SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  4
Télécharger pour lire hors ligne
Dados da solicitação

          Número                  Tipo da solitação             Titulo do projeto

                                                       Detecção de infecção natural
                                                       por Leishmania spp e
                                                       Trypanosoma cruzi em
                           Autorização para atividades
18635                                                  mamíferos silvestres no
                           com finalidade científica
                                                       Parque Nacional da Serra da
                                                       Canastra e entorno, Minas
                                                       Gerais.
Dados do pesquisador
     Nome         Nacionalidade         CPF              Fone             E-mail
PAULO
                                                  (0xx21) 2562-      dandrea@ioc.fio
SÉRGIO D        Brasileira        06263919892
                                                  1572               cruz.br
ANDREA
Resultados/Discussão
             Pergunta/Item                                   Resposta
                                          Foram capturados 138 espécimes das
                                          ordens Rodentia e Didelphimorphia. O
                                          sucesso de captura foi de 6% com uma
                                          riqueza de 15 espécies, sendo 9 roedores e 6
                                          marsupiais. Os espécimes de
                                          Brucepattersonius sp., G. agilis e L.
                                          crassicaudata foram encontrados
                                          exclusivamente no interior do
                                          PNSC,enquanto Calomys sp. e C. philander
                                          foram encontradas apenas no entorno. O
                                          sucesso de captura foi maior no interior do
                                          PNSC (7%) do que no entorno.
                                          Apresentamos o primeiro registro de
                                          ocorrência de A. montensis,
                                          Brucepattersonius sp., Calomys sp., N.
Resultados / Discussão:                   lasiurus, O. delator e M. sorex, ampliando
                                          assim a riqueza de espécies conhecida na
                                          região. Destacamos que a ocorrência de
                                          Calomys laucha previamente registrada na
                                          literatura para região seria provavelmente
                                          um erro de identificação, pois esta espécie
                                          ocorre somente no sul do Brasil. Em
                                          relação à infecção por T. cruzi e
                                          Leishmania sp., dos 88 pequenos
                                          mamíferos avaliados pela Reação de
                                          Imunofluorescência Indireta sete (7,95%)
                                          apresentaram anticorpos IgG anti-T. cruzi
                                          circulantes, sendo 6 marsupiais e 1 roedor.
                                          Todos oriundos da região do Vão dos
                                          Cândidos. Dois roedores capturados
                                          próximo ao lixão de São Roque
Pergunta/Item                                Resposta
                                      apresentaram anticorpos IgG anti-
                                      Leishmania sp. (prevalência de 2,27%).
                                      Quatorze animais (15,9%), sendo 4
                                      marsupiais, 9 roedores e 1 jaguatirica
                                      apresentaram parasitemia patente por T.
                                      cruzi, sendo possível o isolamento em doze
                                      delas, todos da região do Vão dos
                                      Cândidos. A caracterização por PCR
                                      multiplex do gene mini-exon identificou a
                                      infecção por TcI em todos os isolados.
                                      Cabe descatar que este é o primeiro relato
                                      de Leopardus pardalis infectada por T.
                                      cruzi. Os animais capturados dentro do
                                      parque foram negativos nas provas
                                      sorológicas e parasitológicas para ambas
                                      infecções. A parasitemia patente encontrada
                                      nos pequenos mamíferos silvestres e no
                                      carnívoro amostrado indica que estes
                                      animais estão inseridos no ciclo de
                                      transmissão do T. cruzi, que também inclui
                                      triatomíneos silvestres e cães domésticos
                                      (que foram encontrados infectados em
                                      coleta paralela em diferentes áreas do
                                      entorno do parque). Estas espécies estão
                                      atuando na amplificação da população do
                                      parasito (alta possibilidade de transmitir o
                                      T. cruzi para o vetor). A presença de
                                      elevada prevalência de cães infectados por
                                      T. cruzi em todas as localidades avaliadas
                                      mostra que o ciclo de transmissão está
                                      ocorrendo principalmente no peridomícilio
                                      das áreas rurais em todo entorno do parque.
                                      Ressaltamos que a presença de um cão
                                      infectado por T. cruzi é um indicativo da
                                      presença do parasito em áreas onde estes
