SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  42
Télécharger pour lire hors ligne
JAMILLE SOUSA ZAMBRIM
UM OLHAR SOBRE A NOVA ADOLESCÊNCIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE ARTES VISUAIS/BACHARELADO
Campo Grande - MS
2014
JAMILLE SOUSA ZAMBRIM
UM OLHAR SOBRE A NOVA ADOLESCÊNCIA
Campo Grande - MS
2014
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Artes Visuais da Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul como requisito
final para aprovação.
Orientadora: Profª Priscilla de Paula Pessoa
JAMILLE SOUSA ZAMBRIM
UM OLHAR SOBRE A NOVA ADOLESCÊNCIA
Campo Grande, MS, _____ de __________________ de 2014
COMISSÃO EXAMINADORA
__________________________________________________
Profª Priscilla de Paula Pessoa
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
__________________________________________________
Profª Carla Maria de Buffo de Cápua
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
__________________________________________________
Profª Maria Helena Benites
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Artes Visuais da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul como requisito final
para aprovação.
RESUMO
No presente trabalho apresenta-se o universo adolescente feminino da classe média
dos dias atuais, através de ilustrações e colagens que ilustram como essa
adolescente reage à nova fase da vida, seus dramas, dilemas, amizades, tecnologia,
drogas, bebidas, etc. Também será discutida a história da ilustração, da colagem e
da aquarela e suas contribuições para a arte e o design de hoje. Será mostrado
também como essas ilustrações podem e são utilizadas no meio editorial
Palavras-chave: Ilustração. Adolescência. Colagem. Aquarela.
ABSTRACT
In this work we present the female teenage world of the middle class in the present
days, through illustrations and collages that show how this teen reacts to this new
stage of life, their dramas, dilemmas, friendship, technology, drugs, drinking, etc.
Also discusses the history of illustration, collage and watercolor, and their
contributions to art and design today. It will also be shown how these illustrations can
and are used in the editorial middle.
Keywords: Illustration. Adolescence. Collage. Watercolor.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 7
CAPITULO I − TEORIAS E BASES 9
1.1 A Ilustração 9
1.1.1 Aquarela 11
1.1.2 Colagem e Ilustração 12
1.2 A Vida na Adolescência da classe media 14
1.3 Referências visuais para a produção 17
CAPITULO II - DO ESBOÇO AO TRABALHO FINAL 20
2.1 A Concepção 21
2.1.1 O Passo a Passo 22
2.2 As Ilustrações 24
2.3 Aplicação Como Ilustração Editorial 23
CONSIDERAÇÕES FINAIS 33
REFERÊNCIAS 34
7
INTRODUÇÃO
No presente trabalho será apresentado o universo adolescente
brasileiro da classe média atual através de uma série de 06 ilustrações feitas com a
técnica da aquarela e colagens pensadas para serem inseridas em matérias de
revistas voltadas para esse público, além de uma simulação digital mostrando a
aplicabilidade das ilustrações. A intenção é mostrar como a adolescência reflete-se
no adulto que a criança irá se tornar. O tema foi escolhido após a observação destes
adolescentes, suas relações com o mundo e dentro de casa, com a família, seus
medos, preocupações e diversões.
O objetivo é tentar mostrar um pouco deste "estilo de vida" dos
adolescentes da atualidade, como reagem diante do mundo que surge diante deles.
As obras propostas representam o universo adolescente, o que eles gostam, o que
querem, como se sentem e o que pensam, e como este universo também é
explorado por revistas, editoras literárias e empresas de vestuário, que usam essa
nova descoberta de "liberdade" a seu favor.
O primeiro capítulo discorre sobre as teorias e bases que compõem
o trabalho. Será explicado o que é ilustração, colagem e a técnica da pintura com
aquarela, suas histórias e alguns artistas que as utilizaram e foram importantes na
concepção do trabalho. Será também abordada a vida na adolescência da classe
média nos dias atuais. Em minhas pesquisas, alguns ilustradores, artistas e
designers contemporâneos chamaram a atenção, entre eles: Sammy Slabbinck,
Coco, Ophelia Chong, Marek Haiduk, além dos artistas Henry Matisse, Georges
Braque, Albert Dürer e Pablo Picasso. Mas utilizarei para o desenvolvimento teórico
e prático aqueles que penso ter obras relacionadas com meu projeto: Camila do
Rosário e Maria Caleis, além dos artistas que impulsionaram as técnicas que
utilizarei e já ditos aqui.
O segundo capítulo apresenta a concepção e execução das obras,
descrevendo a estrutura e objetivos do presente trabalho. Será mostrado o passo a
8
passo da realização das ilustrações, tanto prático como conceitual e como foi
possível chegar ao resultado final destas. Ainda nesse capítulo, demonstro a
possibilidade de aplicação destas ilustrações em revistas voltadas para o público
adolescente.
9
CAPITULO I − TEORIAS E BASES
Nesse capítulo serão apresentadas as teorias e históricos sobre as
técnicas utilizadas nas ilustrações que compõe a série, além das principais
influências e referências. Será também abordada a vida na adolescência da classe
média atual e como eles reagem diante do mundo e suas obrigações.
1.1 A Ilustração
Segundo Oliveira (2008, p. 43) em seu livro Nos Jardins Boboli:
Reflexões sobre a arte de ilustrar livros para crianças e jovens "ilustrar é informar,
persuadir ou narrar através de imagens".
Independentemente de técnica e estilo, uma imagem é considerada
ilustração a partir do momento em que conseguir transmitir uma idéia ou uma
mensagem. Em uma ilustração podem estar escondidos inúmeros elementos que
reforcem a mensagem a ser transmitida: estilo, técnica, cores, formas, expressões
ou mesmo o conjunto do trabalho.
Antunes (2007, p. 04), diz que a diferença entre uma obra de arte e
ilustração é que a obra de arte não necessita de um propósito específico, é algo
interpretativo e que muitas vezes necessita da sensibilidade do espectador para a
interpretação desta: a comunicação é mais receptiva do que transmissiva. Já a
ilustração é o contrário: a mensagem é clara e definida, e pode ser comunicada e
recebida conforme o ilustrador a idealizou: o artista quer que o espectador entenda o
que ele quis dizer.
Castagini (2010, p. 08) diz que é difícil estabelecer quando começou
a história da ilustração, pois o ser humano desde o início registra sua história
através de desenhos. Mas o grande salto na ilustração se deu com a invenção de
10
Gutenberg: a prensa. Com esta invenção e com a impressão em série de livros,
criou-se uma demanda que exigia que um profissional ilustrasse esses livros, mas
que também limitava as possibilidades de materiais e cores, pois as ilustrações
deveriam ser feitas dentro dos padrões exigidos pela impressão. E talvez tenha sido
aqui que a profissão "ilustrador" surgiu em definitivo.
A ilustração geralmente tem como função apoiar e adornar textos de
folhetos, livros e publicações da imprensa, mas também mostra as descobertas de
novas plantas e animais em artigos científicos de outras épocas. E foi nesta época
que a ilustração científica (que é um dos diversos métodos de ilustração, que tem
por finalidade auxiliar o pesquisador a transmitir suas descobertas e dar suporte aos
textos e artigos científicos) surgiu. Suas imagens são caracterizadas por um grau
maior de verossimilhança, mas há também registros deste tipo de ilustração antes
da invenção de Gutenberg, como as de Leonardo da Vinci, que representou o corpo
humano fantasticamente, e podendo seus desenhos serem considerados
precursores das ilustrações médicas.
Há também as ilustrações didáticas, que são as ilustrações que
figuram em materiais de ensino como livros e apostilas, e têm por função auxiliar o
professor na explicação de conceitos e ajudar o aluno numa maior compreensão do
conteúdo. Já a ilustração publicitária tem sido explorada desde a invenção da
imprensa, e seus estilos, materiais e técnicas são amplos, fazendo assim com que a
liberdade de criação só encontre limites com a opinião de clientes. A ilustração
técnica é aquela que figura em manuais de instrução de produtos, em revistas,livros,
catálogos e folhetos de vendas, na web, etc. E por último, temos a ilustração infantil
e juvenil, que tem linguagem e psicologia próprias, já que sua intenção é trabalhar o
texto e o imaginário infantil e juvenil.
No caso específico das ilustrações produzidas nesse trabalho, são
ilustrações juvenis produzidas para fins editoriais, como se fossem ilustrar uma
matéria de revista voltada para o público adolescente.
11
Fig. 01 - Lebre jovem. Albrecht
Dürer. 21,1 x 22,6 cm. 1502.
Aquarela e guache s/ papel.
Galeria Albertina, Viena -
Áustria
1.1.1 Aquarela
Em seu livro Manual do Artista, Mayer (1999, p. 357) explica a
técnica da seguinte maneira:
A aquarela é baseada no sistema de pigmentação transparente ou
velaturas; isto é, utiliza o branco brilhante do papel para seus tons
brancos e pálidos, e os pigmentos que normalmente não são
transparentes são aplicados com consistência tão diluída, que seus
efeitos se tornam quase tão brilhantes quanto aqueles que
naturalmente transparentes.
Ainda de acordo com Mayer (1999, p. 357),a pintura com aquarela é
feita com sobreposição de tons e veladuras transparentes, conseguidos através de
maior ou menor diluição do pigmento aplicado sobre papel branco; a aquarela traduz
leveza e espontaneidade em trabalhos de considerável rapidez. Para esta técnica
são utilizados papéis de alta gramatura, cascas de árvore, couro, tecido, papiro,
telas, entre outros.
Mayer (1999, p.359) ainda considera que a técnica da aquarela
surgiu há cerca de 2.000 anos, na China, junto com o surgimento do papel e dos
pincéis de pêlos de coelhos, mas a técnica, como conhecemos hoje, passou a ser
apreciada a partir do século XVIII, quando a escola inglesa assim a situou.
Fig. 02 - Dartmouth Cove, with Sailor's Wedding.
William Turner. 28x40cm. Aquarela s/ papel.
12
Fig. 03 - Dionísio montando uma
pantera. final do século 4 aC.
Piso de mosaico na "Casa de
Dionísio" em Pella, Museu
Arqueológico.
Como dito anteriormente, ainda de acordo com Mayer (1999), as
técnicas mais utilizadas atualmente em aquarelas são a do "método inglês" (o qual
será utilizado nas ilustrações do projeto), que consiste em sobrepor camadas de
aguadas até que os efeitos de profundidade e cor sejam obtidos em desenhos feito
anteriormente à lápis; Ou então aplica-se várias aguadas de cores suaves, umas
sobre as outras, e assim se obtém um efeito aéreo luminoso, e por isso bastante
utilizado para pintura de céus, e nesta técnica utiliza-se o papel ligeiramente
umedecido. Pode-se também utilizar a técnica com o papel completamente molhado,
nesta técnica geralmente usa-se cores intensas. A variação de métodos e
composições são inúmeras, e nem sempre é possível determinar ou caracterizar a
técnica utilizada por um artista.
1.1.2 Colagem e Ilustração
.
Segundo Porto (2014) colagem ou
collage (em francês) é o nome que se dá à técnica de
fazer pedaços de papel, papelão, tecidos, etc.,
aderirem a uma superfície, utilizando esses
elementos como desenho ou pintura. A colagem é
uma expressão artística que se utiliza de várias
matérias primas que podem, ou não, variar a textura,
umas sobre as outras ou lado a lado, formando um
motivo ou uma nova imagem. A técnica surgiu há
mais de 2.000 anos. Foi utilizada desde a
Antiguidade, por mesopotâmicos, gregos e romanos
na produção de mosaicos, que consiste em colar pequenas peças coloridas,
formando desenhos, sobre uma superfície.
13
Fig. 04 - A Guitarra. Pablo
Picasso. 1914. colagem,
carvão, giz e nanquim s/
papel. 66,4cm x 49,6cm.
MOMA, Nova York
Entretanto, ainda de acordo com Porto
(2014) o que conhecemos como colagem hoje em
dia, começou em princípios do século XX com
Picasso e Braque, pintores que criaram o Cubismo
Sintético, estilo artístico que surgiu na França no
início do século XX, e tratava as formas da natureza
por meio de figuras geométricas, representando
todas as partes de um objeto no mesmo plano: a
representação do mundo passava a não ter nenhum
compromisso com a aparência real das coisas.Eles
tiveram a idéia de misturar coisas reais com as que
estavam pintadas; assim, colavam rótulos de verdade
nas garrafas de vinho pintadas e folhas de jornal
verdadeiras para representá-lo numa composição pintada. Depois começaram a
recortar e colar em vez de pintar, usando papéis coloridos para representar as
figuras.
Golding (2000, p. 54) nos mostra a diferença entre as técnicas
utilizadas por cada artista: Braque (que foi o inventor da técnica de papiercollé)
utilizava a colagem de modo lógico e, em sua maior parte, naturalista, onde "um
papel de parede que imita a textura da madeira tende a ser incorporado à
representação de uma mesa ou uma guitarra, por exemplo, objetos esses fabricados
eles mesmos de madeira, Picasso, por outro lado, converte um pedaço de papel de
parede florido numa toalha de mesa, e um fragmento de jornal num violino".
E é nessas colagens, ainda de acordo com Golding (2000, p.55) que
se percebe a obsessão dos cubistas com o "tableau-object" (quadro-objeto), no qual
o conceito de pintura como um objeto ou uma entidade construída e dotada de vida
própria, não reflete ou imita o mundo externo, mas recria-o de um modo distinto e
independente. Picasso (Apud Golding, 2000, p.55) certa vez disse:
A finalidade do papiercollé foi dar a idéia de que diferentes tipos de
textura podem participar de uma composição para obter-se na tela a
realidade da pintura, que irá competir com a realidade [...] Se um
