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EHROS TOMASINI 1
INSÔNIA2
EHROS TOMASINI 3
INSÔNIA - Parte 01
Já passavam das três da madrugada quando o taxista saiu
da Av. Norte e dobrou à direita, pegando a rua Guimarães
Peixoto. Estava rodando desde as seis da noite e pegara ape-
nas um único passageiro, mesmo assim numa corrida curta.
Em dias como aqueles, era bem melhor recolher do que ficar
exposto a assaltos na calada da noite. Pensava em chegar em
casa, tomar um banho, esquentar um café com leite e deitar
na cama, ao lado da nega veia. Aí, quando estava para pas-
sar diante de um bloco de apartamentos situados naquela rua
deserta de pedestres, um clarão intenso o ofuscou. Arrepiou-
-se todo. Pressentiu que ia ser assaltado. Mas não.
Um vigilante de rua, fardado, desviou a lanterna do seu
rosto e apontou-a para uma coroa boazuda e bonita, vestindo
roupas leves, sem nada nas mãos. O guarda noturno disse:
- Boa noite, taxista. Esta senhora está querendo ir para
INSÔNIA4
casa, apesar do adiantado das horas. Pode leva-la, por favor?
- Boa noite. Para onde a senhora vai? - perguntou ele,
enquanto a coroa se sentava ao seu lado.
- Boa noite, moço. Estou querendo ir para Olinda, mas
só tenho dinheiro em casa. Vim visitar minha filha e meu
genro, que são recém casados, porém peguei no sono. Acor-
dei agora, mas não quis despertá-los para pegar dinheiro
com eles. Não se preocupe: quando chegar em casa, te pago.
- Eu confio na senhora. Mas o problema não é esse, ma-
dame.
- E qual é, então?
- Eu estava largando. Noite ruim. Não vale a pena estar
rodando. Levá-la a Olinda e depois voltar daquela lonjura so-
zinho vai me deixar exposto a assaltos, entende? - Explicou
ele, sem tirar os olhos das grossas pernas da mulher. Ela usa-
va um vestido quase transparente, deixando seu corpo bem
delineado pelo tecido.
- Então, me faça um favor: leve-me ao ponto de táxi
mais perto. Lá, eu pego uma condução para casa.
- Sim, posso fazer isso. Nós vamos passar por um, de-
fronte ao Hospital Agamemnon Magalhães. Lá, ficará mais
fácil da senhora pegar um táxi. Eu vou pra casa, me agarrar
com a minha nega veia, já que hoje faz frio.
- Eu o invejo de ter alguém que o esquente. Eu sou di-
vorciada já há uns dez anos.
- Devia ter ficado na casa da sua filha.
- E continuar ouvindo os dois fazerem aquela zoada
toda praticando sexo? Não. Prefiro ir embora. Mas vamos
mudar de assunto, que esse já está me deixando incomodada.
O taxista olhou para entre as pernas dela. A coroa aper-
tava-as uma contra a outra. Ele finalmente parou e apontou
um táxi do outro lado da rua, estacionado defronte ao HAM.
Disse:
- Pronto. Tem um veículo no ponto. Fale com o moto-
EHROS TOMASINI 5
rista. Acredito que não fará objeções para leva-la a Olinda.
- Quanto te devo?
- Só um boa noite, senhora. Em troca, eu te desejo boa
sorte.
- Ela deu-lhe um rápido beijinho nos lábios. O cara fi-
cou corado. Não esperava por aquilo. Ela saiu do táxi sorrin-
do, ainda agradecendo a ele. Quando entrou no outro táxi
e este deu partida, só então o motorista, ainda aparvalhado,
seguiu viagem. O pau ainda latejava, de tão duro. Parou na
Avenida 17 de Agosto, deserta àquela hora. Botou o cacete
duro para fora das calças e bateu uma punheta básica. Não
demorou muito a gozar. Pegou uns guardanapos que costu-
mava oferecer principalmente a mulheres, limpou-se, jogou
o papel de qualquer jeito na avenida e seguiu viagem. Mas, ao
chegar em casa, não iria conseguir dormir. Seu celular tocou
insistentemente, até que o atendeu.
O vigia do conjunto residencial Baixa Verde, que havia
parado o táxi para a bela senhora usando sua forte lanterna,
sabia fazer bem o seu trabalho. Gostava secretamente da co-
roa, por isso a enchia de mimos, sempre que ela ia visitar o
casal de moradores daquele prédio. Pouco antes, havia anota-
do a placa do táxi, enquanto a mulher entrava nele. Deu um
tempo necessário para que ela chegasse em casa, em Olinda, e
ligou para o seu celular. A própria filha da coroa havia dado o
número a ele, pois sabia que a mãe não era de dar satisfações
da sua vida, se chegasse ou não em casa. O aparelho tocou
várias vezes, mas a coroa não atendeu. Quando o vigilante já
ia desligar, pra ligar novamente, uma voz masculina atendeu:
- Alô?
- Olá, boa noite. Passe o telefone para a senhora ao teu
lado, por favor - pediu o vigilante.
Não obteve resposta. Desligaram totalmente o celular.
O vigilante ficou cismado. Ligou para a Polícia. Um sargento
INSÔNIA6
atendeu. Disse que estava numa viatura na Avenida Norte,
bem perto dali. Pediu que o vigilante os esperasse na frente
do prédio.
Quando os quatro militares desceram da viatura, o
guarda-noturno os esperava de lanterna acesa. Aproximou-
-se dos policiais, mas estes sacaram suas armas. O coroa far-
dado de guarda de rua, com cerca de uns quarenta e cinco
anos, identificou-se e depois disse:
- Uma moradora deste prédio, cujo número de celular
tenho em minha agenda, acabou de pegar um táxi em senti-
do a Olinda. No entanto, deve ter dado a volta, para pegar de
novo a avenida.
- E o que tem de errado nisso, cidadão?
- Quem atendeu o celular que pertence a ela foi uma
voz masculina. Em seguida, desligou totalmente o aparelho,
depois que perguntei por ela. Eis o número do táxi que ela
pegou...
O sargento pegou o papel que ele lhe deu, passou um
rádio para a empresa de táxi à qual aquele número pertencia,
identificou-se e ficou no aguardo. Pouco depois, uma moça
dizia ao rádio:
- Boa noite, sargento Ferreira. Acabo de saber que hou-
ve um assalto nas imediações de onde o senhor diz estar. Há
um taxista desaparecido. Quanto ao número que me deu,
pertence ao veículo de um taxista veterano. Entrei em con-
tato consigo. Ele pergunta se deve esperar em casa ou ir até
o senhor.
- Tem o endereço dele?
- Tenho sim, senhor.
- Então, que ele venha até mim. Se demorar mais de
uma hora para chegar aqui, é sinal de que está fugindo da
gente. Então, acionaremos todas as viaturas para pega-lo.
- E o outro táxi que parece estar desaparecido, senhor?
EHROS TOMASINI 7
- Uma coisa por vez. Deixe que eu resolva primeiro esse
mistério da mulher desaparecida. Depois, cuidamos do táxi
sumido.
Não foi preciso esperar muito. Em menos de vinte e
cinco minutos o taxista que colocara a mulher em outro táxi
com destino a Olinda estava com os policiais. Contou a sua
história. Não havia porque não acreditarem nele. O sargento
pediu à Polícia do Trânsito que mandasse, com urgência, as
imagens de câmeras postadas na frente do HAM, onde ficava
o ponto de táxi, naquele determinado intervalo do horário.
Logo, assistiam um vídeo onde a mulher descia do carro do
coroa que estava diante deles e entrava em outro.
- Conhece o motorista do táxi que ela pegou?
- Não prestei atenção. Estava doido para ir pra casa. Dia
ruim, sabe?
- Está bem. Pode ir. Mas deixe telefone, pois talvez pre-
cisemos de você novamente.
- Então, prefiro acompanhar as diligências. Agora, não
vou conseguir mais dormir.
- Quem sabe é você. Só não nos atrapalhe.
- SARGENTO. TEMOS UM COMUNICADO UR-
GENTE FEITO PELO RÁDIO: TRÊS LEÕES ACABAM DE
FUGIR DO HORTO DE DOIS IRMÃOS! - Gritou um poli-
cial.
- Puta que pariu! É hoje que a merda fede. - Exclamou
o sargento, aperreado. Deu ordens:
- Todos comigo em direção ao Horto. Chamem os
Bombeiros e quantas viaturas estiverem por perto. Precisa-
mos pegar esses bichos antes que o dia amanheça e eles ata-
quem pessoas!
Quando a Polícia chegou nas imediações do Horto de
Dois Irmãos, avistaram um dos leões. Este estava deitado ao
INSÔNIA8
lado do corpo nu e ensanguentado de uma mulher, e lambia
as próprias patas. Os policiais desceram da viatura de armas
engatilhadas, mas se borrando de medo. Olhavam em vol-
ta, para ver se não havia outro bicho daquele por perto. Se
aproximavam do animal, que parecia não lhes dar a mínima
atenção, quando um jovem saiu correndo do Horto, que fica-
va perto, agitando os braços e gritando:
- Não atirem. Não atirem. Deixem que eu cuido dele.
O sargento gritou para os policiais:
- Vejamos o que o rapaz vai fazer. Se ele não conseguir
amansar o bicho, fogo na fera!
Naquela hora, o taxista, que viera seguindo a viatura
até ali, parou seu carro perto. Reconheceu logo o corpo da
bela coroa. Ficou consternado. Arrependeu-se de não ter, ele
mesmo, levado a mulher em casa. Agora, ela estava sem vida
bem à sua frente. Da sua boceta e do seu ânus saía muito san-
gue. Será que a fera a havia abocanhado bem ali?
Enquanto isso, o rapaz se aproximava sem medo do
animal. O leão, quando o viu, se levantou e caminhou cal-
mamente em direção ao jovem. Ergueu-se sobre as patas tra-
seiras e pôs as dianteiras sobre os ombros do cara, mas sem
violência. Parecia abraça-lo. O rapaz fez um afago em sua
enorme juba e depois disse para os policiais:
- Vou com ele procurar os outros que estão soltos. Não
se aproximem. Fiquem onde estão. Não há perigo. Logo, es-
taremos de volta.
Dito e feito. Pouco depois, o rapaz aparecia montado
em um leão e seguido de dois outros. Rumou para dentro das
dependências do jardim zoológico, acompanhado de longe
pelos policiais. Enquanto o jovem estivera ausente, os mili-
tares haviam dado uma olhada no cadáver da mulher. Não
havia mais o que fazer por ela. O taxista havia perguntado a
EHROS TOMASINI 9
ele se a fera a havia atacado. O sargento afirmara:
- Parece que não. Ela parece ter sido estuprada. Mas o
leão não tocou nela. Incrível.
Quando o jovem trancou os três felinos na jaula de
onde haviam escapado, juntou-se aos policiais. Naquele mo-
mento, apareceram duas viaturas de Bombeiros, mas foram
dispensados pelo sargento. O rapaz que havia recapturado os
animais disse:
- Alguém abriu a jaula sem arrombar a fechadura. Ou
tem a cópia da chave, ou é muito bom em arrombamentos.
É preciso chamar a doutora Moacyra, responsável por esses
animais.
- Quem é você, garoto? Tem muita coragem.
- Sou Leonardo, o cuidador desses bichos, junto com
mais duas pessoas. Acontece que, hoje, somente eu estou de
plantão. Os outros, um casal de cuidadores, estão de folga.
- E o que aconteceu, para essas feras serem encontradas
na rua?
- Não sei, senhor. Eu estava cortando a carne deles,
quando percebi que não estavam na jaula. Dei o alarme, ime-
diatamente, à Polícia e aos Bombeiros, mas só apareceram os
senhores. Pelo jeito, alguém abriu as jaulas e os libertou, antes
que eu desse fé.
- Costuma passar a madrugada cuidando dessas feras?
- Só quando é meu plantão, senhor. Corto todas as car-
nes e todas as frutas enquanto os animais estão adormecidos.
É a primeira vez que tenho esse tipo de problema.
Pouco depois, um policial dava a má notícia:
- Um taxista encontrou o corpo de um companheiro
de trabalho, perto daqui. Tomei a liberdade de mandar uma
viatura lá, pelo rádio. Encontraram o profissional que estava
desaparecido, senhor: o dono do táxi que vimos pegar a pas-
sageira na frente do HAM.
INSÔNIA10
- Caralho. É muito, pra mim. Liguem pro comissário
de plantão e peçam pra ele mandar um detetive para resolver
esse caso. Essas merdas estão fora da minha competência.
- Sim, senhor.
O sargento parou defronte ao corpo da bela coroa. Pe-
diu que conseguissem um lençol e cobrissem o cadáver. Le-
onardo deu-lhes um lençol limpo. O policial perguntou ao
taxista, que ainda olhava pasmo para o corpo da bela coroa:
- Está tentando gravar na memória a cena, para poder
bater uma punheta mais tarde, senhor?
- Desculpe, mas eu pensava que podia ter salvo a vida
dela. Tive preguiça de leva-la, eu mesmo, a Olinda. Podia ter
evitado isso.
- Sim, podia. Mas vocês, taxistas, só fazem aquilo que
lhes interessa, não aos passageiros. Se quer ser útil, traga o vi-
gia noturno aqui. Já está amanhecendo. Logo, isso aqui estará
fervilhando de gente.
- Está bem. Vou busca-lo. Depois vou pra casa, tentar
dormir.
Quando o coroa voltou com o vigilante, a filha da víti-
ma e seu marido, a moça estava desesperada. Procurou o sar-
gento para mais informações, mas ele disse estar esperando
o detetive responsável pelo caso. Só depois de se reportar a
ele, poderia conversar com a moça. Mas avisou que não teria
muito mais a dizer. A jovem de cerca de trinta anos de idade
descarregou sua raiva e frustração contra o pobre taxista, di-
zendo que ele tinha sido o culpado pela morte de sua mãe. O
marido tentou defender o coroa taxista, dizendo que ele não
tinha como prever a tragédia, mas ela também ralhou com
ele:
- Você também é culpado. Mainha deve ter ido embora
aquela hora porque você ficou insistindo em ter sexo comigo,
mesmo sem eu querer. Ela deve ter ouvido os nosso gemidos.
EHROS TOMASINI 11
Nunca mais vou querer fazer sexo com você!
O cara abaixou a cabeça, envergonhado dela estar di-
zendo aquilo para todos ouvirem. Ainda tentou argumentar,
mas ela deu-lhe as costas. Chateado, o jovem deixou-a lá e
pegou o táxi do coroa. Queria voltar para o apartamento. O
taxista aconselhou:
- Não faça besteira, amigo. Ela está de cabeça quente.
Deixe a raiva passar, depois conversem.
- Não dá mais. Sempre estamos brigando por besteiras.
A mãe dela é quem amenizava as nossas discussões. Com a
mãe morta, não haverá mais quem faça isso. Eu estou fora!
Passemos lá em casa. Eu pego minhas poucas coisas e você
me leva para uma pousada.
Quando os dois saíram, apareceu uma jovem alta e bo-
nita, de cabelos curtos e corpo de falsa magra, perguntando
por Leonardo. Sua silhueta chamava à atenção das pessoas
que rodeavam o cadáver. Ela perguntou, em voz alta:
- Quem é o sargento que achou o corpo?
- Eu, senhora detetive. - Levantou o dedo e a voz o mi-
litar.
- Você me conhece? Sabe quem sou?
- Chama-se detetive Ana Mendonça e deve ter sido en-
viada pelo comissário Etelvino.
- Muito bem. Então, prenda imediatamente o rapaz que
levou os animais de volta para a jaula. Ele é o culpado da
morte do taxista que achamos aqui perto e da senhora que
está estendida aos pés de vocês!
FIM DA PRIMEIRA PARTE
INSÔNIA12
INSÔNIA - Cap. 02
Adetetive Ana Mendonça insistiu para que o sargento
cumprisse sua ordem de prisão contra o rapaz cuidador
do zoológico, mas este a chamou até uma das viaturas. Senta-
ram-se no banco da frente. Ferreira argumentou:
- Está para cometer uma injustiça, detetive. Por que
quer trancafiar o cuidador de bichos?
- Eu não quero. Foram as ordens de você-sabe-quem,
depois de saber que o jovem tinha retirado os animais da rua:
levar o cara para a delegacia e terminar a foda que estávamos
dando. Depois, interrogaríamos ele.
- Ah, agora entendi. O comissário Etelvino parece co-
mer quase todas as policiais do nosso distrito...
- Quase, não. TODAS. É o pau mais adorável de toda
a Polícia.
- Vocês sabem que ele é casado, não é?
- Claro. Há até uma aposta: quem for flagrada pela mu-
EHROS TOMASINI 13
lher dele fodendo o cara, ganha uma festa com todas as des-
pesas pagas.
- Não sabia disso.
- Claro. Você é todo metido a merda, sargento. Não so-
ciabiliza com o pessoal do distrito. Então, não sabe o que está
perdendo. Lá, todo mundo fode todo mundo.
- Menos eu. Não gosto dessas libertinagens. Então, não
quer resolver esse caso como se deve?
- Gostaria. Mas, se demorar a voltar, perco a foda e o
comissário manda outro detetive em meu lugar.
- Então, façamos o seguinte: nós dois damos uma tre-
pada e depois resolvemos o mistério do duplo assassinato,
está bem?
Ela esteve olhando para ele. Depois, afirmou:
- Olha, eu gosto de homens de pau grande, como você-
-sabe-quem. Não vai me decepcionar?
- Quer avaliar antes a mercadoria?
- Aqui, não. Vamos para um motel. Tem muitos por
perto.
Ela desceu da viatura só para avisar aos policiais:
- Eu e o sargento vamos dar uma olhada no corpo en-
contrado perto daqui. Se o comissário enviar outro detetive,
digam que voltamos logo.
Não esperou resposta. Entrou de novo na viatura, ma-
nobrou e depois saíram dali. Não demoraram a ver, meio
quilômetro adiante, um aglomerado de gente. Rodeavam o
corpo do taxista encontrado morto. O sargento fez questão
de descer e examinar o cadáver. Ela permaneceu no carro,
pensativa. Mas disse, ao cabo de alguns minutos:
- Você tem razão. O coitado foi assassinado antes da
mulher. Com certeza, usaram seu táxi para captura-la. Mas
qual o objetivo de mata-la na frente do Horto? - perguntou
INSÔNIA14
ela.
- Os leões. Quem a matou, também a estuprou. Usou os
leões para devorarem-na, camuflando o estupro. No entanto,
os leões sequer tocaram no cadáver.
- Mais um motivo para desconfiar do jovem cuidador.
Quem mais teria coragem de se aproximar daquelas feras?
- Outro tratador de animais, talvez? - sugeriu o sargen-
to.
A detetive esteve matutando. Depois, resolveu-se:
- Vamos logo pro motel. Estou doida para completar
minha foda. Em seguida, trataremos do duplo homicídio.
Pararam a viatura no primeiro motel que encontraram.
Disseram que iam dar uma batida lá dentro, mas a recepcio-
nista não lhes deu muita atenção. Sabia que muitas duplas de
policiais usavam do artifício da vistoria para transar de graça
no estabelecimento. Por isso, a atendente entregou-lhes logo
uma chave.
Já entraram no quarto se agarrando. Ela ainda tinha
a tabaca pegajosa do coito interrompido com o comissário,
antes de chegar ao Horto. No entanto, a morena de cabelos
curtos reclamou:
- Você tem o pau muito menor do que você-sabe-quem.
Fez propaganda enganosa pra mim, não foi? Vou ficar insa-
tisfeita.
- Dei-te a chance de conferir a mercadoria antes. Então,
se acha pequeno, deixa eu botar no teu cuzinho...
- Gosta de cu?
- Adoro. Prefiro a uma xoxota.
- Está bem, eu deixo. Mas quero antes que satisfaça mi-
nha xaninha. Tá certo, danadinho?
A doutora Moacyra chegou esbaforida. Mas deixou um
EHROS TOMASINI 15
rastro de admiração por onde passou. Era uma mulata muito
bonita, de pernas grossas, bundão e cintura fina. E rebolava
que era uma maravilha. Seu corpo tinha a forma de um vio-
lão. Procurou logo por Leonardo. Encontrou-o na sala desti-
nada aos cuidadores. O rapaz tinha olheiras e parecia estar se
acabando de dor de cabeça. Ela perguntou:
- Cadê o diretor? E os outros dois cuidadores?
- O diretor deve estar chegando. Liguei para ele já faz
um tempão. Não sei de Natália nem de Murilo.
- Você está bem, Leo?
- Não, senhora. Continuo com uma insônia braba. Fa-
zem uns quatro dias que não consigo pregar um olho. Já co-
meço a ter alucinações, doutora.
- Então, tire a camisa e deite-se na cama. O que aconte-
ceu lá fora? - Perguntou ela, enquanto se virava de costas para
o jovem e preparava uma injeção.
- Uma mulher foi assassinada defronte ao horto. E sol-
taram nossos leões.
- Como é que é?
- Tudo bem, já os recapturei.
- Eles atacaram alguém?
- Por sorte, não. Mas aconteceu algo estranho, doutora:
Sansão esteve perto do cadáver ensanguentado da mulher e
não o devorou, como seria natural.
