O documento discute a importância da linguagem emocional e da mediação partilhada no contexto da docência online. Aborda conceitos como plasticidade cerebral, emoções, linguagem emocional e mediação, destacando como esses elementos podem ser trabalhados na docência a distância para promover aprendizagens significativas.
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
Linguagem emocional e mediacao partilhada
1.
2. A linguagem
emocional e a
mediação
partilhada naS
docênciaS online
Adriana Rocha Bruno (UNIRIO)
3.
4. Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
Sou composta por urgências:
minhas alegrias são intensas;
minhas tristezas, absolutas.
Entupo-me de ausências,
Esvazio-me de excessos.
Eu não caibo no estreito,
eu só vivo nos extremos.
Pouco não me serve,
médio não me satisfaz,
metades nunca foram meu forte!
Sou composta por urgências
Todos os grandes e pequenos
momentos,
feitos com amor e com carinho,
são pra mim recordações eternas.
Palavras até me conquistam
temporariamente…
Mas atitudes me perdem ou me
ganham para sempre.
Suponho que me entender
não é uma questão de inteligência
e sim de sentir,
de entrar em contato…
Ou toca, ou não toca.”
Clarice Lispector
5. Pontos introdutórios
● Somos um país desigual.
Somos um planeta desigual.
Somos igualmente diferentes.
● Nunca vivemos algo parecido
com o que estamos vivendo…
estamos em guerra e isso
muda tudo.
● As projeções sinalizam
longo período de
distanciamento físico.
■ Quase 140 mil
mortos !
■ o que fazer?
Profª.Drª.AdrianaRochaBruno
8. Matrioshkas: o cérebro e a mente
A mente
• expressão de um conjunto de
funções/processos cerebrais;
• sem localização específica,
pois decorre de uma série de
conexões sistêmicas.
Sistema Nervoso Central
• medula;
• ponte;
• cerebelo;
• mesencéfalo;
• diencéfalo;
• hemisférios cerebrais.
Funções
• consciência;
• vontade;
• pensamento;
• emoção;
• memória;
• aprendizado;
• imagem;
• criatividade;
• intuição.
10. "neuroplasticidade, que pode ser definida como a capacidade
que o cérebro tem de se transformar diante de pressões
(estímulos) do ambiente".
Carlos Alberto Mourão Júnior & Nicole Costa Faria (2015. P. 781)
11. Plasticidade
De acordo com Lombroso (2004)
Uma série de achados críticos mostrou que o
aprendizado necessita de alterações
morfológicas em pontos especializados
dos contatos neuronais, as sinapses. Estas
se alteram com o aprendizado - novas
sinapses são formadas e antigas se
fortalecem. Esse fenômeno, denominado
plasticidade sináptica, é observado em
todas as regiões do cérebro.
12. Plasticidade humana - Síntese
O organismo humano é plástico:
aprendizagem e ambientes para a
aprendizagem devem ser plásticos.
(Bruno, 2002)
A plasticidade cerebral
Indica que a possibilidade de novas conexões
celulares ao longo de nossa existência é
extraordinária.
Quanto mais rico for o ambiente, de modo a
estimular atividades mentais, maior o impacto
sobre as capacidades cognitivas e da
memória.
13. Plasticidade sociocultural
Plasticidade sináptica: grupos de
neurônios assumem funções de outros
podendo restabelecer ou formar redes
No sociocultural: reorganizações,
desdobramentos, rearticulações, reações –
relações emergentes – não há
padronização, fixação
14.
15. Ao longo dos séculos e até meados do o século XX...
Emoção:
- subjetiva demais,
- presumia-se que a razão era totalmente independente da
emoção;
- Situavam a emoção no corpo e a razão no cérebro.
"A ciência do século XX deixou o corpo de lado, devolveu a emoção
ao cérebro, mas relegou-o aos estratos neurais inferiores, associados a
ancestrais que ninguém venerava". (Damásio, 2000, p. 60)
16. As emoções
• Reações orgânicas, incontroláveis
○ manter a estabilidade do nosso
organismo;
• Auto-proteção - manutenção e
estabilidade da sua vida - homeostasia;
• O que podemos controlar é a sua
expressão;
17. “As emoções são parte integrante da regulação que
denominamos Homeostasia”, ou seja, reações
fisiológicas coordenadas e em grande medida
automáticas que são necessárias para manter
estáveis os estados internos de um organismo vivo.
