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Morte em lares

  • 1. MORTE  EM  LARES   Albino  Gomes  
  • 2. “Envelhecer  não  é  dificil,  dificil  é  ser-­‐se  velho”     Goethe  
  • 3. ESTATISTICA   •  Actualmente  existem  cerca  de  15.000  idosos  à   espera  de  vaga  em  lares   •  1992  –  3.000  lares   •  2006  –  esIma-­‐se  cerca  de  6.100  lares   •  As  autoridades  encerram  em  média  1  lar  por   semana   •  2010  –  1,8  idoso  por  cada  jovem  
  • 4. MORTE  EM  LARES   •  20%  de  todas  as  mortes  ocorrem  em  lares   •  A  maior  parte  das  mortes  é  de  causa  natural   •  Não  existem  dados  que  indique,  o  número  de   mortes  por  homicídio,  suicídio  ou  acidentes   em  lares  
  • 5. HOMICIDIO   •  Incomum   •  Os  autores  podem  ser  funcionários  do  lar,   membros  da  família  ou  outros  residentes  do   lar   •  Normalmente  os  homicídios  são  comeIdos   pelas  visitas   •  Negligência  de  cuidados,  homicídio???  
  • 6. SUICIDIO   •  Alguns  casos  em  lares  clandesInos,  sem   grande  vigilância   •  Raro  nos  lares  com  ambiente  controlado,  com   acesso  mínimo  a  armas  e  fármacos   •  Local  e  espaço  do  lar  influencia  o  suicidio  
  • 7. ACIDENTES   •  As  quedas  produzem  o  maior  número  de   mortes   •  Segunda  causa  mais  frequente:  asfixia   causada  pelas  grades  da  cama,  imobilizações   de  contenção  e  colchões  muito  pequenos   •  Outras  causas:  aspiração  de  vómito,   queimaduras  provocadas  por  imersão  em   água  quente  
  • 8. OVERDOSE   •  Estas  mortes  podem  ser  inadverIdas  ou   intencionais   •  As  denúncias  destes  casos  ocorrem  quando   algum  funcionário  denuncia  o  caso   •  No  SUG  as  equipas  médicas  idenIficam  os   casos,  ou  quando  é  realizada  a  autopsia   •  Raramente  a  overdose  é  intencional  
  • 9. NEGLIGÊNCIA   •  Os  casos  que  envolvem  morte  em   consequência  de  úlceras  de  pressão,   raramente  dão  acusação  de  homicídio   involuntário   •  A  negligência  de  cuidados  é  crime  
  • 10. NEGLIGÊNCIA   ANALISE  DOS  REGISTOS:   •  A  viIma  foi  posicionada  de  2h/2H  –  mas  as   úlceras  aparecem   •  Os  residentes  comem  todas  as  refeições  –  mas   perdem  peso   •  A  medicação  é  sempre  dada  –  mesmo  quando   as  caixas  estão  vazias   •  Aparecem  às  vezes  registos  de  cuidados  de   enfermagem  a  utentes,  que  já  morreram  
  • 11. NEGLIGÊNCIA   Sinais  de  Negligência:     •  Contracturas   •  Má  nutrição   •  Desidratação   •  Úlceras  pressão  
  • 12. CONTRACTURAS   •  Causada  por  atrofia  e  encurtamento  anormal   das  fibras  musculares   •  A  primeira  causa  é  o  desuso,  os  músculos   ficam  fracos  e  atrofiados   •  O  musculo  diminui  de  diâmetro  e  diminuem  o   numero  de  células  musculares   •  Ocorre  muitas  vezes  em  utentes  acamados   •  Presença  de  contracturas  indica  maus   cuidados  
  • 13. MÁ  NUTRIÇÃO   •  Envolve  um  défice  ou  excesso  de   componentes  essenciais  de  dieta  balanceada   •  O  Ipo  de  má  nutrição  encontrada  em  lares  é   usualmente  má  nutrição  proteino-­‐calórica   •  A  avaliação  é  efectuada  através  da  medição   da  albumina  
  • 14. DESIDRATAÇÃO   •  Frequente   •  Pode  ocorrer  por:  doença  (diarreia,  febre,   infecção);  efeito  da  medicação  (diuréIcos);  e   ausência  de  monitorização  da  ingestão  de   líquidos.   •  Enquadra-­‐se  nos  maus  cuidados  
  • 15. ULCERAS  DE  PRESSÃO   •  A  sua  presença  indica  cuidados  de  assistência   fracos   •  Factores  que  podem  levar  a  úlceras:   •  Depressão  motora   •  Alterações  de  consciência   •  Pressão  nas  proeminências  ósseas   •  Má  nutrição   •  InconInência  
  • 16. MORTES  CAUSADAS  PELAS  GRADES   DA  CAMA   •  As  grades  servem  para  evitar  quedas   •  As  grades  podem  provocar  lesões  indirectas,   quando  os  idosos  tentam  saltar  as  camas   •  As  grades  podem  causar  a  morte  directa  por   aprisionamento   •  Em  geral  os  utente  apresentam  alterações   nsicas  e  cogniIvas  
  • 17. MORTES  POR  DISPOSITIVOS     DE  IMOBILIZAÇÃO   •  Risco  de  estrangulamento  e  asfixia  posicional   •  Tipicamente  existe  história  de  agitação  com   imobilização  e  tentaIva  de  fuga     •  Imobilizações  colocadas  em  locais  errados   (região  torácica,  axilar)   •  Utentes  imobilizados  em  cadeirões  na  região   axilar,  e  que  vão  escorregando,  podendo  levar   a  enforcamento  
  • 18. PAPEL  DO  ENFº  FORENSE  
  • 19. PAPEL  DO  ENFº  FORENSE   •  Preservar  e  proteger  o  local   •  Avaliação  minuciosa  do  corpo   •  Ver  marcas  de  contenção  e  trauma   •  Registo  fotográfico   •  Consultar  processo  do  utente,  para  verificar   história  clínica   •  Recolher  toda  a  terapêuIca  da  viIma    
  • 20. PAPEL  DO  ENFº  FORENSE   •  Recolher  as  lamelas  dos  comprimidos  e   colocar  em  envelopes.   •  Zaragatoa  das  manchas  de  sangue   •  Na  presença  de  conteúdo  gástrico  recolher   amostra   •  Recolher  urina  (  se  algaliado)   •  Registar  lesões  me  diagrama  corporal  
  • 21. PAPEL  DO  ENFº  FORENSE   •  Descrever  e  fotografar  as  úlceras  de  pressão     •  Ter  atenção  à  localização,  diâmetro  e   caracterísIcas  (presença  exsudado,  odor,  Ipo   de  tratamento)   •  Pesquisar  sinais  de  overdose   •  Avaliar  risco  de  abuso  sexual,  em  caso   afirmaIvo  realizar  perícia  com  recolha  de   amostras  
  • 22. PAPEL  DO  ENFº  FORENSE   •  Atenção  ao  tutor  do  idoso,  para   consenImento  informado   •  Registar  todas  as  patologias  associadas   •  Avaliar  condições  do  lar  e  denunciar   •  Registar  a  legalidade  do  lar   •  Avaliar  a  temperatura  ambiente  do  local  
  • 23. E  AGORA  O  QUE  FAZER?