1. Os Céus e a Nova Jerusalém
Quem nunca ouviu, numa dessas nossas igrejas, um daqueles sermões inflamados que descrevem a Nova
Jerusalém? Quem nunca sonhou em viver naquela cidade perfeita?! Que refrigério! A nova Jerusalém descrita na visão
de João em seu exílio na Ilha de Patmos é uma antítese da Grande Babilônia, símbolo do pecado e da perdição. A Nova
Jerusalém será digna do repouso da glória de Deus! Perfeita! Mas, a tão bela cidade, se não cumprisse um quesito
apenas, ela poderia muito bem ficar deserta e ser indesejada!
Apesar de a Nova Jerusalém ser citada em outras partes da Bíblia, é nos dois últimos capítulos do livro do
Apocalipse1
que podemos encontrar uma descrição mais detalhada. Eis, a seguir, alguns destaques: “Semelhante a
uma pedra de jaspe; como uma noiva que se enfeita com suas joias; uma cidade de ouro puro. ” A cidade possui medidas
precisas e perfeitas, seus fundamentos são doze em alusão as tribos de Israel e cada um deles construídos em pedras
preciosas. As portas da cidade são doze pérolas! A sua praça é de ouro puro como o vidro. Sejam descrições literais ou
alegóricas, não há dúvida, ela é magnífica!
Se é um lugar tão perfeito e glorioso, poderia um cristão não desejar ‘passar’ lá a sua vida eterna?
Sim! A Nova Jerusalém para ser atrativa a um verdadeiro cristão, ela precisa primeiro ser habitada por uma
pessoa, somente depois desse momento ela será convidativa aos nossos olhos. E não se trata de exigência. É uma
questão de Graça. A graça é Cristo! O Cordeiro de Deus é a glória da sua cidade que desce do Céu como uma noiva
ataviada para o casamento! Poderemos muito bem dizer, como Moisés, “Se Tu mesmo não for conosco, não nos faça
sair daqui”2
. Não há encanto que obscureça a glória do Cordeiro de Deus. Sem ele, nenhuma riqueza terrena ou celestial
nos causa admiração!
Se Cristo lá não estiver, tão pouco quererei estar. Se não puder vê-lo, tocá-lo, não nos servirá tanto esplendor.
Não há brilho maior que o dos seus olhos! Não há lugar mais desejado que o seu coração! Na verdade, nem a própria
Jerusalém desejaria existir sem o seu noivo. Em qualquer canto desse universo onde a beleza se apresentar terá vindo
de Cristo! Toda harmonia aponta para Cristo. Portanto, não é o objetivo da nossa jornada contentar-se com a beleza,
com a riqueza, com a felicidade ou qualquer coisa antes de deleitar-se em Cristo.
Sabemos das intempéries que nos afligem no dia a dia. Dos sofrimentos, das injustiças, das dores. Portanto,
quando vislumbramos as belezas dos céus ficamos muito contentes. Mas, desejar as riquezas espirituais em primeiro
lugar, antes de desejar Cristo, é a mesma coisa que priorizar as riquezas materiais em nossa vida terrena.
Comportamento considerado questionável. Onde estão nossos olhos? Se é em Cristo, tudo o mais empalidece. Mas se
quero ir para os céus para ser recompensado, para fugir do inferno, para ser feliz, apenas, podemos não ter entendido
bem a mensagem do evangelho.
Cristo é a nossa redenção e glória. “Pois nele vivemos, nos movemos e existimos”.3
“Ele é antes de todas as
coisas”.4
Só quero, só quero ver você
Só quero, só quero ver você
Só quero, só quero ver você
O que é que os anjos veem?
Que os fazem se prostrar
O que é que os anjos veem?
Que os fazem cantar: Santo
Quero olhar na face do meu criador
Quero olhar a face daquele que primeiro me amou.
(Laura Souguellis)
1
Apocalipse 21 e 22.
2
Êxodo 33.15.
3
Atos 17.28.
4
Colossenses 1.17.