Os fungos desempenham papéis importantes na decomposição da matéria orgânica e no ciclo de nutrientes, assim como na produção de antibióticos, alimentos e bebidas. Eles podem viver como decompositores, parasitas ou em associações mutualísticas com plantas e outros organismos. Os fungos são classificados de acordo com o tipo de esporo produzido sexualmente.
2. Os fungos e sua importância
O Reino Fungi (fungos) reúne organismos eucariontes heterótrofos por absorção, ou seja,
organismos que absorvem nutrientes do meio onde vivem. Para isso, liberam enzimas digestivas
que atuam no meio orgânico, degradando- o em moléculas simples que são absorvidas.
Os fungos mais conhecidos são bolores, mofos, leveduras, orelhas-de-pau, trufas
os cogumelos, como o champignon, o shiitake e o shimeji empregados na alimentação do ser
humano.
3. há os que são empregados na indústria de laticínios para a fabricação de certos tipos de queijo,
como o roquefort e o gorgonzola.
Fungos também são empregados na produção de antibióticos, caso das espécies de Penicillium
chrysogenum e do P. notatum, utilizados na produção de penicilina.
4. Existem fungos venenosos para o ser humano, capazes de causar a morte da pessoa que o ingere.
Alguns deles produzem efeitos alucinógenos semelhantes aos causados pelo LSD (derivado do ácido
lisérgico), provocando sérios danos ao sistema nervoso.
5. Os fungos são, em sua maioria, decompositores, também chamados sapróbios (sapro = podre), pois
nutrem-se da matéria orgânica em decomposição; assim, são fundamentais na reciclagem da
matéria orgânica.
Os fungos podem atuar como parasitas de plantas e de animais. Em plantas, por exemplo, a doença
conhecida por ferrugem afeta plantações de café, trigo, entre outras. Em animais, podemos citar as
micoses que afetam a pele humana, o sapinho (infecção na boca), a candidíase vaginal (doença
sexualmente transmissível) e a histoplasmose (infecção nos pulmões).
6. AS MICORRIZAS
Algumas espécies de fungo vivem em associação mutualística com outros organismos. Entre os
fungos mutualísticos, existem os que vivem associados a raízes de plantas, formando as
micorrizas (raízes que contêm fungos).
Cerca de 95% das plantas vasculares formam micorrizas.
7. Características gerais dos fungos
A ciência que estuda os fungos é chamada Micologia (do grego: mykes = cogumelo).
• eucariontes heterótrofos por absorção.
• parede celular formada principalmente por quitina.
• glicogênio como substância de reserva.
•reprodução por esporos
•corpo formado por filamentos chamados hifas. O conjunto de hifas recebe o nome de micélio.
8. Muitos fungos realizam apenas respiração aeróbia; outros realizam somente fermentação. Alguns,
entretanto, são anaeróbios facultativos, pois na presença de gás oxigênio realizam respiração e, na
ausência, realizam fermentação.
É o caso da espécie Saccharomyces cerevisiae, uma levedura utilizada em condição anaeróbica nos
processos de preparação de pães e de fabricação de bebidas alcoólicas, como cerveja e vinho.
Nesses casos, o fungo realiza fermentação alcoólica, ou seja, o açúcar é absorvido e degradado por
fermentação, originando etanol (álcool etílico, importante na produção das bebidas alcoólicas) e gás
carbônico (CO2, importante no crescimento da massa de pão).
9. Reprodução dos Fungos
O ciclo de vida
dos fungos
pode ser
dividido em
duas fases:
assexuada e
sexuada. Em
ambas ocorre
formação de
esporos
haploides.
10. Os esporos sexuados são sempre imóveis, e seu transporte depende do vento. Eles podem ser de
dois tipos principais:
• ascósporos: formados no interior de uma estrutura especial denominada asco
• basidiósporos: formados em uma estrutura denominada basídio (do latim: basidium = pequeno
pedestal).
11. Os principais tipos de corpos de frutificação
são:
• ascocarpos ou ascomas: abrigam os ascos
com os ascósporos.
• basidiocarpos ou basidiomas: abrigam os
basídios com os basidiósporos
12. Em outro grupo de fungos ocorre
a formação de um tipo de esporo
bastante diferente dos demais: o
zigósporo. Ele se forma quando
hifas de micélios distintos
presentes no mesmo meio
crescem uma em direção à outra.
13. Classificação dos fungos
A classificação
dos fungos
ainda é um
assunto
polêmico.
Vamos adotar
uma
classificação
simplificada e
que está
resumida no
cladograma ao
lado
uniflagelados
Zigósporo
Ascocarpo
Ascósporo
Basidiocarpo
Basidiósporo
Corpo de frutificação
Perda de flagelo
14. Essa classificação dos fungos considera principalmente os tipos de esporos formados
durante os ciclos de vida desses organismos.
Os fungos que formam zoósporos estão adaptados a viver em ambiente aquático,
como oceanos, rios e lagos. São classificados como Chytridiomycota
(quitridiomicetos ou quitrídios).
Muitos ocorrem em solos úmidos, onde os zoósporos podem se deslocar na água
acumulada.
Na evolução dos fungos, houve a perda do flagelo, propiciando a ocupação do
ambiente terrestre por esses organismos.
Os fungos terrestres são classificados com base no tipo de esporo sexuado que
produzem:
• Zygomycota (zigomicetos): formam zigósporos. O bolor negro do pão é um
zigomiceto.
15. • Ascomycota (ascomicetos): formam ascósporos. Os ascomicetos reúnem o maior número de
espécies de fungos.
São exemplos: as leveduras Saccharomyces cerevisiae, o Penicillium sp. e as trufas (gênero Tuber),
apreciadas na alimentação humana.
• Basidiomycota (basidiomicetos): formam basidiósporos. São exemplos: orelhas-de-pau
champignon, shiitake, shiimeji e os fungos alucinógenos do gênero Amanita.
16. Antigamente, havia o grupo Deuteromycota (deuteromicetos), o qual reunia fungos que, por
não apresentar a fase sexuada do ciclo de vida, eram chamados “fungos imperfeitos”.
Hoje, sabe-se que há fungos que perderam a fase sexuada do ciclo de vida durante a evolução.
Por análises moleculares, sabe-se que a maior parte dos deuteromicetos pode ser classificada
como ascomicetos ou, mais raramente, como basidiomicetos.
Assim, o grupo dos deuteromicetos não é mais considerado um grupo taxonômico válido.
17. Liquens
Os liquens (ou líquenes) são associações geralmente
mutualísticas entre fungos e algas verdes unicelulares
ou entre fungos e cianobactérias.
De maneira geral, os fungos que participam dessa
associação são ascomicetos; raramente há liquens com
basidiomicetos.
Nos liquens, a alga, que é autótrofa, realiza fotossíntese
e, assim, produz o alimento utilizado por ela e pelo
fungo. Este, que é heterótrofo, oferece proteção à alga,
além de reter sais e umidade, necessários a ambos. Os
liquens podem se instalar em troncos de árvores,
rochas, muros e postes. O formato dos liquens varia
muito de espécie para espécie
18. A reprodução se faz principalmente por meio de propágulos vegetativos denominados sorédios. Cada
sorédio é formado por poucas algas envoltas por algumas hifas dos fungos.
É uma estrutura pequena, facilmente transportada pelo vento. As algas e os fungos podem se
reproduzir independentemente da formação de sorédios. Os fungos formam corpos de frutificação
que ficam evidentes nos liquens.
Os liquens têm crescimento muito lento, de cerca de 0,1 a 10 mm/ano. Alguns estudos indicam que há
liquens com cerca de 4 500 anos.
19. Importância Ecológica dos Liquens
Esses organismos são importantes ecologicamente, sendo os primeiros a
colonizar superfícies nuas de rochas, propiciando a sucessão primária no local.
Economicamente são importantes, pois são ricos em pigmentos que podem
ser extraídos e empregados como corantes, em especial de tecidos.
Algumas espécies produzem substâncias utilizadas na produção de fármacos.
Muitos liquens são bioindicadores de poluição atmosférica por serem
sensíveis a ela.
Os liquens servem de alimento para diversos animais vertebrados e
invertebrados. Constituem uma importante fonte de alimento no inverno para
renas e caribus nas regiões do extremo norte da América do Norte e da Europa
e são consumidos por ácaros, insetos e lesmas.