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       TIC e desenvolvimento na América Latina: uma análise
                  sob a perspectiva da educação
                     Lucilene Cury                                                    Luciana de Queiroz Telles Maffra
      Grupo de Pesquisa Cibernética Pedagógica –                                  Grupo de Pesquisa Cibernética Pedagógica -
       Laboratório de Linguagens Digitais - LLD                                    Laboratório de Linguagens Digitais - LLD
    Escola de Comunicações e Artes da Universidade                              Escola de Comunicações e Artes da Universidade
                      de São Paulo                                                                de São Paulo
                    lucilene@usp.br                                                            lucmaffra@usp.br


BIOGRAFIAS
Lucilene Cury
Graduada em Educação-Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.(UNESP) Mestre e Doutora - Escola de
Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA / USP) Pós-Doutorado, SORBONNE – Université René
Descartes – Paris V.. Docente da Universidade de São Paulo (ECA). Líder do Grupo de Pesquisa CNPq – Laboratório de
Linguagens Digitais
Luciana De Queiroz Tellas Maffra
Fonoaudióloga pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1994). Especialista em Comunicação Social pela
Faculdade Cásper Líbero(2009).Mestranda em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da
Universidade de São Paulo (2010). Atua como pesquisadora no Grupo Cibernética Pedagógica – Laboratório de Linguagens
Digitais (LLD)- ECA/USP.


RESUMO
As TICs servem ao desenvolvimento da Educação de um país, de uma região e a partir da Educação de base, até níveis
avançados de Educação Permanente, sua utilização tem-se mostrado cada vez mais eficaz como meio de
aprendizagem.Pergunta-se nesta investigação: como se dará, do ponto de vista cognitivo, a grande mudança nos aspectos
cognitivos do Sujeito? A hipótese que orienta este trabalho é que o sujeito, ao ser exposto cada vez mais aos produtos do
mundo digital consegue se adequar às características que o meio exige para sua utilização.Nesse sentido, o que se antevê é
que o cérebro e os sistemas neurais humanos vão se adaptando e se transformando para enfrentar as mudanças ocasionadas
pelo mundo digital, de modo a ser possível afirmar que a Educação é fator decisivo para o desenvolvimento das novas
funções e atividades geradas pelo complexo – corpo-mente-cérebro. Em pauta, portanto, a relação Mundo Digital X
Cognição.


Palavras-chave
TICs, Educação, Cognição, Mundo Digital.


INTRODUÇÃO
A chamada “revolução cognitiva” iniciada nos anos cinquenta na Universidade de Harvard trouxe um novo paradigma para
as ciências cognitivas então dominadas pelo behaviorismo1. Foi a partir dessa mudança que a Psicologia uniu-se a outras
áreas como Antropologia, Linguística, Filosofia, História e Direito.Na época, o interesse dos pesquisadores era descobrir e
descrever os significados que os seres humanos criavam ao entrar em contato com o mundo.Somava-se a isso a necessidade



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    Conjunto de teorias psicológicas baseadas no controle do comportamento pela ação do estímulo-resposta.




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de formular algumas hipóteses sobre os processos de produção de significação.As tentativas inicias geraram fragmentações e
confusões semânticas.
Para BRUNER (1997) a ciência cognitiva contribuiu para a compreensão de como a informação é transmitida e processada.
Em linhas gerais a informação participa da transmissão de mensagens, não lida com imprecisão ou metáforas e não abstrai;
está ligada aos processos automáticos como os sistemas informáticos.Por sua vez, as significações criadas numa comunidade
necessitam de um olhar diferenciado pela lente da cultura,que abrange os sistemas simbólicos, os mitos e a linguagem.
Para o autor o “divisor de águas” na evolução humana foi o momento em que a cultura tornou-se o principal modelador de
mentes,o seu “motor simbólico” e a partir desta experiência, possibilitou que os significados se tornassem públicos,
compartilhados e permitissem redescrições. Embora pertencentes a épocas distintas, autores como BERGSON,IZQUIERDO ,
MATURANA e VARELA realizaram estudos procurando conhecer as intricadas relações do corpo com o cérebro e a mente
e o meio.Isso ocorreu nas áreas específicas de cada autor, respectivamente: Filosofia, Neuropsiquiatria e Biologia.
Nesta perspectiva entende-se por evolução, o desenvolvimento de um princípio interno latente de início, que se atualiza
pouco a pouco e acaba por se manifestar.Portanto, a evolução não pode ser concebida em simples etapas como se fossem
partes ,para tanto, o conhecimento integrado dos sistemas que a integram é vital.
De acordo com BERGSON (2006b): “Se considero o mundo em que vivemos, descubro que a evolução automática e
rigorosamente determinada desse todo bem amarrado é ação que se desfaz, e que as formas imprevistas que a vida nele
recorta , formas capazes de se prolongarem a si mesmas em movimentos imprevistos , representam ação que se faz”
No mundo atual observa-se um constante movimento muitas vezes imprevisível.Neste contexto a velocidade do pensamento
supera a da ação, as novas tecnologias implicam num intenso fazer, o agir prevalece sobre o pensar. Ocorre um contínuo
“diálogo” com a rede em tempo real.Essa velocidade demanda uma constante adaptação cognitiva.Entende-se por adaptação
a modificação de uma função ou de um órgão que tem como resultado colocá-lo de acordo como o todo de seu
ambiente.Assim sob essa perspectiva a utilização de novas tecnologias de Informação e Comunicação em usos educativos
exige uma compreensão abrangente das estruturas mentais que participam desses processos.De acordo com CASTELLS
(2003) “ O intervalo entre o processo de aprendizagem pelo uso e de produção pelo uso é extremamente abreviado e o
resultado é que nos envolvemos num processo de aprendizagem através da produção, num feedback intenso entre a difusão e
o aperfeiçoamento das tecnologias”


