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APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA
ALFABÉTICA PELAS CRIANÇAS
A apropriação do Sistema de
Escrita Alfabética pelas crianças
A escrita é um sistema notacional, ou seja, é constituído de
regras próprias e princípios abstratos e seu aprendizado
implica um processo cognitivo complexo e conceitual por
parte do aprendiz.
Lista das propriedades do SEA que o aprendiz tem que reconstruir em sua mente para se
tornar alfabetizado (Leal e Morais (2010) e Morais (2012) )
• 1) Escreve-se com letras, que não podem ser inventadas, que têm um repertório finito e que são
diferentes de números e de outros símbolos.
• 2) As letras têm formatos fixos e pequenas variações produzem mudanças na identidade das
mesmas (p, q, b, d), embora uma letra assuma formatos variados (P, p, P, p).
• 3) A ordem das letras no interior da palavra não pode ser mudada.
• 4) Uma letra pode se repetir no interior de uma palavra e em diferentes palavras, ao mesmo tempo
em que distintas palavras compartilham as mesmas letras.
• 5) Nem todas as letras podem ocupar certas posições no interior das palavras e nem todas as letras
podem vir juntas de quaisquer outras.
• 6) As letras notam ou substituem a pauta sonora das palavras que pronunciamos e nunca levam em
conta as características físicas ou funcionais dos referentes que substituem.
• 7) As letras notam segmentos sonoros menores que as sílabas orais que pronunciamos.
• 8) As letras têm valores sonoros fixos, apesar de muitas terem mais de um valor sonoro e certos
sons poderem ser notados com mais de uma letra.
• 9) Além de letras, na escrita de palavras, usam-se, também, algumas marcas (acentos) que podem
modificar a tonicidade ou o som das letras ou sílabas onde aparecem.
• 10) As sílabas podem variar quanto às combinações entre consoantes e vogais (CV, CCV, CVV,
CVC, V, VC, VCC, CCVCC...), mas a estrutura predominante no português é a sílaba CV
(consoante-vogal), e todas as sílabas do português contêm, ao menos, uma vogal
O percurso das crianças para compreenderem o SEA
e possíveis intervenções didáticas dos professores
• os aprendizes passam por quatro
períodos nos quais têm diferentes
hipóteses para como a escrita alfabética
funciona: períodos pré-silábico, silábico,
silábico-alfabético e alfabético.
• É importante incentivar as crianças a
escrevam espontaneamente, desde o
início do primeiro ciclo, e que escrevam
“do seu jeito”.
• As escritas espontâneas darão suporte
ao professor para identificar quais
princípios do SEA cada criança já
assimilou e quais precisam ainda ser
compreendidos, orientando seu trabalho
didático-pedagógico.
Período Pré-silábico
• A criança ainda não
entende que a escrita
registra a sequência de
“pedaços sonoros” das
palavras.
• Ao distinguir desenho de
escrita, começa a
produzir rabiscos,
bolinhas e garatujas que
ainda não são letras.
Período Pré-
silábico
• À medida que vai observando as
palavras ao seu redor (e
aprendendo a reproduzir seu nome
próprio ou outras palavras), ela
passa a usar letras, mas sem
estabelecer relação entre elas e as
partes orais da palavra que quer
escrever.
• Fase do REALISMO NOMINAL -
coisas grandes (casa, carro, boi)
seriam escritas com muitas letras,
ao passo que coisas pequenas
(formiguinha, por exemplo) seriam
escritas com poucas letras.
Hipóteses do período Pré-silábico
• Hipótese de quantidade
mínima - é preciso ter no
mínimo 3 (ou 2) letras para
que algo possa ser lido; e
• Hipótese de variedade -
para escrever palavras
diferentes, é preciso variar
a quantidade e a ordem
das letras que usa, assim
como o próprio repertório
de letras que coloca no
papel.
