SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  30
Télécharger pour lire hors ligne
Cartilha do Tecnólogo
O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO




              Brasília, 2010
Cartilha do Tecnólogo
O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS TECNÓLOGOS – ANT

Presidente: Tecnólogo Jorge Guaracy Ribeiro

CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA – CONFEA

Presidente: Engenheiro Marcos Túlio de Melo
© 2010. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS TECNÓLOGOS – ANT
© 2010. CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA – CONFEA

Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.




                                  FICHA CATALOGRÁFICA


                 A849

                   Associação Nacional dos Tecnólogos – ANT
                      Cartilha do tecnólogo: o caráter e a identidade da
                   profissão. Brasília: Confea, 2010
                      30p.ilus.

                       1. Identidade profissional. 2. Valorização profissional.
                   3. Educação tecnológica no Brasil – História. I. Título.




ANT                                    Sede


Associação Nacional                    Av. Cruzeiro do Sul, 2890
dos Tecnólogos                         2º Andar – Sala 3 – Santana
                                       CEP 02030-100 – São Paulo/SP
                                       Tel.: (12) 3895-7504 / (61) 9637-1979
                                       E-mail: ant@tecnologo.org.br
                                       http://www.ant.org.br
Sumário




Apresentação

Evolução histórica da educação tecnológica no Brasil           11

A identidade e o caráter da profissão do tecnólogo
nas áreas abrangidas pelo Sistema                              15
    Identidade da profissão                                    17
    Caráter da profissão                                       17
    Exercício profissional                                     17
    Sistema CONFEA/CREA                                        18
    Atribuições profissionais Sistema CONFEA/CREA              18
    Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973                   18
    Resolução nº 313, de 26 de setembro de 1986                18
    Resolução nº 1.010, de 22 de agosto de 2005                19
    Resolução nº 1.007, de 5 de dezembro de 2003               19
O exercício profissional e responsabilidades técnicas
dos tecnólogos nas áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA   21

Desenvolvimento profissional dos tecnólogos                    23

Os tecnólogos e o mundo do trabalho                            25
Apresentação




A   pós um longo período de baixos investimentos públicos e privados em in-
    fraestrutura, o Brasil retoma um ciclo vicioso de desenvolvimento. Progra-
mas governamentais como o PAC e Minha Casa Minha Vida, por seu lado, abrem
novas perspectivas no mercado de trabalho na Engenharia e da Arquitetura. O
número de profissionais, no entanto não cresceu na mesma proporção e a mão
de obra qualificada já dão sinais de escassez. Se no período de baixa de investi-
mentos, muitas estruturas técnicas foram desmontadas, agora há uma necessi-
dade urgente de reativá-las, para atender a demanda de crescimento.
Nesse contexto, a educação profissional tecnológica assume papel fundamental
para o desenvolvimento. Por isso, as recentes medidas para a ampliação da Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, embora não resolvam
todos os problemas nesta área, devem ser comemoradas pela sociedade brasileira.
Por outro lado, a organização e a valorização dos profissionais da Engenharia, da
Arquitetura e da Agronomia são essenciais para o seu reconhecimento social. Por
isso, saudamos com muita satisfação a evolução do movimento dos tecnólogos
das áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA.
A criação do GT Tecnólogos no ano de 2006 foi o passo inicial desta etapa que a
cada dia avança e ganha forças com o trabalho das entidades representativas da
categoria, participando ativamente através da realização de fóruns de discussão,
encaminhando propostas e buscando espaço nas instâncias do Conselho.
O avanço da compreensão do papel dos tecnólogos no contexto produtivo e aca-
dêmico é a única forma de romper com esta condição estabelecida e esta cartilha
deverá ser de grande valia neste processo.

Conclamo a todos para uma reflexão sobre esta questão, onde os interesses maio-
res do desenvolvimento do país devem ser colocados acima dos interesses corpo-
rativos, devendo-se lançar um olhar para o futuro, de modo a contribuirmos para
um projeto de desenvolvimento sustentável para a Nação.

                                                          Marcos Túlio de Melo      7
                                                          Presidente do CONFEA
A   Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação,
    SETEC/MEC, tem trabalhado na construção de políticas públicas de qualificação
e expansão da educação profissional e tecnológica, contrapondo-se a políticas e
concepções neoliberais, abrindo oportunidades para milhões de jovens e adultos
da classe trabalhadora.

Uma destacada política é a expansão da rede federal de educação profissional.
Em 93 anos, todos os governos que passaram pelo Brasil construíram apenas
140 escolas técnicas. Em 2010, existirão mais de 354 unidades, com previsão de
atender em alguns anos 500 mil novas vagas no ensino técnico, cursos superiores
de tecnologia e licenciaturas. Dentre outras ações, o governo federal ainda firmou
acordo com entidades que formam o denominado “Sistema S” (SENAI/SESI,
SENAC/SESC) para ampliar a oferta de cursos de formação profissional gratuitos
no país, já a partir deste ano.

A valorização e o reconhecimento social da educação profissional e tecnológica
no País é um dos temas de atuação de nossa Secretaria. Para os cursos superiores
de tecnologia, uma das ações mais efetivas foi a implantação do catálogo nacional
de Cursos Superiores de Tecnologia, que entre outros benefícios, possibilita, desde
2007, a realização do ENADE para tais cursos.

Ao ser convidada pelo CONFEA para participar da elaboração da cartilha dos
tecnólogos, apresentando a origem e identidade do profissional tecnólogo, a
SETEC/MEC teve o prazer de receber e constituir um Grupo de Trabalho, composto
por profissionais das Rede Federal, do “Sistema S”, da Associação Nacional de
Tecnólogos e do CONFEA, que elaborou a minuta desse documento.

Participamos ativamente dessa ação por acharmos que a elaboração e adoção
desse documento no âmbito do Sistema CONFEA/CREA constitui-se em uma
política de inclusão, integração, reconhecimento e valorização profissional dos
Tecnólogos, visando o exercício profissional digno e pleno, de modo compatível
com a formação acadêmica.

O Brasil está em um período de franco crescimento com distribuição de renda
e elevação de qualidade de vida do cidadão. Nesse contexto, observamos um
crescimento virtuoso da oferta de matrículas em CSTs. A SETEC/MEC fomenta esse
crescimento de forma sustentada, com qualidade e responsabilidade social, o que
é fundamental para que os tecnólogos possam ocupar seu espaço, contribuindo
para o desenvolvimento social e econômico de nossa nação.

É o Brasil vivendo um novo momento, de desenvolvimento sustentável, onde a
educação tem papel fundamental.

                                                       Eliezer Moreira Pacheco
                                Secretário de Educação Profissional e Tecnológica
O    lançamento da Cartilha do Tecnólogo das áreas abrangidas pelo Sistema
     CONFEA/CREA é uma conquista de vital importância para a categoria, pois
deverá constituir um marco referencial no desenvolvimento da luta daqueles
que acreditam e defendem a profissão, por compreenderem a sua importância
para o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico do país.

Este trabalho é fruto das discussões desenvolvidas nos Fóruns de Valorização
Profissional dos Tecnólogos realizados pela Associação Nacional dos Tecnólogos
– ANT e da dedicação e empenho das instituições e representantes envolvidos na
sua elaboração.

Ele estabelece um efetivo ponto de partida para as necessárias mudanças dos
paradigmas estabelecidos na nossa sociedade em relação ao profissional tecnólogo.
Busca romper com o preconceito, por meio do esclarecimento e da compreensão
do caráter da profissão, e elevar a autoestima profissional, ao estabelecer uma
identidade clara e precisa para os atuais e futuros tecnólogos.

Temos a consciência do muito que ainda resta a ser feito pela inclusão, reconhe-
cimento, integração e valorização profissional do tecnólogo, para que a profissão
possa ser exercida com dignidade e respeito, de forma plena e irrestrita no âmbito
da modalidade, de acordo com as competências adquiridas pela graduação.

Desta forma, conclamamos todos os profissionais tecnólogos a se engajarem
nesta luta, que muito além dos interesses corporativos, é um verdadeiro exercício
de cidadania em prol dos interesses da classe trabalhadora e do povo brasileiro.

                                                  Tecg. Jorge Guaracy Ribeiro
                              Presidente da Associação Nacional dos Tecnólogos
Evolução histórica da
educação tecnológica no Brasil




O    s Cursos Superiores de Tecnologia surgiram em nosso país na década de
     60, como resposta da sociedade às transformações socioeconômicas que
envolviam os setores produtivos, a partir da implantação da reforma do ensi-
no industrial. A Lei 5.540/68, que disciplinou a educação superior brasileira, em
seus artigos 18 e 23, reforçou a possibilidade de criação de Cursos Superiores
de Tecnologia, com o objetivo de atender às peculiaridades do mercado de tra-
balho regional, autorizando, segundo a área abrangida, que os cursos apresen-
tassem modalidades e duração diferentes, a fim de responder às demandas e
características do mundo do trabalho.

As primeiras experiências da educação tecnológica (cursos de formação de tec-
nólogos) conviveram com os Cursos de Engenharia de Operações até 1977, quan-
do estes foram extintos. Apesar do sucesso alcançado pelas primeiras turmas de
formação de tecnólogos, a resistência dos meios acadêmicos acabou por inibir a
expansão desses cursos, sob a alegação de que seria necessária uma ampla pes-
quisa de mercado para comprovar a necessidade daqueles profissionais.

No início da década de 1980, com a nova denominação de “Cursos Superiores
de Tecnologia (CST)”, estabelecida pela Resolução CFE nº12, de 30 de dezem-
bro de 1980, essa importante modalidade de educação superior foi reforçada
para atender às mudanças requeridas pelo mundo do trabalho. Novas formas
de organização e gestão exigiam profissionais com domínio científico e prática
tecnológica, em suas respectivas áreas de atuação. É nessa época que surgem
as primeiras entidades representativas dos profissionais tecnólogos no país, em
decorrência das restrições impostas ao exercício profissional compatível com a
formação adquirida na graduação tecnológica.

Em que pese a notória resistência dos meios acadêmicos universitários, sobre-
tudo das universidades federais, a exemplo de outras entidades privadas, os
primeiros cursos tecnológicos surgiram de forma espalhada pelo país. Ainda na
década de 1960, o estado de São Paulo criou alguns cursos tecnológicos no
Centro Paula Souza. Algumas iniciativas surgiram também no Serviço Nacional         11
de Aprendizagem Industrial – SENAI, como é o caso do Centro de Tecnologia da
Indústria Química e Têxtil, no Rio de Janeiro, que surgiu no ano de 1973. Neste
     mesmo período algumas universidades federais ofertaram cursos tecnológicos
     como, por exemplo, a Universidade Federal de Mato Grosso. Na década de 1970
     o governo federal deu início à formação de tecnólogos na Rede Federal de Edu-
     cação Profissional. Nessa Rede, o caso mais clássico foi a criação do Centro Fe-
     deral de Educação Tecnológica do Paraná.

     Com relação aos CST, merecem destaque nesse período:

         a publicação do Parecer CFE n° 364/80 que discutiu as prerrogativas “legais”
         dos chamados órgãos de classe e apontou para o entendimento de exercício
         livre de profissões, salvo aquelas prescritas em lei;

         a Resolução n° 313/86 do CONFEA que regulamentou o exercício profissional
         dos tecnólogos nas áreas submetidas à sua regulamentação;

         a realização, em 1987, do 1° Encontro Nacional de Educação Tecnológica, que
         reuniu um grande número de docentes e discentes de CST, em Curitiba – PR;

         a criação, pelo Decreto Federal 97.333/88, do primeiro curso em hotelaria, ofer-
         tado pelo Senac de São Paulo. A partir desse pioneirismo na área de turismo e
         hotelaria, várias instituições passaram a oferecer CST no setor terciário.

