SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  12
Télécharger pour lire hors ligne
Materiais de Construção 
Madeiras 
www.engenhariaemperspectiva.blogspot.com 
Pinus 
A madeira de pinus é comumente utilizada nas construções. Madeira de reflorestamento, o pinus foi introduzido com sucesso no Brasil nos anos 70, proveniente da América do Norte. No Brasil, as árvores ocorrem em diversos estados, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. O rápido crescimento e a baixa necessidade de um solo rico em nutrientes favorecem o manejo da espécie e sua utilização em diversas áreas, com destaque na construção civil. 
Características Características sensoriais Cerne e alburno indistintos pela cor, branco-amarelado, brilho moderado; cheiro e gosto distintos e característicos (resina), agradável; densidade baixa; macia ao corte; grã direita; textura fina. Descrição anatômica macroscópica - Parênquima axial: invisível mesmo sob lente. - Raios: visíveis apenas sob lente no topo, na face tangencial é invisível mesmo sob lente. - Camadas de crescimento: distintas; transição brusca entre o lenho inicial e o tardio. - Canais de resina: visíveis sob lente; em disposição axial e radial. Durabilidade e Tratamento Durabilidade natural Suscetível ao ataque de fungos (emboloradores, manchadores e apodrecedores), cupins, brocas-de-madeira e perfuradores marinhos. Tratabilidade A permeabilidade, característica ao pinus-eliote, favorece o tratamento com preservativos. Características de Processamento Trabalhabilidade A madeira de pinus-eliote é fácil de ser trabalhada. É fácil de desdobrar, aplainar, desenrolar, lixar, tornear, furar, fixar, colar e permite bom acabamento. Secagem Apresenta facilidade para secagem. Propriedades Físicas Densidade de massa (ρ) - Aparente a 15% de umidade ( ρap, 15 ): 480 kg/m³ – Básica ( ρ básica ): 400 kg/m³ Contração - Radial: 3,4 % – Tangencial: 6,3 % - Volumétrica: 10,5 % Propriedades Mecânicas
Flexão - Resistência (fM): Madeira verde: 48,0 MPa Madeira a 15% de umidade: 69,6 MPa - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 19,7 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 6463 MPa Compressão paralela às fibras - Resistência (fc0): Madeira verde: 18,5 MPa Madeira a 15% de umidade: 31,5 MPa - Coeficiente de influência de umidade: 6,7 % - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 13,7 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 8846 MPa Outras propriedades - Resistência ao impacto na flexão Madeira a 15% (choque): 14,5 - Cisalhamento Madeira verde: 5,8 MPa - Dureza janka paralela Madeira verde: 1932 N - Tração normal às fibras Madeira verde: 3,0 MPa - Fendilhamento Madeira verde: 0,4 MPa Usos Construção civil (leve interna, estrutural) - ripas - partes secundárias de estruturas Construção civil (leve interna, utilidade geral) - cordões - guarnições - rodapés - forros - lambris Construção civil (uso temporário) - fôrmas para concreto - pontaletes - andaimes Mobiliário - móveis estândar - partes internas de móveis Aplicações diversas - chapas compensadas - lâminas decorativas - peças torneadas - bobinas e carretéis - embalagens Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)
Eucalipto 
Madeira de muitas qualidades, algumas espécies de eucalipto podem ser consideradas como sendo mais resistentes em relação a outras madeiras reflorestadas. A exemplo do Eucalipto-saligna, empregado na construção civil pesada – interna e externa. Eucalipto-citriodora Características Características sensoriais Cerne e alburno distintos pela cor, cerne pardo, alburno branco- amarelado; sem brilho; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade alta; dura ao corte; grã variável: direita, ondulada e revessa; textura fina a média. Descrição anatômica macroscópica - Parênquima axial: visível apenas sob lente, paratraqueal vasicêntrico e aliforme de aletas curtas. - Raios: visíveis apenas sob lente no topo e na face tangencial; finos; de poucos a numerosos. - Vasos: visíveis a olho nu, pequenos a médios; poucos; porosidade difusa; arranjo radial e diagonal; solitários e múltiplos; obstruídos por tilos. - Camadas de crescimento: pouco distintas, quando presente individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras. - Canais axiais traumáticos: presentes em alguns espécimes. Durabilidade e Tratamento Durabilidade natural Resistente ao apodrecimento e durável ao ataque de cupins. Tratabilidade O cerne é difícil de ser tratado, entretanto, o alburno é permeável. Características de Processamento Trabalhabilidade Madeira excelente para serraria, no entanto, requer o uso de técnicas apropriadas de desdobro para minimizar os efeitos das tensões de crescimento. Apresenta boas características de aplainamento, lixamento, furação e acabamento. Secagem Em geral, as madeiras de espécies de eucalipto são consideradas como difíceis de secar, podendo ocorrer defeitos como colapso, empenamentos e rachas. A secagem em estufa deve ser feita de acordo com programas suaves, combinando, por exemplo, baixas temperaturas com altas umidades relativas. É recomendável a secagem ao ar, ou o uso de pré-secador, antes da secagem em estufa. Propriedades Físicas
Densidade de massa (ρ) - Aparente a 15% de umidade ( ρap, 15 ): 1040 kg/m³ – Básica ( ρ básica ): 867 kg/m³ Contração - Radial: 6,6% – Tangencial: 9,5% - Volumétrica: 19,4% Propriedades Mecânicas Flexão - Resistência (fM): Madeira verde: 111,8 MPa Madeira a 15% de umidade: 121,4 MPa - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 47,2 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 13337 MPa Compressão paralela às fibras - Resistência (fc0): Madeira verde: 51,1 MPa Madeira a 15% de umidade: 62,8 MPa - Coeficiente de influência de umidade: 4,7% - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 33,7 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 15867 MPa Outras propriedades - Resistência ao impacto na flexão Madeira a 15% (choque): Trabalho absorvido: 45,3 - Cisalhamento Madeira verde: 16,3 MPa - Dureza janka paralela Madeira verde: 8757 N - Tração normal às fibras Madeira verde: 10,1 MPa - Fendilhamento Madeira verde: 1,2 MPa Usos Construção civil (pesada externa) - postes - cruzetas - dormentes ferroviários - mourões Construção civil (pesada interna) - vigas - caibros
Construção civil (uso permanente) - assoalhos (tacos) Mobiliário - móveis estândar Aplicações diversas - cabos de ferramentas - embarcações Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) 