14
Fig. 05 - Natureza-morta sobre uma
mesa: Gillette. Georges Braque.
Carvão, papel colado e guache. 48cm
x 62cm. Museu Nacional de Arte
Moderna, Centro Pompidou, Paris,
França.
pedaço de jornal pode converte-se numa garrafa, isso também nos
dá algo para pensar a respeito de jornais e garrafas. Esse objeto
deslocado ingressou num universo para o qual não foi feito e onde,
em certa medida, conserva sua estranheza. E foi justamente sobre
essa estranheza que quisemos fazer com que as pessoas
pensassem.
De acordo com Farthing, (2010,
p.390) conforme a relação de Picasso e Braque
com o cubismo crescia mais a cada dia, a
colagem começou a influenciar muitos artistas,
os quais começaram a pintar quadros no estilo
da colagem, pois se "apaixonaram" pelo
processo de corte, colagem e dobradura. Assim,
essa arte "decorativa" tornou o cubismo sintético
(que se concentrava menos na observação e
mais no processo de estruturação e
planejamento da obra), mais popular do que as
outras obras cubistas junto ao público.
Para Cavalcante (2010, p. 162), a "união" da ilustração com a
colagem motivou transformações no design gráfico, pela valorização da fantasia, da
intuição e da liberdade, propagando novas técnicas de representação.
Os conceitos, as imagens e os métodos de organização visual do
cubismo, futurismo, dada, surrealismo e expressionismo propiciam
aos designers gráficos valiosas descobertas e processos. Os artistas
desses movimentos, que ousaram adentrar terrenos desconhecidos
de possibilidades artísticas inexploradas, continuam a influenciar
artistas, designers e ilustradores até hoje. (MEGGS Apud
CAVALCANTE, p. 163)
Assim, ainda de acordo com Cavalcante (2010, p.165), ilustradores e
designers tiveram mais oportunidades de autoexpressão, mais personalidade nas
criações, exploravam novos estilos e técnicas. E assim sendo, não era mais possível
identificar as fronteiras entre as artes plásticas e a comunicação visual.
1.3 A Vida na Adolescência
15
O que é adolescência? Segundo Ferreira, Farias e Silvares (2010),
em seu relatório para Organização Mundial da Saúde - OMS, a adolescência é um
período da vida, que começa aos 10 e vai até os 20 anos; nesse período acontecem
diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais. Mas, para muitos essa
fase também pode ser chamada de "aborrescência". Hoje é considerado um período
em que os jovens, após momentos diversificados de amadurecimento, constroem
sua identidade, seus pontos de referência, escolhem seu caminho profissional e seu
projeto de vida.
Através de blogs1
pessoais de garotas adolescentes com idade entre
10 e 17 anos que visitei (já que a internet hoje em dia nos permite, em certa medida,
saber o que uma adolescente pensa ou ao menos o que ela expõe de seus
pensamentos) e através também de revistas voltadas para este público – como
Capricho (Editora Abril), TodaTeen (Editora Alto Astral), Gloss (Editora Abril),
Atrevida (Editora Escala) – revistas que já estão há algum tempo no mercado e que
costumam trazer dicas de como passar pela fase da adolescência da melhor forma
possível, com dicas de beleza, comportamento e diversão), pude constatar que os
adolescentes de hoje dizem que as pessoas os vêem como um ser de paradoxos:
ele quer ser totalmente independente mas, ao mesmo tempo, precisa dos pais para
poder "sobreviver", se diz auto confiante, mas ainda duvida de si, é
extraordinariamente altruísta e,ao mesmo tempo, extremamente egoísta.
No blog Blog de uma adolescente2
, Tainã Almeida, "dona" do blog,
fala sobre seus medos, de não estar pronta para encarar os erros e acertos, além de
mostrar seu talento literário: Tainã é poetisa. Já no blog Desejo Adolescente3
,
Camila Mabeloop, além de falar de seus anseios sobre a adolescência, conta
também sobre o seu dia-a-dia, dá dicas de livros, musicas, moda, etc.
1
Blogs são diários on-line que se pode utilizar para compartilhar informações com uma organização
em um estilo eficiente e dinâmico. Em uma configuração de negócios, os blogs são uma ótima
ferramenta para o fornecimento de informações atualizadas com um toque pessoal.
2
Disponível em http://blogdeumagarotaadolescente.blogspot.com.br/. Acessado em 06 set 2014.
3
Disponível em http://www.desejoadolescente.com/. Acessado em 06 set 2014.
16
Estes e tantos outros sites/blogs me ajudaram a ver e perceber
como o próprio adolescente se vê. Ele quer liberdade de ir e vir, acha que a vida é
"uma festa", seu pais são "insuportáveis", sua família são um "bando de chatos", e
apenas seus amigos os entendem. Por eles, a vida seria apenas uma "festa", sem
as outras partes. Uma festa sustentada pelos pais, diga-se de passagem, já que
muitos desses adolescente "reclamões" não pensam em trabalhar, até querem sair
de casa, mas continuando a ser sustentado pelos pais.
Lendo esses blogs, pude perceber que os chamados
"aborrescentes" passam a contestar o que os adultos dizem. Ora falam demais, ora
ficam calados. Surgem os namoricos, as implicâncias e a vontade de conhecer o
mundo, e se libertar das "garras" dos pais ao mesmo tempo que deles necessitam.
Essa inconstância da adolescência parece vir do fato de que esta é a maneira que
estes jovens encontram para tentar se adaptar ao fato de não serem mais crianças e
tampouco adultos. Seu corpo está em transição e precisam construir uma nova
identidade e se firmar no meio em que vivem. Por trás de toda essa inconstância,
toda essa rebeldia, há diversos processos psicológicos para que eles possam
organizar e se acostumarem com as novas sensações e sentimentos.
Pude perceber durante a pesquisa que, nessa nova etapa, o
adolescente passa por algumas "fases": a identificação e relação com o grupo no
qual convive; a nova relação com os pais e familiares e o ganho da autonomia; e
uma nova identidade sexual. A relação com o grupo torna-se cada vez mais
importante na vida do adolescente, pois é dentro deste grupo que o jovem encontra
suas afinidades, se identifica com algumas pessoas, e desenvolve suas relações
sociais.
Já a relação com os pais e familiares se torna um "campo de
guerra": o adolescente começa a reservar mais a sua intimidade, recorre menos aos
pais para a resolução de problemas e partilha menos tempo com estes. O controle
dos pais também é questionado, e é a partir disto, torna-se fonte de discussão e
conflitos entre pais e filhos. Mas o sistema familiar tem que ser mais flexível, já que o
jovem começa a conviver mais tempo com outros adolescentes, e deixa em segundo
17
plano o sistema familiar , mas cheio de regras e limites impostos pelos pais. É nessa
época também que o adolescente busca uma "identidade sexual", já que é nessa
fase ocorrem significativas mudanças hormonais no corpo.
Nos dias atuais, com a correria do dia a dia, vejo que os pais quase
nem percebem que seu filho está crescendo, está passando por essa fase que na
verdade para ele é um conflito entre sair da infância e passar pela adolescência. É
uma fase muito difícil, e que determinará que tipo de adulto este jovem se tornará.
Talvez devido às evoluções tecnológicas, com tantos meios de comunicação, apesar
de quererem se mostrar os "donos do mundo" os jovens estão perdidos: não sabem
se relacionar socialmente, a não ser quando o seu "grupo" está por perto, as
relações com familiares se deterioraram, e a sexualidade é tratada como uma coisa
banal, que "como todo mundo faz sexo, então também posso fazer".
A transição entre a infância e a adolescência não é fácil. Ser do
contra, ter manias com alimentos diferentes, vestir-se de forma estranha, cultuar
ídolos, passar a gostar mais dos amigos que dos pais, experimentar variadas formas
de ser, todas essas vivências são comportamentos que fazem parte do processo de
experimentação para se encontrar nesta nova forma. Estar meio deprimido, chorar
sem motivo aparente, ser alegre de forma exagerada, reivindicar atitudes
inesperadas dos pais são parte dessa transição. O processo também é vivenciado
com angústia, depressão e agressividade.
E tem mais: mudanças no corpo, mudanças na mente, mudanças. E
isso tudo, muitas vezes não é acompanhado pelos pais, que preferem dar dinheiro
para o filho(a) "ficar feliz" do que tentar descobrir o que está acontecendo. E com
isso, esses jovens da classe média dos dias atuais, se tornam"crianças crescidas" e
não adultos, que se acham os donos do mundo, mas não sabem o real valor dele.
1.3 Referências visuais para a produção
18
Imagens retiradas da página pessoal de Camila do Rosário, sem dados disponíveis.
Em minhas pesquisas, alguns ilustradores, artistas e designers
contemporâneos chamaram a atenção, entre eles: Sammy Slabbinck, Coco, Ophelia
Chong, Marek Haiduk, além dos artistas Henry Matisse, Georges Braque, Albert
Dürer e Pablo Picasso. Mas falarei um pouco mais sobre aquelas que penso ter
obras mais relacionadas com meu projeto: Camila do Rosário e Maria Caleis.
Camila do Rosário iniciou sua vida universitária na faculdade de
Moda na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), e em uma entrevista
para o site da revista TPM (2012) a artista revelou que buscava entender o
encantamento que sentia pela roupa e pelo corpo, especialmente o discurso poético
essencial nessa relação. Mas abandonou o curso após uma professora lhe dizer que
desenhava lindamente. Apesar da moda ser inspiração constante (nas roupas
vestidas pelas mulheres que desenha e até em seus corpos longilíneos como os de
modelos), temáticas regionais e fantásticas são exploradas.
Camila mistura belezas delicadas e frágeis a feições e cores fortes.
Veste figuras femininas de forma quase folclórica, como se reunindo
todas suas referências ela criasse um universo muito próprio, uma
história só sua. Além da referência fashion e regionalista, Camila tem
atualmente outra forte entusiasta em suas criações, a rua: “As ruas
têm me inspirado mais até do que a própria arte em si. Situações
cotidianas e sentimentos influenciam a direção do meu trabalho”.A
artista usa em suas criações materiais diversos como lápis de cores,
tintas, canetas bic, colagens com recortes e fotografias. (CORTÊZ,
2012)
Fig. 06 Fig. 07
19
Imagens retiradas da página pessoal de Maria Caleis, sem dados disponíveis.
Segundo ela mesma descreve em sua página numa rede social4
,
Maria Caleis é uma ilustradora de moda Espanhola, que trabalha com ilustração
editorial, buscando inspiração em fotografias de moda e design. Maria adora usar
cores e as expressões faciais em suas obras, dando a cada ilustração um pouco de
alma e atitude sem exagerar. Caleis trata seus assuntos com detalhes meticulosos,
usando linhas finas e cores fortes para criar volume e texturas. Seu estilo une a
abordagem decorativa da ilustração de moda com a qualidade imaginativa da arte.
Suas ilustrações propõe uma figuração estilizada cheia de referências de tudo o que
inspira o seu universo particular. Moda, design de interiores, arte avant-garde, arte
decó são alguns dos temas e linguagens normalmente encontrados em suas
ilustrações.
Fig 08 Fig. 09
4
Disponível em <https://www.facebook.com/Caleisart/info> Acessado em 16 setembro 2014.
20
CAPÍTULO 2 - DO ESBOÇO AO TRABALHO FINAL
Neste capítulo será descrito o processo criativo que envolveu o
desenvolvimento da série, em seus aspectos poéticos e práticos. Será mostrado o
passo a passo da execução do projeto, e uma breve reflexão acerca de cada
ilustração que compõe a série. Por fim, apresenta-se uma simulação da aplicação da
ilustração numa revista voltada para o público adolescente.
2.1 A Concepção
Como foi dito no capítulo anterior, a adolescência não é uma fase
fácil da vida, e ilustrar essa parte da existência pela qual todos passamos, me trouxe
memórias e reflexões, boas ou ruins. A adolescência é o momento do
descobrimento e das revoluções pessoais. Retratar esse momento é difícil, pois é
uma fase de muitas transições, e estas novas adolescentes estão mudadas e muito
diferentes da juventude de tempos atrás, mesmo porque a mudança ocorreu até
com o mundo em que vivemos.
Até chegar a esse resultado, um longo caminho foi percorrido. No
início, a intenção era trabalhar baseando-se no estilo de ilustração de outras duas
artistas (Nina Pandolfo e Tânia Baião Lopes5
) trabalhando com a imagem infanto-
juvenil. Com a ajuda da orientadora e algumas pesquisas, o tema "Adolescência"
surgiu, e a linguagem visual foi afastando-se das referências iniciais, aproximando-
se do fazer que eu mesma desenvolvi durante o curso e fora dele. Após a primeira
experiência prática dentro da nova proposta, a idéia começou a florescer.
Então começou-se tudo novamente: pesquisar novas referências,
novas leituras, a definição da proposta de ilustração, a delimitação do tema, a
inserção da colagem.
5
Ambas ilustradoras e que trabalham o universo infantil e juvenil.
21
Durante essas novas pesquisas, diversos artistas referenciais
apareceram, alguns trabalhavam com o universo adolescente, outros com a mesma
técnica proposta no trabalho, a exemplo das duas artistas escolhidas como
referencias. Percebi que aqueles que exploravam o universo adolescente não se
ajustavam no viés escolhido para a execução do trabalho: ressaltavam apenas a
parte ruim da adolescência - bebidas, drogas, sexualidade exacerbada, más
companhias, etc. E assim, além dos artistas "clássicos" (Picasso e Braque,
principalmente por suas colagens), Camila do Rosário e Maria Caleis apareceram
como possíveis referências, não por trabalharem o universo adolescente, mas sim
por usarem as técnicas com as quais me desafiei a trabalhar neste projeto.
Quanto à parte teórica, foi preciso não apenas pesquisas sobre as