     Após a Lei 9394/96, seguida pela regulamentação do Conselho Nacional, por
     meio dos Pareceres CNE/CES nº 436/2001, CNE/CP nº 29/2002 e Resolução
     CNE/CP nº 3/2002, toda e qualquer dúvida sobre a condição de cursos
     de graduação cedeu lugar a uma grande expansão desses cursos pelo
     país. Destaques para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica
     e Tecnológica, Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza e
     para o SENAI, com predominância das instituições privadas de educação
     superior em quantidade e em número de cursos e de alunos matriculados.
     Pacificou-se naquela época o entendimento de que os cursos superiores
     de tecnologia são graduações e, portanto, os seus egressos podem fazer
     pós-graduação lato sensu e stricto sensu, ou seja: especialização, mestrado
     e doutorado. Certamente, isso estimulou os jovens e trabalhadores a
     fazerem cursos superiores de tecnologia.

     No final do século passado, o governo federal reiniciou o processo de transfor-
     mação das então Escolas Técnicas Federais em Centros Federais de Educação
     Tecnológica, impulsionando grandemente a oferta de graduações tecnológica
     no país. Houve um salto na oferta de cursos superiores de tecnologia, com ex-
     pressiva participação das Instituições de Ensino Superior – IES privadas, atin-
     gindo em 2002 mais de 800 Cursos Superiores de Tecnologia, com aproxima-
     damente 150 mil alunos. O número de cursos e de alunos não parou mais de
12
     crescer, saltando em 2003 para 1.050 cursos e 220 mil alunos.

     CARTILHA DO TECNÓLOGO – O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
No ano de 2004 foi criada a Associação Nacional dos
Tecnólogos – ANT, durante o I Encontro Nacional dos
Tecnólogos da Engenharia realizado em São Paulo,
com a participação do Sindicato dos Tecnólogos de
São Paulo, Sindicato dos Tecnólogos do Mato Grosso
do Sul, Sindicato dos Tecnólogos do Rio de Janeiro,
Sindicato dos Tecnólogos do Acre, Sindicato dos Tec-
nólogos da Bahia e Sindicato dos Tecnólogos do Pa-
raná. A criação da ANT teve o objetivo de organizar
os segmentos da categoria vinculados ao Sistema
CONFEA/CREA, em âmbito nacional, buscando esta-
belecer a interlocução com os poderes legislativo e
executivo, instituições públicas e privadas federais,
além de incentivar a criação de entidades representativas nos estados da Fe-
deração, voltadas para a defesa de uma política de inclusão, reconhecimento,
integração e valorização dos tecnólogos da Engenharia.

O governo federal editou em 2005 o Decreto 5154, com o objetivo de regulamentar
a educação profissional e tecnológica, corrigindo distorções existentes nos mode-
los de formação e abrindo novas perspectivas para a educação profissional e tecno-
lógica. A partir desse Decreto regulamentador, vários estudos foram realizados para
ajustar as normas do Sistema Federal de Ensino a essa nova realidade. Nesse ano, o
CONFEA aprovou a Resolução nº 1.010/05, que reorienta os critérios de atribuições
aos profissionais daquele Sistema, com base nas competências previstas na organi-
zação curricular de cada curso. Assim, as competências dos profissionais passaram
a ser definidas com base na organização curricular devidamente aprovada pelo res-
pectivo sistema de ensino e não mais pelo título acadêmico apresentado. Esse foi
um passo importante para a plena atuação do tecnólogo no mundo do trabalho.
Entretanto, ainda persistem Resoluções daquele Sistema que devem ser revistas em
âmbito administrativo para se ajustarem ao novo ordenamento jurídico do país. O
mais importante é que passa a existir um claro compromisso do CONFEA no sentido
de reconhecer os direitos e corrigir as distorções existentes em sua legislação inter-
na, incentivando e valorizando os tecnólogos da Engenharia.

Ainda em 2005, a Lei 11.195/05 retira o impedimento legal à criação de unidades
federais de educação profissional e tecnológica; e com isso inicia-se a expansão
da rede federal de educação profissional.

O Ministério da Educação, ouvindo os setores organizados da sociedade, elabo-
rou o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia como um guia para
referenciar estudantes, educadores, instituições ofertantes, sistemas e redes de
ensino, entidades representativas de classes, empregadores e o público em ge-
ral, como forma de aprimorar e fortalecer os cursos superiores de tecnologia em
                                                                                                 13
cumprimento ao Decreto 5.773/06.

                                          EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA NO BRASIL
O Catálogo está organizado em dez (10) eixos tecnológicos, com 102 graduações
     tecnológicas, servindo de base também para o Exame Nacional de Desempenho
     dos Estudantes (Enade) e para os processos de regulação e supervisão da educa-
     ção tecnológica. Organiza e orienta a oferta de cursos superiores de tecnologia,
     inspirado nas diretrizes curriculares nacionais e em sintonia com a dinâmica dos
     setores produtivos e com as expectativas da sociedade. Esse catálogo é atualizado
     anualmente pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério
     da Educação – Setec/MEC.

     Em 2007, os dois primeiros CST realizaram o Enade – Exame Nacional de Desem-
     penho dos Estudantes: Radiologia e Agroindústria. Em 2008, outros 10 CST reali-
     zaram o Exame, e neste ano (2009) mais sete CST estão realizando. A inclusão dos
     CST no Enade conclui a integração dos CST ao Sistema Nacional de Avaliação da
     Educação Superior – Sinaes.

     Chega-se ao ano de 2009 com a consciência de que houve uma grande evolu-
     ção em relação aos cursos superiores de tecnologia ou graduações tecnológicas,
     tanto do ponto de vista de aceitação pela sociedade, quanto pela importância
     que assumem em relação ao desenvolvimento do país. Entretanto, essa mesma
     reflexão revela que ainda existem percalços que precisam ser superados, como
     por exemplo, editais de concursos para admissão que excluem a participação
     do profissional tecnólogo.

     Atualmente, nas áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA, o número de
     instituições, de cursos e de alunos continua crescendo vigorosamente, com pre-
     ponderância de ofertas pelo setor privado. Rede Federal e Centro Paula Souza
     se destacam no setor público, enquanto no setor privado o destaque fica por
     conta do Sistema ‘S’.




14


     CARTILHA DO TECNÓLOGO – O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
A identidade e o caráter
da profissão do tecnólogo nas
áreas abrangidas pelo Sistema



                   Alguém tem competência profissional quando constitui, articula
                   e mobiliza valores, conhecimentos e habilidades para a resolução
                   de problemas não só rotineiros, mas também inusitados em seu
                   campo de atuação profissional. Assim, age eficazmente diante do
                   inesperado e do inabitual, superando a experiência acumulada
                   transformada em hábito; liberando o profissional para a criativi-
                   dade e a atuação transformadora.

                                                              (CES/CEB Resolução 16/99)




O    s tecnólogos das áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA representam
     um segmento profissional de extrema importância para o desenvolvimento
socioeconômico e tecnológico do nosso país, decorrente das características pró-
prias da sua formação profissional, em consonância com o modo de produção
estabelecido na atualidade.

A natureza dos cursos superiores de tecnologia implica currículos ágeis e flexíveis,
capazes de responder positivamente às demandas do mundo do trabalho. Essa con-
cepção de currículos ganha força na medida em que o Protocolo de Bolonha estimula
as reformas e orienta para um modelo de educação superior muito próximo daquilo
que vem sendo praticado na educação tecnológica desde a década de 1960.

O desenvolvimento científico e tecnológico de nosso país passa pelos cursos su-
periores de tecnologia que, em face da evolução histórica vivenciada, pelo apri-
moramento de seus currículos, apresentam como objetivos:

   Incentivar a produção e a inovação científico-tecnológica, e suas respectivas
   aplicações no mundo do trabalho;

   Compreender os fundamentos científicos e a prática tecnológica envolvida em            15
   sua área de atuação;
Propiciar a compreensão e a avaliação dos impactos sociais, econômicos e am-
                  bientais resultantes da produção, gestão e incorporação de novas tecnologias;

                  Promover a capacidade de continuar aprendendo e de acompanhar as mu-
                  danças nas condições de trabalho, bem como propiciar o prosseguimento de
                  estudos em cursos de pós-graduação;

                  Adotar a flexibilidade, a interdisciplinaridade, a contextualização e a atualiza-
                  ção permanente de seus conhecimentos, por meio do acompanhamento de
                  seus egressos;

                  Garantir a identidade do perfil profissional de conclusão de curso e da respec-
                  tiva organização curricular.

              Essa alternativa de educação superior, graças aos currículos flexíveis, dinâmicos e
              diversificados, além de comprometidos com as demandas do mundo do trabalho,
              consolida-se a cada dia, sem estabelecer concorrência com os bacharelados, mas
              complementando as possibilidades de atendimento aos anseios e necessidades
              da sociedade, particularmente dos setores empresariais.

                                                                      O profissional tecnólogo se caracteriza
                                                                      pela formação especializada, com es-
     O Protocolo de Bolonha, associado ao Relatório                   tudos específicos, profundos, focados
     de Jacques Delors*, sinaliza para a educação a ser               e direcionados à área de atuação pro-
     praticada no século XXI, notadamente em relação                  fissional, com competências gerais e
     à educação superior. Nesse contexto, a educação                  específicas, permitindo ao graduado,
     tecnológica se tornou um importante referencial
                                                                      a carreira profissional nos setores pro-
     para os cursos de bacharelados, a partir de um
     maior equilíbrio entre ciência e tecnologia, de                  dutivo ou acadêmico e o avanço na
     currículos mais flexíveis, dinâmicos e sintoniza-                sua formação, com a especialização, o
     dos com a realidade do mundo do trabalho.                        mestrado e o doutorado.
            *(Educação: Um Tesouro a Descobrir: Unesco, MEC,
                                                        O fator determinante do nível de
                             Cortez Editora, São Paulo, 1999).
                                                        competências adquiridas na gradu-
                                                        ação não é o tempo de duração do
                                                        curso, mas sim o grau de abrangência
              e o foco dado pelo projeto pedagógico na formação do profissional. Entende-
              se por competência profissional a capacidade pessoal de articular, mobilizar e
              utilizar conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho de
              atividades em campos profissionais específicos, obedecendo a padrões de qua-
              lidade e produtividade.

              Com a formação especializada e direcionada para atender às reais necessida-
              des do sistema produtivo nas suas formas de organização, gestão e produção,
              o profissional tecnólogo vem rompendo com alguns paradigmas estabelecidos,
16            apresentando-se como uma alternativa necessária à evolução da sociedade e ao
              desenvolvimento do país.

              CARTILHA DO TECNÓLOGO – O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
Identidade da profissão
Tecnólogos são profissionais com o domínio ope-
racional de um determinado fazer, compreensão
global do processo produtivo, com a apreensão do
saber tecnológico, valorização da cultura do traba-
lho e a mobilização dos valores necessários à toma-
da de decisões. Este profissional está capacitado a
desenvolver de forma plena e inovadora, atividades
em um determinado setor produtivo, com formação
específica e base científica para a aplicação, desen-
volvimento, pesquisa e inovação tecnológica, agre-
gada à capacidade empreendedora.

Caráter da profissão
A formação do tecnólogo é voltada para a realidade do mundo do trabalho,
capacitando profissionais para responder mais rapidamente às exigências dos
setores produtivos.

A graduação tecnológica, focada em bases científicas e tecnológicas, possi-
bilita a formação de profissionais qualificados, com alta capacidade de con-
tribuir com o desenvolvimento de soluções tecnológicas, a partir da com-
preensão do processo produtivo.