Eucalipto-grandis Características Características sensoriais Cerne e alburno distintos pela cor, cerne castanho-rosado-claro, alburno bege-rosado; pouco brilho; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade baixa; macia ao corte; grã direita; textura fina a média. Descrição anatômica macroscópica - Parênquima axial: indistinto mesmo sob lente, paratraqueal vasicêntrico escasso. - Raios: visíveis apenas sob lente no topo, finos. - Vasos: visíveis a olho nu, pequenos a médios; poucos; porosidade difusa; arranjo diagonal; solitários; obstruídos por tilos. - Camadas de crescimento: distintas, individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras. Durabilidade e Tratamento Durabilidade natural Madeira com moderada durabilidade aos fungos apodrecedores e cupins e com baixa durabilidade aos fungos de podridão mole e cupins-de-solo Tratabilidade O cerne é difícil de ser tratado, entretanto, o alburno é permeável. Características de Processamento Trabalhabilidade Madeira excelente para serraria, no entanto, requer o uso de técnicas apropriadas de desdobro para minimizar os efeitos das tensões de crescimento. Apresenta boas características de aplainamento, lixamento, torneamento, furação e acabamento. Secagem Em geral, as madeiras de espécies de eucalipto são consideradas como difíceis de secar, podendo ocorrer defeitos como colapso, empenamentos e rachas. A secagem em estufa deve ser feita de acordo com programas suaves, combinando, por exemplo, baixas temperaturas com altas umidades relativas. É recomendável a
secagem ao ar, ou o uso de pré-secador, antes da secagem em estufa. Propriedades Físicas Densidade de massa (ρ) - Aparente a 15% de umidade ( ρap, 15 ): 500 kg/m³ – Básica ( ρ básica ): 420 kg/m³ Contração - Radial: 5,3% – Tangencial: 8,7% - Volumétrica: 15,7% Propriedades Mecânicas Flexão - Resistência (fM): Madeira verde: 53,8 MPa Madeira a 15% de umidade: 75,6 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 9689 MPa Compressão paralela às fibras - Resistência (fc0): Madeira verde: 26,3 MPa Madeira a 15% de umidade: 42,1 MPa - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 19,7 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 11572 MPa Outras propriedades - Dureza janka paralela Madeira verde: 2687 N Usos Construção civil (leve interna, estrutural) - ripas - partes secundárias de estruturas Construção civil (leve interna, utilidade geral) - cordões - guarnições - rodapés - forros - lambris Construção civil (uso permanente) - assoalhos (tábuas, tacos, parquetes) Mobiliário - móveis estândar - partes internas de móveis, inclusive daqueles decorativos
Aplicações diversas - lâminas decorativas - chapas compensadas - embalagens Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) 
Eucalipto-saligna Características Características sensoriais Cerne e alburno distintos pela cor, cerne avermelhado ou castanho-avermelhado-claro; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade média; grã direita; textura média. Descrição anatômica macroscópica - Parênquima axial: indistinto mesmo sob lente; as vezes paratraqueal vasicêntrico formando confluências curtas e oblíquas. - Raios: visíveis só sob lente no topo e na face tangencial. - Vasos: visíveis só sob lente no topo e na face tangencial; porosidade difusa, disposição diagonal; numerosos, médios, exclusivamente solitários; obstruídos por tilos. - Camadas de crescimento: variando de distintas a indistintas. Durabilidade e Tratamento Durabilidade natural Cerne considerado de moderada a baixa resistência aos organismos xilófagos. Tratabilidade Cerne impermeável às soluções preservativas mesmo quando submetida à impregnação sob pressão, porém o alburno é fácil de tratar. Características de Processamento Trabalhabilidade A madeira de eucalipto-saligna é considerada fácil de ser desdobrada quando utilizados os métodos adequados. É fácil de ser trabalhada em operações de usinagem (torneamento, furação e lixamento). Apresenta bom acabamento. Secagem Em geral, as madeiras de espécies de eucalipto são consideradas como difíceis de secar, podendo ocorrer defeitos como colapso, empenamentos e rachas. A secagem em estufa deve ser feita de acordo com programas suaves, combinando, por exemplo, baixas temperaturas com altas umidades relativas. É recomendável a secagem ao ar, ou o uso de pré-secador, antes da secagem em estufa.
Propriedades Físicas Densidade de massa (ρ) - Aparente a 15% de umidade ( ρap, 15 ): 690c kg/m³ – Básica ( ρ básica ): 867 kg/m³ Contração - Radial: 6,8% – Tangencial: 13,4% - Volumétrica: 23,4% Propriedades Mecânicas Flexão - Resistência (fM): Madeira verde: 77,4 MPa Madeira a 15% de umidade: 101,6 MPa - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 29,7 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 11876 MPa Compressão paralela às fibras - Resistência (fc0): Madeira verde: 32,1 MPa Madeira a 15% de umidade: 49,2 MPa - Coeficiente de influência de umidade: 4,6 % - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 25,1 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 13288 MPa Outras propriedades - Resistência ao impacto na flexão Madeira a 15% (choque): Trabalho absorvido: 32,2 Coeficiente de resiliência R: 0,52 - Cisalhamento Madeira verde: 9,2 MPa - Dureza janka paralela Madeira verde: 4531 N - Tração normal às fibras Madeira verde: 6,3 MPa Usos Construção civil (pesada externa) - postes - cruzetas - mourões Construção civil (pesada interna) - vigas - caibros
Construção civil (leve interna, estrutural) - ripas Construção civil (uso permanente) - assoalhos (tacos) Mobiliário - móveis estândar Aplicações diversas - lâminas de utilidade geral - chapas compensadas - embalagens Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) 
Imbuia 
Características: Cerne muito variável, indo do pardo-claro-amarelado ao pardo-escuro- avermelhado, normalmente com a presença de veios mais escuros, paralelos ou ondulados. Grã direita a reversa; superfície irregularmente lustrosa e lisa, odor característico e agradável; sabor amargo e adstringente. 
Propriedades Físico-Mecânicas: A madeira de Imbuia apresenta massa específica e resistência mecânica médias, com retratibilidade volumétrica baixa. É considerada de boa durabilidade natural. 
Comportamento Durante a Secagem: A madeira é de média a difícil secagem ao ar; muito lenta para peças mais espessas e que apresentam maiores riscos da ocorrência de colapso e rachaduras internas. A secagem artificial deve ser lenta e cuidadosa. 
Trabalhabilidade: É facilmente serrada e o seu trabalho com máquinas é igualmente satisfatório. Proporciona bom acabamento, recebendo bem verniz e pintura. O pó fino liberado durante o beneficiamento pode causar dermatite. 
Indicações de Uso: Mobiliário de luxo, folhas faqueadas decorativas, peças torneadas, painéis compensados e divisórias. Em construção civil como vigas, caibros, ripas, marcos ou batentes de portas e janelas, molduras, lambris e similares; ou em partes externas como esteios, estruturas, etc. 
Principais tratamentos em madeiras 
Os métodos preventivos e convencionais de tratamento visam à proteção da madeira contra os agentes deterioradores, fungos e insetos, com o emprego de produtos químicos inibidores desses organismos xilófagos. 
Os tratamentos convencionais podem ser divididos em três categorias:
 pré-tratamento; 
 tratamento sem pressão efetiva; 
 tratamento com pressão. 
Pré-Tratamento 