técnicas, mas também sobre adolescência, como os adultos vêem os adolescentes,
e como estes próprios se vêem. Para isso, foram pesquisados artigos da internet de
psicólogos, professores e instituições, revistas especializadas para este público,
blogs pessoais de adolescentes. Foi preciso também delimitar o tema, pois há em
"adolescentes" uma grande abrangência, então foi decidido trabalhar apenas com
ilustrações sobre adolescentes brasileiros da classe média atual.
E porque trabalhar com a colagem? Porque acredito que a colagem
faz parte da evolução da ilustração, e nos dá mais liberdade de expressão. Assim
como a colagem, pode demonstrar a inconstância do adolescente: como as
ilustrações não são coladas com cola, mas sim com fita adesiva dupla-face, pode-se
movimentá-las, tirar de um lugar e colocar em outro, pode-se remeter a instabilidade
do adolescente de ora estar feliz e no segundo seguinte achar que"o mundo está
contra ele".
Já a ilustração é algo que sempre gostei, e não tive dúvidas quanto
a utilizá-la. Por ser um tipo de linguagem em que se ilustra algo (um poema, uma
história, uma música, uma ideologia) é algo que sempre me fascinou. Além de suas
diversas técnicas, a ilustração nos possibilita ter um traço único. Muitos ilustradores
são reconhecidos em seus traços e desenhos bastante pessoais e característicos,
sem que o espectador tenha que ler seu nome escrito na ilustração. Também penso
22
que a ilustração nos deixa fantasiar um pouco mais do que uma obra de arte
permite: com ilustrações é possível criar mundos fantásticos e ficcionais que nos
encantam e divertem, e nos fazem sonhar em um dia viver nesses mundos, mesmo
sabendo que é impossível.
2.1.2 O passo a passo
Depois de definidos o tema e a técnica a serem a serem utilizadas,
começou o processo de execução das obras. Na montagem a seguir, mostrarei o
trabalho de execução das ilustrações desde o rascunho até a colagem do tecido no
papelão.
Fig. 10 - Processo criativo parte 1 - Do rascunho ao contorno - Acervo da artista.
23
Como observamos nas imagens (Fig. 10), após o rascunho, o
desenho é transferido à lápis para o papel Montval. Assim, se algo acontecer
durante o processo de pintura, o desenho não é perdido.Depois, aplico a caneta
nanquim para fazer os contornos.
As ilustrações são feitas separadamente, depois são recortadas e
coladas com fita dupla-face adesiva sobre um papelão forrado com tecido. O tecido
é escolhido de acordo com a predominância da cor nas ilustrações ou então aquele
que destacará mais facilmente a ilustração.
Fig. 11 - Processo criativo parte 2 - Da pintura à finalização - Acervo da artista.
24
2.2 As Ilustrações
A primeira ilustração da série é O que comprarei? (Fig. 12), que
ilustra o consumismo dentro do universo adolescente, já que estes são um público
muito visado por diversas marcas. Veículos de comunicação usam a necessidade da
adolescente de ser aceita para explorarem o consumo na adolescência. Para estas
novas consumistas os produtos deixaram de ser apenas algo para se usar e
passaram a ser adorados; você não precisa ter 10 bolsas, 50 pares de sapato, 30
vestidos, mas você quer ter.
A ilustração mostra uma adolescente "pensando" no que ela que
comprar, no que ela "precisa" ter para ser aceita dentro da sociedade e do universo
adolescente.
As cores foram escolhidas tentando refletir o universo adolescente,
que gosta de cores vivas e chamativas. Já para os tecidos, apesar de tentar ligar
também com este universo, me baseei mais na composição de cores: depois de
pintadas as ilustrações, decidi pelo tecido que mais combinava com estas.
Fig. 12 - O que comprarei. Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 42x27,5cm (Acervo da Artista)
25
A segunda ilustração é Fantasias (Fig. 13). Nesta ilustração é
mostrada uma das coisas boas dessa fase: o interesse pela leitura. E por isso
muitos autores hoje em dia publicam livros voltados diretamente para este público. A
maioria (para não generalizar e dizer todos) são livros de fantasia e ficção, mas que
alimentam sonhos e fantasias dos adolescentes. Afinal, quem não quer ser a
heroína de uma revolução (como A Katniss em Jogos Vorazes), ou um Bruxo que
está destinado a destruir o bruxo mais maléfico de todos os tempos (como o Harry
Potter em todos os livros que levam seu nome)? Ou ainda viver um romance como
Hazel Grace no livro A culpa é das Estrelas (este sim baseado em uma história
real)?
Fig. 13 - Fantasias. . Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 27x18cm (Acervo da Artista)
26
A ilustração mostra uma adolescente lendo um livro e ao seu redor,
os símbolos presentes nestes livros, pelo os quais os adolescentes são capazes de
reconhecer os livros a que pertencem.
Aqui as cores são quase fiéis à dos símbolos representados nestes
livros, por isso não houve muita reflexão sobre como seriam as cores. Quanto ao
tecido, assim como em outros, tentei utilizar tecidos que remetem à adolescência, e
também que destacassem as ilustrações.
A terceira ilustração (Fig. 14) é sobre o "Diário" tanto utilizado por
adolescentes de até alguns anos atrás, e que hoje foi trocado por blogs e redes
sociais (e até alguns aplicativos para celular e tablet).
Fig. 14 - Querido diário.... Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 41x25cm (Acervo da Artista)
27
Fig. 15 - Consequências. Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 23x28,5cm (Acervo da Artista)
Em Querido Diário... a adolescente, cercada por frases e
pensamentos que passam pela mente dos adolescentes diariamente, está isolada,
como se realmente estivesse escrevendo em seu diário (ou blog), como muitas
fazem, pois o diário é exatamente para isso, para reflexões e pensamento acerca do
seu dia e da vida.
Aqui também tentei combinar cores e tecido, já que não há tantos
elementos quanto nas outras ilustrações
Consequências (Fig. 15) mostra como o adolescente vê essa nova
fase: diversão e escolhas, sem pensar nas consequências. Festas, bebidas, drogas,
28
é nessa fase que o adolescente se mostra mais vulnerável e aberto a receber
conselhos de amigos que os levam à experimentar estes tipos de diversão.
Depressão, culpa, ansiedade exagerada e baixa auto-estima são o que mais
influenciam os adolescentes nessa fase e estes são fatores que desencadeiam este
comportamento.
Gravidez, alcoolismo, dependência de drogas químicas, depressão,
são alguns dos problemas enfrentados nesta fase, e é isto o que a ilustração mostra.
Nesta ilustração as cores foram pensadas como na primeira: tentar
refletir a adolescente em seu ambiente. E é nesta ilustração também (e apenas nela)
que há adolescentes com a pele colorida: as figuras da adolescente grávida e as
duas com um copo de cerveja cada. Decidi pintar estas por achar visualmente
melhor, por causa da área branca que ficaria. O tecido também foi utilizado para dar
destaque às ilustrações, mas também combinando com a cor predominante.
A quinta ilustração (Fig. 16) da série trata sobre a internet e a
evolução dos aparelhos eletrônicos, e a necessidade dos adolescentes precisarem
possuir celulares e tablets cada vez mais evoluídos. O mundo virtual vai,
progressivamente, confundindo seus limites com o mundo real no cotidiano de
crianças e adolescentes. A internet, o telefone celular e muitos novos equipamentos
de tecnologia da informação vão transformando os comportamentos e as formas de
se relacionar com a família, com os amigos e com as novas possibilidades de viajar
pelo mundo sem sair de casa. Mas, também, surgem novos riscos à saúde para a
geração da era digital, devido ao excesso de horas no uso do computador,
deficiência de sono e hábitos sedentários, queda do rendimento escolar, pornografia
e pedofilia on-line.
Conectividade traz os símbolos de redes sociais e aplicativos
utilizados (alguns excessivamente) por adolescentes. Assim como uma adolescente
com um celular na mão, algo "normal" hoje em dia.
29
As cores, assim como na segunda ilustração, seguem o padrão dos
símbolos para que estes sejam reconhecidos facilmente. Já a blusa e o casaco da
adolescente seguem o mesmo princípio das outras ilustrações: remeter ao universo
adolescente. O tecido remete à informação (jornal) e, para mim, também remete à
internet e equipamentos de tecnologia da informação, e por essa razão escolhi este
tecido.
Fig. 16 - Conectividade. Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 37,5x27,5cm (Acervo da Artista)
30
Já a sexta ilustração (Fig. 16) não tem um assunto próprio, mas uma
diversidade dos assuntos discutidos anteriormente nas outras ilustrações e textos.
Dramas, dilemas, amizades, tecnologia, drogas, bebidas, etc, o universo
adolescente é retratado de uma forma geral nesta ilustração.
Assim como as outras ilustrações, as cores foram baseadas no
universo adolescente, e o tecido escolhido para dar destaque nas ilustrações.
Fig. 16 - Adolescência. Aquarela s/ papel e colagem.Dimensões 40x27cm (Acervo da Artista)
31
2.3 Aplicação Como Ilustração Editorial
A seguir, mostro alguns exemplos da aplicabilidade destas
ilustrações (ou recortes de algumas) em revistas voltadas para o publico
adolescente.
32
33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Criar o universo da adolescente brasileira da classe média dos dias
atuais foi uma proposta desafiadora, mas igualmente gratificante. A adolescência é
considerada um período que compreende a busca de identidade e o
autoconhecimento; é marcado pela busca de semelhantes, o que provoca o
distanciamento dos pais; e é nesse período que ocorre a explosão da sexualidade. A
adolescência é uma fase conturbada e de realizações e descobrimentos. Ilustrar
essa fase me levou a pensar em como o mundo evolui, mas as perguntas para todas
as fases de nossa vida continuam as mesmas: quem sou? Porque estou aqui? Estou
pronto para tudo o que tenho que enfrentar? A adolescência é aquela fase de
aprendizado, de descobertas novas, enfim uma etapa, sobre qual todos devem
passar.
Assim como a ilustração em si é também desafiadora. Se
"encontrar" na ilustração, descobrir qual a melhor técnica, a que mais combina com
o seu estilo ou a que você melhor se adapta, exige muito trabalho e dedicação.
Na breve introdução à história da ilustração, conhecemos a origem
desta e o emprego de diversas técnicas, e como estas informações são importantes
para o ilustrador. Criar algo que ainda não foi feito, só é possível com o
conhecimento do passado, e é neste que podemos, também, encontrar referências
para futuras criações.
Misturar adolescência e ilustração foi um trabalho árduo e cansativo,
não pelas ilustrações em si, mas pelos assuntos abordados. Nem todos foram fáceis
de se decidir. São tantas as coisas que acontecem durante a adolescência, que
seriam necessários mais algumas ilustrações para poder retratar tudo. Mas acredito
que as escolhas dos assuntos ilustrados servirá para que comecemos a pensar
melhor em como anda a nossa juventude, e em como, com o passar dos anos, as
mudanças pelas quais esses adolescentes passam os tornam mais arredios e
incapazes de enfrentarem o mundo real, pois vivem apenas dentro de seu próprio
mundo, onde tudo é "festa".
34
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Ricardo. Guia do Ilustrador. São Paulo, 2007.
CASTAGINI, Andrea. A força da ilustração. In: Secretaria de Estado.
Superintendência da Educação. Diretoria de Tecnologias Educacionais. Ilustração
Digital e Animação. SEED, Curitiba, 2010.
CAVALCANTE, Nathalia Chehab de Sá. Ilustração: Uma prática passível de
teorização. Disponível em <http://www2.dbd.puc-
rio.br/pergamum/biblioteca/php/mostrateses.php?open=1&arqtese=0610655_10_Indi
ce.html> Acesso em: 06 outubro 2014.
CORTÊZ, Natacha. Camila do Rosário. 2012. Disponível em
<http://revistatpm.uol.com.br/entrevistas/camila-do-rosario.html>. Acessado em 16
setembro 2014
FARTHING, Stephen. Tudo sobre arte. Sextante, Rio de Janeiro, 2010.
GOLDING, John. Cubismo.In: STANGOS, Nikos. Conceitos da Arte Moderna.
Jorge Zahan Ed., Rio de Janeiro, 2000.
MAYER, Ralph. Manual do Artista. Martins Fontes, São Paulo, 2002.
MORAES, Edilaine. Adolescência - O que é adolescência. Disponível em
<http://www.cuida.org.br/definicao.html>. Acesso em: 06 maio 2014.
OLIVEIRA, Rui de. Pelos Jardins Boboli – reflexões sobre a arte de ilustrar
livros para crianças e jovens. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2008.
PORTO, Gabriella. Aquarela. Disponível em
<http://www.infoescola.com/pintura/aquarela/>. Acesso em: 17 julho 2014.
PORTO, Gabriella. Colagem. Disponível em
<http://www.infoescola.com/pintura/colagem/>. Acesso em: 06 maio 2014.
35
UM OLHAR SOBRE A NOVA
ADOLESCÊNCIA
36
Jamille Zambrim - O que comprarei... - Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 42 x 27,5cm
37
Jamille Zambrim - Fantasias. - Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 27 x 18cm
38
Jamille Zambrim - Querido diário... - Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 41 x 25cm
39
Jamille Zambrim - Consequências. - Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 23 x 28,5cm
40
Jamille Zambrim - Conectividade. - Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 37,5 x 27,5cm
41
Jamille Zambrim - Adolescência. - Aquarela s/ papel e colagem.Dimensões 40 x 27cm
42
CURRÍCULO
Jamille Sousa Zambrim
Rua Roberto Medeiros, 409. Vila Margarida
jamillezambrim@hotmail.com
Exposições:
Coletivo Aurora - SESC Horto Florestal - 06/13
Coletivo Tintas e Afins - Morada dos Baís - 10/14
Mandalas - Corredores da Unidade VIII UFMS - 10/13
Paredes de Fora - Corredores da Unidade VIII UFMS - 10/14
Intro - Memorial da Cultura Apolônio de Carvalho - 11/14