O tecnólogo, em função das competências adquiridas em sua formação, além
de deter o conhecimento do fazer, é capacitado para analisar processos produ-
tivos e propor aprimoramentos técnicos e inovações tecnológicas, contribuindo
para a melhoria contínua dos índices de produtividade e de qualidade.

Exercício Profissional
O exercício profissional é baseado no artigo quinto da Constituição Federal. Esse
artigo assegura o direito ao exercício profissional de quaisquer cidadãos que
atendam às qualificações ou à escolaridade que a lei estabelece. O capítulo I –
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – assim determina em seu artigo
5º: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer.”

    Embora a Constituição tenha estabelecido a liberdade de profissões, a
    lei pode exigir que o exercício de profissões que possam trazer riscos à
    integridade física de pessoas, de patrimônio material e/ou ambiental, ou
    ainda para a sociedade em geral, deve ser controlado e fiscalizado por
                                                                                                       17
    Conselho Profissional.

                A IDENTIDADE E O CARÁTER DA PROFISSÃO DO TECNÓLOGO NAS ÁREAS ABRANGIDAS PELO SISTEMA
Sistema CONFEA/CREA
     Criado em de 11 de dezembro de 1933, pelo Decreto nº 23.569, o Conselho Fede-
     ral de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA é uma instituição autárqui-
     ca, regida pela Lei nº 5.194, de 1966, sendo o maior conselho multiprofissional do
     mundo. Possui mais de 900 mil profissionais registrados: engenheiros, arquitetos,
     agrônomos, geógrafos, geólogos, meteorologistas, tecnólogos dessas modalida-
     des, técnicos industriais e agrícolas e suas especializações.

     O Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA é a ins-
     tância superior da fiscalização do exercício profissional da Engenharia, Arquite-
     tura e Agronomia.

     Os Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREAs) são ór-
     gãos responsáveis pelos registros e fiscalização do exercício de profissões, locali-
     zados nas 27 capitais dos estados e Distrito Federal.

     Atribuições profissionais Sistema CONFEA/CREA
     O graduado em cursos tecnológicos das áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/
     CREA só poderá exercer legalmente sua profissão após o registro no CREA.

     Uma das atribuições do CONFEA é baixar e fazer publicar as resoluções previstas
     para regulamentação e execução da Lei 5.194, de 1966, e, ouvidos Conselhos Re-
     gionais, resolver os casos omissos.

     Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973
     Discrimina atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Ar-
     quitetura e Agronomia.

          Na Resolução 218/73, as atribuições profissionais são concedidas entre as 18
          atividades, aos profissionais com formação de bacharéis (denominados ple-
          nos), aos profissionais com formação tecnológica e aos técnicos de nível mé-
          dio, registrados no Sistema CONFEA/CREA. O art. 23 da Resolução discrimina as
          competências do tecnólogo.

     Resolução nº 313, de 26 de setembro de 1986
     Dispõe sobre o exercício profissional dos tecnólogos das áreas submetidas à re-
     gulamentação e à fiscalização instituídas pela Lei nº 5.194, de 24 dez 1966, e dá
     outras providências.

          No âmbito da Resolução 313/86, as atribuições são limitadas. Não existe uma
          análise criteriosa do currículo integralizado e do projeto pedagógico. Além disso,
          estabelece a necessidade de que engenheiros, arquitetos e agrônomos supervi-
18
          sionem o tecnólogo para o desempenho de algumas atividades.

     CARTILHA DO TECNÓLOGO – O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
Resolução nº 1.010,
de 22 de agosto de 2005
Dispõe sobre a regulamentação da atribuição de tí-
tulos profissionais, atividades, competências e ca-
racterização do âmbito de atuação dos profissionais
inseridos no Sistema CONFEA/CREA para efeito de
fiscalização do exercício profissional.

    Na Resolução 1.010/05, as atribuições profissionais
    iniciais serão concedidas rigorosamente pela análise
    do perfil profissional do diplomado, de seu currículo
    integralizado e do projeto pedagógico do curso re-
    gular, em consonância com as respectivas diretrizes
    curriculares nacionais. Além disso, a Resolução permite a extensão de atribuição
    mediante cursos comprovadamente regulares, cursados após a diplomação.

Resolução nº 1.007, de 5 de dezembro de 2003
A Resolução 1.007, de 2003, dispõe sobre o registro de profissionais, aprova os
modelos e os critérios para expedição de Carteira de Identidade Profissional e dá
outras providências. O exercício legal da profissão se dá após o registro do profis-
sional no Sistema CONFEA/CREA.




                                                  As Resoluções citadas
                                                  podem ser acessadas no site
                                                  www.confea.org.br/normativos.




                                                                                                        19


                 A IDENTIDADE E O CARÁTER DA PROFISSÃO DO TECNÓLOGO NAS ÁREAS ABRANGIDAS PELO SISTEMA
O exercício profissional e
responsabilidades técnicas dos
tecnólogos nas áreas abrangidas
pelo sistema CONFEA/CREA



                  A formação de nível superior se caracteriza pela autonomia pro-
                  fissional e a consequente responsabilidade pela sua atuação e
                  produção profissional, não cabendo nenhum tipo de tutela, dei-
                  xando claro ainda que pela legislação vigente, tecnólogos, licen-
                  ciados e bacharéis são os três graus equivalentes da Educação
                  Superior Brasileira.

                                             (Prof. Paulo Wollinger, II Fórum de Valorização
                                                  Profissional do Tecnólogo da Engenharia)




A    Associação Nacional dos Tecnólogos – ANT vem desenvolvendo juntamente
     com o CONFEA um intenso trabalho no sentido de afirmar as condições do
exercício profissional do tecnólogo, por meio da proposição e adoção de uma
política de inclusão, reconhecimento, integração e valorização profissional no
âmbito do Sistema.

No âmbito da categoria, a ANT desenvolve e realiza trabalhos de organização,
incentivo à criação e ao fortalecimento de entidades estaduais/regionais, repre-
sentativas dos profissionais tecnólogos da Engenharia, dentro da concepção de
que a restrição ao exercício profissional pleno, no âmbito da modalidade, e de
acordo com as competências adquiridas na graduação, deverá ser superada com
a participação ativa dos tecnólogos no Sistema, com representação nas instâncias
de decisão, por meio de suas entidades representativas.

A realização do I e II Fórum de Valorização Profissional dos Tecnólogos da Enge-
nharia, com apoio do CONFEA, e eventos integrados como a 64ª Soeaa/6º CNP
em 2007 no Rio de Janeiro e a 65ª Soeaa/WEC 2008 em Brasília possibilitaram um
grande avanço nesse processo, reunindo lideranças da categoria de todas as regi-
ões do país, na busca de uma ação integrada em nível nacional, e o consequente
                                                                                               21
fortalecimento da categoria.
Questões relativas ao exercício profissional foram abordadas em seus vários as-
     pectos e muitas ações estão sendo desenvolvidas a partir das propostas formu-
     ladas nesses fóruns de discussão. Seus resultados deverão ser apresentados em
     função do tempo que o encaminhamento de cada uma delas requer e da capaci-
     dade da categoria em intervir nos processos, de forma a acelerar suas efetivações
     no âmbito do Sistema CONFEA/CREA.

     Cabe aos profissionais tecnólogos a compreensão do seu papel nesse processo.
     São importantes o registro no Conselho Profissional, como forma de influir nas
     decisões do Conselho pelo poder de voto da categoria, e a contribuição para a
     criação e o fortalecimento das entidades representativas da categoria em seus es-
     tados e regiões, para que elas possam ter direito de representação nas instâncias
     deliberativas, para defender os direitos e interesses da categoria e trabalhar pela
     mudança das nossas condições no âmbito Sistema CONFEA/CREA, organizado
     em instâncias consultivas deliberativas e decisórias.




22


     CARTILHA DO TECNÓLOGO – O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
Desenvolvimento profissional
dos tecnólogos




                   A Tecnologia é o conjunto de princípios e processos de ação e de
                   produção, instrumentos que decorrem da aplicação do conheci-
                   mento científico, de diversos saberes e da experiência acumulada
                   dos homens. Cumpre importante papel na reprodução da vida
                   humana e na resolução dos problemas que afetam a existência
                   natural e social.

                               (Profa. Lucília Machado – O Profissional Tecnólogo e sua Formação
                        Revista da RET – Rede de Estudos do Trabalho – Ano II – Número 3 – 2008).




U   ma carreira profissional bem-sucedida começa por uma formação de boa
    qualidade. A formação de tecnólogos é focada em uma modalidade de atu-
ação profissional. O curso superior de tecnologia deve abranger um conjunto de
saberes nos aspectos teórico e prático, abrangendo as funções de pesquisa, pla-
nejamento, projetos, execução, avaliação e gestão, no âmbito de sua formação.

Buscando uma definição etimológica para os tecnólogos, a Professora Lucilia Ma-
chado define que:

    “O conhecimento tecnológico, embora multifacetado e abrangente, se unifica
    no seu objeto: os meios técnicos e os modos operatórios de conceber, organizar,
    gerenciar e executar o trabalho nas mais diversas áreas profissionais ou mesmo
    de atividades lúdicas e de consumo próprio. Orienta-se, sem dúvida, para fins
    práticos e resolutórios e tem uma racionalidade intrínseca: a tecno-lógica, uma
    correlação entre techne (arte) e logos (saberes, ciência, filosofia)”.

Ainda usando essa fundamentação etimológica, tecnologia é o estudo da técnica.
Neste sentido, a formação do tecnólogo faz a ponte entre a prática e a teoria. Esta
formação estuda de modo sistemático e científico as diversas técnicas associadas
                                                                                                    23
a uma atividade profissional.
A formação de tecnólogos nas áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA
     acontece em instituições públicas e privadas, credenciadas e reconhecidas pelo
     Ministério da Educação e cadastradas no Sistema CONFEA/CREA. Além dessas ins-
     tituições, as redes estaduais, credenciadas pelos seus respectivos Conselhos de
     Educação também oferecem Cursos Superiores de Tecnologia.

     A principal característica das boas escolas de formação de tecnólogos é a quali-
     dade de seu corpo docente, dos seus laboratórios e a sintonia com os setores pro-
     dutivos. O Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia destaca essas
     características quando propõe a infraestrutura mínima para os cursos, incluindo
     bibliotecas e laboratórios para cada curso.

     Outra ação importante para o profissional é se vincular a uma entidade represen-
     tativa da categoria para que possa ajudar fortalecer os Sindicatos e Associações
     de Tecnólogos, de modo a ter direito a representação e voz nas instâncias decisó-
     rias dos órgãos de governo, Conselho Profissional e setores patronais para a defe-
     sa dos seus interesses individuais e dos direitos coletivos no campo profissional.
     Na página da Associação Nacional dos Tecnólogos – ANT, www.ant.org.br, há uma
     relação dessas entidades e outras informações de interesse.

     É preciso ressaltar que não há outro modo de modificar a situação hoje estabele-
     cida para o profissional tecnólogo frente ao mercado de trabalho e à sociedade
     em geral, se não houver uma tomada de consciência por parte dos profissionais.
     Existe a necessidade imediata de compreender que essa tarefa é de responsabi-
     lidade dos próprios interessados, por meio da participação e do fortalecimento
     das organizações representativas (sindicatos e associações) e, a partir daí, buscar
     ajuda daqueles que defendem a profissão no âmbito do governo, conselhos de
     classe, movimento sindical e setores empresariais.




24


     CARTILHA DO TECNÓLOGO – O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
Os tecnólogos e
o mundo do trabalho




A     s estatísticas têm revelado uma tendência de valorização da profissão de tec-
      nólogo pelo fato deste ter uma atuação focada em demandas específicas, fa-
cilidade de compreensão e intervenção nos processos, capacidade de adaptação
e aplicação das suas competências em recortes das grandes áreas do conheci-
mento, denominadas modalidades. Essa valorização tem se refletido nos dados
de empregabilidade, explicada em grande parte pelo caráter da profissão, que
permite ao profissional o aprimoramento e a inovação tecnológica no exercício
rotineiro da atividade, reduzindo custos e agregando valor aos processos, além
da iniciativa empreendedorística, que funciona como propulsora dessas caracte-
rísticas inerentes da profissão.

