Este relatório descreve um experimento de extração de DNA de células de kiwi. Os alunos esmagaram células de kiwi, adicionaram detergente e sal para libertar e isolar o DNA, e precipitaram o DNA adicionando etanol frio, observando filamentos brancos de DNA. O experimento permitiu aos alunos observar diretamente moléculas de DNA.
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Biologia - Relatório da Extração de DNA do Kiwi (11º Ano)
1. Escola Secundária Rainha Dona Leonor
Biologia e Geologia
2021/2022
Extração de DNA de células vegetais
Professora: Dina Garanito
Trabalho realizadopor:
AfonsoLouro n.º 2
AfonsoCostan.º 3
Joaquim Alves n.º 14
11º 2ª
outubro 2021
2. Organização do Trabalho
1. Introdução ........................................................................1
2. Protocolo experimental ...................................................2
2.1. Material ........................................................................ 2
2.2. Procedimento ................................................................ 3
3. Resultados ........................................................................4
4. Interpretação dos resultados ..........................................4
5. Conclusão .........................................................................6
6. Bibliografia e Webgrafia ..................................................6
6.1. Bibliografia .................................................................... 6
6.2. Webgrafia ...................................................................... 6
3. 1. Introdução
O estudo do mecanismo através do qual as diferentes instruções provenientes do DNA
são expressas na célula exige que o mesmo seja isolado. Nesta atividade laboratorial, era
necessário separar o DNA dos demais constituintes celulares das células eucarióticas
vegetais do kiwi, de forma a obter filamentos visíveis de cadeias de DNA aglomeradas. Este
procedimento permitiu assim compreender uma das técnicas para a extração do DNA e
conhecer o processo necessário para o realizar. Assim, a atividade experimental efetuada
possuiu como principal objetivo a extração do DNA de células eucarióticas vegetais, tendo
sido utilizado o kiwi como fruto para a realização da experiência, principalmente devido à
grande densidade das suas células, permitindo consequentemente a melhoria da
observação dos resultados pretendidos.
Destaforma, de modo acompreender e aelucidar o propósito do procedimento referente
à experiência realizada na sua totalidade, é necessário, de forma inicial, desenvolver uma
abordagem teórica através do enquadramento com a matéria em estudo.
A molécula de DNA, ou ácido desoxirribonucleico, localiza-
se fundamentalmente no núcleo de uma célula,
constituindo o suporte universal da informação genética.
As diferentes cadeias de DNA possuem assim como
principal função, o armazenamento e a transmissão da
informação genética ao longo de diferentes gerações. Para
além disso, o DNA é ainda responsável pelo controlo do
metabolismo celular, o qual é exercido através da
realização de um processo denominado por síntese
proteica, no qual são sintetizados diferentes aminoácidos,
os quais formam sequências peptídicas, originando
estruturas fundamentais para a célula, as proteínas. A
porção da molécula de DNA que contém a informação para
a produção de uma determinada proteína denomina-se
gene, estando organizada em sequências de três nucleótidos consecutivos (tripletos)
denominados codogenes. Por sua vez, a totalidade da informação genética de um
organismo é denominada por genoma e engloba o conjunto de todos os genes existentes
nesse mesmo organismo.
Para além disso, de modo a conceber o intuito da realização da experiência, importa
também conhecer a constituição e a estrutura dos ácidos desoxirribonucleicos. Desta
forma, as moléculas de DNA constituem um polímero formado por múltiplos monómeros,
os quais são denominados por nucleótidos, existindo quatro tipos ou variedades distintas
de nucleótidos. Os desoxirribonucleótidos (nucleótidos do DNA) são constituídos por uma
pentose, a desoxirribose; por um grupo fosfato; e por quatro tipos diferentes de bases
azotadas, a adenina (A), a timina (T), a guanina (G) e a citosina (C). As bazes azotadas são
Figura 1 – Estrutura do DNA
4. complementares, isto é, unem-se sempre do mesmo modo. No caso da molécula de DNA,
a adenina (A) liga-se sempre à timina (T) e a guanina (G) à citosina (C). Ou seja, uma base
purina, de anel duplo, liga-se sempre a uma base pirimídica, de anel simples.
