativos desde que se inicia o processo de
contacto com o cliente.
A consequência destas duas vertentes, que decorrem em progressão paralelamente,
foi a manifestação da ineficácia e ineficiência de alguns dos processos de
especificação tradicionais, considerando nítido a carência iminente de irrevogável
minúcia e exatidão na especificação para a produção de produtos. Esta necessidade
prende-se com uma imposição de corte das dúvidas e da faculdade de assistirem
interpretações subjetivas, nos processos de produção.
O desígnio de accionar uma superior intercomunicação técnica entre todos os
intervenientes do processo de produção, a Organização Internacional de
normalização (ISO – International Organization for Standardization) desenvolveu
especificações no domínio da especificação técnica para o produto gráfico – que
compreendem a enunciação de conceção e a especificação técnica quer na área
da produção e pós-produção – tendo por enunciado as normas internacionais.
A ficha de especificação de um produto gráfico deve basear-se num ou mais
documentos técnicos de produtos e aglomerar: layouts, modelos 3D, listas de
propriedades de suportes, tintas e acabamentos, cortantes e outros elementos que
sejam pertinentes da especificação, independentemente do formato.
Os predicados para uma normalização no espaço da especificação técnica, em
todas as suas etapas, desde a elaboração dos conceitos de concepção ate á
efectivação, até à validação do produto acabado, tem como eixo central o
desenvolvimento realizado pela ISO: a documentação técnica de produtos.
A documentação técnica de produtos representa um agrupado de meios de
comunicação da totalidade ou porção de uma especificação de produto, para fins
de produção e verificação.
A especificação técnica do produto que inclui os desenhos técnicos de layout é o
domínio de trabalho que engloba regras de desenho e de documentação; gestão de
informação técnica de produto; suportes e equipamento; os princípios de verificação;
instrumentos de medição da cor e sua calibração com eles relacionados que
colectam as necessidades técnicas no decorrer do longo processo de produção do
produto.
As diversas fases do ciclo produtivo tomam lugar num mercado global das industrias
gráficas em que:
Lean Printing - O nó cego das gráficas: as dietas legitimas Página 5
6. - A especificação técnica do produto, desde a concepção à produção e verificação
são de extrema relevância nas diversas fases da cadeia;
- Existe uma demanda emergente de compreensão, comunicação e aplicação de
normas, num panorama onde se exige a eliminação de barreiras é necessário adotar
os 5 princípios:
Valor;
Cadeia do Fluxo de Valor;
Fluxo de trabalho;
Pull;
Perfeição;
Além da utilização de sistemas Adobe Acrobat – PDF e a utilização de perfis ICC.
A especificação técnica de produtos é o único meio fidedigno de comunicação
entre cliente e gráfica. Enunciações incorrectas e pouco claras são fatores de elevado
risco económico para a indústria. Informação conhecedora demonstra que a grande
fatia dos custos de um produto derivam de decisões tomadas nas diferentes fases do
produto até chegar e inclusive na impressão do produto.
Uma adequada implementação e gestão do sistema normativo permitirá evitar a
produção gráfica de produtos inadequados, provenientes de especificações
incompletas, com uma consequente redução dos meios financeiros despendidos.
Factor determinante para uma melhoria contínua da qualidade do produto e dos
prazos de entrega, permitindo uma adequada otimização de recursos e
consequentemente económica.
Neste contexto a ISO e os seus normativos tem como objetivo definir um modelo
internacional em que se designam os preceitos para a elaboração de todas as formas
de especificação técnica de produtos. Estes modelos foram elaborados como
agentes facilitadores de normas internacionais (ISO), consideradas essenciais para a
obtenção de uma compatibilidade internacional entre as normas, ou formas de
funcionamento, dos diferentes países.
Os normativos devem ser utilizados durante o processo de produção de um produto
gráfico e a sua aplicação consistente possibilitará uma redução das ambiguidades e
interpretações incorrectas, uma melhoria dos tempos de resposta e uma diminuição
significativa da necessidade de efetuar ações corretivas e sem valor acrescentado.