Uma boa forma de mensurar essa valorização é conversar com os representan-
tes de organizações da categoria ou com os responsáveis pelo encaminhamento
ao emprego nas instituições formadoras. Em muitos casos, é possível observar o
alto índice de empregabilidade dos egressos de Cursos Superiores de Tecnologia,
principalmente frente aos cursos de bacharelados.

O diploma de um curso superior focado em tecnologias que impactam o mercado
de trabalho tem se mostrado uma importante chave de acesso a muitas oportu-
nidades ocupacionais em função da solidez e consistência profissional que esses
cursos oferecem. A reorganização produtiva, com o aumento da competitividade,
tem levado a um processo formativo menos abstrato e mais aplicado, em sintonia
com as necessidades do sistema produtivo deste século.

Assim, o grau de aceitação de tecnólogos pelas empresas vem crescendo grada-
tivamente, à medida que esses profissionais se tornam cada vez mais necessários
na sociedade e seus cursos reconhecidos e divulgados. Há casos de sucesso em
todo o país, demonstrando que a escolha de um curso criado a partir da observa-
ção do mundo do trabalho tem sido acertada. Alguns relatos podem ser acessa-
dos na página da Associação Nacional dos Tecnólogos – ANT (www.ant.org.br).


                                                                                      25
COORDENAÇÃO GERAL
Jorge Guaracy Ribeiro                 ANT
Pedro Lopes de Queiroz                CONFEA
Aléssio Trindade de Barros            SETEC/MEC
Paulo Wollinger                       SESu/MEC

COMISSÃO DE ELABORAÇÃO
Paulo Cesar Pereira                   CONIF
Ítalo de Lima Machado                 SENAI – GO
Efraim Geraldo Rodrigues Leite        ANT
Aldemir Coelho Lima                   IFG
Aníbal Sebastião Alves Filho          IF Goiano
Ricardo Massashi Abe                  IFSP
Wilson Conciani                       IFMT

COLABORADORES
Celso Ricardo dos Santos Nascimento   SENAI/DN
Fernanda Neves                        IFT
Luis Otoni Meireles Ribeiro           IF SUL – RIO-GRANDENSE/PELOTAS
Marcelo Machado Feres                 SETEC/MEC
Paulo Sergio Walenia                  UTFPR


Assessoria de Comunicação do CONFEA
Produção

Grifo Design
Projeto gráfico e editoração
Apoio institucional:



CONIF                    Confederação Nacional da Indústria
                     Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
                               Departamento Nacional

Contenu connexe

Tendances

Educação profissionalizante e tecnológica da conceituação à experiência de ...
Educação profissionalizante e tecnológica   da conceituação à experiência de ...Educação profissionalizante e tecnológica   da conceituação à experiência de ...
Educação profissionalizante e tecnológica da conceituação à experiência de ...Rodrigo Sousa
 
Ppc consup cpf_engenharia_civil_v1
Ppc consup cpf_engenharia_civil_v1Ppc consup cpf_engenharia_civil_v1
Ppc consup cpf_engenharia_civil_v1Vitor Dias
 
A educação profissional no Brasil: Desafios e perspectivas
A educação profissional no Brasil: Desafios e perspectivasA educação profissional no Brasil: Desafios e perspectivas
A educação profissional no Brasil: Desafios e perspectivasMAIKON.biz
 
Educação profissional [modo de compatibilidade]
Educação profissional [modo de compatibilidade]Educação profissional [modo de compatibilidade]
Educação profissional [modo de compatibilidade]gilfaca158
 
Trabalho de economia 3 avaliação (1)
Trabalho de economia 3 avaliação (1)Trabalho de economia 3 avaliação (1)
Trabalho de economia 3 avaliação (1)Daianne Santos
 
Educação profissionalizante e tecnológica
Educação profissionalizante e tecnológicaEducação profissionalizante e tecnológica
Educação profissionalizante e tecnológicaMarcos Nascimento
 
Projeto do Curso - Engenharia de Produção Mecânica
Projeto do Curso - Engenharia de Produção MecânicaProjeto do Curso - Engenharia de Produção Mecânica
Projeto do Curso - Engenharia de Produção MecânicaMarcel Gois
 
110820141656 regulamentodecapacitaodosserviDdoresdoifto (1)
110820141656 regulamentodecapacitaodosserviDdoresdoifto (1)110820141656 regulamentodecapacitaodosserviDdoresdoifto (1)
110820141656 regulamentodecapacitaodosserviDdoresdoifto (1)Raynnell Ferreira Barbosa
 
Educação profissional
Educação profissionalEducação profissional
Educação profissionalPriscila Leal
 
Etica e cidadania no setor público
Etica e cidadania no setor públicoEtica e cidadania no setor público
Etica e cidadania no setor públicoPomPeu Pompeu
 
A engenharia e a construção do brasil
A engenharia e a construção  do brasilA engenharia e a construção  do brasil
A engenharia e a construção do brasilFernando Alcoforado
 
Ciência, tecnologia e educação para o século xxi
Ciência, tecnologia e educação para o século xxiCiência, tecnologia e educação para o século xxi
Ciência, tecnologia e educação para o século xxiMarla Geller
 
Capacitação x Mercado Trabalho
Capacitação x Mercado TrabalhoCapacitação x Mercado Trabalho
Capacitação x Mercado TrabalhoMicrosoft
 
Rev Brasileira Mec
Rev Brasileira MecRev Brasileira Mec
Rev Brasileira Mecgueste50c805
 
Dar um novo impulso à cooperaç o europeia no domínio do ensino e da formaç o ...
Dar um novo impulso à cooperaç o europeia no domínio do ensino e da formaç o ...Dar um novo impulso à cooperaç o europeia no domínio do ensino e da formaç o ...
Dar um novo impulso à cooperaç o europeia no domínio do ensino e da formaç o ...home
 

Tendances (17)

Educação profissionalizante e tecnológica da conceituação à experiência de ...
Educação profissionalizante e tecnológica   da conceituação à experiência de ...Educação profissionalizante e tecnológica   da conceituação à experiência de ...
Educação profissionalizante e tecnológica da conceituação à experiência de ...
 
Ppc consup cpf_engenharia_civil_v1
Ppc consup cpf_engenharia_civil_v1Ppc consup cpf_engenharia_civil_v1
Ppc consup cpf_engenharia_civil_v1
 
Inatel 2017 - aula magna dos cursos de tecnologia - igor feliciano - jorge ca...
Inatel 2017 - aula magna dos cursos de tecnologia - igor feliciano - jorge ca...Inatel 2017 - aula magna dos cursos de tecnologia - igor feliciano - jorge ca...
Inatel 2017 - aula magna dos cursos de tecnologia - igor feliciano - jorge ca...
 
A educação profissional no Brasil: Desafios e perspectivas
A educação profissional no Brasil: Desafios e perspectivasA educação profissional no Brasil: Desafios e perspectivas
A educação profissional no Brasil: Desafios e perspectivas
 
Educação profissional [modo de compatibilidade]
Educação profissional [modo de compatibilidade]Educação profissional [modo de compatibilidade]
Educação profissional [modo de compatibilidade]
 
Trabalho de economia 3 avaliação (1)
Trabalho de economia 3 avaliação (1)Trabalho de economia 3 avaliação (1)
Trabalho de economia 3 avaliação (1)
 
Educação profissionalizante e tecnológica
Educação profissionalizante e tecnológicaEducação profissionalizante e tecnológica
Educação profissionalizante e tecnológica
 
Projeto do Curso - Engenharia de Produção Mecânica
Projeto do Curso - Engenharia de Produção MecânicaProjeto do Curso - Engenharia de Produção Mecânica
Projeto do Curso - Engenharia de Produção Mecânica
 
110820141656 regulamentodecapacitaodosserviDdoresdoifto (1)
110820141656 regulamentodecapacitaodosserviDdoresdoifto (1)110820141656 regulamentodecapacitaodosserviDdoresdoifto (1)
110820141656 regulamentodecapacitaodosserviDdoresdoifto (1)
 
Educação profissional
Educação profissionalEducação profissional
Educação profissional
 
Etica e cidadania no setor público
Etica e cidadania no setor públicoEtica e cidadania no setor público
Etica e cidadania no setor público
 
A engenharia e a construção do brasil
A engenharia e a construção  do brasilA engenharia e a construção  do brasil
A engenharia e a construção do brasil
 
Ciência, tecnologia e educação para o século xxi
Ciência, tecnologia e educação para o século xxiCiência, tecnologia e educação para o século xxi
Ciência, tecnologia e educação para o século xxi
 
Capacitação x Mercado Trabalho
Capacitação x Mercado TrabalhoCapacitação x Mercado Trabalho
Capacitação x Mercado Trabalho
 
Educacao Tecnologica
Educacao TecnologicaEducacao Tecnologica
Educacao Tecnologica
 
Rev Brasileira Mec
Rev Brasileira MecRev Brasileira Mec
Rev Brasileira Mec
 
Dar um novo impulso à cooperaç o europeia no domínio do ensino e da formaç o ...
Dar um novo impulso à cooperaç o europeia no domínio do ensino e da formaç o ...Dar um novo impulso à cooperaç o europeia no domínio do ensino e da formaç o ...
Dar um novo impulso à cooperaç o europeia no domínio do ensino e da formaç o ...
 

En vedette

Cartilha Gt Fiscalização
Cartilha Gt FiscalizaçãoCartilha Gt Fiscalização
Cartilha Gt FiscalizaçãoJorge Samaha
 
Reflexões sobre o brasil
Reflexões sobre o brasilReflexões sobre o brasil
Reflexões sobre o brasilJoão Cascaes
 
2013 11-27 - confea - senador delcídio do amaral
2013 11-27 - confea - senador delcídio do amaral2013 11-27 - confea - senador delcídio do amaral
2013 11-27 - confea - senador delcídio do amaralDelcídio do Amaral
 
O entendimento das atividades do Engenheiro de Segurança
O entendimento das atividades do Engenheiro de Segurança O entendimento das atividades do Engenheiro de Segurança
O entendimento das atividades do Engenheiro de Segurança Universidade Federal Fluminense
 
Apresentação CREA-AM ENFISA Regional AM 06.03.2012
Apresentação CREA-AM ENFISA Regional  AM 06.03.2012Apresentação CREA-AM ENFISA Regional  AM 06.03.2012
Apresentação CREA-AM ENFISA Regional AM 06.03.2012julianacouri
 
Nbr 05410 2008_instalações_elétricas_de_baixa_tensão
Nbr 05410 2008_instalações_elétricas_de_baixa_tensãoNbr 05410 2008_instalações_elétricas_de_baixa_tensão
Nbr 05410 2008_instalações_elétricas_de_baixa_tensãoFelipe Willians
 
Multipla manual de_art
Multipla manual de_artMultipla manual de_art
Multipla manual de_artBeatriz Kober
 
Auditorio Mútua Coworking
Auditorio Mútua CoworkingAuditorio Mútua Coworking
Auditorio Mútua CoworkingFellipe Santos
 
A IMPORTÂNCIA DA ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ART
A IMPORTÂNCIA DA ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ARTA IMPORTÂNCIA DA ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ART
A IMPORTÂNCIA DA ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ARTWorld Council of Civil Engineers
 