Tem por finalidade garantir a sanidade biológica da madeira por um período de tempo mais ou menos curto, equivalente ao deslocamento das toras da floresta até a serraria; além de manter a madeira serrada, até sua secagem, num ponto em que o teor de umidade (inferior a 25%) não favoreça o desenvolvimento de fungos . 
Para o tratamento temporário da madeira a Montana Química, por exemplo, disponibiliza para os seus clientes o produto OSMOTOX PLUS, formulado à base de cobre-8- quinolinolato e carbendazim. A associação dos dois princípios ativos, além de ampliar o espectro de atuação desses produtos contra bolores e fungos, potencializa a sinergia existente entre ambos. 
Recomenda-se que a solução de tratamento seja aplicada num teor de 5% a 6% de OSMOTOX PLUS. Para proteção contra insetos deve ser associado ao produto OSMOSE CP 50 num teor de 2,5% a 5,0%, que é uma formulação à base do piretróide cipermetrina. 
Para a proteção de toras, toda a sua superfície deve ser pincelada no máximo 24 horas após o abate. O tratamento deve ser repetido a cada 15 dias, até que a tora seja desdobrada ou levada para um local protegido da chuva e umidade. 
Para o tratamento de madeira recém–serrada verde, o tratamento pode ser feito por imersão ou pulverização, logo após o desdobro. A madeira deve permanecer imersa na solução por 20 a 30 segundos. 
Uma vez que a maioria dos produtos usados neste tratamento é solúvel ou emulsionável em água, estão sujeitos à lixiviação. Assim, há necessidade de se obter, com o tratamento, uma retenção de produto capaz de garantir a proteção da madeira durante o período de secagem. Sabe-se que, nessas condições, a retenção do produto depende muito mais da concentração de solução do que do tempo de imersão. Após 60 segundos de imersão, o incremento obtido na absorção de solução é praticamente nulo. Assim, a eficiência do tratamento depende muito mais do controle da concentração de solução do que do tempo de imersão. É importante lembrar que a concentração da solução no tanque de imersão muda ao longo do tempo, sendo importante a sua correção. 
O tratamento por imersão pode ser aplicado manualmente, semi-automaticamente e automaticamente, dependendo do porte e da produção de cada serraria. Na imersão manual as peças, depois de destopadas, são introduzidas num tanque e mantidas submersas durante o tempo recomendado. A seguir, são retiradas, deixando-se escorrer o excesso de solução (Figura 1). 
Figura 1: Esquema de instalação para pré-tratamento manual das peças.
(Fonte Manual de Preservação de Madeiras – Vol. II – Publicação IPT n° 1637) 
Este tipo de equipamento é indicado para serrarias de pequeno porte. Estima-se que um homem possa tratar até 10 metros cúbicos por dia de tábuas de 2,5 cm de espessura. 
Os banhos semi-automáticos são empregados, geralmente, em serrarias com grande produção. Após o destopo, as peças deslizam sobre roletes móveis e caem no tanque de imersão. A retirada das peças também é manual (Figura 2). 
Figura 2: Esquema de instalação para pré-tratamento semi-automático das peças. 
(Fonte Manual de Preservação de Madeiras – Vol. II – Publicação IPT n° 1637) 
O sistema automático é indicado para serrarias que apresentem grande produção diária. Consiste, basicamente, num sistema de correntes deslizantes sobre roletes e um tanque em forma de “V”. Após o destopo, as peças são transportadas pelas correntes até o tanque, onde são imersas na solução e, a seguir, removidas automaticamente (Figura 3). 
Figura 3: Esquema de instalação para pré-tratamento automático das peças. 
(Fonte Manual de Preservação de Madeiras – Vol. II – Publicação IPT n° 1637) 
A aplicação do tratamento por pulverização é indicada para serrarias com grande produção, ou quando devem ser tratadas peças de grandes dimensões, cujo tratamento por imersão não seja possível. A aplicação pode ser feita com uso de pulverizadores costais ou em túnel de aspersão. No primeiro caso, a pulverização deve ser feita sobre um tanque equipado com grelhas que permitirão o reaproveitamento do líquido excedente evitando a contaminação ambiental. 
O túnel de aspersão é um sistema automatizado que consiste de bicos pulverizadores adaptados às paredes de um túnel, por onde passam as peças de madeira movimentadas sobre roletes ou esteiras. Os bicos pulverizadores devem estar dispostos nas paredes do túnel, de modo a garantir que todas as faces da peça sejam atingidas pela solução. O comprimento do túnel e a velocidade de passagem das peças devem ser regulados, para garantir que elas fiquem completamente encharcadas pela solução.
Principais manutenção em madeiras 
A beleza de uma madeira exposta ao tempo está destinada ao desgaste. E, para reverter essa situação, existem diversos produtos químicos que ajudam na sua preservação, desacelerando o intemperismo (weathering), principal causador do envelhecimento da madeira. 
O intemperismo deteriora a madeira de forma superficial e lenta, sem que sua capacidade estrutural seja afetada. Um dos seus efeitos é a alteração da coloração da madeira que, em contato com a luz e dependendo da espécie, fica mais clara ou escurece. Outro efeito ocorre quando a madeira é exposta à umidade, tornando-se um fácil local para a proliferação de fungos que provocam o bolor. 
Um produto químico possuirá maior desempenho se utilizado como forma de prevenção, sendo aplicado à madeira saudável. Entre esses produtos estão o WRP (water- repelent preservatives) e os de acabamento: stains, tintas e vernizes. 
Outra forma de tratar a madeira é com a utilização de produtos cuja base é de cromo, resistentes às ações de agentes biológicos e que podem receber acabamentos: Arseniato de Cobre Cromatado (CCA) e Borato de Cobre Cromatado (CCB-O). 
OPÇÕES PARA ACABAMENTO QUE PROTEGEM A MADEIRA: 
COM PELÍCULA 
Tintas e vernizes formam uma película superficial, impermeabilizando a madeira. As tintas são encontradas em diversas cores, entretanto elas não “trabalham” em conjunto com a madeira, facilitando o aparecimento de rupturas e, consequentemente, a entrada de umidade que ocasiona o surgimento de fungos (caso a madeira não tenha recebido tratamento). 
As tintas também acabam escondendo a textura natural da madeira e, antes de fazer uma nova pintura ou aplicação de verniz, é preciso remover todo o resíduo que nela se encontra. Já os vernizes não escondem a textura da madeira e podem conter filtro solar em sua composição, protegendo a madeira contra a decomposição fotoquímica. 
SEM PELÍCULA 
Stains são impregnantes que penetram na madeira sem a formação de uma película superficial. Mantêm a cor natural da madeira, pois também possuem filtro solar e são divididos em duas categorias: impregnantes de acabamento e preservativos (possuem ação fungicida). 
Os stains acompanham as oscilações de contração e inchamento da madeira, conforme a exposição à umidade, sem a formação de rupturas. Se a madeira já possui a aplicação de impregnante, não será preciso removê-lo totalmente para uma nova aplicação, bastará uma leve lixada. 
Principais patologias existentes 
Estragos causados por cupim, broca, caruncho, agentes atmosféricos, fungos de podridão, entre outros.