Os diferentes nucleótidos que
constituem uma cadeia polinucleotídica,
encontram-se unidos entre si, através de
ligações covalentes denominadas
fosfodiéster, sendo as mesmas
estabelecidas entre o grupo fosfato e os
carbonos da pentose, no sentido 5' → 3',
conforme sugerido na imagem exposta.
Para alémdisso, em termos de disposição
espacial molecular, na molécula de DNA, as bazes azotadas encontram-se voltadas para
dentro, devido ao seu carácter hidrofóbico (não reagem com a água), enquanto o grupo
fosfato e a pentose se encontram voltados para o exterior, dado o seu carácter hidrofílico
(reagem facilmente com a água).
Deste modo, é possível concluir que a estrutura de uma molécula de DNA, engloba duas
cadeias polinucleotídicas, as quais possuem sentidos opostos, denominando-se por isso
antiparalelas, sendo dispostas helicoidalmente, sob a forma de uma dupla hélice.
Uma vez compreendida a composição e a estrutura da molécula de DNA, estamos em
condições de progredir, passando ao procedimento experimental.
2. Protocolo experimental
2.1. Material
Nesta atividade laboratorial utilizámos os seguintes materiais:
Bata Laboratorial;
Kiwi;
100 ml de água destilada (H₂O);
10 ml de detergente da louça;
3 g de cloreto de sódio (NaCl);
10 ml de etanol 96% (a 5 ⁰C);
Banho-maria (a 37 ⁰C).
Almofariz;
Bisturi (ou faca);
Proveta de 100 ml;
2 tubos de ensaios (Controlo e A);
Figura 2 – Estrutura do DNA
Figura 3 – Material utilizado na realização da
atividade laboratorial
5. Suporte para tubos de ensaios;
Vareta de vidro;
Funil de vidro;
Pipeta graduada;
Pompete;
Colher de café;
Palito;
Esguicho para água;
Balão Erlenmeyer;
Gobelé;
Gaze ou papel de filtro;
Balança digital;
Frigorifico;
2.2. Procedimento
1. Descascar umkiwi, cortá-lo em pequenos fragmentos e esmaga-lo num almofariz;
2. Num balão Erlenmeyer, preparar uma solução composta por:
- 100 ml de água destilada (H₂O);
- 10 ml de detergente da louça;
- 3 g de cloreto de sódio (NaCl);
3. Misturar esta solução com a ajuda da vareta de vidro;
4. Juntar a mistura obtida ao kiwi esmagado, no almofariz;
5. Continuar o processo de esmagamento;
6. Filtrar o preparado para uma proveta graduada, com a ajuda do funil, através da
gaze (ou pano) de forma a obter 20 ml de preparado;
7. Com a ajuda da pipeta graduada e do pompete, colocar 10 ml de preparado em
cada tudo de ensaio (Controlo e A);
8. Colocar o tubo de ensaio A em banho-maria, a 37 ⁰C, durante 15 minutos;
9. Adicionar, lentamente, no tubo de ensaio A 10 ml de etanol a 5 ⁰C;
10. Deixar repousar até se observar a ascensão de uma canada gelatinosa
transparente (filamentos de DNA);
11. Com a ajuda de um palito, retirar a canada gelatinosa transparente, de modo a se
poder observar melhor;
6. 3. Resultados
Após o tubo de ensaio A ter saído do banho-maria, adicionou-se lentamente 10 ml de
etanol a 5 ⁰C, após algum tempo verificou-se a ascensão de uma camada gelatinosa
transparente (filamentos de DNA), como se pode observar na figura 1.
Figura 4 – Esquema dos resultados obtidos após a finalização da experiência.
4. Interpretação dos resultados
O início do procedimento experimental, onde o kiwi foi esmagado
num almofariz, realizou-se de modo a procurar romper as paredes
celulares e as membranas citoplasmáticas das diferentes células,
permitindo desta forma libertar o seu respetivo conteúdo celular.