Contenu connexe

Tendances

Tcc 2014 diogo luciano
Tcc 2014 diogo lucianoTcc 2014 diogo luciano
Tcc 2014 diogo lucianoAcervo_DAC
 
Tcc 2015 hudson justino de andrade
Tcc 2015 hudson justino de andradeTcc 2015 hudson justino de andrade
Tcc 2015 hudson justino de andradeAcervo_DAC
 
Tcc 2015 Lívia Molica Gill
Tcc 2015 Lívia Molica GillTcc 2015 Lívia Molica Gill
Tcc 2015 Lívia Molica GillAcervo_DAC
 
Bakargy; thiago duarte o simbolismo do macrocosmos
Bakargy; thiago duarte   o simbolismo do macrocosmosBakargy; thiago duarte   o simbolismo do macrocosmos
Bakargy; thiago duarte o simbolismo do macrocosmosAcervo_DAC
 
Rodrigues; lucilene colares a temática social vendedores ambulantes
Rodrigues; lucilene colares   a temática social vendedores ambulantesRodrigues; lucilene colares   a temática social vendedores ambulantes
Rodrigues; lucilene colares a temática social vendedores ambulantesAcervo_DAC
 
ARTE CONTEMPORÂNEA: HIBRIDISMO E REFLEXÃO PARA O ENSINO DA ARTE
ARTE CONTEMPORÂNEA: HIBRIDISMO E REFLEXÃO PARA O ENSINO DA ARTEARTE CONTEMPORÂNEA: HIBRIDISMO E REFLEXÃO PARA O ENSINO DA ARTE
ARTE CONTEMPORÂNEA: HIBRIDISMO E REFLEXÃO PARA O ENSINO DA ARTEVis-UAB
 
Vargas, andréia terrazas
Vargas, andréia terrazasVargas, andréia terrazas
Vargas, andréia terrazasAcervo_DAC
 
ARTES VISUAIS: LEITURA DE IMAGEM E A APURAÇÃO DO OLHAR PARA O ENSINO DA ARTE
ARTES VISUAIS: LEITURA DE IMAGEM E A APURAÇÃO DO OLHAR PARA O ENSINO DA ARTEARTES VISUAIS: LEITURA DE IMAGEM E A APURAÇÃO DO OLHAR PARA O ENSINO DA ARTE
ARTES VISUAIS: LEITURA DE IMAGEM E A APURAÇÃO DO OLHAR PARA O ENSINO DA ARTEVis-UAB
 
Tcc paula sampedro
Tcc paula sampedroTcc paula sampedro
Tcc paula sampedroAcervo_DAC
 
Fundamentos da Linguagem Visual
Fundamentos da Linguagem VisualFundamentos da Linguagem Visual
Fundamentos da Linguagem VisualEduardo Becker Jr.
 
Souza; mariana gomes de fragmentos de imagens na cultura digital
Souza; mariana gomes de   fragmentos de imagens na cultura digitalSouza; mariana gomes de   fragmentos de imagens na cultura digital
Souza; mariana gomes de fragmentos de imagens na cultura digitalAcervo_DAC
 
CONSTRUIR O OLHAR: IMAGEM, CULTURA E CRIAÇÃO
CONSTRUIR O OLHAR: IMAGEM, CULTURA E CRIAÇÃOCONSTRUIR O OLHAR: IMAGEM, CULTURA E CRIAÇÃO
CONSTRUIR O OLHAR: IMAGEM, CULTURA E CRIAÇÃOFlávia Gonzales Correia
 
Dissertação almeida junior a afirmação de uma subjetividad
Dissertação almeida junior   a afirmação de uma subjetividadDissertação almeida junior   a afirmação de uma subjetividad
Dissertação almeida junior a afirmação de uma subjetividadJefferson Geronimo
 
Breseguello; juliana a interatividade por meios de representação contemporânea
Breseguello; juliana   a interatividade por meios de representação contemporâneaBreseguello; juliana   a interatividade por meios de representação contemporânea
Breseguello; juliana a interatividade por meios de representação contemporâneaAcervo_DAC
 
A ARTE E SEUS CAMINHOS: UM PANORAMA DOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO MEIO AMBIEN...
A ARTE E SEUS CAMINHOS: UM PANORAMA DOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO MEIO AMBIEN...A ARTE E SEUS CAMINHOS: UM PANORAMA DOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO MEIO AMBIEN...
A ARTE E SEUS CAMINHOS: UM PANORAMA DOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO MEIO AMBIEN...Vis-UAB
 
Mesquita elis regina neuhaus de - maternidade
Mesquita   elis regina neuhaus de - maternidadeMesquita   elis regina neuhaus de - maternidade
Mesquita elis regina neuhaus de - maternidadeAcervo_DAC
 
Aula de arte new
Aula de arte newAula de arte new
Aula de arte newDiedNuenf
 
A PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA COMO FERRAMENTA NA ARTE/EDUCAÇÃO
A PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA COMO FERRAMENTA NA ARTE/EDUCAÇÃO A PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA COMO FERRAMENTA NA ARTE/EDUCAÇÃO
A PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA COMO FERRAMENTA NA ARTE/EDUCAÇÃO Vis-UAB
 
Santos -projeto_tcc_1._ago.2013
Santos  -projeto_tcc_1._ago.2013Santos  -projeto_tcc_1._ago.2013
Santos -projeto_tcc_1._ago.2013Cristina Zoya
 

Tendances (20)

Tcc 2014 diogo luciano
Tcc 2014 diogo lucianoTcc 2014 diogo luciano
Tcc 2014 diogo luciano
 
Tcc 2015 hudson justino de andrade
Tcc 2015 hudson justino de andradeTcc 2015 hudson justino de andrade
Tcc 2015 hudson justino de andrade
 
Tcc 2015 Lívia Molica Gill
Tcc 2015 Lívia Molica GillTcc 2015 Lívia Molica Gill
Tcc 2015 Lívia Molica Gill
 
Bakargy; thiago duarte o simbolismo do macrocosmos
Bakargy; thiago duarte   o simbolismo do macrocosmosBakargy; thiago duarte   o simbolismo do macrocosmos
Bakargy; thiago duarte o simbolismo do macrocosmos
 
Rodrigues; lucilene colares a temática social vendedores ambulantes
Rodrigues; lucilene colares   a temática social vendedores ambulantesRodrigues; lucilene colares   a temática social vendedores ambulantes
Rodrigues; lucilene colares a temática social vendedores ambulantes
 
ARTE CONTEMPORÂNEA: HIBRIDISMO E REFLEXÃO PARA O ENSINO DA ARTE
ARTE CONTEMPORÂNEA: HIBRIDISMO E REFLEXÃO PARA O ENSINO DA ARTEARTE CONTEMPORÂNEA: HIBRIDISMO E REFLEXÃO PARA O ENSINO DA ARTE
ARTE CONTEMPORÂNEA: HIBRIDISMO E REFLEXÃO PARA O ENSINO DA ARTE
 
Vargas, andréia terrazas
Vargas, andréia terrazasVargas, andréia terrazas
Vargas, andréia terrazas
 
ARTES VISUAIS: LEITURA DE IMAGEM E A APURAÇÃO DO OLHAR PARA O ENSINO DA ARTE
ARTES VISUAIS: LEITURA DE IMAGEM E A APURAÇÃO DO OLHAR PARA O ENSINO DA ARTEARTES VISUAIS: LEITURA DE IMAGEM E A APURAÇÃO DO OLHAR PARA O ENSINO DA ARTE
ARTES VISUAIS: LEITURA DE IMAGEM E A APURAÇÃO DO OLHAR PARA O ENSINO DA ARTE
 
Tcc paula sampedro
Tcc paula sampedroTcc paula sampedro
Tcc paula sampedro
 
Fundamentos da Linguagem Visual
Fundamentos da Linguagem VisualFundamentos da Linguagem Visual
Fundamentos da Linguagem Visual
 
Souza; mariana gomes de fragmentos de imagens na cultura digital
Souza; mariana gomes de   fragmentos de imagens na cultura digitalSouza; mariana gomes de   fragmentos de imagens na cultura digital
Souza; mariana gomes de fragmentos de imagens na cultura digital
 
CONSTRUIR O OLHAR: IMAGEM, CULTURA E CRIAÇÃO
CONSTRUIR O OLHAR: IMAGEM, CULTURA E CRIAÇÃOCONSTRUIR O OLHAR: IMAGEM, CULTURA E CRIAÇÃO
CONSTRUIR O OLHAR: IMAGEM, CULTURA E CRIAÇÃO
 
Dissertação almeida junior a afirmação de uma subjetividad
Dissertação almeida junior   a afirmação de uma subjetividadDissertação almeida junior   a afirmação de uma subjetividad
Dissertação almeida junior a afirmação de uma subjetividad
 
Breseguello; juliana a interatividade por meios de representação contemporânea
Breseguello; juliana   a interatividade por meios de representação contemporâneaBreseguello; juliana   a interatividade por meios de representação contemporânea
Breseguello; juliana a interatividade por meios de representação contemporânea
 
Alfabetização visual
Alfabetização visualAlfabetização visual
Alfabetização visual
 
A ARTE E SEUS CAMINHOS: UM PANORAMA DOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO MEIO AMBIEN...
A ARTE E SEUS CAMINHOS: UM PANORAMA DOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO MEIO AMBIEN...A ARTE E SEUS CAMINHOS: UM PANORAMA DOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO MEIO AMBIEN...
A ARTE E SEUS CAMINHOS: UM PANORAMA DOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO MEIO AMBIEN...
 
Mesquita elis regina neuhaus de - maternidade
Mesquita   elis regina neuhaus de - maternidadeMesquita   elis regina neuhaus de - maternidade
Mesquita elis regina neuhaus de - maternidade
 
Aula de arte new
Aula de arte newAula de arte new
Aula de arte new
 
A PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA COMO FERRAMENTA NA ARTE/EDUCAÇÃO
A PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA COMO FERRAMENTA NA ARTE/EDUCAÇÃO A PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA COMO FERRAMENTA NA ARTE/EDUCAÇÃO
A PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA COMO FERRAMENTA NA ARTE/EDUCAÇÃO
 
Santos -projeto_tcc_1._ago.2013
Santos  -projeto_tcc_1._ago.2013Santos  -projeto_tcc_1._ago.2013
Santos -projeto_tcc_1._ago.2013
 

Similaire à Tcc 2014 jamile zambrim

TÉCNICAS DE PINTURAS: USOS E POSSIBILIDADES EM AULAS DE ARTES, NO ENSINO FUND...
TÉCNICAS DE PINTURAS: USOS E POSSIBILIDADES EM AULAS DE ARTES, NO ENSINO FUND...TÉCNICAS DE PINTURAS: USOS E POSSIBILIDADES EM AULAS DE ARTES, NO ENSINO FUND...
TÉCNICAS DE PINTURAS: USOS E POSSIBILIDADES EM AULAS DE ARTES, NO ENSINO FUND...Vis-UAB
 
Do conceito à forma: A ilustração de Daniel Bueno
Do conceito à forma: A ilustração de Daniel BuenoDo conceito à forma: A ilustração de Daniel Bueno
Do conceito à forma: A ilustração de Daniel BuenoMilton Tawamba
 
O USO DE MÁSCARA COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO
O USO DE MÁSCARA COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO O USO DE MÁSCARA COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO
O USO DE MÁSCARA COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO Vis-UAB
 
Tese final pás 241 a 295
Tese final pás 241 a 295Tese final pás 241 a 295
Tese final pás 241 a 295Loulet
 
As artes na formação do professor polivalente
As artes na formação do professor polivalenteAs artes na formação do professor polivalente
As artes na formação do professor polivalenteGliciane S. Aragão
 
“APLICAÇÃO DA TÉCNICA PAINT LIGHT DE FOTOGRAFIA EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COM...
“APLICAÇÃO DA TÉCNICA PAINT LIGHT DE FOTOGRAFIA EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COM...“APLICAÇÃO DA TÉCNICA PAINT LIGHT DE FOTOGRAFIA EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COM...
“APLICAÇÃO DA TÉCNICA PAINT LIGHT DE FOTOGRAFIA EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COM...Vis-UAB
 
Palavras na imagem
Palavras na  imagem Palavras na  imagem
Palavras na imagem Cris Akemi
 
Desenho artistico e_de_apresen (1)
Desenho artistico e_de_apresen (1)Desenho artistico e_de_apresen (1)
Desenho artistico e_de_apresen (1)Carol Fontoura
 
AS OBRAS DE ISMAEL MARTINS E O CONTEXTO ESCOLAR
AS OBRAS DE ISMAEL MARTINS E O CONTEXTO ESCOLAR AS OBRAS DE ISMAEL MARTINS E O CONTEXTO ESCOLAR
AS OBRAS DE ISMAEL MARTINS E O CONTEXTO ESCOLAR Vis-UAB
 
A INVESTIGAÇÃO DA CULTURA VISUAL E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DE POÉTICAS IND...
A INVESTIGAÇÃO DA CULTURA VISUAL E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DE POÉTICAS IND...A INVESTIGAÇÃO DA CULTURA VISUAL E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DE POÉTICAS IND...
A INVESTIGAÇÃO DA CULTURA VISUAL E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DE POÉTICAS IND...Vis-UAB
 
Souza; fabiana andrelina de corpo poético linguagem pictórica com inserção ...
Souza; fabiana andrelina de   corpo poético linguagem pictórica com inserção ...Souza; fabiana andrelina de   corpo poético linguagem pictórica com inserção ...
Souza; fabiana andrelina de corpo poético linguagem pictórica com inserção ...Acervo_DAC
 
Trabalho de Conclusão de Curso: Ilustração Aplicada ao poema "As bonecas" de ...
Trabalho de Conclusão de Curso: Ilustração Aplicada ao poema "As bonecas" de ...Trabalho de Conclusão de Curso: Ilustração Aplicada ao poema "As bonecas" de ...
Trabalho de Conclusão de Curso: Ilustração Aplicada ao poema "As bonecas" de ...Letícia Fernanda Corrêa
 
ATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docx
ATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docxATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docx
ATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docxDani179813
 
ATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docx
ATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docxATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docx
ATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docxDaniel Arena
 
CRIAÇÃO E TÉCNICA: AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA ...
CRIAÇÃO E TÉCNICA: AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA ...CRIAÇÃO E TÉCNICA: AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA ...
CRIAÇÃO E TÉCNICA: AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA ...Gustavo Araújo
 
Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios
Portifolio História de Coisas, Artes e OfíciosPortifolio História de Coisas, Artes e Ofícios
Portifolio História de Coisas, Artes e OfíciosPatricia Almeida Ashley
 
O DESENHO COMO FORMA DE MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA NA PENITENCIÁRIA EVARISTO DE M...
O DESENHO COMO FORMA DE MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA NA PENITENCIÁRIA EVARISTO DE M...O DESENHO COMO FORMA DE MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA NA PENITENCIÁRIA EVARISTO DE M...
O DESENHO COMO FORMA DE MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA NA PENITENCIÁRIA EVARISTO DE M...Vis-UAB
 

Similaire à Tcc 2014 jamile zambrim (20)

TÉCNICAS DE PINTURAS: USOS E POSSIBILIDADES EM AULAS DE ARTES, NO ENSINO FUND...
TÉCNICAS DE PINTURAS: USOS E POSSIBILIDADES EM AULAS DE ARTES, NO ENSINO FUND...TÉCNICAS DE PINTURAS: USOS E POSSIBILIDADES EM AULAS DE ARTES, NO ENSINO FUND...
TÉCNICAS DE PINTURAS: USOS E POSSIBILIDADES EM AULAS DE ARTES, NO ENSINO FUND...
 
