SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  16
AS DIFICULDADES NA
APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
Discalculia, Acalculia e Pseudo-Discalculia
   Algumas questões passaram a ser consideradas
    mais atentamente:

 O que é a dimensão afetiva em Matemática?
 Qual o significado dos afetos em Matemática?

 Há algum tipo de ensino melhor do ponto de vista
  da dimensão afetiva?
 Qual o papel do professor nesta dimensão?
O DOMÍNIO AFETIVO
   Não há definição clara sobre o que é afeto ou
    domínio afetivo. De fato, definir claramente o afeto
    seria inserir uma racionalidade no emocional. Para
    Chacón (2003), a definição mais utilizada é a de
    equipe de educadores de taxonomia dos objetivos
    da educação, que aceita como domínio afetivo tudo
    o que se refere ao âmbito da afetividade. Nesta
    definição,         estão          inclusas        as
    crenças, atitudes, considerações, gosto e
    preferências, emoções, sentimento e valores.
 McLeod (1989) toma o termo "afeto" de maneira
  geral e usa a expressão "domínio afetivo" para se
  referir a um conjunto extenso e não bem delimitado
  de sentimentos e de humor (estado de ânimo) que
  diferem da pura cognição.
 Os descritores do domínio afetivo são as crenças,
  as atitudes e as emoções.
AS CRENÇAS
   As crenças matemáticas fazem parte do domínio
    subjetivo e estão ao redor de todos os que são
    relacionados com a Matemática, seu aprendizado e
    seu ensino: professores, alunos e pais.

   Considera-se que há fatores consciente e
    inconscientes atuando no estabelecimento das
    crenças que os sujeitos fazem, sendo que os
    fatores inconscientes parecem mais relevantes no
    domínio afetivo, por serem mais complexos e
    marcantes ao sujeito.
   As crenças do estudante são classificados em
    crenças sobre a Matemática (sobre objeto); sobre
    si mesmo, sobre o ensino da Matemática e sobre o
    meio no qual a educação matemática acontece
    (contexto social e cultural). (MCLEOD, 1992).São
    consideradas crenças sobre a Matemática como
    disciplina (os alunos desenvolvem) e crenças dos
    estudantes (e do professor) sobre si mesmos e sua
    relação com a Matemática. Este último eixo possui
    um forte componente afetivo, incluindo crenças
    relativas à autoconfiança, ao autoconceito e às
    causas do sucesso ou fracasso escolar. São
    crenças relacionadas à noção de metacognição e
    autoconsciência.
AS ATITUDES
   A atitude é considerada como pré-avaliação (positiva e
    negativa) que determina as intenções pessoais e influi
    no comportamento. (HART, 1989). A atitude constitui-se
    de três componentes: um cognitivo, que se manifesta
    nas crenças implícita; um afetivo, que se manifesta na
    aceitação ou repúdio das tarefas propostas ou da
    matéria; e um intencional, que representa a tendência a
    um certo tipo de comportamento.

   Se o objetivo em questão é a Matemática, duas grandes
    categorias são distinguidas (CHACÓN, 2003).

   as atitudes em relação a Matemática;
   atitudes matemáticas.
   As atitudes em relação à Matemática referem-se ao
    destaque dado à disciplina, bem como ai interesse
    por essa matéria e ao seu aprendizado. O aspecto
    afetivo     é       central    nestas      questões
    e, usualmente, mais intenso do que o cognitivo. O
    afetivo     manifesta-se      em      termos      de
    interesse,       curiosidade,     respeito      pelo
    professor, satisfação, angústia, medo, tédio, pressa
    e ansiedade.