A doutora sorriu, contente. Isso significava que as suas
experiências com os leões, patrocinadas pela Universidade
Federal Rural de Pernambuco, à qual estava atrelada o Horto
Dois Irmãos, estavam finalmente dando certo. Disse:
- Nada demais. Estavam bem alimentados, suponho.
Leonardo não respondeu. Suava muito, e olhava a figu-
ra da doutora por trás. Estava agoniado. Ela percebeu. Per-
guntou:
- Está sentindo mais alguma coisa, Leozinho?
INSÔNIA16
- Sim, doutora. Uma imensa vontade de copular. Já não
aguento mais estar sem dormir e sem foder.
- Que linguajar é esse, mocinho?
- Desculpe. É que me bateu, de repente, um imenso
tesão. Ainda falta muito para terminar o programa ao qual
fomos submetidos?
Ela virou-se para ele. Tinha a seringa suspensa em uma
das mãos. Percebeu seu tórax em agonia. Todos os músculos
do rapaz pareciam estar se tremendo. Ela sorriu mais uma
vez. Sim, o programa iniciado há três anos, também patro-
cinado pela universidade, estava perto de dar resultados po-
sitivos. Olhou diretamente para o enorme volume feito pelo
pênis do rapaz, dentro das calças. Depositou a seringa em
qualquer lugar e fechou a porta do gabinete com duas vol-
tas na chave. Voltou para perto do jovem e abriu a braguilha
dele, libertando o mastro. O rapaz gemia de tesão.
- Calma, Leozinho. A tia vai acabar com esse martírio,
viu? Mas ignore o que vou fazer agora: é pelo bem da Ciência,
sabe meu anjo?
O pau libertado era enorme e grosso. Nem de longe
lembrava o membro minúsculo do rapaz, quando este foi es-
colhido para os experimentos dela e do diretor do zoológico,
três anos atrás. Naquele momento, o pênis tinha uns trinta
centímetros de tamanho e uns oito de diâmetro, apesar da
cabeça ser pequena, desproporcional ao rebolo. Ela botou
aquela monstruosidade na boca. As veias do membro se di-
lataram. Ele pegou sua cabeça com as duas mãos, querendo
empurrar-lhe a glande deformada goela adentro. Ela gemeu:
- Tenha cuidado, Leozinho. Suas unhas estão enormes,
já percebeu? Não vá machucar a tia...
Ele ergueu-se da cama e arrancou sua bata. Ela tirou
urgente o resto das roupas, antes que ele as rasgasse. Ficou
EHROS TOMASINI 17
totalmente nua, perante ele. O rapaz esteve parado, olhando
seu corpo atraente com gula. Depois a virou de costas, dei-
xando as mãos da médica espalmadas na cama. Ela se prepa-
rou para ser invadida por trás por aquele monstruoso rebolo.
FIM DA SEGUNDA PARTE
INSÔNIA18
INSÔNIA - CAP. 03
Nem bem o cuidador de leões forçou a cabeça da pica
contra o ânus da doutora, ouviram batidas na porta. A
médica aperreou-se. Pegou suas roupas e correu para o ba-
nheiro. Trancou-se lá. Leonardo, ainda cheio de tesão, per-
guntou em voz alta:
- Quém é?
- Sou eu, amore. A doutora está com você?
O rapaz vestiu as calças, sem cueca por baixo, e prepa-
rou-se para abrir a porta. Deparou-se com o rosto sorridente
de Natália, uma morena boazauda de quase dois metros de
altura, cabelos revoltos como uma selvagem, pernas grossas à
mostra pelo short apertado e curto. Ele mentiu:
- Não vi a doutora por aqui.
- Ué, disseram-me que ela veio para cá. Está tudo bem
com você, amore? Está com uma cara esquisita...
EHROS TOMASINI 19
- A porra da insônia. Está acabando comigo. Tem uns
dias que não durmo.
Ela olhou para todos os lados, para se certificar de que
estavam a sós, depois entrou na sala e fechou a porta atrás de
si. Deu duas voltas na chave. Só então, disse baixinho:
- Eu e meu namorado, Murilo, descobrimos como nos
livrar dessa leseira na cabeça. No início, apenas nos mastur-
bávamos um ao outro. Depois de gozarmos, batia uma mo-
leza... Num instante, dormíamos. Quer que eu te masturbe?
- Disse ela, olhando para o volume sob a calça dele.
- E se teu namorado souber?
- Se você não disser, ninguém vai saber. Mostra teu pau
pra mim.
Ela mesma ocupou-se em libertar o volume dele entre
as pernas. Deu um assobio, quando viu o monstruoso pênis
cheio de veias e medindo quase trinta centímetros. A more-
na, com cara safadinha, exclamou:
- Uau, me disseram que, para participar do programa,
tinha que ter pinguelo grande e pinto pequeno. O teu é enor-
me e muito grosso.
- Nem sempre foi assim. Vem crescendo a olhos vistos.
Mas a vontade de foder é insuportável.
- Olha, depois que eu e Mô descobrimos como fazer
sexo é bom, temos transado quase todos os dias. Mandamos
o Programa da doutora para a puta que a pariu. Não estava
dando resultados, mesmo. Posso chupar ele?
- Chupar somente não me bastaria. Estou doido para
enfiar meu caralho num buraco e foder até gozar.
- Eu não aguentaria essa jeba na minha xaninha. Nem
sou doida de engravidar. Murilo iria me matar. Ele é muito
ciumento. Mas, se me deixar vir por cima, posso tentar te
engolir pelo cu, topa? Então, deita na cama...
INSÔNIA20
Leonardo deitou. Ela quase correu para cima dele. Pe-
gou a cabecinha minúscula do pau e esfregou na xana, que
babava de tesão. O grelo era grande e estava endurecido.
Chegou a pingar o líquido viscoso sobre o rapaz que gemia
de ansiedade, doido que ela se estrepasse logo nele.
A doutora, escondida no banheiro, assistia a tudo pela
fresta da porta. A boca estava cheia de saliva e o grelo palpi-
tava de desejo. Viu a morena cavalona fazer esforço para se
enfiar no pau do jovem. Ela deu um gemido arrastado e o
rapaz também, quando sentiu as pregas dela abarcarem seu
rebolo. Ela parou de pressionar seu ânus contra a peia dele.
Fez menção de desistir. Mas, aí, ele estava tão ansioso que a
pegou pelas ancas e forçou o corpo dela contra o seu. Ela deu
um chiado e abriu muito a boca, mas não fugiu do pau. Ele
sentiu suas pregas tocarem no final do seu enorme caralho. A
potranca chorava quando iniciou, ela mesma, os movimentos
do coito. Natália sentiu claramente aquele rebolo inchar mais
dentro do seu cuzinho. Tentou se retirar dele, mas percebeu
que estavam engatados. A partir daí, só o rapaz parecia estar
gozando com o coito. Ele sorria, enquanto ela temia serem
pegos naquela posição. Foi quando ela viu a seringa esqueci-
da pela doutora. Apavorada, pegou o objeto e empunhou-o
com firmeza. Aproveitou que o jovem estava de olhos fecha-
dos e enfiou a agulha, de uma só vez, na perna dele.
Leonardo deu um urro medonho e tentou jogá-la de
sobre si. Percebeu estarem engatados. Aperreou-se. A dou-
tora não via isso, pois estava de olhos fechados batendo uma
siririca. A morena se agarrou ao pescoço do cara, para não
ter o cu estraçalhado, se ele se retirasse de vez. Aí, sentiu o
cu ser inundado por uma gozada cavalar. O jovem tinha os
olhos totalmente brancos, e demonstrava ter dado uma das
suas melhores gozadas. Ele voltou a urrar várias vezes e, em
seguida, ficou imóvel.
EHROS TOMASINI 21
Só então, a morena percebeu que alguém estava no ba-
nheiro. Para a sua alegria, sentiu o rebolo murchar dentro do
cu e a pica escorregar para fora. Mais que depressa, saiu de
cima de Leonardo, vestiu suas roupas e saiu daquela sala, sem
nem querer saber quem estava no banheiro.
A doutora Moacyra suspirou, aliviada. Também con-
seguira gozar. Mas precisava sair dali, antes que fosse des-
coberta por mais alguém. Era casada, apesar de já ter traído
várias vezes o marido. Adorava dar seu rabão, mas o cara não
parecia gostar de cu. É certo que já a fodera várias vezes por
trás. Mas, além de ter pau curto, parecia preferir bocetas. E
ela nem precisava fazer esforço para atrair os olhares mascu-
linos para o seu bundão. Recebia cantadas até de desconhe-
cidos, na rua. Bastava-lhe um sorriso para ganhar pica no
cu. Principalmente do diretor do zoológico, seu parceiro nas
pesquisas e coordenador do programa.
Vestiu-se rápido e saiu dali, deixando a porta apenas
encostada. Não viu ninguém pelos corredores e só descansou
quando se trancou na própria sala. Mas não demorou muito
a baterem na sua porta.
- Quem é?
- Sou eu, doutora Moacyra. Natália. Disseram-me que
a viram entrar aqui neste instante.
A médica se aperreou. Será que a tinham visto sair da
sala do rapaz? Arriscou abrir a porta. Ambas estavam suadas
e desconfiadas. A doutora perguntou:
- Quem te disse que eu estava aqui?
- Meu namorado, Murilo. Ele acabou de chegar.
- E o diretor?
- O senhor Rosalvo? Não o vi. Mas deixou recado em
meu celular dizendo que eu viesse para cá, me encontrar com
a senhora.
INSÔNIA22
- Pois ligue para ele. Diga que tem que estar aqui o
quanto antes. Já soube que soltaram os nossos leões?
- Quando? agora? Quando cheguei eu os vi na jaula.
Todos três.
- Foram recapturados por Leonardo. Mas precisamos
saber que os soltou.
- Acha que fomos nós, eu e meu namorado?
- Não sei. Vá lá no telefone convencional, se não quiser
gastar seus créditos, ligue para o diretor.
Pouco depois, a morena voltava frustrada:
- A mulher dele disse que já havia lhe dado o recado
antes, quando Leo ligou para ela. Afirmou que o diretor já
tinha saído de casa. Que seu carro não está mais na garagem.
Ah, e tem um policial lá fora dizendo querer falar com a se-
nhora.
- Mande ele vir aqui. Chamem o Leo. Deve estar na sala
dele. Depois de falar com o policial, quero conversar com vo-
cês três juntos.
- Está bem.
Pouco depois, o sargento Pereira aparecia, seguido da
detetive Ana mendonça. Ele a apresentou:
- Bom dia, doutora. Esta é a detetive Ana Mendonça e
queremos falar com a senhora.
- Suspeitam de alguém desse departamento?
- Como assim?
- A fuga dos leões. Acham que foi um dos meus fun-
cionários?
- Na verdade, suspeitamos deles, sim. A senhora acha
que algum deles teria capacidade de soltar os bichos? - Per-
guntou a detetive de cabelos curtos.
- Não creio. Todos são muito conscientes do trabalho
que fazem aqui. Mas já tivemos outros cuidadores. Quem
sabe não foi um deles?
EHROS TOMASINI 23
- Pode nos dar as fichas dos que trabalharam aqui, an-
tes?
- Infelizmente, só o diretor tem a chave do armário
onde estão essas fichas. Mas acredito que ele já esteja vindo.
É só aguardarem.
- Estaremos lá perto do cadáver da pobre mulher.
Quando ele chegar, nos avisem, por gentileza.
- Farei isso.
Nem bem a dupla saiu da sala, foi abordada por uma
jovem de cerca de vinte anos. Esta tinha cara de choro. Per-
guntou-lhes:
- Quem está responsável pelo caso do assassinato da
minha mãe?
- Oh, confesso que já havia esquecido de você - disse
o sargento Ferreira - pois aconteceu outro crime misterioso
bem perto daqui.
- Ouvi falar. Um taxista, não foi?
- Sim. Cadê o taxista que trouxe vocês aqui?
- Foi levar meu marido. Tivemos uma briga e ele saiu
chateado. Tem que ser aquele?
- Claro. Tudo começou com ele. E ele viu o táxi que
deveria levar tua mãe em Olinda.
- Vou falar com o vigilante noturno. Ele deve ter o tele-
fone do taxista que levou meu marido.
Pouco depois, o coroa taxista aparecia, já de olhos ver-
melhos de sono.
- Quer falar comigo de novo, sargento? Estou morren-
do de sono. Já estava dormindo em casa.
- Desculpe. Precisamos de mais detalhes sobre o cara
que pegou a tua passageira.
- Eu não o vi, já disse. Estava doido para largar.
- Qualquer detalhe que se lembrar, serve - insistiu o
sargento. A detetive só escutava.
INSÔNIA24
- Eu soube que já encontraram o corpo do dono do
táxi. Não foi ele?
- Não poderia ser. O cara foi assassinado antes da co-
roa.
- Então, por que não investigam lá na frente do hospi-
tal? Algum taxista de lá pode ter visto alguém estranho, num
táxi que não era dele.
A dupla de policiais se entreolharam. Agradeceram a
dica. Quando o taxista ia de novo embora, a mocinha o cha-
mou:
- Pode-nos levar para casa, eu e o vigia? Mas só tenho
dinheiro lá no apartamento.
- Sem problemas. Estou morrendo de sono e preferia ir
pra casa, mas não vou cometer esse erro duas vezes.
- Desculpe. Não acho mesmo que o senhor tenha culpa
da morte de minha mãer. Eu estava nervosa, O senhor me
desculpe.
- Tudo bem. Vamos embora, antes que eu durma no
volante.
Pouco depois, ambos estavam diante do edifício Baixa
Verde, na Guimarães peixoto. O vigilante agradeceu a carona
e afastou-se. A jovem pediu que o taxista a seguisse até lá en-
cima. Entraram num apartamento pequeno e ela pediu que
ele esperasse, enquanto ia buscar o dinheiro. Voltou decep-
cionada e chorando. Explicou:
- Meu marido foi embora e não me deixou um único
puto. Apenas um bilhete, dizendo que estava me deixando.
Não tenho dinheiro para te pagar, moço.
- Tudo bem. Mas gostaria que, se possível, me fizesse
um café quente. Estou quase dormindo.
Enquanto ela entrava na pequena cozinha do apê, o ta-
xista ficou de pé na sala. Olhou em volta. Viu várias fotos da
EHROS TOMASINI 25
coroa assassinada, dispostas em quadros pequenos, espalha-
dos por toda uma parede na sala. Em uma das fotografias
coloridas, a mulher estava de biquini. Exibia um corpo ma-
ravilhoso. Ele foi flagrado olhando para a imagem, quando a
moça veio lhe trazer o café.
- Ela era bonita, não é mesmo?
- Linda. - O coroa enrubesceu, lembrando do beijo rá-
pido recebido da mulher.
- Pena que afirmavam que ela dava pra todo mundo.
Ela negava. Dizia que estava, havia anos, sem trepar. Mas di-
zem que meu pai a deixou porque a achava uma leviana.
- Não acho que você deva estar maculando a memória
da tua mãe. Ela...
- Era era uma catraia! Vivia se insinuando para o meu
marido.
- Eu não acredito.
- Pois bote fé. Sempre ficava do lado dele, quando bri-
gávamos. Fingia dar conselhos a mim, mas de fato torcia para
que nos separássemos.
- Teu marido, quando o levei daqui, me disse que você
vivia discutindo com ele por tudo.
- É verdade, eu morria de ciumes dos dois. Certa vez,
eu o flagrei fodendo a bunda da minha mãe!
- Como é que é?
- Isso mesmo. Naquele dia, aquele escroto voltou mais
cedo do trabalho. Eu ainda estava na empresa. Todos os dias
ele me esperava largar par vir comigo. Nesse dia, esperei e ele
não apareceu. Peguei um táxi e vim-me embora. Foi quando
os flagrei transando na sala. Fiquei arrasada. Ela disse que
ele a havia pego a pulso. Foi quando começaram as nossas
brigas.
- E por que não impediu dela vir aqui de novo, de fre-
quentar a casa de vocês?
- Porque ela é quem pagava o nosso aluguel, com a pen-
são dada por meu pai. Dada, não. Imposta a ele. Ela conse-
INSÔNIA26
guiu ganhar na Justiça o direito de receber, por ele ter batido
várias vezes nela.
- Ele ainda é vivo?
- Sim, mas vive com outra.
- Entendo. O que vai fazer, agora, da tua vida, garota?
- Não sei, moço. - Disse ela, sentando-se no sofá e cain-
do no pranto. - Vou tentar voltar para o meu marido. Me sub-
meter a ele. Mas queria mesmo era conseguir algum coroa
que cuidasse de mim, mesmo se fosse casado.
O taxista olhou para ela. Avaliou-a da cabeça aos pés.
A moça, para ele, era insossa. Preferia a coroa, dez vezes mais
que ela. Pena que ela agora estava morta. Mais uma vez, arre-
pendeu-se de não a ter levado em casa. Foi pego, novamente,
olhando para o quadro onde a coroa aparecia de biquini. Sem
ele querer, seu pau ficou duro. A moça percebeu. Perguntou:
- Moço, o senhor está tarando a minha mãe?
- Desculpe-me. Ela era uma coroa muito gostosa.
- Vá-se já daqui. Tem cabimento? O corpo de minha
mãe nem esfriou ainda e o senhor com essas safadezas?
Suma. Desapareça, antes que eu ligue para a Polícia.
O taxista foi-se embora. Saiu envergonhado, mas o pau
não baixou. Estava cada vez mais nítida a sensação do beijo
recebido da falecida. Quando entrou no táxi, viu o vigilante
caminhando em direção à Avenida Norte. Este estava à paisa-
na. O taxista emparelhou com ele e buzinou. Este o reconhe-
ceu. O motorista perguntou:
- Está indo pra onde?
- Moro em Santo Amaro.
- Entra aí. Te dou uma carona até lá.
FIM DA TERCEIRA PARTE
EHROS TOMASINI 27
INSÔNIA - Cap. 04
Otaxista encetou a marcha, mas permaneceu calado en-
quanto dirigia. O vigilante perguntou:
- Algum problema, senhor?
- A mocinha me disse que o marido vivia comendo a
mãe dela, isso procede?
- Eu não duvido nada. O cara já era amante da mãe
dela, quando ela o conheceu. Dizem que roubou o namorado
da mãe. Se eu fosse ele, comeria mesmo as duas. Ainda mais
que a coroa é quem pagava o aluguel.
- Puta merda, família complicada. A jovem acabou de
me dizer que queria achar um coroa que a sustentasse.
- Está interessado?
- Que nada. Sou casado. O táxi mal dá pra sustentar
minha família, imagine mais uma. E ela é muito sem graça
pro meu gosto. Eu preferia a mãe.
- Eu também. A coroa era muito gostosona. Mas nunca
INSÔNIA28
me deu bola. Ultimamente, eu soube que andava querendo
voltar pro marido. Ele vivia ligando para ela. Mas ela dava
uma de difícil. Soube que ontem, de madrugada, ele ligou
novamente.
- Como soube disso?
- Ela mesma me disse, enquanto esperava um táxi. Pa-
rece que tinha pressa de chegar a Olinda para se encontrar
com ele.
- Estranho. E suspeito. Disse isso ao sargento?
- Não achei que fosse importante.
- É muito importante. O assassino dela pode ser o pró-
prio marido.
- Como assim?
- O cara pode ter esperado ela lá e, quando ela che-
gou de táxi, discutiram. O taxista deve ter tentado apaziguar
a briga, mas terminou sobrando para ele. O marido dela o
matou e deve ter matando-a também, jogando os corpos em
locais diferentes de Dois Irmãos.
- Faz sentido. Mas eu acho essa história meio mirabo-
lante para ser verdadeira.
- Eu tenho que falar com o sargento. Te deixo em casa
e volto para o Horto.
- Se vai voltar para o zoológico, não precisa me levar
em casa. Eu tenho um quitinete no edifício que uso para des-
cansar ou para dormir quando não quero ir pra casa. Aluguei
barato. Não tenho ninguém me esperando em Santo Amaro.
Sou viúvo. Pode me deixar no Baixa Verde?
- Deixo, sim. Obrigado. Isso me poupará tempo. Ainda
bem que tomei um café quente, pois estava já dormindo no
volante. Agora, estou melhor.
Quando Natália voltou à sala de Leonardo, para avi-
sar da reunião com a doutora, este continuava dormindo nu,
como se tivesse desmaiado após o coito. Ela notou seu pinto
recolhido tão pequeno que em nada lembrava o rebolo que
EHROS TOMASINI 29
levara no cu. Fechou a porta à chave e jogou-a por baixo da
porta. Não queria que ninguém visse o rapaz tão à vontade.
Quando ia voltando para a sala da médica, o namorado a en-
controu no meio do caminho. Perguntou:
- Cadê o Leo, você não foi chama-lo?
- O Leo não está na sala dele -, mentiu ela - encontrei-a
fechada. Bati e ninguém atendeu.
- Estranho. Será que ele foi embora? A essa hora, deve
ter terminado o expediente dele.
- Se ele tivesse ido, teria avisado à doutora Moacyra.
- Não, se ele tiver fugido - ouviu-se uma voz atrás deles.
Era a detetive Ana Mendonça. Ela estava desconfiada
de que o rapaz tinha soltado os leões. Chamou o sargento e
deu a ordem de busca do rapaz. Se fosse encontrado, deveria
ser levado direto para a delegacia. Mesmo assim, a detetive
perguntou onde ficava a sala dele. Natália indicou a direção e
o número. Logo, a policial estava frente à porta. Bateu várias
vezes e não obteve resposta. Botou a mão no bolso da calça e
tirou de lá uma gazua. Enfiou-a na fechadura e abriu a porta.