Contudo, devido às pequeníssimas dimensões do núcleo da célula,
este processo não permite romper o mesmo, no qual se localiza
fundamentalmente o DNA.
Consequentemente, é necessário recorrer à utilização de 10 ml
detergente, uma vez que a utilização do mesmo permite separar as
moléculas de natureza fosfolipídica, penetrando na estrutura das membranas nucleares e
promovendo assimasuadesagregação.Como consequência, o conteúdo nuclear acabapor
ser libertado, dispersando-se assim na solução.
Figura 5 – Esmagamento do kiwi
Controlo A
10 ml de
preparado 10 ml de
preparado a 37 ⁰C
10 ml de
etanol a 5 ⁰C
+
Filamentos de
DNA
7. Por sua vez, a adição de 3 g de cloreto de sódio (NaCl) encontra-se diretamente
relacionada com a sua interferência com a carga das moléculas de DNA, permitindo tornar
a molécula mais estável e proporcionando um ambiente favorável à realização da
experiência. Assim,autilização do salde cozinha permitiu aneutralização da carganegativa
conferida ao DNA pelo grupo fosfato (o ião Na+ liga-se ao grupo fosfato), impedindo a
repulsão elétrica entre as moléculas de DNA e promovendo a sua agregação, de modo a
formar filamentos mais espessos e compridos, logo mais facilmente visíveis a olho nu. Para
além disso, o cloreto de sódio possibilita que as proteínas se mantenham dissolvidas no
líquido obtido, impedindo a sua precipitação, ao contrário do DNA, como iremos ver em
seguida.
Em seguida, no processo de filtragem, apenas uma parte
translúcida do líquido atravessa o filtro (gaze),
depositando-se uniformemente no fundo, enquanto as
restantes substâncias mais espessas da polpa de kiwi não
atravessaramo a gaze, ficando assimretidas no funil. Esta
etapa permitiu desta forma separar as paredes celulares
e as membranas citoplasmáticas do restante conteúdo
celular, nomeadamente dos núcleos.
Seguidamente, o tubo de ensaio foi colocado em banho-
maria a 37⁰C (A), de forma a posteriormente provocar
uma reação de choque térmico aquando da junção de
etanol a 5⁰C. A utilização do álcool etílico a uma baixa
temperatura deveu-se ao facto de
que quanto menor for a temperatura
do etanol, mais reduzida também
será a solubilidade do DNA no
mesmo. Consequentemente, como
as moléculas de DNA são insolúveis
neste composto, as mesmas irão
precipitar, sendo que a densidade do
DNA é menor do que a do etanol, e a
deste menor do que a densidade da
água.
Figura 6 – Processo de filtragem
Figura 7 – Tubo de ensaio A no banho-maria
8. Como resultado, os filamentos de DNA
ascendem, passando pela camada do
preparado constituída essencialmente
por água e pela camada de álcool etílico,
acumulando-se assim na parte superior
do tubo de ensaio A. O choque térmico
auxilia também o processo, no sentido da
formação de bolhas de ar, contribuindo
igualmente para a elevação do DNA.
Por fim, é finalmente possível visualizar
as milhões de cadeias aglomeradas de
DNA, as quais surgem sobre a forma de
diferentes filamentos, detentores de uma tonalidade branca.
5. Conclusão
Após a realização do protocolo experimental e a observação dos resultados obtidos é
possível afirmar que a molécula de DNA é insolúvel no etanol e muito menos densa que o
mesmo visto que no final da atividade a molécula desloca-se até à superfície sendo aí
possível observá-la. Se fosse utilizada água no lugar do etanol o DNA dissolvia-se tornando-
se impossível de observar a molécula a olho nu.
6. Bibliografia e Webgrafia
6.1. Bibliografia
Biologia 11, Biologia e Geologia, 11ºano, Areal Editores;
6.2. Webgrafia
https://notapositiva.com/extracao-do-adn-um-kiwi/#
https://pt.slideshare.net/anabzizou/extraco-do-dna-do-kiwi
https://pt.slideshare.net/BlueDronic/extrao-do-adn-do-kiwi-relatrio-biologia-11
Figura 8 – Observação dos filamentos de DNA.