(Damásio, 2000, p. 61)
Bisquerra (2000. P. 44) ⇒ homeostasia associada
ao oxigênio, água, alimento, regulação da
temperatura, etc.
18. Componentes da Emoção
Comportamental ➔ expressões faciais, tom de
voz, ritmo, etc.
Neurofisiológicos ➔ Respostas involuntárias
Cognitivos ➔ Vivência subjetiva -
sentimento
19. Processo da vivência emocional
Evento ➔ valoração ➔
mudanças fisiológicas ➔
predisposição à ação
20. Função das emoções
Adaptativa
Motivadora Informativa
Social
A cultura e a sociedade regulam as expressões das emoções...
Para Bisquerra (2000), algumas atitudes ou episódios
emocionais vivenciados repetidas vezes podem
desenvolver atitudes cognitivas emocionais.
⇒ tristeza em demasia ⇒ processo de depressão.
21. Reações (respostas) do organismo a
fatores decorrentes das mudanças
internas ou externas, apresentadas de
forma consciente ou inconsciente,
considerando múltiplas circunstâncias,
tais como: fisiológicas, relacionais,
pessoais, cognitivas, afetivas, sociais
etc., que, em congruência com os
aspectos ontogênicos e filogênicos da
existência humana, se caracterizam
principalmente pela conservação da
vida.
22. • Aprendemos a expressar emoções a partir
das relações estabelecidas socialmente;
• Contágio das emoções (BRUNO, 2002):
mesmo campo de percepção e ação –
mimetismo / Indução de emoções
(DAMÁSIO 2000);
• Pelo contágio ou pela indução emocional:
provocar no seu interlocutor reações na
mesma direção.
24. A consciência e a emoção não são separáveis...
A consciência é que nos possibilita sentir os
sentimentos, conhecer e identificar as emoções...
“... assim como a emoção, a consciência relaciona-
se à sobrevivência do indivíduo e que, tal como a
emoção, a consciência está alicerçada na
representação do corpo”. (DAMÁSIO, 2000, p. 76)
25. O sentimento é a transformação em imagem das mudanças do
organismo
...ninguém pode observar os sentimentos
que um outro vivencia, mas alguns
aspectos das emoções que originam esses
sentimentos serão patentemente
observáveis por outras pessoas”. (Damásio,
2000, p. 64)
“Todas as emoções usam o corpo como
teatro... O conjunto dessas mudanças (...) se
tornam sentimentos de emoção.” (2000: 75)
26. Ironicamente, é claro, os mecanismos da
razão ainda requerem a emoção, o que
significa que o poder controlador da razão
é com frequência modesto.”
(Damásio, 2000, p. 83)
27. Não aprendemos a ter emoções,
sentimentos e afetos, mas sim a
expressá-los...
28. O trabalho desenvolvido nos ambientes de
aprendizagem, poderá auxiliar na
identificação, valoração, indução e
expressão das emoções, porém, as
emoções em si, enquanto disposições
biológicas, são inerentes ao organismo.
29. Todo sistema racional...se dá como um
operar nas coerências da linguagem...
“Todo sistema racional tem fundo emocional,
e é por isso que nenhum argumento racional
pode convencer ninguém que já não estivesse
de início convencido, ao aceitar as premissas a
priori que o constituem.” (Maturana, 1997, p. 171)
Linguagem e razão
31. Um meio, uma forma, um dispositivo, um
sistema intencional de expressar e comunicar
emoções, mediado/permeado/viabilizado pela
linguagem (conversação), para a relação de
encontro, de contato, entre os sujeitos
aprendentes em processo contínuo de
transformação. (BRUNO, 2002)
A Linguagem Emocional
32. Assim, a Linguagem Emocional reflete,
sistematicamente, as múltiplas formas em que os
seres humanos estabelecem relações, utilizando-
se das diversas linguagens, considerando o fator
emocional como importante desencadeador das
transformações decorrentes neste processo.