Deparou-se com o jovem nu e adormecido. Encostou dois
dedos na jugular dele. Estava vivo. Tentou acordá-lo, sem su-
cesso. Chamou a médica. Esta logo explicava:
- O rapaz tem problemas de insônia. Estava já algumas
noites sem dormir. Pediu que eu lhe ministrasse um sonífero
e foi o que fiz - mentiu ela, sob a cara de espanto de Natália.
A jovem sabia que tinha feito o cara desmoronar de-
pois da injeção que ela mesma aplicara nele. Reconhecera o
líquido, que às vezes se auto injetava, quando a insônia estava
demais. Por que a médica estava mentindo? Natália passou a
desconfiar dela. Mas ficou na sua.
- Não devia ter feito isso. Sabia que eu iria querer inter-
rogar todos os teus funcionários - criticou a detetive.
- Na hora, não pensei nisso. Leonardo estava já sofren-
INSÔNIA30
do um colapso. Precisava mesmo dormir. E já acabou seu ex-
pediente.
- Tudo bem. E o diretor, que não vem?
Foram interrompidos por um policial. Este vinha com
o taxista. O cara estava mais desperto, mas pediu:
- Posso conseguir um cafézinho? Quero falar contigo,
detetive. Mas estou morrendo de sono e temo não concatenar
as ideias...
- Se não tiver café aqui, comprem uma garrafa em qual-
quer barraquinha mais próxima e tragam pra cá. Também
quero. E pode ir falando, meu amigo taxista.
- Bem, eu estive conversando com o vigia do prédio e
descobri uma coisa que vocês devem levar em conta: a coroa
devia estar indo se encontrar com o ex-marido em Olinda,
àquela hora da madrugada.
- E daí? - Perguntou o sargento, que estava presente.
- Daí que o cara pode ter brigado com ela, o taxista a
defendeu e levou a pior. Ela deve ter tentado defender o ta-
xista e foi assassinada. O cara pegou os dois corpos, botou no
táxi e os desovou aqui em Dois Irmãos, em lugares diferentes.
- Faz sentido - disse o sargento - mas está esquecendo
que ela foi estuprada. Se estivesse já morta, não haveria tama-
nho sangramento.
- E os leões soltos? Por que ele se arriscaria a entrar no
zoológico e soltar as feras, correndo o risco de ser descoberto
ou ser estraçalhado? - Perguntou a detetive.
- Bem, os detetives são vocês. Eu só quis ajudar. - Disse
o taxista. - Já acharam o carro do meu companheiro de pro-
fissão?
- Estamos procurando. Não acho que vamos demorar
a ter notícias. Logo, encontraremos o táxi abandonado em
algum lugar. Bem, estão todos dispensados. Mas talvez ain-
da precise tomar depoimentos de alguns. Podem ir. Menos
EHROS TOMASINI 31
você, mocinha. O resto, feche a porta ao sair. Estou tempo-
rariamente requisitando a sala da doutora para montar meu
departamento de investigação.
Todos saíram, menos o sargento e a cuidadora de ani-
mais. A detetive disse:
- Você também, sargento. Minha conversa com a mo-
cinha é em particular.
Quando o sargento, meio chateado, saiu, a detetive vi-
rou-se para Natália. Perguntou:
- Quem é teu namorado, o belo adormecido ou o cui-
dador com cara de garanhão, o Murilo?
- O Murilo, claro. Mas por que a pergunta?
- Você está fedendo a foda, mocinha. Também está an-
dando de pernas abertas, como se estivesse afolozada. E, se
não percebeu, teu short está manchado de esperma. Quase
agora, flagrei o belo adormecido nu e a cama toda suja de
porra. Conclusão: foi você quem andou trepando com ele.
Natália baixou a cabeça. Não negou:
- Está bem, eu transei com ele. Mas não diga nada ao
meu namorado. Se ele souber, me mata. É muito ciumento.
- Deus me livre de dizer qualquer coisa. Mas confesso
que achei teu namorado um gato. Então, façamos um trato:
feche os olhos se me ver flertando com ele. Em troca, ele não
saberá nada de mim.
- Isso não é chantagem?
- Claro que é, garota. Mas você não precisa aceitá-la.
Eu tive uma foda interrompida para vir pra cá. Depois, uma
foda insossa com um sujeito de pau curto. Estou afim de fo-
der do jeito que eu gosto. E teu namorado parece ter um pau
gostoso.
- Ele tem pinto pequeno.
- isso, quem decide sou eu. Estamos combinadas?
INSÔNIA32
A morenaça saiu sem dar resposta. Quando abriu a
porta para sair, a detetive gritou:
- Chame ele de volta a minha sala agora, por favor.
Todo mundo percebeu que Natália havia saído da sala
chateada. Ela disse ao namorado que a detetive o estava cha-
mando. Quando este entrou na sala, o sargento perguntou:
- O que houve? Saiu da sala com uma cara...
- A detetive disse na minha cara que queria comer meu
namorado.
- Como é que é?
- Isso mesmo. Aquela puta tarou meu Murilo e disse
que eu ficasse de bico fechado, mas ela iria papá-lo.
- Isso é grave - disse o sargento, enciumado - e não vou
deixar que isso aconteça. Vamos comigo até a delegacia.
- Agora?
- Neste minuto, enquanto ela ainda não cantou teu ho-
mem.
- Eu tenho que passar primeiro em casa, para trocar
esse short.
- Tudo bem. Te levo numa das viaturas.
Cerca de meia hora depois, estavam na delegacia. O
sargento procurou, imediatamente, o comissário Etelvino.
A despeito do nome antiquado, o comissário era um jovem
bonitão, de voz grave e elegantemente vestido, apesar das
roupas simples. Não era à toa que todas as mulheres daquela
delegacia já haviam sido traçadas por ele. Foi solícito e edu-
cado perante a jovem Natália. Pediu que os dois se sentassem
diante de sua mesa e sentou-se por último. Perguntou:
- O que temos aqui?
- Uma grave denúncia de assédio, senhor comissário.
Esta jovem diz que a detetive Ana Mendonça está usando de
sua autoridade para foder o namorado dela. - Disse o sargen-
EHROS TOMASINI 33
to.
- O namorado dela é o cuidador de animais que eu a
mandei trazer preso?
- Não, senhor. Mas a jovem diante de si e o namorado
em questão também são tratadores.
O comissário esteve olhando para a moça, como se a
estivesse estudando. Depois, pegou o telefone e fez uma liga-
ção. Quando responderam, disse simplesmente:
- Volte para cá. Você está fora do caso. E decerto sofrerá
uma punição à minha escolha, entendeu?
Ana Mendonça desligou o telefone celular com um
sorriso no rosto. Jogara bem. Esperava que a namorada do
tratador desse queixa dela. Não queria foder o jovem Murilo,
apesar de achá-lo mesmo bonito. Queria deixar o comissário
excitado, e isso ficara claro quando ele dissera que ela seria
punida. Significava que ele iria foder-lhe o rabo, como fazia
com maestria quando ela cometia algum erro profissional.
Por isso, disse a Murilo:
- Estou fora do caso, portanto você está dispensado.
- Sinto muito por você, detetive. Cometeu algum erro?
- Sim e não. Eu não queria este caso e fui jogada nele no
meio de uma foda. Insinuei para a tua namorada que queria
te comer e ela me denunciou ao meu superior. Foi ele quem
me ligou agora, me tirando da investigação.
- E por que insinuou para minha namorada que pre-
tendia me comer?
- Já disse: queria sair deste caso e a usei para me de-
nunciar e apressar a minha retirada. Confesso que te achei
bonitão, mas estou vendo que tem o pinto pequeno. Gosto de
homens de pau grande.
- Posso te contar um segredo?
- Se quiser...
- Eu estou participando de uma experiência feita pela
INSÔNIA34
doutora Moacyra e acompanhada pelo diretor desta unidade.
O programa consiste em fazer crescer pintos pequenos, atra-
vés de aplicações de sangue de leões misturados a uma fór-
mula secreta. Mas o efeito só se manifesta quando eu passo
alguns dias sem dormir.
- A que efeito se refere? - Perguntou a detetive, visivel-
mente interessada no assunto.
- Não fale o que eu disser pra doutora, já que é um as-
sunto secreto. Mas, depois de duas noite sem dormir, meu
pau cresce monstruosamente. Chega a ficar com uns trinta
centímeros de tamanho por oito de diâmetro.
- Taquipariu! Mesmo? Isso, eu preciso ver.
- Só se eu passar dois dias sem dormir, no mínimo.
A detetive catou em uma das gavetas e achou um blo-
quinho de anotações e uma caneta. Anotou algo e entregou
para o rapaz. Disse:
- Meu telefone e meu endereço de casa. Quero você em
meu apartamento, à noite, daqui a dois dias. Sem falta. Eu
compro as cervejas. Agora, eu vou embora. Tenho uma pu-
nição a cumprir. Pode dizer à tua namorada que eu te cantei,
mas que você não estava interessado. Porém, não deixe ela
descobrir que vai estar comigo daqui a duas noites, okay?
Quando ia numa das viaturas para a delegacia, dirigida
por um policial, no entanto, a detetive estava pensativa. O
que o jovem lhe dissera sobre a experiência sigilosa da médi-
ca a tinha deixado com uma pulga atrás da orelha. É que se
lembrara da xoxota e do cu da coroa morta. Ambos estavam
arrombados. E se Murilo fosse o assassino? E se o jovem Leo-
nardo também fazia parte do programa e tivesse sido ele a ar-
rombar a defunta? Ela se arriscaria para descobrir a verdade.
Mas agora, queria mesmo era se encontrar com o comissário.
Ele a estava esperando, sozinho, na sua sala. Quando ela ba-
teu na porta, ele já veio abrir de braguilha escancarada. Seu
EHROS TOMASINI 35
pau estava enorme, pro lado de fora, se bem que ainda estava
mole. Ela preferia assim. Adorava vê-lo crescer na sua boca.
Ele fechou a porta atrás de si e reclamou:
- Demorou. E muito. Também será punida por isso.
- O que mais eu fiz para merecer castigo, senhor?
- Ainda pergunta? Você jogou muito bem, fazendo a
moça acreditar que queria comer o namorado dela.
- Mas era verdade, senhor.
- Cadela safada! Ainda ousa me confirmar? Encoste no
birô e abra a bunda para mim.
- Desculpe, mas eu nem vesti uma calcinha, senhor.
Tem algum problema?
- Vadia. Oferecida. Sabe que detesto mulheres sem cal-
cinha. Gosto de afastá-la prum lado e meter num dos bura-
cos.
- Faça isso, mas deixe eu lubrificar primeiro a pica, se-
nhor.
- Porra nenhuma. Vai no seco mesmo.
- Assim não, senhor. Se doer eu posso gritar e chamar a
atenção de toda a delegacia.
- Mais uma palavra e ficará sem essa rola no cu.
- Pelo amor de Deus, senhor. Isso, não. Prometo ficar
calada de ora por diante. Mas não me negue essa pica no cu,
por favor.
- Está bem. Arreganhe essa bunda.
- Se não quer que eu chupe, lambuze ela primeiro na
minha boceta molhadinha, senhor.
- Puta afoita. Eu já não te disse para ficar calada?
- Perdoe-me senhor. Eu...
Não falou mais nada. Recebeu a enorme jeba do co-
missário, de uma só estocada, todinha na xoxota. Ele adorava
fazer isso: impedi-la de falar fodendo seu cu ou sua boceta.
Esmagava seu rosto contra o tampo do birô e ela sufocava,
mas estava achando muito bom. Era sempre assim quando
INSÔNIA36
fodia com ele. O cara sabia fazê-la feliz. Preparou-se para ter
o primeiro orgasmo.
FIM DA QUARTA PARTE.
EHROS TOMASINI 37
INSÔNIA - Cap. 05
Depois que cansaram de foder, os dois se deitaram no car-
pete da sala. Ela perguntou:
- Tenho minha investigação de volta? Encontrei um
fato novo a acrescentar ao relatório.
- Melhor, não. Já botei o caso nas mãos do nosso sar-
gento Ferreira. Ele sempre me pediu uma chance para mos-
trar seus dons de investigador. O que mais você descobriu?
- A médica do zoológico faz experiências sigilosas com
os tratadores. Eles recebem um tratamento que lhes faz cres-
cer e engrossar o pau. A coroa assassinada teve o ânus e a
boceta arrombados. Gostaria de investigar isso, senhor.
- Não. Deixe o caso com o sargento. Vou querer você
trabalhando para achar o diretor do Horto, que está sumido.
O sargento me contou que achava estranho ele ainda não ter
dado notícias. Ligue para a esposa dele. Peça o modelo do
seu carro. Vamos procurar o automóvel, como estamos pro-
INSÔNIA38
curando o táxi sumido.
- Sim, senhor. Posso ir?
- Vá. Não aguento mais punir você.
- O sargento precisa saber que ainda estou no caso?
- Quem sabe é você.
- Obrigada, senhor - disse ela, beijando-o ternamente
nos lábios.
A detetive vestiu suas roupas, depois saiu da sala. O
comissário permaneceu deitado nu, no chão. Fumava um ci-
garro. Ela foi até a sua própria sala e pediu uma ligação para
o Horto, por telefone. Pouco depois, falava com a doutora
Moacyra:
- O diretor já chegou?
- Não. O senhor Rosalvo Melo ainda não apareceu.
Quem fala?
- A detetive Ana Mendonça, doutora Moacyra. Ainda
estou no caso, mas o sargento Ferreira não precisa saber dis-
so.
- Ele é suspeito?
- Não. Claro que não. Mas é seu primeiro caso e o
comissário não quer que ele saiba que está sendo testado. -
Mentiu.
- Entendo. O que posso fazer pela senhora?
- Sabe onde o diretor mora? Pode-me dar o seu endere-
ço e dizer o tipo de carro que possui?
Nesse momento, bateram à porta da detetive. Ela tapou
o fone com a mão e perguntou quem era. Ouviu:
- É o pessoal do Trânsito. Acabaram de encontrar o táxi
desaparecido.
- Obrigada, querido. Prepare uma viatura para mim.
Vou querer que me levem lá onde encontraram o veículo.
A detetive anotou os dados do diretor do zoológico ce-
EHROS TOMASINI 39
didos pela médica e desligou. Dobrou o papel com nome, en-
dereço e placa do carro do sujeito e guardou no bolso. Pouco
depois, saía da delegacia em uma viatura com mais quatro
homens. Quando chegaram ao local onde o táxi fora deixado,
havia mais uma viatura lá, com vários curiosos em volta. Ela
desceu e caminhou até o carro abandonado. Este estava total-
mente fechado. Ela pediu:
- Abram o veículo, mas sem danificá-lo. Quero dar
uma olhada em seu interior.
Fizeram o que ela pediu e a detetive sentou-se na ca-
deira do carona. Topou com o pé num celular, caído no piso
do carro. Apanhou-o. Estava totalmente descarregado. Pediu:
- Botem esse celular para carregar, mas só o suficiente
para vermos as últimas ligações.
O policial a quem ela fez o pedido foi à viatura, pegou
um carregador ligado à bateria e plugou no aparelho celular.
A detetive continuou procurando novas pistas no táxi, mas
não achou mais nada. Quando o celular carregou um pouco,
deixou todos surpresos: pertencia à coroa assassinada. Ela ti-
nha recebido as últimas ligações de um número conhecido
da detetive Ana Mendonça: o número do celular do diretor
do zoológico. A moça exultou:
-Taquipariu! Por isso o diretor não deu as caras nem
atendeu ao telefone. Ele também deve ter sido assassinado.
Gente, precisamos de toda a Polícia mobilizada. Achem o
carro ou o corpo do diretor do Horto. Ou os dois.
Pouco depois, ela estava de volta à presença do comis-
sário. Havia feito um novo relatório do caso a ele. Ele per-
guntou:
- Então, você acha que o diretor era amante da coroa
assassinada e que o assassino o matou também? E o taxista
que encontramos morto?
INSÔNIA40
- Deve ter sido testemunha, senhor. O assassino se li-
vrou dele e deve ter usado seu táxi para se livrar dos corpos.
- Faz sentido, mas ainda não estou convencido. E o
estupro? A coroa ainda estava viva quando foi violentada. -
Disse o comissário.
- Certamente foi quando foram flagrados pelo taxista.
Ela pode ter pedido socorro e foi ouvida por ele.
- E os leões? Isso inocentaria os cuidadores do estupro.
Mas algum deles usaria os leões para quê?
- Será que o assassino não obrigou o diretor do zooló-
gico a soltá-los? Devia saber que ele lidava com esses bichos.
Talvez quisesse camuflar o estupro com os estragos feitos pe-
las feras.
- Não, ainda não me convenceu. Investigue mais isso.
Ache o diretor. Afinal, como foi morto o taxista?
- À golpes de arma branca, senhor. Várias estocadas
pelo tórax.
- Então, o assassino estava com raiva dele.
- Não tinha pensado nisso, senhor.
O telefone da sala do comissário tocou. Ele atendeu.
Ouviu a voz do sargento:
- Uma mulher acaba de vir a mim, denunciando o pró-
prio filho, senhor. O garoto vive nas ruas e a mãe o flagrou
com um celular alheio hoje, logo cedo. Disse à mãe ter rou-
bado do bolso de um homem assassinado, caído na rua aqui
perto do Horto.
- Já está de posse desse celular?
- Sim, senhor. A mãe dele acabou de me entregar. Ele
recebeu três ligações seguidas de um mesmo número, perto
da hora dos crimes.
- Traga o aparelho imediatamente para a delegacia.
A detetive, que ainda estava na sala do comissário, fi-
EHROS TOMASINI 41
cou cada vez mais surpresa. As ligações recebidas do taxista
eram do mesmo número do telefone que ela anotara da dou-
tora. Pertencia ao telefone celular do diretor do zoológico. O
comissário inteirou o sargento das suspeitas de que o diretor
teria sido, também, assassinado. O comissário Etelvino pe-
diu que eles descansassem o resto do dia. Depois, de cabeças
frias, retomariam as investigações. O sargento perguntou,
quando o casal saiu da sala:
- Vai fazer o quê, o resto de hoje?
- Se está pensando em foder, não conte comigo. Estou
muito satisfeita, por ora.
- Tudo bem. Vou pegar uma praia. Pensei em te cha-
mar.
- Quero ficar sozinha, meu querido.
- Soube que reassumiu o caso do duplo assassinato.
- Não. Você-sabe-quem me tirou definitivamente dele -
mentiu ela. Vá pegar sua praia. Divirta-se.
O sargento ficou frustrado, mas não insistiu. Cami-
nhou até seu carro, no estacionamento da delegacia. Por ser
solteiro, sempre que podia ia à praia. Tanto que já carregava
seu calção de banho no porta luvas do carro. Trocou-se ali
mesmo, no estacionamento, pois os vidros do seu carro eram
fumês. Seu cacete ficara esperto só de pensar na possibilidade
de foder a colega de trabalho de novo. Pouco depois, pegava
sol na praia de Casa Caiada, em Olinda.
A doutora Moacyra voltou à sala de Leonardo, mas en-
controu-o ainda dormindo. Ficou com pena de acordá-lo. O
casal de cuidadores havia sido dispensado pelo sargento, que
disse ter assumido o caso. Estranhava o desaparecimento do
diretor do Horto, por isso decretou feriado no zoológico o
resto do dia. Foi para casa, mas a vontade de trepar era enor-
me. O marido, àquela hora, estava no trabalho. Resolveu ir à
INSÔNIA42
praia de Casa Caiada, onde tinham uma residência de vera-
neio. Chegou na casa, tomou um banho, vestiu um biquíni
que valorizava suas pernas grossas e seu bundão, e foi para
a orla. Era só atravessar a rua e já estava na areia. Adorava
sua chegada à praia, com os homens assoviando baixinho
quando ela passava de bunda empinada. Nenhum jovem fi-
cava imune ao seu corpão. Aí, seu olhos bateram numa figura
conhecida: o sargento Ferreira.
Sem roupas, o sargento era um tipão de homem: corpo
malhado, sem barriga, pernas grossas e um pau de uns vinte
centímetros, acondicionado no calção de banho apertado. O
que não combinava muito com ele era aquele bigodinho ridí-
culo que usava, bem à moda antiga. Ela apostou consigo mes-
ma que o faria raspar aquela feiura. Aproximou-se sorridente
do cara, que estava abobalhado com o seu corpo escultural.
Cumprimentou-a com o seu melhor galanteio:
- Bom dia, senhora. Nem precisava usar tanto pano por
dentro desse biquíni.
Ela sorriu encantada para ele, apesar de não ter gostado
daquelas palavras, antes de dizer:
- Não é enchimento, seu bobo. Tenho a vulva grande,
mesmo. Costuma tomar banho de mar sempre neste trecho?
- Às vezes, senhora. Mas nunca a tinha visto por aqui.
Isso eu garanto!
- Isto me pareceu um enxerimento, sargento.
- Seria, se eu não soubesse que era casada, senhora.
Respeito mulheres comprometidas. Mas no teu caso, confes-
so que me dá trabalho me conter.
Ela sorriu deliciosamente. Tinha uma cara bem sonsa
quando disse:
- Por causa desse seu respeito, ganhou um convite para
almoçar lá em casa. Moro do outro lado da rua.
EHROS TOMASINI 43
- Teu marido não ficaria chateado ao me ver aparecer?
- Do meu marido, cuido eu - ela respondeu sem querer
dizer que o marido nem sabia que ela estava na casa de praia.
Pouco depois, os dois rolavam no chão da sala, cheio
de areia. Ele bem dizer arrancou-lhe o biquíni, deixando à
mostra uma vulva enorme. Meteu a boca ali e só parou de
lamber-lhe o grelo e os lábios vaginais quando ela gozou mais
de uma vez na sua boca. Depois, montou sobre ela e se prepa-
rou para foder aquela boceta apetitosa. Ela perguntou:
- O que está pensando em fazer? Trouxe camisinha?
- Não, senhora. Mas devo ter alguma no carro.
- Fica aí, bobinho. Perguntei da camisinha porque não
quero engravidar. Mas o que eu gosto mesmo é de levar pica
no cu.
Ela disse isso e virou de costas para ele. Para o sargento,
aquilo era demais. Nem bem encostou a glande nas pregas
dela, teve uma ejaculação precoce. Ficou chateado e saiu de
cima, mas ela não parecia zangada. A doutora Moacyra ado-
rava ver os homens não conseguirem se conter perto dela.
FIM DA QUINTA PARTE
INSÔNIA44
INSÔNIA - Cap. 06
Para ganhar tempo para se recuperar da gozada precoce,
o sargento falou sobre as investigações e sobre o sumiço
do diretor do Horto. Apesar dele dizer que temia que o cara
tivesse sido assassinado, a médica pareceu não dar muita im-
portância ao fato. Ele estranhou sua atitude, mas não comen-
tou nada a respeito. Porém, prometeu se empenhar em achar
o cara, morto ou vivo, o quanto antes.
Depois de uns vinte minutos de descanso, o policial es-
tava, finalmente, pronto para outra tentativa. Dessa vez con-
seguiu foder a doutora a contento. Ela ficou feliz de ter dado a
bunda a ele. Gozou várias vezes no anal. Intimamente, achava
que havia encontrado um amante perfeito para trair o ma-
rido. É que o sargento era adepto da preferência nacional, e
nem se preocupou em foder-lhe a boceta. Já se aproximava
das cinco da tarde quando eles resolveram ir embora da casa
EHROS TOMASINI 45
de veraneio. Trocaram telefones, mas ele teve que prometer
esperar que ela lhe ligasse, para não deixar o marido descon-
fiado. Ele lhe afirmou ser solteiro. O sargento saiu primeiro,
pois ela disse que iria dar mais um tempo para os vizinhos
não perceberem que estiveram juntos. No entanto, assim
que o cara foi embora, ela fez uma ligação. Quando uma voz
masculina atendeu, ela perguntou:
- Onde você está? A Polícia está te procurando. Acham
que você também foi assassinado.
- Oi, querida. Houve uma complicação. Tive de novo
aquele mesmo problema. Saí de casa para ir para o zoo, mas
apaguei dentro do carro. Nem sei onde estou, neste momen-
to.
- Oriente-se, mas não apareça por aqui. Deixe que te
procurem. Porém, amanhã, tenha uma boa desculpa para dar
aos policiais.
- Está bem. Está tudo em paz?
- Sim, também tirei o dia de folga. Amanhã, conversa-
remos.
Ela desligou ainda sorrindo. Sua fórmula, pelo visto,
começava a dar resultados concretos. O diretor do zoo tinha
sido o seu primeiro paciente. Ressentia-se de ter pinto pe-
queno e queria tê-lo maior. Mas as experiências feitas com
ele não deram certo. Pior, o cara começou a sofrer de insô-
nia das brabas. Foi quando utilizou o casal de namorados e
o cuidador Leonardo. Talvez por serem jovens, logo ela viu
desenvolverem o tamanho do sexo. Natália já estava com um
pinguelo enorme. Infelizmente, eles também foram acome-
tidos da terrível insônia. Agora, estavam “capotando” após
fazer sexo. Precisaria adequar a fórmula. Começaria a mexer
com o composto no dia seguinte. Naquele momento, dirigia
seu carro preocupada em chegar em casa antes do marido.
INSÔNIA46
Enquanto isso, Leo se acordava. Viu tudo escuro dentro
da sala e percebeu que estava nu. Lembrou-se de ter transado
com a doutora, depois com a sua colega de trabalho. Não re-
cordava ter-lhe sido aplicada uma injeção, só depois que viu
a seringa caída no chão. A cama ainda estava toda melecada
de porra seca. Levantou-se, tomou um banho no banheiro da
própria sala e vestiu-se. Ia sainddo, quando viu um vigilante
lhe chamar. Foi até ele. O cara disse:
- A doutora Moacyra comunicou que você estava dor-
mindo de cansaço. Pediu para não te acordar. Mas todos já
foram. Foi declarado feriado, hoje.
- Já recolheram o corpo da frente do Horto?
- Oh, sim, e faz tempo. O IML já esteve aqui, junto com
a Polícia. Os leões estão tranquilos, lá na jaula.
- Obrigado, José. Até amanhã.
- Já vai?
- Sim. Vou terminar de dormir em casa.
Mas não. Ele não tinha mais sono. Pretendia tomar
umas cervejas, antes de ir para casa. Lembrava-se nitida-
mente da foda dada com Natália. Ficou de pau duro. Pegou
seu celular e catou o telefone da cuidadora de animais. Ligou
para ela, quando se sentou no primeiro bar que encontrou.
Ela atendeu:
- Oi, Leo. Já acordou? Não vou poder falar contigo ago-
ra, pois meu namorado está por perto.
- Quando daremos outra foda daquelas?
- Você quer?
- Claro. Eu gostei, apesar de não me lembrar de ter go-
zado.
- Desculpa, tá? Tive que te aplicar aquele sedativo. Você
estava fazendo muto escândalo. Agora, me diga quem estava
trancada lá no teu banheiro, enquanto fodíamos?
- No banheiro? Ninguém. - Mentiu ele.
- Deixe de conversa. Foi a doutora, não foi? Ela mentiu
EHROS TOMASINI 47
para os policiais.
- Eu estava sozinho quando você chegou, Natália - in-
sistiu na mentira, ele.
- Não tem mais importância. Mas se quiser foder comi-
go de novo, terá que ser num motel.
- Tudo bem. Dê um jeito de vir pro Horto. Estou be-
bendo num barzinho perto.
Pouco depois, a cuidadora chegava. A morena de quase
dois metros de altura estava com uma calça bem apertada,
valorizando suas curvas. Explicou:
- Nem foi preciso driblar Murilo. Ele pegou no sono, lá
em casa. Deixei um bilhete dizendo que iria dormir na casa
de uma amiga. Portanto, temos a noite inteira para nós.
- Você não sente sono?
- Claro que tenho. Mas depois que comecei a transar
com meu namorado, as noite de insônia não mais existem
para mim. Transo e durmo que é uma maravilha. Falou com
a detetive, aquela putinha?
- O que aconteceu?
- Aquela catraia cismou de cantar meu namorado,
pode? Disse na minha cara que iria fodê-lo. Denunciei-a ao
comissário.
- E Murilo, como reagiu?
- Fingiu que não ficou interessado nela, aquele puto.
Mas sei bem quando mente. Principalmente, quando se trata
de mulher. Ele fica logo de pau duro. Por isso, resolvi botar-
-lhe um par de chifres contigo.
- Agradeço a preferência. Vamos logo para um motel?
Você sabe que tem muitos por aqui por perto.
- Agora não, bobo. Vamos tomar mais umas cervejas.
Depois, iremos.
Enquanto isso, Murilo acordava. Procurou pela namo-
rada, até que viu o bilhete. Nele, leu que a mocinha iria passar
INSÔNIA48
a noite fora. Ela não era de fazer isso. E não confiava na ami-
ga que ela dizia ter ido visitar. Era dessas que sempre tinha
um macho por perto. Ligou para Natália, mas deu desligado.
Sabia onde morava a tal amiga dela. Trocou de roupa e di-
rigiu-se para lá. Quando perguntou pela namorada, a outra
olhou para ele espantada. Mas logo percebeu que a amiga ha-
via driblado o cara. Decerto, para um encontro clandestino.
Por isso, mentiu:
- Natália esteve aqui, mas depois foi visitar uma amiga
nossa que está doente.
- Onde a tal amiga mora?
- Calma aí, gatão. Está aperreado por quê? Natália vem
me dizendo que a relação de vocês está as mil maravilhas...
- É verdade - encheu-se de vaidade o rapaz, que não era
muito esperto - Nunca fodemos tanto quanto estamos fazen-
do ultimamente.
- Então, a Natália não tem por quê te trair. Relaxe. Es-
pere-a aqui. Ela logo deve estar de volta. Quer uma cerveja?
- Se tiver, eu quero.
- Não tenho. Você teria que comprar naquele barzinho
ali no fim da rua. Vá lá, enquanto preparo uns tira-gostos.
O cara foi. Mas o que a amiga de Natália queria mesmo
era ficar sozinha, pra poder ligar para ela e avisá-la de que
o namorado estava ali e muito desconfiado. No entanto, o
telefone da moça estava desligado. Não podia deixar de jei-
to nenhum que ele insistisse em procura-la em outro lugar.
Por isso, antes que ele voltasse no bar, vestiu apressadamente
uma minissaia curtíssima, aparecendo o fundo da calcinha.
Preparou uns cubinhos de mortadela e sentou-se de pernas
cruzadas a esperar por ele.
Quando descruzou as pernas para pegar as cervejas que
ele trazia nas mãos, para coloca-las na geladeira, deu um lan-
ce espetacular de calcinha. Percebeu que o rapaz ficou aceso.
EHROS TOMASINI 49
Sorriu, caminhando rebolando em direção à cozinha. Assus-
tou-se quando pressentiu a presença dele enquanto colocava
as garrafas para gelar. Ele a abraçou por trás e sussurrou ao
seu ouvido:
- Está sozinha?
- No momento, sim. Mas algum dos meus irmão deve
aparecer por aqui.
- Então, teremos que ser rápidos.
- Rápidos pra quê, Murilo? - Ela fingia não estar enten-
dendo a situação - E tua namorada pode chegar.
- Por isso teremos que ser rápidos. Olha como já es-
tou...
Ela olhou e ficou espantada com o tamanho e grossura
do cacete que estava de fora, saindo da braguilha.
- Nossa, Murilo. Tua namorada vivia nos dizendo que
você tinha um pinto minúsculo. Então era mentira daquela
catraia?
- Eu tinha. Mas ele vem crescendo a cada dia. E isso me
dá um tesão arretado. Brinca com ele...
- É enorme. Não sei se vou aguentá-lo na boceta.
- Eu também gosto de cu.
- Tá doido? Não tenho nenhuma intenção de ficar frou-
xa das carnes. Podemos, sim, dar uma rapidinha, mas só se
for na boceta.
Ele arrancou a sua calcinha de um puxão, rasgando-a.
Posicionou-se frente a ela e já ia apontando a jeba. Ela recla-
mou:
- Ei, não vai nem me dar nem uma chupadinha, pra eu
ficar lubrificada?
Ele parecia nem ouvi-la. Sentou-a no braço do sofá,
abriu-lhe bem as pernas e apontou a rola. Ela tinha ficado ex-
citada pela visão daquela monstruosidade. Claro que costu-
mava aguentar paus enormes entre as pernas, mas na maioria
INSÔNIA50
das vezes era paga para isso. Disse ao rapaz:
- Te deixo me estuprar, mas depois você paga um vidro
de perfume para mim, à minha escolha. E eu vou me lembrar
de você sempre que me banhar da fragrância, tá?
Ele não dizia nada. Apenas grunhia, outras vezes urra-
va. Ela sentiu aquela enormidade penetrar-lhe a vulva. Sentiu
as grossas veias entrando nela. Aí, o caralho do cara começou
a inchar ainda mais. Ela sentiu sua vulva sangrar. Pediu que
ele parasse mas o cara enfiou mais aquele rebolo na tabaca
dela. Ela bateu com os punhos em seu peito. Implorou que
ele saísse de cima. O cara estava transformado. Deu-lhe dois
murros seguros, fazendo com que ela desmaiasse. Quando
ela desfaleceu, ele retirou-lhe o pau da xana, virou-a de costas
e invadiu seu ânus. A penetração não foi fácil, mas ele forçou
a invasão do reto. Algumas pregas do cu da mulher se rom-
peram, fazendo o ânus sangrar. Ele deu um sorriso sádico e
continuou o estupro.
FIM DA SEXTA PARTE
EHROS TOMASINI 51
INSÔNIA - Cap. 07
Foi bastante penoso, para Murilo, abrir os olhos. Estes esta-
vam inchados e embaçados. Mas os ouvidos funcionavam
perfeitamente. Ouviu uma voz masculina dizer:
- O puto está acordando. Vou dar-lhe outras porradas.
- Chega, Valdo. Vejamos o que ele tem a dizer.
A visão foi clareando e o rapaz pode distinguir a deteti-
ve Ana Mendonça entre os vultos. Perguntou a ela:
- O que aconteceu?
- Diga você, Murilo. Ainda bem que os irmãos da moça
chegaram a tempo. Você a estuprava e tentava esganá-la,
apertando o seu pescoço.
- Cadê ela?
- Foi socorrida. Você arrombou seu ânus e sua vagina,
não se lembra?
- Não... Tenho tido esses “brancos” na mente, de vez em
INSÔNIA52
quando. Por que estou de rosto inchado?
- Os irmãos da jovem que você estuprava te bateram,
e muito. Mas dizem que você desmaiou, logo após gozar de
uma forma cavalar. Tem certeza de que não se lembra?
- Não. Já disse. Perco a memória, de vez em quando.
Depois, recupero. Mas às vezes demora.
- Então, você está preso pelo estupro e morte da co-
roa, defronte ao Horto, pelo assassinato do taxista, pelo de-
saparecimento do diretor do zoológico e, agora, por estupro
e tentativa de assassinato da irmã dos dois jovens presentes.
Policiais, podem leva-lo nu, do jeito que está, para a delega-
cia. Como foi pego em flagrante, irá direto para o presídio.
Caso encerrado. Só me falta localizar o corpo do diretor, o
sr. Rosalvo. Mas isso, o rapazinho depois nos dirá onde o es-
condeu.
- Parabéns, detetive. Mais um caso encerrado com su-
cesso. - Disse o sargento, que estava presente.
- Sim, graças a você, meu amigo. Apenas o concluí. Mas
você é quem ganhará os louros com você-sabe-quem.
- Porém, se o rapaz está dizendo a verdade, está sob
efeito das experiências da doutora Moacyra. Ela não será pu-
nida?
- Bem observado, sargento Ferreira. Vá até o horto e
dê ordem de prisão à mulata gostosona. Se as experiências
forem clandestinas, ela é cúmplice dos crimes.
- Já são quase dez horas da noite. Ela não está mais no
zoológico. O que faço?
- Consiga o endereço dela lá no Horto. Alguém deve
ter. Nem que seja o vigia. Fale com Leo, o cuidador. Ele deve
ter ao menos o telefone dela.
- O tal Leonardo não é mais nosso suspeito?
- Claro que não. Não, depois de Murilo ter sido pego
em flagrante delito. O outro será nossa testemunha contra
a doutora. Ela fazia experiências, também, com ele. E, se eu
não me engano, com a mocinha. Por falar nisso: onde está
EHROS TOMASINI 53
ela? Precisa saber da prisão do namorado.
Leonardo e Natália estavam, naquele momento, num
motel. Ele chupava seu enorme grelo, bem parecido com uma
pênis em miniatura. Ela gozava na sua boca. O caralho do
rapaz estava enorme e grosso, mas ela já estava acostumada
com o do namorado. Talvez porque sua boceta e seu ânus fos-
sem mais elásticos do que o normal. Adaptava-se à monstru-
osidade do falo com facilidade. Mas, o que mais gostava, era
a hora deles ejacularem dentro do seu sexo. A gozada cavalar
a enchia de porra, que depois transbordava do seu interior.
Mas ainda estavam nas preliminares. Ela o havia chupado
até que ele gozasse em sua boca. Descansaram um pouco,
mas ela não o deixou dormir. Ele agora a chupava gostoso
e ela estava por gozar. Pediu que ele viesse por cima. Estava
se ajustando à penetração, quando o celular do rapaz tocou
insistentemente. Ela disse:
- Não atenda.
- E se for importante?
- Depois que gozarmos, você retorna a ligação.
- Está bem - e o rapaz continuou metendo na xoxota
dela. Gozaram juntos, após alguns minutos. Mais uma go-
zada cavalar do jovem. Só que, desta vez, ele desmoronou.
Dormiu, como se estivesse com uns três dias de sono. Natália
foi ver quem havia ligado para ele. Ligou de volta. Uma voz
feminina falou:
- Muito bem, era com você mesma que eu queria falar.
Algo me dizia que estava com Leonardo.
- Quem fala?
- Não está reconhecendo minha voz, alcagueta?
- Detetive Ana Mendonça? É você?
- Sim. Teu namorado acaba de ser preso em flagrante,
estuprando e tentando matar uma amiga tua. Pelo jeito, não
sou a única a tarar nele.
INSÔNIA54
- O que está dizendo?
- O que disse: teu namorado acaba de ser preso. Onde
você está?
A jovem demorou a responder:
- Num motel, com Leonardo.
- Foi o que imaginei, por isso liguei pro telefone dele,
já que o teu está desligado. Teu namorado é um assassino
serial. Matou a coroa, o taxista e acho que escondeu o corpo
do diretor do zoológico. Vou precisar de vocês como teste-
munha contra Murilo e contra a médica que faz experiências
com vocês. Se vocês fugirem, irei pensar que são cúmplices.
Então, darei ordem de prisão a vocês também.
- Não é preciso. Nós iremos. O ruim é que Leo desmo-
ronou, como da outra vez. Está dormindo pesado. E não sei
se conseguirei me manter acordada, também. Durmo logo
depois do sexo.
- Dê-me o endereço. Mandarei buscar vocês aí. Se for
preciso, dormem aqui, na delegacia.
Ambos chegaram adormecidos, na viatura. Só deu
tempo Natália vestir Leonardo e vestir-se também. Ela pegou
no sono. Os policiais invadiram o quarto, usando uma chave
da portaria, e resgataram o casal. Levaram-no para a delega-
cia. A detetive esperava por eles. Lamentou:
- Teremos que esperar que acordem, para poder saber o
endereço da médica. Se ela não mostrar provas da ordem da
UFRPE para fazer as experiências com humanos, eu a encar-
cero como cúmplice dos crimes.
- Acha que vão demorar a acordar? - Perguntou o sar-
gento.
- Acho, sim.
- Então, o que faremos, enquanto isso?
Pouco depois, os dois se agarravam, trancados na sala
EHROS TOMASINI 55
dele. A detetive havia ficado excitada, ao ver o cuidador de
animais nu. Ainda mais que esperava transar com ele na noi-
te seguinte, como haviam marcado. Não iria perder a opor-
tunidade de foder com o sargento, por mais que achasse a
sua bilola curta. Mas ao cara trepava bem e ela não iria poder
esperar por você-sabe-quem. Naquela noite, era a folga dele.
E quando estava de folga, o comissário prestava assistência
em casa, pois todos sabiam que sua esposa era insaciável, ao
ponto dele preferir trepar com outras.
A detetive prendeu a primeira gozada. Conseguiu
prender também a segunda. Mas o sargento era muito gosto-
so. Num instante a fez ir ao delírio, quando fodeu o rabo em-
pinado dela. Haviam trancado a porta à chave. Não seriam
incomodados tão cedo, apesar de todos saberem que estavam
fodendo. Os gemidos de prazer podiam ser ouvidos do lado
de fora da sala.
FIM DA SÉTIMA PARTE
INSÔNIA56
INSÔNIA - Cap. 08
Só depois que o telefone tocou várias vezes é que o sargento
ouviu a voz feminina do outro lado da linha. Identificou-
-se:
- Oi, doutora. É o sargento Ferreira. Sei que pediu para
eu não te ligar, mas a coisa é urgente.
- Porra, ainda bem que meu marido não acordou. Não
podia esperar para me ligar amanhã?
- Não. Recebi ordens de te prender.
- O que disse?
- Isso mesmo. O comissário andou falando com a UFR-
PE e descobriu que você não tem autorização da universidade
para fazer experiências com humanos. Vão te prender como
cúmplice de assassinato. Mas eu posso te livrar da prisão, se
você não for pega já. Mandaram uma viatura, neste momen-
to, para te prender em casa. Fuja já daí. Vá para aquela casa de
praia onde nos encontramos e eu te encontro lá. Te levo para
EHROS TOMASINI 57
algum lugar onde possa ficar em segurança.
- Está bem. Daqui a meia hora estarei lá. Não me faça
esperar, por favor.
Assim que desligou, a mulata ligou para um número da
sua agenda. Quando atenderam, falou:
- Não diga nada, pois não temos tempo. Eu sei que foi
você quem matou a coroa e a jogou na frente do Horto. Esta-
mos em perigo. Você vai ter que matar novamente. Depois,
nós dois fugimos juntos, como você sempre quis. Vá armado
e me espere lá na casa de praia. Estarei lá em meia hora.
Antes que a pessoa que recebeu a ligação dissesse algo,
ela desligou. Estava afobada. Todos os seus planos estavam
sendo destruídos. Precisava fugir. Porém, não faria isso com
o sargento, apesar de ter gostado de transar com ele. Mas não
iria trocar o amante de longas datas pelo militar. Pegou umas
poucas mudas de roupa, colocou tudo numa sacola e saiu sem
sequer dar um beijinho no marido adormecido. Não gostava
mais dele. Só não o deixara ainda por temer sua índole vio-
lenta. O cara era militar do Exército e decerto a mataria, se
desconfiasse de que era traído. Colocou as sacolas no carro
e deu partida. Saiu devagar, para não fazer muito barulho e
acordar o oficial das Forças Armadas.
O que ela não sabia era que o marido já estava acorda-
do desde que ouvira seu celular tocar. O sujeito fingiu dormir
mas ficou ligado no que ela falava. Já havia um tempo, vinha
desconfiado de que era traído pela mulata. Trincou os dentes
de ódio, quando ouviu o barulho do motor do carro dan-
do partida. Mas não tinha pressa. Ouvira ela marcando com
alguém na casa de praia que tinham em Olinda. Daria um
tempo para flagra-la com o amante lá.
Quando a doutora Moacyra chegou na casa de vera-
INSÔNIA58
neio, o sargento já a esperava afobado. Estava à paisana e ti-
nha várias sacolas de mantimentos na mão. Deu um longo
beijo nos lábios da mulata e entregou as sacolas a ela. Disse:
- Nem precisa sair do carro. Vamos embora daqui. Te
levo até João Pessoa e te deixo hospedada em algum hotel de
lá. Amanhã, vou te buscar para te levar para um lugar mais
escondido que mantenho alugado naquela cidade.
- Tudo bem, mas vou ter que entrar na casa. Preciso
pegar algumas coisas lá dentro. Me espere aqui. Volto logo.
O sargento estava tão agoniado que nem discutiu com
ela. Também não viu um carro parar mais adiante e dele des-
cer um cara. Quando percebeu, o sujeito veio em sua dire-
ção mas estava bem vestido e não parecia suspeito, então o
sargento relaxou. Foi o erro do sargento Ferreira. Levou três
tiros à queima-roupa. Morreu de olhos aboticados, sem en-
tender o que estava acontecendo.
Dentro da casa, a médica ouviu os disparos. Como já
era quase meia-noite, a rua estava deserta àquela hora. Não
se apressou. Continuou escolhendo alguns sapatos para levar
na fuga. Não convinha deixar o sargento vivo. Ele poderia
rebelar-se e a delatar mais tarde, quando soubesse que não
era exclusivo dela. O seu amante deveria estar esperando por
ela do lado de fora, depois de atirar no sargento. Terminou de
ajeitar as sacolas e saiu tranquilamente. Quando ia trancar a
porta por fora, assustou-se com a presença de um sujeito que
a olhava de forma furiosa. Ela apavorou-se, quando viu a pis-
tola na mão do cara. Quando ia gritar por socorro, recebeu
três tiros no peito. Morreu com uma expressão de surpresa
no rosto.
O assassino olhou em volta e assegurou-se de que não
tinha sido visto. Pegou a chave caída junto dela e abriu a por-
ta. Carregou-a até a cama. Deitou-a lá, sem tirar-lhe as rou-
EHROS TOMASINI 59
pas. Depois, voltou para a frente da casa e pegou o cadáver
do sargento. Carregou-o no ombro até o interior da residên-
cia e jogou-o ao lado da mulata. Os dois ficaram deitados
lado a lado, ambos sujos de sangue. O sujeito continuou seu
serviço. Limpou cuidadosamente todos os pingos de sangue
do chão, desde onde tinha assassinado o sargento. Deixou as
chaves dos dois carros no bolso de cada um dos defuntos,
após limpar as impressões digitais delas. O assassino já vinha
planejando aquilo havia algum tempo, desde que desconfiara
da esposa traidora. Depois, colocou todos os molambos uti-
lizados para limpar o sangue em um saco plástico grande de
lixo, atou-o a uma pedra e jogou-o ao mar, que ficava bem
perto. Finalmente, trancou a casa com os cadáveres dentro e
foi-se embora. Depois, se livraria da arma do crime, que era
“fria”, sem numero de série ou qualquer outra identificação.
E P Ì L O G O
O diretor do Horto, o senhor Rosalvo Melo, ainda
amava a ex-esposa. A coroa gostosona o deixava maluco
com suas traições, mas adorava fazer sexo com ela. Depois
de várias tentativas, conseguira marcar um encontro com a
amada em seu apartamento em Olinda. Sabia que ela tinha
um amante que era taxista. Flagara-a várias vezes aos beijos
com ele. O cara a levava da casa da filha (que ele odiava por
ser tão “galinha” quanto a mãe) para Olinda, a troco de uma
foda com ela. Por diversas vezes, Rosalvo esperara escondido
perto da casa dela, mas não tivera coragem de brigar com
o cara pelo amor da ex-mulher. Anotou a placa do taxista
e engendrou um plano assassino: iria matar os dois. Antes,
porém, daria uma última foda com ela. Já era casado com
outra, mas a coroa não lhe saía do pensamento. Investigou e
conseguiu o número do celular do taxista. Ligou para ele. O
cara fazia ponto na frente do Hospital Agamenon Magalhães.
Ele disse que estava com o carro quebrado perto do Horto de
INSÔNIA60
Dois Irmãos e precisava de um táxi. O pobre taxista, doido
para descolar uma corrida, nem perguntou como ele tinha
seu número. Quando chegou perto do Horto, o cara o espera-
va perto do carro estacionado num local ermo, como dissera
por telefone. Tinha uma fotografia nas mãos e a mostrou ao
taxista. Perguntou:
- Conhece?
O profissional do volante deu um riso safado. Respon-
deu:
- Essa coroa é uma puta safada. Todas as vezes, liga para
mim e diz que está sem dinheiro. Eu a levo para a casa dela,
em Olinda, e damos as melhores trepadas dentro do carro. Às
vezes ela me chama para dentro da residência. É quando nem
ligo se ainda preciso ganhar dinheiro. Passo a noite com ela.
O diretor do zoológico se conteve. Disse pro cara:
- Pois eu te dou uma grana preta se você ligar para ela
e marcar na casa de Olinda hoje. - Disse Rosalvo, já na inten-
ção de matar o casal.
- Hoje não dá. Ela me disse que iria passar a noite na
casa da filha.
- Tente. Se ela topar, você ganha o que eu te disse.
- Porra, cara, por que tudo isso?
- Eu quero foder com ela, mas sou tímido -, mentiu o
diretor - Porém, hoje estou cheio de coragem. Nem que tenha
de pega-la à força.
- Não vai ser preciso, cara. Se quiser, eu a convenço a
trepar contigo.
- Se fizer isso, ganha uma grana extra.
- Quanto está disposto a me pagar?
- Duzentos paus, está bom?
- Fechado. Agora, deixa eu ligar pra ela.
O taxista pegou seu celular e fez a ligação. Marcou com
EHROS TOMASINI 61
ela na frente da casa, em Olinda, mas não disse nada sobre
o cliente. Ela topou. Quando o profissional terminou a liga-
ção, o diretor do Horto o esfaqueou várias vezes de surpre-
sa. Certificou-se de que não havia sido visto, àquela hora da
madrugada, e pegou as chaves e o carro do cara, deixando
o seu próprio carro lá. Qualquer coisa, diria que teve o car-
ro roubado e o abandonaram ali. O coração queria sair pela
boca. Fazia uns três dias que não dormia, aliando a insônia
que há muito o afligia com a adrenalina de matar o aman-
te da esposa. Ela também teria o seu quinhão na vingança
que ele planejara. Encostou o táxi em algum lugar longe do
Horto e ligou para a ex-mulher. Conseguiu convence-la de
se encontrar rapidinho com ele na frente de casa, em Olinda,
para discutirem a relação. Mas ela não iria ficar com ele. Dis-
se que já tinha marcado um encontro com outro. Ele aceitou
a condição. Rumou para onde ficava o ponto de táxi do cara
assassinado, na frente do HAM, perto de onde a filha morava
e sabendo que a coroa estava lá, querendo ganhar coragem
para ir à casa dela e mata-la.
Qual não foi a sua surpresa ao ver a coroa boazuda
descer e beijar o taxista, bem no ponto onde ele estava? Fi-
cou com ódio do motorista de táxi que recebeu o beijo, mas
aquietou-se. Quando ela entrou no carro em que ele estava e
o reconheceu, ficou cismada. Ele disse:
- Vamos antes lá no Horto, onde você sabe que eu tra-
balho. Quero te mostrar uma coisa. Depois, te levo na tua
casa em Olinda, tudo bem?
- Leva, mesmo? De quem é este taxi?
- É do teu amante. Ele me alugou até de manhã. - Men-
tiu - Está me esperando na casa de uma nega dele, lá em Dois
Irmãos.
- Aquele safado. Eu bem que sabia que ele era cheio de
raparigas. Vamos. Quero fazer uma surpresa a ele.
- Não quer me dar uma chupadinha até chegarmos lá?
INSÔNIA62
Eu estou carente.
- Você tem o pinto pequeno. Sabe muito bem que ado-
ro homens de paus grandes. E que olheiras são essas?
- Insônia. Tenho estado várias noites sem dormir. Mas
também tenho feito um tratamento. Meu pau está bem maior
que antes.
- Só acredito vendo.
Ela espantou-se quando ele botou o pênis para fora das
calças. Ficou contente. O pau do cara estava enorme e gros-
so. Colocou-o na boca. Masturbava-o, enquanto o chupava.
Apesar disso, Rosalvo quase não desviava a atenção da es-
trada, deserta àquela hora. Quando se aproximou da praça
defronte ao Horto, lhe veio a ideia. A estupraria ali, depois
soltaria os leões para devorá-la. Não temia os bichos pois já
fora cuidador deles. Sabia como amestra-los. Puxou a coroa
em direção à grama da praça. Ela foi toda contente, doida
para levar aquele rebolo na xoxota. Tiraram a roupa, mesmo
sob o perigo de serem flagrados nus, e deitaram-se na rel-
va. Ela veio por cima. No entanto, o diretor começou a agir
de forma estranha. Rosnava como um bicho e sua rola ficou
maior e mais grossa ainda. Ela sentiu a boceta ser arrombada.
Pediu que ele parasse, mas ele continuou a fodê-la. Ela tentou
gritar por socorro e ele começou a estrangulá-la.
Quando a viu desfalecer, Rosalvo a virou de bunda pra
cima e arrombou também o seu ânus. Só depois que ela es-
tava bastante ensanguentada é que percebeu que a ex-esposa
estava morta. Esgueirou-se, ainda nu, até o zoológico e sol-
tou os leões usando as cópias das chaves que tinha. Para a
sua surpresa, os animais não tocaram na mulher. Frustrado,
ele pegou o taxi e voltou ao local onde o taxista permanecia.
Amarrou seu próprio carro ao táxi e rebocou o veículo dali.
Deixou-o distante, numa rua erma, desatrelou-o do seu car-
ro e entrou nele. Deixou o táxi abandonado e foi-se embora
EHROS TOMASINI 63
no seu próprio veículo. Não percebeu que o celular da coroa
havia caído no assoalho do táxi. No entanto, o sono foi maior
que ele. Adormeceu dentro do carro em um lugar qualquer,
longe dali.
Agora, a mulata havia ligado para ele dizendo precisar
de ajuda. Iria matar de novo, mas isso não mais o incomoda-
va. Depois, fugiria com ela, já que eram amantes havia anos.
A Polícia estava atrás deles. Iria com ela para bem distante de
Pernambuco e viveriam felizes para sempre. Vinha guardan-
do um dinheiro no banco e sabia que Moacyra também era
cautelosa. Decerto também tinha alguma grana acumulada.
Chegou à casa de praia dela. Reconheceu o carro da
mulata parado na frente, junto com outro. Ficou com raiva,
pois acreditava que ela estava com um amante ali dentro da
residência, esperando que ele o matasse. Tudo bem. Faria isso
por ela. Tinha uma cópia da chave da casa dela. Abriu a porta
sem fazer barulho. A residência estava às escuras. Acendeu
a lâmpada. Quase grita de susto, ao ver o casal de cadáveres
sobre a cama. Saiu correndo e deixou a casa aberta. Foi visto
por um vizinho de Moacyra, que espionava da própria janela,
achando o movimento suspeito na casa àquela hora, mas Ro-
salvo não lhe deu a devida atenção. O vizinho, no entanto, o
tinha reconhecido. Sua imagem estivera na tevê durante todo
o dia, com os policiais procurando por ele. Davam recom-
pensa para quem desse informação. O vizinho logo estava
ligando para a Polícia, afirmando ter visto o diretor do zooló-
gico e cobrando a sua recompensa.
Rosalvo estava tenso. Ficara sem balas e não pudera
atirar no vizinho. Se fora reconhecido pelo cara, não pode-
ria voltar para o trabalho nem para junto da atual esposa.
Lembrou-se da casa da coroa que assassinou, sua ex-amante.
Sabia que ela morava sozinha. Àquela hora da madrugada,
INSÔNIA64
não seria incomodado se fosse para lá. Conseguiu arrombar
a porta da casa da ex-esposa sem alarde. Jogou-se na cama.
A urgência de dormir era insuportável. Acabara-se a insônia.
Pretendia cochilar um pouco. No outro dia, veria o que fazer
da sua vida.
No entanto, seria pego no dia seguinte, após diligências
feitas pela detetive Ana Mendonça e seu comissário, após de-
núncia do vizinho da médica. Foi preso pelos assassinatos do
sargento Ferreira, da doutora Moacyra, do taxista e da coroa
boazuda, sua ex-mulher, em cuja residência foi pego dormin-
do. O marido corno da médica acabou ficando impune.
FIM DA SÉRIE.
EHROS TOMASINI 65
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  • 3. EHROS TOMASINI 3 INSÔNIA - Parte 01 Já passavam das três da madrugada quando o taxista saiu da Av. Norte e dobrou à direita, pegando a rua Guimarães Peixoto. Estava rodando desde as seis da noite e pegara ape- nas um único passageiro, mesmo assim numa corrida curta. Em dias como aqueles, era bem melhor recolher do que ficar exposto a assaltos na calada da noite. Pensava em chegar em casa, tomar um banho, esquentar um café com leite e deitar na cama, ao lado da nega veia. Aí, quando estava para pas- sar diante de um bloco de apartamentos situados naquela rua deserta de pedestres, um clarão intenso o ofuscou. Arrepiou- -se todo. Pressentiu que ia ser assaltado. Mas não. Um vigilante de rua, fardado, desviou a lanterna do seu rosto e apontou-a para uma coroa boazuda e bonita, vestindo roupas leves, sem nada nas mãos. O guarda noturno disse: - Boa noite, taxista. Esta senhora está querendo ir para
  • 4. INSÔNIA4 casa, apesar do adiantado das horas. Pode leva-la, por favor? - Boa noite. Para onde a senhora vai? - perguntou ele, enquanto a coroa se sentava ao seu lado. - Boa noite, moço. Estou querendo ir para Olinda, mas só tenho dinheiro em casa. Vim visitar minha filha e meu genro, que são recém casados, porém peguei no sono. Acor- dei agora, mas não quis despertá-los para pegar dinheiro com eles. Não se preocupe: quando chegar em casa, te pago. - Eu confio na senhora. Mas o problema não é esse, ma- dame. - E qual é, então? - Eu estava largando. Noite ruim. Não vale a pena estar rodando. Levá-la a Olinda e depois voltar daquela lonjura so- zinho vai me deixar exposto a assaltos, entende? - Explicou ele, sem tirar os olhos das grossas pernas da mulher. Ela usa- va um vestido quase transparente, deixando seu corpo bem delineado pelo tecido. - Então, me faça um favor: leve-me ao ponto de táxi mais perto. Lá, eu pego uma condução para casa. - Sim, posso fazer isso. Nós vamos passar por um, de- fronte ao Hospital Agamemnon Magalhães. Lá, ficará mais fácil da senhora pegar um táxi. Eu vou pra casa, me agarrar com a minha nega veia, já que hoje faz frio. - Eu o invejo de ter alguém que o esquente. Eu sou di- vorciada já há uns dez anos. - Devia ter ficado na casa da sua filha. - E continuar ouvindo os dois fazerem aquela zoada toda praticando sexo? Não. Prefiro ir embora. Mas vamos mudar de assunto, que esse já está me deixando incomodada. O taxista olhou para entre as pernas dela. A coroa aper- tava-as uma contra a outra. Ele finalmente parou e apontou um táxi do outro lado da rua, estacionado defronte ao HAM. Disse: - Pronto. Tem um veículo no ponto. Fale com o moto-
  • 5. EHROS TOMASINI 5 rista. Acredito que não fará objeções para leva-la a Olinda. - Quanto te devo? - Só um boa noite, senhora. Em troca, eu te desejo boa sorte. - Ela deu-lhe um rápido beijinho nos lábios. O cara fi- cou corado. Não esperava por aquilo. Ela saiu do táxi sorrin- do, ainda agradecendo a ele. Quando entrou no outro táxi e este deu partida, só então o motorista, ainda aparvalhado, seguiu viagem. O pau ainda latejava, de tão duro. Parou na Avenida 17 de Agosto, deserta àquela hora. Botou o cacete duro para fora das calças e bateu uma punheta básica. Não demorou muito a gozar. Pegou uns guardanapos que costu- mava oferecer principalmente a mulheres, limpou-se, jogou o papel de qualquer jeito na avenida e seguiu viagem. Mas, ao chegar em casa, não iria conseguir dormir. Seu celular tocou insistentemente, até que o atendeu. O vigia do conjunto residencial Baixa Verde, que havia parado o táxi para a bela senhora usando sua forte lanterna, sabia fazer bem o seu trabalho. Gostava secretamente da co- roa, por isso a enchia de mimos, sempre que ela ia visitar o casal de moradores daquele prédio. Pouco antes, havia anota- do a placa do táxi, enquanto a mulher entrava nele. Deu um tempo necessário para que ela chegasse em casa, em Olinda, e ligou para o seu celular. A própria filha da coroa havia dado o número a ele, pois sabia que a mãe não era de dar satisfações da sua vida, se chegasse ou não em casa. O aparelho tocou várias vezes, mas a coroa não atendeu. Quando o vigilante já ia desligar, pra ligar novamente, uma voz masculina atendeu: - Alô? - Olá, boa noite. Passe o telefone para a senhora ao teu lado, por favor - pediu o vigilante. Não obteve resposta. Desligaram totalmente o celular. O vigilante ficou cismado. Ligou para a Polícia. Um sargento
  • 6. INSÔNIA6 atendeu. Disse que estava numa viatura na Avenida Norte, bem perto dali. Pediu que o vigilante os esperasse na frente do prédio. Quando os quatro militares desceram da viatura, o guarda-noturno os esperava de lanterna acesa. Aproximou- -se dos policiais, mas estes sacaram suas armas. O coroa far- dado de guarda de rua, com cerca de uns quarenta e cinco anos, identificou-se e depois disse: - Uma moradora deste prédio, cujo número de celular tenho em minha agenda, acabou de pegar um táxi em senti- do a Olinda. No entanto, deve ter dado a volta, para pegar de novo a avenida. - E o que tem de errado nisso, cidadão? - Quem atendeu o celular que pertence a ela foi uma voz masculina. Em seguida, desligou totalmente o aparelho, depois que perguntei por ela. Eis o número do táxi que ela pegou... O sargento pegou o papel que ele lhe deu, passou um rádio para a empresa de táxi à qual aquele número pertencia, identificou-se e ficou no aguardo. Pouco depois, uma moça dizia ao rádio: - Boa noite, sargento Ferreira. Acabo de saber que hou- ve um assalto nas imediações de onde o senhor diz estar. Há um taxista desaparecido. Quanto ao número que me deu, pertence ao veículo de um taxista veterano. Entrei em con- tato consigo. Ele pergunta se deve esperar em casa ou ir até o senhor. - Tem o endereço dele? - Tenho sim, senhor. - Então, que ele venha até mim. Se demorar mais de uma hora para chegar aqui, é sinal de que está fugindo da gente. Então, acionaremos todas as viaturas para pega-lo. - E o outro táxi que parece estar desaparecido, senhor?
  • 7. EHROS TOMASINI 7 - Uma coisa por vez. Deixe que eu resolva primeiro esse mistério da mulher desaparecida. Depois, cuidamos do táxi sumido. Não foi preciso esperar muito. Em menos de vinte e cinco minutos o taxista que colocara a mulher em outro táxi com destino a Olinda estava com os policiais. Contou a sua história. Não havia porque não acreditarem nele. O sargento pediu à Polícia do Trânsito que mandasse, com urgência, as imagens de câmeras postadas na frente do HAM, onde ficava o ponto de táxi, naquele determinado intervalo do horário. Logo, assistiam um vídeo onde a mulher descia do carro do coroa que estava diante deles e entrava em outro. - Conhece o motorista do táxi que ela pegou? - Não prestei atenção. Estava doido para ir pra casa. Dia ruim, sabe? - Está bem. Pode ir. Mas deixe telefone, pois talvez pre- cisemos de você novamente. - Então, prefiro acompanhar as diligências. Agora, não vou conseguir mais dormir. - Quem sabe é você. Só não nos atrapalhe. - SARGENTO. TEMOS UM COMUNICADO UR- GENTE FEITO PELO RÁDIO: TRÊS LEÕES ACABAM DE FUGIR DO HORTO DE DOIS IRMÃOS! - Gritou um poli- cial. - Puta que pariu! É hoje que a merda fede. - Exclamou o sargento, aperreado. Deu ordens: - Todos comigo em direção ao Horto. Chamem os Bombeiros e quantas viaturas estiverem por perto. Precisa- mos pegar esses bichos antes que o dia amanheça e eles ata- quem pessoas! Quando a Polícia chegou nas imediações do Horto de Dois Irmãos, avistaram um dos leões. Este estava deitado ao
  • 8. INSÔNIA8 lado do corpo nu e ensanguentado de uma mulher, e lambia as próprias patas. Os policiais desceram da viatura de armas engatilhadas, mas se borrando de medo. Olhavam em vol- ta, para ver se não havia outro bicho daquele por perto. Se aproximavam do animal, que parecia não lhes dar a mínima atenção, quando um jovem saiu correndo do Horto, que fica- va perto, agitando os braços e gritando: - Não atirem. Não atirem. Deixem que eu cuido dele. O sargento gritou para os policiais: - Vejamos o que o rapaz vai fazer. Se ele não conseguir amansar o bicho, fogo na fera! Naquela hora, o taxista, que viera seguindo a viatura até ali, parou seu carro perto. Reconheceu logo o corpo da bela coroa. Ficou consternado. Arrependeu-se de não ter, ele mesmo, levado a mulher em casa. Agora, ela estava sem vida bem à sua frente. Da sua boceta e do seu ânus saía muito san- gue. Será que a fera a havia abocanhado bem ali? Enquanto isso, o rapaz se aproximava sem medo do animal. O leão, quando o viu, se levantou e caminhou cal- mamente em direção ao jovem. Ergueu-se sobre as patas tra- seiras e pôs as dianteiras sobre os ombros do cara, mas sem violência. Parecia abraça-lo. O rapaz fez um afago em sua enorme juba e depois disse para os policiais: - Vou com ele procurar os outros que estão soltos. Não se aproximem. Fiquem onde estão. Não há perigo. Logo, es- taremos de volta. Dito e feito. Pouco depois, o rapaz aparecia montado em um leão e seguido de dois outros. Rumou para dentro das dependências do jardim zoológico, acompanhado de longe pelos policiais. Enquanto o jovem estivera ausente, os mili- tares haviam dado uma olhada no cadáver da mulher. Não havia mais o que fazer por ela. O taxista havia perguntado a
  • 9. EHROS TOMASINI 9 ele se a fera a havia atacado. O sargento afirmara: - Parece que não. Ela parece ter sido estuprada. Mas o leão não tocou nela. Incrível. Quando o jovem trancou os três felinos na jaula de onde haviam escapado, juntou-se aos policiais. Naquele mo- mento, apareceram duas viaturas de Bombeiros, mas foram dispensados pelo sargento. O rapaz que havia recapturado os animais disse: - Alguém abriu a jaula sem arrombar a fechadura. Ou tem a cópia da chave, ou é muito bom em arrombamentos. É preciso chamar a doutora Moacyra, responsável por esses animais. - Quem é você, garoto? Tem muita coragem. - Sou Leonardo, o cuidador desses bichos, junto com mais duas pessoas. Acontece que, hoje, somente eu estou de plantão. Os outros, um casal de cuidadores, estão de folga. - E o que aconteceu, para essas feras serem encontradas na rua? - Não sei, senhor. Eu estava cortando a carne deles, quando percebi que não estavam na jaula. Dei o alarme, ime- diatamente, à Polícia e aos Bombeiros, mas só apareceram os senhores. Pelo jeito, alguém abriu as jaulas e os libertou, antes que eu desse fé. - Costuma passar a madrugada cuidando dessas feras? - Só quando é meu plantão, senhor. Corto todas as car- nes e todas as frutas enquanto os animais estão adormecidos. É a primeira vez que tenho esse tipo de problema. Pouco depois, um policial dava a má notícia: - Um taxista encontrou o corpo de um companheiro de trabalho, perto daqui. Tomei a liberdade de mandar uma viatura lá, pelo rádio. Encontraram o profissional que estava desaparecido, senhor: o dono do táxi que vimos pegar a pas- sageira na frente do HAM.
  • 10. INSÔNIA10 - Caralho. É muito, pra mim. Liguem pro comissário de plantão e peçam pra ele mandar um detetive para resolver esse caso. Essas merdas estão fora da minha competência. - Sim, senhor. O sargento parou defronte ao corpo da bela coroa. Pe- diu que conseguissem um lençol e cobrissem o cadáver. Le- onardo deu-lhes um lençol limpo. O policial perguntou ao taxista, que ainda olhava pasmo para o corpo da bela coroa: - Está tentando gravar na memória a cena, para poder bater uma punheta mais tarde, senhor? - Desculpe, mas eu pensava que podia ter salvo a vida dela. Tive preguiça de leva-la, eu mesmo, a Olinda. Podia ter evitado isso. - Sim, podia. Mas vocês, taxistas, só fazem aquilo que lhes interessa, não aos passageiros. Se quer ser útil, traga o vi- gia noturno aqui. Já está amanhecendo. Logo, isso aqui estará fervilhando de gente. - Está bem. Vou busca-lo. Depois vou pra casa, tentar dormir. Quando o coroa voltou com o vigilante, a filha da víti- ma e seu marido, a moça estava desesperada. Procurou o sar- gento para mais informações, mas ele disse estar esperando o detetive responsável pelo caso. Só depois de se reportar a ele, poderia conversar com a moça. Mas avisou que não teria muito mais a dizer. A jovem de cerca de trinta anos de idade descarregou sua raiva e frustração contra o pobre taxista, di- zendo que ele tinha sido o culpado pela morte de sua mãe. O marido tentou defender o coroa taxista, dizendo que ele não tinha como prever a tragédia, mas ela também ralhou com ele: - Você também é culpado. Mainha deve ter ido embora aquela hora porque você ficou insistindo em ter sexo comigo, mesmo sem eu querer. Ela deve ter ouvido os nosso gemidos.
  • 11. EHROS TOMASINI 11 Nunca mais vou querer fazer sexo com você! O cara abaixou a cabeça, envergonhado dela estar di- zendo aquilo para todos ouvirem. Ainda tentou argumentar, mas ela deu-lhe as costas. Chateado, o jovem deixou-a lá e pegou o táxi do coroa. Queria voltar para o apartamento. O taxista aconselhou: - Não faça besteira, amigo. Ela está de cabeça quente. Deixe a raiva passar, depois conversem. - Não dá mais. Sempre estamos brigando por besteiras. A mãe dela é quem amenizava as nossas discussões. Com a mãe morta, não haverá mais quem faça isso. Eu estou fora! Passemos lá em casa. Eu pego minhas poucas coisas e você me leva para uma pousada. Quando os dois saíram, apareceu uma jovem alta e bo- nita, de cabelos curtos e corpo de falsa magra, perguntando por Leonardo. Sua silhueta chamava à atenção das pessoas que rodeavam o cadáver. Ela perguntou, em voz alta: - Quem é o sargento que achou o corpo? - Eu, senhora detetive. - Levantou o dedo e a voz o mi- litar. - Você me conhece? Sabe quem sou? - Chama-se detetive Ana Mendonça e deve ter sido en- viada pelo comissário Etelvino. - Muito bem. Então, prenda imediatamente o rapaz que levou os animais de volta para a jaula. Ele é o culpado da morte do taxista que achamos aqui perto e da senhora que está estendida aos pés de vocês! FIM DA PRIMEIRA PARTE
  • 12. INSÔNIA12 INSÔNIA - Cap. 02 Adetetive Ana Mendonça insistiu para que o sargento cumprisse sua ordem de prisão contra o rapaz cuidador do zoológico, mas este a chamou até uma das viaturas. Senta- ram-se no banco da frente. Ferreira argumentou: - Está para cometer uma injustiça, detetive. Por que quer trancafiar o cuidador de bichos? - Eu não quero. Foram as ordens de você-sabe-quem, depois de saber que o jovem tinha retirado os animais da rua: levar o cara para a delegacia e terminar a foda que estávamos dando. Depois, interrogaríamos ele. - Ah, agora entendi. O comissário Etelvino parece co- mer quase todas as policiais do nosso distrito... - Quase, não. TODAS. É o pau mais adorável de toda a Polícia. - Vocês sabem que ele é casado, não é? - Claro. Há até uma aposta: quem for flagrada pela mu-
  • 13. EHROS TOMASINI 13 lher dele fodendo o cara, ganha uma festa com todas as des- pesas pagas. - Não sabia disso. - Claro. Você é todo metido a merda, sargento. Não so- ciabiliza com o pessoal do distrito. Então, não sabe o que está perdendo. Lá, todo mundo fode todo mundo. - Menos eu. Não gosto dessas libertinagens. Então, não quer resolver esse caso como se deve? - Gostaria. Mas, se demorar a voltar, perco a foda e o comissário manda outro detetive em meu lugar. - Então, façamos o seguinte: nós dois damos uma tre- pada e depois resolvemos o mistério do duplo assassinato, está bem? Ela esteve olhando para ele. Depois, afirmou: - Olha, eu gosto de homens de pau grande, como você- -sabe-quem. Não vai me decepcionar? - Quer avaliar antes a mercadoria? - Aqui, não. Vamos para um motel. Tem muitos por perto. Ela desceu da viatura só para avisar aos policiais: - Eu e o sargento vamos dar uma olhada no corpo en- contrado perto daqui. Se o comissário enviar outro detetive, digam que voltamos logo. Não esperou resposta. Entrou de novo na viatura, ma- nobrou e depois saíram dali. Não demoraram a ver, meio quilômetro adiante, um aglomerado de gente. Rodeavam o corpo do taxista encontrado morto. O sargento fez questão de descer e examinar o cadáver. Ela permaneceu no carro, pensativa. Mas disse, ao cabo de alguns minutos: - Você tem razão. O coitado foi assassinado antes da mulher. Com certeza, usaram seu táxi para captura-la. Mas qual o objetivo de mata-la na frente do Horto? - perguntou
  • 14. INSÔNIA14 ela. - Os leões. Quem a matou, também a estuprou. Usou os leões para devorarem-na, camuflando o estupro. No entanto, os leões sequer tocaram no cadáver. - Mais um motivo para desconfiar do jovem cuidador. Quem mais teria coragem de se aproximar daquelas feras? - Outro tratador de animais, talvez? - sugeriu o sargen- to. A detetive esteve matutando. Depois, resolveu-se: - Vamos logo pro motel. Estou doida para completar minha foda. Em seguida, trataremos do duplo homicídio. Pararam a viatura no primeiro motel que encontraram. Disseram que iam dar uma batida lá dentro, mas a recepcio- nista não lhes deu muita atenção. Sabia que muitas duplas de policiais usavam do artifício da vistoria para transar de graça no estabelecimento. Por isso, a atendente entregou-lhes logo uma chave. Já entraram no quarto se agarrando. Ela ainda tinha a tabaca pegajosa do coito interrompido com o comissário, antes de chegar ao Horto. No entanto, a morena de cabelos curtos reclamou: - Você tem o pau muito menor do que você-sabe-quem. Fez propaganda enganosa pra mim, não foi? Vou ficar insa- tisfeita. - Dei-te a chance de conferir a mercadoria antes. Então, se acha pequeno, deixa eu botar no teu cuzinho... - Gosta de cu? - Adoro. Prefiro a uma xoxota. - Está bem, eu deixo. Mas quero antes que satisfaça mi- nha xaninha. Tá certo, danadinho? A doutora Moacyra chegou esbaforida. Mas deixou um
  • 15. EHROS TOMASINI 15 rastro de admiração por onde passou. Era uma mulata muito bonita, de pernas grossas, bundão e cintura fina. E rebolava que era uma maravilha. Seu corpo tinha a forma de um vio- lão. Procurou logo por Leonardo. Encontrou-o na sala desti- nada aos cuidadores. O rapaz tinha olheiras e parecia estar se acabando de dor de cabeça. Ela perguntou: - Cadê o diretor? E os outros dois cuidadores? - O diretor deve estar chegando. Liguei para ele já faz um tempão. Não sei de Natália nem de Murilo. - Você está bem, Leo? - Não, senhora. Continuo com uma insônia braba. Fa- zem uns quatro dias que não consigo pregar um olho. Já co- meço a ter alucinações, doutora. - Então, tire a camisa e deite-se na cama. O que aconte- ceu lá fora? - Perguntou ela, enquanto se virava de costas para o jovem e preparava uma injeção. - Uma mulher foi assassinada defronte ao horto. E sol- taram nossos leões. - Como é que é? - Tudo bem, já os recapturei. - Eles atacaram alguém? - Por sorte, não. Mas aconteceu algo estranho, doutora: Sansão esteve perto do cadáver ensanguentado da mulher e não o devorou, como seria natural. A doutora sorriu, contente. Isso significava que as suas experiências com os leões, patrocinadas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, à qual estava atrelada o Horto Dois Irmãos, estavam finalmente dando certo. Disse: - Nada demais. Estavam bem alimentados, suponho. Leonardo não respondeu. Suava muito, e olhava a figu- ra da doutora por trás. Estava agoniado. Ela percebeu. Per- guntou: - Está sentindo mais alguma coisa, Leozinho?
  • 16. INSÔNIA16 - Sim, doutora. Uma imensa vontade de copular. Já não aguento mais estar sem dormir e sem foder. - Que linguajar é esse, mocinho? - Desculpe. É que me bateu, de repente, um imenso tesão. Ainda falta muito para terminar o programa ao qual fomos submetidos? Ela virou-se para ele. Tinha a seringa suspensa em uma das mãos. Percebeu seu tórax em agonia. Todos os músculos do rapaz pareciam estar se tremendo. Ela sorriu mais uma vez. Sim, o programa iniciado há três anos, também patro- cinado pela universidade, estava perto de dar resultados po- sitivos. Olhou diretamente para o enorme volume feito pelo pênis do rapaz, dentro das calças. Depositou a seringa em qualquer lugar e fechou a porta do gabinete com duas vol- tas na chave. Voltou para perto do jovem e abriu a braguilha dele, libertando o mastro. O rapaz gemia de tesão. - Calma, Leozinho. A tia vai acabar com esse martírio, viu? Mas ignore o que vou fazer agora: é pelo bem da Ciência, sabe meu anjo? O pau libertado era enorme e grosso. Nem de longe lembrava o membro minúsculo do rapaz, quando este foi es- colhido para os experimentos dela e do diretor do zoológico, três anos atrás. Naquele momento, o pênis tinha uns trinta centímetros de tamanho e uns oito de diâmetro, apesar da cabeça ser pequena, desproporcional ao rebolo. Ela botou aquela monstruosidade na boca. As veias do membro se di- lataram. Ele pegou sua cabeça com as duas mãos, querendo empurrar-lhe a glande deformada goela adentro. Ela gemeu: - Tenha cuidado, Leozinho. Suas unhas estão enormes, já percebeu? Não vá machucar a tia... Ele ergueu-se da cama e arrancou sua bata. Ela tirou urgente o resto das roupas, antes que ele as rasgasse. Ficou
  • 17. EHROS TOMASINI 17 totalmente nua, perante ele. O rapaz esteve parado, olhando seu corpo atraente com gula. Depois a virou de costas, dei- xando as mãos da médica espalmadas na cama. Ela se prepa- rou para ser invadida por trás por aquele monstruoso rebolo. FIM DA SEGUNDA PARTE
  • 18. INSÔNIA18 INSÔNIA - CAP. 03 Nem bem o cuidador de leões forçou a cabeça da pica contra o ânus da doutora, ouviram batidas na porta. A médica aperreou-se. Pegou suas roupas e correu para o ba- nheiro. Trancou-se lá. Leonardo, ainda cheio de tesão, per- guntou em voz alta: - Quém é? - Sou eu, amore. A doutora está com você? O rapaz vestiu as calças, sem cueca por baixo, e prepa- rou-se para abrir a porta. Deparou-se com o rosto sorridente de Natália, uma morena boazauda de quase dois metros de altura, cabelos revoltos como uma selvagem, pernas grossas à mostra pelo short apertado e curto. Ele mentiu: - Não vi a doutora por aqui. - Ué, disseram-me que ela veio para cá. Está tudo bem com você, amore? Está com uma cara esquisita...
  • 19. EHROS TOMASINI 19 - A porra da insônia. Está acabando comigo. Tem uns dias que não durmo. Ela olhou para todos os lados, para se certificar de que estavam a sós, depois entrou na sala e fechou a porta atrás de si. Deu duas voltas na chave. Só então, disse baixinho: - Eu e meu namorado, Murilo, descobrimos como nos livrar dessa leseira na cabeça. No início, apenas nos mastur- bávamos um ao outro. Depois de gozarmos, batia uma mo- leza... Num instante, dormíamos. Quer que eu te masturbe? - Disse ela, olhando para o volume sob a calça dele. - E se teu namorado souber? - Se você não disser, ninguém vai saber. Mostra teu pau pra mim. Ela mesma ocupou-se em libertar o volume dele entre as pernas. Deu um assobio, quando viu o monstruoso pênis cheio de veias e medindo quase trinta centímetros. A more- na, com cara safadinha, exclamou: - Uau, me disseram que, para participar do programa, tinha que ter pinguelo grande e pinto pequeno. O teu é enor- me e muito grosso. - Nem sempre foi assim. Vem crescendo a olhos vistos. Mas a vontade de foder é insuportável. - Olha, depois que eu e Mô descobrimos como fazer sexo é bom, temos transado quase todos os dias. Mandamos o Programa da doutora para a puta que a pariu. Não estava dando resultados, mesmo. Posso chupar ele? - Chupar somente não me bastaria. Estou doido para enfiar meu caralho num buraco e foder até gozar. - Eu não aguentaria essa jeba na minha xaninha. Nem sou doida de engravidar. Murilo iria me matar. Ele é muito ciumento. Mas, se me deixar vir por cima, posso tentar te engolir pelo cu, topa? Então, deita na cama...
  • 20. INSÔNIA20 Leonardo deitou. Ela quase correu para cima dele. Pe- gou a cabecinha minúscula do pau e esfregou na xana, que babava de tesão. O grelo era grande e estava endurecido. Chegou a pingar o líquido viscoso sobre o rapaz que gemia de ansiedade, doido que ela se estrepasse logo nele. A doutora, escondida no banheiro, assistia a tudo pela fresta da porta. A boca estava cheia de saliva e o grelo palpi- tava de desejo. Viu a morena cavalona fazer esforço para se enfiar no pau do jovem. Ela deu um gemido arrastado e o rapaz também, quando sentiu as pregas dela abarcarem seu rebolo. Ela parou de pressionar seu ânus contra a peia dele. Fez menção de desistir. Mas, aí, ele estava tão ansioso que a pegou pelas ancas e forçou o corpo dela contra o seu. Ela deu um chiado e abriu muito a boca, mas não fugiu do pau. Ele sentiu suas pregas tocarem no final do seu enorme caralho. A potranca chorava quando iniciou, ela mesma, os movimentos do coito. Natália sentiu claramente aquele rebolo inchar mais dentro do seu cuzinho. Tentou se retirar dele, mas percebeu que estavam engatados. A partir daí, só o rapaz parecia estar gozando com o coito. Ele sorria, enquanto ela temia serem pegos naquela posição. Foi quando ela viu a seringa esqueci- da pela doutora. Apavorada, pegou o objeto e empunhou-o com firmeza. Aproveitou que o jovem estava de olhos fecha- dos e enfiou a agulha, de uma só vez, na perna dele. Leonardo deu um urro medonho e tentou jogá-la de sobre si. Percebeu estarem engatados. Aperreou-se. A dou- tora não via isso, pois estava de olhos fechados batendo uma siririca. A morena se agarrou ao pescoço do cara, para não ter o cu estraçalhado, se ele se retirasse de vez. Aí, sentiu o cu ser inundado por uma gozada cavalar. O jovem tinha os olhos totalmente brancos, e demonstrava ter dado uma das suas melhores gozadas. Ele voltou a urrar várias vezes e, em seguida, ficou imóvel.
  • 21. EHROS TOMASINI 21 Só então, a morena percebeu que alguém estava no ba- nheiro. Para a sua alegria, sentiu o rebolo murchar dentro do cu e a pica escorregar para fora. Mais que depressa, saiu de cima de Leonardo, vestiu suas roupas e saiu daquela sala, sem nem querer saber quem estava no banheiro. A doutora Moacyra suspirou, aliviada. Também con- seguira gozar. Mas precisava sair dali, antes que fosse des- coberta por mais alguém. Era casada, apesar de já ter traído várias vezes o marido. Adorava dar seu rabão, mas o cara não parecia gostar de cu. É certo que já a fodera várias vezes por trás. Mas, além de ter pau curto, parecia preferir bocetas. E ela nem precisava fazer esforço para atrair os olhares mascu- linos para o seu bundão. Recebia cantadas até de desconhe- cidos, na rua. Bastava-lhe um sorriso para ganhar pica no cu. Principalmente do diretor do zoológico, seu parceiro nas pesquisas e coordenador do programa. Vestiu-se rápido e saiu dali, deixando a porta apenas encostada. Não viu ninguém pelos corredores e só descansou quando se trancou na própria sala. Mas não demorou muito a baterem na sua porta. - Quem é? - Sou eu, doutora Moacyra. Natália. Disseram-me que a viram entrar aqui neste instante. A médica se aperreou. Será que a tinham visto sair da sala do rapaz? Arriscou abrir a porta. Ambas estavam suadas e desconfiadas. A doutora perguntou: - Quem te disse que eu estava aqui? - Meu namorado, Murilo. Ele acabou de chegar. - E o diretor? - O senhor Rosalvo? Não o vi. Mas deixou recado em meu celular dizendo que eu viesse para cá, me encontrar com a senhora.
