1. DAVID HUME
• INVESTIGAÇÃO SOBRE A ORIGEM, POSSIBILIDADE E LIMITES DO CONHECIMENTO
• RELAÇÕES DE IDEIAS
• CONHECIMENTOS DE FACTO
O CETICISMO DE HUME
2. David Hume (1711-1756)
Herdeiro da revolução científica
e filosófica de Descartes, Kepler
e Newton, afirmou-se como um
cético moderado.
Hume procurou mostrar que as
nossas crenças acerca do mundo
não são racionalmente
justificadas.
3. CONTEÚDO DO PENSAMENTO: IMPRESSÕES E IDEIAS
“ Todas as percepções da mente humana se reduzem a dois tipos diferentes
que denominarei impressões e ideias. A diferença entre ambas consiste no grau
de força e da vivacidade com que incidem na mente e abrem caminho no nosso
pensamento e na nossa consciência…” David Hume
TODO O CONHECIMENTO COMEÇA COM A EXPERIÊNCIA.
OS CONTEÚDOS DA NOSSA MENTE SÃO AS PERCEÇÕES.
HÁ DUAS ESPÉCIES DE PERCEÇÕES:
AS IMPRESSÕES – DADOS DA EXPERIÊNCIA, SENSAÇÕES
EXTERNAS E SENTIMENTOS.
IDEIAS – REPRESENTAÇÕES OU IMAGENS
ENFRAQUECIDAS DAS IMPRESSÕES NO PENSAMEBTO
4. Conteúdo
do
Pensamento
Ideias
Impressões
Cópias das impressões:
Intensas e vivas
Menos vivas e intensas
Sensações Simples
Externas Sentimentos Complexas
(memória:
Internos (imaginação:
(visuais, Ideia de cavalo,
(emoções, ideia de cavalo
auditivas…) ideia de asas…)
desejos…) alado…)
5. TIPOS DE CONHECIMENTO
“Todos os objetos da razão ou investigação humanas podem naturalmente dividir-se
em duas classes, a saber, relações de ideias e conhecimentos de facto… “David Hume
RELAÇÃO ENTRE IDEIAS SÃO CONHECIMENTOS A PRIORI –
CONSISTEM EM ANALISAR OS TERMOS DE UMA
PROPOSIÇÃO, ESTABELECER RELAÇÕES ENTRE AS IDEIAS QUE
ELA CONTÉM
CONHECIMENTO DE QUESTÕES DE FACTO – CONFRONTO DE
PROPOSIÇÕES
6. RELAÇÕES DE IDEIAS E CONHECIMENTOS DE FACTO
RELAÇÕES DE IDEIAS CONHECIMENTOS DE FACTO
São conhecimentos a priori. São conhecimentos a posteriori
A verdade das proposições e a A verdade das proposições que
validade dos argumentos não se referem a factos depende do
dependem da experiência exame empírico
As relações de ideias são A verdade das proposições de
verdades necessárias facto é contingente
É logicamente impossível a sua
negação
As proposições que exprimem e As proposições que se referem
combinam relações de ideias a factos visam descobrir coisas
não nos dão conhecimento sobre o mundo e dar
sobre o que se passa no mundo conhecimento sobre o que nele
existe ou acontece.
7. Tipos de
conhecimento
Sobre relações de ideias
Sobre relações de facto
Nenhum triângulo tem
O calor dilata os metais
quatro ângulos
Verdades Conhecimentos Verdades Conhecimentos
apriori a posteriori
necessárias contingentes
(conhecidos pelo (Conhecidos
(não podem pensamento) (podem ser pela
ser falsas) falsas) experiência)
8. OS CONHECIMENTOS DE FACTO E A RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
“Em que consiste a nossa ideia de necessidade quando dizemos que dois
objetos estão necessariamente ligados entre si…” David Hume
OS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS E LÓGICOS BASEIAM-SE EM
RELAÇÕES DE IDEIAS, NA ANÁLISE LÓGICA E RACIOCÍNIO
DEDUTIVO
OS CONHECIMENTOS DE FACTO BASEIAM-SE NO RACIOCÍNIO
INDUTIVO E NA RELAÇÃO CAUSA - EFEITO
POR RELAÇÃO CAUSAL ENTENDEMOS UMA CONEXÃO OU
LIGAÇÃO NECESSÁRIA ENTRE CONHECiMENTOS
9. OS CONHECIMENTOS DE FACTO E A RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
“Em que consiste a nossa ideia de necessidade quando dizemos que dois
objetos estão necessariamente ligados entre si…” David Hume
Não há nenhuma impressão sensível da qual
derive a ideia de causa
CONTUDO OBSERVAMOS:
1. A SUCESSÃO TEMPORAL
2. A CONJUNÇÃO CONSTANTE ENTRE DOIS FENÓMENOS E
CHAMAMOS CAUSA AO QUE PRECEDE E EFEITO AO QUE
SUCEDE
10. OS CONHECIMENTOS DE FACTO E A RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
“Em que consiste a nossa ideia de necessidade quando dizemos que dois
objetos estão necessariamente ligados entre si…” David Hume
CONTUDO OBSERVAMOS:
3. AO OBSERVAR QUE ALGUM EVENTO A TEM ATÉ AGORA
SIDO SEMPRE SEGUIDO DO EVENTO B, ACREDITAMOS QUE,
DA PRÓXIMA VEZ QUE OCORRER A, SUCEDERÁ B.
ACREDITAMOS QUE O FUTURO SERÁ IGUAL AO PASSADO.
4. DA OBSERVAÇÃO DESTA CONSTANTE CONJUGAÇÃO,
FORMAMOS A IDEIA DE CAUSA.
5. A IDEIA DE CAUSA NÃO DERIVA DA OBSERVAÇÃO DE UM
FENÓMENO MAS DO DESENVOLVIMENTO DE UM COSTUME
(O HÁBITO DE ESPERAR QUE B ACONTEÇA MAL VEMOS A
ACONTECER).
11. O PROBLEMA DA EXISTÊNCIA DO MUNDO EXTERIOR
- É a aparente constância das coisas que nos leva a acreditar
que têm existência independentemente das nossas
percepções.
- Mas o facto de não se justificar racionalmente a existência
do mundo, não significa que ele não exista.
- Não há forma de saber se as impressões ou ideias da nossa
mente correspondem a alguma realidade fora de nós.
12. O CETICISMO DE HUME
A ciência empírica como a biologia ou a física baseia-se no raciocínio
causal: relação causa efeito.
Esta causalidade não pode ser diretamente observada nem pode ser
inferida com base apenas na razão.
Segundo Hume temos a predisposição para projetar relações causais
no mundo, mas não podemos saber se essas relações existem.
Parte do que julgamos saber é ilusão
Não podemos justificar as nossas crenças no mundo exterior
O nosso conhecimento do mundo exterior tem origem nas perceções
mas a perceção de um objeto não é o mesmo que o objeto
13. 1. Quais são para Hume os conteúdos da
mente e como se distinguem?
2. Como se explicam as ideias que não resultam
da observação como por exemplo cavalo alado?
14. 1. Quais são para Hume os conteúdos da mente e
como se distinguem?
Os conteúdos da mente são as impressões e as ideias.
As impressões correspondem aos dados da experiência ,
referem-se às nossas sensações externas e aos nossos
sentimentos.
As ideias são as representações ou imagens debilitadas,
enfraquecidas, das impressões.
A diferença entre as impressões e as ideias é de grau e não
de natureza; as ideias são cópias das impressões sensíveis.
Para Hume não há ideias inatas
15. 2. Como se explicam as ideias que não resultam
da observação como por exemplo cavalo alado?
Embora não sejam observáveis formam-se a partir da
experiência, a ideia de cavalo deriva de uma impressão e a
ideia de asas também deriva da experiência. A ideia de
cavalo alado deriva de uma combinação de elementos
empíricos.
16. 3. O que são relações entre ideias?
4. O que são conhecimentos de facto?
5. O que distingue essencialmente relações de ideias e
questões de facto?
17. 3. O que são relações entre ideias?
São proposições cuja verdade pode ser conhecida por
simples análise do significado das ideias que a compõem.
Ex: O quadrado tem quatro lados. A verdade desta
proposição determina-se pelo significado de “quadrado” e
“lados”
A verdade das proposições que consistem em relações de
ideias é independente da experiência, a priori.
18. 4. O que são conhecimentos de facto?
São proposições cuja verdade só pode ser conhecida
mediante a experiência, observando os factos para verem
se aquelas são verdadeiras ou falsas.
Estas proposições são verdadeiras ou falsas a posteriori.
19. 5. O que são conhecimentos de facto?
São proposições cuja verdade só pode ser conhecida mediante
a experiência, observando os factos para verificar se são verdadeiras
ou falsas. Não basta analisar o significado dos termos para saber se
são verdadeiras ou falsas.
Os conhecimentos de facto são verdadeiros ou falsos a posteriori.
20. 6. O que significa a ideia de causalidade ou
conexão necessária entre dois fenómenos?
7. Segundo Hume por que não podemos
comprovar empiricamente a relação causal entre
fenómenos?
8. Como é que inferimos uma relação causal entre
fenómenos?
21. 6. O que significa a ideia de causalidade ou
conexão necessária entre dois fenómenos?
Significa que entre dois fenómenos (A e B) há uma relação
tal que, acontecendo A não pode deixar de acontecer B.
22. 7. Segundo Hume por que não podemos
comprovar empiricamente a relação causal entre
fenómenos?
Não podemos comprovar empiricamente a ideia de uma
conexão necessária porque as ideias derivam da
experiência e esta só nos dá a ideia de sucessão e de
conjunção temporal e espacial, mas não a ideia de que B
depende de A para acontecer. Não temos qualquer
impressão da ideia de causa.
23. 8. Como é que inferimos uma relação
causal entre fenómenos?
Não temos experiência da ideia de causa mas apenas da
conjunção constante entre fenómenos. A ideia de causa
surge do hábito de vermos constantemente associados dois
fenómenos. A ideia de causa tem uma raiz empírica
(psicológica) porque deriva de um hábito mental.