                                      animais circulam. Não há indícios que a
                                      presença de cães infectados por T. cruzi
                                      seja fator de risco para a ocorrência de
                                      casos humanos e, portanto, a eutanásia
                                      neste caso não é recomendada.
Informações para UC
  Unidade de conservação       Pergunta/Item             Resposta
                                               Os animais capturados
                   Recomendações ao
                                               dentro do parque foram
                   manejo/gestão da unidade de
                                               negativos nas provas
PARQUE NACIONAL DA conservação federal ou à
                                               sorológicas e parasitológicas
SERRA DA CANASTRA proteção das espécies, como
                                               para ambas infecções. A
                   também à(s) cavidade(s)
                                               parasitemia patente
                   subterrânea(s) (se houver).
                                               encontrada nos pequenos
Unidade de conservação   Pergunta/Item              Resposta
                                         mamíferos silvestres e no
                                         carnívoro amostrado indica
                                         que estes animais estão
                                         inseridos no ciclo de
                                         transmissão do T. cruzi, que
                                         também inclui triatomíneos
                                         silvestres e cães domésticos
                                         (que foram encontrados
                                         infectados em coleta paralela
                                         em diferentes áreas do
                                         entorno do parque). Estas
                                         espécies estão atuando na
                                         amplificação da população
                                         do parasito (alta
                                         possibilidade de transmitir o
                                         T. cruzi para o vetor). A
                                         presença de elevada
                                         prevalência de cães
                                         infectados por T. cruzi em
                                         todas as localidades
                                         avaliadas mostra que o ciclo
                                         de transmissão está
                                         ocorrendo principalmente no
                                         peridomícilio das áreas
                                         rurais em todo entorno do
                                         parque. Ressaltamos que a
                                         presença de um cão
                                         infectado por T. cruzi é um
                                         indicativo da presença do
                                         parasito em áreas onde estes
                                         animais circulam. Não há
                                         indícios que a presença de
                                         cães infectados por T. cruzi
                                         seja fator de risco para a
                                         ocorrência de casos humanos
                                         e, portanto, a eutanásia neste
                                         caso não é recomendada.
                                         Outro aspecto a considerar é
                                         a escassez de fontes
                                         alimentares para
                                         triatomíneos silvestres em
                                         áreas alteradas, como na
                                         região do Vão dos Cândidos,
                                         devido à perda de habitat,
                                         pode fazer com que esses
                                         insetos invadam áreas
                                         domiciliadas em busca de
                                         alimento, onde os animais
                                         domésticos (especialmente
Unidade de conservação   Pergunta/Item              Resposta
                                         os cães) passam a estar mais
                                         expostos que o homem. A
                                         via de infecção nesses
                                         animais pode ocorrer de
                                         diferentes formas, entre elas:
                                         (i) eliminação do parasito
                                         pelas fezes dos triatomíneos,
                                         durante repasto sanguíneo;
                                         (ii) ingestão (acidental ou
                                         não) de triatomíneos
                                         infectados; (iii) ingestão de
                                         alimentos contaminados por
                                         fezes de triatomíneos e (iv)
                                         predação de pequenos
                                         mamíferos silvestres e
                                         sinantrópicos infectados pelo
                                         parasito. Nossa proposta, que
                                         vem sendo trabalhada em
                                         diversas áreas desde então, é
                                         que os animais domésticos
                                         sejam considerados como
                                         animais sentinelas para áreas
                                         com risco de transmissão
                                         para o homem. Assim, uma
                                         vigilância epidemiológica
                                         nos cães domésticos pode ser
                                         utilizada como uma primeira
                                         medida na avaliação de áreas
                                         de risco.

Contenu connexe

Tendances

Apresentação sobre virus para o curso mgme
Apresentação sobre virus para o curso mgmeApresentação sobre virus para o curso mgme
Apresentação sobre virus para o curso mgmestojosy
 
Catálogo de plantas e fungos do brasil volume 2
Catálogo de plantas e fungos do brasil   volume 2Catálogo de plantas e fungos do brasil   volume 2
Catálogo de plantas e fungos do brasil volume 2Andre Benedito
 
Pesquisa de Infecção por Bartonella em mamíferos domésticos, silvestres e em ...
Pesquisa de Infecção por Bartonella em mamíferos domésticos, silvestres e em ...Pesquisa de Infecção por Bartonella em mamíferos domésticos, silvestres e em ...
Pesquisa de Infecção por Bartonella em mamíferos domésticos, silvestres e em ...Naylla Marcula
 
Haemonchus apresentação final [modo de compatibilidade]
Haemonchus apresentação final [modo de compatibilidade]Haemonchus apresentação final [modo de compatibilidade]
Haemonchus apresentação final [modo de compatibilidade]gecoufba
 
Caracterização e detecção moleculares
Caracterização e detecção molecularesCaracterização e detecção moleculares
Caracterização e detecção molecularesValesca Lima
 
Doenças infecto-parasitárias
Doenças infecto-parasitáriasDoenças infecto-parasitárias
Doenças infecto-parasitáriasFabio Dias
 
Bac, virus , fungi e protista
Bac, virus , fungi e protistaBac, virus , fungi e protista
Bac, virus , fungi e protistaEdilena Rodrigues
 
Colecao atualizacao em parasitologia- v1 n4-2011
Colecao   atualizacao em parasitologia- v1 n4-2011Colecao   atualizacao em parasitologia- v1 n4-2011
Colecao atualizacao em parasitologia- v1 n4-2011König Brasil
 
Detetive biológico dicas e soluções
Detetive biológico   dicas e soluçõesDetetive biológico   dicas e soluções
Detetive biológico dicas e soluções2° PD
 

Tendances (13)

Apresentação sobre virus para o curso mgme
Apresentação sobre virus para o curso mgmeApresentação sobre virus para o curso mgme
Apresentação sobre virus para o curso mgme
 
Catálogo de plantas e fungos do brasil volume 2
Catálogo de plantas e fungos do brasil   volume 2Catálogo de plantas e fungos do brasil   volume 2
Catálogo de plantas e fungos do brasil volume 2
 
Pesquisa de Infecção por Bartonella em mamíferos domésticos, silvestres e em ...
Pesquisa de Infecção por Bartonella em mamíferos domésticos, silvestres e em ...Pesquisa de Infecção por Bartonella em mamíferos domésticos, silvestres e em ...
Pesquisa de Infecção por Bartonella em mamíferos domésticos, silvestres e em ...
 
Haemonchus apresentação final [modo de compatibilidade]
Haemonchus apresentação final [modo de compatibilidade]Haemonchus apresentação final [modo de compatibilidade]
Haemonchus apresentação final [modo de compatibilidade]
 
Resumo para mesa redonda - Oropouche
Resumo para mesa redonda - OropoucheResumo para mesa redonda - Oropouche
Resumo para mesa redonda - Oropouche
 
Caracterização e detecção moleculares
Caracterização e detecção molecularesCaracterização e detecção moleculares
Caracterização e detecção moleculares
 
Doenças infecto-parasitárias
Doenças infecto-parasitáriasDoenças infecto-parasitárias
Doenças infecto-parasitárias
 
Culicideos
CulicideosCulicideos
Culicideos
 
Uni teste 7º ano
Uni teste 7º anoUni teste 7º ano
Uni teste 7º ano
 
Bac, virus , fungi e protista
Bac, virus , fungi e protistaBac, virus , fungi e protista
Bac, virus , fungi e protista
 
Colecao atualizacao em parasitologia- v1 n4-2011
Colecao   atualizacao em parasitologia- v1 n4-2011Colecao   atualizacao em parasitologia- v1 n4-2011
Colecao atualizacao em parasitologia- v1 n4-2011
 
DoençAs Causadas Por ProtozoáRios
DoençAs Causadas Por ProtozoáRiosDoençAs Causadas Por ProtozoáRios
DoençAs Causadas Por ProtozoáRios
 
Detetive biológico dicas e soluções
Detetive biológico   dicas e soluçõesDetetive biológico   dicas e soluções
Detetive biológico dicas e soluções
 

En vedette

En vedette (20)

Do que são feitas as coisas
Do que são feitas as coisasDo que são feitas as coisas
Do que são feitas as coisas
 
Clean Lutsk
Clean LutskClean Lutsk
Clean Lutsk
 
Presentacion completa de computacion
Presentacion completa de computacionPresentacion completa de computacion
Presentacion completa de computacion
 
Helloween
HelloweenHelloween
Helloween
 
Estatuto do idoso
Estatuto do idoso Estatuto do idoso
Estatuto do idoso
 
Puthur vela 2012
Puthur vela 2012Puthur vela 2012
Puthur vela 2012
 
Cartilha para vereadores
Cartilha para vereadoresCartilha para vereadores
Cartilha para vereadores
 
