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Capítulo 5 – Planejamento da capacidade de produção 241
Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml
O QUE É CAPACIDADE?
O termo capacidade, mencionado isoladamente, esta associado à idéia de
competência, volume máximo ou quantidade máxima de “alguma coisa”. A ca-
pacidade de determinado tambor é de 300 litros, um tambor menor poderá ter
capacidade para armazenar 100 litros d’água, por exemplo. Um cinema pode
ter capacidade para 400 lugares. A capacidade de uma sala de aula pode ser
medida pela quantidade de alunos que ela comporta, 40 alunos, por exemplo.
A capacidade de um ônibus é representada pela quantidade de passageiros,
considerando ou não a possibilidade de transporte de passageiros em pé, além
dos sentados. Um estacionamento pode ter capacidade para 200 automóveis.
Um hotel tem capacidade de 100 apartamentos, e assim por diante.
O QUE SIGNIFICA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO?
O termo capacidade, conforme visto, considerou o volume ou a quanti-
dade máxima em condições fixas destes ativos ou instalações. Embora estas
medidas possam ser úteis, e freqüentemente utilizadas pelos gestores de pro-
dução, é necessário também se conhecer a capacidade sob seu aspecto
dinâmico. Para isto, deve ser adicionada a dimensão tempo a esta medida. Por
exemplo, o cinema tem capacidade para 400 lugares, como cada seção de cin-
ema dura cerca de duas horas, se for considerado o intervalo entre uma sessão
e outra, verificar-se que o cinema pode “processar” 1.200 espectadores por dia
de oito horas (realização de três sessões). A sala de aula pode “processar” até
80 alunos por dia, se for utilizada para aulas em dois turnos.
As informações a respeito da capacidade são de fundamental importância.
São informações imprescindíveis para todos os níveis da organização: estraté-
gico, tático e operacional.
São várias as definições de capacidade de produção. Mas todas elas a-
presentam, naturalmente, pontos em comum. O destaque a seguir apresenta
algumas destas definições adotadas por alguns autores de destaque:
242 Administração da Produção (Operações industriais e de serviços)
Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml
Capacidade de produção
CONCEITO
OU
DEFINIÇÃO
Moreira (1998) chama de capacidade a quantidade máxima de produtos e serviços
que po-dem ser produzidos numa unidade produtiva, num dado intervalo de tempo.
Stevenson (2001) considera que a capacidade se refere a um limite superior ou teto
de carga que uma unidade operacional pode suportar. A unidade operacional pode
ser uma fábrica, um departamento, uma loja ou um funcionário.
Slack et al (2002) definem capacidade de produção como sendo o máximo nível de
atividade de valor adicionado em determinado período de tempo que o processo pode
realizar sob con-dições normais de operação.
Gaither & Frasier (2001) se referem à definição de capacidade dada pelo Federal Re-
seve Bo-ard: “o maior nível de produção que uma empresa pode manter dentro da
estrutura de uma programação de trabalho realista, levando em conta um período
de inatividade normal e su-pondo uma disponibilidade suficiente de entradas para
operar a maquinaria e o equipamen-to existente”.
Ritzman & Krajewski (2004) se reportam à definição do Census Bureau: “capacidade
é o mai-or nível de produção que uma empresa pode manter razoavelmente empre-
gando horários de trabalho realistas dos funcionários e o equipamento atualmente
instalado”.
Os pontos convergentes das definições são representados: pela quanti-
dade máxima que pode ser produzida por unidade produtiva (que pode ser a
empresa toda ou uma única máquina ou funcionário) em um intervalo de
tempo fixo.
O Quadro 21 apresenta algumas formas de medir capacidade de pro-
dução para vários exemplos de organização.
Quadro 21 Medidas de capacidade
Organização Capacidade estática Capacidade de produção
Faculdade
Quantidade de salas, carteiras, en-
fim, número de vagas disponíveis.
Quantidade de alunos formados
por ano.
Teatro ou cinema
Quantidade de assentos na sala de
espetáculo ou na sala de exibição
Número de freqüentadores por se-
mana.
Supermercado Área de vendas em m2 Faturamento mensal por m2
Transportadora
rodoviária de car-
gas
Soma da capacidade em quilos ou
m3 dos caminhões disponíveis
Volume ou peso transportado por
mês.
