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QUEM TEM A BASE IDEAL,
VOA MAIS LONGE.
Bruno Lopes Pinho
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SOU IDEAL TODA VIDA. TODA VIDA IDEAL
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OLIBERALBELÉM, DOMINGO, 6 DE OUTUBRO DE 2013 ATUALIDADES 7
Revista amplia o debate sobre sustentabilidade no Pará. Páginas 8 e 9. CIDADES
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Saúde dosmanguezais representa também o meio de sobrevivência das famílias que vivem da cata do caranguejo
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derativaquemaispossuiáreas
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ranhão, que tem 541.431 ha.
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estão ameaçados pela expan-
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(7%) com 1.225.444 ha, segun-
do dados da Organização das
Nações Unidas (ONU).
De acordo com pesquisas
da professora da Universidade
de São Paulo (USP) e especia-
lista em manguezais, Yara No-
velli, a expansão de atividades
econômicas é preocupante,
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NO PARÁ
Mais de 28 mil
hectares poderão
servir a atividades
econômicas
O pescador Moisés da
Silva Araujo, 34 anos, mora
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sucampo, zona rural de Bra-
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tação do mangue. Ao longo
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nidade. Com isso, a pesca foi
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da comunidade. “Antes fica-
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caranguejo e pescar. Hoje é
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eram 10 minutos, nem preci-
sava pegar canoa”, compara.
No entanto, a situação tem
mudado desde 2005, quan-
do projetos do Laboratório
de Ecologia de Manguezal
VITO GEMAQUE
DaRedação
importantes para o equilí-
brio ambiental. Segundo ela,
mesmo sendo consideradas
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tes (APPs) pelo Código Am-
biental, ao longo dos últimos
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de 50 mil hectares e os danos
ambientaispodemseaprofun-
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guezais.Vemososregistrosde
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áreas costeiras.Emmomentos
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tos climáticos, elas vão barrar
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Pará (UFPA), Erneida Coelho,
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Bragança, nordeste paraense.
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temeioambientefoiaconstru-
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km de floresta. “Não houve
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gradação nessas áreas, toda a
populaçãoquesobrevivedisso
será afetada. Se eles não têm
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ALTERNATIVAS
Os manguezais podem ser
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tos dos mangues conseguem
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solo do mangue tem muitos
sedimentos que sequestram o
carbono”, explica a professora
Yara.
Tanto órgãos governamen-
taiscomooMinistériodoMeio
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SegundoCrisomar,asame-
aças na Amazônia Legal são a
super-exploraçãodocarangue-
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ção de lixo do turismo de ve-
raneio, a falta de saneamento
eaconcentraçãodapopulação
nas zonas costeiras. “Na zona
costeira da Amazônia há 32
habitantes por quilômetro
quadrado, em comparação
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quadrado em outras áreas. É
umaconcentraçãomuitogran-
de”, diz ele.
(LAMA) da Universidade Fe-
deral do Pará (UFPA) come-
çaram a ser implantados.
Moisés virou monitor de
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das áreas degradadas com
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cuida do viveiro de mudas
de árvores. “Teve uma me-
lhora, a partir de 2005, para
cá. Nós estamos com mais
conhecimento do que é de-
vastar o mangue e temos
ações de conscientização”,
relata Moisés, que também
propaga informações nas
escolas da região. A melho-
ria do meio ambiente au-
menta a qualidade de vida
da comunidade, já que as
atividades de subsistência
tem um melhor resultado.
O projeto desenvolvido
em parceria com as comu-
nidades de Tamatuateua e
Taperassucampo, já replan-
tou cerca de 10 mil mudas
desde 2005, segundo a pro-
fessora da UFPA, Eneida Co-
elho, uma das responsáveis
pelo projeto. “No início tí-
nhamos viveiros que eram
depredados, hoje tem uma
consciência da comunidade
em cuidar daquele viveiro.
Você vê plantas de mais de
3 metros em Tamatuteua.