O CÉREBRO E AS FUNÇÕES COGNITIVAS
O cérebro humano é resultado de milhões de anos de evolução e partilha com o cérebro de outros mamíferos a existência de
um sistema nervoso superior, que regula funções básicas, reações, movimentos e aspectos sutis como as emoções.Neste
sistema ocorrem modificações de atividade entre seus componentes.A plasticidade característica desta estrutura possibilita o
desenvolvimento de processos cognitivos, tais como aprendizagem, linguagem e memória. A aprendizagem e a memória
estão ligadas ao sistema límbico, enquanto o pensamento e a linguagem estão ligados ao neocórtex. Em linhas gerais, o
hipocampo e o córtex entorrinal relacionam-se aos aspectos da memória, como a evocação e as emoções.
MATURANA e VARELA (2001) comentam: A riqueza plástica do sistema nervoso a que ele guarda representações ou
engramas das coisas do mundo mas a sua contínua transformação, que permanece congruente com as transformações do
meio, como resultado de cada interação que o afeta.Do ponto de vista do observador isto é percebido como uma
aprendizagem adequada. Acontece porém, que os neurônios,o organismo de que eles fazem parte e o meio em que este
interage, funcionam reciprocamente como seletores de suas mudanças estruturais correspondentes e se acoplam
estruturalmente entre si. O funcionamento do organismo, incluindo o sistema nervoso, seleciona as mudanças estruturais que
permitem que ele continue a funcionar ”


APRENDIZAGEM
Seguindo as idéias de PINKER, (2008) vamos salientar que “a mente é o que o cérebro faz; especificamente, o cérebro
processa informações e pensar é um tipo de computação. A mente é organizada em módulos ou órgãos mentais, cada qual
com um design especializado que faz desse módulo um perito em uma área de interação com o mundo” e é essa idéia que
queremos resgatar neste trabalho, a de que o acesso e o uso adequado das tecnologias digitais podem ser treinados em algum
desses módulos mentais, independentemente da idade, da geração dos sujeitos e de níveis sócio-culturais e econômicos
distintos. Queremos fazer a coleta dos dados empíricos, com amostras de todos os setores da população, a fim de que essa



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pluralidade possa ser verificada. Como hipótese secundária de trabalho, temos:- os procedimentos para leitura e escrita dos
novos meios podem ser reeditados, passando do modelo clássico, linear, para um modelo de múltiplas possibilidades como,
por exemplo, a movimentação correta dos olhos, para a apreensão total do conteúdo, através da exposição contínua e
planejada aos meios de comunicação digital..
Essa perspectiva, além de tratar da complexidade do cérebro e das funções cognitivas do sujeito, que constitui uma pesquisa
de tipo básico,nós a ampliamos para a pesquisa de tipo finalizado como sugeriu DERRIDA(1999), termo que foi também
utilizado por CURY(2000) , com o objetivo de tratar da inclusão digital/ social da população brasileira, o grande tema e área
de trabalho do Grupo Cibernética Pedagógica – Laboratório de Linguagens Digitais – LLD.
Ainda utilizando a base teórica proposta por PINKER, temos que “para entender o aprendizado precisamos de novas
maneiras de pensar, a fim de substituir as metáforas pré-científicas. .Precisamos de ideias que captem os modos como um
mecanismo complexo pode sintonizar-se com aspectos imprevisíveis do mundo e absorver os tipos de dados de que necessita
para funcionar”


LINGUAGEM
TEIXEIRA (2004) apresenta a necessidade de creditar a Bergson o pioneirismo das concepções contemporâneas da mente e
da cognição, sendo que uma primeira aproximação do pensamento de Bergson mostra a ênfase atribuída às relações entre
mente e linguagem e a proposta de uma crítica da linguagem do mental, ou uma antologia do mental a partir da linguagem. .E
prossegue:“Ao tentarmos reconstruir o que teria sido uma ciência cognitiva bergsoniana não poderíamos deixar de começar
pela crítica do modelo computacional da mente ou da chamada inteligência artificial simbólica”