   As atitudes matemáticas, ao contrário, restringem-
    se aos aspectos cognitivos e referem-se ao modo
    de se utilizar capacidades gerais como flexibilidade
    e      agilidade     de    pensamentos,     espírito
    crítico, objetividade, generalização etc.
   As atitudes não se restringem ao campo
    consciente, muitas delas, ao contrário, pertencem à
    ordem do inconsciente e podem ser encaradas sob
    a forma de perspectiva psicanalítica.
O PAPEL DO PROFESSOR E AS SUA ATITUDES:
ASPECTOS INCONSCIENTES
   Ao mostrar que os fenômenos da sala de aula envolvem
    aspectos subjetivos, ou seja, referem-se aos fatores humanos
    muito mais do que aos técnicos, o paradigma da Psicanálise
    abre um caminho novo e frutífero aos professores, o da busca
    pela compreensão dos desejos, de boas relações do indivíduo
    consigo mesmo e com o outro. Mais preocupação com as
    pessoas,     apresenta-se     como       uma      forma   mais
    humanitária, considerando os fatores culturais e sociais.

   Blanchard-Laville (1992) explora ideias da Psicanálise, que
    aborda fatores da ordem do inconsciente, visando a aplicação
    para o tratamento dos professores de Matemática. A autora está
    preocupada com a pesquisa de metodologias para ajudar os
    professores e melhorar a prática efetiva e a busca uma
    compreensão de suas atitudes em sala de aula. Baseadas nas
    próprias experiências, percebeu aspectos de dimensão psíquica
    e de relações humanos presentes em classe, considerando que
    professores e alunos são, antes de mais nada, seres humanos.
   A autora caracteriza o professor como líder de sala,
    aquele que é responsável pela atmosfera, pelo
    ambiente criado, no qual a reação dos alunos diante de
    determinada circunstâncias é mais consequência das
    atitudes do professor do que apropriadamente
    pertencente aos alunos.

   Explorando os processos subjetivos inerentes à sala de
    aula, tomados por meio da centralidade da figura do
    professor que, por intermédio da linguagem e de
    atitudes faz suas colocações, defende que esse
    profissional sofre diversos tipos de pressões ou tensões
    internas. Para Blanchard-Laville, o professor impõe a si
    mesmo ou, ainda, seu inconscientes impõe diversos
    tipos de pressões internas, mesmo que ele não tenha
    pleno conhecimento (consciente) disto, o que me
    Psicanálise é chamado de repetições compulsivas.
   O professor sofre, desta maneira, grande influência
    sobre as decisões e escolha que toma diante das
    diversas situações vivenciadas em sala. A elaboração
    de uma análise interna do sujeito, visando modificar as
    condições psíquicas que causam estes desconfortos
    seria necessária e foi objeto de pesquisa da autora
    durante vários anos.

   O trabalho envolve a identificação não somente das
    atitudes do mestre em sala, mas também dos
    motivos, principalmente de ordem emocional, como
    ansiedade, medo ou satisfação que determinam tais
    atitudes. Para a autora, esse profissional cria uma
    imagem a si e aos seus alunos, por exemplo, de
    competência, segurança etc., que, gerando um certo
    equilíbrio   psíquico,   torna-se     difícil de    ser
    modificada, mesmo que se assim o fosse, diminuísse as
    tensões internas do professor. Lidar com estes
    objetos, que podem ser tomados como pertencentes à
    ordem do inconsciente, leva a uma modificação interna
    do sujeito e à descoberta de si e de suas relações com
    a fantasia.
AS EMOÇÕES
   As emoções são respostas organizadas, além da
    fronteira dos sistemas pedagógicos, incluindo o
    fisiológico, o cognitivo, o motivacional e o sistema
    experimental. Surgem como resposta a um
    acontecimento interno ou externo, que possui uma
    carga de significados positivo ou negativo para o
    indivíduo.