Pré-silábico I Pré silábico II
Atividades de análise fonológica
• Uso de textos como parlendas, trava-línguas, músicas
conhecidas pelas crianças, cordéis e poemas, etc.
• O trabalho com os nomes das crianças ou outras palavras
estáveis, já conhecidas por elas, pode ajudá-las a perceber que
palavras diferentes podem ser escritas com o mesmo grupo de
letras ou sílabas.
• Atividades e brincadeiras de contar oralmente as sílabas com
palmas ou outros recursos e comparar quantos “pedacinhos” tem
cada palavra.
• Descobrir qual a palavra maior e a menor, dentre outras
atividades que marquem oralmente as sílabas das palavras e em
seguida estas sejam registradas por escrito pelo professor.
Período Silábico
• Ocorre uma revolução.
• A criança descobre que o que coloca no
papel tem a ver com as partes orais que
pronuncia, ao falar as palavras. Período
de “fonetização” da escrita (FERREIRO,
1985).
• A criança ainda não planeja, quantas e
quais letras vai colocar para cada
palavra, mas demonstra que está
começando a compreender que a escrita
nota a pauta sonora das palavras,
porque, ao ler o que acabou de escrever,
busca fazer coincidir as sílabas orais que
pronuncia com as letras que colocou no
papel, de modo a não deixar que sobrem
letras (no que escreveu).
Silábico sem valor
sonoro
Silábico sem valor sonoro
Silábico com valor sonoro
Outros princípios da escrita que precisam ser
compreendidos pelas crianças
• O que é representado na escrita são unidades menores que as sílabas (fonemas),
além disso, que cada sílaba pode ser escrita com uma letra, com duas ou com mais
letras.
• É importante que o professor organize atividades de reflexão fonológica sobre o interior
das palavras. Um desafio é fazer com que as crianças observem crescentemente as
correspondências som-grafia dos ‘pedacinhos’ (sílabas) das palavras, e percebam a
necessidade de notar partes menores que a sílaba (fonemas) no intuito de registrar
diferentes palavras.
• Comparar a quantidade de sílabas orais com a quantidade de letras também promove
a reflexão.
• Atividades nas quais a quantidade de letras seja dada, como nos jogos de cruzadinha e
forca, por exemplo, são interessantes, porque ao registrar apenas uma letra para cada
sílaba, a criança verá que “sobraram quadradinhos ou espaços”, e ficará em conflito
diante da necessidade de preenchê-los com mais letras.
• Realizar estes jogos em duplas ou trios, formados por crianças que se encontrem em
diferentes hipóteses de escrita.
Outros exemplos de atividades de
reflexão sobre a escrita
• As de escrita espontânea, seguidas da leitura das palavras que o
aprendiz acabou de escrever. Pode-se pedir que as crianças
nomeiem e notem os objetos de um desenho próprio, ou ainda
realizar ditados ou autoditados (em que o desenho é dado para as
crianças escreverem seu nome).
• É importante pedir às crianças que realizem a leitura das palavras
que acabaram de escrever (individualmente, de preferência), para
que o professor possa acompanhar e perceber as estratégias de
leitura criadas por cada criança.
• Ao serem chamadas a ler suas escritas, as crianças podem
perceber lacunas, confrontando a forma com que notaram as
palavras com outros conhecimentos já construídos sobre as
mesmas. Tais conflitos possibilitarão a reconstrução e o avanço de
seus conhecimentos sobre os princípios do sistema de escrita.
Período silábico-alfabético
• A criança começa a entender que o que
a escrita registra no papel tem a ver
com os pedaços sonoros das palavras,
mas que é preciso “observar os
sonzinhos no interior das sílabas”.
Percebe que as letras representam sons
menores que as sílabas, embora ainda
oscile entre registrá-las com apenas uma
letra (hipótese silábica) e registrá-las
observando as relações entre grafemas-
fonemas (hipótese alfabética).