MEMÓRIA
 “ O universo dura.Quanto mais nos aprofundarmos na natureza do tempo,mais compreenderemos que duração significa
invenção, criação de formas, elaboração contínua do absolutamente novo.” Bergson
        Na atualidade observa-se o incremento de estudos sobre a memória humana, devido a fatores como o
envelhecimento da populacão,doenças (Mal de Alzheimer) e desenvolvimento de produtos tecnológicos (e memory).
         Há mais de um século as funções e características da memória têm sido descritas e revisadas, gerando linhas de
pesquisa em áreas como Educação, Filosofia, Biologia, Psiquiatria e Psicanálise.A Transdisciplinaridade 2 apresenta-se como
o caminho mais indicado para estudar este tema complexo.A definição de memória no sentido amplo pode ser descrita como
a capacidade de armazenamento de variadas formas de conhecimento adquirido nas relações humanas com o ambiente.
Para LALANDE (1999) a memória é uma “função psíquica que consiste na reprodução de um estado de consciência passado
com a característica de ser reconhecido como tal pelo sujeito.”...“A memória é uma função geral do sistema nervoso que tem
por base a propriedade dos elementos de conservar uma modificação recebida e formar associações.”.
IZQUIERDO (2006), médico e pesquisador dos mais importantes no que se refere ao tema, apresenta algumas características
da memória:
- memória de trabalho (retém informações por pouco tempo);
- memória de curta duração, (hipocampo e cortex entorrinal) tem duração de até seis horas e conteúdo que poderá ser
armazenado permanentemente ou não;
- memória de longa duração, cujo conteúdo poderá ser armazenado por toda vida e resgatado sempre que solicitado.
Para este autor a memória é fortemente influenciada por estados emocionais, devido à ação dos neurotransmissores sobre
receptores específicos. Algumas situações são propícias à aquisição e consolidação, no caso de memórias impactantes, a
aquisição ocorre pelas vias noradrenérgicas centrais, favoráveis ao armazenamento.
        A maneira como as informações são armazenadas na memória segue um roteiro que inicialmente contempla a
atenção e recepção da informação através dos cinco sentidos; codificação, ou seja, o cérebro seleciona os dados mais


2
   A transdisciplinaridade é uma abordagem científica que deriva do pensamento comlexo, cujo objetivo é a unidade do conhecimento.Neste ponto de vista
a realidade é compreendida com base na articulação de seus diversos elementos.




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importantes; armazenamento e resgate. Na recuperação o sujeito tem acesso às suas lembranças.Há hormônios liberados no
sangue pela hipófise, supra-renal e outras glândulas que afetam profundamente a formação e a evocação de memórias, e
muitas vezes acrescentam seu efeito aos aspectos cognitivos de cada memória, tornando-as dependentes deles.
Quanto ao aspecto cognitivo da memória IZQUIERDO (1989) comenta :“As memórias não se adquirem isoladamente, senão
uma após a outra: a vida diária pode ser descrita como uma continua experiência, ou como uma continuidade de experiências
consecutivas. Muitas vezes, memórias adquiridas em forma consecutiva podem se interligar de tal maneira que, depois, o
indivíduo as recorda como uma experiência única. A incorporação de informação cognitiva às experiências ocorre
fundamentalmente nas primeiras três horas após cada experiência”
       Quanto aos registros estes se estruturam durante e depois de cada experiência ou evento memorizado, unindo
memórias consecutivas.
Para IZQUIERDO o esquecimento é outro aspecto saliente da memória, ao contrário do que muitos pensam, pois é mais
comum esquecer do que lembrar. O esquecimento também tem funções na vida cognitiva, já que possibilita fazer
generalizações e permite a expansão da criatividade.
BERGSON discorreu detalhadamente sobre a memória e sua ligação com o cérebro, o espírito e o corpo. .Para ele, a memória
teria por função inicial evocar as percepções do passado que se aproximam das percepções do presente e então possibilitar
uma recordação e sugerir uma ação.Ele levantou a hipótese de haver duas memórias independentes, uma que imagina e a
outra que reproduz. Ainda sob o foco de BERGSON(2006) temos “ Dessas duas memórias, a primeira é verdadeiramente
orientada no sentido da natureza : a segunda entregue a si mesma, iria antes em sentido contrário. A primeira conquistada
pelo esforço, permanece sobre a dependência de nossa vontade; a segunda completamente espontânea é tanto volúvel em
reproduzir quanto fiel em conservar. O único serviço regular e certo que a segunda pode prestar à primeira é mostrar-lhe as
imagens daquilo que precedeu ou seguiu situações análogas à situação presente, a fim de esclarecer sua escolha: nisto
consiste a associação de ideias¨.