Apresentação JT - SGT
Apresentação JT - SGTApresentação JT - SGT
Apresentação JT - SGT
 
Chapter 12 Powerpoint
Chapter 12 PowerpointChapter 12 Powerpoint
Chapter 12 Powerpoint
 
Sobre ruedas
Sobre ruedasSobre ruedas
Sobre ruedas
 
Programa de formación docente
Programa de formación docente Programa de formación docente
Programa de formación docente
 
Vereadores
VereadoresVereadores
Vereadores
 
Escala de arbitragem copa mt (11.11.2012)
Escala de arbitragem copa mt (11.11.2012)Escala de arbitragem copa mt (11.11.2012)
Escala de arbitragem copa mt (11.11.2012)
 
78 atividades-de-matemc3a1tica-para-o-3c2ba-ano-ef
78 atividades-de-matemc3a1tica-para-o-3c2ba-ano-ef78 atividades-de-matemc3a1tica-para-o-3c2ba-ano-ef
78 atividades-de-matemc3a1tica-para-o-3c2ba-ano-ef
 
Camping
CampingCamping
Camping
 
Carros
CarrosCarros
Carros
 
Formulario de sugestao 2012
Formulario de sugestao 2012Formulario de sugestao 2012
Formulario de sugestao 2012
 
Pimp je powerpoint presentatie
Pimp je powerpoint presentatiePimp je powerpoint presentatie
Pimp je powerpoint presentatie
 
4 g
4 g4 g
4 g
 
2 the blackspot investigation process indonesia
2 the blackspot investigation process indonesia2 the blackspot investigation process indonesia
2 the blackspot investigation process indonesia
 

Similaire à Detecção de infecção por Leishmania e Trypanosoma em mamíferos no Parque Nacional da Serra da Canastra

Similaire à Detecção de infecção por Leishmania e Trypanosoma em mamíferos no Parque Nacional da Serra da Canastra (20)

Documento2
Documento2Documento2
Documento2
 
Doenças causadas por protozoários (protozooses)
Doenças causadas por protozoários (protozooses)Doenças causadas por protozoários (protozooses)
Doenças causadas por protozoários (protozooses)
 
Portfólio Parasitologia Clínica
Portfólio Parasitologia ClínicaPortfólio Parasitologia Clínica
Portfólio Parasitologia Clínica
 
Curso Fea Rodentia Marsupiais [Modo De Compatibilidade]
Curso Fea Rodentia Marsupiais [Modo De Compatibilidade]Curso Fea Rodentia Marsupiais [Modo De Compatibilidade]
Curso Fea Rodentia Marsupiais [Modo De Compatibilidade]
 
Aspectos ecológicos e epidemiológicos de acidentes ofídicos
Aspectos ecológicos e epidemiológicos de acidentes ofídicosAspectos ecológicos e epidemiológicos de acidentes ofídicos
Aspectos ecológicos e epidemiológicos de acidentes ofídicos
 
Parasitologia - ACAROS
Parasitologia - ACAROSParasitologia - ACAROS
Parasitologia - ACAROS
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentos
 
Pulgas em cães e gatos
Pulgas em cães e gatosPulgas em cães e gatos
Pulgas em cães e gatos
 
Doenças causadas por protozoários (protozooses)
Doenças causadas por protozoários (protozooses)Doenças causadas por protozoários (protozooses)
Doenças causadas por protozoários (protozooses)
 
Fic papo
Fic papoFic papo
Fic papo
 
Apostila de parasitologia, 2011
Apostila de parasitologia, 2011Apostila de parasitologia, 2011
Apostila de parasitologia, 2011
 
Parasito
ParasitoParasito
Parasito
 
Apostila paratologia
Apostila paratologiaApostila paratologia
Apostila paratologia
 
Javalis dbo
Javalis dboJavalis dbo
Javalis dbo
 
Animais peçonhentos
Animais peçonhentosAnimais peçonhentos
Animais peçonhentos
 
Parasitologia
ParasitologiaParasitologia
Parasitologia
 
Morcegos
MorcegosMorcegos
Morcegos
 
CIT - RS- Peçonhentos - Bombeiros
CIT - RS- Peçonhentos - BombeirosCIT - RS- Peçonhentos - Bombeiros
CIT - RS- Peçonhentos - Bombeiros
 
Evidencias da predação
Evidencias da predaçãoEvidencias da predação
Evidencias da predação
 
Protozoários i
Protozoários iProtozoários i
Protozoários i
 

Plus de AMCanastra

Recomenda es vinicius v souza solos
Recomenda es vinicius v souza   solosRecomenda es vinicius v souza   solos
Recomenda es vinicius v souza solosAMCanastra
 
Recomenda es valquiria f dutra leguminosas
Recomenda es valquiria f dutra   leguminosasRecomenda es valquiria f dutra   leguminosas
Recomenda es valquiria f dutra leguminosasAMCanastra
 
Recomenda es luis henrique zanini branco macroalgas
Recomenda es luis henrique zanini branco   macroalgasRecomenda es luis henrique zanini branco   macroalgas
Recomenda es luis henrique zanini branco macroalgasAMCanastra
 
Recomenda es jos augusto senhorini ictiofauna
Recomenda es jos augusto senhorini   ictiofaunaRecomenda es jos augusto senhorini   ictiofauna
Recomenda es jos augusto senhorini ictiofaunaAMCanastra
 
Plano de manejo completo
Plano de manejo completoPlano de manejo completo
Plano de manejo completoAMCanastra
 
Plano de manejo resumo executivo
Plano de manejo resumo executivoPlano de manejo resumo executivo
Plano de manejo resumo executivoAMCanastra
 

Plus de AMCanastra (6)

Recomenda es vinicius v souza solos
Recomenda es vinicius v souza   solosRecomenda es vinicius v souza   solos
Recomenda es vinicius v souza solos
 
Recomenda es valquiria f dutra leguminosas
Recomenda es valquiria f dutra   leguminosasRecomenda es valquiria f dutra   leguminosas
Recomenda es valquiria f dutra leguminosas
 
Recomenda es luis henrique zanini branco macroalgas
Recomenda es luis henrique zanini branco   macroalgasRecomenda es luis henrique zanini branco   macroalgas
Recomenda es luis henrique zanini branco macroalgas
 
Recomenda es jos augusto senhorini ictiofauna
Recomenda es jos augusto senhorini   ictiofaunaRecomenda es jos augusto senhorini   ictiofauna
Recomenda es jos augusto senhorini ictiofauna
 
Plano de manejo completo
Plano de manejo completoPlano de manejo completo
Plano de manejo completo
 
Plano de manejo resumo executivo
Plano de manejo resumo executivoPlano de manejo resumo executivo
Plano de manejo resumo executivo
 

Detecção de infecção por Leishmania e Trypanosoma em mamíferos no Parque Nacional da Serra da Canastra

  • 1. Dados da solicitação Número Tipo da solitação Titulo do projeto Detecção de infecção natural por Leishmania spp e Trypanosoma cruzi em Autorização para atividades 18635 mamíferos silvestres no com finalidade científica Parque Nacional da Serra da Canastra e entorno, Minas Gerais. Dados do pesquisador Nome Nacionalidade CPF Fone E-mail PAULO (0xx21) 2562- dandrea@ioc.fio SÉRGIO D Brasileira 06263919892 1572 cruz.br ANDREA Resultados/Discussão Pergunta/Item Resposta Foram capturados 138 espécimes das ordens Rodentia e Didelphimorphia. O sucesso de captura foi de 6% com uma riqueza de 15 espécies, sendo 9 roedores e 6 marsupiais. Os espécimes de Brucepattersonius sp., G. agilis e L. crassicaudata foram encontrados exclusivamente no interior do PNSC,enquanto Calomys sp. e C. philander foram encontradas apenas no entorno. O sucesso de captura foi maior no interior do PNSC (7%) do que no entorno. Apresentamos o primeiro registro de ocorrência de A. montensis, Brucepattersonius sp., Calomys sp., N. Resultados / Discussão: lasiurus, O. delator e M. sorex, ampliando assim a riqueza de espécies conhecida na região. Destacamos que a ocorrência de Calomys laucha previamente registrada na literatura para região seria provavelmente um erro de identificação, pois esta espécie ocorre somente no sul do Brasil. Em relação à infecção por T. cruzi e Leishmania sp., dos 88 pequenos mamíferos avaliados pela Reação de Imunofluorescência Indireta sete (7,95%) apresentaram anticorpos IgG anti-T. cruzi circulantes, sendo 6 marsupiais e 1 roedor. Todos oriundos da região do Vão dos Cândidos. Dois roedores capturados próximo ao lixão de São Roque
  • 2. Pergunta/Item Resposta apresentaram anticorpos IgG anti- Leishmania sp. (prevalência de 2,27%). Quatorze animais (15,9%), sendo 4 marsupiais, 9 roedores e 1 jaguatirica apresentaram parasitemia patente por T. cruzi, sendo possível o isolamento em doze delas, todos da região do Vão dos Cândidos. A caracterização por PCR multiplex do gene mini-exon identificou a infecção por TcI em todos os isolados. Cabe descatar que este é o primeiro relato de Leopardus pardalis infectada por T. cruzi. Os animais capturados dentro do parque foram negativos nas provas sorológicas e parasitológicas para ambas infecções. A parasitemia patente encontrada nos pequenos mamíferos silvestres e no carnívoro amostrado indica que estes animais estão inseridos no ciclo de transmissão do T. cruzi, que também inclui triatomíneos silvestres e cães domésticos (que foram encontrados infectados em coleta paralela em diferentes áreas do entorno do parque). Estas espécies estão atuando na amplificação da população do parasito (alta possibilidade de transmitir o T. cruzi para o vetor). A presença de elevada prevalência de cães infectados por T. cruzi em todas as localidades avaliadas mostra que o ciclo de transmissão está ocorrendo principalmente no peridomícilio das áreas rurais em todo entorno do parque. Ressaltamos que a presença de um cão infectado por T. cruzi é um indicativo da presença do parasito em áreas onde estes animais circulam. Não há indícios que a presença de cães infectados por T. cruzi seja fator de risco para a ocorrência de casos humanos e, portanto, a eutanásia neste caso não é recomendada. Informações para UC Unidade de conservação Pergunta/Item Resposta Os animais capturados Recomendações ao dentro do parque foram manejo/gestão da unidade de negativos nas provas PARQUE NACIONAL DA conservação federal ou à sorológicas e parasitológicas SERRA DA CANASTRA proteção das espécies, como para ambas infecções. A também à(s) cavidade(s) parasitemia patente subterrânea(s) (se houver). encontrada nos pequenos
  • 3. Unidade de conservação Pergunta/Item Resposta mamíferos silvestres e no carnívoro amostrado indica que estes animais estão inseridos no ciclo de transmissão do T. cruzi, que também inclui triatomíneos silvestres e cães domésticos (que foram encontrados infectados em coleta paralela em diferentes áreas do entorno do parque). Estas espécies estão atuando na amplificação da população do parasito (alta possibilidade de transmitir o T. cruzi para o vetor). A presença de elevada prevalência de cães infectados por T. cruzi em todas as localidades avaliadas mostra que o ciclo de transmissão está ocorrendo principalmente no peridomícilio das áreas rurais em todo entorno do parque. Ressaltamos que a presença de um cão infectado por T. cruzi é um indicativo da presença do parasito em áreas onde estes animais circulam. Não há indícios que a presença de cães infectados por T. cruzi seja fator de risco para a ocorrência de casos humanos e, portanto, a eutanásia neste caso não é recomendada. Outro aspecto a considerar é a escassez de fontes alimentares para triatomíneos silvestres em áreas alteradas, como na região do Vão dos Cândidos, devido à perda de habitat, pode fazer com que esses insetos invadam áreas domiciliadas em busca de alimento, onde os animais domésticos (especialmente
  • 4. Unidade de conservação Pergunta/Item Resposta os cães) passam a estar mais expostos que o homem. A via de infecção nesses animais pode ocorrer de diferentes formas, entre elas: (i) eliminação do parasito pelas fezes dos triatomíneos, durante repasto sanguíneo; (ii) ingestão (acidental ou não) de triatomíneos infectados; (iii) ingestão de alimentos contaminados por fezes de triatomíneos e (iv) predação de pequenos mamíferos silvestres e sinantrópicos infectados pelo parasito. Nossa proposta, que vem sendo trabalhada em diversas áreas desde então, é que os animais domésticos sejam considerados como animais sentinelas para áreas com risco de transmissão para o homem. Assim, uma vigilância epidemiológica nos cães domésticos pode ser utilizada como uma primeira medida na avaliação de áreas de risco.