Hospital Número de leitos disponíveis
Quantidade de pacientes atendidos
por mês
Hidroelétrica “Tamanho” do gerador Megawatts gerados por mês
Confecção de
roupas
Número de costureiras e de má-
quinas de costura
Produtos produzidos por semana
Fábrica de fogões Número de homens e de máquinas Fogões produzidos por mês
Fazenda Área cultivada Toneladas de grãos por safra
Capítulo 5 – Planejamento da capacidade de produção 243
Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml
TIPOS DE CAPACIDADES
Como visto, a capacidade está associada à quantidade máxima de um
produto (produto = bem + serviço) que se pode produzir em determinado tempo
em uma unidade produtiva. Em que pese este conceito simples, devido a diver-
sos fatores, a definição e medida de capacidade, em certos casos tornam-se
complexos. O conceito de capacidade deve ser estratificado em outras de-
finições mais específicas e de maior grau de utilidade para seu planejamento. A
denominação utilizada para cada tipo de capacidade definida pode variar de
autor para autor, ou de organização para organização. Porém, o significado do
conteúdo, independente da terminologia, permanece comum.
Capacidade instalada
É a capacidade máxima que uma unidade produtora pode produzir se
trabalhar ininterruptamente, sem que seja considerada nenhuma perda. Em
outras palavras, é a produção que poderia ser obtida em uma unidade fabril
trabalhando 24 horas por dia, todos os dias da semana e todos os dias do mês,
sem necessidade de parada, de manutenções, sem perdas por dificuldades de
programação, falta de material ou outros motivos que são comuns em uma u-
nidade produtiva. Trata-se de uma medida hipotética, uma vez que, na prática,
é impossível uma empresa funcionar ininterruptamente. Porém, não deixa de
ser uma medida importante para tomada de decisão de nível estratégico, com
relação à necessidade ou não de ampliação da capacidade, uma vez que se tra-
ta de um valor de produção que nunca poderá ser ultrapassado sem ampliação
das instalações.
Exemplo: uma empresa do ramo alimentício tem capacidade de produzir,
em um forno contínuo, duas toneladas de biscoitos por hora. Qual é a capaci-
dade mensal instalada desta empresa?
Resposta: Capacidade instalada =30 dias x 24 horas x 2 toneladas por
hora = 1.440 toneladas de biscoitos por mês.
Neste caso, a unidade de medida da capacidade pode ser em tempo
(horas de forno disponíveis) ou em quantidade (toneladas de biscoito produzi-
das).
Capacidade disponível ou de projeto
É a quantidade máxima que uma unidade produtiva pode produzir du-
rante a jornada de trabalho disponível, sem levar em consideração qualquer ti-
po de perda. A capacidade disponível, via de regra, é considerada em função da
jornada de trabalho que a empresa adota.
Exemplo: O fabricante de biscoitos do exemplo anterior, com 720 horas
mensais de capacidade instalada, pode trabalhar:
um turno: um turno diário, com oito horas de duração, cinco dias por
semana. Neste caso, a capacidade de disponível será de 8 x 5 x 4 =
160 horas mensais;
244 Administração da Produção (Operações industriais e de serviços)
Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml
dois turnos: dois turnos diários, com oito horas de duração cada um,
cinco dias por semana. Neste caso, a capacidade disponível será de 2
x (8 x 5 x 4) = 320 horas mensais;
três turnos: três turnos diários, com oito horas de duração cada um,
cinco dias por semana. Neste caso, a capacidade disponível será de 3
x (8 x 5 x 4) = 480 horas mensais;
quatro turnos: três turnos diários, com oito horas de duração cada
um, sete dias por semana (há quatro equipes que se intercalam para
garantir o funcionamento ininterrupto, respeitando o descanso sema-
nal de todos os funcionários). Neste caso a capacidade disponível será
de 3 x (8 x 7 x 4) = 672 horas mensais. Observe que o valor não atin-
giu 720 horas, pois estamos considerando um mês composto por qua-
tro semanas o que representa 28 dias, por facilidade de cálculo;
realização de horas-extras: qualquer hora trabalhada além da jornada
normal de trabalho, considerada hora-extra é somada à capacidade
disponível.