ALGUMAS QUESTÕES PONTUAIS
De que maneira a memória humana é afetada pelas novas tecnologias? Será possível mensurar estas alterações?
E o papel do corpo?
O corpo permite a ação, é por meio de sua complexa estrutura que os sistemas se organizam, por onde a informação circula
seja como impulso elétrico( neurônios), bioquímico( neurotransmissores e hormônios) e sensorial( auditiva, olfativa, visuais e
tátil).
De acordo com MATURANA et al (2001) o sistema nervoso atua nos fenômenos cognitivos de duas maneiras: a primeira
amplia as configurações sensório motoras que o organismo permite e a segunda ocorre pela abertura deste mesmo organismo
a novas dimensões de acoplamento estrutural, ou seja, há uma síntese da grande diversidade de estados internos com a grande
diversidade de interações de que o organismo participa.
BERGSON (2006b) por sua vez, enfatiza o papel das lembranças na ação presente que se concretizam pelo corpo. “Para que
uma lembrança reapareça na consciência é efetivamente preciso que ela desça das alturas da memória pura até o ponto
preciso em que se realiza a ação.Em outras palavras é do presente que parte o apelo a que a lembrança responde e é dos
elementos sensório-motores da ação presente que a lembrança empresta o calor que dá vida.”
Ou seja , na ação presente encontramos lembranças, memórias e as dimensões do corpo.
Na atualidade, a velocidade das informações e de conteúdos nem sempre confiáveis permitem que surja um ambiente onde
ocorre o exercício da escolha, de seleção individual.Ou seja, o usuário precisa reconhecer suas necessidades e desejos ao se
conectar.
Estar conectado na atualidade exige que o usuário reconheça suas necessidades (informativas, educacionais e de lazer) e
possa ir ao seu encontro. Para tanto é importante realizar a diferenciação dos conteúdos e conter a impulsividade, utilizar o
senso crítico e questionar as informações recebidas.
         Para GOLEMAN (1995)“a mente emocional possui uma lógica associativa;elementos que simbolizam uma
realidade ou que de alguma forma lembrem esta realidade,são para a mente emocional a própria realidade”.
        A mente emocional é rápida e age impulsivamente.Desta forma há riscos no acesso ilimitado às informações
veiculadas na Internet, sejam elas imagens, sons, metáforas ou símbolos.Este aspecto sombrio da Internet tem sido pouco


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discutido.Educadores, pesquisadores e profissionais que atuam na criação produção e divulgação de dispositivos para a
Internet necessitam estudar as consequências emocionais e cognitivas dos conteúdos deste tipo de veiculação e elaborar
estratégias de mediação.
No presente caso entende-se por mediação a capacidade de servir de intermediário entre dois seres. Essa atuação pode ocorrer
nas ações educativas propriamente ditas e no desenvolvimento de novos dispositivos auxiliares para essas práticas.


CONCLUSÃO
O Projeto de Pesquisa sobre as TICs e a Educação, em desenvolvimento no Grupo Cibernética Pedagógica – Laboratório de
Linguagens Digitais – LLD – encontra-se no presente momento relacionado à elaboração e execução de sites / portais, sobre
os trabalhos do próprio Grupo, para posteriormente tratar da verificação da hipótese proposta, que é a seguinte:


                   Sujeitos sem experiência anterior para o uso adequado das funções mentais que
                  permitam a compreensão das novas linguagens, constituídas por: textos curtos,,com
                  muitas imagens e opções para a interatividade, passam a desenvolver as habilidades
                  necessárias para sua compreensão,desde que a elas expostos sistematicamente.


Ao mesmo tempo, durante o mês de Abril, pesquisadores do Grupo de Pesquisa Cibernética Pedagógica – Laboratório de
Linguagens Digitais – LLD – passam a executar o mapeamento da questão temática – o mundo digital e a cognição -, com o
objetivo de verificar o estado da arte, do ponto de vista da intersecção entre as áreas, nas quais atuam pesquisadores dos mais
diversos .ramos do saber e esse diagnóstico (quantitativo e qualitativo) será apresentado durante a realização da Conferência
(Maio de 2011) em forma de anexo.


AGRADECIMENTOS
Queremos deixar aqui registrado um agradecimento especial ao trabalho contíno e organizado dos membros da V
Conferência ACORN-REDECOM, ao mesmo tempo em que registramos nossa satisfação em fazer parte da Rede através do
Grupo de Pesquisa CNPQ - Cibernética Pedagógica – Laboratório de Linguagens Digitais – LLD.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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       Portuguesa, Braga.
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  Tecnologias Digitais: Reflexões e Perspectivas, São Paulo, no prelo.
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  • 1. Cury et al. TIC e Desenvolvimento na América Latina: Uma análise sob a perspectiva da Educação TIC e desenvolvimento na América Latina: uma análise sob a perspectiva da educação Lucilene Cury Luciana de Queiroz Telles Maffra Grupo de Pesquisa Cibernética Pedagógica – Grupo de Pesquisa Cibernética Pedagógica - Laboratório de Linguagens Digitais - LLD Laboratório de Linguagens Digitais - LLD Escola de Comunicações e Artes da Universidade Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo de São Paulo lucilene@usp.br lucmaffra@usp.br BIOGRAFIAS Lucilene Cury Graduada em Educação-Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.(UNESP) Mestre e Doutora - Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA / USP) Pós-Doutorado, SORBONNE – Université René Descartes – Paris V.. Docente da Universidade de São Paulo (ECA). Líder do Grupo de Pesquisa CNPq – Laboratório de Linguagens Digitais Luciana De Queiroz Tellas Maffra Fonoaudióloga pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1994). Especialista em Comunicação Social pela Faculdade Cásper Líbero(2009).Mestranda em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (2010). Atua como pesquisadora no Grupo Cibernética Pedagógica – Laboratório de Linguagens Digitais (LLD)- ECA/USP. RESUMO As TICs servem ao desenvolvimento da Educação de um país, de uma região e a partir da Educação de base, até níveis avançados de Educação Permanente, sua utilização tem-se mostrado cada vez mais eficaz como meio de aprendizagem.Pergunta-se nesta investigação: como se dará, do ponto de vista cognitivo, a grande mudança nos aspectos cognitivos do Sujeito? A hipótese que orienta este trabalho é que o sujeito, ao ser exposto cada vez mais aos produtos do mundo digital consegue se adequar às características que o meio exige para sua utilização.Nesse sentido, o que se antevê é que o cérebro e os sistemas neurais humanos vão se adaptando e se transformando para enfrentar as mudanças ocasionadas pelo mundo digital, de modo a ser possível afirmar que a Educação é fator decisivo para o desenvolvimento das novas funções e atividades geradas pelo complexo – corpo-mente-cérebro. Em pauta, portanto, a relação Mundo Digital X Cognição. Palavras-chave TICs, Educação, Cognição, Mundo Digital. INTRODUÇÃO A chamada “revolução cognitiva” iniciada nos anos cinquenta na Universidade de Harvard trouxe um novo paradigma para as ciências cognitivas então dominadas pelo behaviorismo1. Foi a partir dessa mudança que a Psicologia uniu-se a outras áreas como Antropologia, Linguística, Filosofia, História e Direito.Na época, o interesse dos pesquisadores era descobrir e descrever os significados que os seres humanos criavam ao entrar em contato com o mundo.Somava-se a isso a necessidade 1 Conjunto de teorias psicológicas baseadas no controle do comportamento pela ação do estímulo-resposta. Anais da V Conferência ACORN-REDECOM, Lima, 19-20 de maio de 2011 385
  • 2. Cury et al. TIC e Desenvolvimento na América Latina: Uma análise sob a perspectiva da Educação de formular algumas hipóteses sobre os processos de produção de significação.As tentativas inicias geraram fragmentações e confusões semânticas. Para BRUNER (1997) a ciência cognitiva contribuiu para a compreensão de como a informação é transmitida e processada. Em linhas gerais a informação participa da transmissão de mensagens, não lida com imprecisão ou metáforas e não abstrai; está ligada aos processos automáticos como os sistemas informáticos.Por sua vez, as significações criadas numa comunidade necessitam de um olhar diferenciado pela lente da cultura,que abrange os sistemas simbólicos, os mitos e a linguagem. Para o autor o “divisor de águas” na evolução humana foi o momento em que a cultura tornou-se o principal modelador de mentes,o seu “motor simbólico” e a partir desta experiência, possibilitou que os significados se tornassem públicos, compartilhados e permitissem redescrições. Embora pertencentes a épocas distintas, autores como BERGSON,IZQUIERDO , MATURANA e VARELA realizaram estudos procurando conhecer as intricadas relações do corpo com o cérebro e a mente e o meio.Isso ocorreu nas áreas específicas de cada autor, respectivamente: Filosofia, Neuropsiquiatria e Biologia. Nesta perspectiva entende-se por evolução, o desenvolvimento de um princípio interno latente de início, que se atualiza pouco a pouco e acaba por se manifestar.Portanto, a evolução não pode ser concebida em simples etapas como se fossem partes ,para tanto, o conhecimento integrado dos sistemas que a integram é vital. De acordo com BERGSON (2006b): “Se considero o mundo em que vivemos, descubro que a evolução automática e rigorosamente determinada desse todo bem amarrado é ação que se desfaz, e que as formas imprevistas que a vida nele recorta , formas capazes de se prolongarem a si mesmas em movimentos imprevistos , representam ação que se faz” No mundo atual observa-se um constante movimento muitas vezes imprevisível.Neste contexto a velocidade do pensamento supera a da ação, as novas tecnologias implicam num intenso fazer, o agir prevalece sobre o pensar. Ocorre um contínuo “diálogo” com a rede em tempo real.Essa velocidade demanda uma constante adaptação cognitiva.Entende-se por adaptação a modificação de uma função ou de um órgão que tem como resultado colocá-lo de acordo como o todo de seu ambiente.Assim sob essa perspectiva a utilização de novas tecnologias de Informação e Comunicação em usos educativos exige uma compreensão abrangente das estruturas mentais que participam desses processos.De acordo com CASTELLS (2003) “ O intervalo entre o processo de aprendizagem pelo uso e de produção pelo uso é extremamente abreviado e o resultado é que nos envolvemos num processo de aprendizagem através da produção, num feedback intenso entre a difusão e o aperfeiçoamento das tecnologias” O CÉREBRO E AS FUNÇÕES COGNITIVAS O cérebro humano é resultado de milhões de anos de evolução e partilha com o cérebro de outros mamíferos a existência de um sistema nervoso superior, que regula funções básicas, reações, movimentos e aspectos sutis como as emoções.Neste sistema ocorrem modificações de atividade entre seus componentes.A plasticidade característica desta estrutura possibilita o desenvolvimento de processos cognitivos, tais como aprendizagem, linguagem e memória. A aprendizagem e a memória estão ligadas ao sistema límbico, enquanto o pensamento e a linguagem estão ligados ao neocórtex. Em linhas gerais, o hipocampo e o córtex entorrinal relacionam-se aos aspectos da memória, como a evocação e as emoções. MATURANA e VARELA (2001) comentam: A riqueza plástica do sistema nervoso a que ele guarda representações ou engramas das coisas do mundo mas a sua contínua transformação, que permanece congruente com as transformações do meio, como resultado de cada interação que o afeta.Do ponto de vista do observador isto é percebido como uma aprendizagem adequada. Acontece porém, que os neurônios,o organismo de que eles fazem parte e o meio em que este interage, funcionam reciprocamente como seletores de suas mudanças estruturais correspondentes e se acoplam estruturalmente entre si. O funcionamento do organismo, incluindo o sistema nervoso, seleciona as mudanças estruturais que permitem que ele continue a funcionar ” APRENDIZAGEM Seguindo as idéias de PINKER, (2008) vamos salientar que “a mente é o que o cérebro faz; especificamente, o cérebro processa informações e pensar é um tipo de computação. A mente é organizada em módulos ou órgãos mentais, cada qual com um design especializado que faz desse módulo um perito em uma área de interação com o mundo” e é essa idéia que queremos resgatar neste trabalho, a de que o acesso e o uso adequado das tecnologias digitais podem ser treinados em algum desses módulos mentais, independentemente da idade, da geração dos sujeitos e de níveis sócio-culturais e econômicos distintos. Queremos fazer a coleta dos dados empíricos, com amostras de todos os setores da população, a fim de que essa Anais da V Conferência ACORN-REDECOM, Lima, 19-20 de maio de 2011 386
  • 3. Cury et al. TIC e Desenvolvimento na América Latina: Uma análise sob a perspectiva da Educação pluralidade possa ser verificada. Como hipótese secundária de trabalho, temos:- os procedimentos para leitura e escrita dos novos meios podem ser reeditados, passando do modelo clássico, linear, para um modelo de múltiplas possibilidades como, por exemplo, a movimentação correta dos olhos, para a apreensão total do conteúdo, através da exposição contínua e planejada aos meios de comunicação digital.. Essa perspectiva, além de tratar da complexidade do cérebro e das funções cognitivas do sujeito, que constitui uma pesquisa de tipo básico,nós a ampliamos para a pesquisa de tipo finalizado como sugeriu DERRIDA(1999), termo que foi também utilizado por CURY(2000) , com o objetivo de tratar da inclusão digital/ social da população brasileira, o grande tema e área de trabalho do Grupo Cibernética Pedagógica – Laboratório de Linguagens Digitais – LLD. Ainda utilizando a base teórica proposta por PINKER, temos que “para entender o aprendizado precisamos de novas maneiras de pensar, a fim de substituir as metáforas pré-científicas. .Precisamos de ideias que captem os modos como um mecanismo complexo pode sintonizar-se com aspectos imprevisíveis do mundo e absorver os tipos de dados de que necessita para funcionar” LINGUAGEM TEIXEIRA (2004) apresenta a necessidade de creditar a Bergson o pioneirismo das concepções contemporâneas da mente e da cognição, sendo que uma primeira aproximação do pensamento de Bergson mostra a ênfase atribuída às relações entre mente e linguagem e a proposta de uma crítica da linguagem do mental, ou uma antologia do mental a partir da linguagem. .E prossegue:“Ao tentarmos reconstruir o que teria sido uma ciência cognitiva bergsoniana não poderíamos deixar de começar pela crítica do modelo computacional da mente ou da chamada inteligência artificial simbólica” MEMÓRIA “ O universo dura.Quanto mais nos aprofundarmos na natureza do tempo,mais compreenderemos que duração significa invenção, criação de formas, elaboração contínua do absolutamente novo.” Bergson Na atualidade observa-se o incremento de estudos sobre a memória humana, devido a fatores como o envelhecimento da populacão,doenças (Mal de Alzheimer) e desenvolvimento de produtos tecnológicos (e memory). Há mais de um século as funções e características da memória têm sido descritas e revisadas, gerando linhas de pesquisa em áreas como Educação, Filosofia, Biologia, Psiquiatria e Psicanálise.A Transdisciplinaridade 2 apresenta-se como o caminho mais indicado para estudar este tema complexo.A definição de memória no sentido amplo pode ser descrita como a capacidade de armazenamento de variadas formas de conhecimento adquirido nas relações humanas com o ambiente. Para LALANDE (1999) a memória é uma “função psíquica que consiste na reprodução de um estado de consciência passado com a característica de ser reconhecido como tal pelo sujeito.”...“A memória é uma função geral do sistema nervoso que tem por base a propriedade dos elementos de conservar uma modificação recebida e formar associações.”. IZQUIERDO (2006), médico e pesquisador dos mais importantes no que se refere ao tema, apresenta algumas características da memória: - memória de trabalho (retém informações por pouco tempo); - memória de curta duração, (hipocampo e cortex entorrinal) tem duração de até seis horas e conteúdo que poderá ser armazenado permanentemente ou não; - memória de longa duração, cujo conteúdo poderá ser armazenado por toda vida e resgatado sempre que solicitado. Para este autor a memória é fortemente influenciada por estados emocionais, devido à ação dos neurotransmissores sobre receptores específicos. Algumas situações são propícias à aquisição e consolidação, no caso de memórias impactantes, a aquisição ocorre pelas vias noradrenérgicas centrais, favoráveis ao armazenamento. A maneira como as informações são armazenadas na memória segue um roteiro que inicialmente contempla a atenção e recepção da informação através dos cinco sentidos; codificação, ou seja, o cérebro seleciona os dados mais 2 A transdisciplinaridade é uma abordagem científica que deriva do pensamento comlexo, cujo objetivo é a unidade do conhecimento.Neste ponto de vista a realidade é compreendida com base na articulação de seus diversos elementos. Anais da V Conferência ACORN-REDECOM, Lima, 19-20 de maio de 2011 387
  • 4. Cury et al. TIC e Desenvolvimento na América Latina: Uma análise sob a perspectiva da Educação importantes; armazenamento e resgate. Na recuperação o sujeito tem acesso às suas lembranças.Há hormônios liberados no sangue pela hipófise, supra-renal e outras glândulas que afetam profundamente a formação e a evocação de memórias, e muitas vezes acrescentam seu efeito aos aspectos cognitivos de cada memória, tornando-as dependentes deles. Quanto ao aspecto cognitivo da memória IZQUIERDO (1989) comenta :“As memórias não se adquirem isoladamente, senão uma após a outra: a vida diária pode ser descrita como uma continua experiência, ou como uma continuidade de experiências consecutivas. Muitas vezes, memórias adquiridas em forma consecutiva podem se interligar de tal maneira que, depois, o indivíduo as recorda como uma experiência única. A incorporação de informação cognitiva às experiências ocorre fundamentalmente nas primeiras três horas após cada experiência” Quanto aos registros estes se estruturam durante e depois de cada experiência ou evento memorizado, unindo memórias consecutivas. Para IZQUIERDO o esquecimento é outro aspecto saliente da memória, ao contrário do que muitos pensam, pois é mais comum esquecer do que lembrar. O esquecimento também tem funções na vida cognitiva, já que possibilita fazer generalizações e permite a expansão da criatividade. BERGSON discorreu detalhadamente sobre a memória e sua ligação com o cérebro, o espírito e o corpo. .Para ele, a memória teria por função inicial evocar as percepções do passado que se aproximam das percepções do presente e então possibilitar uma recordação e sugerir uma ação.Ele levantou a hipótese de haver duas memórias independentes, uma que imagina e a outra que reproduz. Ainda sob o foco de BERGSON(2006) temos “ Dessas duas memórias, a primeira é verdadeiramente orientada no sentido da natureza : a segunda entregue a si mesma, iria antes em sentido contrário. A primeira conquistada pelo esforço, permanece sobre a dependência de nossa vontade; a segunda completamente espontânea é tanto volúvel em reproduzir quanto fiel em conservar. O único serviço regular e certo que a segunda pode prestar à primeira é mostrar-lhe as imagens daquilo que precedeu ou seguiu situações análogas à situação presente, a fim de esclarecer sua escolha: nisto consiste a associação de ideias¨. ALGUMAS QUESTÕES PONTUAIS De que maneira a memória humana é afetada pelas novas tecnologias? Será possível mensurar estas alterações? E o papel do corpo? O corpo permite a ação, é por meio de sua complexa estrutura que os sistemas se organizam, por onde a informação circula seja como impulso elétrico( neurônios), bioquímico( neurotransmissores e hormônios) e sensorial( auditiva, olfativa, visuais e tátil). De acordo com MATURANA et al (2001) o sistema nervoso atua nos fenômenos cognitivos de duas maneiras: a primeira amplia as configurações sensório motoras que o organismo permite e a segunda ocorre pela abertura deste mesmo organismo a novas dimensões de acoplamento estrutural, ou seja, há uma síntese da grande diversidade de estados internos com a grande diversidade de interações de que o organismo participa. BERGSON (2006b) por sua vez, enfatiza o papel das lembranças na ação presente que se concretizam pelo corpo. “Para que uma lembrança reapareça na consciência é efetivamente preciso que ela desça das alturas da memória pura até o ponto preciso em que se realiza a ação.Em outras palavras é do presente que parte o apelo a que a lembrança responde e é dos elementos sensório-motores da ação presente que a lembrança empresta o calor que dá vida.” Ou seja , na ação presente encontramos lembranças, memórias e as dimensões do corpo. Na atualidade, a velocidade das informações e de conteúdos nem sempre confiáveis permitem que surja um ambiente onde ocorre o exercício da escolha, de seleção