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de três hectares temos ár-
vores de 1,20m a 3m. Nes-
sas áreas é visível o retorno
do caranguejo, que passa a
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Código florestal é ameaça ao mangue

  • 1. QUEM TEM A BASE IDEAL, VOA MAIS LONGE. Bruno Lopes Pinho 3º Lugar Geral EPCAr no Brasil, de mais de 10 mil inscritos para 180 vagas. APROVADOS NA EPCAr Daniel Augusto da Silva Lima Franklin Pimentel Fayal Guilherme Rodrigues dos Santos Haniel Silva Santos Karin Samer Zahlan APROVADOS NA AFA João Luiz Vieira Maciel Borges Marcel Assunção Lobo Caio Bittencourt Freitas Vitor Vilhena de Oliveira Nélio Dias Santos Júnior EPCAr O Ideal levou o 3O lugar geral do Brasil, aprovando 6 alunos, de um total de 8 aprovados no Pará, na Escola Preparatória de Cadetes do Ar. AFA Na Academia da Força Aérea, dos 8 aprovados no Pará, 5 são do Ideal. SOU IDEAL TODA VIDA. TODA VIDA IDEAL 3 3 2 3 - 5 0 5 1www.grupoideal.com.br/militar OLIBERALBELÉM, DOMINGO, 6 DE OUTUBRO DE 2013 ATUALIDADES 7 Revista amplia o debate sobre sustentabilidade no Pará. Páginas 8 e 9. CIDADES OSWALDOFORTE/ARQUIVOOLIBERAL Saúde dosmanguezais representa também o meio de sobrevivência das famílias que vivem da cata do caranguejo Pesquisadores se juntam à comunidade para restaurar os manguezais “Solo do mangue tem muitos sedimentos que sequestram carbono” Código Florestal é ameaça ao mangue O Pará tem 28.705 hecta- res de manguezais sob ameaça, o equivalente a 10% da área total de man- gue. Devido ao Novo Código Florestal, instituído pela Lei Federal 12.651/2012, áreas de mangues conhecidas como apicuns podem ser usadas para atividades econômicas, comoocultivodecamarãoem cativeiro e produção de sal. Na Amazônia Legal podem ser utilizados 10% dos mangues e no restante do Brasil 35%. O Pará é a segunda unidade fe- derativaquemaispossuiáreas de mangues, com 287.081 ha, perdendo apenas para o Ma- ranhão, que tem 541.431 ha. Em todo o território nacional estão ameaçados pela expan- são econômica 195.485 ha. O Brasil possui o maior espaço de mangue da América Latina (50%) e o terceiro no mundo (7%) com 1.225.444 ha, segun- do dados da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com pesquisas da professora da Universidade de São Paulo (USP) e especia- lista em manguezais, Yara No- velli, a expansão de atividades econômicas é preocupante, pois esses ecossistemas são NO PARÁ Mais de 28 mil hectares poderão servir a atividades econômicas O pescador Moisés da Silva Araujo, 34 anos, mora na comunidade de Taperas- sucampo, zona rural de Bra- gança, e sofreu com a devas- tação do mangue. Ao longo dos últimos 20 anos, o local foi sendo desmatado por in- tegrantes da própria comu- nidade. Com isso, a pesca foi se afastando cada vez mais da comunidade. “Antes fica- va mais próximo para pegar caranguejo e pescar. Hoje é mais ou menos duas horas de canoa para pescar. Antes, eram 10 minutos, nem preci- sava pegar canoa”, compara. No entanto, a situação tem mudado desde 2005, quan- do projetos do Laboratório de Ecologia de Manguezal VITO GEMAQUE DaRedação importantes para o equilí- brio ambiental. Segundo ela, mesmo sendo consideradas Áreas de Proteção Permanen- tes (APPs) pelo Código Am- biental, ao longo dos últimos 25 anos o País já perdeu cerca de 50 mil hectares e os danos ambientaispodemseaprofun- dar.