•
• Desafios: ampliar o domínio das
correspondências grafofônicas (entre as
letras e seus respectivos sons),
caminhando para a consolidação da
compreensão do princípio de que as
sílabas possuem “pedaços” menores
que sempre devem ser grafados
(fonemas).
Silábico-alfabético Silábico-alfabético
Atividades para o período silábico-
alfabético
• Palavras cruzadas e jogo da forca, ajudam a criança a refletir sobre as partes
menores da sílaba, ao perceber que “faltam letras ou quadrinhos” para completar.
• Leitura de textos curtos e conhecidos, como parlendas, cantigas de roda ou
poemas, com a posterior reflexão sobre determinadas palavras e suas
características também contribuem para estabilizar determinados conhecimentos
grafofônicos e adquirir outros, além de trabalhar a fluência na leitura.
• Desafios de composição e decomposição de palavras, assim como o uso do
alfabeto móvel contribuem com a reflexão sobre as partes menores da palavra e
suas correspondentes formas gráficas.
• Atividades em que as crianças brinquem de substituir letras para formar novas
palavras, descubram palavras “dentro” de outras, ou que utilizem o
fonema/grafema inicial para produzir outras palavras que comecem com o
mesmo som/letra, também são importantes para o desenvolvimento de
habilidades fonológicas e domínio da escrita alfabética.
Período alfabético
• As crianças escrevem com
muitos erros ortográficos, mas
já seguindo o princípio de que a
escrita nota a pauta sonora das
palavras, colocando letras para
cada um dos “sonzinhos” que
aparecem em cada sílaba, pois
acreditam que a escrita é a
transcrição exata da fala.
• É apenas nesta fase que as
crianças devem começar a
refletir de forma sistemática
sobre as convenções
ortográficas, assim como só a
partir daí é que se recomenda a
escrita frequente em letra
cursiva.
Período Alfabético
•"... A minha contribuição foi
encontrar uma explicação segundo a
qual, por trás da mão que pega o lápis,
dos olhos que olham, dos ouvidos que
escutam, há uma criança que pensa."
(Emília Ferreiro)
Referência
• Cadernos PACTO, unidade 3, ano 1, 2, 3, Brasília, 2012.
• OBS.: os exemplos de escritas das crianças foram
retirados da internet.

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Apropriação do SEA

  • 1. APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA ALFABÉTICA PELAS CRIANÇAS
  • 2. A apropriação do Sistema de Escrita Alfabética pelas crianças A escrita é um sistema notacional, ou seja, é constituído de regras próprias e princípios abstratos e seu aprendizado implica um processo cognitivo complexo e conceitual por parte do aprendiz.
  • 3. Lista das propriedades do SEA que o aprendiz tem que reconstruir em sua mente para se tornar alfabetizado (Leal e Morais (2010) e Morais (2012) ) • 1) Escreve-se com letras, que não podem ser inventadas, que têm um repertório finito e que são diferentes de números e de outros símbolos. • 2) As letras têm formatos fixos e pequenas variações produzem mudanças na identidade das mesmas (p, q, b, d), embora uma letra assuma formatos variados (P, p, P, p). • 3) A ordem das letras no interior da palavra não pode ser mudada. • 4) Uma letra pode se repetir no interior de uma palavra e em diferentes palavras, ao mesmo tempo em que distintas palavras compartilham as mesmas letras. • 5) Nem todas as letras podem ocupar certas posições no interior das palavras e nem todas as letras podem vir juntas de quaisquer outras. • 6) As letras notam ou substituem a pauta sonora das palavras que pronunciamos e nunca levam em conta as características físicas ou funcionais dos referentes que substituem. • 7) As letras notam segmentos sonoros menores que as sílabas orais que pronunciamos. • 8) As letras têm valores sonoros fixos, apesar de muitas terem mais de um valor sonoro e certos sons poderem ser notados com mais de uma letra. • 9) Além de letras, na escrita de palavras, usam-se, também, algumas marcas (acentos) que podem modificar a tonicidade ou o som das letras ou sílabas onde aparecem. • 10) As sílabas podem variar quanto às combinações entre consoantes e vogais (CV, CCV, CVV, CVC, V, VC, VCC, CCVCC...), mas a estrutura predominante no português é a sílaba CV (consoante-vogal), e todas as sílabas do português contêm, ao menos, uma vogal
  • 4. O percurso das crianças para compreenderem o SEA e possíveis intervenções didáticas dos professores • os aprendizes passam por quatro períodos nos quais têm diferentes hipóteses para como a escrita alfabética funciona: períodos pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético. • É importante incentivar as crianças a escrevam espontaneamente, desde o início do primeiro ciclo, e que escrevam “do seu jeito”. • As escritas espontâneas darão suporte ao professor para identificar quais princípios do SEA cada criança já assimilou e quais precisam ainda ser compreendidos, orientando seu trabalho didático-pedagógico.