Contenu connexe

Tendances

Reconhecimento de riscos de arvores
Reconhecimento de riscos de arvoresReconhecimento de riscos de arvores
Reconhecimento de riscos de arvoresAlexandre Panerai
 
Detalhamento - Madeiras de Lei
Detalhamento - Madeiras de LeiDetalhamento - Madeiras de Lei
Detalhamento - Madeiras de Leidanilosaccomori
 
Aula3 materiais
Aula3 materiaisAula3 materiais
Aula3 materiaisTiago Cruz
 
Detalhamento - Madeiras Transformadas
Detalhamento - Madeiras TransformadasDetalhamento - Madeiras Transformadas
Detalhamento - Madeiras Transformadasdanilosaccomori
 
Aula4 materiais
Aula4 materiaisAula4 materiais
Aula4 materiaisTiago Cruz
 
Os materiais madeira
Os materiais  madeiraOs materiais  madeira
Os materiais madeiraJoão Jesus
 
Madeira na construcao civil aula 3 - 13.09.13 (1)
Madeira na construcao civil   aula 3 - 13.09.13 (1)Madeira na construcao civil   aula 3 - 13.09.13 (1)
Madeira na construcao civil aula 3 - 13.09.13 (1)Crissio Costa
 
Revestimentos em madeira
Revestimentos em madeiraRevestimentos em madeira
Revestimentos em madeiraLuís Trafani
 
Tecnologiadamadeira
TecnologiadamadeiraTecnologiadamadeira
TecnologiadamadeiraMarta Leite
 
Madeira (Resistência dos materiais)
Madeira (Resistência dos materiais)Madeira (Resistência dos materiais)
Madeira (Resistência dos materiais)Lais Ferraz
 
Assoalhos de Tábuas corridas (Tabuão), tacos de madeira e parquet, decks em g...
Assoalhos de Tábuas corridas (Tabuão), tacos de madeira e parquet, decks em g...Assoalhos de Tábuas corridas (Tabuão), tacos de madeira e parquet, decks em g...
Assoalhos de Tábuas corridas (Tabuão), tacos de madeira e parquet, decks em g...eduabreu08
 
Tipos de madeiras
Tipos de madeirasTipos de madeiras
Tipos de madeirasonaibaf2003
 

Tendances (18)

Reconhecimento de riscos de arvores
Reconhecimento de riscos de arvoresReconhecimento de riscos de arvores
Reconhecimento de riscos de arvores
 
Detalhamento - Madeiras de Lei
Detalhamento - Madeiras de LeiDetalhamento - Madeiras de Lei
Detalhamento - Madeiras de Lei
 
Madeiras
MadeirasMadeiras
Madeiras
 
Madeira
MadeiraMadeira
Madeira
 
Aula3 materiais
Aula3 materiaisAula3 materiais
Aula3 materiais
 
Detalhamento - Madeiras Transformadas
Detalhamento - Madeiras TransformadasDetalhamento - Madeiras Transformadas
Detalhamento - Madeiras Transformadas
 
Aula4 materiais
Aula4 materiaisAula4 materiais
Aula4 materiais
 
Materiais madeiras
Materiais   madeirasMateriais   madeiras
Materiais madeiras
 
Estruturas de madeira
Estruturas de madeiraEstruturas de madeira
Estruturas de madeira
 
Os materiais madeira
Os materiais  madeiraOs materiais  madeira
Os materiais madeira
 
Madeira na construcao civil aula 3 - 13.09.13 (1)
Madeira na construcao civil   aula 3 - 13.09.13 (1)Madeira na construcao civil   aula 3 - 13.09.13 (1)
Madeira na construcao civil aula 3 - 13.09.13 (1)
 
Revestimentos em madeira
Revestimentos em madeiraRevestimentos em madeira
Revestimentos em madeira
 
2011 angelim pedra-michellenater
2011 angelim pedra-michellenater2011 angelim pedra-michellenater
2011 angelim pedra-michellenater
 
Tecnologiadamadeira
TecnologiadamadeiraTecnologiadamadeira
Tecnologiadamadeira
 
Madeira (Resistência dos materiais)
Madeira (Resistência dos materiais)Madeira (Resistência dos materiais)
Madeira (Resistência dos materiais)
 
Assoalhos de Tábuas corridas (Tabuão), tacos de madeira e parquet, decks em g...
Assoalhos de Tábuas corridas (Tabuão), tacos de madeira e parquet, decks em g...Assoalhos de Tábuas corridas (Tabuão), tacos de madeira e parquet, decks em g...
Assoalhos de Tábuas corridas (Tabuão), tacos de madeira e parquet, decks em g...
 