   As crenças dos alunos e professores sobre o papel
    que cada um desempenha na estruturação da
    realidade social da sala de aula - dentro da qual se
    ensina e se aprende - dão consistência ao
    significado dos atos emocionais. (CHACÓN, 2003)
   Os aspectos mais destacados que se referem ás consequências dos
    afetos são: o impacto que existe em como os alunos aprendem e
    utilizam a Matemática. Os afetos determinam os aspectos pessoais em
    que funcionam os recursos, as estratégias e o controle ao trabalhar as
    tarefas matemáticas; a influência na estrutura do autoconceito como
    aprendiz da Matemática; as interações produzidas com os sistema
    cognitivo; a influência na estruturação da realidade social da sala de
    aula; o obstáculo que representa para um aprendiz eficaz. Os alunos
    que possuem crenças rígidas e negativas sobre a Matemática e sua
    aprendizagem são, em geral, aprendizes passivos e trabalham mais
    memória do que compreensão.

   Para CHACÓN (2003), a relação que se estabelece entre afetos -
    crenças atitudes e emoções - a aprendizagem é cíclica: por um lado, a
    experiência do estudante ao aprender Matemática provoca diferentes
    reações e influi na formação de crenças. Por outro, as crenças
    defendidas pelo sujeito têm consequência direta em seu
    comportamento, em situações de aprendizagem e em sua capacidade
    de aprender.
   O ensino de Matemática não está alheia às
    concepções sobre o que é o conhecimento
    matemático; muitas ideias sobre esta disciplina
    baseiam-se nas diferentes visões da filosofia da
    Matemática. Por isso, cabe aos professores
    confrontarem-se com as próprias visões que têm
    da Matemática e que, sem dúvida, influenciam as
    práticas de ensino.

   Extraído do Fundamentos Teóricos do Pensamento
    Matemática - Magna Natália Martin Pires - Curitiba
    Ed. Iesde, 2005. pg.139 a 142.
As dificuldades na aprendizagem da matemática

Contenu connexe

Tendances

02.psicologia escolar e educacional
02.psicologia escolar e educacional02.psicologia escolar e educacional
02.psicologia escolar e educacional
Rosenira Dantas II
 
A atuação do psicólogo escolar multirreferencialidade, implicação e escuta ...
A atuação do psicólogo escolar   multirreferencialidade, implicação e escuta ...A atuação do psicólogo escolar   multirreferencialidade, implicação e escuta ...
A atuação do psicólogo escolar multirreferencialidade, implicação e escuta ...
Thiago Cardoso
 
Texto 2 teorias da aprendizagem para a prática pedagógica
Texto 2   teorias da aprendizagem para a prática pedagógicaTexto 2   teorias da aprendizagem para a prática pedagógica
Texto 2 teorias da aprendizagem para a prática pedagógica
Fátima Noronha
 
Modelos pedagógicos e epistemológicos
Modelos pedagógicos e epistemológicosModelos pedagógicos e epistemológicos
Modelos pedagógicos e epistemológicos
familiaestagio
 
Monografia sobre teorias de aprendizagem
Monografia sobre teorias de aprendizagemMonografia sobre teorias de aprendizagem
Monografia sobre teorias de aprendizagem
Gracieli Henicka
 

Tendances (20)

3037 1643
3037 16433037 1643
3037 1643
 
Abordagem gestáltica & psicopedagogia um olhar compreensivo para a totalidade...
Abordagem gestáltica & psicopedagogia um olhar compreensivo para a totalidade...Abordagem gestáltica & psicopedagogia um olhar compreensivo para a totalidade...
Abordagem gestáltica & psicopedagogia um olhar compreensivo para a totalidade...
 
Ea abordagens
Ea abordagensEa abordagens
Ea abordagens
 
02.psicologia escolar e educacional
02.psicologia escolar e educacional02.psicologia escolar e educacional
02.psicologia escolar e educacional
 
08 pesquisa - significações sobre a atuação do psicólogo escolar
08   pesquisa - significações sobre a atuação do psicólogo escolar08   pesquisa - significações sobre a atuação do psicólogo escolar
08 pesquisa - significações sobre a atuação do psicólogo escolar
 
Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos
Modelos pedagógicos e modelos epistemológicosModelos pedagógicos e modelos epistemológicos
Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos
 
Teorias de Aprendizagem em Medicina
Teorias de Aprendizagem em MedicinaTeorias de Aprendizagem em Medicina
Teorias de Aprendizagem em Medicina
 
A atuação do psicólogo escolar multirreferencialidade, implicação e escuta ...
A atuação do psicólogo escolar   multirreferencialidade, implicação e escuta ...A atuação do psicólogo escolar   multirreferencialidade, implicação e escuta ...
A atuação do psicólogo escolar multirreferencialidade, implicação e escuta ...
 