Do conceito à forma: A ilustração de Daniel Bueno
Do conceito à forma: A ilustração de Daniel BuenoDo conceito à forma: A ilustração de Daniel Bueno
Do conceito à forma: A ilustração de Daniel Bueno
 
O USO DE MÁSCARA COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO
O USO DE MÁSCARA COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO O USO DE MÁSCARA COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO
O USO DE MÁSCARA COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO
 
Tese final pás 241 a 295
Tese final pás 241 a 295Tese final pás 241 a 295
Tese final pás 241 a 295
 
As artes na formação do professor polivalente
As artes na formação do professor polivalenteAs artes na formação do professor polivalente
As artes na formação do professor polivalente
 
“APLICAÇÃO DA TÉCNICA PAINT LIGHT DE FOTOGRAFIA EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COM...
“APLICAÇÃO DA TÉCNICA PAINT LIGHT DE FOTOGRAFIA EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COM...“APLICAÇÃO DA TÉCNICA PAINT LIGHT DE FOTOGRAFIA EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COM...
“APLICAÇÃO DA TÉCNICA PAINT LIGHT DE FOTOGRAFIA EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COM...
 
Palavras na imagem
Palavras na  imagem Palavras na  imagem
Palavras na imagem
 
cnceito de ARTE.pptx
cnceito de ARTE.pptxcnceito de ARTE.pptx
cnceito de ARTE.pptx
 
Desenho artistico e_de_apresen (1)
Desenho artistico e_de_apresen (1)Desenho artistico e_de_apresen (1)
Desenho artistico e_de_apresen (1)
 
AS OBRAS DE ISMAEL MARTINS E O CONTEXTO ESCOLAR
AS OBRAS DE ISMAEL MARTINS E O CONTEXTO ESCOLAR AS OBRAS DE ISMAEL MARTINS E O CONTEXTO ESCOLAR
AS OBRAS DE ISMAEL MARTINS E O CONTEXTO ESCOLAR
 
A INVESTIGAÇÃO DA CULTURA VISUAL E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DE POÉTICAS IND...
A INVESTIGAÇÃO DA CULTURA VISUAL E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DE POÉTICAS IND...A INVESTIGAÇÃO DA CULTURA VISUAL E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DE POÉTICAS IND...
A INVESTIGAÇÃO DA CULTURA VISUAL E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DE POÉTICAS IND...
 
Souza; fabiana andrelina de corpo poético linguagem pictórica com inserção ...
Souza; fabiana andrelina de   corpo poético linguagem pictórica com inserção ...Souza; fabiana andrelina de   corpo poético linguagem pictórica com inserção ...
Souza; fabiana andrelina de corpo poético linguagem pictórica com inserção ...
 
Trabalho de Conclusão de Curso: Ilustração Aplicada ao poema "As bonecas" de ...
Trabalho de Conclusão de Curso: Ilustração Aplicada ao poema "As bonecas" de ...Trabalho de Conclusão de Curso: Ilustração Aplicada ao poema "As bonecas" de ...
Trabalho de Conclusão de Curso: Ilustração Aplicada ao poema "As bonecas" de ...
 
Giceli
GiceliGiceli
Giceli
 
ATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docx
ATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docxATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docx
ATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docx
 
ATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docx
ATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docxATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docx
ATIVIDADE ARTES VISUAIS 21.docx
 
CRIAÇÃO E TÉCNICA: AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA ...
CRIAÇÃO E TÉCNICA: AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA ...CRIAÇÃO E TÉCNICA: AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA ...
CRIAÇÃO E TÉCNICA: AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA ...
 
Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios
Portifolio História de Coisas, Artes e OfíciosPortifolio História de Coisas, Artes e Ofícios
Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios
 
Análise - Campanha Desafio Sebrae 2008
Análise - Campanha Desafio Sebrae 2008Análise - Campanha Desafio Sebrae 2008
Análise - Campanha Desafio Sebrae 2008
 
O DESENHO COMO FORMA DE MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA NA PENITENCIÁRIA EVARISTO DE M...
O DESENHO COMO FORMA DE MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA NA PENITENCIÁRIA EVARISTO DE M...O DESENHO COMO FORMA DE MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA NA PENITENCIÁRIA EVARISTO DE M...
O DESENHO COMO FORMA DE MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA NA PENITENCIÁRIA EVARISTO DE M...
 

Plus de Acervo_DAC

Tcc 2015 Gabriela Figueira
Tcc 2015 Gabriela FigueiraTcc 2015 Gabriela Figueira
Tcc 2015 Gabriela FigueiraAcervo_DAC
 
Tcc 2015 nayara gomes jarcem
Tcc 2015 nayara gomes jarcemTcc 2015 nayara gomes jarcem
Tcc 2015 nayara gomes jarcemAcervo_DAC
 
Tcc 2015 húldo tréfzger cândido júnior
Tcc 2015 húldo tréfzger cândido júniorTcc 2015 húldo tréfzger cândido júnior
Tcc 2015 húldo tréfzger cândido júniorAcervo_DAC
 
Tcc 2015 edimar ferreira barbosa
Tcc 2015 edimar ferreira barbosaTcc 2015 edimar ferreira barbosa
Tcc 2015 edimar ferreira barbosaAcervo_DAC
 
Tcc 2015 mariana flavia dos santos
Tcc 2015 mariana flavia dos santosTcc 2015 mariana flavia dos santos
Tcc 2015 mariana flavia dos santosAcervo_DAC
 
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandre
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandreTcc 2015 jean robert almeida de alexandre
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandreAcervo_DAC
 
Tcc 2014 susy kanezakyi
Tcc 2014 susy kanezakyiTcc 2014 susy kanezakyi
Tcc 2014 susy kanezakyiAcervo_DAC
 
Tcc 2014 beatriz demirdjian
Tcc 2014 beatriz demirdjianTcc 2014 beatriz demirdjian
Tcc 2014 beatriz demirdjianAcervo_DAC
 
Tcc 2013 thiago moraes
Tcc 2013 thiago moraesTcc 2013 thiago moraes
Tcc 2013 thiago moraesAcervo_DAC
 
Campos; júlia maria atitudes expressivas da dança moderna na pintura – a da...
Campos; júlia maria   atitudes expressivas da dança moderna na pintura – a da...Campos; júlia maria   atitudes expressivas da dança moderna na pintura – a da...
Campos; júlia maria atitudes expressivas da dança moderna na pintura – a da...Acervo_DAC
 
Rojas; irina a poesia entre o poema e o video(portifólio)
Rojas; irina   a poesia entre o poema e o video(portifólio)Rojas; irina   a poesia entre o poema e o video(portifólio)
Rojas; irina a poesia entre o poema e o video(portifólio)Acervo_DAC
 
Rojas; irina agostário-a poesia entre o poema e o video
Rojas; irina   agostário-a poesia entre o poema e o videoRojas; irina   agostário-a poesia entre o poema e o video
Rojas; irina agostário-a poesia entre o poema e o videoAcervo_DAC
 
Gomes; marcia maria a cena kadiwéu uma instalação cenográfica
Gomes; marcia maria    a cena kadiwéu uma instalação cenográficaGomes; marcia maria    a cena kadiwéu uma instalação cenográfica
Gomes; marcia maria a cena kadiwéu uma instalação cenográficaAcervo_DAC
 
Gadotti; francielle melinna araujo transparência sentimento e forma
Gadotti; francielle melinna araujo   transparência sentimento e formaGadotti; francielle melinna araujo   transparência sentimento e forma
Gadotti; francielle melinna araujo transparência sentimento e formaAcervo_DAC
 
Bakargy; thiago duarte o simbolismo do macrocosmos(portifólio)
Bakargy; thiago duarte   o simbolismo do macrocosmos(portifólio)Bakargy; thiago duarte   o simbolismo do macrocosmos(portifólio)
Bakargy; thiago duarte o simbolismo do macrocosmos(portifólio)Acervo_DAC
 
Almeida; mário duarte de releitura de imagens do guerreiro em marchetaria
Almeida; mário duarte de   releitura de imagens do guerreiro em marchetariaAlmeida; mário duarte de   releitura de imagens do guerreiro em marchetaria
Almeida; mário duarte de releitura de imagens do guerreiro em marchetariaAcervo_DAC
 
Martins; fábio mira ar elemento de poética
Martins; fábio mira   ar elemento de poéticaMartins; fábio mira   ar elemento de poética
Martins; fábio mira ar elemento de poéticaAcervo_DAC
 
Moreira; daniel augusto nunes linhas delicadas
Moreira; daniel augusto nunes   linhas delicadasMoreira; daniel augusto nunes   linhas delicadas
Moreira; daniel augusto nunes linhas delicadasAcervo_DAC
 

Plus de Acervo_DAC (18)

Tcc 2015 Gabriela Figueira
Tcc 2015 Gabriela FigueiraTcc 2015 Gabriela Figueira
Tcc 2015 Gabriela Figueira
 
Tcc 2015 nayara gomes jarcem
Tcc 2015 nayara gomes jarcemTcc 2015 nayara gomes jarcem
Tcc 2015 nayara gomes jarcem
 
Tcc 2015 húldo tréfzger cândido júnior
Tcc 2015 húldo tréfzger cândido júniorTcc 2015 húldo tréfzger cândido júnior
Tcc 2015 húldo tréfzger cândido júnior
 
Tcc 2015 edimar ferreira barbosa
Tcc 2015 edimar ferreira barbosaTcc 2015 edimar ferreira barbosa
Tcc 2015 edimar ferreira barbosa
 
Tcc 2015 mariana flavia dos santos
Tcc 2015 mariana flavia dos santosTcc 2015 mariana flavia dos santos
Tcc 2015 mariana flavia dos santos
 
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandre
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandreTcc 2015 jean robert almeida de alexandre
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandre
 
Tcc 2014 susy kanezakyi
Tcc 2014 susy kanezakyiTcc 2014 susy kanezakyi
Tcc 2014 susy kanezakyi
 
Tcc 2014 beatriz demirdjian
Tcc 2014 beatriz demirdjianTcc 2014 beatriz demirdjian
Tcc 2014 beatriz demirdjian
 
Tcc 2013 thiago moraes
Tcc 2013 thiago moraesTcc 2013 thiago moraes
Tcc 2013 thiago moraes
 
Campos; júlia maria atitudes expressivas da dança moderna na pintura – a da...
Campos; júlia maria   atitudes expressivas da dança moderna na pintura – a da...Campos; júlia maria   atitudes expressivas da dança moderna na pintura – a da...
Campos; júlia maria atitudes expressivas da dança moderna na pintura – a da...
 