  • 5. Período Pré-silábico • A criança ainda não entende que a escrita registra a sequência de “pedaços sonoros” das palavras. • Ao distinguir desenho de escrita, começa a produzir rabiscos, bolinhas e garatujas que ainda não são letras.
  • 6. Período Pré- silábico • À medida que vai observando as palavras ao seu redor (e aprendendo a reproduzir seu nome próprio ou outras palavras), ela passa a usar letras, mas sem estabelecer relação entre elas e as partes orais da palavra que quer escrever. • Fase do REALISMO NOMINAL - coisas grandes (casa, carro, boi) seriam escritas com muitas letras, ao passo que coisas pequenas (formiguinha, por exemplo) seriam escritas com poucas letras.
  • 7. Hipóteses do período Pré-silábico • Hipótese de quantidade mínima - é preciso ter no mínimo 3 (ou 2) letras para que algo possa ser lido; e • Hipótese de variedade - para escrever palavras diferentes, é preciso variar a quantidade e a ordem das letras que usa, assim como o próprio repertório de letras que coloca no papel.
  • 8. Pré-silábico I Pré silábico II
  • 9. Atividades de análise fonológica • Uso de textos como parlendas, trava-línguas, músicas conhecidas pelas crianças, cordéis e poemas, etc. • O trabalho com os nomes das crianças ou outras palavras estáveis, já conhecidas por elas, pode ajudá-las a perceber que palavras diferentes podem ser escritas com o mesmo grupo de letras ou sílabas. • Atividades e brincadeiras de contar oralmente as sílabas com palmas ou outros recursos e comparar quantos “pedacinhos” tem cada palavra. • Descobrir qual a palavra maior e a menor, dentre outras atividades que marquem oralmente as sílabas das palavras e em seguida estas sejam registradas por escrito pelo professor.
  • 10. Período Silábico • Ocorre uma revolução. • A criança descobre que o que coloca no papel tem a ver com as partes orais que pronuncia, ao falar as palavras. Período de “fonetização” da escrita (FERREIRO, 1985). • A criança ainda não planeja, quantas e quais letras vai colocar para cada palavra, mas demonstra que está começando a compreender que a escrita nota a pauta sonora das palavras, porque, ao ler o que acabou de escrever, busca fazer coincidir as sílabas orais que pronuncia com as letras que colocou no papel, de modo a não deixar que sobrem letras (no que escreveu).
  • 13. Outros princípios da escrita que precisam ser compreendidos pelas crianças • O que é representado na escrita são unidades menores que as sílabas (fonemas), além disso, que cada sílaba pode ser escrita com uma letra, com duas ou com mais letras. • É importante que o professor organize atividades de reflexão fonológica sobre o interior das palavras. Um desafio é fazer com que as crianças observem crescentemente as correspondências som-grafia dos ‘pedacinhos’ (sílabas) das palavras, e percebam a necessidade de notar partes menores que a sílaba (fonemas) no intuito de registrar diferentes palavras. • Comparar a quantidade de sílabas orais com a quantidade de letras também promove a reflexão. • Atividades nas quais a quantidade de letras seja dada, como nos jogos de cruzadinha e forca, por exemplo, são interessantes, porque ao registrar apenas uma letra para cada sílaba, a criança verá que “sobraram quadradinhos ou espaços”, e ficará em conflito diante da necessidade de preenchê-los com mais letras. • Realizar estes jogos em duplas ou trios, formados por crianças que se encontrem em diferentes hipóteses de escrita.
  • 14. Outros exemplos de atividades de reflexão sobre a escrita • As de escrita espontânea, seguidas da leitura das palavras que o aprendiz acabou de escrever. Pode-se pedir que as crianças nomeiem e notem os objetos de um desenho próprio, ou ainda realizar ditados ou autoditados (em que o desenho é dado para as crianças escreverem seu nome). • É importante pedir às crianças que realizem a leitura das palavras que acabaram de escrever (individualmente, de preferência), para que o professor possa acompanhar e perceber as estratégias de leitura criadas por cada criança. • Ao serem chamadas a ler suas escritas, as crianças podem perceber lacunas, confrontando a forma com que notaram as palavras com outros conhecimentos já construídos sobre as mesmas. Tais conflitos possibilitarão a reconstrução e o avanço de seus conhecimentos sobre os princípios do sistema de escrita.
  • 15. Período silábico-alfabético • A criança começa a entender que o que a escrita registra no papel tem a ver com os pedaços sonoros das palavras, mas que é preciso “observar os sonzinhos no interior das sílabas”. Percebe que as letras representam sons menores que as sílabas, embora ainda oscile entre registrá-las com apenas uma letra (hipótese silábica) e registrá-las observando as relações entre grafemas- fonemas (hipótese alfabética). • • Desafios: ampliar o domínio das correspondências grafofônicas (entre as letras e seus respectivos sons), caminhando para a consolidação da compreensão do princípio de que as sílabas possuem “pedaços” menores que sempre devem ser grafados (fonemas).
  • 17. Atividades para o período silábico- alfabético • Palavras cruzadas e jogo da forca, ajudam a criança a refletir sobre as partes menores da sílaba, ao perceber que “faltam letras ou quadrinhos” para completar. • Leitura de textos curtos e conhecidos, como parlendas, cantigas de roda ou poemas, com a posterior reflexão sobre determinadas palavras e suas características também contribuem para estabilizar determinados conhecimentos grafofônicos e adquirir outros, além de trabalhar a fluência na leitura. • Desafios de composição e decomposição de palavras, assim como o uso do alfabeto móvel contribuem com a reflexão sobre as partes menores da palavra e suas correspondentes formas gráficas. • Atividades em que as crianças brinquem de substituir letras para formar novas palavras, descubram palavras “dentro” de outras, ou que utilizem o fonema/grafema inicial para produzir outras palavras que comecem com o mesmo som/letra, também são importantes para o desenvolvimento de habilidades fonológicas e domínio da escrita alfabética.
  • 18. Período alfabético • As crianças escrevem com muitos erros ortográficos, mas já seguindo o princípio de que a escrita nota a pauta sonora das palavras, colocando letras para cada um dos “sonzinhos” que aparecem em cada sílaba, pois acreditam que a escrita é a transcrição exata da fala. • É apenas nesta fase que as crianças devem começar a refletir de forma sistemática sobre as convenções ortográficas, assim como só a partir daí é que se recomenda a escrita frequente em letra cursiva.
  • 20. •"... A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa." (Emília Ferreiro)
  • 21. Referência • Cadernos PACTO, unidade 3, ano 1, 2, 3, Brasília, 2012. • OBS.: os exemplos de escritas das crianças foram retirados da internet.