2. Relacionar o contexto histórico da
colonização com os impactos na
história atual, como o preconceito,
formas de racismo e intolerância
cultural bem como o descaso para com
os indígenas.
Influência que do passado, impacta no
presente e reflexão sobre o racismo
presente no cotidiano
Objetivos
4. Quantas raças?
Uma: a raça humana, porém a sociedade
cria todos os dias diferenças= raça social
(fenótipos, As diferenças de cor, traços
faciais e textura do cabelo , etc)
Quais são os tipos de raças no Brasil?
Segundo a Classificação do IBGE: Brancos,
Pardos, Negros, Indígenas, Amarelos.
5. Origem do racismo
• Entre 1501 e 1870, mais de 12,5 milhões de africanos foram raptados, vendidos como escravos e
transportados para o continente americano. Desses, 1 em cada 4 eram enviados para o Brasil, cerca de 4,8
milhões.
• Na segunda metade do século XIX, o Brasil contava com uma grande população negra, uma intensificação das
fugas e da formação de quilombos, pressão internacional – especialmente da Inglaterra – pelo fim da escravidão e
a necessidade de se adequar ao capitalismo, que estava em processo de expansão no país. O Brasil foi o maior
território escravista do hemisfério ocidental, foi o último a extinguir o tráfico negreiro e a escravidão.
• A abolição, sem a criação de mecanismos para um recomeço de vida e que integrassem a população negra à
sociedade livre e baseada no trabalho assalariado, levou essa população a continuar na pobreza, sem trabalho
ou com empregos precários, vivendo nas periferias das cidades, afastada dos bairros centrais, sem escolaridade
e, por consequência, sem direito a participar da política.
• O projeto conservador de modernização do Brasil não teve o interesse em integrar a população negra, mesmo porque era
orientado por ideários racialistas que associavam a mestiçagem ao atraso, portanto modernizar significava branquear a
sociedade brasileira,
6. O racismo estrutural
• Está presente em todos os lugares e em diversos momentos, inclusive em comentários desrespeitosos, que na
maioria das vezes passam despercebidos sob esse olhar crítico, pois estão tão arraigados em nossa sociedade, que
não são vistos como racistas.
• Alguns comentários racistas ocorrem em nosso cotidiano e por vezes não são notados.
• Trata-se de um conjunto de práticas, hábitos, situações e falas embutido em nossos costumes e que promove, direta
ou indiretamente, a segregação ou o preconceito racial. Podemos tomar como exemplos duas situações:
1. O acesso de negros e indígenas a locais que foram, por muito tempo, espaços exclusivos da elite, como
universidades. O número de negros que tinham acesso aos cursos superiores de Medicina no Brasil antes das leis de
cotas era ínfimo, ao passo que a população negra estava relacionada, em sua maioria, à falta de acesso à escolaridade,
à pobreza e à exclusão social.
2. Falas e hábitos pejorativos incorporados ao nosso cotidiano tendem a reforçar essa forma de racismo, visto que
promovem a exclusão e o preconceito mesmo que indiretamente.
11. Durante um jogo da
Libertadores de 2014, o volante
Tinga, ex-Cruzeiro, foi vítima de
racismo durante uma partida
contra o Real Garcilaso-PER,
pela Copa Libertadores da
América. A torcida peruana
hostilizou o jogador ao imitar
sons de macaco quando ele
tocava na bola (foto: Washington
Alves/Cruzeiro)
12. • O lateral Daniel Alves foi alvo de
racismo numa partida entre
Barcelona e Villarreal. Um
torcedor lançou uma banana no
gramado para ofendê-lo, mas o
jogador respondeu comendo a
fruta. “Estou na Espanha há 11
anos e há 11 anos é dessa
maneira. Temos de rir dessa gente
atrasada”, disse (foto: AFP)
13. • Assim como Daniel Alves, Roberto
Carlos também foi insultado com
uma banana jogada das
arquibancadas. Em ação pelo
Campeonato Russo, porém, o ex-
lateral esquerdo reagiu de
maneira diferente e abandonou a
partida entre Anzhi e Krylia
Sovetov (foto: Sergio
Barzaghi/Gazeta Press)
14. Exemplos de racismo estrutural
• Falta de representatividade em programas de televisão
• Palavras da língua portuguesa: Alguns exemplos de palavras que se
utilizam do termo “negro” para referir-se a algo negativo são: Denegrir,
Lista negra, Mercado negro
• Falta de representatividade política: apesar de mais de 50% da
população brasileira se autodeclarar negra, apenas 17,8% dos
parlamentares que compõe o Congresso Federal é negra.