Texto 2 teorias da aprendizagem para a prática pedagógica
Texto 2   teorias da aprendizagem para a prática pedagógicaTexto 2   teorias da aprendizagem para a prática pedagógica
Texto 2 teorias da aprendizagem para a prática pedagógica
 
RELAÇÕES PROFESSOR-ALUNOS NO INÍCIO DA DOCÊNCIA DE UMA JOVEM PROFESSORA UNIVE...
RELAÇÕES PROFESSOR-ALUNOS NO INÍCIO DA DOCÊNCIA DE UMA JOVEM PROFESSORA UNIVE...RELAÇÕES PROFESSOR-ALUNOS NO INÍCIO DA DOCÊNCIA DE UMA JOVEM PROFESSORA UNIVE...
RELAÇÕES PROFESSOR-ALUNOS NO INÍCIO DA DOCÊNCIA DE UMA JOVEM PROFESSORA UNIVE...
 
Teorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagemTeorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagem
 
Abordagem comportamentalista
Abordagem comportamentalistaAbordagem comportamentalista
Abordagem comportamentalista
 
Modelos pedagógicos e epistemológicos
Modelos pedagógicos e epistemológicosModelos pedagógicos e epistemológicos
Modelos pedagógicos e epistemológicos
 
Monografia sobre teorias de aprendizagem
Monografia sobre teorias de aprendizagemMonografia sobre teorias de aprendizagem
Monografia sobre teorias de aprendizagem
 
Atividade 1 - teorias de aprendizagem - puc-rs
Atividade 1  - teorias de aprendizagem - puc-rsAtividade 1  - teorias de aprendizagem - puc-rs
Atividade 1 - teorias de aprendizagem - puc-rs
 
Pedagogia Diretiva
Pedagogia DiretivaPedagogia Diretiva
Pedagogia Diretiva
 
Tecnologia Lte
Tecnologia LteTecnologia Lte
Tecnologia Lte
 
Produtos da Aprendizagem
Produtos da AprendizagemProdutos da Aprendizagem
Produtos da Aprendizagem
 
[Módulo 4] Tema: Teorias da Aprendizagem
[Módulo 4] Tema: Teorias da Aprendizagem[Módulo 4] Tema: Teorias da Aprendizagem
[Módulo 4] Tema: Teorias da Aprendizagem
 
Cap 3 Teorias da aprendizagem
Cap 3   Teorias da aprendizagemCap 3   Teorias da aprendizagem
Cap 3 Teorias da aprendizagem
 

En vedette

São Paulo Revitalizado
São Paulo RevitalizadoSão Paulo Revitalizado
São Paulo Revitalizado
rodrigobot
 
A magia e o prazer da dança
A magia e o prazer da dançaA magia e o prazer da dança
A magia e o prazer da dança
acarol1970
 
Diccionario economico
Diccionario economicoDiccionario economico
Diccionario economico
almajusa
 
802.11 performance issues
802.11 performance issues802.11 performance issues
802.11 performance issues
Fábio Pisaruk
 
Oxidoreduccion
Oxidoreduccion Oxidoreduccion
Oxidoreduccion
StefanyCC
 

En vedette (20)

Proteínas e aminoácidos Bioquimica 1 - Nutrição
Proteínas e aminoácidos Bioquimica 1 - NutriçãoProteínas e aminoácidos Bioquimica 1 - Nutrição
Proteínas e aminoácidos Bioquimica 1 - Nutrição
 
Manuel 22
Manuel 22Manuel 22
Manuel 22
 
Robotica
RoboticaRobotica
Robotica
 
São Paulo Revitalizado
São Paulo RevitalizadoSão Paulo Revitalizado
São Paulo Revitalizado
 
Estrelas
EstrelasEstrelas
Estrelas
 
Saussure vida e obra
Saussure   vida e obraSaussure   vida e obra
Saussure vida e obra
 
Hist da arte
Hist da arteHist da arte
Hist da arte
 
A magia e o prazer da dança
A magia e o prazer da dançaA magia e o prazer da dança
A magia e o prazer da dança
 
trabajo de curriculo
trabajo de curriculotrabajo de curriculo
trabajo de curriculo
 
M.a
M.aM.a
M.a
 
Practica 10
Practica 10Practica 10
Practica 10
 
Diccionario economico
Diccionario economicoDiccionario economico
Diccionario economico
 
Telefono movil
Telefono movilTelefono movil
Telefono movil
 
Tecnologia industrial
Tecnologia industrialTecnologia industrial
Tecnologia industrial
 
Diapositivas Bullying
Diapositivas BullyingDiapositivas Bullying
Diapositivas Bullying
 
Gestão por competências
Gestão por competênciasGestão por competências
Gestão por competências
 
Convite ao debate
Convite ao debateConvite ao debate
Convite ao debate
 
Receitas 1°ano m
Receitas 1°ano mReceitas 1°ano m
Receitas 1°ano m
 
802.11 performance issues
802.11 performance issues802.11 performance issues
802.11 performance issues
 
Oxidoreduccion
Oxidoreduccion Oxidoreduccion
Oxidoreduccion
 

Similaire à As dificuldades na aprendizagem da matemática

As dificuldades na aprendizagem da matemática
As dificuldades na aprendizagem da matemáticaAs dificuldades na aprendizagem da matemática
As dificuldades na aprendizagem da matemática
Alessandra Cavalcanti
 
Afetividade no ensino da matemtica explorando perspectivas de estudantes de p...
Afetividade no ensino da matemtica explorando perspectivas de estudantes de p...Afetividade no ensino da matemtica explorando perspectivas de estudantes de p...
Afetividade no ensino da matemtica explorando perspectivas de estudantes de p...
Rosi Whindson
 
Resumo pensadores concurso itapevi 2
Resumo pensadores concurso  itapevi 2Resumo pensadores concurso  itapevi 2
Resumo pensadores concurso itapevi 2
Adail Silva
 
O construtivismo na sala de aula
O construtivismo na sala de aulaO construtivismo na sala de aula
O construtivismo na sala de aula
Maristela Couto
 
Processos grupais em sala de aula
Processos grupais em sala de aulaProcessos grupais em sala de aula
Processos grupais em sala de aula
sandrinavalente
 
Processos grupais em sala de aula
Processos grupais em sala de aulaProcessos grupais em sala de aula
Processos grupais em sala de aula
sandrinavalente
 
8. a prática educativa
8. a prática educativa8. a prática educativa
8. a prática educativa
Claudio Lima
 
Estilos Cognitivos
Estilos CognitivosEstilos Cognitivos
Estilos Cognitivos
afca
 
A trajetória da psicopedagogia
A trajetória da psicopedagogiaA trajetória da psicopedagogia
A trajetória da psicopedagogia
Jamille Araújo
 
Metacognição e apoio a aprendizagem
Metacognição e apoio a aprendizagemMetacognição e apoio a aprendizagem
Metacognição e apoio a aprendizagem
SUPORTE EDUCACIONAL
 

Similaire à As dificuldades na aprendizagem da matemática (20)

As dificuldades na aprendizagem da matemática
As dificuldades na aprendizagem da matemáticaAs dificuldades na aprendizagem da matemática
As dificuldades na aprendizagem da matemática
 
Apostila teorias da aprendizagem para a prática pedagógica
Apostila  teorias da aprendizagem para a prática pedagógicaApostila  teorias da aprendizagem para a prática pedagógica
Apostila teorias da aprendizagem para a prática pedagógica
 
Afetividade no ensino da matemtica explorando perspectivas de estudantes de p...
Afetividade no ensino da matemtica explorando perspectivas de estudantes de p...Afetividade no ensino da matemtica explorando perspectivas de estudantes de p...
Afetividade no ensino da matemtica explorando perspectivas de estudantes de p...
 
Motivação e aprendizagem em contexto escolar
Motivação e aprendizagem em contexto escolarMotivação e aprendizagem em contexto escolar
Motivação e aprendizagem em contexto escolar
 
A importância da afetividade entre aluno e professor
A importância da afetividade entre aluno e professorA importância da afetividade entre aluno e professor
A importância da afetividade entre aluno e professor
 
Resumo pensadores concurso itapevi 2
Resumo pensadores concurso  itapevi 2Resumo pensadores concurso  itapevi 2
Resumo pensadores concurso itapevi 2
 
O construtivismo na sala de aula
O construtivismo na sala de aulaO construtivismo na sala de aula
O construtivismo na sala de aula
 
Teorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagemTeorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagem
 
Concepções de Conhecimento e Uso de Tecnologias na Educação
Concepções de Conhecimento e Uso de Tecnologias na EducaçãoConcepções de Conhecimento e Uso de Tecnologias na Educação
Concepções de Conhecimento e Uso de Tecnologias na Educação
 
Concepções de Conhecimento e Uso de Tecnologias na Educação
Concepções de Conhecimento e Uso de Tecnologias na EducaçãoConcepções de Conhecimento e Uso de Tecnologias na Educação
Concepções de Conhecimento e Uso de Tecnologias na Educação
 
Processos grupais em sala de aula
Processos grupais em sala de aulaProcessos grupais em sala de aula
Processos grupais em sala de aula
 
Processos grupais em sala de aula
Processos grupais em sala de aulaProcessos grupais em sala de aula
Processos grupais em sala de aula
 
Psi capítulo 4 slide
Psi capítulo 4 slidePsi capítulo 4 slide
Psi capítulo 4 slide
 
8. a prática educativa
8. a prática educativa8. a prática educativa
8. a prática educativa
 
Estilos Cognitivos
Estilos CognitivosEstilos Cognitivos
Estilos Cognitivos
 
A trajetória da psicopedagogia
A trajetória da psicopedagogiaA trajetória da psicopedagogia
A trajetória da psicopedagogia
 
Relação Professor Aluno
Relação Professor Aluno Relação Professor Aluno
Relação Professor Aluno
 
Pedagogiaedidtica 130113065032-phpapp02
Pedagogiaedidtica 130113065032-phpapp02Pedagogiaedidtica 130113065032-phpapp02
Pedagogiaedidtica 130113065032-phpapp02
 
Dificuldades de Aprendizagem e a Instituição.docx
Dificuldades de Aprendizagem e a Instituição.docxDificuldades de Aprendizagem e a Instituição.docx
Dificuldades de Aprendizagem e a Instituição.docx
 
Metacognição e apoio a aprendizagem
Metacognição e apoio a aprendizagemMetacognição e apoio a aprendizagem
Metacognição e apoio a aprendizagem
 

Dernier

8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
tatianehilda
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
AntonioVieira539017
 

Dernier (20)

PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVAEDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 

As dificuldades na aprendizagem da matemática

  • 1. AS DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Discalculia, Acalculia e Pseudo-Discalculia
  • 2. Algumas questões passaram a ser consideradas mais atentamente:  O que é a dimensão afetiva em Matemática?  Qual o significado dos afetos em Matemática?  Há algum tipo de ensino melhor do ponto de vista da dimensão afetiva?  Qual o papel do professor nesta dimensão?
  • 3. O DOMÍNIO AFETIVO  Não há definição clara sobre o que é afeto ou domínio afetivo. De fato, definir claramente o afeto seria inserir uma racionalidade no emocional. Para Chacón (2003), a definição mais utilizada é a de equipe de educadores de taxonomia dos objetivos da educação, que aceita como domínio afetivo tudo o que se refere ao âmbito da afetividade. Nesta definição, estão inclusas as crenças, atitudes, considerações, gosto e preferências, emoções, sentimento e valores.
  • 4.  McLeod (1989) toma o termo "afeto" de maneira geral e usa a expressão "domínio afetivo" para se referir a um conjunto extenso e não bem delimitado de sentimentos e de humor (estado de ânimo) que diferem da pura cognição.  Os descritores do domínio afetivo são as crenças, as atitudes e as emoções.
  • 5. AS CRENÇAS  As crenças matemáticas fazem parte do domínio subjetivo e estão ao redor de todos os que são relacionados com a Matemática, seu aprendizado e seu ensino: professores, alunos e pais.  Considera-se que há fatores consciente e inconscientes atuando no estabelecimento das crenças que os sujeitos fazem, sendo que os fatores inconscientes parecem mais relevantes no domínio afetivo, por serem mais complexos e marcantes ao sujeito.
  • 6. As crenças do estudante são classificados em crenças sobre a Matemática (sobre objeto); sobre si mesmo, sobre o ensino da Matemática e sobre o meio no qual a educação matemática acontece (contexto social e cultural). (MCLEOD, 1992).São consideradas crenças sobre a Matemática como disciplina (os alunos desenvolvem) e crenças dos estudantes (e do professor) sobre si mesmos e sua relação com a Matemática. Este último eixo possui um forte componente afetivo, incluindo crenças relativas à autoconfiança, ao autoconceito e às causas do sucesso ou fracasso escolar. São crenças relacionadas à noção de metacognição e autoconsciência.
  • 7. AS ATITUDES  A atitude é considerada como pré-avaliação (positiva e negativa) que determina as intenções pessoais e influi no comportamento. (HART, 1989). A atitude constitui-se de três componentes: um cognitivo, que se manifesta nas crenças implícita; um afetivo, que se manifesta na aceitação ou repúdio das tarefas propostas ou da matéria; e um intencional, que representa a tendência a um certo tipo de comportamento.  Se o objetivo em questão é a Matemática, duas grandes categorias são distinguidas (CHACÓN, 2003).  as atitudes em relação a Matemática;  atitudes matemáticas.
  • 8. As atitudes em relação à Matemática referem-se ao destaque dado à disciplina, bem como ai interesse por essa matéria e ao seu aprendizado. O aspecto afetivo é central nestas questões e, usualmente, mais intenso do que o cognitivo. O afetivo manifesta-se em termos de interesse, curiosidade, respeito pelo professor, satisfação, angústia, medo, tédio, pressa e ansiedade.  As atitudes matemáticas, ao contrário, restringem- se aos aspectos cognitivos e referem-se ao modo de se utilizar capacidades gerais como flexibilidade e agilidade de pensamentos, espírito crítico, objetividade, generalização etc.
  • 9. As atitudes não se restringem ao campo consciente, muitas delas, ao contrário, pertencem à ordem do inconsciente e podem ser encaradas sob a forma de perspectiva psicanalítica.
  • 10. O PAPEL DO PROFESSOR E AS SUA ATITUDES: ASPECTOS INCONSCIENTES  Ao mostrar que os fenômenos da sala de aula envolvem aspectos subjetivos, ou seja, referem-se aos fatores humanos muito mais do que aos técnicos, o paradigma da Psicanálise abre um caminho novo e frutífero aos professores, o da busca pela compreensão dos desejos, de boas relações do indivíduo consigo mesmo e com o outro. Mais preocupação com as pessoas, apresenta-se como uma forma mais humanitária, considerando os fatores culturais e sociais.  Blanchard-Laville (1992) explora ideias da Psicanálise, que aborda fatores da ordem do inconsciente, visando a aplicação para o tratamento dos professores de Matemática. A autora está preocupada com a pesquisa de metodologias para ajudar os professores e melhorar a prática efetiva e a busca uma compreensão de suas atitudes em sala de aula. Baseadas nas próprias experiências, percebeu aspectos de dimensão psíquica e de relações humanos presentes em classe, considerando que professores e alunos são, antes de mais nada, seres humanos.
  • 11. A autora caracteriza o professor como líder de sala, aquele que é responsável pela atmosfera, pelo ambiente criado, no qual a reação dos alunos diante de determinada circunstâncias é mais consequência das atitudes do professor do que apropriadamente pertencente aos alunos.  Explorando os processos subjetivos inerentes à sala de aula, tomados por meio da centralidade da figura do professor que, por intermédio da linguagem e de atitudes faz suas colocações, defende que esse profissional sofre diversos tipos de pressões ou tensões internas. Para Blanchard-Laville, o professor impõe a si mesmo ou, ainda, seu inconscientes impõe diversos tipos de pressões internas, mesmo que ele não tenha pleno conhecimento (consciente) disto, o que me Psicanálise é chamado de repetições compulsivas.
  • 12. O professor sofre, desta maneira, grande influência sobre as decisões e escolha que toma diante das diversas situações vivenciadas em sala. A elaboração de uma análise interna do sujeito, visando modificar as condições psíquicas que causam estes desconfortos seria necessária e foi objeto de pesquisa da autora durante vários anos.  O trabalho envolve a identificação não somente das atitudes do mestre em sala, mas também dos motivos, principalmente de ordem emocional, como ansiedade, medo ou satisfação que determinam tais atitudes. Para a autora, esse profissional cria uma imagem a si e aos seus alunos, por exemplo, de competência, segurança etc., que, gerando um certo equilíbrio psíquico, torna-se difícil de ser modificada, mesmo que se assim o fosse, diminuísse as tensões internas do professor. Lidar com estes objetos, que podem ser tomados como pertencentes à ordem do inconsciente, leva a uma modificação interna do sujeito e à descoberta de si e de suas relações com a fantasia.
  • 13. AS EMOÇÕES  As emoções são respostas organizadas, além da fronteira dos sistemas pedagógicos, incluindo o fisiológico, o cognitivo, o motivacional e o sistema experimental. Surgem como resposta a um acontecimento interno ou externo, que possui uma carga de significados positivo ou negativo para o indivíduo.  As crenças dos alunos e professores sobre o papel que cada um desempenha na estruturação da realidade social da sala de aula - dentro da qual se ensina e se aprende - dão consistência ao significado dos atos emocionais. (CHACÓN, 2003)
  • 14. Os aspectos mais destacados que se referem ás consequências dos afetos são: o impacto que existe em como os alunos aprendem e utilizam a Matemática. Os afetos determinam os aspectos pessoais em que funcionam os recursos, as estratégias e o controle ao trabalhar as tarefas matemáticas; a influência na estrutura do autoconceito como aprendiz da Matemática; as interações produzidas com os sistema cognitivo; a influência na estruturação da realidade social da sala de aula; o obstáculo que representa para um aprendiz eficaz. Os alunos que possuem crenças rígidas e negativas sobre a Matemática e sua aprendizagem são, em geral, aprendizes passivos e trabalham mais memória do que compreensão.  Para CHACÓN (2003), a relação que se estabelece entre afetos - crenças atitudes e emoções - a aprendizagem é cíclica: por um lado, a experiência do estudante ao aprender Matemática provoca diferentes reações e influi na formação de crenças. Por outro, as crenças defendidas pelo sujeito têm consequência direta em seu comportamento, em situações de aprendizagem e em sua capacidade de aprender.
  • 15. O ensino de Matemática não está alheia às concepções sobre o que é o conhecimento matemático; muitas ideias sobre esta disciplina baseiam-se nas diferentes visões da filosofia da Matemática. Por isso, cabe aos professores confrontarem-se com as próprias visões que têm da Matemática e que, sem dúvida, influenciam as práticas de ensino.  Extraído do Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemática - Magna Natália Martin Pires - Curitiba Ed. Iesde, 2005. pg.139 a 142.