(BRUNO, 2002)
33. A linguagem emocional utilizada pelo mediador
pedagógico pode abrir (ou não) espaço para que
emoções e sentimentos sejam desvelados, criando
então um espaço operacional mais propício às
interrelações emergentes, e consequentemente,
possibilitando construções e reflexões mais
complexas.
o tom utilizado pelo mediador pedagógico no início e
no processo de interação influencia o tipo de resposta
do interlocutor - linguagem emocional
37. Interatividade (Silva, 2014)
Para Silva é "diálogo, comunicação, troca entre
interlocutores humanos, entre humanos e máquina, e
também versa sobre a possibilidade de agir e intervir
sobre o programa e o conteúdo"
Interatividade é diferente de interação porque esta
cinde o emissor do receptor"
( SILVA, 2014, p. 102).
38. a interação humana pressupõe:
relacionamento, comunicação e contexto:
a interação online deve promover o entrelaçamento
dos sujeitos aprendentes para que um novo
conhecimento se constitua, um terceiro elemento
emirja e, por conseguinte, faça-se uma mudança
significativa nos sujeitos. (Bruno, 2002)
39.
40. MEDIAÇÃO (Bruno, 2002, 2007)
do Lat. Mediatione s. f., significa ação ou efeito de mediar;
intervenção; interferência.
•Ação
•Intervenção (no contexto educacional)
•sujeito(s) em relação
•indica movimento, vida, fruição
➔ é desenvolvida pelo humano, como forma de intervenção
no mundo.
41. Mediação partilhada ⇒ mediação em parceria
Possibilidade de materialização de parcerias - processo de
mediação passa a ser assumido por um parceiro (estudante) que
tenha condições para fazê-lo numa situação específica
➔ regências emergentes
“A parceria seria, por assim dizer, a possibilidade de consolidação
da intersubjetividade – a possibilidade de que um pensar venha a se
complementar no outro” (FAZENDA, 2003, p. 69).
42. Mediadores:
➔ trabalham (com) e fomentam (as) emergências
➔ formam de formadores
➔ cocriam ambiências para a prática da autoria e da
autonomia
➔ Constituem Redes de aprendizagem
➔ aprendizagem coletiva, colaborativa de TODOS
43. Mediação Partilhada
parceria:
- entre professor e alunos
- entre docentes
- entre discentes
- entre gestores e docentes
- entre escola e família
■ ⇒ emergências
mediação partilhada ➔ produção
coletiva e colaborativa de
conhecimentos.
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
45. DOCÊNCIAS
ONLINE
(Bruno, Silva, 2016)
São atos de currículo, são plurais, são
múltiplas, híbridas.
Não produzimos mais uma docência,
aprendida e praticada, mas sim
- docênciaS ⇒ construídas nas
relações singulares e plurais das
experiências
- Por meio de Linguagem emocional
(afetação/afetividade)
- E de Mediação partilhada
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
46. Como disse Boaventura S. S. em live em
25/08/2020 - no ppgedu-UNIRIO
DEIXEM AS
CRIANÇAS/ES
TUDANTES
FALAREM! ?
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
49. O progresso científico e tecnológico
que não responde
fundamentalmente aos interesses
humanos, às necessidades de
nossa existência, perdem, para
mim, sua significação.
Paulo Freire
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Referências
Dissertação - Adriana Rocha Bruno
https://sites.google.com/site/arbruno/publicacoes/tese-e-
disserta%C3%A7%C3%A3o-adriana-r-b?authuser=0
MOURÃO Jr., Carlos, FARIA, Nicole C. Memória.
Psychology/Psicologia Reflexão e Crítica. N 28, V. 4.
2015. Disponível pelo endereço:
https://www.scielo.br/pdf/prc/v28n4/0102-7972-prc-
28-04-00780.pdf
51. Identidade
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem inseto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço.
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
52. ESPAÇOS/PROJETOS
INDICADOS
●SITE - Adriana Bruno:
https://sites.google.com/site/arbru
no
⇒ Buscar Educação na quarentena
(materiais, audios, lives), artigos,
links, tese, dissertação...
●#RIA40tena - Rede Interinstitucional de Ações
https://ria40tena.wixsite.com/ria40tena
●CASA CORPO -
https://www.instagram.com/casacorpo_/?hl=pt-br
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno