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O caminho da consciência ecológica.
Dos bloqueios à ação transformadora
Afonso Murad
ecologiaefe.blogspot.com
A questão fundamental
• A destruição da biosfera acontece com uma velocidade
cada vez maior.
• Porque a consciência ecológica não segue na mesma
velocidade? Quais fatores psicológicos e culturais
bloqueiam o despertar da humanidade?
• O tema foi abordado por Jorge Riechmann, “Un mundo
vulnerable”, cap 3.
• Como romper este círculo vicioso? Contribuição de
Riechmann e da Laudato Si.
Referências para Riechmann
• Sjöberg, L. “Comportamientos humanos y cambios en el
medio ambiente: perspectivas psicológicas. Revista
Internacional de Ciencias sociales 121 (set 1989).
• Aronson, E. El animal social. Introducción a la psicología
social. 5 ed. Madrid: Alianza editorial, 1990.
• Piatelli, M. Los túneles de la mente. Barcelona: Crítica, 1995.
Ponto de partida: Capella, J.R. Los ciudadanos siervos.
Madrid: Trotta, 1993
O núcleo
• A “roda da engrenagem” das sociedades industriais
desconhece a responsabilidade moral.
• Há uma desproporção crescente entre o ser humano e a
tecnosfera, instância autônoma e de grande poder.
• Várias “fontes de ilusão” contribuem para um estado de
indiferença
• Difícil perceber a relação entre a ação individual e suas
consequências e resultados..
• Estamos dentro de um labirinto, sem fio condutor que guie
para a saída.
• Apesar disso, temos uns fios para a saída.
Fatores que bloqueiam
a emergência da consciência ecológica.
Como revertê-los?
1. Anonimato e destrutividade
• Pessoas perdidas no anonimato tendem a atuar de forma
mais agressiva, pois o senso de responsabilidade está
diluído e elas são menos conscientes de si mesmas.
• Há uma relação “entre a mundialização de um capitalismo
ecocida e destruidor dos vínculos sociais e a extensão de
comportamentos anônimos e violentos em todo o
mundo”
• Pessoas bem integradas em redes relacionais tendem a
estabelecer relações cooperativas e de reciprocidade com
seus semelhantes. Isso favorece comportamentos
ecologicamente benignos.
2. Distância entre valores declarados e
comportamento
• As pessoas dizem que querem defender o meio ambiente.
Mas suas ações não correspondem a este desejo. Não há
relação mecânica entre o discurso e a conduta real.
• A consciência ecológica não se transforma de maneira
imediata em ação favorável ao meio ambiente
-> Começar a mudar as condutas das pessoas. E para isso,
premiar as ações positivas e punir as negativas (como acontece
com multas referentes a transgressões sociais e ambientais).
3. Custos pessoais x benefícios sociais
• As infraestruturas estão organizadas de maneira
antiecológica. Comportar-se ecologicamente é quase
heróico.
Como vou ao trabalho de ônibus, se não há transporte para
lá? Para que separar o lixo, se os coletores não existem?
• As “infraestruturas” e os sistemas de incentivos nos
conduzem a atuar mal. Um comportamento favorável ao
meio ambiente acarreta muitos custos pessoais. E os
benefícios não são individuais, e sim coletivos.
4. Limitações dos processos cognitivos
• Na hora de deliberar e atuar, fontes de preconceitos e
distorções estão nos processos reflexivos. Para reduzir os
túneis da mente, temos que tomar consciência deles.
• Para melhorar a qualidade de nossas deliberações e
decisões, e reconstruir contextos para a formação da
consciência moral, deve-se reduzir controladamente e de
forma democrática, “a complexidade excessiva das
modernas sociedades industriais”. Reduzir a complexidade
complexamente, fugindo dos simplismos.
5. Fontes de ilusão
e deformação cognitiva
Inércia cognitiva
Efeito de ancoragem
Efeito de representatividade
Mecanismo de segregação
Efeito de disponibilidade
Distorções da percepção de probabilidade
Capilismo
a. Preguiça ou inércia cognitiva
Tendência a aceitar os marcos dentro das quais
os problemas são apresentados, a esperar
“mais do mesmo” e a ignorar a possibilidade
de mudanças radicais num curto prazo.
b. Efeito de ancoragem
• Baseamos nossos juízos em uma opinião pré-concebida.
Ela tem efeito considerável sobre os juízos subsequentes.
• A revisão de um primeiro juízo intuitivo não é anulado
completamente.
• O efeito de ancoragem leva a omitir a informação
conflitiva e ameaçadora.
• Vemos o novo através do prisma do velho, em vez de
enfocá-lo com carácter adicional.
c. Efeito de representatividade
• Atribuir importância aos detalhes de um caso, passando
por alto os fatores de caráter geral.
