1. OPINIÃO
Cada macaco no seu galho
por José Maria de Campos
Tem os executivos de marketing sido duramente criticados como detentores do poder de
definir o que se faz e o que não se faz em cultura.
Tendo vivido os dois lados, produtor e patrocinador, entendo que vale a pena analisar a
posição de cada um e diferenciar o Marketing Cultural do Marketing do Cultural.
Cabe ao Executivo de Marketing das empresas realizar o Marketing Cultural, ou seja utilizar as
ações culturais como ferramenta para os objetivos de marketing da empresa. Assim direciona
seus patrocínios a atividades que atinjam seu público alvo e ofereçam espaços para comunicar-
se com êsse público. Sua análise, portanto, é ficada nos objetivos da empresa, buscando
melhorar o relacionamento com o público através de patrocínios culturais. Não lhe cabe definir
como será a atividade cultural mas tem ele o dever de escolher aquela que melhor se adeque
aos interesses de sua empresa.
Já o produtor cultural deve realizar o Marketing do Cultural, ou seja precisa realizar o Plano de
Marketing para seu evento. Assim deve definir quem é o publico alvo, que caminhos utilizará
para viabilizar a realização do espetáculo, como conseguir os recursos necessários etc. etc.
Assim o Produtor Cultural, conhecendo antecipadamente seus objetivos poderá analisar que
empresas deve procurar como possíveis patrocinadores. Quando os objetivos forem comuns,
certamente o patrocínio será realizado.
Assim o que se conclui é que produtores e patrocinadores precisam desenvolver conhecimentos
sobre os assuntos marketing e cultura para que as realizações sejam boas para ambos.
Devem os produtores aprofundar seus conhecimentos de marketing, entender os meandros de
mercado e com isso mais facilmente identificarão oportunidades junto a patrocinadores .
Fica a sugestão : antes de sair para “vender” seu projeto, elabore um pequeno Plano de
Marketing para seu produto cultural e o resultado será melhor e mais rapidamente atingido.
VALE CULTURA
A criação do vale cultura, a exemplo do vale refeição, certamente seria uma grande solução
para essa polêmica parceria.
Os patrocinadores comprariam os vales cultura e os entregariam a seus colaboradores,
clientes, prospects, etc.
Os produtores realizariam suas ações certos da existência de público com possibilidades de
frequentá-las, sem precisar sair à cata de patrocínio.
A opção de escolha do espetáculo seria do público que teria o vale na mão para comprar o
ingresso. O sucesso da ação cultural ficaria por conta do talento e capacidade do Produtor em
conquistar esse público e não na capacidade de conseguir o patrocínio.
Fonte: http://www.terra.com.br/pensarte/opiniao/jmariacadamacaconoseugalho.htm