Palestra acessibilidade 2014 Maria Cecília - CREA, S.A.Jesus-BA, 03.04.14
Palestra acessibilidade 2014 Maria Cecília - CREA, S.A.Jesus-BA, 03.04.14Palestra acessibilidade 2014 Maria Cecília - CREA, S.A.Jesus-BA, 03.04.14
Palestra acessibilidade 2014 Maria Cecília - CREA, S.A.Jesus-BA, 03.04.14TvSaj
 
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - Parte I
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - Parte IAPOSTILA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - Parte I
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - Parte IThays J. Perassoli Boiko
 
Manual de-instrucoes-da-nr-12
Manual de-instrucoes-da-nr-12Manual de-instrucoes-da-nr-12
Manual de-instrucoes-da-nr-12Tiago Dalan
 

En vedette (20)

Cartilha Gt Fiscalização
Cartilha Gt FiscalizaçãoCartilha Gt Fiscalização
Cartilha Gt Fiscalização
 
Codigo de etica
Codigo de eticaCodigo de etica
Codigo de etica
 
Reflexões sobre o brasil
Reflexões sobre o brasilReflexões sobre o brasil
Reflexões sobre o brasil
 
2013 11-27 - confea - senador delcídio do amaral
2013 11-27 - confea - senador delcídio do amaral2013 11-27 - confea - senador delcídio do amaral
2013 11-27 - confea - senador delcídio do amaral
 
O entendimento das atividades do Engenheiro de Segurança
O entendimento das atividades do Engenheiro de Segurança O entendimento das atividades do Engenheiro de Segurança
O entendimento das atividades do Engenheiro de Segurança
 
Apresentação CREAjr-SC
Apresentação CREAjr-SCApresentação CREAjr-SC
Apresentação CREAjr-SC
 
Palestra aberlardo crea
Palestra aberlardo creaPalestra aberlardo crea
Palestra aberlardo crea
 
Apresentação CREA-AM ENFISA Regional AM 06.03.2012
Apresentação CREA-AM ENFISA Regional  AM 06.03.2012Apresentação CREA-AM ENFISA Regional  AM 06.03.2012
Apresentação CREA-AM ENFISA Regional AM 06.03.2012
 
Nbr 05410 2008_instalações_elétricas_de_baixa_tensão
Nbr 05410 2008_instalações_elétricas_de_baixa_tensãoNbr 05410 2008_instalações_elétricas_de_baixa_tensão
Nbr 05410 2008_instalações_elétricas_de_baixa_tensão
 
Cart estudante
Cart estudanteCart estudante
Cart estudante
 
Multipla manual de_art
Multipla manual de_artMultipla manual de_art
Multipla manual de_art
 
Auditorio Mútua Coworking
Auditorio Mútua CoworkingAuditorio Mútua Coworking
Auditorio Mútua Coworking
 
A IMPORTÂNCIA DA ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ART
A IMPORTÂNCIA DA ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ARTA IMPORTÂNCIA DA ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ART
A IMPORTÂNCIA DA ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ART
 
Palestra acessibilidade 2014 Maria Cecília - CREA, S.A.Jesus-BA, 03.04.14
Palestra acessibilidade 2014 Maria Cecília - CREA, S.A.Jesus-BA, 03.04.14Palestra acessibilidade 2014 Maria Cecília - CREA, S.A.Jesus-BA, 03.04.14
Palestra acessibilidade 2014 Maria Cecília - CREA, S.A.Jesus-BA, 03.04.14
 
Congresso Nacional de Profissionais 2013 - CONFEA
Congresso Nacional de Profissionais 2013 - CONFEACongresso Nacional de Profissionais 2013 - CONFEA
Congresso Nacional de Profissionais 2013 - CONFEA
 
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - Parte I
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - Parte IAPOSTILA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - Parte I
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - Parte I
 
Cartilha salário mínimo profissional
Cartilha salário mínimo profissionalCartilha salário mínimo profissional
Cartilha salário mínimo profissional
 
Manual de-instrucoes-da-nr-12
Manual de-instrucoes-da-nr-12Manual de-instrucoes-da-nr-12
Manual de-instrucoes-da-nr-12
 
III ENGENHARIA - Slides de Aulas
III ENGENHARIA - Slides de AulasIII ENGENHARIA - Slides de Aulas
III ENGENHARIA - Slides de Aulas
 
Codigo de etica
Codigo de eticaCodigo de etica
Codigo de etica
 

Similaire à Guia da identidade e carreira do tecnólogo

Evolção histórica dos tecnologos
Evolção histórica dos tecnologosEvolção histórica dos tecnologos
Evolção histórica dos tecnologosAdrianPetroser
 
514249.pdfprojeto de lei regulamenta a profissao gestao ambiental
514249.pdfprojeto de lei regulamenta a profissao gestao ambiental514249.pdfprojeto de lei regulamenta a profissao gestao ambiental
514249.pdfprojeto de lei regulamenta a profissao gestao ambientalGAVOLUNTARIA
 
Eletrotecnica integrado[1]ifpe
Eletrotecnica integrado[1]ifpeEletrotecnica integrado[1]ifpe
Eletrotecnica integrado[1]ifpeDaniel Paiva
 
Clipping Sectes 04.03.11
Clipping Sectes 04.03.11Clipping Sectes 04.03.11
Clipping Sectes 04.03.11Sectesclip
 
Projeto Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimen...
Projeto Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimen...Projeto Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimen...
Projeto Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimen...Os Fantasmas !
 
Etica e cidadania no setor público
Etica e cidadania no setor públicoEtica e cidadania no setor público
Etica e cidadania no setor públicomandy mta
 
Tecnologia Industrial Básica e seus Mecanismos de Governança
Tecnologia Industrial Básica e seus Mecanismos de GovernançaTecnologia Industrial Básica e seus Mecanismos de Governança
Tecnologia Industrial Básica e seus Mecanismos de GovernançaSandra Milena Acosta
 
Tecnico subsequente em seguranca do trabalho ead- 2012
Tecnico subsequente em seguranca do trabalho  ead- 2012Tecnico subsequente em seguranca do trabalho  ead- 2012
Tecnico subsequente em seguranca do trabalho ead- 2012mamelus
 
SuperintendêNcia De E.P. Do Estado Da Bahia
SuperintendêNcia De E.P. Do Estado Da BahiaSuperintendêNcia De E.P. Do Estado Da Bahia
SuperintendêNcia De E.P. Do Estado Da Bahiaaborgesdearaujo
 
Controle de Processos Industriais Aplicados
Controle de Processos Industriais AplicadosControle de Processos Industriais Aplicados
Controle de Processos Industriais AplicadosAlysson Domingos
 
FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO LABIRINTO DO CIBERESPAÇO - José Augusto de Melo...
FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO LABIRINTO DO CIBERESPAÇO - José Augusto de Melo...FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO LABIRINTO DO CIBERESPAÇO - José Augusto de Melo...
FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO LABIRINTO DO CIBERESPAÇO - José Augusto de Melo...Elizabeth Fantauzzi
 
A Pesquisa em Engenharia de Produção na Universidade: Uma Proposta Metodológi...
A Pesquisa em Engenharia de Produção na Universidade: Uma Proposta Metodológi...A Pesquisa em Engenharia de Produção na Universidade: Uma Proposta Metodológi...
A Pesquisa em Engenharia de Produção na Universidade: Uma Proposta Metodológi...Universidade Salgado de Oliveira
 
processos industriais voltados para automação
processos industriais voltados para automaçãoprocessos industriais voltados para automação
processos industriais voltados para automaçãoJoseMarcelodeAssisSa
 
Tarefa 2 de inf educ
Tarefa 2 de inf educTarefa 2 de inf educ
Tarefa 2 de inf educRodney Rapiso
 

Similaire à Guia da identidade e carreira do tecnólogo (20)

Evolção histórica dos tecnologos
Evolção histórica dos tecnologosEvolção histórica dos tecnologos
Evolção histórica dos tecnologos
 
514249.pdfprojeto de lei regulamenta a profissao gestao ambiental
514249.pdfprojeto de lei regulamenta a profissao gestao ambiental514249.pdfprojeto de lei regulamenta a profissao gestao ambiental
514249.pdfprojeto de lei regulamenta a profissao gestao ambiental
 
Tecnólogo
TecnólogoTecnólogo
Tecnólogo
 
Eletrotecnica integrado[1]ifpe
Eletrotecnica integrado[1]ifpeEletrotecnica integrado[1]ifpe
Eletrotecnica integrado[1]ifpe
 
Clipping Sectes 04.03.11
Clipping Sectes 04.03.11Clipping Sectes 04.03.11
Clipping Sectes 04.03.11
 
A sociedade brasileira e a ciência
A sociedade brasileira e a ciênciaA sociedade brasileira e a ciência
A sociedade brasileira e a ciência
 
A sociedade brasileira e a ciência
A sociedade brasileira e a ciênciaA sociedade brasileira e a ciência
A sociedade brasileira e a ciência
 
A sociedade brasileira_e_a_ciência
A sociedade brasileira_e_a_ciênciaA sociedade brasileira_e_a_ciência
A sociedade brasileira_e_a_ciência
 
Projeto Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimen...
Projeto Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimen...Projeto Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimen...
Projeto Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimen...
 
Etica e cidadania no setor público
Etica e cidadania no setor públicoEtica e cidadania no setor público
Etica e cidadania no setor público
 
Tecnologia Industrial Básica e seus Mecanismos de Governança
Tecnologia Industrial Básica e seus Mecanismos de GovernançaTecnologia Industrial Básica e seus Mecanismos de Governança
Tecnologia Industrial Básica e seus Mecanismos de Governança
 
Tecnico subsequente em seguranca do trabalho ead- 2012
Tecnico subsequente em seguranca do trabalho  ead- 2012Tecnico subsequente em seguranca do trabalho  ead- 2012
Tecnico subsequente em seguranca do trabalho ead- 2012
 
PRECITYE- BRASIL
PRECITYE- BRASIL PRECITYE- BRASIL
PRECITYE- BRASIL
 
SuperintendêNcia De E.P. Do Estado Da Bahia
SuperintendêNcia De E.P. Do Estado Da BahiaSuperintendêNcia De E.P. Do Estado Da Bahia
SuperintendêNcia De E.P. Do Estado Da Bahia
 
Controle de Processos Industriais Aplicados
Controle de Processos Industriais AplicadosControle de Processos Industriais Aplicados
Controle de Processos Industriais Aplicados
 
FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO LABIRINTO DO CIBERESPAÇO - José Augusto de Melo...
FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO LABIRINTO DO CIBERESPAÇO - José Augusto de Melo...FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO LABIRINTO DO CIBERESPAÇO - José Augusto de Melo...
FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO LABIRINTO DO CIBERESPAÇO - José Augusto de Melo...
 