Madeira apostila 2012
Madeira   apostila 2012Madeira   apostila 2012
Madeira apostila 2012
 
Tipos de madeiras
Tipos de madeirasTipos de madeiras
Tipos de madeiras
 

Similaire à Madeiras

Madeira como material de construção.ppt
Madeira como material de construção.pptMadeira como material de construção.ppt
Madeira como material de construção.pptCamilaIsatonMorgado1
 
Tecnologia de madeira i. Mateus Mucussete
Tecnologia de madeira i. Mateus MucusseteTecnologia de madeira i. Mateus Mucussete
Tecnologia de madeira i. Mateus MucusseteMatheus Mucussete
 
Cedro e sucupira
Cedro e sucupiraCedro e sucupira
Cedro e sucupiramarcus92
 
Apostila sobre madeiras
Apostila sobre madeirasApostila sobre madeiras
Apostila sobre madeirasamerico458
 
3 elementos estruturais derivados da madeira
3   elementos estruturais derivados da madeira3   elementos estruturais derivados da madeira
3 elementos estruturais derivados da madeiraOilides vitte Vite
 
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I - MADEIRA.pdf
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I - MADEIRA.pdfMATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I - MADEIRA.pdf
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I - MADEIRA.pdflaurabrt2002
 
aulainicialmadeira_20180223174719.pptx
aulainicialmadeira_20180223174719.pptxaulainicialmadeira_20180223174719.pptx
aulainicialmadeira_20180223174719.pptxEngChristopherdosSan
 
Caracteristicas Macroscopica de 3 madeiras comercias em Mocambique
Caracteristicas Macroscopica de 3 madeiras comercias em MocambiqueCaracteristicas Macroscopica de 3 madeiras comercias em Mocambique
Caracteristicas Macroscopica de 3 madeiras comercias em MocambiqueMatheus Mucussete
 

Similaire à Madeiras (13)

Cm aula 6
Cm   aula 6Cm   aula 6
Cm aula 6
 
Madeira como material de construção.ppt
Madeira como material de construção.pptMadeira como material de construção.ppt
Madeira como material de construção.ppt
 
Tecnologia de madeira i. Mateus Mucussete
Tecnologia de madeira i. Mateus MucusseteTecnologia de madeira i. Mateus Mucussete
Tecnologia de madeira i. Mateus Mucussete
 
Madeirada
MadeiradaMadeirada
Madeirada
 
Cedro e sucupira
Cedro e sucupiraCedro e sucupira
Cedro e sucupira
 
Aula 1 madeira
Aula 1   madeiraAula 1   madeira
Aula 1 madeira
 
Apostila sobre madeiras
Apostila sobre madeirasApostila sobre madeiras
Apostila sobre madeiras
 
3 elementos estruturais derivados da madeira
3   elementos estruturais derivados da madeira3   elementos estruturais derivados da madeira
3 elementos estruturais derivados da madeira
 
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I - MADEIRA.pdf
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I - MADEIRA.pdfMATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I - MADEIRA.pdf
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I - MADEIRA.pdf
 
Madeiras
MadeirasMadeiras
Madeiras
 
aulainicialmadeira_20180223174719.pptx
aulainicialmadeira_20180223174719.pptxaulainicialmadeira_20180223174719.pptx
aulainicialmadeira_20180223174719.pptx
 
Caracteristicas Macroscopica de 3 madeiras comercias em Mocambique
Caracteristicas Macroscopica de 3 madeiras comercias em MocambiqueCaracteristicas Macroscopica de 3 madeiras comercias em Mocambique
Caracteristicas Macroscopica de 3 madeiras comercias em Mocambique
 
Perfil laminado com cola de pinho negro
Perfil laminado com cola de pinho negroPerfil laminado com cola de pinho negro
Perfil laminado com cola de pinho negro
 