O conhecimento das normas ISO e dos seus requisitos nos métodos de pré-impressão e
impressão e a consciência dos procedimentos de verificação ajudarão a assegurar
que qualquer que seja o grau de complexidade e qualquer que seja a fase de
produção da peça gráfica seja apropriado e adequado.
Por estes e muitos outros motivos, a gestão do processo de impressão pode ser
complexa, mas recomenda-se que os clientes e em particular os colaboradores da
indústria gráfica conheçam bem as normas publicadas nestes domínios, isto é:
Formatos de ficheiros em que devem fornecer as artes finais;
Perfis de cor;
Workflow do fluxo de trabalho com elementos gráficos do layout;
Suportes utilizados na impressão;
Propriedades dos materiais.
Documentos normativos a considerar na preparação de trabalho gráfico durante a
pré-impressão e impressão:
Lean Printing - O nó cego das gráficas: as dietas legitimas Página 6
7. ISO 15930-1:2001 Graphic technology -- Prepress digital data exchange -- Use of PDF --
Part 1: Complete exchange using CMYK data (PDF/X-1 and PDF/X-1a) ISO 15930-
8:2010/Cor 1:2011
ISO 15930-3:2002 Graphic technology -- Prepress digital data exchange -- Use of PDF --
Part 3: Complete exchange suitable for colour-managed workflows (PDF/X-3)
ISO 15930-4:2003 Graphic technology -- Prepress digital data exchange using PDF --
Part 4: Complete exchange of CMYK and spot colour printing data using PDF 1.4
(PDF/X-1a)
ISO 15930-6:2003 Graphic technology -- Prepress digital data exchange using PDF --
Part 6: Complete exchange of printing data suitable for colour-managed workflows
using PDF 1.4 (PDF/X-3)
ISO 15930-7:2010 Graphic technology -- Prepress digital data exchange using PDF --
Part 7: Complete exchange of printing data (PDF/X-4) and partial exchange of printing
data with external profile reference (PDF/X-4p) using PDF 1.6
ISO 15930-8:2010 Graphic technology -- Prepress digital data exchange using PDF --
Part 8: Partial exchange of printing data using PDF 1.6 (PDF/X-5)
ISO 15076-1:2010 Image technology colour management -- Architecture, profile format
and data structure -- Part 1: Based on ICC.1:2010
A existência de normativos relativos à definição, especificação e produção de
produtos gráficos é determinante para se obter uma interação harmoniosa quer nos
clientes internos assim como nos clientes externos.
Deveria ser fator primordial e regulamentar do mercado que cada vez um maior
número de gráficas fosse confrontado com a implementação de competências
próprias do domínio de produção de produtos gráficos de modo a poderem ser
competitivas ao nível do mercado global.
W O R K F L O W N A I ND U S T R I A G R Á F I C A: N O R M AS E F L U X O S D E T R AB A L H O
Como vimos, um ficheiro de arte final em conformidade com os pressupostos de mídia
a que se destina é fundamental no “lean thinking”, embora seja verdadeiramente o
desejado em qualquer outra situação.
Muitos temas e abordagens são possíveis sobre a questão da “qualidade” do ficheiro;
vamos centrar a nossa atenção sobre 2 temas: os “normativos” para PDF e algumas
particularidades dos perfis de cor ICC ou ICM.
Começando pelos ICC/ICM, de que estamos a falar? Falamos de Gestão de Cor. Há
sobre o tema imensa informação disponível, mesmo on-line, mas esta informação
incide sobretudo sobre a cor e a reprodução da cor. Há no entanto outras
particularidades, com frequência subvalorizadas mas quiçá muito pertinentes para a
produção em gráfica: as cargas de tinta e as separações em CMYK das imagens.