individual.Ou seja, o usuário precisa reconhecer suas necessidades e desejos ao se conectar. Estar conectado na atualidade exige que o usuário reconheça suas necessidades (informativas, educacionais e de lazer) e possa ir ao seu encontro. Para tanto é importante realizar a diferenciação dos conteúdos e conter a impulsividade, utilizar o senso crítico e questionar as informações recebidas. Para GOLEMAN (1995)“a mente emocional possui uma lógica associativa;elementos que simbolizam uma realidade ou que de alguma forma lembrem esta realidade,são para a mente emocional a própria realidade”. A mente emocional é rápida e age impulsivamente.Desta forma há riscos no acesso ilimitado às informações veiculadas na Internet, sejam elas imagens, sons, metáforas ou símbolos.Este aspecto sombrio da Internet tem sido pouco Anais da V Conferência ACORN-REDECOM, Lima, 19-20 de maio de 2011 388
  • 5. Cury et al. TIC e Desenvolvimento na América Latina: Uma análise sob a perspectiva da Educação discutido.Educadores, pesquisadores e profissionais que atuam na criação produção e divulgação de dispositivos para a Internet necessitam estudar as consequências emocionais e cognitivas dos conteúdos deste tipo de veiculação e elaborar estratégias de mediação. No presente caso entende-se por mediação a capacidade de servir de intermediário entre dois seres. Essa atuação pode ocorrer nas ações educativas propriamente ditas e no desenvolvimento de novos dispositivos auxiliares para essas práticas. CONCLUSÃO O Projeto de Pesquisa sobre as TICs e a Educação, em desenvolvimento no Grupo Cibernética Pedagógica – Laboratório de Linguagens Digitais – LLD – encontra-se no presente momento relacionado à elaboração e execução de sites / portais, sobre os trabalhos do próprio Grupo, para posteriormente tratar da verificação da hipótese proposta, que é a seguinte: Sujeitos sem experiência anterior para o uso adequado das funções mentais que permitam a compreensão das novas linguagens, constituídas por: textos curtos,,com muitas imagens e opções para a interatividade, passam a desenvolver as habilidades necessárias para sua compreensão,desde que a elas expostos sistematicamente. Ao mesmo tempo, durante o mês de Abril, pesquisadores do Grupo de Pesquisa Cibernética Pedagógica – Laboratório de Linguagens Digitais – LLD – passam a executar o mapeamento da questão temática – o mundo digital e a cognição -, com o objetivo de verificar o estado da arte, do ponto de vista da intersecção entre as áreas, nas quais atuam pesquisadores dos mais diversos .ramos do saber e esse diagnóstico (quantitativo e qualitativo) será apresentado durante a realização da Conferência (Maio de 2011) em forma de anexo. AGRADECIMENTOS Queremos deixar aqui registrado um agradecimento especial ao trabalho contíno e organizado dos membros da V Conferência ACORN-REDECOM, ao mesmo tempo em que registramos nossa satisfação em fazer parte da Rede através do Grupo de Pesquisa CNPQ - Cibernética Pedagógica – Laboratório de Linguagens Digitais – LLD. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Bergson,H. (2006) Matéria e memória:ensaio sobre a relação do corpo com o espírito ,Martins Fontes, São Paulo. 2. Bergson,H. (2006b) Memória e vida:textos escolhidos por Gilles Deleuze, Martins Fontes, São Paulo. 3. Bruner,J. (1997) Atos de significação, Artes Médicas, Porto Alegre. 4. Castells,M.(2003) A galáxia da Internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade, Jorge Zahar,Rio de Janeiro 5. Cury, L.(2000) Reflexões a respeito do papel da Universidade face à Tecno-Ciência. Anais de Congresso.Intercom , Manaus. 6. Cury,L.(2010). “A comunicação digital e sua relação com os aspectos cognitivos do sujeito. Reflexões a partir de uma experiência.”,Comunicação,Cognição e Media, vol.2. Publicações da Faculdade de Filosofia, Universidade Católica Portuguesa, Braga. 7. Deleuze,G.(1999) O bergsonismo, Editora 34, São Paulo. 8. DERRIDA, Jacques.(1999). O olho da Universidade., Estação Liberdade, São Paulo 9. Fialho,F.(1994) Modelagem computacional da Equilibração das estruturas cognitivas como proposto por Jean Piaget,PPG em Engenharia de Produção da UFSC, Florianópolis. 10. Gardner,H.(2003) A nova ciência da mente, EDUSP,São Paulo. 11. Goleman,D.(1995) Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente,Objetiva,Rio de Janeiro Anais da V Conferência ACORN-REDECOM, Lima, 19-20 de maio de 2011 389
  • 6. Cury et al. TIC e Desenvolvimento na América Latina: Uma análise sob a perspectiva da Educação 12. Greco, M.(1994) Saber Plural: novo pacto da ciência 3, ECA/USP, São Paulo. 13. http://www.cerebromente.org.br/n04/opiniao/izquierdo.htm 14. Izquierdo,I(1989) Memórias, Estudos Avançados, v.3,n.6, p. 89-112. 15. Izquierdo,I(2006) A arte de esquecer, Estudos Avançados, v. 20, n.58, p. 289-296. 16. Maffra,L.,Moura Filho,W.(2010) As tecnologias digitais e os reflexos nos aspectos cognitivos do sujeito.in Tecnologias Digitais: Reflexões e Perspectivas, São Paulo, no prelo. 17. Magro,C.(1997) Biology, cognition, language and society: workbook, in International Symposium on Autopoiéisis, Belo Horizonte, Brasil,Editora UFMG. 18. Maturana,H.,Varela,F.(2001) A árvore dos conhecimento as bases biológicas da compreensão humana,Palas Athena, São Paulo 19. Maturana, H.(2004) Cognição, ciência e vida cotidiana, Editora UFMG,Belo Horizonte. 20. Pinker,S.(2008) Como a mente funciona, Companhia das Letras, São Paulo. 21.Teixeira,J. de. F.(2000) Mente, cérebro e cognição, Vozes, Rio de Janeiro. 22.Varela, F.(1994) Conhecer: as ciências cognitivas, tendências e perspectivas, Instituto Piaget, Lisboa. Anais da V Conferência ACORN-REDECOM, Lima, 19-20 de maio de 2011 390