Rojas; irina a poesia entre o poema e o video(portifólio)
Rojas; irina   a poesia entre o poema e o video(portifólio)Rojas; irina   a poesia entre o poema e o video(portifólio)
Rojas; irina a poesia entre o poema e o video(portifólio)
 
Rojas; irina agostário-a poesia entre o poema e o video
Rojas; irina   agostário-a poesia entre o poema e o videoRojas; irina   agostário-a poesia entre o poema e o video
Rojas; irina agostário-a poesia entre o poema e o video
 
Gomes; marcia maria a cena kadiwéu uma instalação cenográfica
Gomes; marcia maria    a cena kadiwéu uma instalação cenográficaGomes; marcia maria    a cena kadiwéu uma instalação cenográfica
Gomes; marcia maria a cena kadiwéu uma instalação cenográfica
 
Gadotti; francielle melinna araujo transparência sentimento e forma
Gadotti; francielle melinna araujo   transparência sentimento e formaGadotti; francielle melinna araujo   transparência sentimento e forma
Gadotti; francielle melinna araujo transparência sentimento e forma
 
Bakargy; thiago duarte o simbolismo do macrocosmos(portifólio)
Bakargy; thiago duarte   o simbolismo do macrocosmos(portifólio)Bakargy; thiago duarte   o simbolismo do macrocosmos(portifólio)
Bakargy; thiago duarte o simbolismo do macrocosmos(portifólio)
 
Almeida; mário duarte de releitura de imagens do guerreiro em marchetaria
Almeida; mário duarte de   releitura de imagens do guerreiro em marchetariaAlmeida; mário duarte de   releitura de imagens do guerreiro em marchetaria
Almeida; mário duarte de releitura de imagens do guerreiro em marchetaria
 
Martins; fábio mira ar elemento de poética
Martins; fábio mira   ar elemento de poéticaMartins; fábio mira   ar elemento de poética
Martins; fábio mira ar elemento de poética
 
Moreira; daniel augusto nunes linhas delicadas
Moreira; daniel augusto nunes   linhas delicadasMoreira; daniel augusto nunes   linhas delicadas
Moreira; daniel augusto nunes linhas delicadas
 

Tcc 2014 jamile zambrim

  • 1. JAMILLE SOUSA ZAMBRIM UM OLHAR SOBRE A NOVA ADOLESCÊNCIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE ARTES VISUAIS/BACHARELADO Campo Grande - MS 2014
  • 2. JAMILLE SOUSA ZAMBRIM UM OLHAR SOBRE A NOVA ADOLESCÊNCIA Campo Grande - MS 2014 Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul como requisito final para aprovação. Orientadora: Profª Priscilla de Paula Pessoa
  • 3. JAMILLE SOUSA ZAMBRIM UM OLHAR SOBRE A NOVA ADOLESCÊNCIA Campo Grande, MS, _____ de __________________ de 2014 COMISSÃO EXAMINADORA __________________________________________________ Profª Priscilla de Paula Pessoa Universidade Federal de Mato Grosso do Sul __________________________________________________ Profª Carla Maria de Buffo de Cápua Universidade Federal de Mato Grosso do Sul __________________________________________________ Profª Maria Helena Benites Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul como requisito final para aprovação.
  • 4. RESUMO No presente trabalho apresenta-se o universo adolescente feminino da classe média dos dias atuais, através de ilustrações e colagens que ilustram como essa adolescente reage à nova fase da vida, seus dramas, dilemas, amizades, tecnologia, drogas, bebidas, etc. Também será discutida a história da ilustração, da colagem e da aquarela e suas contribuições para a arte e o design de hoje. Será mostrado também como essas ilustrações podem e são utilizadas no meio editorial Palavras-chave: Ilustração. Adolescência. Colagem. Aquarela.
  • 5. ABSTRACT In this work we present the female teenage world of the middle class in the present days, through illustrations and collages that show how this teen reacts to this new stage of life, their dramas, dilemmas, friendship, technology, drugs, drinking, etc. Also discusses the history of illustration, collage and watercolor, and their contributions to art and design today. It will also be shown how these illustrations can and are used in the editorial middle. Keywords: Illustration. Adolescence. Collage. Watercolor.
  • 6. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 7 CAPITULO I − TEORIAS E BASES 9 1.1 A Ilustração 9 1.1.1 Aquarela 11 1.1.2 Colagem e Ilustração 12 1.2 A Vida na Adolescência da classe media 14 1.3 Referências visuais para a produção 17 CAPITULO II - DO ESBOÇO AO TRABALHO FINAL 20 2.1 A Concepção 21 2.1.1 O Passo a Passo 22 2.2 As Ilustrações 24 2.3 Aplicação Como Ilustração Editorial 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS 33 REFERÊNCIAS 34
  • 7. 7 INTRODUÇÃO No presente trabalho será apresentado o universo adolescente brasileiro da classe média atual através de uma série de 06 ilustrações feitas com a técnica da aquarela e colagens pensadas para serem inseridas em matérias de revistas voltadas para esse público, além de uma simulação digital mostrando a aplicabilidade das ilustrações. A intenção é mostrar como a adolescência reflete-se no adulto que a criança irá se tornar. O tema foi escolhido após a observação destes adolescentes, suas relações com o mundo e dentro de casa, com a família, seus medos, preocupações e diversões. O objetivo é tentar mostrar um pouco deste "estilo de vida" dos adolescentes da atualidade, como reagem diante do mundo que surge diante deles. As obras propostas representam o universo adolescente, o que eles gostam, o que querem, como se sentem e o que pensam, e como este universo também é explorado por revistas, editoras literárias e empresas de vestuário, que usam essa nova descoberta de "liberdade" a seu favor. O primeiro capítulo discorre sobre as teorias e bases que compõem o trabalho. Será explicado o que é ilustração, colagem e a técnica da pintura com aquarela, suas histórias e alguns artistas que as utilizaram e foram importantes na concepção do trabalho. Será também abordada a vida na adolescência da classe média nos dias atuais. Em minhas pesquisas, alguns ilustradores, artistas e designers contemporâneos chamaram a atenção, entre eles: Sammy Slabbinck, Coco, Ophelia Chong, Marek Haiduk, além dos artistas Henry Matisse, Georges Braque, Albert Dürer e Pablo Picasso. Mas utilizarei para o desenvolvimento teórico e prático aqueles que penso ter obras relacionadas com meu projeto: Camila do Rosário e Maria Caleis, além dos artistas que impulsionaram as técnicas que utilizarei e já ditos aqui. O segundo capítulo apresenta a concepção e execução das obras, descrevendo a estrutura e objetivos do presente trabalho. Será mostrado o passo a
  • 8. 8 passo da realização das ilustrações, tanto prático como conceitual e como foi possível chegar ao resultado final destas. Ainda nesse capítulo, demonstro a possibilidade de aplicação destas ilustrações em revistas voltadas para o público adolescente.
  • 9. 9 CAPITULO I − TEORIAS E BASES Nesse capítulo serão apresentadas as teorias e históricos sobre as técnicas utilizadas nas ilustrações que compõe a série, além das principais influências e referências. Será também abordada a vida na adolescência da classe média atual e como eles reagem diante do mundo e suas obrigações. 1.1 A Ilustração Segundo Oliveira (2008, p. 43) em seu livro Nos Jardins Boboli: Reflexões sobre a arte de ilustrar livros para crianças e jovens "ilustrar é informar, persuadir ou narrar através de imagens". Independentemente de técnica e estilo, uma imagem é considerada ilustração a partir do momento em que conseguir transmitir uma idéia ou uma mensagem. Em uma ilustração podem estar escondidos inúmeros elementos que reforcem a mensagem a ser transmitida: estilo, técnica, cores, formas, expressões ou mesmo o conjunto do trabalho. Antunes (2007, p. 04), diz que a diferença entre uma obra de arte e ilustração é que a obra de arte não necessita de um propósito específico, é algo interpretativo e que muitas vezes necessita da sensibilidade do espectador para a interpretação desta: a comunicação é mais receptiva do que transmissiva. Já a ilustração é o contrário: a mensagem é clara e definida, e pode ser comunicada e recebida conforme o ilustrador a idealizou: o artista quer que o espectador entenda o que ele quis dizer. Castagini (2010, p. 08) diz que é difícil estabelecer quando começou a história da ilustração, pois o ser humano desde o início registra sua história através de desenhos. Mas o grande salto na ilustração se deu com a invenção de
  • 10. 10 Gutenberg: a prensa. Com esta invenção e com a impressão em série de livros, criou-se uma demanda que exigia que um profissional ilustrasse esses livros, mas que também limitava as possibilidades de materiais e cores, pois as ilustrações deveriam ser feitas dentro dos padrões exigidos pela impressão. E talvez tenha sido aqui que a profissão "ilustrador" surgiu em definitivo. A ilustração geralmente tem como função apoiar e adornar textos de folhetos, livros e publicações da imprensa, mas também mostra as descobertas de novas plantas e animais em artigos científicos de outras épocas. E foi nesta época que a ilustração científica (que é um dos diversos métodos de ilustração, que tem por finalidade auxiliar o pesquisador a transmitir suas descobertas e dar suporte aos textos e artigos científicos) surgiu. Suas imagens são caracterizadas por um grau maior de verossimilhança, mas há também registros deste tipo de ilustração antes da invenção de Gutenberg, como as de Leonardo da Vinci, que representou o corpo humano fantasticamente, e podendo seus desenhos serem considerados precursores das ilustrações médicas. Há também as ilustrações didáticas, que são as ilustrações que figuram em materiais de ensino como livros e apostilas, e têm por função auxiliar o professor na explicação de conceitos e ajudar o aluno numa maior compreensão do conteúdo. Já a ilustração publicitária tem sido explorada desde a invenção da imprensa, e seus estilos, materiais e técnicas são amplos, fazendo assim com que a liberdade de criação só encontre limites com a opinião de clientes. A ilustração técnica é aquela que figura em manuais de instrução de produtos, em revistas,livros, catálogos e folhetos de vendas, na web, etc. E por último, temos a ilustração infantil e juvenil, que tem linguagem e psicologia próprias, já que sua intenção é trabalhar o texto e o imaginário infantil e juvenil. No caso específico das ilustrações produzidas nesse trabalho, são ilustrações juvenis produzidas para fins editoriais, como se fossem ilustrar uma matéria de revista voltada para o público adolescente.
  • 11. 11 Fig. 01 - Lebre jovem. Albrecht Dürer. 21,1 x 22,6 cm. 1502. Aquarela e guache s/ papel. Galeria Albertina, Viena - Áustria 1.1.1 Aquarela Em seu livro Manual do Artista, Mayer (1999, p. 357) explica a técnica da seguinte maneira: A aquarela é baseada no sistema de pigmentação transparente ou velaturas; isto é, utiliza o branco brilhante do papel para seus tons brancos e pálidos, e os pigmentos que normalmente não são transparentes são aplicados com consistência tão diluída, que seus efeitos se tornam quase tão brilhantes quanto aqueles que naturalmente transparentes. Ainda de acordo com Mayer (1999, p. 357),a pintura com aquarela é feita com sobreposição de tons e veladuras transparentes, conseguidos através de maior ou menor diluição do pigmento aplicado sobre papel branco; a aquarela traduz leveza e espontaneidade em trabalhos de considerável rapidez. Para esta técnica são utilizados papéis de alta gramatura, cascas de árvore, couro, tecido, papiro, telas, entre outros. Mayer (1999, p.359) ainda considera que a técnica da aquarela surgiu há cerca de 2.000 anos, na China, junto com o surgimento do papel e dos pincéis de pêlos de coelhos, mas a técnica, como conhecemos hoje, passou a ser apreciada a partir do século XVIII, quando a escola inglesa assim a situou. Fig. 02 - Dartmouth Cove, with Sailor's Wedding. William Turner. 28x40cm. Aquarela s/ papel.
  • 12. 12 Fig. 03 - Dionísio montando uma pantera. final do século 4 aC. Piso de mosaico na "Casa de Dionísio" em Pella, Museu Arqueológico. Como dito anteriormente, ainda de acordo com Mayer (1999), as técnicas mais utilizadas atualmente em aquarelas são a do "método inglês" (o qual será utilizado nas ilustrações do projeto), que consiste em sobrepor camadas de aguadas até que os efeitos de profundidade e cor sejam obtidos em desenhos feito anteriormente à lápis; Ou então aplica-se várias aguadas de cores suaves, umas sobre as outras, e assim se obtém um efeito aéreo luminoso, e por isso bastante utilizado para pintura de céus, e nesta técnica utiliza-se o papel ligeiramente umedecido. Pode-se também utilizar a técnica com o papel completamente molhado, nesta técnica geralmente usa-se cores intensas. A variação de métodos e composições são inúmeras, e nem sempre é possível determinar ou caracterizar a técnica utilizada por um artista. 1.1.2 Colagem e Ilustração . Segundo Porto (2014) colagem ou collage (em francês) é o nome que se dá à técnica de fazer pedaços de papel, papelão, tecidos, etc., aderirem a uma superfície, utilizando esses elementos como desenho ou pintura. A colagem é uma expressão artística que se utiliza de várias matérias primas que podem, ou não, variar a textura, umas sobre as outras ou lado a lado, formando um motivo ou uma nova imagem. A técnica surgiu há mais de 2.000 anos. Foi utilizada desde a Antiguidade, por mesopotâmicos, gregos e romanos na produção de mosaicos, que consiste em colar pequenas peças coloridas, formando desenhos, sobre uma superfície.
  • 13. 13 Fig. 04 - A Guitarra. Pablo Picasso. 1914. colagem, carvão, giz e nanquim s/ papel. 66,4cm x 49,6cm. MOMA, Nova York Entretanto, ainda de acordo com Porto (2014) o que conhecemos como colagem hoje em dia, começou em princípios do século XX com Picasso e Braque, pintores que criaram o Cubismo Sintético, estilo artístico que surgiu na França no início do século XX, e tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando todas as partes de um objeto no mesmo plano: a representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas.Eles tiveram a idéia de misturar coisas reais com as que estavam pintadas; assim, colavam rótulos de verdade nas garrafas de vinho pintadas e folhas de jornal verdadeiras para representá-lo numa composição pintada. Depois começaram a recortar e colar em vez de pintar, usando papéis coloridos para representar as figuras. Golding (2000, p. 54) nos mostra a diferença entre as técnicas utilizadas por cada artista: Braque (que foi o inventor da técnica de papiercollé) utilizava a colagem de modo lógico e, em sua maior parte, naturalista, onde "um papel de parede que imita a textura da madeira tende a ser incorporado à representação de uma mesa ou uma guitarra, por exemplo, objetos esses fabricados eles mesmos de madeira, Picasso, por outro lado, converte um pedaço de papel de parede florido numa toalha de mesa, e um fragmento de jornal num violino". E é nessas colagens, ainda de acordo com Golding (2000, p.55) que se percebe a obsessão dos cubistas com o "tableau-object" (quadro-objeto), no qual o conceito de pintura como um objeto ou uma entidade construída e dotada de vida própria, não reflete ou imita o mundo externo, mas recria-o de um modo distinto e independente. Picasso (Apud Golding, 2000, p.55) certa vez disse: A finalidade do papiercollé foi dar a idéia de que diferentes tipos de textura podem participar de uma composição para obter-se na tela a realidade da pintura, que irá competir com a realidade [...] Se um
  • 14. 14 Fig. 05 - Natureza-morta sobre uma mesa: Gillette. Georges Braque. Carvão, papel colado e guache. 48cm x 62cm. Museu Nacional de Arte Moderna, Centro Pompidou, Paris, França. pedaço de jornal pode converte-se numa garrafa, isso também nos dá algo para pensar a respeito de jornais e garrafas. Esse objeto deslocado ingressou num universo para o qual não foi feito e onde, em certa medida, conserva sua estranheza. E foi justamente sobre essa estranheza que quisemos fazer com que as pessoas pensassem. De acordo com Farthing, (2010, p.390) conforme a relação de Picasso e Braque com o cubismo crescia mais a cada dia, a colagem começou a influenciar muitos artistas, os quais começaram a pintar quadros no estilo da colagem, pois se "apaixonaram" pelo processo de corte, colagem e dobradura. Assim, essa arte "decorativa" tornou o cubismo sintético (que se concentrava menos na observação e mais no processo de estruturação e planejamento da obra), mais popular do que as outras obras cubistas junto ao público. Para Cavalcante (2010, p. 162), a "união" da ilustração com a colagem motivou transformações no design gráfico, pela valorização da fantasia, da intuição e da liberdade, propagando novas técnicas de representação. Os conceitos, as imagens e os métodos de organização visual do cubismo, futurismo, dada, surrealismo e expressionismo propiciam aos designers gráficos valiosas descobertas e processos. Os artistas desses movimentos, que ousaram adentrar terrenos desconhecidos de possibilidades artísticas inexploradas, continuam a influenciar artistas, designers e ilustradores até hoje. (MEGGS Apud CAVALCANTE, p. 163) Assim, ainda de acordo com Cavalcante (2010, p.165), ilustradores e designers tiveram mais oportunidades de autoexpressão, mais personalidade nas criações, exploravam novos estilos e técnicas. E assim sendo, não era mais possível identificar as fronteiras entre as artes plásticas e a comunicação visual. 1.3 A Vida na Adolescência
  • 15. 15 O que é adolescência? Segundo Ferreira, Farias e Silvares (2010), em seu relatório para Organização Mundial da Saúde - OMS, a adolescência é um período da vida, que começa aos 10 e vai até os 20 anos; nesse período acontecem diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais. Mas, para muitos essa fase também pode ser chamada de "aborrescência". Hoje é considerado um período em que os jovens, após momentos diversificados de amadurecimento, constroem sua identidade, seus pontos de referência, escolhem seu caminho profissional e seu projeto de vida. Através de blogs1 pessoais de garotas adolescentes com idade entre 10 e 17 anos que visitei (já que a internet hoje em dia nos permite, em certa medida, saber o que uma adolescente pensa ou ao menos o que ela expõe de seus pensamentos) e através também de revistas voltadas para este público – como Capricho (Editora Abril), TodaTeen (Editora Alto Astral), Gloss (Editora Abril), Atrevida (Editora Escala) – revistas que já estão há algum tempo no mercado e que costumam trazer dicas de como passar pela fase da adolescência da melhor forma possível, com dicas de beleza, comportamento e diversão), pude constatar que os adolescentes de hoje dizem que as pessoas os vêem como um ser de paradoxos: ele quer ser totalmente independente mas, ao mesmo tempo, precisa dos pais para poder "sobreviver", se diz auto confiante, mas ainda duvida de si, é extraordinariamente altruísta e,ao mesmo tempo, extremamente egoísta. No blog Blog de uma adolescente2 , Tainã Almeida, "dona" do blog, fala sobre seus medos, de não estar pronta para encarar os erros e acertos, além de mostrar seu talento literário: Tainã é poetisa. Já no blog Desejo Adolescente3 , Camila Mabeloop, além de falar de seus anseios sobre a adolescência, conta também sobre o seu dia-a-dia, dá dicas de livros, musicas, moda, etc. 1 Blogs são diários on-line que se pode utilizar para compartilhar informações com uma organização em um estilo eficiente e dinâmico. Em uma configuração de negócios, os blogs são uma ótima ferramenta para o fornecimento de informações atualizadas com um toque pessoal. 2 Disponível em http://blogdeumagarotaadolescente.blogspot.com.br/. Acessado em 06 set 2014. 3 Disponível em http://www.desejoadolescente.com/. Acessado em 06 set 2014.
  • 16. 16 Estes e tantos outros sites/blogs me ajudaram a ver e perceber como o próprio adolescente se vê. Ele quer liberdade de ir e vir, acha que a vida é "uma festa", seu pais são "insuportáveis", sua família são um "bando de chatos", e apenas seus amigos os entendem. Por eles, a vida seria apenas uma "festa", sem as outras partes. Uma festa sustentada pelos pais, diga-se de passagem, já que muitos desses adolescente "reclamões" não pensam em trabalhar, até querem sair de casa, mas continuando a ser sustentado pelos pais. Lendo esses blogs, pude perceber que os chamados "aborrescentes" passam a contestar o que os adultos dizem. Ora falam demais, ora ficam calados. Surgem os namoricos, as implicâncias e a vontade de conhecer o mundo, e se libertar das "garras" dos pais ao mesmo tempo que deles necessitam. Essa inconstância da adolescência parece vir do fato de que esta é a maneira que estes jovens encontram para tentar se adaptar ao fato de não serem mais crianças e tampouco adultos. Seu corpo está em transição e precisam construir uma nova identidade e se firmar no meio em que vivem. Por trás de toda essa inconstância, toda essa rebeldia, há diversos processos psicológicos para que eles possam organizar e se acostumarem com as novas sensações e sentimentos. Pude perceber durante a pesquisa que, nessa nova etapa, o adolescente passa por algumas "fases": a identificação e relação com o grupo no qual convive; a nova relação com os pais e familiares e o ganho da autonomia; e uma nova identidade sexual. A relação com o grupo torna-se cada vez mais importante na vida do adolescente, pois é dentro deste grupo que o jovem encontra suas afinidades, se identifica com algumas pessoas, e desenvolve suas relações sociais. Já a relação com os pais e familiares se torna um "campo de guerra": o adolescente começa a reservar mais a sua intimidade, recorre menos aos pais para a resolução de problemas e partilha menos tempo com estes. O controle dos pais também é questionado, e é a partir disto, torna-se fonte de discussão e conflitos entre pais e filhos. Mas o sistema familiar tem que ser mais flexível, já que o jovem começa a conviver mais tempo com outros adolescentes, e deixa em segundo
  • 17. 17 plano o sistema familiar , mas cheio de regras e limites impostos pelos pais. É nessa época também que o adolescente busca uma "identidade sexual", já que é nessa fase ocorrem significativas mudanças hormonais no corpo. Nos dias atuais, com a correria do dia a dia, vejo que os pais quase nem percebem que seu filho está crescendo, está passando por essa fase que na verdade para ele é um conflito entre sair da infância e passar pela adolescência. É uma fase muito difícil, e que determinará que tipo de adulto este jovem se tornará. Talvez devido às evoluções tecnológicas, com tantos meios de comunicação, apesar de quererem se mostrar os "donos do mundo" os jovens estão perdidos: não sabem se relacionar socialmente, a não ser quando o seu "grupo" está por perto, as relações com familiares se deterioraram, e a sexualidade é tratada como uma coisa banal, que "como todo mundo faz sexo, então também posso fazer". A transição entre a infância e a adolescência não é fácil. Ser do contra, ter manias com alimentos diferentes, vestir-se de forma estranha, cultuar ídolos, passar a gostar mais dos amigos que dos pais, experimentar variadas formas de ser, todas essas vivências são comportamentos que fazem parte do processo de experimentação para se encontrar nesta nova forma. Estar meio deprimido, chorar sem motivo aparente, ser alegre de forma exagerada, reivindicar atitudes inesperadas dos pais são parte dessa transição. O processo também é vivenciado com angústia, depressão e agressividade. E tem mais: mudanças no corpo, mudanças na mente, mudanças. E isso tudo, muitas vezes não é acompanhado pelos pais, que preferem dar dinheiro para o filho(a) "ficar feliz" do que tentar descobrir o que está acontecendo. E com isso, esses jovens da classe média dos dias atuais, se tornam"crianças crescidas" e não adultos, que se acham os donos do mundo, mas não sabem o real valor dele. 1.3 Referências visuais para a produção
  • 18. 18 Imagens retiradas da página pessoal de Camila do Rosário, sem dados disponíveis. Em minhas pesquisas, alguns ilustradores, artistas e designers contemporâneos chamaram a atenção, entre eles: Sammy Slabbinck, Coco, Ophelia Chong, Marek Haiduk, além dos artistas Henry Matisse, Georges Braque, Albert Dürer e Pablo Picasso. Mas falarei um pouco mais sobre aquelas que penso ter obras mais relacionadas com meu projeto: Camila do Rosário e Maria Caleis. Camila do Rosário iniciou sua vida universitária na faculdade de Moda na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), e em uma entrevista para o site da revista TPM (2012) a artista revelou que buscava entender o encantamento que sentia pela roupa e pelo corpo, especialmente o discurso poético essencial nessa relação. Mas abandonou o curso após uma professora lhe dizer que desenhava lindamente. Apesar da moda ser inspiração constante (nas roupas vestidas pelas mulheres que desenha e até em seus corpos longilíneos como os de modelos), temáticas regionais e fantásticas são exploradas. Camila mistura belezas delicadas e frágeis a feições e cores fortes. Veste figuras femininas de forma quase folclórica, como se reunindo todas suas referências ela criasse um universo muito próprio, uma história só sua. Além da referência fashion e regionalista, Camila tem atualmente outra forte entusiasta em suas criações, a rua: “As ruas têm me inspirado mais até do que a própria arte em si. Situações cotidianas e sentimentos influenciam a direção do meu trabalho”.A artista usa em suas criações materiais diversos como lápis de cores, tintas, canetas bic, colagens com recortes e fotografias. (CORTÊZ, 2012) Fig. 06 Fig. 07
  • 19. 19 Imagens retiradas da página pessoal de Maria Caleis, sem dados disponíveis. Segundo ela mesma descreve em sua página numa rede social4 , Maria Caleis é uma ilustradora de moda Espanhola, que trabalha com ilustração editorial, buscando inspiração em fotografias de moda e design. Maria adora usar cores e as expressões faciais em suas obras, dando a cada ilustração um pouco de alma e atitude sem exagerar. Caleis trata seus assuntos com detalhes meticulosos, usando linhas finas e cores fortes para criar volume e texturas. Seu estilo une a abordagem decorativa da ilustração de moda com a qualidade imaginativa da arte. Suas ilustrações propõe uma figuração estilizada cheia de referências de tudo o que inspira o seu universo particular. Moda, design de interiores, arte avant-garde, arte decó são alguns dos temas e linguagens normalmente encontrados em suas ilustrações. Fig 08 Fig. 09 4 Disponível em <https://www.facebook.com/Caleisart/info> Acessado em 16 setembro 2014.
  • 20. 20 CAPÍTULO 2 - DO ESBOÇO AO TRABALHO FINAL Neste capítulo será descrito o processo criativo que envolveu o desenvolvimento da série, em seus aspectos poéticos e práticos. Será mostrado o passo a passo da execução do projeto, e uma breve reflexão acerca de cada ilustração que compõe a série. Por fim, apresenta-se uma simulação da aplicação da ilustração numa revista voltada para o público adolescente. 2.1 A Concepção Como foi dito no capítulo anterior, a adolescência não é uma fase fácil da vida, e ilustrar essa parte da existência pela qual todos passamos, me trouxe memórias e reflexões, boas ou ruins. A adolescência é o momento do descobrimento e das revoluções pessoais. Retratar esse momento é difícil, pois é uma fase de muitas transições, e estas novas adolescentes estão mudadas e muito diferentes da juventude de tempos atrás, mesmo porque a mudança ocorreu até com o mundo em que vivemos. Até chegar a esse resultado, um longo caminho foi percorrido. No início, a intenção era trabalhar baseando-se no estilo de ilustração de outras duas artistas (Nina Pandolfo e Tânia Baião Lopes5 ) trabalhando com a imagem infanto- juvenil. Com a ajuda da orientadora e algumas pesquisas, o tema "Adolescência" surgiu, e a linguagem visual foi afastando-se das referências iniciais, aproximando- se do fazer que eu mesma desenvolvi durante o curso e fora dele. Após a primeira experiência prática dentro da nova proposta, a idéia começou a florescer. Então começou-se tudo novamente: pesquisar novas referências, novas leituras, a definição da proposta de ilustração, a delimitação do tema, a inserção da colagem. 5 Ambas ilustradoras e que trabalham o universo infantil e juvenil.
  • 21. 21 Durante essas novas pesquisas, diversos artistas referenciais apareceram, alguns trabalhavam com o universo adolescente, outros com a mesma técnica proposta no trabalho, a exemplo das duas artistas escolhidas como referencias. Percebi que aqueles que exploravam o universo adolescente não se ajustavam no viés escolhido para a execução do trabalho: ressaltavam apenas a parte ruim da adolescência - bebidas, drogas, sexualidade exacerbada, más companhias, etc. E assim, além dos artistas "clássicos" (Picasso e Braque, principalmente por suas colagens), Camila do Rosário e Maria Caleis apareceram como possíveis referências, não por trabalharem o universo adolescente, mas sim por usarem as técnicas com as quais me desafiei a trabalhar neste projeto. Quanto à parte teórica, foi preciso não apenas pesquisas sobre as técnicas, mas também sobre adolescência, como os adultos vêem os adolescentes, e como estes próprios se vêem. Para isso, foram pesquisados artigos da internet de psicólogos, professores e instituições, revistas especializadas para este público, blogs pessoais de adolescentes. Foi preciso também delimitar o tema, pois há em "adolescentes" uma grande abrangência, então foi decidido trabalhar apenas com ilustrações sobre adolescentes brasileiros da classe média atual. E porque trabalhar com a colagem? Porque acredito que a colagem faz parte da evolução da ilustração, e nos dá mais liberdade de expressão. Assim como a colagem, pode demonstrar a inconstância do adolescente: como as ilustrações não são coladas com cola, mas sim com fita adesiva dupla-face, pode-se movimentá-las, tirar de um lugar e colocar em outro, pode-se remeter a instabilidade do adolescente de ora estar feliz e no segundo seguinte achar que"o mundo está contra ele". Já a ilustração é algo que sempre gostei, e não tive dúvidas quanto a utilizá-la. Por ser um tipo de linguagem em que se ilustra algo (um poema, uma história, uma música, uma ideologia) é algo que sempre me fascinou. Além de suas diversas técnicas, a ilustração nos possibilita ter um traço único. Muitos ilustradores são reconhecidos em seus traços e desenhos bastante pessoais e característicos, sem que o espectador tenha que ler seu nome escrito na ilustração. Também penso
  • 22. 22 que a ilustração nos deixa fantasiar um pouco mais do que uma obra de arte permite: com ilustrações é possível criar mundos fantásticos e ficcionais que nos encantam e divertem, e nos fazem sonhar em um dia viver nesses mundos, mesmo sabendo que é impossível. 2.1.2 O passo a passo Depois de definidos o tema e a técnica a serem a serem utilizadas, começou o processo de execução das obras. Na montagem a seguir, mostrarei o trabalho de execução das ilustrações desde o rascunho até a colagem do tecido no papelão. Fig. 10 - Processo criativo parte 1 - Do rascunho ao contorno - Acervo da artista.
  • 23. 23 Como observamos nas imagens (Fig. 10), após o rascunho, o desenho é transferido à lápis para o papel Montval. Assim, se algo acontecer durante o processo de pintura, o desenho não é perdido.Depois, aplico a caneta nanquim para fazer os contornos. As ilustrações são feitas separadamente, depois são recortadas e coladas com fita dupla-face adesiva sobre um papelão forrado com tecido. O tecido é escolhido de acordo com a predominância da cor nas ilustrações ou então aquele que destacará mais facilmente a ilustração. Fig. 11 - Processo criativo parte 2 - Da pintura à finalização - Acervo da artista.
  • 24. 24 2.2 As Ilustrações A primeira ilustração da série é O que comprarei? (Fig. 12), que ilustra o consumismo dentro do universo adolescente, já que estes são um público muito visado por diversas marcas. Veículos de comunicação usam a necessidade da adolescente de ser aceita para explorarem o consumo na adolescência. Para estas novas consumistas os produtos deixaram de ser apenas algo para se usar e passaram a ser adorados; você não precisa ter 10 bolsas, 50 pares de sapato, 30 vestidos, mas você quer ter. A ilustração mostra uma adolescente "pensando" no que ela que comprar, no que ela "precisa" ter para ser aceita dentro da sociedade e do universo adolescente. As cores foram escolhidas tentando refletir o universo adolescente, que gosta de cores vivas e chamativas. Já para os tecidos, apesar de tentar ligar também com este universo, me baseei mais na composição de cores: depois de pintadas as ilustrações, decidi pelo tecido que mais combinava com estas. Fig. 12 - O que comprarei. Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 42x27,5cm (Acervo da Artista)
  • 25. 25 A segunda ilustração é Fantasias (Fig. 13). Nesta ilustração é mostrada uma das coisas boas dessa fase: o interesse pela leitura. E por isso muitos autores hoje em dia publicam livros voltados diretamente para este público. A maioria (para não generalizar e dizer todos) são livros de fantasia e ficção, mas que alimentam sonhos e fantasias dos adolescentes. Afinal, quem não quer ser a heroína de uma revolução (como A Katniss em Jogos Vorazes), ou um Bruxo que está destinado a destruir o bruxo mais maléfico de todos os tempos (como o Harry Potter em todos os livros que levam seu nome)? Ou ainda viver um romance como Hazel Grace no livro A culpa é das Estrelas (este sim baseado em uma história real)? Fig. 13 - Fantasias. . Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 27x18cm (Acervo da Artista)
  • 26. 26 A ilustração mostra uma adolescente lendo um livro e ao seu redor, os símbolos presentes nestes livros, pelo os quais os adolescentes são capazes de reconhecer os livros a que pertencem. Aqui as cores são quase fiéis à dos símbolos representados nestes livros, por isso não houve muita reflexão sobre como seriam as cores. Quanto ao tecido, assim como em outros, tentei utilizar tecidos que remetem à adolescência, e também que destacassem as ilustrações. A terceira ilustração (Fig. 14) é sobre o "Diário" tanto utilizado por adolescentes de até alguns anos atrás, e que hoje foi trocado por blogs e redes sociais (e até alguns aplicativos para celular e tablet). Fig. 14 - Querido diário.... Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 41x25cm (Acervo da Artista)
  • 27. 27 Fig. 15 - Consequências. Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 23x28,5cm (Acervo da Artista) Em Querido Diário... a adolescente, cercada por frases e pensamentos que passam pela mente dos adolescentes diariamente, está isolada, como se realmente estivesse escrevendo em seu diário (ou blog), como muitas fazem, pois o diário é exatamente para isso, para reflexões e pensamento acerca do seu dia e da vida. Aqui também tentei combinar cores e tecido, já que não há tantos elementos quanto nas outras ilustrações Consequências (Fig. 15) mostra como o adolescente vê essa nova fase: diversão e escolhas, sem pensar nas consequências. Festas, bebidas, drogas,
  • 28. 28 é nessa fase que o adolescente se mostra mais vulnerável e aberto a receber conselhos de amigos que os levam à experimentar estes tipos de diversão. Depressão, culpa, ansiedade exagerada e baixa auto-estima são o que mais influenciam os adolescentes nessa fase e estes são fatores que desencadeiam este comportamento. Gravidez, alcoolismo, dependência de drogas químicas, depressão, são alguns dos problemas enfrentados nesta fase, e é isto o que a ilustração mostra. Nesta ilustração as cores foram pensadas como na primeira: tentar refletir a adolescente em seu ambiente. E é nesta ilustração também (e apenas nela) que há adolescentes com a pele colorida: as figuras da adolescente grávida e as duas com um copo de cerveja cada. Decidi pintar estas por achar visualmente melhor, por causa da área branca que ficaria. O tecido também foi utilizado para dar destaque às ilustrações, mas também combinando com a cor predominante. A quinta ilustração (Fig. 16) da série trata sobre a internet e a evolução dos aparelhos eletrônicos, e a necessidade dos adolescentes precisarem possuir celulares e tablets cada vez mais evoluídos. O mundo virtual vai, progressivamente, confundindo seus limites com o mundo real no cotidiano de crianças e adolescentes. A internet, o telefone celular e muitos novos equipamentos de tecnologia da informação vão transformando os comportamentos e as formas de se relacionar com a família, com os amigos e com as novas possibilidades de viajar pelo mundo sem sair de casa. Mas, também, surgem novos riscos à saúde para a geração da era digital, devido ao excesso de horas no uso do computador, deficiência de sono e hábitos sedentários, queda do rendimento escolar, pornografia e pedofilia on-line. Conectividade traz os símbolos de redes sociais e aplicativos utilizados (alguns excessivamente) por adolescentes. Assim como uma adolescente com um celular na mão, algo "normal" hoje em dia.
  • 29. 29 As cores, assim como na segunda ilustração, seguem o padrão dos símbolos para que estes sejam reconhecidos facilmente. Já a blusa e o casaco da adolescente seguem o mesmo princípio das outras ilustrações: remeter ao universo adolescente. O tecido remete à informação (jornal) e, para mim, também remete à internet e equipamentos de tecnologia da informação, e por essa razão escolhi este tecido. Fig. 16 - Conectividade. Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 37,5x27,5cm (Acervo da Artista)
  • 30. 30 Já a sexta ilustração (Fig. 16) não tem um assunto próprio, mas uma diversidade dos assuntos discutidos anteriormente nas outras ilustrações e textos. Dramas, dilemas, amizades, tecnologia, drogas, bebidas, etc, o universo adolescente é retratado de uma forma geral nesta ilustração. Assim como as outras ilustrações, as cores foram baseadas no universo adolescente, e o tecido escolhido para dar destaque nas ilustrações. Fig. 16 - Adolescência. Aquarela s/ papel e colagem.Dimensões 40x27cm (Acervo da Artista)
  • 31. 31 2.3 Aplicação Como Ilustração Editorial A seguir, mostro alguns exemplos da aplicabilidade destas ilustrações (ou recortes de algumas) em revistas voltadas para o publico adolescente.
  • 32. 32
  • 33. 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS Criar o universo da adolescente brasileira da classe média dos dias atuais foi uma proposta desafiadora, mas igualmente gratificante. A adolescência é considerada um período que compreende a busca de identidade e o autoconhecimento; é marcado pela busca de semelhantes, o que provoca o distanciamento dos pais; e é nesse período que ocorre a explosão da sexualidade. A adolescência é uma fase conturbada e de realizações e descobrimentos. Ilustrar essa fase me levou a pensar em como o mundo evolui, mas as perguntas para todas as fases de nossa vida continuam as mesmas: quem sou? Porque estou aqui? Estou pronto para tudo o que tenho que enfrentar? A adolescência é aquela fase de aprendizado, de descobertas novas, enfim uma etapa, sobre qual todos devem passar. Assim como a ilustração em si é também desafiadora. Se "encontrar" na ilustração, descobrir qual a melhor técnica, a que mais combina com o seu estilo ou a que você melhor se adapta, exige muito trabalho e dedicação. Na breve introdução à história da ilustração, conhecemos a origem desta e o emprego de diversas técnicas, e como estas informações são importantes para o ilustrador. Criar algo que ainda não foi feito, só é possível com o conhecimento do passado, e é neste que podemos, também, encontrar referências para futuras criações. Misturar adolescência e ilustração foi um trabalho árduo e cansativo, não pelas ilustrações em si, mas pelos assuntos abordados. Nem todos foram fáceis de se decidir. São tantas as coisas que acontecem durante a adolescência, que seriam necessários mais algumas ilustrações para poder retratar tudo. Mas acredito que as escolhas dos assuntos ilustrados servirá para que comecemos a pensar melhor em como anda a nossa juventude, e em como, com o passar dos anos, as mudanças pelas quais esses adolescentes passam os tornam mais arredios e incapazes de enfrentarem o mundo real, pois vivem apenas dentro de seu próprio mundo, onde tudo é "festa".
  • 34. 34 REFERÊNCIAS ANTUNES, Ricardo. Guia do Ilustrador. São Paulo, 2007. CASTAGINI, Andrea. A força da ilustração. In: Secretaria de Estado. Superintendência da Educação. Diretoria de Tecnologias Educacionais. Ilustração Digital e Animação. SEED, Curitiba, 2010. CAVALCANTE, Nathalia Chehab de Sá. Ilustração: Uma prática passível de teorização. Disponível em <http://www2.dbd.puc- rio.br/pergamum/biblioteca/php/mostrateses.php?open=1&arqtese=0610655_10_Indi ce.html> Acesso em: 06 outubro 2014. CORTÊZ, Natacha. Camila do Rosário. 2012. Disponível em <http://revistatpm.uol.com.br/entrevistas/camila-do-rosario.html>. Acessado em 16 setembro 2014 FARTHING, Stephen. Tudo sobre arte. Sextante, Rio de Janeiro, 2010. GOLDING, John. Cubismo.In: STANGOS, Nikos. Conceitos da Arte Moderna. Jorge Zahan Ed., Rio de Janeiro, 2000. MAYER, Ralph. Manual do Artista. Martins Fontes, São Paulo, 2002. MORAES, Edilaine. Adolescência - O que é adolescência. Disponível em <http://www.cuida.org.br/definicao.html>. Acesso em: 06 maio 2014. OLIVEIRA, Rui de. Pelos Jardins Boboli – reflexões sobre a arte de ilustrar livros para crianças e jovens. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2008. PORTO, Gabriella. Aquarela. Disponível em <http://www.infoescola.com/pintura/aquarela/>. Acesso em: 17 julho 2014. PORTO, Gabriella. Colagem. Disponível em <http://www.infoescola.com/pintura/colagem/>. Acesso em: 06 maio 2014.
  • 35. 35 UM OLHAR SOBRE A NOVA ADOLESCÊNCIA
  • 36. 36 Jamille Zambrim - O que comprarei... - Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 42 x 27,5cm
  • 37. 37 Jamille Zambrim - Fantasias. - Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 27 x 18cm
  • 38. 38 Jamille Zambrim - Querido diário... - Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 41 x 25cm
  • 39. 39 Jamille Zambrim - Consequências. - Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 23 x 28,5cm
  • 40. 40 Jamille Zambrim - Conectividade. - Aquarela s/ papel e colagem. Dimensões 37,5 x 27,5cm
  • 41. 41 Jamille Zambrim - Adolescência. - Aquarela s/ papel e colagem.Dimensões 40 x 27cm
  • 42. 42 CURRÍCULO Jamille Sousa Zambrim Rua Roberto Medeiros, 409. Vila Margarida jamillezambrim@hotmail.com Exposições: Coletivo Aurora - SESC Horto Florestal - 06/13 Coletivo Tintas e Afins - Morada dos Baís - 10/14 Mandalas - Corredores da Unidade VIII UFMS - 10/13 Paredes de Fora - Corredores da Unidade VIII UFMS - 10/14 Intro - Memorial da Cultura Apolônio de Carvalho - 11/14