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Cuidemos da água, que vivam as Caguamas
Vividoras neste planeta desde há
muitos séculos, estas criaturas têm
vindo a mostrar-nos como habitam e,
nestes últimos tempos, como o humano
a tenta extinguir.
A Tartaruga Cabeçuda, também
conhecida como Loggerhead Sea Turtle
(inglês) e Caguama (espanhol), é uma
tartaruga marinha. Proveniente do reino
animal, classe dos repteis, família dos
chelonidas, género Caretta e Espécie
Caretta Caretta, seu nome científico. De
uma espécie tornaram-se duas: do
Oceano Pacífico e Índico: Caretta
Caretta e do Oceano Atlântico: Gigas,
ainda não aceite.
A sua cabeça é relativamente grande
em relação ao corpo. Deste modo, no
México, às garrafas de cerveja de um
litro (as famosas litrosas) chamam-se
Caguama, tal como esta tartaruga. Têm
dois pares de escamas frontais entre os
olhos e uma forma de coração na
carapaça, 5 escudos no dorso e 5 de
cada lado. As barbatanas são do
mesmo iguais a qualquer tartaruga
marinha: as frontais são mais compridas
do que as de trás, como a remo e
acabam antes da ponta. Nas bordas,
depois das barbatanas, têm duas unhas.
Vivem entre o mar e a terra, mas
preferem o mar. Uma imersão pode
demorar mais de 20 minutos. No
entanto, se estiverem descansadas,
podem durar horas no fundo marinho.
Vivem aproximadamente até aos 62
anos, mas em cativeiros até aos 33.
As crias têm uma cor escura, as bordas
e a zona ventral brancas, o plastrão de
castanho avermelhado. Os jovens
tendem a ter cores mais claras e
brilhantes como o castanho
avermelhado. Também o adulto tem a
pele do dorso a castanho avermelhado
e alaranjado. A pele ventral e o plastrão
são amarelo pálido e a carapaça é
castanha avermelhada, com tonalidades
verdes.
Possuem glândulas de sal nas orbitas
oculares que deitam um líquido espesso
salino, a sua função eeliminar o
excesso de sal no corpo e proteger os
olhos da areia. As Cabeçudas, como
outra tartaruga marinha, têm a
capacidade de regressar à praia onde
nasceram. Possuem uma excelente
perceção de correntes marinhas,
gradientes de temperatura,
memorização de como é a praia, som
característico da sucessão das ondas,
cheiro da areia, humidade. Na sua
carapaça tendem crescer crustáceos
fixos e algas. São muito importantes
porque as Cabeçudas adultas têm
grande quantidade de organismos
invertebrados que vivem e se alimentam
nelas mas limpam a carapaça.
Têm registado Cabeçudas de
comprimentos entre 72 a 104 cm e
pesos entre 65 a 107 kg, mas já
existiram com 545 kg. Encontram-se em
águas costeiras dos mares tropicais e
subtropicais. Pelo oceano Pacífico,
desde o Alaska ao Chile, da Australia
ao Japão; passando por dentro do Golfo
da Baixa Califórnia, Campeche e
Yucatán. Por vezes, pelo Golfo do
México, nas praias de Veracruz e
Tabasco. No oceano Atlântico, do
Canadá à Argentina; no oceano Índico,
do sul de África ao Golfo Pérsico e no
mar Mediterrâneo. Têm uma rota
migratória de 4,828 km.
A Cabeçuda costuma viver em zonas
costeiras quando é cria, pois prefere
zonas pelágicas (de mar aberto).
Quando crescem, migram para zonas
neríticas (parte marinha): recifes de
corais e baias, de 10 a 200 metros de
profundidade, zona mais produtiva do
mar e de maior diversidade. Ao
entrarem no mar, raramente saem,
apenas as fêmeas em época
reprodutiva para depositar os ovos.
Esta espécie é omnivora. A cabeça
grande e as poderosas mandíbulas
permite-lhes comer presas de conchas
duras. As crias são carnívoras e
pelágicas, os jovens de 1 ano
aproximam-me de zonas neríticas e
adotam hábitos bentónicos (alimentos
no fundo do mar) e comem organismos:
cacerolas do mar, camarões, lagostas,
ameijoam, crustáceos e moluscos. A
dieta baseia-se em invertebrados e
gelatinosos (esponjas e medusas),
peixes, ovos de pescada, algas e
plantas marinhas vasculares.
Encontram presas visualmente ou pelo
olfato.
Na figura acima, podemos visualizar o
acasalamento de duas tararugas. Não
se compreende como se comunicam
entre si, mas o seu cortejo depende do
encontro visual e tátil, utilizam também
glândulas de odor. Reproduzem-se de 2
a 4 anos, mas pode durar até 9 anos
devido às condições de alimentação.
Quando os machos são aceites,
acasalam durante horas. A fecundação
é interna, mas o acasalamento é feito
no mar. O macho tem o orgão
hemipede com que deposita o esperma
no fundo da cloaca (cavidade genital)
da fêmea.
A Cabeçuda prefere praias abertas
para desovar, protegidas por recifes e
barreiras rochosas de baixa
profundidade. Desovam 2 a 5 vezes na
época reprodutiva. O ninho das
tartaugas marinhas é um buraco,
localizado num sítio oco oval na areia,
escavada com as barbatanas traseiras
onde se incubam os ovos enquanto a
fêmea descansa ao desovar. Esta
época costuma iniciar-se entre março e
abril e nascem as crias em agosto.
Depositam entre 40 a 180 ovos por
posto, mas noutros países chegam aos
198 ovos. As fêmeas adultas usam as
barbatanas traseiras para cavar. Após a
deposição, tapam os ninhos com areia e
marcham para o mar, eliminando o
contacto com as suas descendências.
Com o calor do sol, os ovos chocam
depois de 50 a 60 dias. Na figura abaixo,
é visível a corrida que as crias fazem
para chegar ao mar após saírem do ovo.
Em várias espécies de répteis, o sexo
da cria é determinado pela temperatura
ao incubarem-se os ovos. A Cabeçuda
macho é mais fria e a fêmea mais
quente. Fora das suas temperaturas
devido ao ambiente, os ovos podem
não ser viáveis. Rompem o ovo com a
carúncula (bico). Quando sai do ovo,
luta para chegar ao mar. Neste
ambiente e sozinhos tentam fazer a sua
vida à volta de recifes de corais e zonas
costeiras.
Na pesquisa da equipa gerida por
Kenneth Lohmann, biólogo marinho da
Universidade da Carolina do Norte em
Chapel Hill e fundador parcial da
Fundação Nacional de Ciência,
descobriram que as tartarugas
Cabeçudas nascem num mapa
magnético herdado. O campo
magnético varia à volta do globo,
dependendo da região. Ao departar-se
com os campos magnéticos ao longo da
rota migratória. O "mapa magnético das
tartarugas" mostra o caminho por onde
ir. Lohmann descreve-as como sinais de
estrada em mar aberto. As tartarugas
mudam as direções do nado para seguir
este mapa magnético. Este passa por
Portugal, Inglaterra e Escandinávia.
Na idade de madurez sexual, os
machos desenvolvem unhas nas
barbatanas, emolece-lhes o peitoral e
cresce-lhes a cauda.
Esta espécie é caçadaa pela sua carne
e pelos seus ovos pois, são uma grande
fonte de proteína para a fauna das
zonas costeiras. Já no mar, são
atacadas por orcas e tubarões. Esta
espécie está em vias de extinção
porque é caçada em formas horrorosas
como a asfixia e morrem por ingestão
de plásticos e outros materiais não
biodegradáveis abandonados pelos
humanos, como se pode verificar na
imagem seguinte.
Ao extrair areia nas principais áreas de
desovação também acabam por morrer.
Deste modo, já se fizeram associações
de proteção desta espécie. Pela pesca
desta, adequerem-se 12 anos de prisão.
Bibliografia
www.biodiversidad.gob.mex>fichas>pdf
https://fundacionlosroques.wordpress.com/tortugas-2/
http://tartarugasmarinhas.pt/content/caretta-caretta
ememexticao.blogspot.pt/2010/11/tartaruga-cabecuda-ou-mestica.html?m=l
Trabalho realizado por:
Sofia Guadalupe Atamoros Matzinger
Carmen P.

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  • 1. Cuidemos da água, que vivam as Caguamas Vividoras neste planeta desde há muitos séculos, estas criaturas têm vindo a mostrar-nos como habitam e, nestes últimos tempos, como o humano a tenta extinguir. A Tartaruga Cabeçuda, também conhecida como Loggerhead Sea Turtle (inglês) e Caguama (espanhol), é uma tartaruga marinha. Proveniente do reino animal, classe dos repteis, família dos chelonidas, género Caretta e Espécie Caretta Caretta, seu nome científico. De uma espécie tornaram-se duas: do Oceano Pacífico e Índico: Caretta Caretta e do Oceano Atlântico: Gigas, ainda não aceite. A sua cabeça é relativamente grande em relação ao corpo. Deste modo, no México, às garrafas de cerveja de um litro (as famosas litrosas) chamam-se Caguama, tal como esta tartaruga. Têm dois pares de escamas frontais entre os olhos e uma forma de coração na carapaça, 5 escudos no dorso e 5 de cada lado. As barbatanas são do mesmo iguais a qualquer tartaruga marinha: as frontais são mais compridas do que as de trás, como a remo e acabam antes da ponta. Nas bordas, depois das barbatanas, têm duas unhas. Vivem entre o mar e a terra, mas preferem o mar. Uma imersão pode demorar mais de 20 minutos. No entanto, se estiverem descansadas, podem durar horas no fundo marinho. Vivem aproximadamente até aos 62 anos, mas em cativeiros até aos 33. As crias têm uma cor escura, as bordas e a zona ventral brancas, o plastrão de castanho avermelhado. Os jovens tendem a ter cores mais claras e brilhantes como o castanho avermelhado. Também o adulto tem a pele do dorso a castanho avermelhado e alaranjado. A pele ventral e o plastrão são amarelo pálido e a carapaça é castanha avermelhada, com tonalidades verdes. Possuem glândulas de sal nas orbitas oculares que deitam um líquido espesso salino, a sua função eeliminar o excesso de sal no corpo e proteger os olhos da areia. As Cabeçudas, como
  • 2. outra tartaruga marinha, têm a capacidade de regressar à praia onde nasceram. Possuem uma excelente perceção de correntes marinhas, gradientes de temperatura, memorização de como é a praia, som característico da sucessão das ondas, cheiro da areia, humidade. Na sua carapaça tendem crescer crustáceos fixos e algas. São muito importantes porque as Cabeçudas adultas têm grande quantidade de organismos invertebrados que vivem e se alimentam nelas mas limpam a carapaça. Têm registado Cabeçudas de comprimentos entre 72 a 104 cm e pesos entre 65 a 107 kg, mas já existiram com 545 kg. Encontram-se em águas costeiras dos mares tropicais e subtropicais. Pelo oceano Pacífico, desde o Alaska ao Chile, da Australia ao Japão; passando por dentro do Golfo da Baixa Califórnia, Campeche e Yucatán. Por vezes, pelo Golfo do México, nas praias de Veracruz e Tabasco. No oceano Atlântico, do Canadá à Argentina; no oceano Índico, do sul de África ao Golfo Pérsico e no mar Mediterrâneo. Têm uma rota migratória de 4,828 km. A Cabeçuda costuma viver em zonas costeiras quando é cria, pois prefere zonas pelágicas (de mar aberto). Quando crescem, migram para zonas neríticas (parte marinha): recifes de corais e baias, de 10 a 200 metros de profundidade, zona mais produtiva do mar e de maior diversidade. Ao entrarem no mar, raramente saem, apenas as fêmeas em época reprodutiva para depositar os ovos. Esta espécie é omnivora. A cabeça grande e as poderosas mandíbulas permite-lhes comer presas de conchas duras. As crias são carnívoras e pelágicas, os jovens de 1 ano aproximam-me de zonas neríticas e adotam hábitos bentónicos (alimentos no fundo do mar) e comem organismos: cacerolas do mar, camarões, lagostas, ameijoam, crustáceos e moluscos. A dieta baseia-se em invertebrados e gelatinosos (esponjas e medusas), peixes, ovos de pescada, algas e plantas marinhas vasculares. Encontram presas visualmente ou pelo olfato.
  • 3. Na figura acima, podemos visualizar o acasalamento de duas tararugas. Não se compreende como se comunicam entre si, mas o seu cortejo depende do encontro visual e tátil, utilizam também glândulas de odor. Reproduzem-se de 2 a 4 anos, mas pode durar até 9 anos devido às condições de alimentação. Quando os machos são aceites, acasalam durante horas. A fecundação é interna, mas o acasalamento é feito no mar. O macho tem o orgão hemipede com que deposita o esperma no fundo da cloaca (cavidade genital) da fêmea. A Cabeçuda prefere praias abertas para desovar, protegidas por recifes e barreiras rochosas de baixa profundidade. Desovam 2 a 5 vezes na época reprodutiva. O ninho das tartaugas marinhas é um buraco, localizado num sítio oco oval na areia, escavada com as barbatanas traseiras onde se incubam os ovos enquanto a fêmea descansa ao desovar. Esta época costuma iniciar-se entre março e abril e nascem as crias em agosto. Depositam entre 40 a 180 ovos por posto, mas noutros países chegam aos 198 ovos. As fêmeas adultas usam as barbatanas traseiras para cavar. Após a deposição, tapam os ninhos com areia e marcham para o mar, eliminando o contacto com as suas descendências. Com o calor do sol, os ovos chocam depois de 50 a 60 dias. Na figura abaixo, é visível a corrida que as crias fazem para chegar ao mar após saírem do ovo. Em várias espécies de répteis, o sexo da cria é determinado pela temperatura ao incubarem-se os ovos. A Cabeçuda macho é mais fria e a fêmea mais quente. Fora das suas temperaturas devido ao ambiente, os ovos podem não ser viáveis. Rompem o ovo com a carúncula (bico). Quando sai do ovo, luta para chegar ao mar. Neste
  • 4. ambiente e sozinhos tentam fazer a sua vida à volta de recifes de corais e zonas costeiras. Na pesquisa da equipa gerida por Kenneth Lohmann, biólogo marinho da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill e fundador parcial da Fundação Nacional de Ciência, descobriram que as tartarugas Cabeçudas nascem num mapa magnético herdado. O campo magnético varia à volta do globo, dependendo da região. Ao departar-se com os campos magnéticos ao longo da rota migratória. O "mapa magnético das tartarugas" mostra o caminho por onde ir. Lohmann descreve-as como sinais de estrada em mar aberto. As tartarugas mudam as direções do nado para seguir este mapa magnético. Este passa por Portugal, Inglaterra e Escandinávia. Na idade de madurez sexual, os machos desenvolvem unhas nas barbatanas, emolece-lhes o peitoral e cresce-lhes a cauda. Esta espécie é caçadaa pela sua carne e pelos seus ovos pois, são uma grande fonte de proteína para a fauna das zonas costeiras. Já no mar, são atacadas por orcas e tubarões. Esta espécie está em vias de extinção porque é caçada em formas horrorosas como a asfixia e morrem por ingestão de plásticos e outros materiais não biodegradáveis abandonados pelos humanos, como se pode verificar na imagem seguinte. Ao extrair areia nas principais áreas de desovação também acabam por morrer. Deste modo, já se fizeram associações de proteção desta espécie. Pela pesca desta, adequerem-se 12 anos de prisão.