  • 22. INSÔNIA22 - Pois ligue para ele. Diga que tem que estar aqui o quanto antes. Já soube que soltaram os nossos leões? - Quando? agora? Quando cheguei eu os vi na jaula. Todos três. - Foram recapturados por Leonardo. Mas precisamos saber que os soltou. - Acha que fomos nós, eu e meu namorado? - Não sei. Vá lá no telefone convencional, se não quiser gastar seus créditos, ligue para o diretor. Pouco depois, a morena voltava frustrada: - A mulher dele disse que já havia lhe dado o recado antes, quando Leo ligou para ela. Afirmou que o diretor já tinha saído de casa. Que seu carro não está mais na garagem. Ah, e tem um policial lá fora dizendo querer falar com a se- nhora. - Mande ele vir aqui. Chamem o Leo. Deve estar na sala dele. Depois de falar com o policial, quero conversar com vo- cês três juntos. - Está bem. Pouco depois, o sargento Pereira aparecia, seguido da detetive Ana mendonça. Ele a apresentou: - Bom dia, doutora. Esta é a detetive Ana Mendonça e queremos falar com a senhora. - Suspeitam de alguém desse departamento? - Como assim? - A fuga dos leões. Acham que foi um dos meus fun- cionários? - Na verdade, suspeitamos deles, sim. A senhora acha que algum deles teria capacidade de soltar os bichos? - Per- guntou a detetive de cabelos curtos. - Não creio. Todos são muito conscientes do trabalho que fazem aqui. Mas já tivemos outros cuidadores. Quem sabe não foi um deles?
  • 23. EHROS TOMASINI 23 - Pode nos dar as fichas dos que trabalharam aqui, an- tes? - Infelizmente, só o diretor tem a chave do armário onde estão essas fichas. Mas acredito que ele já esteja vindo. É só aguardarem. - Estaremos lá perto do cadáver da pobre mulher. Quando ele chegar, nos avisem, por gentileza. - Farei isso. Nem bem a dupla saiu da sala, foi abordada por uma jovem de cerca de vinte anos. Esta tinha cara de choro. Per- guntou-lhes: - Quem está responsável pelo caso do assassinato da minha mãe? - Oh, confesso que já havia esquecido de você - disse o sargento Ferreira - pois aconteceu outro crime misterioso bem perto daqui. - Ouvi falar. Um taxista, não foi? - Sim. Cadê o taxista que trouxe vocês aqui? - Foi levar meu marido. Tivemos uma briga e ele saiu chateado. Tem que ser aquele? - Claro. Tudo começou com ele. E ele viu o táxi que deveria levar tua mãe em Olinda. - Vou falar com o vigilante noturno. Ele deve ter o tele- fone do taxista que levou meu marido. Pouco depois, o coroa taxista aparecia, já de olhos ver- melhos de sono. - Quer falar comigo de novo, sargento? Estou morren- do de sono. Já estava dormindo em casa. - Desculpe. Precisamos de mais detalhes sobre o cara que pegou a tua passageira. - Eu não o vi, já disse. Estava doido para largar. - Qualquer detalhe que se lembrar, serve - insistiu o sargento. A detetive só escutava.
  • 24. INSÔNIA24 - Eu soube que já encontraram o corpo do dono do táxi. Não foi ele? - Não poderia ser. O cara foi assassinado antes da co- roa. - Então, por que não investigam lá na frente do hospi- tal? Algum taxista de lá pode ter visto alguém estranho, num táxi que não era dele. A dupla de policiais se entreolharam. Agradeceram a dica. Quando o taxista ia de novo embora, a mocinha o cha- mou: - Pode-nos levar para casa, eu e o vigia? Mas só tenho dinheiro lá no apartamento. - Sem problemas. Estou morrendo de sono e preferia ir pra casa, mas não vou cometer esse erro duas vezes. - Desculpe. Não acho mesmo que o senhor tenha culpa da morte de minha mãer. Eu estava nervosa, O senhor me desculpe. - Tudo bem. Vamos embora, antes que eu durma no volante. Pouco depois, ambos estavam diante do edifício Baixa Verde, na Guimarães peixoto. O vigilante agradeceu a carona e afastou-se. A jovem pediu que o taxista a seguisse até lá en- cima. Entraram num apartamento pequeno e ela pediu que ele esperasse, enquanto ia buscar o dinheiro. Voltou decep- cionada e chorando. Explicou: - Meu marido foi embora e não me deixou um único puto. Apenas um bilhete, dizendo que estava me deixando. Não tenho dinheiro para te pagar, moço. - Tudo bem. Mas gostaria que, se possível, me fizesse um café quente. Estou quase dormindo. Enquanto ela entrava na pequena cozinha do apê, o ta- xista ficou de pé na sala. Olhou em volta. Viu várias fotos da
  • 25. EHROS TOMASINI 25 coroa assassinada, dispostas em quadros pequenos, espalha- dos por toda uma parede na sala. Em uma das fotografias coloridas, a mulher estava de biquini. Exibia um corpo ma- ravilhoso. Ele foi flagrado olhando para a imagem, quando a moça veio lhe trazer o café. - Ela era bonita, não é mesmo? - Linda. - O coroa enrubesceu, lembrando do beijo rá- pido recebido da mulher. - Pena que afirmavam que ela dava pra todo mundo. Ela negava. Dizia que estava, havia anos, sem trepar. Mas di- zem que meu pai a deixou porque a achava uma leviana. - Não acho que você deva estar maculando a memória da tua mãe. Ela... - Era era uma catraia! Vivia se insinuando para o meu marido. - Eu não acredito. - Pois bote fé. Sempre ficava do lado dele, quando bri- gávamos. Fingia dar conselhos a mim, mas de fato torcia para que nos separássemos. - Teu marido, quando o levei daqui, me disse que você vivia discutindo com ele por tudo. - É verdade, eu morria de ciumes dos dois. Certa vez, eu o flagrei fodendo a bunda da minha mãe! - Como é que é? - Isso mesmo. Naquele dia, aquele escroto voltou mais cedo do trabalho. Eu ainda estava na empresa. Todos os dias ele me esperava largar par vir comigo. Nesse dia, esperei e ele não apareceu. Peguei um táxi e vim-me embora. Foi quando os flagrei transando na sala. Fiquei arrasada. Ela disse que ele a havia pego a pulso. Foi quando começaram as nossas brigas. - E por que não impediu dela vir aqui de novo, de fre- quentar a casa de vocês? - Porque ela é quem pagava o nosso aluguel, com a pen- são dada por meu pai. Dada, não. Imposta a ele. Ela conse-
  • 26. INSÔNIA26 guiu ganhar na Justiça o direito de receber, por ele ter batido várias vezes nela. - Ele ainda é vivo? - Sim, mas vive com outra. - Entendo. O que vai fazer, agora, da tua vida, garota? - Não sei, moço. - Disse ela, sentando-se no sofá e cain- do no pranto. - Vou tentar voltar para o meu marido. Me sub- meter a ele. Mas queria mesmo era conseguir algum coroa que cuidasse de mim, mesmo se fosse casado. O taxista olhou para ela. Avaliou-a da cabeça aos pés. A moça, para ele, era insossa. Preferia a coroa, dez vezes mais que ela. Pena que ela agora estava morta. Mais uma vez, arre- pendeu-se de não a ter levado em casa. Foi pego, novamente, olhando para o quadro onde a coroa aparecia de biquini. Sem ele querer, seu pau ficou duro. A moça percebeu. Perguntou: - Moço, o senhor está tarando a minha mãe? - Desculpe-me. Ela era uma coroa muito gostosa. - Vá-se já daqui. Tem cabimento? O corpo de minha mãe nem esfriou ainda e o senhor com essas safadezas? Suma. Desapareça, antes que eu ligue para a Polícia. O taxista foi-se embora. Saiu envergonhado, mas o pau não baixou. Estava cada vez mais nítida a sensação do beijo recebido da falecida. Quando entrou no táxi, viu o vigilante caminhando em direção à Avenida Norte. Este estava à paisa- na. O taxista emparelhou com ele e buzinou. Este o reconhe- ceu. O motorista perguntou: - Está indo pra onde? - Moro em Santo Amaro. - Entra aí. Te dou uma carona até lá. FIM DA TERCEIRA PARTE
  • 27. EHROS TOMASINI 27 INSÔNIA - Cap. 04 Otaxista encetou a marcha, mas permaneceu calado en- quanto dirigia. O vigilante perguntou: - Algum problema, senhor? - A mocinha me disse que o marido vivia comendo a mãe dela, isso procede? - Eu não duvido nada. O cara já era amante da mãe dela, quando ela o conheceu. Dizem que roubou o namorado da mãe. Se eu fosse ele, comeria mesmo as duas. Ainda mais que a coroa é quem pagava o aluguel. - Puta merda, família complicada. A jovem acabou de me dizer que queria achar um coroa que a sustentasse. - Está interessado? - Que nada. Sou casado. O táxi mal dá pra sustentar minha família, imagine mais uma. E ela é muito sem graça pro meu gosto. Eu preferia a mãe. - Eu também. A coroa era muito gostosona. Mas nunca
  • 28. INSÔNIA28 me deu bola. Ultimamente, eu soube que andava querendo voltar pro marido. Ele vivia ligando para ela. Mas ela dava uma de difícil. Soube que ontem, de madrugada, ele ligou novamente. - Como soube disso? - Ela mesma me disse, enquanto esperava um táxi. Pa- rece que tinha pressa de chegar a Olinda para se encontrar com ele. - Estranho. E suspeito. Disse isso ao sargento? - Não achei que fosse importante. - É muito importante. O assassino dela pode ser o pró- prio marido. - Como assim? - O cara pode ter esperado ela lá e, quando ela che- gou de táxi, discutiram. O taxista deve ter tentado apaziguar a briga, mas terminou sobrando para ele. O marido dela o matou e deve ter matando-a também, jogando os corpos em locais diferentes de Dois Irmãos. - Faz sentido. Mas eu acho essa história meio mirabo- lante para ser verdadeira. - Eu tenho que falar com o sargento. Te deixo em casa e volto para o Horto. - Se vai voltar para o zoológico, não precisa me levar em casa. Eu tenho um quitinete no edifício que uso para des- cansar ou para dormir quando não quero ir pra casa. Aluguei barato. Não tenho ninguém me esperando em Santo Amaro. Sou viúvo. Pode me deixar no Baixa Verde? - Deixo, sim. Obrigado. Isso me poupará tempo. Ainda bem que tomei um café quente, pois estava já dormindo no volante. Agora, estou melhor. Quando Natália voltou à sala de Leonardo, para avi- sar da reunião com a doutora, este continuava dormindo nu, como se tivesse desmaiado após o coito. Ela notou seu pinto recolhido tão pequeno que em nada lembrava o rebolo que
  • 29. EHROS TOMASINI 29 levara no cu. Fechou a porta à chave e jogou-a por baixo da porta. Não queria que ninguém visse o rapaz tão à vontade. Quando ia voltando para a sala da médica, o namorado a en- controu no meio do caminho. Perguntou: - Cadê o Leo, você não foi chama-lo? - O Leo não está na sala dele -, mentiu ela - encontrei-a fechada. Bati e ninguém atendeu. - Estranho. Será que ele foi embora? A essa hora, deve ter terminado o expediente dele. - Se ele tivesse ido, teria avisado à doutora Moacyra. - Não, se ele tiver fugido - ouviu-se uma voz atrás deles. Era a detetive Ana Mendonça. Ela estava desconfiada de que o rapaz tinha soltado os leões. Chamou o sargento e deu a ordem de busca do rapaz. Se fosse encontrado, deveria ser levado direto para a delegacia. Mesmo assim, a detetive perguntou onde ficava a sala dele. Natália indicou a direção e o número. Logo, a policial estava frente à porta. Bateu várias vezes e não obteve resposta. Botou a mão no bolso da calça e tirou de lá uma gazua. Enfiou-a na fechadura e abriu a porta. Deparou-se com o jovem nu e adormecido. Encostou dois dedos na jugular dele. Estava vivo. Tentou acordá-lo, sem su- cesso. Chamou a médica. Esta logo explicava: - O rapaz tem problemas de insônia. Estava já algumas noites sem dormir. Pediu que eu lhe ministrasse um sonífero e foi o que fiz - mentiu ela, sob a cara de espanto de Natália. A jovem sabia que tinha feito o cara desmoronar de- pois da injeção que ela mesma aplicara nele. Reconhecera o líquido, que às vezes se auto injetava, quando a insônia estava demais. Por que a médica estava mentindo? Natália passou a desconfiar dela. Mas ficou na sua. - Não devia ter feito isso. Sabia que eu iria querer inter- rogar todos os teus funcionários - criticou a detetive. - Na hora, não pensei nisso. Leonardo estava já sofren-
  • 30. INSÔNIA30 do um colapso. Precisava mesmo dormir. E já acabou seu ex- pediente. - Tudo bem. E o diretor, que não vem? Foram interrompidos por um policial. Este vinha com o taxista. O cara estava mais desperto, mas pediu: - Posso conseguir um cafézinho? Quero falar contigo, detetive. Mas estou morrendo de sono e temo não concatenar as ideias... - Se não tiver café aqui, comprem uma garrafa em qual- quer barraquinha mais próxima e tragam pra cá. Também quero. E pode ir falando, meu amigo taxista. - Bem, eu estive conversando com o vigia do prédio e descobri uma coisa que vocês devem levar em conta: a coroa devia estar indo se encontrar com o ex-marido em Olinda, àquela hora da madrugada. - E daí? - Perguntou o sargento, que estava presente. - Daí que o cara pode ter brigado com ela, o taxista a defendeu e levou a pior. Ela deve ter tentado defender o ta- xista e foi assassinada. O cara pegou os dois corpos, botou no táxi e os desovou aqui em Dois Irmãos, em lugares diferentes. - Faz sentido - disse o sargento - mas está esquecendo que ela foi estuprada. Se estivesse já morta, não haveria tama- nho sangramento. - E os leões soltos? Por que ele se arriscaria a entrar no zoológico e soltar as feras, correndo o risco de ser descoberto ou ser estraçalhado? - Perguntou a detetive. - Bem, os detetives são vocês. Eu só quis ajudar. - Disse o taxista. - Já acharam o carro do meu companheiro de pro- fissão? - Estamos procurando. Não acho que vamos demorar a ter notícias. Logo, encontraremos o táxi abandonado em algum lugar. Bem, estão todos dispensados. Mas talvez ain- da precise tomar depoimentos de alguns. Podem ir. Menos
  • 31. EHROS TOMASINI 31 você, mocinha. O resto, feche a porta ao sair. Estou tempo- rariamente requisitando a sala da doutora para montar meu departamento de investigação. Todos saíram, menos o sargento e a cuidadora de ani- mais. A detetive disse: - Você também, sargento. Minha conversa com a mo- cinha é em particular. Quando o sargento, meio chateado, saiu, a detetive vi- rou-se para Natália. Perguntou: - Quem é teu namorado, o belo adormecido ou o cui- dador com cara de garanhão, o Murilo? - O Murilo, claro. Mas por que a pergunta? - Você está fedendo a foda, mocinha. Também está an- dando de pernas abertas, como se estivesse afolozada. E, se não percebeu, teu short está manchado de esperma. Quase agora, flagrei o belo adormecido nu e a cama toda suja de porra. Conclusão: foi você quem andou trepando com ele. Natália baixou a cabeça. Não negou: - Está bem, eu transei com ele. Mas não diga nada ao meu namorado. Se ele souber, me mata. É muito ciumento. - Deus me livre de dizer qualquer coisa. Mas confesso que achei teu namorado um gato. Então, façamos um trato: feche os olhos se me ver flertando com ele. Em troca, ele não saberá nada de mim. - Isso não é chantagem? - Claro que é, garota. Mas você não precisa aceitá-la. Eu tive uma foda interrompida para vir pra cá. Depois, uma foda insossa com um sujeito de pau curto. Estou afim de fo- der do jeito que eu gosto. E teu namorado parece ter um pau gostoso. - Ele tem pinto pequeno. - isso, quem decide sou eu. Estamos combinadas?
  • 32. INSÔNIA32 A morenaça saiu sem dar resposta. Quando abriu a porta para sair, a detetive gritou: - Chame ele de volta a minha sala agora, por favor. Todo mundo percebeu que Natália havia saído da sala chateada. Ela disse ao namorado que a detetive o estava cha- mando. Quando este entrou na sala, o sargento perguntou: - O que houve? Saiu da sala com uma cara... - A detetive disse na minha cara que queria comer meu namorado. - Como é que é? - Isso mesmo. Aquela puta tarou meu Murilo e disse que eu ficasse de bico fechado, mas ela iria papá-lo. - Isso é grave - disse o sargento, enciumado - e não vou deixar que isso aconteça. Vamos comigo até a delegacia. - Agora? - Neste minuto, enquanto ela ainda não cantou teu ho- mem. - Eu tenho que passar primeiro em casa, para trocar esse short. - Tudo bem. Te levo numa das viaturas. Cerca de meia hora depois, estavam na delegacia. O sargento procurou, imediatamente, o comissário Etelvino. A despeito do nome antiquado, o comissário era um jovem bonitão, de voz grave e elegantemente vestido, apesar das roupas simples. Não era à toa que todas as mulheres daquela delegacia já haviam sido traçadas por ele. Foi solícito e edu- cado perante a jovem Natália. Pediu que os dois se sentassem diante de sua mesa e sentou-se por último. Perguntou: - O que temos aqui? - Uma grave denúncia de assédio, senhor comissário. Esta jovem diz que a detetive Ana Mendonça está usando de sua autoridade para foder o namorado dela. - Disse o sargen-
  • 33. EHROS TOMASINI 33 to. - O namorado dela é o cuidador de animais que eu a mandei trazer preso? - Não, senhor. Mas a jovem diante de si e o namorado em questão também são tratadores. O comissário esteve olhando para a moça, como se a estivesse estudando. Depois, pegou o telefone e fez uma liga- ção. Quando responderam, disse simplesmente: - Volte para cá. Você está fora do caso. E decerto sofrerá uma punição à minha escolha, entendeu? Ana Mendonça desligou o telefone celular com um sorriso no rosto. Jogara bem. Esperava que a namorada do tratador desse queixa dela. Não queria foder o jovem Murilo, apesar de achá-lo mesmo bonito. Queria deixar o comissário excitado, e isso ficara claro quando ele dissera que ela seria punida. Significava que ele iria foder-lhe o rabo, como fazia com maestria quando ela cometia algum erro profissional. Por isso, disse a Murilo: - Estou fora do caso, portanto você está dispensado. - Sinto muito por você, detetive. Cometeu algum erro? - Sim e não. Eu não queria este caso e fui jogada nele no meio de uma foda. Insinuei para a tua namorada que queria te comer e ela me denunciou ao meu superior. Foi ele quem me ligou agora, me tirando da investigação. - E por que insinuou para minha namorada que pre- tendia me comer? - Já disse: queria sair deste caso e a usei para me de- nunciar e apressar a minha retirada. Confesso que te achei bonitão, mas estou vendo que tem o pinto pequeno. Gosto de homens de pau grande. - Posso te contar um segredo? - Se quiser... - Eu estou participando de uma experiência feita pela
  • 34. INSÔNIA34 doutora Moacyra e acompanhada pelo diretor desta unidade. O programa consiste em fazer crescer pintos pequenos, atra- vés de aplicações de sangue de leões misturados a uma fór- mula secreta. Mas o efeito só se manifesta quando eu passo alguns dias sem dormir. - A que efeito se refere? - Perguntou a detetive, visivel- mente interessada no assunto. - Não fale o que eu disser pra doutora, já que é um as- sunto secreto. Mas, depois de duas noite sem dormir, meu pau cresce monstruosamente. Chega a ficar com uns trinta centímeros de tamanho por oito de diâmetro. - Taquipariu! Mesmo? Isso, eu preciso ver. - Só se eu passar dois dias sem dormir, no mínimo. A detetive catou em uma das gavetas e achou um blo- quinho de anotações e uma caneta. Anotou algo e entregou para o rapaz. Disse: - Meu telefone e meu endereço de casa. Quero você em meu apartamento, à noite, daqui a dois dias. Sem falta. Eu compro as cervejas. Agora, eu vou embora. Tenho uma pu- nição a cumprir. Pode dizer à tua namorada que eu te cantei, mas que você não estava interessado. Porém, não deixe ela descobrir que vai estar comigo daqui a duas noites, okay? Quando ia numa das viaturas para a delegacia, dirigida por um policial, no entanto, a detetive estava pensativa. O que o jovem lhe dissera sobre a experiência sigilosa da médi- ca a tinha deixado com uma pulga atrás da orelha. É que se lembrara da xoxota e do cu da coroa morta. Ambos estavam arrombados. E se Murilo fosse o assassino? E se o jovem Leo- nardo também fazia parte do programa e tivesse sido ele a ar- rombar a defunta? Ela se arriscaria para descobrir a verdade. Mas agora, queria mesmo era se encontrar com o comissário. Ele a estava esperando, sozinho, na sua sala. Quando ela ba- teu na porta, ele já veio abrir de braguilha escancarada. Seu
  • 35. EHROS TOMASINI 35 pau estava enorme, pro lado de fora, se bem que ainda estava mole. Ela preferia assim. Adorava vê-lo crescer na sua boca. Ele fechou a porta atrás de si e reclamou: - Demorou. E muito. Também será punida por isso. - O que mais eu fiz para merecer castigo, senhor? - Ainda pergunta? Você jogou muito bem, fazendo a moça acreditar que queria comer o namorado dela. - Mas era verdade, senhor. - Cadela safada! Ainda ousa me confirmar? Encoste no birô e abra a bunda para mim. - Desculpe, mas eu nem vesti uma calcinha, senhor. Tem algum problema? - Vadia. Oferecida. Sabe que detesto mulheres sem cal- cinha. Gosto de afastá-la prum lado e meter num dos bura- cos. - Faça isso, mas deixe eu lubrificar primeiro a pica, se- nhor. - Porra nenhuma. Vai no seco mesmo. - Assim não, senhor. Se doer eu posso gritar e chamar a atenção de toda a delegacia. - Mais uma palavra e ficará sem essa rola no cu. - Pelo amor de Deus, senhor. Isso, não. Prometo ficar calada de ora por diante. Mas não me negue essa pica no cu, por favor. - Está bem. Arreganhe essa bunda. - Se não quer que eu chupe, lambuze ela primeiro na minha boceta molhadinha, senhor. - Puta afoita. Eu já não te disse para ficar calada? - Perdoe-me senhor. Eu... Não falou mais nada. Recebeu a enorme jeba do co- missário, de uma só estocada, todinha na xoxota. Ele adorava fazer isso: impedi-la de falar fodendo seu cu ou sua boceta. Esmagava seu rosto contra o tampo do birô e ela sufocava, mas estava achando muito bom. Era sempre assim quando
  • 36. INSÔNIA36 fodia com ele. O cara sabia fazê-la feliz. Preparou-se para ter o primeiro orgasmo. FIM DA QUARTA PARTE.
