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visão empírica que o autor e seus colaboradores e orientadores terão tido do
texto.
Os dicionários designam o termo revisão, no sentido próprio, como inerente à atividade que exercemos, com pequena variação de sentido quanto a
sua aplicação em textos legais ou jurídicos, mas há muitos sentidos cotidianos
em que o termo é usado – por extensão – e que já poderiam estar dicionarizados. É inclusive mais recorrente o sentido mecânico (fazer a revisão do carro)
que o sentido linguístico do termo. Portanto, entendemos que seja mais adequando dizer revisão de texto que simplesmente revisão, mesmo o dicionário
indicando que bastaria uma palavra.
Somos revisores de textos, o objeto de nosso trabalho: “textos”, no plural, não pela multiplicidade que chega a nós, mas pela variedade deles. Nosso
foco é o trabalho com textos acadêmicos – e revisamos um de cada vez – mas
revisamos qualquer tipo de texto, portanto revisamos textos, pois revisamos
sempre e revisamos tudo que pode ser chamado de texto, não somente os registros escritos, mas o intertexto, subtexto e o contexto. Por exemplo, os parágrafos e as ilustrações (tabelas, gráficos, esquemas) em um artigo científico
devem ser coerentes e coesos entre si, o que requer revisão.
Por outro lado, existem duas outras atividades a que chamam de revisão
de texto, com o que não concordamos muito. A revisão de textos feita pelo próprio autor é a primeira. Também se refere a tal atividade como autorrevisão
(nessa nova grafia horrenda). Segundo nosso entendimento, revisão requer
alteridade, no sentido de que é algo que só pode ser obtido por outra pessoa,
alguém que não tenha tido nenhum contato com o texto em fases anteriores de
sua produção. Revisão requer ainda abordagem técnica, com base em conhecimento linguístico que, raramente é de domínio do autor. Por fim, revisão requer prática; é um tipo de atividade, como muitas outras, que vai se inserindo,
pouco a pouco, no próprio modo de ser e de pensar de quem a exerce. E quanto mais a exerce, melhor revisor vai se tornando. Preferimos nos referir à atividade que o autor e seus colaboradores, coautores, leitores críticos, orientadores exercem em relação ao texto como releitura. Inúmeras leituras e releituras
são necessárias. Durante a revisão também são feitas inúmeras releituras, mas
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a releitura revisional tem os privilégios da competência específica e da alteridade, indeclináveis. Referem-se ainda como revisão de textos àquela atividade
exercida pelo professor durante o letramento, que consiste em ensinar e aperfeiçoar as primeiras letras do aprendiz. Ou á atividade cruzada, entre os alunos, de leitura e aperfeiçoamento de seus textos. Trata-se, no primeiro caso de
correção da redação, no segundo de coautoria. Há grande distinção entre a
atividade de ensino de produção de texto e a de revisão, assim como as discussões coautorais não podem ser confundidas com revisão. Consideramos
equivocadas essas acepções, embora as encontremos recorrentemente na
literatura sobre alfabetização.
1.2.
Revisão textual
empre nos incomodou a expressão “revisão textual” usa por alguns
S
colegas revisores em seus anúncios ou em outras referências a seu
trabalho. Questão de semântica, apenas, diriam alguns – apenas, não: semântica é um dos pilares da língua, a significância e o significado inerentes às palavras são questão fulcral a ser posta e examinada no processo de redação e
revisão do texto ou nas abordagens metalinguísticas.
No sentido restrito, o adjetivo “textual” tem quatro significados, segundo
Houaiss: 1- relativo a texto; textuário; 2- que está no texto, ex.: afirmou que suas palavras eram textuais; 3- conforme ao texto, ex.: cópia textual; 4- fielmente
reproduzido ou transcrito, ex.: citação textual. Observe que não consta desta
lista o sentido “do texto” – como alguns colegas empregam. Fazemos a revisão
do texto. Fazemos a revisão no texto. Não se faz a revisão relativa ao texto,
revisão textuária ou revisão do que está no texto. O sentido lato, em que os
colegas empregam a palavra, não está dicionarizado. Aulete concorda com
Houaiss, para ficarmos em dois lexicógrafos de amplo acesso.
Curiosamente, a expressão é mais empregada por quem tem formação
em Letras, talvez como redução, talvez em sentido restrito ao grupo, mas que
não alcança o grande público. Sabemos, portanto, que linguistas, usam a palavra “textual” no sentido que repudiamos. Entendemos o processo de esvazia-
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mento semântico que ocorre, mas, ao rigor da precisão de sentido é que nos
posicionamos contra a expressão no sentido de expressar nosso ramo de atividade. Não se trata de reação, conservadorismo – mas de busca pelo rigor e
plenitude das significâncias, o que é exatamente o contrário de seu esvaziamento.
1.3.
N
Revisão linguística
ão há grande problema teórico no emprego da expressão revisão
linguística, já que o termo “linguística” vem sendo usada, cada vez
mais, em sentido compreensivo. Todavia, essa palavra não alcança o grande
público, a totalidade dos produtores de texto que têm demanda por serviços de
revisão. Ainda haverá alguém que conteste que nem todos os aspectos da Linguística são matéria da revisão, mas como algum texto não seria possível de
alguma abordagem linguística? Senão, recorramos novamente ao dicionário
para caracterizar Linguística em seu sentido próprio: ciência que tem por objeto:
(1) a linguagem humana em seus aspectos fonético, morfológico, sintático, semântico,
social e psicológico; (2) as línguas consideradas como estrutura; (3) origem, desenvolvimento e evolução das línguas; (4) as divisões das línguas em grupos, por tipo de
estrutura ou em famílias, segundo critérios tipológicos ou genéticos. Sim, todos esses
aspectos são considerados e necessários ao processo da revisão.
Todavia a Linguística não alcança o contexto, a sincronia, por exemplo;
são os aspectos não linguísticos do texto! Um texto pode estar ultrapassado
em seu conteúdo ou pode estar em dissonância factual e o revisor estará atento a esses aspectos. Da mesma forma, o tradutor atenta a tais aspectos.
Prevalece ainda o melhor termo, revisão de textos, embora não nos impeçamos o uso de revisão linguística, postas as restrições de abrangência
mencionadas.
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1.4.
A
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Revisão de português
expressão revisão de português para se referir à revisão de textos
está ligada ao conceito “erro de português” e considera, equivoca-
damente, que o revisor vai se ater a problemas de ortografia e gramática. Claro
que esses dois aspectos são importantes – considerados os elementos de relatividade e anacronismo que incidem sobre eles: erro pode ser, por exemplo, um
desvio consciente do registro formal institucionalizado ou o “problema” de gramática pode ser somente uma construção ainda não assimilada pela gramática
normativa mais aceita.
Normalmente, quem pretende uma revisão de português em seu texto
supõe que o revisor se limite ao dicionário e à gramática, fazendo – se fosse
assim – pouquíssimo mais que o revisor eletrônico do Word, por exemplo. Revisão de português seria mais ou menos, na ideia de que usa essa expressão,
o que o professor faz nos textos de seus alunos.
Na mesma linha, a expressão “revisão da língua portuguesa” diz mais ou
menos a mesma coisa que revisão de português. Na verdade, são duas expressões a que costuma recorrer quem precisa pela primeira vez de um revisor
de textos.
Compreenda-se que o conceito de revisão de textos é bem mais amplo
que revisão de português. O trabalho do revisor de textos profissional implica
considerações bem mais complexas, incluindo abordagem sistemática e processual do texto, considerações psicolinguísticas (incluindo questões cognitivas
e psicogenéticas), sem falar nas considerações semiológicas, ou seja, inclui
todas as abordagens da linguística moderna:
fonética, cujo objeto são os sons que empregamos na fala, tentamos representá-los na escrita;
fonologia, preocupa-se com os fonemas básicos de uma língua;
morfologia, dedica-se à estrutura de formação das palavras;
sintaxe, é a parte da linguística que estuda a articulação das palavras
para formar frases gramaticais;
semântica, estuda o sentido dos enunciados, por exemplo, formal ou lexical, significados e significâncias das frases e das palavras que a integram;
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lexicologia, cuida do conjunto de palavras do idioma, ligado à lexicografia, área de atuação dedicada à elaboração de dicionários e outras obras
que descrevem o uso e sentido do léxico;
terminologia, dedica-se ao conhecimento e análise dos vocabulários especializados das artes e ofícios;
estilística, tem como objeto estilo na linguagem, inclusive do ponto de
vista estético;
pragmática, trata da função das oralizações (literal, figurativa...) na comunicação;
filologia, e o estudo das linguagens na história e suas transformações.
1.5.
Revisão ortográfica, revisão gramatical
C
omo já foi dito, ortografia e gramática são apenas dois dentre os
muitos aspetos de que um texto se constitui. Revisar somente a
ortografia e a gramática de um texto é algo perfeitamente possível, mas isso
não significa tenha sido feito tudo o necessário para a melhoria do texto. Ortografia e gramática, dentre outras coisas, existem para que o texto transmita
com maior eficiência a informação desejada. O importante não é que apenas a
ortografia e gramática estejam adequadas no texto, mas que o texto todo esteja
bom, que cumpra sua função de comunicar a ideia satisfatoriamente. O texto é
uma unidade complexa, um conjunto de informações ordenadas e estruturadas
em diversos códigos dos quais a ortografia e a gramática são integrantes, mas
há muitos outros aspectos a serem considerados: o estilo, a coesão, o registro
são outros aspectos presentes a serem considerados na revisão, para que o
texto seja adequadamente aperfeiçoado.
Muitas vezes as pessoas procuram por revisão ortográfica ou revisão
gramatical de seus textos, o que não é exatamente o que elas estão desejando. Mais grave é quando “profissionais” anunciam estes serviços, o que não é
adequado e pode indicar algum tipo de precariedade no serviço oferecido.
Pelo que estamos demonstrando, o que se deve ter em conta na revisão
não é tão somente ortografia e gramática – mas o texto todo. Por isso, consideramos mais correto referir a nosso trabalho como revisão de texto. Revisamos
o texto todo, qualquer aspecto e todas as facetas da complexidade e unidade
textuais são consideradas em nosso processo de revisão. Tudo fazemos no
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objetivo de não apenas atender a algumas normas formais, tais como a ortografia ou gramática, mas tendo em vista a função comunicacional do texto, seu
aperfeiçoamento como suporte de um conjunto de informações ordenado e hierarquizado da melhor forma possível para que a mensagem alcance o leitor
com a maior clareza possível.
É natural que as pessoas se refiram à revisão gramatical e ortográfica do
texto, pois de fato elas existem e são importantes. Mas elas devem sempre ser
ultrapassadas para o aperfeiçoamento do texto. Qualquer texto tem contexto,
portanto, deve ser revisado em função um do outro, o texto adequando-se ao
contexto, gramática e ortografia inclusive se subordinam a essa relação. Em
nosso caso, como trabalhamos focados na produção acadêmica, o texto está
em registro formal, a norma é culta, estamos presos à ortografia oficial recémmodificada, bem como restritos à gramatica normatizada; assim com os textos
acadêmicos devem ter a necessária coesão micro e macrotextual, devem ser
tão isentos quanto possível e se revestirem de diversas outras características
que constituem o jargão de cada campo de conhecimento.
O trabalho do revisor de textos é aperfeiçoar o trabalho, eliminando nele
as imperfeições normativas, ampliando-lhe a compreensão e reduzindo ao mínimo as falhas provenientes dos lapsos de digitação, edição e fadiga a que o
autor sempre está sujeito.
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