Madeiras

  • 1. Materiais de Construção Madeiras www.engenhariaemperspectiva.blogspot.com Pinus A madeira de pinus é comumente utilizada nas construções. Madeira de reflorestamento, o pinus foi introduzido com sucesso no Brasil nos anos 70, proveniente da América do Norte. No Brasil, as árvores ocorrem em diversos estados, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. O rápido crescimento e a baixa necessidade de um solo rico em nutrientes favorecem o manejo da espécie e sua utilização em diversas áreas, com destaque na construção civil. Características Características sensoriais Cerne e alburno indistintos pela cor, branco-amarelado, brilho moderado; cheiro e gosto distintos e característicos (resina), agradável; densidade baixa; macia ao corte; grã direita; textura fina. Descrição anatômica macroscópica - Parênquima axial: invisível mesmo sob lente. - Raios: visíveis apenas sob lente no topo, na face tangencial é invisível mesmo sob lente. - Camadas de crescimento: distintas; transição brusca entre o lenho inicial e o tardio. - Canais de resina: visíveis sob lente; em disposição axial e radial. Durabilidade e Tratamento Durabilidade natural Suscetível ao ataque de fungos (emboloradores, manchadores e apodrecedores), cupins, brocas-de-madeira e perfuradores marinhos. Tratabilidade A permeabilidade, característica ao pinus-eliote, favorece o tratamento com preservativos. Características de Processamento Trabalhabilidade A madeira de pinus-eliote é fácil de ser trabalhada. É fácil de desdobrar, aplainar, desenrolar, lixar, tornear, furar, fixar, colar e permite bom acabamento. Secagem Apresenta facilidade para secagem. Propriedades Físicas Densidade de massa (ρ) - Aparente a 15% de umidade ( ρap, 15 ): 480 kg/m³ – Básica ( ρ básica ): 400 kg/m³ Contração - Radial: 3,4 % – Tangencial: 6,3 % - Volumétrica: 10,5 % Propriedades Mecânicas
  • 2. Flexão - Resistência (fM): Madeira verde: 48,0 MPa Madeira a 15% de umidade: 69,6 MPa - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 19,7 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 6463 MPa Compressão paralela às fibras - Resistência (fc0): Madeira verde: 18,5 MPa Madeira a 15% de umidade: 31,5 MPa - Coeficiente de influência de umidade: 6,7 % - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 13,7 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 8846 MPa Outras propriedades - Resistência ao impacto na flexão Madeira a 15% (choque): 14,5 - Cisalhamento Madeira verde: 5,8 MPa - Dureza janka paralela Madeira verde: 1932 N - Tração normal às fibras Madeira verde: 3,0 MPa - Fendilhamento Madeira verde: 0,4 MPa Usos Construção civil (leve interna, estrutural) - ripas - partes secundárias de estruturas Construção civil (leve interna, utilidade geral) - cordões - guarnições - rodapés - forros - lambris Construção civil (uso temporário) - fôrmas para concreto - pontaletes - andaimes Mobiliário - móveis estândar - partes internas de móveis Aplicações diversas - chapas compensadas - lâminas decorativas - peças torneadas - bobinas e carretéis - embalagens Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)
  • 3. Eucalipto Madeira de muitas qualidades, algumas espécies de eucalipto podem ser consideradas como sendo mais resistentes em relação a outras madeiras reflorestadas. A exemplo do Eucalipto-saligna, empregado na construção civil pesada – interna e externa. Eucalipto-citriodora Características Características sensoriais Cerne e alburno distintos pela cor, cerne pardo, alburno branco- amarelado; sem brilho; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade alta; dura ao corte; grã variável: direita, ondulada e revessa; textura fina a média. Descrição anatômica macroscópica - Parênquima axial: visível apenas sob lente, paratraqueal vasicêntrico e aliforme de aletas curtas. - Raios: visíveis apenas sob lente no topo e na face tangencial; finos; de poucos a numerosos. - Vasos: visíveis a olho nu, pequenos a médios; poucos; porosidade difusa; arranjo radial e diagonal; solitários e múltiplos; obstruídos por tilos. - Camadas de crescimento: pouco distintas, quando presente individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras. - Canais axiais traumáticos: presentes em alguns espécimes. Durabilidade e Tratamento Durabilidade natural Resistente ao apodrecimento e durável ao ataque de cupins. Tratabilidade O cerne é difícil de ser tratado, entretanto, o alburno é permeável. Características de Processamento Trabalhabilidade Madeira excelente para serraria, no entanto, requer o uso de técnicas apropriadas de desdobro para minimizar os efeitos das tensões de crescimento. Apresenta boas características de aplainamento, lixamento, furação e acabamento. Secagem Em geral, as madeiras de espécies de eucalipto são consideradas como difíceis de secar, podendo ocorrer defeitos como colapso, empenamentos e rachas. A secagem em estufa deve ser feita de acordo com programas suaves, combinando, por exemplo, baixas temperaturas com altas umidades relativas. É recomendável a secagem ao ar, ou o uso de pré-secador, antes da secagem em estufa. Propriedades Físicas
  • 4. Densidade de massa (ρ) - Aparente a 15% de umidade ( ρap, 15 ): 1040 kg/m³ – Básica ( ρ básica ): 867 kg/m³ Contração - Radial: 6,6% – Tangencial: 9,5% - Volumétrica: 19,4% Propriedades Mecânicas Flexão - Resistência (fM): Madeira verde: 111,8 MPa Madeira a 15% de umidade: 121,4 MPa - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 47,2 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 13337 MPa Compressão paralela às fibras - Resistência (fc0): Madeira verde: 51,1 MPa Madeira a 15% de umidade: 62,8 MPa - Coeficiente de influência de umidade: 4,7% - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 33,7 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 15867 MPa Outras propriedades - Resistência ao impacto na flexão Madeira a 15% (choque): Trabalho absorvido: 45,3 - Cisalhamento Madeira verde: 16,3 MPa - Dureza janka paralela Madeira verde: 8757 N - Tração normal às fibras Madeira verde: 10,1 MPa - Fendilhamento Madeira verde: 1,2 MPa Usos Construção civil (pesada externa) - postes - cruzetas - dormentes ferroviários - mourões Construção civil (pesada interna) - vigas - caibros