15. Democracia racial
• Democracia racial é o estado de plena igualdade entre as pessoas independentemente de
raça, cor ou etnia.
• No mundo atual, apesar do fim da escravização e da condenação de práticas e de
ideologias racistas, ainda não existe democracia racial, visto que há um abismo imenso
que segrega populações negras, indígenas e aborígenes da população branca.
• Quando falamos em democracia em sentido amplo, não estamos falando apenas de
possibilidade de participação política mas também de igualdade de direitos, igualdade
social, igualdade racial e liberdade garantida a todas as pessoas.
• Pensar em democracia racial requer, portanto, pensar em uma sociedade em que todas
as pessoas, independentemente de sua origem étnico-racial e da cor de suas peles,
sejam livres e tenham direitos iguais.
16. Expressões racistas
• “Cor de pele”: Aprende-se desde criança que “cor de pele” é aquele lápis meio rosado, meio bege. Mas é evidente que o tom não
representa a pele de todas as pessoas, principalmente em um país como o Brasil.
• “Doméstica”: Negros eram tratados como animais rebeldes e que precisavam de “corretivos”, para serem “domesticados”.
• “Mulata”: Na língua espanhola, referia-se ao filhote macho do cruzamento de cavalo com jumenta ou de jumento com égua. A
enorme carga pejorativa é ainda maior quando se diz “mulata tipo exportação”, reiterando a visão do corpo da mulher negra como
mercadoria.
• “Cor do pecado”: Utilizada como elogio, se associa ao imaginário da mulher negra sensualizada. A ideia de pecado também é ainda
mais negativa em uma sociedade pautada na religião, como a brasileira.
• Ter um pé na cozinha”: Forma racista de falar de uma pessoa com origem negra. Infeliz recordação do período da escravidão em que
o único lugar permitido às mulheres negras era a cozinha da casa grande.
• “Cabelo ruim”: Fios “rebeldes”, “cabelo duro”, “carapinha”, “mafuá”, “piaçava” e outros tantos derivados depreciam o cabelo afro. Por
vários séculos, causaram a negação do próprio corpo e a baixa autoestima entre as mulheres negras sem o “desejado” cabelo liso.
• “Denegrir”: Sinônimo de difamar, possui na raiz o significado de “tornar negro”, como algo maldoso e ofensivo, “manchando” uma
reputação antes “limpa”.
• “A coisa tá preta”: A fala racista se reflete na associação entre “preto” e uma situação desconfortável, desagradável, difícil, perigosa.
• Serviço de preto”: Mais uma vez a palavra preto aparece como algo ruim. Desta vez, representa uma tarefa malfeita, realizada de
forma errada, em uma associação racista ao trabalho que seria realizado pelo negro.
• Inveja branca: Mais uma expressão que associa o negro ao comportamento negativo. Inveja é algo ruim, mas se ela for branca é
suavizada.
17. Negros que marcaram a história
Autores colecionam um importante
legado de conhecimento, talento e
resistência em um país ainda
racista, são eles:
• Machado de Assis: Autodidata e
de origem humilde, Joaquim Maria
Machado de Assis (1839-1808)
nasceu no Morro do Livramento, no
Rio de Janeiro (RJ), e começou sua
carreira publicando sonetos e
folhetins em jornais cariocas.