“Osmanguesocorrempor todo o litoral brasileiro. Cerca de 75% das espécies marinhas dependem da saúde dos man- guezais.Vemososregistrosde mais perdas na quantidade de espécies sem eles”, ressalta. Além de ser o local da base alimentar de espécies marinhas, os mangues são regiões de transição entre os sistemas aquático e terrestre, com diversas especificidades, como a baixa concentração de oxigênio, regime de mares e riqueza em matéria orgânica. “Servem de proteção para as áreas costeiras.Emmomentos que você vai ter grandes even- tos climáticos, elas vão barrar essas situações e impedem a erosão”, explica a pesquisado- ra da Universidade Federal do Pará (UFPA), Erneida Coelho, que trabalha há cinco anos no manguezal do município de Bragança, nordeste paraense. No Pará, um dos maiores exemplos de degradação des- temeioambientefoiaconstru- çãodarodoviaPA-458,queliga BragançaàpraiadeAjuruteua. Devido ao empreendimento foram perdidos cerca de 26 km de floresta. “Não houve nenhum estudo de impacto ambiental e tivemos um im- pacto em todo o lado oeste da estrada, que morreu”, relata. A degradação pode ser constada na diminuição do tamanho dos caranguejos. “À medida que você tem esse fator de de- gradação nessas áreas, toda a populaçãoquesobrevivedisso será afetada. Se eles não têm esserecursos,deondeelesvão se manter?”, indaga Yara. ALTERNATIVAS Os manguezais podem ser utilizados como espaços de manejo sustentável e também para o sequestro de carbono, já que são fixadores de gás carbônico (CO²). “Os sedimen- tos dos mangues conseguem manter mais de 15 vezes gás carbônico do que as florestas tropicais mais conhecidas. O solo do mangue tem muitos sedimentos que sequestram o carbono”, explica a professora Yara. Tanto órgãos governamen- taiscomooMinistériodoMeio Ambiente(MMA)eaSecretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), quanto os pesquisado- res concordam que o Estado possui os manguezais mais bem conservados de todo o Brasil e com uso sustentável. A fiscalização é dividida entre as diferentes esferas do poder público. “Nós podemos dizer que, apesar do nordeste para- ense ter mais de 300 anos de colonização, os manguezais ainda estão altamente conser- vados e produtivos”, constata o diretor de áreas protegidas da Sema, Crisomar Lobato. De acordo com dados do MMA, 54% dos manguezais do Pará estãoabrigadosemdezUnida- desdeConservação(UC),todas deusosustentável,sendouma Área de Proteção Ambiental (APA) e nove Reserva Extrati- vistas (Resex) marinhas. SegundoCrisomar,asame- aças na Amazônia Legal são a super-exploraçãodocarangue- jo,apescapredatória,aprodu- ção de lixo do turismo de ve- raneio, a falta de saneamento eaconcentraçãodapopulação nas zonas costeiras. “Na zona costeira da Amazônia há 32 habitantes por quilômetro quadrado, em comparação com quatro por quilômetro quadrado em outras áreas. É umaconcentraçãomuitogran- de”, diz ele. (LAMA) da Universidade Fe- deral do Pará (UFPA) come- çaram a ser implantados. Moisés virou monitor de um projeto de restauração das áreas degradadas com o replantio de árvores. Ele cuida do viveiro de mudas de árvores. “Teve uma me- lhora, a partir de 2005, para cá. Nós estamos com mais conhecimento do que é de- vastar o mangue e temos ações de conscientização”, relata Moisés, que também propaga informações nas escolas da região. A melho- ria do meio ambiente au- menta a qualidade de vida da comunidade, já que as atividades de subsistência tem um melhor resultado. O projeto desenvolvido em parceria com as comu- nidades de Tamatuateua e Taperassucampo, já replan- tou cerca de 10 mil mudas desde 2005, segundo a pro- fessora da UFPA, Eneida Co- elho, uma das responsáveis pelo projeto. “No início tí- nhamos viveiros que eram depredados, hoje tem uma consciência da comunidade em cuidar daquele viveiro. Você vê plantas de mais de 3 metros em Tamatuteua. Em áreas antes devastadas de três hectares temos ár- vores de 1,20m a 3m. Nes- sas áreas é visível o retorno do caranguejo, que passa a habitar esse ambiente revi- talizado”. ELIVALDOPAMPLONA/ARQUIVOOLIBERAL. Recuperação do mangue abre novas perspectivas para as populações tradicionais