  • 5. Construção civil (uso permanente) - assoalhos (tacos) Mobiliário - móveis estândar Aplicações diversas - cabos de ferramentas - embarcações Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) Eucalipto-grandis Características Características sensoriais Cerne e alburno distintos pela cor, cerne castanho-rosado-claro, alburno bege-rosado; pouco brilho; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade baixa; macia ao corte; grã direita; textura fina a média. Descrição anatômica macroscópica - Parênquima axial: indistinto mesmo sob lente, paratraqueal vasicêntrico escasso. - Raios: visíveis apenas sob lente no topo, finos. - Vasos: visíveis a olho nu, pequenos a médios; poucos; porosidade difusa; arranjo diagonal; solitários; obstruídos por tilos. - Camadas de crescimento: distintas, individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras. Durabilidade e Tratamento Durabilidade natural Madeira com moderada durabilidade aos fungos apodrecedores e cupins e com baixa durabilidade aos fungos de podridão mole e cupins-de-solo Tratabilidade O cerne é difícil de ser tratado, entretanto, o alburno é permeável. Características de Processamento Trabalhabilidade Madeira excelente para serraria, no entanto, requer o uso de técnicas apropriadas de desdobro para minimizar os efeitos das tensões de crescimento. Apresenta boas características de aplainamento, lixamento, torneamento, furação e acabamento. Secagem Em geral, as madeiras de espécies de eucalipto são consideradas como difíceis de secar, podendo ocorrer defeitos como colapso, empenamentos e rachas. A secagem em estufa deve ser feita de acordo com programas suaves, combinando, por exemplo, baixas temperaturas com altas umidades relativas. É recomendável a
  • 6. secagem ao ar, ou o uso de pré-secador, antes da secagem em estufa. Propriedades Físicas Densidade de massa (ρ) - Aparente a 15% de umidade ( ρap, 15 ): 500 kg/m³ – Básica ( ρ básica ): 420 kg/m³ Contração - Radial: 5,3% – Tangencial: 8,7% - Volumétrica: 15,7% Propriedades Mecânicas Flexão - Resistência (fM): Madeira verde: 53,8 MPa Madeira a 15% de umidade: 75,6 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 9689 MPa Compressão paralela às fibras - Resistência (fc0): Madeira verde: 26,3 MPa Madeira a 15% de umidade: 42,1 MPa - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 19,7 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 11572 MPa Outras propriedades - Dureza janka paralela Madeira verde: 2687 N Usos Construção civil (leve interna, estrutural) - ripas - partes secundárias de estruturas Construção civil (leve interna, utilidade geral) - cordões - guarnições - rodapés - forros - lambris Construção civil (uso permanente) - assoalhos (tábuas, tacos, parquetes) Mobiliário - móveis estândar - partes internas de móveis, inclusive daqueles decorativos
  • 7. Aplicações diversas - lâminas decorativas - chapas compensadas - embalagens Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) Eucalipto-saligna Características Características sensoriais Cerne e alburno distintos pela cor, cerne avermelhado ou castanho-avermelhado-claro; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade média; grã direita; textura média. Descrição anatômica macroscópica - Parênquima axial: indistinto mesmo sob lente; as vezes paratraqueal vasicêntrico formando confluências curtas e oblíquas. - Raios: visíveis só sob lente no topo e na face tangencial. - Vasos: visíveis só sob lente no topo e na face tangencial; porosidade difusa, disposição diagonal; numerosos, médios, exclusivamente solitários; obstruídos por tilos. - Camadas de crescimento: variando de distintas a indistintas. Durabilidade e Tratamento Durabilidade natural Cerne considerado de moderada a baixa resistência aos organismos xilófagos. Tratabilidade Cerne impermeável às soluções preservativas mesmo quando submetida à impregnação sob pressão, porém o alburno é fácil de tratar. Características de Processamento Trabalhabilidade A madeira de eucalipto-saligna é considerada fácil de ser desdobrada quando utilizados os métodos adequados. É fácil de ser trabalhada em operações de usinagem (torneamento, furação e lixamento). Apresenta bom acabamento. Secagem Em geral, as madeiras de espécies de eucalipto são consideradas como difíceis de secar, podendo ocorrer defeitos como colapso, empenamentos e rachas. A secagem em estufa deve ser feita de acordo com programas suaves, combinando, por exemplo, baixas temperaturas com altas umidades relativas. É recomendável a secagem ao ar, ou o uso de pré-secador, antes da secagem em estufa.
  • 8. Propriedades Físicas Densidade de massa (ρ) - Aparente a 15% de umidade ( ρap, 15 ): 690c kg/m³ – Básica ( ρ básica ): 867 kg/m³ Contração - Radial: 6,8% – Tangencial: 13,4% - Volumétrica: 23,4% Propriedades Mecânicas Flexão - Resistência (fM): Madeira verde: 77,4 MPa Madeira a 15% de umidade: 101,6 MPa - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 29,7 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 11876 MPa Compressão paralela às fibras - Resistência (fc0): Madeira verde: 32,1 MPa Madeira a 15% de umidade: 49,2 MPa - Coeficiente de influência de umidade: 4,6 % - Limite de proporcionalidade Madeira verde: 25,1 MPa - Módulo de elasticidade Madeira verde: 13288 MPa Outras propriedades - Resistência ao impacto na flexão Madeira a 15% (choque): Trabalho absorvido: 32,2 Coeficiente de resiliência R: 0,52 - Cisalhamento Madeira verde: 9,2 MPa - Dureza janka paralela Madeira verde: 4531 N - Tração normal às fibras Madeira verde: 6,3 MPa Usos Construção civil (pesada externa) - postes - cruzetas - mourões Construção civil (pesada interna) - vigas - caibros
  • 9. Construção civil (leve interna, estrutural) - ripas Construção civil (uso permanente) - assoalhos (tacos) Mobiliário - móveis estândar Aplicações diversas - lâminas de utilidade geral - chapas compensadas - embalagens Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) Imbuia Características: Cerne muito variável, indo do pardo-claro-amarelado ao pardo-escuro- avermelhado, normalmente com a presença de veios mais escuros, paralelos ou ondulados. Grã direita a reversa; superfície irregularmente lustrosa e lisa, odor característico e agradável; sabor amargo e adstringente. Propriedades Físico-Mecânicas: A madeira de Imbuia apresenta massa específica e resistência mecânica médias, com retratibilidade volumétrica baixa. É considerada de boa durabilidade natural. Comportamento Durante a Secagem: A madeira é de média a difícil secagem ao ar; muito lenta para peças mais espessas e que apresentam maiores riscos da ocorrência de colapso e rachaduras internas. A secagem artificial deve ser lenta e cuidadosa. Trabalhabilidade: É facilmente serrada e o seu trabalho com máquinas é igualmente satisfatório. Proporciona bom acabamento, recebendo bem verniz e pintura. O pó fino liberado durante o beneficiamento pode causar dermatite. Indicações de Uso: Mobiliário de luxo, folhas faqueadas decorativas, peças torneadas, painéis compensados e divisórias. Em construção civil como vigas, caibros, ripas, marcos ou batentes de portas e janelas, molduras, lambris e similares; ou em partes externas como esteios, estruturas, etc. Principais tratamentos em madeiras Os métodos preventivos e convencionais de tratamento visam à proteção da madeira contra os agentes deterioradores, fungos e insetos, com o emprego de produtos químicos inibidores desses organismos xilófagos. Os tratamentos convencionais podem ser divididos em três categorias:
  • 10.  pré-tratamento;  tratamento sem pressão efetiva;  tratamento com pressão. Pré-Tratamento Tem por finalidade garantir a sanidade biológica da madeira por um período de tempo mais ou menos curto, equivalente ao deslocamento das toras da floresta até a serraria; além de manter a madeira serrada, até sua secagem, num ponto em que o teor de umidade (inferior a 25%) não favoreça o desenvolvimento de fungos . Para o tratamento temporário da madeira a Montana Química, por exemplo, disponibiliza para os seus clientes o produto OSMOTOX PLUS, formulado à base de cobre-8- quinolinolato e carbendazim. A associação dos dois princípios ativos, além de ampliar o espectro de atuação desses produtos contra bolores e fungos, potencializa a sinergia existente entre ambos. Recomenda-se que a solução de tratamento seja aplicada num teor de 5% a 6% de OSMOTOX PLUS. Para proteção contra insetos deve ser associado ao produto OSMOSE CP 50 num teor de 2,5% a 5,0%, que é uma formulação à base do piretróide cipermetrina. Para a proteção de toras, toda a sua superfície deve ser pincelada no máximo 24 horas após o abate. O tratamento deve ser repetido a cada 15 dias, até que a tora seja desdobrada ou levada para um local protegido da chuva e umidade. Para o tratamento de madeira recém–serrada verde, o tratamento pode ser feito por imersão ou pulverização, logo após o desdobro. A madeira deve permanecer imersa na solução por 20 a 30 segundos. Uma vez que a maioria dos produtos usados neste tratamento é solúvel ou emulsionável em água, estão sujeitos à lixiviação. Assim, há necessidade de se obter, com o tratamento, uma retenção de produto capaz de garantir a proteção da madeira durante o período de secagem. Sabe-se que, nessas condições, a retenção do produto depende muito mais da concentração de solução do que do tempo de imersão. Após 60 segundos de imersão, o incremento obtido na absorção de solução é praticamente nulo. Assim, a eficiência do tratamento depende muito mais do controle da concentração de solução do que do tempo de imersão. É importante lembrar que a concentração da solução no tanque de imersão muda ao longo do tempo, sendo importante a sua correção. O tratamento por imersão pode ser aplicado manualmente, semi-automaticamente e automaticamente, dependendo do porte e da produção de cada serraria. Na imersão manual as peças, depois de destopadas, são introduzidas num tanque e mantidas submersas durante o tempo recomendado. A seguir, são retiradas, deixando-se escorrer o excesso de solução (Figura 1). Figura 1: Esquema de instalação para pré-tratamento manual das peças.
  • 11. (Fonte Manual de Preservação de Madeiras – Vol. II – Publicação IPT n° 1637) Este tipo de equipamento é indicado para serrarias de pequeno porte. Estima-se que um homem possa tratar até 10 metros cúbicos por dia de tábuas de 2,5 cm de espessura. Os banhos semi-automáticos são empregados, geralmente, em serrarias com grande produção. Após o destopo, as peças deslizam sobre roletes móveis e caem no tanque de imersão. A retirada das peças também é manual (Figura 2). Figura 2: Esquema de instalação para pré-tratamento semi-automático das peças. (Fonte Manual de Preservação de Madeiras – Vol. II – Publicação IPT n° 1637) O sistema automático é indicado para serrarias que apresentem grande produção diária. Consiste, basicamente, num sistema de correntes deslizantes sobre roletes e um tanque em forma de “V”. Após o destopo, as peças são transportadas pelas correntes até o tanque, onde são imersas na solução e, a seguir, removidas automaticamente (Figura 3). Figura 3: Esquema de instalação para pré-tratamento automático das peças. (Fonte Manual de Preservação de Madeiras – Vol. II – Publicação IPT n° 1637) A aplicação do tratamento por pulverização é indicada para serrarias com grande produção, ou quando devem ser tratadas peças de grandes dimensões, cujo tratamento por imersão não seja possível. A aplicação pode ser feita com uso de pulverizadores costais ou em túnel de aspersão. No primeiro caso, a pulverização deve ser feita sobre um tanque equipado com grelhas que permitirão o reaproveitamento do líquido excedente evitando a contaminação ambiental. O túnel de aspersão é um sistema automatizado que consiste de bicos pulverizadores adaptados às paredes de um túnel, por onde passam as peças de madeira movimentadas sobre roletes ou esteiras. Os bicos pulverizadores devem estar dispostos nas paredes do túnel, de modo a garantir que todas as faces da peça sejam atingidas pela solução. O comprimento do túnel e a velocidade de passagem das peças devem ser regulados, para garantir que elas fiquem completamente encharcadas pela solução.
  • 12. Principais manutenção em madeiras A beleza de uma madeira exposta ao tempo está destinada ao desgaste. E, para reverter essa situação, existem diversos produtos químicos que ajudam na sua preservação, desacelerando o intemperismo (weathering), principal causador do envelhecimento da madeira. O intemperismo deteriora a madeira de forma superficial e lenta, sem que sua capacidade estrutural seja afetada. Um dos seus efeitos é a alteração da coloração da madeira que, em contato com a luz e dependendo da espécie, fica mais clara ou escurece. Outro efeito ocorre quando a madeira é exposta à umidade, tornando-se um fácil local para a proliferação de fungos que provocam o bolor. Um produto químico possuirá maior desempenho se utilizado como forma de prevenção, sendo aplicado à madeira saudável. Entre esses produtos estão o WRP (water- repelent preservatives) e os de acabamento: stains, tintas e vernizes. Outra forma de tratar a madeira é com a utilização de produtos cuja base é de cromo, resistentes às ações de agentes biológicos e que podem receber acabamentos: Arseniato de Cobre Cromatado (CCA) e Borato de Cobre Cromatado (CCB-O). OPÇÕES PARA ACABAMENTO QUE PROTEGEM A MADEIRA: COM PELÍCULA Tintas e vernizes formam uma película superficial, impermeabilizando a madeira. As tintas são encontradas em diversas cores, entretanto elas não “trabalham” em conjunto com a madeira, facilitando o aparecimento de rupturas e, consequentemente, a entrada de umidade que ocasiona o surgimento de fungos (caso a madeira não tenha recebido tratamento). As tintas também acabam escondendo a textura natural da madeira e, antes de fazer uma nova pintura ou aplicação de verniz, é preciso remover todo o resíduo que nela se encontra. Já os vernizes não escondem a textura da madeira e podem conter filtro solar em sua composição, protegendo a madeira contra a decomposição fotoquímica. SEM PELÍCULA Stains são impregnantes que penetram na madeira sem a formação de uma película superficial. Mantêm a cor natural da madeira, pois também possuem filtro solar e são divididos em duas categorias: impregnantes de acabamento e preservativos (possuem ação fungicida). Os stains acompanham as oscilações de contração e inchamento da madeira, conforme a exposição à umidade, sem a formação de rupturas. Se a madeira já possui a aplicação de impregnante, não será preciso removê-lo totalmente para uma nova aplicação, bastará uma leve lixada. Principais patologias existentes Estragos causados por cupim, broca, caruncho, agentes atmosféricos, fungos de podridão, entre outros.