A Pesquisa em Engenharia de Produção na Universidade: Uma Proposta Metodológi...
A Pesquisa em Engenharia de Produção na Universidade: Uma Proposta Metodológi...A Pesquisa em Engenharia de Produção na Universidade: Uma Proposta Metodológi...
A Pesquisa em Engenharia de Produção na Universidade: Uma Proposta Metodológi...
 
processos industriais voltados para automação
processos industriais voltados para automaçãoprocessos industriais voltados para automação
processos industriais voltados para automação
 
APL-TIC - Apresentação
APL-TIC - ApresentaçãoAPL-TIC - Apresentação
APL-TIC - Apresentação
 
Tarefa 2 de inf educ
Tarefa 2 de inf educTarefa 2 de inf educ
Tarefa 2 de inf educ
 

Guia da identidade e carreira do tecnólogo

  • 1. Cartilha do Tecnólogo O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO Brasília, 2010
  • 2. Cartilha do Tecnólogo O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
  • 3. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS TECNÓLOGOS – ANT Presidente: Tecnólogo Jorge Guaracy Ribeiro CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA – CONFEA Presidente: Engenheiro Marcos Túlio de Melo
  • 4.
  • 5. © 2010. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS TECNÓLOGOS – ANT © 2010. CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA – CONFEA Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. FICHA CATALOGRÁFICA A849 Associação Nacional dos Tecnólogos – ANT Cartilha do tecnólogo: o caráter e a identidade da profissão. Brasília: Confea, 2010 30p.ilus. 1. Identidade profissional. 2. Valorização profissional. 3. Educação tecnológica no Brasil – História. I. Título. ANT Sede Associação Nacional Av. Cruzeiro do Sul, 2890 dos Tecnólogos 2º Andar – Sala 3 – Santana CEP 02030-100 – São Paulo/SP Tel.: (12) 3895-7504 / (61) 9637-1979 E-mail: ant@tecnologo.org.br http://www.ant.org.br
  • 6. Sumário Apresentação Evolução histórica da educação tecnológica no Brasil 11 A identidade e o caráter da profissão do tecnólogo nas áreas abrangidas pelo Sistema 15 Identidade da profissão 17 Caráter da profissão 17 Exercício profissional 17 Sistema CONFEA/CREA 18 Atribuições profissionais Sistema CONFEA/CREA 18 Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973 18 Resolução nº 313, de 26 de setembro de 1986 18 Resolução nº 1.010, de 22 de agosto de 2005 19 Resolução nº 1.007, de 5 de dezembro de 2003 19 O exercício profissional e responsabilidades técnicas dos tecnólogos nas áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA 21 Desenvolvimento profissional dos tecnólogos 23 Os tecnólogos e o mundo do trabalho 25
  • 7.
  • 8. Apresentação A pós um longo período de baixos investimentos públicos e privados em in- fraestrutura, o Brasil retoma um ciclo vicioso de desenvolvimento. Progra- mas governamentais como o PAC e Minha Casa Minha Vida, por seu lado, abrem novas perspectivas no mercado de trabalho na Engenharia e da Arquitetura. O número de profissionais, no entanto não cresceu na mesma proporção e a mão de obra qualificada já dão sinais de escassez. Se no período de baixa de investi- mentos, muitas estruturas técnicas foram desmontadas, agora há uma necessi- dade urgente de reativá-las, para atender a demanda de crescimento. Nesse contexto, a educação profissional tecnológica assume papel fundamental para o desenvolvimento. Por isso, as recentes medidas para a ampliação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, embora não resolvam todos os problemas nesta área, devem ser comemoradas pela sociedade brasileira. Por outro lado, a organização e a valorização dos profissionais da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia são essenciais para o seu reconhecimento social. Por isso, saudamos com muita satisfação a evolução do movimento dos tecnólogos das áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA. A criação do GT Tecnólogos no ano de 2006 foi o passo inicial desta etapa que a cada dia avança e ganha forças com o trabalho das entidades representativas da categoria, participando ativamente através da realização de fóruns de discussão, encaminhando propostas e buscando espaço nas instâncias do Conselho. O avanço da compreensão do papel dos tecnólogos no contexto produtivo e aca- dêmico é a única forma de romper com esta condição estabelecida e esta cartilha deverá ser de grande valia neste processo. Conclamo a todos para uma reflexão sobre esta questão, onde os interesses maio- res do desenvolvimento do país devem ser colocados acima dos interesses corpo- rativos, devendo-se lançar um olhar para o futuro, de modo a contribuirmos para um projeto de desenvolvimento sustentável para a Nação. Marcos Túlio de Melo 7 Presidente do CONFEA
  • 9. A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, SETEC/MEC, tem trabalhado na construção de políticas públicas de qualificação e expansão da educação profissional e tecnológica, contrapondo-se a políticas e concepções neoliberais, abrindo oportunidades para milhões de jovens e adultos da classe trabalhadora. Uma destacada política é a expansão da rede federal de educação profissional. Em 93 anos, todos os governos que passaram pelo Brasil construíram apenas 140 escolas técnicas. Em 2010, existirão mais de 354 unidades, com previsão de atender em alguns anos 500 mil novas vagas no ensino técnico, cursos superiores de tecnologia e licenciaturas. Dentre outras ações, o governo federal ainda firmou acordo com entidades que formam o denominado “Sistema S” (SENAI/SESI, SENAC/SESC) para ampliar a oferta de cursos de formação profissional gratuitos no país, já a partir deste ano. A valorização e o reconhecimento social da educação profissional e tecnológica no País é um dos temas de atuação de nossa Secretaria. Para os cursos superiores de tecnologia, uma das ações mais efetivas foi a implantação do catálogo nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, que entre outros benefícios, possibilita, desde 2007, a realização do ENADE para tais cursos. Ao ser convidada pelo CONFEA para participar da elaboração da cartilha dos tecnólogos, apresentando a origem e identidade do profissional tecnólogo, a SETEC/MEC teve o prazer de receber e constituir um Grupo de Trabalho, composto por profissionais das Rede Federal, do “Sistema S”, da Associação Nacional de Tecnólogos e do CONFEA, que elaborou a minuta desse documento. Participamos ativamente dessa ação por acharmos que a elaboração e adoção desse documento no âmbito do Sistema CONFEA/CREA constitui-se em uma política de inclusão, integração, reconhecimento e valorização profissional dos Tecnólogos, visando o exercício profissional digno e pleno, de modo compatível com a formação acadêmica. O Brasil está em um período de franco crescimento com distribuição de renda e elevação de qualidade de vida do cidadão. Nesse contexto, observamos um crescimento virtuoso da oferta de matrículas em CSTs. A SETEC/MEC fomenta esse crescimento de forma sustentada, com qualidade e responsabilidade social, o que é fundamental para que os tecnólogos possam ocupar seu espaço, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico de nossa nação. É o Brasil vivendo um novo momento, de desenvolvimento sustentável, onde a educação tem papel fundamental. Eliezer Moreira Pacheco Secretário de Educação Profissional e Tecnológica
  • 10. O lançamento da Cartilha do Tecnólogo das áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA é uma conquista de vital importância para a categoria, pois deverá constituir um marco referencial no desenvolvimento da luta daqueles que acreditam e defendem a profissão, por compreenderem a sua importância para o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico do país. Este trabalho é fruto das discussões desenvolvidas nos Fóruns de Valorização Profissional dos Tecnólogos realizados pela Associação Nacional dos Tecnólogos – ANT e da dedicação e empenho das instituições e representantes envolvidos na sua elaboração. Ele estabelece um efetivo ponto de partida para as necessárias mudanças dos paradigmas estabelecidos na nossa sociedade em relação ao profissional tecnólogo. Busca romper com o preconceito, por meio do esclarecimento e da compreensão do caráter da profissão, e elevar a autoestima profissional, ao estabelecer uma identidade clara e precisa para os atuais e futuros tecnólogos. Temos a consciência do muito que ainda resta a ser feito pela inclusão, reconhe- cimento, integração e valorização profissional do tecnólogo, para que a profissão possa ser exercida com dignidade e respeito, de forma plena e irrestrita no âmbito da modalidade, de acordo com as competências adquiridas pela graduação. Desta forma, conclamamos todos os profissionais tecnólogos a se engajarem nesta luta, que muito além dos interesses corporativos, é um verdadeiro exercício de cidadania em prol dos interesses da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Tecg. Jorge Guaracy Ribeiro Presidente da Associação Nacional dos Tecnólogos
  • 11.
  • 12. Evolução histórica da educação tecnológica no Brasil O s Cursos Superiores de Tecnologia surgiram em nosso país na década de 60, como resposta da sociedade às transformações socioeconômicas que envolviam os setores produtivos, a partir da implantação da reforma do ensi- no industrial. A Lei 5.540/68, que disciplinou a educação superior brasileira, em seus artigos 18 e 23, reforçou a possibilidade de criação de Cursos Superiores de Tecnologia, com o objetivo de atender às peculiaridades do mercado de tra- balho regional, autorizando, segundo a área abrangida, que os cursos apresen- tassem modalidades e duração diferentes, a fim de responder às demandas e características do mundo do trabalho. As primeiras experiências da educação tecnológica (cursos de formação de tec- nólogos) conviveram com os Cursos de Engenharia de Operações até 1977, quan- do estes foram extintos. Apesar do sucesso alcançado pelas primeiras turmas de formação de tecnólogos, a resistência dos meios acadêmicos acabou por inibir a expansão desses cursos, sob a alegação de que seria necessária uma ampla pes- quisa de mercado para comprovar a necessidade daqueles profissionais. No início da década de 1980, com a nova denominação de “Cursos Superiores de Tecnologia (CST)”, estabelecida pela Resolução CFE nº12, de 30 de dezem- bro de 1980, essa importante modalidade de educação superior foi reforçada para atender às mudanças requeridas pelo mundo do trabalho. Novas formas de organização e gestão exigiam profissionais com domínio científico e prática tecnológica, em suas respectivas áreas de atuação. É nessa época que surgem as primeiras entidades representativas dos profissionais tecnólogos no país, em decorrência das restrições impostas ao exercício profissional compatível com a formação adquirida na graduação tecnológica. Em que pese a notória resistência dos meios acadêmicos universitários, sobre- tudo das universidades federais, a exemplo de outras entidades privadas, os primeiros cursos tecnológicos surgiram de forma espalhada pelo país. Ainda na década de 1960, o estado de São Paulo criou alguns cursos tecnológicos no Centro Paula Souza. Algumas iniciativas surgiram também no Serviço Nacional 11 de Aprendizagem Industrial – SENAI, como é o caso do Centro de Tecnologia da
  • 13. Indústria Química e Têxtil, no Rio de Janeiro, que surgiu no ano de 1973. Neste mesmo período algumas universidades federais ofertaram cursos tecnológicos como, por exemplo, a Universidade Federal de Mato Grosso. Na década de 1970 o governo federal deu início à formação de tecnólogos na Rede Federal de Edu- cação Profissional. Nessa Rede, o caso mais clássico foi a criação do Centro Fe- deral de Educação Tecnológica do Paraná. Com relação aos CST, merecem destaque nesse período: a publicação do Parecer CFE n° 364/80 que discutiu as prerrogativas “legais” dos chamados órgãos de classe e apontou para o entendimento de exercício livre de profissões, salvo aquelas prescritas em lei; a Resolução n° 313/86 do CONFEA que regulamentou o exercício profissional dos tecnólogos nas áreas submetidas à sua regulamentação; a realização, em 1987, do 1° Encontro Nacional de Educação Tecnológica, que reuniu um grande número de docentes e discentes de CST, em Curitiba – PR; a criação, pelo Decreto Federal 97.333/88, do primeiro curso em hotelaria, ofer- tado pelo Senac de São Paulo. A partir desse pioneirismo na área de turismo e hotelaria, várias instituições passaram a oferecer CST no setor terciário. Após a Lei 9394/96, seguida pela regulamentação do Conselho Nacional, por meio dos Pareceres CNE/CES nº 436/2001, CNE/CP nº 29/2002 e Resolução CNE/CP nº 3/2002, toda e qualquer dúvida sobre a condição de cursos de graduação cedeu lugar a uma grande expansão desses cursos pelo país. Destaques para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza e para o SENAI, com predominância das instituições privadas de educação superior em quantidade e em número de cursos e de alunos matriculados. Pacificou-se naquela época o entendimento de que os cursos superiores de tecnologia são graduações e, portanto, os seus egressos podem fazer pós-graduação lato sensu e stricto sensu, ou seja: especialização, mestrado e doutorado. Certamente, isso estimulou os jovens e trabalhadores a fazerem cursos superiores de tecnologia. No final do século passado, o governo federal reiniciou o processo de transfor- mação das então Escolas Técnicas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica, impulsionando grandemente a oferta de graduações tecnológica no país. Houve um salto na oferta de cursos superiores de tecnologia, com ex- pressiva participação das Instituições de Ensino Superior – IES privadas, atin- gindo em 2002 mais de 800 Cursos Superiores de Tecnologia, com aproxima- damente 150 mil alunos. O número de cursos e de alunos não parou mais de 12 crescer, saltando em 2003 para 1.050 cursos e 220 mil alunos. CARTILHA DO TECNÓLOGO – O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
  • 14. No ano de 2004 foi criada a Associação Nacional dos Tecnólogos – ANT, durante o I Encontro Nacional dos Tecnólogos da Engenharia realizado em São Paulo, com a participação do Sindicato dos Tecnólogos de São Paulo, Sindicato dos Tecnólogos do Mato Grosso do Sul, Sindicato dos Tecnólogos do Rio de Janeiro, Sindicato dos Tecnólogos do Acre, Sindicato dos Tec- nólogos da Bahia e Sindicato dos Tecnólogos do Pa- raná. A criação da ANT teve o objetivo de organizar os segmentos da categoria vinculados ao Sistema CONFEA/CREA, em âmbito nacional, buscando esta- belecer a interlocução com os poderes legislativo e executivo, instituições públicas e privadas federais, além de incentivar a criação de entidades representativas nos estados da Fe- deração, voltadas para a defesa de uma política de inclusão, reconhecimento, integração e valorização dos tecnólogos da Engenharia. O governo federal editou em 2005 o Decreto 5154, com o objetivo de regulamentar a educação profissional e tecnológica, corrigindo distorções existentes nos mode- los de formação e abrindo novas perspectivas para a educação profissional e tecno- lógica. A partir desse Decreto regulamentador, vários estudos foram realizados para ajustar as normas do Sistema Federal de Ensino a essa nova realidade. Nesse ano, o CONFEA aprovou a Resolução nº 1.010/05, que reorienta os critérios de atribuições aos profissionais daquele Sistema, com base nas competências previstas na organi- zação curricular de cada curso. Assim, as competências dos profissionais passaram a ser definidas com base na organização curricular devidamente aprovada pelo res- pectivo sistema de ensino e não mais pelo título acadêmico apresentado. Esse foi um passo importante para a plena atuação do tecnólogo no mundo do trabalho. Entretanto, ainda persistem Resoluções daquele Sistema que devem ser revistas em âmbito administrativo para se ajustarem ao novo ordenamento jurídico do país. O mais importante é que passa a existir um claro compromisso do CONFEA no sentido de reconhecer os direitos e corrigir as distorções existentes em sua legislação inter- na, incentivando e valorizando os tecnólogos da Engenharia. Ainda em 2005, a Lei 11.195/05 retira o impedimento legal à criação de unidades federais de educação profissional e tecnológica; e com isso inicia-se a expansão da rede federal de educação profissional. O Ministério da Educação, ouvindo os setores organizados da sociedade, elabo- rou o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia como um guia para referenciar estudantes, educadores, instituições ofertantes, sistemas e redes de ensino, entidades representativas de classes, empregadores e o público em ge- ral, como forma de aprimorar e fortalecer os cursos superiores de tecnologia em 13 cumprimento ao Decreto 5.773/06. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA NO BRASIL
  • 15. O Catálogo está organizado em dez (10) eixos tecnológicos, com 102 graduações tecnológicas, servindo de base também para o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e para os processos de regulação e supervisão da educa- ção tecnológica. Organiza e orienta a oferta de cursos superiores de tecnologia, inspirado nas diretrizes curriculares nacionais e em sintonia com a dinâmica dos setores produtivos e com as expectativas da sociedade. Esse catálogo é atualizado anualmente pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação – Setec/MEC. Em 2007, os dois primeiros CST realizaram o Enade – Exame Nacional de Desem- penho dos Estudantes: Radiologia e Agroindústria. Em 2008, outros 10 CST reali- zaram o Exame, e neste ano (2009) mais sete CST estão realizando. A inclusão dos CST no Enade conclui a integração dos CST ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Sinaes. Chega-se ao ano de 2009 com a consciência de que houve uma grande evolu- ção em relação aos cursos superiores de tecnologia ou graduações tecnológicas, tanto do ponto de vista de aceitação pela sociedade, quanto pela importância que assumem em relação ao desenvolvimento do país. Entretanto, essa mesma reflexão revela que ainda existem percalços que precisam ser superados, como por exemplo, editais de concursos para admissão que excluem a participação do profissional tecnólogo. Atualmente, nas áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA, o número de instituições, de cursos e de alunos continua crescendo vigorosamente, com pre- ponderância de ofertas pelo setor privado. Rede Federal e Centro Paula Souza se destacam no setor público, enquanto no setor privado o destaque fica por conta do Sistema ‘S’. 14 CARTILHA DO TECNÓLOGO – O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
  • 16. A identidade e o caráter da profissão do tecnólogo nas áreas abrangidas pelo Sistema Alguém tem competência profissional quando constitui, articula e mobiliza valores, conhecimentos e habilidades para a resolução de problemas não só rotineiros, mas também inusitados em seu campo de atuação profissional. Assim, age eficazmente diante do inesperado e do inabitual, superando a experiência acumulada transformada em hábito; liberando o profissional para a criativi- dade e a atuação transformadora. (CES/CEB Resolução 16/99) O s tecnólogos das áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA representam um segmento profissional de extrema importância para o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico do nosso país, decorrente das características pró- prias da sua formação profissional, em consonância com o modo de produção estabelecido na atualidade. A natureza dos cursos superiores de tecnologia implica currículos ágeis e flexíveis, capazes de responder positivamente às demandas do mundo do trabalho. Essa con- cepção de currículos ganha força na medida em que o Protocolo de Bolonha estimula as reformas e orienta para um modelo de educação superior muito próximo daquilo que vem sendo praticado na educação tecnológica desde a década de 1960. O desenvolvimento científico e tecnológico de nosso país passa pelos cursos su- periores de tecnologia que, em face da evolução histórica vivenciada, pelo apri- moramento de seus currículos, apresentam como objetivos: Incentivar a produção e a inovação científico-tecnológica, e suas respectivas aplicações no mundo do trabalho; Compreender os fundamentos científicos e a prática tecnológica envolvida em 15 sua área de atuação;
  • 17. Propiciar a compreensão e a avaliação dos impactos sociais, econômicos e am- bientais resultantes da produção, gestão e incorporação de novas tecnologias; Promover a capacidade de continuar aprendendo e de acompanhar as mu- danças nas condições de trabalho, bem como propiciar o prosseguimento de estudos em cursos de pós-graduação; Adotar a flexibilidade, a interdisciplinaridade, a contextualização e a atualiza- ção permanente de seus conhecimentos, por meio do acompanhamento de seus egressos; Garantir a identidade do perfil profissional de conclusão de curso e da respec- tiva organização curricular. Essa alternativa de educação superior, graças aos currículos flexíveis, dinâmicos e diversificados, além de comprometidos com as demandas do mundo do trabalho, consolida-se a cada dia, sem estabelecer concorrência com os bacharelados, mas complementando as possibilidades de atendimento aos anseios e necessidades da sociedade, particularmente dos setores empresariais. O profissional tecnólogo se caracteriza pela formação especializada, com es- O Protocolo de Bolonha, associado ao Relatório tudos específicos, profundos, focados de Jacques Delors*, sinaliza para a educação a ser e direcionados à área de atuação pro- praticada no século XXI, notadamente em relação fissional, com competências gerais e à educação superior. Nesse contexto, a educação específicas, permitindo ao graduado, tecnológica se tornou um importante referencial a carreira profissional nos setores pro- para os cursos de bacharelados, a partir de um maior equilíbrio entre ciência e tecnologia, de dutivo ou acadêmico e o avanço na currículos mais flexíveis, dinâmicos e sintoniza- sua formação, com a especialização, o dos com a realidade do mundo do trabalho. mestrado e o doutorado. *(Educação: Um Tesouro a Descobrir: Unesco, MEC, O fator determinante do nível de Cortez Editora, São Paulo, 1999). competências adquiridas na gradu- ação não é o tempo de duração do curso, mas sim o grau de abrangência e o foco dado pelo projeto pedagógico na formação do profissional. Entende- se por competência profissional a capacidade pessoal de articular, mobilizar e utilizar conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho de atividades em campos profissionais específicos, obedecendo a padrões de qua- lidade e produtividade. Com a formação especializada e direcionada para atender às reais necessida- des do sistema produtivo nas suas formas de organização, gestão e produção, o profissional tecnólogo vem rompendo com alguns paradigmas estabelecidos, 16 apresentando-se como uma alternativa necessária à evolução da sociedade e ao desenvolvimento do país. CARTILHA DO TECNÓLOGO – O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
  • 18. Identidade da profissão Tecnólogos são profissionais com o domínio ope- racional de um determinado fazer, compreensão global do processo produtivo, com a apreensão do saber tecnológico, valorização da cultura do traba- lho e a mobilização dos valores necessários à toma- da de decisões. Este profissional está capacitado a desenvolver de forma plena e inovadora, atividades em um determinado setor produtivo, com formação específica e base científica para a aplicação, desen- volvimento, pesquisa e inovação tecnológica, agre- gada à capacidade empreendedora. Caráter da profissão A formação do tecnólogo é voltada para a realidade do mundo do trabalho, capacitando profissionais para responder mais rapidamente às exigências dos setores produtivos. A graduação tecnológica, focada em bases científicas e tecnológicas, possi- bilita a formação de profissionais qualificados, com alta capacidade de con- tribuir com o desenvolvimento de soluções tecnológicas, a partir da com- preensão do processo produtivo. O tecnólogo, em função das competências adquiridas em sua formação, além de deter o conhecimento do fazer, é capacitado para analisar processos produ- tivos e propor aprimoramentos técnicos e inovações tecnológicas, contribuindo para a melhoria contínua dos índices de produtividade e de qualidade. Exercício Profissional O exercício profissional é baseado no artigo quinto da Constituição Federal. Esse artigo assegura o direito ao exercício profissional de quaisquer cidadãos que atendam às qualificações ou à escolaridade que a lei estabelece. O capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – assim determina em seu artigo 5º: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.” Embora a Constituição tenha estabelecido a liberdade de profissões, a lei pode exigir que o exercício de profissões que possam trazer riscos à integridade física de pessoas, de patrimônio material e/ou ambiental, ou ainda para a sociedade em geral, deve ser controlado e fiscalizado por 17 Conselho Profissional. A IDENTIDADE E O CARÁTER DA PROFISSÃO DO TECNÓLOGO NAS ÁREAS ABRANGIDAS PELO SISTEMA
  • 19. Sistema CONFEA/CREA Criado em de 11 de dezembro de 1933, pelo Decreto nº 23.569, o Conselho Fede- ral de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA é uma instituição autárqui- ca, regida pela Lei nº 5.194, de 1966, sendo o maior conselho multiprofissional do mundo. Possui mais de 900 mil profissionais registrados: engenheiros, arquitetos, agrônomos, geógrafos, geólogos, meteorologistas, tecnólogos dessas modalida- des, técnicos industriais e agrícolas e suas especializações. O Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA é a ins- tância superior da fiscalização do exercício profissional da Engenharia, Arquite- tura e Agronomia. Os Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREAs) são ór- gãos responsáveis pelos registros e fiscalização do exercício de profissões, locali- zados nas 27 capitais dos estados e Distrito Federal. Atribuições profissionais Sistema CONFEA/CREA O graduado em cursos tecnológicos das áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/ CREA só poderá exercer legalmente sua profissão após o registro no CREA. Uma das atribuições do CONFEA é baixar e fazer publicar as resoluções previstas para regulamentação e execução da Lei 5.194, de 1966, e, ouvidos Conselhos Re- gionais, resolver os casos omissos. Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973 Discrimina atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Ar- quitetura e Agronomia. Na Resolução 218/73, as atribuições profissionais são concedidas entre as 18 atividades, aos profissionais com formação de bacharéis (denominados ple- nos), aos profissionais com formação tecnológica e aos técnicos de nível mé- dio, registrados no Sistema CONFEA/CREA. O art. 23 da Resolução discrimina as competências do tecnólogo. Resolução nº 313, de 26 de setembro de 1986 Dispõe sobre o exercício profissional dos tecnólogos das áreas submetidas à re- gulamentação e à fiscalização instituídas pela Lei nº 5.194, de 24 dez 1966, e dá outras providências. No âmbito da Resolução 313/86, as atribuições são limitadas. Não existe uma análise criteriosa do currículo integralizado e do projeto pedagógico. Além disso, estabelece a necessidade de que engenheiros, arquitetos e agrônomos supervi- 18 sionem o tecnólogo para o desempenho de algumas atividades. CARTILHA DO TECNÓLOGO – O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
  • 20. Resolução nº 1.010, de 22 de agosto de 2005 Dispõe sobre a regulamentação da atribuição de tí- tulos profissionais, atividades, competências e ca- racterização do âmbito de atuação dos profissionais inseridos no Sistema CONFEA/CREA para efeito de fiscalização do exercício profissional. Na Resolução 1.010/05, as atribuições profissionais iniciais serão concedidas rigorosamente pela análise do perfil profissional do diplomado, de seu currículo integralizado e do projeto pedagógico do curso re- gular, em consonância com as respectivas diretrizes curriculares nacionais. Além disso, a Resolução permite a extensão de atribuição mediante cursos comprovadamente regulares, cursados após a diplomação. Resolução nº 1.007, de 5 de dezembro de 2003 A Resolução 1.007, de 2003, dispõe sobre o registro de profissionais, aprova os modelos e os critérios para expedição de Carteira de Identidade Profissional e dá outras providências. O exercício legal da profissão se dá após o registro do profis- sional no Sistema CONFEA/CREA. As Resoluções citadas podem ser acessadas no site www.confea.org.br/normativos. 19 A IDENTIDADE E O CARÁTER DA PROFISSÃO DO TECNÓLOGO NAS ÁREAS ABRANGIDAS PELO SISTEMA
  • 21.
  • 22. O exercício profissional e responsabilidades técnicas dos tecnólogos nas áreas abrangidas pelo sistema CONFEA/CREA A formação de nível superior se caracteriza pela autonomia pro- fissional e a consequente responsabilidade pela sua atuação e produção profissional, não cabendo nenhum tipo de tutela, dei- xando claro ainda que pela legislação vigente, tecnólogos, licen- ciados e bacharéis são os três graus equivalentes da Educação Superior Brasileira. (Prof. Paulo Wollinger, II Fórum de Valorização Profissional do Tecnólogo da Engenharia) A Associação Nacional dos Tecnólogos – ANT vem desenvolvendo juntamente com o CONFEA um intenso trabalho no sentido de afirmar as condições do exercício profissional do tecnólogo, por meio da proposição e adoção de uma política de inclusão, reconhecimento, integração e valorização profissional no âmbito do Sistema. No âmbito da categoria, a ANT desenvolve e realiza trabalhos de organização, incentivo à criação e ao fortalecimento de entidades estaduais/regionais, repre- sentativas dos profissionais tecnólogos da Engenharia, dentro da concepção de que a restrição ao exercício profissional pleno, no âmbito da modalidade, e de acordo com as competências adquiridas na graduação, deverá ser superada com a participação ativa dos tecnólogos no Sistema, com representação nas instâncias de decisão, por meio de suas entidades representativas. A realização do I e II Fórum de Valorização Profissional dos Tecnólogos da Enge- nharia, com apoio do CONFEA, e eventos integrados como a 64ª Soeaa/6º CNP em 2007 no Rio de Janeiro e a 65ª Soeaa/WEC 2008 em Brasília possibilitaram um grande avanço nesse processo, reunindo lideranças da categoria de todas as regi- ões do país, na busca de uma ação integrada em nível nacional, e o consequente 21 fortalecimento da categoria.
  • 23. Questões relativas ao exercício profissional foram abordadas em seus vários as- pectos e muitas ações estão sendo desenvolvidas a partir das propostas formu- ladas nesses fóruns de discussão. Seus resultados deverão ser apresentados em função do tempo que o encaminhamento de cada uma delas requer e da capaci- dade da categoria em intervir nos processos, de forma a acelerar suas efetivações no âmbito do Sistema CONFEA/CREA. Cabe aos profissionais tecnólogos a compreensão do seu papel nesse processo. São importantes o registro no Conselho Profissional, como forma de influir nas decisões do Conselho pelo poder de voto da categoria, e a contribuição para a criação e o fortalecimento das entidades representativas da categoria em seus es- tados e regiões, para que elas possam ter direito de representação nas instâncias deliberativas, para defender os direitos e interesses da categoria e trabalhar pela mudança das nossas condições no âmbito Sistema CONFEA/CREA, organizado em instâncias consultivas deliberativas e decisórias. 22 CARTILHA DO TECNÓLOGO – O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
  • 24. Desenvolvimento profissional dos tecnólogos A Tecnologia é o conjunto de princípios e processos de ação e de produção, instrumentos que decorrem da aplicação do conheci- mento científico, de diversos saberes e da experiência acumulada dos homens. Cumpre importante papel na reprodução da vida humana e na resolução dos problemas que afetam a existência natural e social. (Profa. Lucília Machado – O Profissional Tecnólogo e sua Formação Revista da RET – Rede de Estudos do Trabalho – Ano II – Número 3 – 2008). U ma carreira profissional bem-sucedida começa por uma formação de boa qualidade. A formação de tecnólogos é focada em uma modalidade de atu- ação profissional. O curso superior de tecnologia deve abranger um conjunto de saberes nos aspectos teórico e prático, abrangendo as funções de pesquisa, pla- nejamento, projetos, execução, avaliação e gestão, no âmbito de sua formação. Buscando uma definição etimológica para os tecnólogos, a Professora Lucilia Ma- chado define que: “O conhecimento tecnológico, embora multifacetado e abrangente, se unifica no seu objeto: os meios técnicos e os modos operatórios de conceber, organizar, gerenciar e executar o trabalho nas mais diversas áreas profissionais ou mesmo de atividades lúdicas e de consumo próprio. Orienta-se, sem dúvida, para fins práticos e resolutórios e tem uma racionalidade intrínseca: a tecno-lógica, uma correlação entre techne (arte) e logos (saberes, ciência, filosofia)”. Ainda usando essa fundamentação etimológica, tecnologia é o estudo da técnica. Neste sentido, a formação do tecnólogo faz a ponte entre a prática e a teoria. Esta formação estuda de modo sistemático e científico as diversas técnicas associadas 23 a uma atividade profissional.
  • 25. A formação de tecnólogos nas áreas abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA acontece em instituições públicas e privadas, credenciadas e reconhecidas pelo Ministério da Educação e cadastradas no Sistema CONFEA/CREA. Além dessas ins- tituições, as redes estaduais, credenciadas pelos seus respectivos Conselhos de Educação também oferecem Cursos Superiores de Tecnologia. A principal característica das boas escolas de formação de tecnólogos é a quali- dade de seu corpo docente, dos seus laboratórios e a sintonia com os setores pro- dutivos. O Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia destaca essas características quando propõe a infraestrutura mínima para os cursos, incluindo bibliotecas e laboratórios para cada curso. Outra ação importante para o profissional é se vincular a uma entidade represen- tativa da categoria para que possa ajudar fortalecer os Sindicatos e Associações de Tecnólogos, de modo a ter direito a representação e voz nas instâncias decisó- rias dos órgãos de governo, Conselho Profissional e setores patronais para a defe- sa dos seus interesses individuais e dos direitos coletivos no campo profissional. Na página da Associação Nacional dos Tecnólogos – ANT, www.ant.org.br, há uma relação dessas entidades e outras informações de interesse. É preciso ressaltar que não há outro modo de modificar a situação hoje estabele- cida para o profissional tecnólogo frente ao mercado de trabalho e à sociedade em geral, se não houver uma tomada de consciência por parte dos profissionais. Existe a necessidade imediata de compreender que essa tarefa é de responsabi- lidade dos próprios interessados, por meio da participação e do fortalecimento das organizações representativas (sindicatos e associações) e, a partir daí, buscar ajuda daqueles que defendem a profissão no âmbito do governo, conselhos de classe, movimento sindical e setores empresariais. 24 CARTILHA DO TECNÓLOGO – O CARÁTER E A IDENTIDADE DA PROFISSÃO
  • 26. Os tecnólogos e o mundo do trabalho A s estatísticas têm revelado uma tendência de valorização da profissão de tec- nólogo pelo fato deste ter uma atuação focada em demandas específicas, fa- cilidade de compreensão e intervenção nos processos, capacidade de adaptação e aplicação das suas competências em recortes das grandes áreas do conheci- mento, denominadas modalidades. Essa valorização tem se refletido nos dados de empregabilidade, explicada em grande parte pelo caráter da profissão, que permite ao profissional o aprimoramento e a inovação tecnológica no exercício rotineiro da atividade, reduzindo custos e agregando valor aos processos, além da iniciativa empreendedorística, que funciona como propulsora dessas caracte- rísticas inerentes da profissão. Uma boa forma de mensurar essa valorização é conversar com os representan- tes de organizações da categoria ou com os responsáveis pelo encaminhamento ao emprego nas instituições formadoras. Em muitos casos, é possível observar o alto índice de empregabilidade dos egressos de Cursos Superiores de Tecnologia, principalmente frente aos cursos de bacharelados. O diploma de um curso superior focado em tecnologias que impactam o mercado de trabalho tem se mostrado uma importante chave de acesso a muitas oportu- nidades ocupacionais em função da solidez e consistência profissional que esses cursos oferecem. A reorganização produtiva, com o aumento da competitividade, tem levado a um processo formativo menos abstrato e mais aplicado, em sintonia com as necessidades do sistema produtivo deste século. Assim, o grau de aceitação de tecnólogos pelas empresas vem crescendo grada- tivamente, à medida que esses profissionais se tornam cada vez mais necessários na sociedade e seus cursos reconhecidos e divulgados. Há casos de sucesso em todo o país, demonstrando que a escolha de um curso criado a partir da observa- ção do mundo do trabalho tem sido acertada. Alguns relatos podem ser acessa- dos na página da Associação Nacional dos Tecnólogos – ANT (www.ant.org.br). 25
  • 27.
  • 28.
  • 29. COORDENAÇÃO GERAL Jorge Guaracy Ribeiro ANT Pedro Lopes de Queiroz CONFEA Aléssio Trindade de Barros SETEC/MEC Paulo Wollinger SESu/MEC COMISSÃO DE ELABORAÇÃO Paulo Cesar Pereira CONIF Ítalo de Lima Machado SENAI – GO Efraim Geraldo Rodrigues Leite ANT Aldemir Coelho Lima IFG Aníbal Sebastião Alves Filho IF Goiano Ricardo Massashi Abe IFSP Wilson Conciani IFMT COLABORADORES Celso Ricardo dos Santos Nascimento SENAI/DN Fernanda Neves IFT Luis Otoni Meireles Ribeiro IF SUL – RIO-GRANDENSE/PELOTAS Marcelo Machado Feres SETEC/MEC Paulo Sergio Walenia UTFPR Assessoria de Comunicação do CONFEA Produção Grifo Design Projeto gráfico e editoração
  • 30. Apoio institucional: CONIF Confederação Nacional da Indústria Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional