Este capítulo descreve o primeiro voo da passarola com Baltasar, Blimunda e o Padre Bartolomeu a bordo. O Padre está fugindo da Inquisição e pede ajuda aos outros dois. Apesar de inicialmente sem destino, Blimunda consegue controlar a máquina e fazê-la pousar em segurança. No entanto, o medo da Inquisição permanece.
2. Resumo Este capítulo começa com uma forte crítica à forma com se faz justiça, uma vez que quem têm poder e riqueza é sempre sobreposto àqueles que vivem na miséria. A passarola está pronta a voar. Em São Sebastião da Pedreira, Baltasar e Blimunda têm que deixar a quinta que foi perdida pelo rei para o Duque de Aveiro. O Padre Bartolomeu aguarda a visita do Rei para testar a máquina e quer dividir a glória da construção da passarola com os seus dois ajudantes. No entanto, e apesar do apoio do Rei, o Padre teme ser acusado de feitiçaria e de ser judeu.
3. O tempo vai passando, mas D. João V não chega. Já é Outono, o que não é favorável pois a passarola precisa de sol para que possa levantar voo. Certo dia, o Padre Bartolomeu aparece junto da passarola, pálido e assustado, anunciando que têm que fugir, já que o Santo Ofício o procura. O Padre pede assim auxílio ao Anjo Custódio e a passarola faz assim o seu voo de baptismo, sem destino certo. Ao cair da noite, a passarola começa a perder altitude, devido à ausência de sol. Blimunda, com toda a sua inspiração, consegue controlar a máquina, com a ajuda de Baltasar, evitando o pior, para alívio do Padre. Conseguem, assim, chegar a terra firme sem qualquer ferimento, o que é um verdadeiro milagre.
4. O Padre continua com medo da Inquisição os encontre. No entanto, e mesmo sem saber onde estão, Blimunda e Baltasar acreditam que se sobreviveram àquela queda, sobreviverão a qualquer coisa. O padre Bartolomeu tenta pegar fogo à passarola, mas é impedido pelos dois. Depois disto foge e nunca mais é visto. Com medo que a passarola seja descoberta, Baltasar e Blimunda cobrem-na com ramos e partem para Mafra, onde chegam dois dias depois e têm uma excelente vista do convento.
5. Pontos Importantes Reflexão sobre o valor da justiça. Necessidade de o Rei devolver a quinta de S. Sebastião da Pedreira ao Duque de Aveiro, após anos de discussão na Justiça. Vontade do Padre experimentar a máquina para a apresentar ao rei. Receio do Padre face ao Santo Ofício: o voo entendido como arte demoníaca. Fuga do Padre, procurado pela Inquisição, na passarola. Destruição do telhado para a passarola poder voar. Voo da máquina com o Padre, Baltasar e Blimunda e descrição de Lisboa vista do céu.
6. Abandono do cravo num poço da quinta para Scarlatti não ser perseguido pelo Santo Ofício. Perseguição de Bartolomeu Lourenço pela Inquisição. Visão de Mafra a partir do céu: a obra do convento, o mar. Cepticismo dos habitantes que vêem a passarola nos céus. Descida e pouso da passarola numa espécie de serra, com a chegada da noite. Tentativa de destruição da passarola, por Bartolomeu Lourenço (fogo), mas Baltasar e Blimunda impedem-no. Fuga do padre e camuflagem da máquina com ramos das moitas, na serra do Barregudo. Chegada de Baltasar e Blimunda, dois dias depois, a Mafra, fingindo que vêm de Lisboa.
7. Citações “(…) oh que maravilha é viver e inventar (..)” Refere-se a quando a passarola está a voar. O padre tinha, realmente, conseguido inventar um engenho voador. “Se tenho de arder numa fogueira, fosse ao menos nesta” Frase proferida pelo Padre Bartolomeu, quando pega fogo à passarola, fazendo referência à fogueira onde iria arder caso a Inquisição o prendesse.
8. Citações “O padre veio para eles e abraçou-se também, subitamente perturbado por uma analogia, assim dissera o italiano, Deus ele próprio, Baltasar seu filho, Blimunda o Espírito Santo, e estavam os três no céu (…)” Quando a passarola já está a voar, referindo-se a uma fala de Scarlatti, em que compara o trio voador com a Santíssima Trindade