• A maioria é influenciada mais por um exemplo vivo, claro e
pessoal, do que por um material estatístico.
• Tendência a considerar representativo a um caso isolado e
único, e converter um fato particular em categoria.
d. Mecanismo de segregação
Isolamos o problema de seu contexto global e
fazemos que ocupe o centro exclusivo de
nossa atenção.
e. Efeito de disponibilidade
Tendência a sobrevalorizar tudo o que é
novo e espetacular, devido à ênfase
dispensada pela mídia.
Aceitam-se as circunstâncias triviais,
pois elas estão mais disponíveis.
f. Distorções da percepção de
probabilidade
• Tendência de perceber a representação estatística de
males pelo seu lado bom. (Se dissermos que um acidente
nuclear é provável na proporção de 1/50, pensamos que viveremos
ao menos 49 anos sem este risco)
• Abaixo de certos limites, as possibilidades nos parecem
equivalentes. Assim, 8% ou 1% nos soa com o mesmo.
g. “Capilismo”
Quando estamos em um grupo coeso com
ideias fortes e claras, é difícil enxergar
algo do outro ponto de vista.
6. Dissonância cognitiva
• Estado de tensão desagradável quando se mantém
simultaneamente duas cognições ou certezas
psicologicamente incompatíveis.
• Busca-se reduzir a tensão, fazendo-as compatíveis... Até
distorce o mundo objetivo para reduzir a dissonância.
• Em vez de acolher uma mensagem inquietante, tende-se a
subestimar e desacreditar de quem a transmite.
• Ou se minimiza a gravidade do dano: “não está tão mal
assim”
O processo de tomar consciência e agir...
O que se pode fazer? Simultaneidade
• Transformação interior: abandonar a passividade,
superando o fatalismo tecnológico”. Reagir, abandonar a
atitude resignada.
• Transformação pessoal: mudar o modo de vida.
Transformar a “soberania do consumidor” numa força
política real. Mudanças de hábito de consumo
• Transformação de nossas relações sociais: “optar pela ação
coletiva: organizar-nos para defender valores de justiça,
solidariedade, emancipação e respeito pela natureza;
exigir mais democracia e lutar para conseguí-la. Recolocar
assim “uma lógica da ação coletiva solidária”
• Avançar para uma sociedade mais simples e
descentralizada.
• Para isso: inteligência tecnológica + sabedoria
moral.
• Tal processo será com uma descida suave do
planador, uma retirada ordenada, cuidando dos
nossos feridos.
• Quando se deseja uma conduta que supõe sacrifício
ou abster-se de um prazer: o incentivo em favor
desta atitude, criada pela legislação ou por política de
preços tem mais probabilidade de dar resultado.
• Proposta: priorizar a modificação de condutas, e
depois as de atitudes (valores).
Como envolver as pessoas?
Elas se sentem implicadas emocionalmente nos acontecimentos
mais próximos no tempo e no espaço. O que ajuda:
• Certo consenso social: a situação é realmente crítica e de
emergência;
• Sentimento de responsabilidade pessoal;
• Empatia para com as pessoas diretamente afetadas;
• Convicção de que a própria ação terá efeitos positivos e
tangíveis.
O poder dos bons exemplos
• Em situações de incerteza tendemos a fazer como os
demais. Daí o poder dos bons exemplos, tanto para
reforçar a possibilidade de dissentir frente à maioria como
para estimular atitudes e condutas desejáveis
• As atitudes e condutas testemunhais tem uma eficácia
enorme para a mudança social.
Desintoxicação
• O ser humano, na moderna sociedade consumista se
assemelha ao dependente de droga. Necessita de uma
cura de desintoxicação.
• Precisa de novas formas de inserção no real e de dar
sentido à sua vida.
• Sair do consumismo exige um processo lento e contínuo.
Poder público: combinar 3 fatores de mudança
Pedagogia
Normas
Estrutura
de
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crítica, em todos os níveis, para nos
darmos conta da realidade e da
gravidade da crise ecológica.
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• Um novo estilo de vida, alegre e frugal, superando o
consumismo.
• Ações coletivas na sociedade civil.
• Postura das autoridades políticas e do poder econômico
• Uma espiritualidade ecológica.
Base para a apresentação e discussão:
Jorge RIECHMANN, Um mundo vulnerable. Ensayos sobre
ecologia, ética e tecnociência. Madrid: Catarata, 2005.
Papa Francisco. Encíclica Laudato Si. Sobre o cuidado da
casa comum. São Paulo: Paulinas, 2015
Apresentação durante o Congresso Internacional da SOTER de 2017, no GT 12:
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  • 1. O caminho da consciência ecológica. Dos bloqueios à ação transformadora Afonso Murad ecologiaefe.blogspot.com
  • 2. A questão fundamental • A destruição da biosfera acontece com uma velocidade cada vez maior. • Porque a consciência ecológica não segue na mesma velocidade? Quais fatores psicológicos e culturais bloqueiam o despertar da humanidade? • O tema foi abordado por Jorge Riechmann, “Un mundo vulnerable”, cap 3. • Como romper este círculo vicioso? Contribuição de Riechmann e da Laudato Si.
  • 3. Referências para Riechmann • Sjöberg, L. “Comportamientos humanos y cambios en el medio ambiente: perspectivas psicológicas. Revista Internacional de Ciencias sociales 121 (set 1989). • Aronson, E. El animal social. Introducción a la psicología social. 5 ed. Madrid: Alianza editorial, 1990. • Piatelli, M. Los túneles de la mente. Barcelona: Crítica, 1995. Ponto de partida: Capella, J.R. Los ciudadanos siervos. Madrid: Trotta, 1993
  • 4. O núcleo • A “roda da engrenagem” das sociedades industriais desconhece a responsabilidade moral. • Há uma desproporção crescente entre o ser humano e a tecnosfera, instância autônoma e de grande poder. • Várias “fontes de ilusão” contribuem para um estado de indiferença
  • 5. • Difícil perceber a relação entre a ação individual e suas consequências e resultados.. • Estamos dentro de um labirinto, sem fio condutor que guie para a saída. • Apesar disso, temos uns fios para a saída.
  • 6. Fatores que bloqueiam a emergência da consciência ecológica. Como revertê-los?
  • 7. 1. Anonimato e destrutividade • Pessoas perdidas no anonimato tendem a atuar de forma mais agressiva, pois o senso de responsabilidade está diluído e elas são menos conscientes de si mesmas. • Há uma relação “entre a mundialização de um capitalismo ecocida e destruidor dos vínculos sociais e a extensão de comportamentos anônimos e violentos em todo o mundo” • Pessoas bem integradas em redes relacionais tendem a estabelecer relações cooperativas e de reciprocidade com seus semelhantes. Isso favorece comportamentos ecologicamente benignos.
  • 8. 2. Distância entre valores declarados e comportamento • As pessoas dizem que querem defender o meio ambiente. Mas suas ações não correspondem a este desejo. Não há relação mecânica entre o discurso e a conduta real. • A consciência ecológica não se transforma de maneira imediata em ação favorável ao meio ambiente -> Começar a mudar as condutas das pessoas. E para isso, premiar as ações positivas e punir as negativas (como acontece com multas referentes a transgressões sociais e ambientais).
  • 9. 3. Custos pessoais x benefícios sociais • As infraestruturas estão organizadas de maneira antiecológica. Comportar-se ecologicamente é quase heróico. Como vou ao trabalho de ônibus, se não há transporte para lá? Para que separar o lixo, se os coletores não existem? • As “infraestruturas” e os sistemas de incentivos nos conduzem a atuar mal. Um comportamento favorável ao meio ambiente acarreta muitos custos pessoais. E os benefícios não são individuais, e sim coletivos.
  • 10. 4. Limitações dos processos cognitivos • Na hora de deliberar e atuar, fontes de preconceitos e distorções estão nos processos reflexivos. Para reduzir os túneis da mente, temos que tomar consciência deles. • Para melhorar a qualidade de nossas deliberações e decisões, e reconstruir contextos para a formação da consciência moral, deve-se reduzir controladamente e de forma democrática, “a complexidade excessiva das modernas sociedades industriais”. Reduzir a complexidade complexamente, fugindo dos simplismos.
  • 11. 5. Fontes de ilusão e deformação cognitiva
  • 12. Inércia cognitiva Efeito de ancoragem Efeito de representatividade Mecanismo de segregação Efeito de disponibilidade Distorções da percepção de probabilidade Capilismo
  • 13. a. Preguiça ou inércia cognitiva Tendência a aceitar os marcos dentro das quais os problemas são apresentados, a esperar “mais do mesmo” e a ignorar a possibilidade de mudanças radicais num curto prazo.
  • 14. b. Efeito de ancoragem • Baseamos nossos juízos em uma opinião pré-concebida. Ela tem efeito considerável sobre os juízos subsequentes. • A revisão de um primeiro juízo intuitivo não é anulado completamente. • O efeito de ancoragem leva a omitir a informação conflitiva e ameaçadora. • Vemos o novo através do prisma do velho, em vez de enfocá-lo com carácter adicional.
  • 15. c. Efeito de representatividade • Atribuir importância aos detalhes de um caso, passando por alto os fatores de caráter geral. • A maioria é influenciada mais por um exemplo vivo, claro e pessoal, do que por um material estatístico. • Tendência a considerar representativo a um caso isolado e único, e converter um fato particular em categoria.
  • 16. d. Mecanismo de segregação Isolamos o problema de seu contexto global e fazemos que ocupe o centro exclusivo de nossa atenção.
  • 17. e. Efeito de disponibilidade Tendência a sobrevalorizar tudo o que é novo e espetacular, devido à ênfase dispensada pela mídia. Aceitam-se as circunstâncias triviais, pois elas estão mais disponíveis.
  • 18. f. Distorções da percepção de probabilidade • Tendência de perceber a representação estatística de males pelo seu lado bom. (Se dissermos que um acidente nuclear é provável na proporção de 1/50, pensamos que viveremos ao menos 49 anos sem este risco) • Abaixo de certos limites, as possibilidades nos parecem equivalentes. Assim, 8% ou 1% nos soa com o mesmo.
  • 19. g. “Capilismo” Quando estamos em um grupo coeso com ideias fortes e claras, é difícil enxergar algo do outro ponto de vista.
  • 20. 6. Dissonância cognitiva • Estado de tensão desagradável quando se mantém simultaneamente duas cognições ou certezas psicologicamente incompatíveis. • Busca-se reduzir a tensão, fazendo-as compatíveis... Até distorce o mundo objetivo para reduzir a dissonância. • Em vez de acolher uma mensagem inquietante, tende-se a subestimar e desacreditar de quem a transmite. • Ou se minimiza a gravidade do dano: “não está tão mal assim”
  • 21. O processo de tomar consciência e agir...
  • 22. O que se pode fazer? Simultaneidade • Transformação interior: abandonar a passividade, superando o fatalismo tecnológico”. Reagir, abandonar a atitude resignada. • Transformação pessoal: mudar o modo de vida. Transformar a “soberania do consumidor” numa força política real. Mudanças de hábito de consumo • Transformação de nossas relações sociais: “optar pela ação coletiva: organizar-nos para defender valores de justiça, solidariedade, emancipação e respeito pela natureza; exigir mais democracia e lutar para conseguí-la. Recolocar assim “uma lógica da ação coletiva solidária”
  • 23. • Avançar para uma sociedade mais simples e descentralizada. • Para isso: inteligência tecnológica + sabedoria moral. • Tal processo será com uma descida suave do planador, uma retirada ordenada, cuidando dos nossos feridos.
  • 24. • Quando se deseja uma conduta que supõe sacrifício ou abster-se de um prazer: o incentivo em favor desta atitude, criada pela legislação ou por política de preços tem mais probabilidade de dar resultado. • Proposta: priorizar a modificação de condutas, e depois as de atitudes (valores).
  • 25. Como envolver as pessoas? Elas se sentem implicadas emocionalmente nos acontecimentos mais próximos no tempo e no espaço. O que ajuda: • Certo consenso social: a situação é realmente crítica e de emergência; • Sentimento de responsabilidade pessoal; • Empatia para com as pessoas diretamente afetadas; • Convicção de que a própria ação terá efeitos positivos e tangíveis.
  • 26. O poder dos bons exemplos • Em situações de incerteza tendemos a fazer como os demais. Daí o poder dos bons exemplos, tanto para reforçar a possibilidade de dissentir frente à maioria como para estimular atitudes e condutas desejáveis • As atitudes e condutas testemunhais tem uma eficácia enorme para a mudança social.
  • 27. Desintoxicação • O ser humano, na moderna sociedade consumista se assemelha ao dependente de droga. Necessita de uma cura de desintoxicação. • Precisa de novas formas de inserção no real e de dar sentido à sua vida. • Sair do consumismo exige um processo lento e contínuo.
  • 28. Poder público: combinar 3 fatores de mudança Pedagogia Normas Estrutura de incentivos
  • 29. É necessária uma pedagogia social crítica, em todos os níveis, para nos darmos conta da realidade e da gravidade da crise ecológica.
  • 30. Convergência com a Laudato Si
  • 31. • Apelo à conversão ecológica. • Atitudes individuais. • Um novo estilo de vida, alegre e frugal, superando o consumismo. • Ações coletivas na sociedade civil. • Postura das autoridades políticas e do poder econômico • Uma espiritualidade ecológica.
  • 32. Base para a apresentação e discussão: Jorge RIECHMANN, Um mundo vulnerable. Ensayos sobre ecologia, ética e tecnociência. Madrid: Catarata, 2005. Papa Francisco. Encíclica Laudato Si. Sobre o cuidado da casa comum. São Paulo: Paulinas, 2015 Apresentação durante o Congresso Internacional da SOTER de 2017, no GT 12: Religião, ecologia e cidadania planetária. Texto disponível nos anais da SOTER