18. Carolina Maria de
Jesus
• Moradora da Favela do Canindé, em São Paulo (SP), Carolina
Maria de Jesus (1914 – 1977
• Cursou apenas as primeiras séries do Ensino Básico, mas
costumava utilizar diários para registrar diversos detalhes sobre o
seu cotidiano difícil, marcado pela miséria, entre outras
dificuldades enfrentadas por uma mulher negra, pobre e mãe
daquela época. Em 1958 o jornalista Audálio Dantas foi à favela
do Canindé escrever uma matéria sobre o local, que se expandia
próximo ao Rio Tietê. O jornalista se encantou com a história de
Carolina e publicou parte do material em 1958 em um jornal do
grupo Folha de S. Paulo e em 1959 na revista .
• Essas publicações projetaram Carolina como escritora, e em
1960, a autora lançou sua obra mais conhecida, Quarto de
despejo, que contém parte dos relatos registrados em mais de 20
cadernos que possuía em casa. Atualmente, a obra já foi
traduzida para 14 idiomas e vendida em mais de 40 países.
• Em maio de 2017, a Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
incluíram o livro Quarto de despejo como leitura obrigatória para
os seus vestibulares.
19. Alice Ball (1892 -
1916)
• Além de ser a primeira mulher a se
formar na Universidade do Havaí,
Alice criou, aos 23 anos, o método
Ball, um tratamento químico que
ajudou a curar a lepra e aliviou a vida
de centenas de pessoas, que não
foram mais obrigadas a se exilar de
suas famílias.
• Ball morreu aos 24 anos,
provavelmente por ter inalado gás
clorídrico no laboratório. Em todo ano
bissexto, no dia 29 de fevereiro,
comemora-se o Alice Ball Day no
Havaí.
20. Milton Santos
(1926 - 2001)
• Nascido em 3 de maio de 1926, em Brocas de
Macaíba (BA), Santos formou-se em Direito pela
Universidade Federal da Bahia (UFBA) e fez
doutorado em Geografia pela Universidade de
Estrasburgo. Ele trabalhou como jornalista, redator e
professor.
• Por causa do golpe militar em 1964, ele passou a
ser professor itirenante em diversos países e
faculdades, como a Paris-Sorbonne, na França e o
MIT (Massachusetts Institute of Technology). O
geógrafo retornou ao Brasil em 1977 e publicou o
livro "Por uma Geografia Nova" em 1978. Recebeu
20 títulos de Doutor Honoris Causa e fundou
laboratórios de geografia em países da Europa,
África e América. Santos foi o primeiro brasileiro a
ganhar o Prêmio Vautrin Lud (considerado o Nobel
da Geografia)
21. Patricia Bath (1942
- )
• Bath é a oftalmologista responsável
por criar o tratamento a laser para a
catarata, procedimento
revolucionário e bem menos
doloroso aos pacientes. Além disso,
ela também é fundadora do Instituto
Americano pela Prevenção da
Cegueira e sua attuação profissional
foi fundamental para ampliar o
oferecimento de serviços
oftalmológicos para comunidades
pobres.
22. Luiz Gama (1830 -
1882)
• Nascido na capital da Bahia, Salvador, Luiz Gonzaga
Pinto da Gama é considerado o Patrono da Abolição da
Escravidão do Brasil, pelo serviços prestados aos negros
escravizados na época em que viveu.
• Nasceu livre, filho de pai branco, de família portuguesa,
e mãe negra, mas foi escravizado aos 10 anos de idade e
assim permaneceu até o final da adolescência, quando
advogou pela sua própria liberdade, conseguindo-a.
• É considerado um dos raros intelectuais negros do Brasil
do século XIX, quando a escravidão ainda era legal e o
país vivia sob uma monarquia. Mesmo sem formação,
exercia advocacia, principalmente para libertação de
pessoas negras escravizadas ou acusadas de algum
crime. Também foi jornalista, e escritor