Existem duas formas de aumentar a capacidade disponível:
aumento da capacidade instalada: consiste em aumentar a quantida-
de de máquinas, em adquirir máquinas com maior capacidade de
produção, enfim, na expansão da planta industrial. Desta forma, com
a mesma jornada de trabalho, a empresa pode produzir mais. O custo
da mão-de-obra, em apenas um turno de trabalho, é menor, porém
investimentos na planta industrial representam custos fixos geral-
mente elevados;
aumento de turnos de trabalho: O custo da mão-de-obra aumenta
quando se aumentam os turnos de trabalho em função da necessida-
de de pagamento de “adicional noturno”, necessidade de transporte
durante a madrugada para os funcionários, necessidade de mão-de-
obra indireta para supervisão dos turnos e assim por diante. Porém,
trata-se de um custo variável.
Quando se opera próximo aos níveis máximos da capacidade disponível,
a empresa corre sério risco de faturar mais, porém com menores resultados ou
até prejuízo. Por que isto acontece? Porque os custos de produção aumentam.
Não se trata apenas de custos de pagamento com horas-extras, adicional no-
turno e aumento do overhead, acumulam-se os custos da falta de produtivi-
dade e qualidade, em um fenômeno que é conhecido como “deseconomia de
escala”.
NEM SEMPRE É BOM FATURAR MAIS
Determinada empresa, fabricante de produtos alimentícios, atendendo à recomendação de
uma consultoria despreparada, decidiu ampliar suas vendas, uma vez que existia demanda
de mercado para isto. Sem dinheiro para investir em maquinário, decidiu trabalhar no pico
da capacidade disponível. A empresa trabalhou todos os sábados, com duas horas-extras di-
árias. Os trabalhadores, exaustos, perderam a produtividade. Foram contratados funcioná-
rios novos, desqualificados e a empresa amargou um prejuízo de RS 300.000,00 no mês em
que seu faturamento saltou de R$ 900.000,00 para R$ 1.200.000,00.
Capítulo 5 – Planejamento da capacidade de produção 245
Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml
O aumento da capacidade instalada pela expansão do parque instalado é
recomendado quando a demanda de mercado tende a continuar em cresci-
mento e não haverá ociosidade deste investimento, o aumento de capacidade
por meio da adoção de mais jornadas de trabalho pode ser mais interessante
quando os investimentos em equipamentos forem elevados e não houver certe-
za do comportamento da demanda.
Grau de disponibilidade: a capacidade instalada e a capacidade dis-
ponível permitem a formação de um índice, denominado grau de disponibili-
dade. Que indica, em forma percentual, quanto uma unidade produtiva está
disponível, conforme a fórmula 5.1.
Fórmula 5.1 – Grau de disponibilidade
instalada
Capacidade
disponível
Capacidade
idade
disponibil
de
Grau =
Capacidade efetiva ou carga
A capacidade efetiva representa a capacidade disponível subtraindo-se as
perdas planejadas desta capacidade. A capacidade efetiva não pode exceder a
capacidade disponível, isto seria o mesmo que programar uma carga de má-
quina por um tempo superior ao disponível.
Perdas de capacidade planejadas: são aquelas perdas que se sabe de
antemão que irão acontecer, por exemplo:
necessidade de set-ups para alterações no mix de produtos;
manutenções preventivas periódicas;
tempos perdidos em trocas de turnos;
amostragens da qualidade etc.
Perdas de capacidade não planejadas: são perdas que não se consegue
antever, como por exemplo:
falta de matéria-prima;
falta de energia elétrica;
falta de funcionários;
paradas para manutenção corretiva;
investigações de problemas da qualidade etc.
Grau de utilização: a capacidade disponível e a capacidade efetiva per-
mitem a formação de um índice, denominado grau de utilização. Que repre-
senta, em forma percentual, quanto uma unidade produtiva está utilizando
sua capacidade disponível, conforme a fórmula 5.2.
Fórmula 5.2 – Grau de utilização
disponível
Capacidade
efetiva
Capacidade
utilização
de
Grau =
246 Administração da Produção (Operações industriais e de serviços)
Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml
Capacidade realizada
A capacidade realizada é obtida subtraindo-se as perdas não planejadas
da capacidade efetiva, em outras palavras, é a capacidade que realmente acon-
teceu em determinado período.
REGISTROS DE PRODUÇÃO (“DIÁRIO DE BORDO”)
Toda área produtiva tem uma forma de registrar todas as ocorrências consideradas relevan-
tes, acontecidas durante o turno de produção. Além dos registros óbvios como quantidade
produzida, número de peças com defeito, por exemplo, também são anotadas ocorrências
como horário e duração de falta de energia elétrica, quebra ou paralisação de determinada
máquina, falta de determinado material etc. Trata-se de um verdadeiro diário de bordo. No
passado, estes registros eram feitos geralmente em um caderno preto. Atualmente, são feitos
de forma on line via sistema de informática.
Índice de eficiência: a capacidade realizada, quando comparada à ca-
pacidade efetiva, fornece a porcentagem de eficiência da unidade produtora em
realizar o trabalho programado, conforme a fórmula 5.3.
Fórmula 5.3 – Índice de eficiência
efetiva
Capacidade
realizada
Capacidade
eficiência
de
Indice =
Exemplo: o setor de tingimento de uma tecelagem tem uma barca de
tingimento16 com capacidade para tingir 300 quilos de determinado tecido por
hora. O setor trabalha em dois turnos de oito horas, cinco dias por semana.
Durante a última semana, os registros de produção apresentaram os seguintes
apontamentos de tempos perdidos:
Quadro 22 Registros de produção do setor de tingimento
Ocorrência Tempo parado
1 Mudança de cor (set- up) 4,5 horas
2 Amostragens da qualidade 3 horas
3 Falta de pessoal 4 horas
4 Tempos de troca de turnos 50 minutos
5 Falta de tecido 2 horas
6 Manutenção preventiva regular 4 horas
7 Nenhum trabalho programado 2 horas
8 Investigações de falha de qualidade 40 minutos
9 Acidente de trabalho 25 minutos
10 Falta de energia elétrica 2,15 horas
Calcular a capacidade instalada, a capacidade disponível, a capacidade
efetiva, a capacidade realizada, o grau de disponibilidade, o grau de utilização e
o índice de eficiência do setor de tingimento da empresa de tecelagem na se-
mana.
16 Barca de tingimento: Nome dado ao equipamento para tingir (alterar a cor primitiva) tecidos
através de um processo de imersão em substância corante.

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Texto Capacidade de Produção

  • 1. Capítulo 5 – Planejamento da capacidade de produção 241 Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml O QUE É CAPACIDADE? O termo capacidade, mencionado isoladamente, esta associado à idéia de competência, volume máximo ou quantidade máxima de “alguma coisa”. A ca- pacidade de determinado tambor é de 300 litros, um tambor menor poderá ter capacidade para armazenar 100 litros d’água, por exemplo. Um cinema pode ter capacidade para 400 lugares. A capacidade de uma sala de aula pode ser medida pela quantidade de alunos que ela comporta, 40 alunos, por exemplo. A capacidade de um ônibus é representada pela quantidade de passageiros, considerando ou não a possibilidade de transporte de passageiros em pé, além dos sentados. Um estacionamento pode ter capacidade para 200 automóveis. Um hotel tem capacidade de 100 apartamentos, e assim por diante. O QUE SIGNIFICA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO? O termo capacidade, conforme visto, considerou o volume ou a quanti- dade máxima em condições fixas destes ativos ou instalações. Embora estas medidas possam ser úteis, e freqüentemente utilizadas pelos gestores de pro- dução, é necessário também se conhecer a capacidade sob seu aspecto dinâmico. Para isto, deve ser adicionada a dimensão tempo a esta medida. Por exemplo, o cinema tem capacidade para 400 lugares, como cada seção de cin- ema dura cerca de duas horas, se for considerado o intervalo entre uma sessão e outra, verificar-se que o cinema pode “processar” 1.200 espectadores por dia de oito horas (realização de três sessões). A sala de aula pode “processar” até 80 alunos por dia, se for utilizada para aulas em dois turnos. As informações a respeito da capacidade são de fundamental importância. São informações imprescindíveis para todos os níveis da organização: estraté- gico, tático e operacional. São várias as definições de capacidade de produção. Mas todas elas a- presentam, naturalmente, pontos em comum. O destaque a seguir apresenta algumas destas definições adotadas por alguns autores de destaque: 242 Administração da Produção (Operações industriais e de serviços) Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml Capacidade de produção CONCEITO OU DEFINIÇÃO Moreira (1998) chama de capacidade a quantidade máxima de produtos e serviços que po-dem ser produzidos numa unidade produtiva, num dado intervalo de tempo. Stevenson (2001) considera que a capacidade se refere a um limite superior ou teto de carga que uma unidade operacional pode suportar. A unidade operacional pode ser uma fábrica, um departamento, uma loja ou um funcionário. Slack et al (2002) definem capacidade de produção como sendo o máximo nível de atividade de valor adicionado em determinado período de tempo que o processo pode realizar sob con-dições normais de operação. Gaither & Frasier (2001) se referem à definição de capacidade dada pelo Federal Re- seve Bo-ard: “o maior nível de produção que uma empresa pode manter dentro da estrutura de uma programação de trabalho realista, levando em conta um período de inatividade normal e su-pondo uma disponibilidade suficiente de entradas para operar a maquinaria e o equipamen-to existente”. Ritzman & Krajewski (2004) se reportam à definição do Census Bureau: “capacidade é o mai-or nível de produção que uma empresa pode manter razoavelmente empre- gando horários de trabalho realistas dos funcionários e o equipamento atualmente instalado”. Os pontos convergentes das definições são representados: pela quanti- dade máxima que pode ser produzida por unidade produtiva (que pode ser a empresa toda ou uma única máquina ou funcionário) em um intervalo de tempo fixo. O Quadro 21 apresenta algumas formas de medir capacidade de pro- dução para vários exemplos de organização. Quadro 21 Medidas de capacidade Organização Capacidade estática Capacidade de produção Faculdade Quantidade de salas, carteiras, en- fim, número de vagas disponíveis. Quantidade de alunos formados por ano. Teatro ou cinema Quantidade de assentos na sala de espetáculo ou na sala de exibição Número de freqüentadores por se- mana. Supermercado Área de vendas em m2 Faturamento mensal por m2 Transportadora rodoviária de car- gas Soma da capacidade em quilos ou m3 dos caminhões disponíveis Volume ou peso transportado por mês. Hospital Número de leitos disponíveis Quantidade de pacientes atendidos por mês Hidroelétrica “Tamanho” do gerador Megawatts gerados por mês Confecção de roupas Número de costureiras e de má- quinas de costura Produtos produzidos por semana Fábrica de fogões Número de homens e de máquinas Fogões produzidos por mês Fazenda Área cultivada Toneladas de grãos por safra
  • 2. Capítulo 5 – Planejamento da capacidade de produção 243 Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml TIPOS DE CAPACIDADES Como visto, a capacidade está associada à quantidade máxima de um produto (produto = bem + serviço) que se pode produzir em determinado tempo em uma unidade produtiva. Em que pese este conceito simples, devido a diver- sos fatores, a definição e medida de capacidade, em certos casos tornam-se complexos. O conceito de capacidade deve ser estratificado em outras de- finições mais específicas e de maior grau de utilidade para seu planejamento. A denominação utilizada para cada tipo de capacidade definida pode variar de autor para autor, ou de organização para organização. Porém, o significado do conteúdo, independente da terminologia, permanece comum. Capacidade instalada É a capacidade máxima que uma unidade produtora pode produzir se trabalhar ininterruptamente, sem que seja considerada nenhuma perda. Em outras palavras, é a produção que poderia ser obtida em uma unidade fabril trabalhando 24 horas por dia, todos os dias da semana e todos os dias do mês, sem necessidade de parada, de manutenções, sem perdas por dificuldades de programação, falta de material ou outros motivos que são comuns em uma u- nidade produtiva. Trata-se de uma medida hipotética, uma vez que, na prática, é impossível uma empresa funcionar ininterruptamente. Porém, não deixa de ser uma medida importante para tomada de decisão de nível estratégico, com relação à necessidade ou não de ampliação da capacidade, uma vez que se tra- ta de um valor de produção que nunca poderá ser ultrapassado sem ampliação das instalações. Exemplo: uma empresa do ramo alimentício tem capacidade de produzir, em um forno contínuo, duas toneladas de biscoitos por hora. Qual é a capaci- dade mensal instalada desta empresa? Resposta: Capacidade instalada =30 dias x 24 horas x 2 toneladas por hora = 1.440 toneladas de biscoitos por mês. Neste caso, a unidade de medida da capacidade pode ser em tempo (horas de forno disponíveis) ou em quantidade (toneladas de biscoito produzi- das). Capacidade disponível ou de projeto É a quantidade máxima que uma unidade produtiva pode produzir du- rante a jornada de trabalho disponível, sem levar em consideração qualquer ti- po de perda. A capacidade disponível, via de regra, é considerada em função da jornada de trabalho que a empresa adota. Exemplo: O fabricante de biscoitos do exemplo anterior, com 720 horas mensais de capacidade instalada, pode trabalhar: um turno: um turno diário, com oito horas de duração, cinco dias por semana. Neste caso, a capacidade de disponível será de 8 x 5 x 4 = 160 horas mensais; 244 Administração da Produção (Operações industriais e de serviços) Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml dois turnos: dois turnos diários, com oito horas de duração cada um, cinco dias por semana. Neste caso, a capacidade disponível será de 2 x (8 x 5 x 4) = 320 horas mensais; três turnos: três turnos diários, com oito horas de duração cada um, cinco dias por semana. Neste caso, a capacidade disponível será de 3 x (8 x 5 x 4) = 480 horas mensais; quatro turnos: três turnos diários, com oito horas de duração cada um, sete dias por semana (há quatro equipes que se intercalam para garantir o funcionamento ininterrupto, respeitando o descanso sema- nal de todos os funcionários). Neste caso a capacidade disponível será de 3 x (8 x 7 x 4) = 672 horas mensais. Observe que o valor não atin- giu 720 horas, pois estamos considerando um mês composto por qua- tro semanas o que representa 28 dias, por facilidade de cálculo; realização de horas-extras: qualquer hora trabalhada além da jornada normal de trabalho, considerada hora-extra é somada à capacidade disponível. Existem duas formas de aumentar a capacidade disponível: aumento da capacidade instalada: consiste em aumentar a quantida- de de máquinas, em adquirir máquinas com maior capacidade de produção, enfim, na expansão da planta industrial. Desta forma, com a mesma jornada de trabalho, a empresa pode produzir mais. O custo da mão-de-obra, em apenas um turno de trabalho, é menor, porém investimentos na planta industrial representam custos fixos geral- mente elevados; aumento de turnos de trabalho: O custo da mão-de-obra aumenta quando se aumentam os turnos de trabalho em função da necessida- de de pagamento de “adicional noturno”, necessidade de transporte durante a madrugada para os funcionários, necessidade de mão-de- obra indireta para supervisão dos turnos e assim por diante. Porém, trata-se de um custo variável. Quando se opera próximo aos níveis máximos da capacidade disponível, a empresa corre sério risco de faturar mais, porém com menores resultados ou até prejuízo. Por que isto acontece? Porque os custos de produção aumentam. Não se trata apenas de custos de pagamento com horas-extras, adicional no- turno e aumento do overhead, acumulam-se os custos da falta de produtivi- dade e qualidade, em um fenômeno que é conhecido como “deseconomia de escala”. NEM SEMPRE É BOM FATURAR MAIS Determinada empresa, fabricante de produtos alimentícios, atendendo à recomendação de uma consultoria despreparada, decidiu ampliar suas vendas, uma vez que existia demanda de mercado para isto. Sem dinheiro para investir em maquinário, decidiu trabalhar no pico da capacidade disponível. A empresa trabalhou todos os sábados, com duas horas-extras di- árias. Os trabalhadores, exaustos, perderam a produtividade. Foram contratados funcioná- rios novos, desqualificados e a empresa amargou um prejuízo de RS 300.000,00 no mês em que seu faturamento saltou de R$ 900.000,00 para R$ 1.200.000,00.
  • 3. Capítulo 5 – Planejamento da capacidade de produção 245 Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml O aumento da capacidade instalada pela expansão do parque instalado é recomendado quando a demanda de mercado tende a continuar em cresci- mento e não haverá ociosidade deste investimento, o aumento de capacidade por meio da adoção de mais jornadas de trabalho pode ser mais interessante quando os investimentos em equipamentos forem elevados e não houver certe- za do comportamento da demanda. Grau de disponibilidade: a capacidade instalada e a capacidade dis- ponível permitem a formação de um índice, denominado grau de disponibili- dade. Que indica, em forma percentual, quanto uma unidade produtiva está disponível, conforme a fórmula 5.1. Fórmula 5.1 – Grau de disponibilidade instalada Capacidade disponível Capacidade idade disponibil de Grau = Capacidade efetiva ou carga A capacidade efetiva representa a capacidade disponível subtraindo-se as perdas planejadas desta capacidade. A capacidade efetiva não pode exceder a capacidade disponível, isto seria o mesmo que programar uma carga de má- quina por um tempo superior ao disponível. Perdas de capacidade planejadas: são aquelas perdas que se sabe de antemão que irão acontecer, por exemplo: necessidade de set-ups para alterações no mix de produtos; manutenções preventivas periódicas; tempos perdidos em trocas de turnos; amostragens da qualidade etc. Perdas de capacidade não planejadas: são perdas que não se consegue antever, como por exemplo: falta de matéria-prima; falta de energia elétrica; falta de funcionários; paradas para manutenção corretiva; investigações de problemas da qualidade etc. Grau de utilização: a capacidade disponível e a capacidade efetiva per- mitem a formação de um índice, denominado grau de utilização. Que repre- senta, em forma percentual, quanto uma unidade produtiva está utilizando sua capacidade disponível, conforme a fórmula 5.2. Fórmula 5.2 – Grau de utilização disponível Capacidade efetiva Capacidade utilização de Grau = 246 Administração da Produção (Operações industriais e de serviços) Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml Capacidade realizada A capacidade realizada é obtida subtraindo-se as perdas não planejadas da capacidade efetiva, em outras palavras, é a capacidade que realmente acon- teceu em determinado período. REGISTROS DE PRODUÇÃO (“DIÁRIO DE BORDO”) Toda área produtiva tem uma forma de registrar todas as ocorrências consideradas relevan- tes, acontecidas durante o turno de produção. Além dos registros óbvios como quantidade produzida, número de peças com defeito, por exemplo, também são anotadas ocorrências como horário e duração de falta de energia elétrica, quebra ou paralisação de determinada máquina, falta de determinado material etc. Trata-se de um verdadeiro diário de bordo. No passado, estes registros eram feitos geralmente em um caderno preto. Atualmente, são feitos de forma on line via sistema de informática. Índice de eficiência: a capacidade realizada, quando comparada à ca- pacidade efetiva, fornece a porcentagem de eficiência da unidade produtora em realizar o trabalho programado, conforme a fórmula 5.3. Fórmula 5.3 – Índice de eficiência efetiva Capacidade realizada Capacidade eficiência de Indice = Exemplo: o setor de tingimento de uma tecelagem tem uma barca de tingimento16 com capacidade para tingir 300 quilos de determinado tecido por hora. O setor trabalha em dois turnos de oito horas, cinco dias por semana. Durante a última semana, os registros de produção apresentaram os seguintes apontamentos de tempos perdidos: Quadro 22 Registros de produção do setor de tingimento Ocorrência Tempo parado 1 Mudança de cor (set- up) 4,5 horas 2 Amostragens da qualidade 3 horas 3 Falta de pessoal 4 horas 4 Tempos de troca de turnos 50 minutos 5 Falta de tecido 2 horas 6 Manutenção preventiva regular 4 horas 7 Nenhum trabalho programado 2 horas 8 Investigações de falha de qualidade 40 minutos 9 Acidente de trabalho 25 minutos 10 Falta de energia elétrica 2,15 horas Calcular a capacidade instalada, a capacidade disponível, a capacidade efetiva, a capacidade realizada, o grau de disponibilidade, o grau de utilização e o índice de eficiência do setor de tingimento da empresa de tecelagem na se- mana. 16 Barca de tingimento: Nome dado ao equipamento para tingir (alterar a cor primitiva) tecidos através de um processo de imersão em substância corante.