Por carga de tinta entendemos a soma das tintas numa escala de 0 – 100%, o mesmo
é dizer a soma das percentagens que compõem uma cor. A exemplo, a cor C: 60, M:
100, Y: 100 (um castanho avermelhado) tem uma carga de tinta de 260%. Esta carga
de tinta é importante na taxa de absorção do papel à humidade e no sistema de
impressão escolhido, para não “borrar” ou criar um excesso de ganho de ponto: há
um limite recomendável para tipos de papel conjugados com o tipo de máquina de
impressão. Por exemplo, para o vulgar papel de jornal em rotativa o limite
recomendável é 260%... em máquinas planas com papel de qualidade podemos ir até
Lean Printing - O nó cego das gráficas: as dietas legitimas Página 7
8. aos 350%. Quer isso dizer que, a cor “castanho avermelhado” funciona bem em
máquina plana mas para o jornal já está no limite máximo de tolerância.
Tomando o exemplo de um jornal, como fazer então cores ainda mais escuras que o
castanho? Ultrapassa-se o limite? É aqui que os perfis ICC/ICM se destacam: eles
constroem toda uma harmonia cromática “encaixando” todas as cores no limite dos
260%, evitando assim o excesso de tinta na impressão – dito de outra forma, os ficheiros
ICC têm um “limite” de tinta máximo que nunca ultrapassam. Se esta preparação do
ficheiro é necessária há, obviamente, um preço a pagar: com frequência as cores
sofrem desvios na conversão e há cores que não são pura e simplesmente fazíveis; o
papel não tem tolerância para “tanta” tinta. Assim, nesta dualidade de “qualidade de
reprodução” versus “taxa de absorção” ganha sempre este último: para que a carga
de tinta não ultrapasse a capacidade da impressão, a fidelidade das cores tem de
pagar o seu preço.
Uma segunda particularidade do ficheiro é a “pré-separação” que o perfil ICC/ICM
efetua ou seja, um ficheiro de imagem é normalmente decomposto e trabalhado nos
4 canais CMYK que são, grosso modo, o equivalente às chapas da gráfica. Sem aqui
se usar calão técnico, há diferenças na forma como o perfil funciona, no que
habitualmente se chama “o canal do desenho”, o preto ou o cião – pode-se
converter uma mesma imagem para dois perfis diferentes, cada um fazendo incidir a
maioria da carga de tinta na chapa do cião ou na chapa do preto. São
características teóricas de construção dos tons neutros (“cinzas” e “pretos”) que levam
em consideração a criação do neutro com soma de tintas ou só com a tinta preta: no
neutro da soma de tintas, os tons escuros ficam mais bonitos, com maior vibração de
cor e, por oposição, o neutro feito só com tinta preta fica “baço”. Obviamente que a
afinação na própria máquina de impressão é também diferente, em função destas
somas cromáticas. O problema é que, para quem criou o ficheiro de arte-final, os dois
sistemas produzem exatamente a mesma imagem num programa de edição de
imagem como o Photoshop… assim, para quem edita a imagem tanto faz estar num
sistema ou no outro: a visualização é a mesma.
Finalmente os PDF, os ficheiros de arte-final. Há vários normativos “X”, adequados a
diferentes sistemas de impressão e que são com frequência encarados como
“garante de qualidade” da impressão. Há, na nossa opinião, um excesso de “fé nos X”
– o que os normativos garantem é que não existem “extras” inapropriados para
impressão e que um PDF pode conter, como filmes, objetos interativos ou outras
“monstruosidades” no ficheiro. Em suma garantem que o conteúdo é mesmo para
impressão, pois PDF há de muitos tipos e “sabores”. Também verifica particularidades
próprias da impressão, como a inclusão de fontes de letra, cores CMYK, etc… em
suma, são um bom pressuposto de “higiene” no ficheiro mas não garantem a
fidelidade de impressão; aliás para alguns “X” há um e só um perfil ICC/ICM possível;
escolher outro significa já não estar em conformidade com o “X”.
Outra característica importante dos “X” é a versão do Distiller usada, do tipo “Acrobat
5 (PDF 1.4)”. Para quem não está familiarizado, trata-se da configuração do conversor
para PDF, sendo que quanto mais elevado o primeiro dígito mais recente a versão do
software, logo mais atualizada e com menos problemas. Nos “X”, estranhamente, as
versões usadas são as mais antigas, aquelas que podem produzir alguns problemas,
nomeadamente com a interpretação de objetos transparentes.
Em resumo, vamos listar estas particularidades:
- Os perfis ICC/ICM definem sempre o limite de tinta possível e restringem todas as
cores a esse limite, o que habitualmente implica desvios nas cores e cores não fazíveis
em limites de tintas mais baixos, como nas rotativas. - O perfil ICC/ICM está
configurado para fazer incidir uma maior carga de tinta na chapa do preto ou na
chapa do cião, mas esta opção que é notória e tem implicações no momento da
impressão profissional, não é visível para quem faz a preparação das imagens. - Os
PDF “X” garantem que todos os conteúdos são para impressão. Também verificam,
consoante as versões, algumas características associadas a diferentes características
de impressão. - Os PDF “X” têm configurações de conversão antigas, algumas das
quais conhecidas por terem problemas de conversão.
Lean Printing - O nó cego das gráficas: as dietas legitimas Página 8
9. Omitimos até agora, propositadamente o RIP da gráfica. Ele pode estar configurado
para respeitar o conteúdo do PDF ou para “dar um jeitinho” no ficheiro e aplicar as
especificações da própria gráfica. Neste ultimo caso, converte todo o trabalho
realizado no PDF para uma qualquer outra coisa que os clientes desconhecem…
CO NCL US Ã O
Em resumo e de forma genérica, quer as normas vulgarizadas para as artes-finais, quer
as “regras” das áreas gráficas garantem muito pouco e induzem a um conforto e
confiança que, na prática, não existem.
Por outro lado, os normativos ISO existem como reguladores do mercado mas poucas
empresas gráficas os implementam, ao que julgamos pela dificuldade em interpretar e
seguir os parâmetros estabelecidos sem “reengenharia” dos seus sistemas, processos e
métodos, o que muitas vezes se traduz por investimento.
Certo é que todo o conjunto - normativa ISO, PDF/X e perifs ICC – não parece
funcionar, talvez porque são regras para o “todo” e não para o particular. Mas isso
cabe a cada um de nós, a cada estrutura, porfiar por essas pequenas soluções.
Nesta lógica do Lean Thinking, porque não olhar para o particular em vez do todo?
Porque não pensar em pequenos contributos para criar melhores soluções de um fluxo
de trabalho?
Pequenos “nadas” que somados podem ajudar a resolver.
A exemplo, porque não estabelecer um método que lhe permita identificar quais são
os perfis de ICC adequados às suas máquinas de impressão e aos tipos de papéis? E se
no fim de cada orçamento e em anexo ao mesmo, se enviar ao cliente também um
conjunto de regras mínimas e o ICC/ICM adequado temos uma melhor garantia de
impressão. É que no orçamento, especificamos o papel e já calculamos qual a
máquina onde vai imprimir.
São os pequenos “nadas” que fazem o Lean Thinking.
Lean Printing - O nó cego das gráficas: as dietas legitimas Página 9
10. BI BL IOG R AF I A E BI BL I OGR A FI A O N -L I N E
Cooper, Kevin; Keif, M; Macro, K (2007). Lean Preating: Pathway to Sucess.
PIA/GATFPress
Cooper, Kevin(2010). Lean Printing: Cultural Imperatives for Success. Printing Industries
Press.
Rizzo, Kenneth E.(2011). Finding Printers’ Hidden Waste. Printing Industries Of America.
http://www.iso.org/iso/home.html [ consultado em 28.05.2012 ]
Lean Printing - O nó cego das gráficas: as dietas legitimas Página 10