  • 37. EHROS TOMASINI 37 INSÔNIA - Cap. 05 Depois que cansaram de foder, os dois se deitaram no car- pete da sala. Ela perguntou: - Tenho minha investigação de volta? Encontrei um fato novo a acrescentar ao relatório. - Melhor, não. Já botei o caso nas mãos do nosso sar- gento Ferreira. Ele sempre me pediu uma chance para mos- trar seus dons de investigador. O que mais você descobriu? - A médica do zoológico faz experiências sigilosas com os tratadores. Eles recebem um tratamento que lhes faz cres- cer e engrossar o pau. A coroa assassinada teve o ânus e a boceta arrombados. Gostaria de investigar isso, senhor. - Não. Deixe o caso com o sargento. Vou querer você trabalhando para achar o diretor do Horto, que está sumido. O sargento me contou que achava estranho ele ainda não ter dado notícias. Ligue para a esposa dele. Peça o modelo do seu carro. Vamos procurar o automóvel, como estamos pro-
  • 38. INSÔNIA38 curando o táxi sumido. - Sim, senhor. Posso ir? - Vá. Não aguento mais punir você. - O sargento precisa saber que ainda estou no caso? - Quem sabe é você. - Obrigada, senhor - disse ela, beijando-o ternamente nos lábios. A detetive vestiu suas roupas, depois saiu da sala. O comissário permaneceu deitado nu, no chão. Fumava um ci- garro. Ela foi até a sua própria sala e pediu uma ligação para o Horto, por telefone. Pouco depois, falava com a doutora Moacyra: - O diretor já chegou? - Não. O senhor Rosalvo Melo ainda não apareceu. Quem fala? - A detetive Ana Mendonça, doutora Moacyra. Ainda estou no caso, mas o sargento Ferreira não precisa saber dis- so. - Ele é suspeito? - Não. Claro que não. Mas é seu primeiro caso e o comissário não quer que ele saiba que está sendo testado. - Mentiu. - Entendo. O que posso fazer pela senhora? - Sabe onde o diretor mora? Pode-me dar o seu endere- ço e dizer o tipo de carro que possui? Nesse momento, bateram à porta da detetive. Ela tapou o fone com a mão e perguntou quem era. Ouviu: - É o pessoal do Trânsito. Acabaram de encontrar o táxi desaparecido. - Obrigada, querido. Prepare uma viatura para mim. Vou querer que me levem lá onde encontraram o veículo. A detetive anotou os dados do diretor do zoológico ce-
  • 39. EHROS TOMASINI 39 didos pela médica e desligou. Dobrou o papel com nome, en- dereço e placa do carro do sujeito e guardou no bolso. Pouco depois, saía da delegacia em uma viatura com mais quatro homens. Quando chegaram ao local onde o táxi fora deixado, havia mais uma viatura lá, com vários curiosos em volta. Ela desceu e caminhou até o carro abandonado. Este estava total- mente fechado. Ela pediu: - Abram o veículo, mas sem danificá-lo. Quero dar uma olhada em seu interior. Fizeram o que ela pediu e a detetive sentou-se na ca- deira do carona. Topou com o pé num celular, caído no piso do carro. Apanhou-o. Estava totalmente descarregado. Pediu: - Botem esse celular para carregar, mas só o suficiente para vermos as últimas ligações. O policial a quem ela fez o pedido foi à viatura, pegou um carregador ligado à bateria e plugou no aparelho celular. A detetive continuou procurando novas pistas no táxi, mas não achou mais nada. Quando o celular carregou um pouco, deixou todos surpresos: pertencia à coroa assassinada. Ela ti- nha recebido as últimas ligações de um número conhecido da detetive Ana Mendonça: o número do celular do diretor do zoológico. A moça exultou: -Taquipariu! Por isso o diretor não deu as caras nem atendeu ao telefone. Ele também deve ter sido assassinado. Gente, precisamos de toda a Polícia mobilizada. Achem o carro ou o corpo do diretor do Horto. Ou os dois. Pouco depois, ela estava de volta à presença do comis- sário. Havia feito um novo relatório do caso a ele. Ele per- guntou: - Então, você acha que o diretor era amante da coroa assassinada e que o assassino o matou também? E o taxista que encontramos morto?
  • 40. INSÔNIA40 - Deve ter sido testemunha, senhor. O assassino se li- vrou dele e deve ter usado seu táxi para se livrar dos corpos. - Faz sentido, mas ainda não estou convencido. E o estupro? A coroa ainda estava viva quando foi violentada. - Disse o comissário. - Certamente foi quando foram flagrados pelo taxista. Ela pode ter pedido socorro e foi ouvida por ele. - E os leões? Isso inocentaria os cuidadores do estupro. Mas algum deles usaria os leões para quê? - Será que o assassino não obrigou o diretor do zooló- gico a soltá-los? Devia saber que ele lidava com esses bichos. Talvez quisesse camuflar o estupro com os estragos feitos pe- las feras. - Não, ainda não me convenceu. Investigue mais isso. Ache o diretor. Afinal, como foi morto o taxista? - À golpes de arma branca, senhor. Várias estocadas pelo tórax. - Então, o assassino estava com raiva dele. - Não tinha pensado nisso, senhor. O telefone da sala do comissário tocou. Ele atendeu. Ouviu a voz do sargento: - Uma mulher acaba de vir a mim, denunciando o pró- prio filho, senhor. O garoto vive nas ruas e a mãe o flagrou com um celular alheio hoje, logo cedo. Disse à mãe ter rou- bado do bolso de um homem assassinado, caído na rua aqui perto do Horto. - Já está de posse desse celular? - Sim, senhor. A mãe dele acabou de me entregar. Ele recebeu três ligações seguidas de um mesmo número, perto da hora dos crimes. - Traga o aparelho imediatamente para a delegacia. A detetive, que ainda estava na sala do comissário, fi-
  • 41. EHROS TOMASINI 41 cou cada vez mais surpresa. As ligações recebidas do taxista eram do mesmo número do telefone que ela anotara da dou- tora. Pertencia ao telefone celular do diretor do zoológico. O comissário inteirou o sargento das suspeitas de que o diretor teria sido, também, assassinado. O comissário Etelvino pe- diu que eles descansassem o resto do dia. Depois, de cabeças frias, retomariam as investigações. O sargento perguntou, quando o casal saiu da sala: - Vai fazer o quê, o resto de hoje? - Se está pensando em foder, não conte comigo. Estou muito satisfeita, por ora. - Tudo bem. Vou pegar uma praia. Pensei em te cha- mar. - Quero ficar sozinha, meu querido. - Soube que reassumiu o caso do duplo assassinato. - Não. Você-sabe-quem me tirou definitivamente dele - mentiu ela. Vá pegar sua praia. Divirta-se. O sargento ficou frustrado, mas não insistiu. Cami- nhou até seu carro, no estacionamento da delegacia. Por ser solteiro, sempre que podia ia à praia. Tanto que já carregava seu calção de banho no porta luvas do carro. Trocou-se ali mesmo, no estacionamento, pois os vidros do seu carro eram fumês. Seu cacete ficara esperto só de pensar na possibilidade de foder a colega de trabalho de novo. Pouco depois, pegava sol na praia de Casa Caiada, em Olinda. A doutora Moacyra voltou à sala de Leonardo, mas en- controu-o ainda dormindo. Ficou com pena de acordá-lo. O casal de cuidadores havia sido dispensado pelo sargento, que disse ter assumido o caso. Estranhava o desaparecimento do diretor do Horto, por isso decretou feriado no zoológico o resto do dia. Foi para casa, mas a vontade de trepar era enor- me. O marido, àquela hora, estava no trabalho. Resolveu ir à
  • 42. INSÔNIA42 praia de Casa Caiada, onde tinham uma residência de vera- neio. Chegou na casa, tomou um banho, vestiu um biquíni que valorizava suas pernas grossas e seu bundão, e foi para a orla. Era só atravessar a rua e já estava na areia. Adorava sua chegada à praia, com os homens assoviando baixinho quando ela passava de bunda empinada. Nenhum jovem fi- cava imune ao seu corpão. Aí, seu olhos bateram numa figura conhecida: o sargento Ferreira. Sem roupas, o sargento era um tipão de homem: corpo malhado, sem barriga, pernas grossas e um pau de uns vinte centímetros, acondicionado no calção de banho apertado. O que não combinava muito com ele era aquele bigodinho ridí- culo que usava, bem à moda antiga. Ela apostou consigo mes- ma que o faria raspar aquela feiura. Aproximou-se sorridente do cara, que estava abobalhado com o seu corpo escultural. Cumprimentou-a com o seu melhor galanteio: - Bom dia, senhora. Nem precisava usar tanto pano por dentro desse biquíni. Ela sorriu encantada para ele, apesar de não ter gostado daquelas palavras, antes de dizer: - Não é enchimento, seu bobo. Tenho a vulva grande, mesmo. Costuma tomar banho de mar sempre neste trecho? - Às vezes, senhora. Mas nunca a tinha visto por aqui. Isso eu garanto! - Isto me pareceu um enxerimento, sargento. - Seria, se eu não soubesse que era casada, senhora. Respeito mulheres comprometidas. Mas no teu caso, confes- so que me dá trabalho me conter. Ela sorriu deliciosamente. Tinha uma cara bem sonsa quando disse: - Por causa desse seu respeito, ganhou um convite para almoçar lá em casa. Moro do outro lado da rua.
  • 43. EHROS TOMASINI 43 - Teu marido não ficaria chateado ao me ver aparecer? - Do meu marido, cuido eu - ela respondeu sem querer dizer que o marido nem sabia que ela estava na casa de praia. Pouco depois, os dois rolavam no chão da sala, cheio de areia. Ele bem dizer arrancou-lhe o biquíni, deixando à mostra uma vulva enorme. Meteu a boca ali e só parou de lamber-lhe o grelo e os lábios vaginais quando ela gozou mais de uma vez na sua boca. Depois, montou sobre ela e se prepa- rou para foder aquela boceta apetitosa. Ela perguntou: - O que está pensando em fazer? Trouxe camisinha? - Não, senhora. Mas devo ter alguma no carro. - Fica aí, bobinho. Perguntei da camisinha porque não quero engravidar. Mas o que eu gosto mesmo é de levar pica no cu. Ela disse isso e virou de costas para ele. Para o sargento, aquilo era demais. Nem bem encostou a glande nas pregas dela, teve uma ejaculação precoce. Ficou chateado e saiu de cima, mas ela não parecia zangada. A doutora Moacyra ado- rava ver os homens não conseguirem se conter perto dela. FIM DA QUINTA PARTE
  • 44. INSÔNIA44 INSÔNIA - Cap. 06 Para ganhar tempo para se recuperar da gozada precoce, o sargento falou sobre as investigações e sobre o sumiço do diretor do Horto. Apesar dele dizer que temia que o cara tivesse sido assassinado, a médica pareceu não dar muita im- portância ao fato. Ele estranhou sua atitude, mas não comen- tou nada a respeito. Porém, prometeu se empenhar em achar o cara, morto ou vivo, o quanto antes. Depois de uns vinte minutos de descanso, o policial es- tava, finalmente, pronto para outra tentativa. Dessa vez con- seguiu foder a doutora a contento. Ela ficou feliz de ter dado a bunda a ele. Gozou várias vezes no anal. Intimamente, achava que havia encontrado um amante perfeito para trair o ma- rido. É que o sargento era adepto da preferência nacional, e nem se preocupou em foder-lhe a boceta. Já se aproximava das cinco da tarde quando eles resolveram ir embora da casa
  • 45. EHROS TOMASINI 45 de veraneio. Trocaram telefones, mas ele teve que prometer esperar que ela lhe ligasse, para não deixar o marido descon- fiado. Ele lhe afirmou ser solteiro. O sargento saiu primeiro, pois ela disse que iria dar mais um tempo para os vizinhos não perceberem que estiveram juntos. No entanto, assim que o cara foi embora, ela fez uma ligação. Quando uma voz masculina atendeu, ela perguntou: - Onde você está? A Polícia está te procurando. Acham que você também foi assassinado. - Oi, querida. Houve uma complicação. Tive de novo aquele mesmo problema. Saí de casa para ir para o zoo, mas apaguei dentro do carro. Nem sei onde estou, neste momen- to. - Oriente-se, mas não apareça por aqui. Deixe que te procurem. Porém, amanhã, tenha uma boa desculpa para dar aos policiais. - Está bem. Está tudo em paz? - Sim, também tirei o dia de folga. Amanhã, conversa- remos. Ela desligou ainda sorrindo. Sua fórmula, pelo visto, começava a dar resultados concretos. O diretor do zoo tinha sido o seu primeiro paciente. Ressentia-se de ter pinto pe- queno e queria tê-lo maior. Mas as experiências feitas com ele não deram certo. Pior, o cara começou a sofrer de insô- nia das brabas. Foi quando utilizou o casal de namorados e o cuidador Leonardo. Talvez por serem jovens, logo ela viu desenvolverem o tamanho do sexo. Natália já estava com um pinguelo enorme. Infelizmente, eles também foram acome- tidos da terrível insônia. Agora, estavam “capotando” após fazer sexo. Precisaria adequar a fórmula. Começaria a mexer com o composto no dia seguinte. Naquele momento, dirigia seu carro preocupada em chegar em casa antes do marido.
  • 46. INSÔNIA46 Enquanto isso, Leo se acordava. Viu tudo escuro dentro da sala e percebeu que estava nu. Lembrou-se de ter transado com a doutora, depois com a sua colega de trabalho. Não re- cordava ter-lhe sido aplicada uma injeção, só depois que viu a seringa caída no chão. A cama ainda estava toda melecada de porra seca. Levantou-se, tomou um banho no banheiro da própria sala e vestiu-se. Ia sainddo, quando viu um vigilante lhe chamar. Foi até ele. O cara disse: - A doutora Moacyra comunicou que você estava dor- mindo de cansaço. Pediu para não te acordar. Mas todos já foram. Foi declarado feriado, hoje. - Já recolheram o corpo da frente do Horto? - Oh, sim, e faz tempo. O IML já esteve aqui, junto com a Polícia. Os leões estão tranquilos, lá na jaula. - Obrigado, José. Até amanhã. - Já vai? - Sim. Vou terminar de dormir em casa. Mas não. Ele não tinha mais sono. Pretendia tomar umas cervejas, antes de ir para casa. Lembrava-se nitida- mente da foda dada com Natália. Ficou de pau duro. Pegou seu celular e catou o telefone da cuidadora de animais. Ligou para ela, quando se sentou no primeiro bar que encontrou. Ela atendeu: - Oi, Leo. Já acordou? Não vou poder falar contigo ago- ra, pois meu namorado está por perto. - Quando daremos outra foda daquelas? - Você quer? - Claro. Eu gostei, apesar de não me lembrar de ter go- zado. - Desculpa, tá? Tive que te aplicar aquele sedativo. Você estava fazendo muto escândalo. Agora, me diga quem estava trancada lá no teu banheiro, enquanto fodíamos? - No banheiro? Ninguém. - Mentiu ele. - Deixe de conversa. Foi a doutora, não foi? Ela mentiu
  • 47. EHROS TOMASINI 47 para os policiais. - Eu estava sozinho quando você chegou, Natália - in- sistiu na mentira, ele. - Não tem mais importância. Mas se quiser foder comi- go de novo, terá que ser num motel. - Tudo bem. Dê um jeito de vir pro Horto. Estou be- bendo num barzinho perto. Pouco depois, a cuidadora chegava. A morena de quase dois metros de altura estava com uma calça bem apertada, valorizando suas curvas. Explicou: - Nem foi preciso driblar Murilo. Ele pegou no sono, lá em casa. Deixei um bilhete dizendo que iria dormir na casa de uma amiga. Portanto, temos a noite inteira para nós. - Você não sente sono? - Claro que tenho. Mas depois que comecei a transar com meu namorado, as noite de insônia não mais existem para mim. Transo e durmo que é uma maravilha. Falou com a detetive, aquela putinha? - O que aconteceu? - Aquela catraia cismou de cantar meu namorado, pode? Disse na minha cara que iria fodê-lo. Denunciei-a ao comissário. - E Murilo, como reagiu? - Fingiu que não ficou interessado nela, aquele puto. Mas sei bem quando mente. Principalmente, quando se trata de mulher. Ele fica logo de pau duro. Por isso, resolvi botar- -lhe um par de chifres contigo. - Agradeço a preferência. Vamos logo para um motel? Você sabe que tem muitos por aqui por perto. - Agora não, bobo. Vamos tomar mais umas cervejas. Depois, iremos. Enquanto isso, Murilo acordava. Procurou pela namo- rada, até que viu o bilhete. Nele, leu que a mocinha iria passar
  • 48. INSÔNIA48 a noite fora. Ela não era de fazer isso. E não confiava na ami- ga que ela dizia ter ido visitar. Era dessas que sempre tinha um macho por perto. Ligou para Natália, mas deu desligado. Sabia onde morava a tal amiga dela. Trocou de roupa e di- rigiu-se para lá. Quando perguntou pela namorada, a outra olhou para ele espantada. Mas logo percebeu que a amiga ha- via driblado o cara. Decerto, para um encontro clandestino. Por isso, mentiu: - Natália esteve aqui, mas depois foi visitar uma amiga nossa que está doente. - Onde a tal amiga mora? - Calma aí, gatão. Está aperreado por quê? Natália vem me dizendo que a relação de vocês está as mil maravilhas... - É verdade - encheu-se de vaidade o rapaz, que não era muito esperto - Nunca fodemos tanto quanto estamos fazen- do ultimamente. - Então, a Natália não tem por quê te trair. Relaxe. Es- pere-a aqui. Ela logo deve estar de volta. Quer uma cerveja? - Se tiver, eu quero. - Não tenho. Você teria que comprar naquele barzinho ali no fim da rua. Vá lá, enquanto preparo uns tira-gostos. O cara foi. Mas o que a amiga de Natália queria mesmo era ficar sozinha, pra poder ligar para ela e avisá-la de que o namorado estava ali e muito desconfiado. No entanto, o telefone da moça estava desligado. Não podia deixar de jei- to nenhum que ele insistisse em procura-la em outro lugar. Por isso, antes que ele voltasse no bar, vestiu apressadamente uma minissaia curtíssima, aparecendo o fundo da calcinha. Preparou uns cubinhos de mortadela e sentou-se de pernas cruzadas a esperar por ele. Quando descruzou as pernas para pegar as cervejas que ele trazia nas mãos, para coloca-las na geladeira, deu um lan- ce espetacular de calcinha. Percebeu que o rapaz ficou aceso.
  • 49. EHROS TOMASINI 49 Sorriu, caminhando rebolando em direção à cozinha. Assus- tou-se quando pressentiu a presença dele enquanto colocava as garrafas para gelar. Ele a abraçou por trás e sussurrou ao seu ouvido: - Está sozinha? - No momento, sim. Mas algum dos meus irmão deve aparecer por aqui. - Então, teremos que ser rápidos. - Rápidos pra quê, Murilo? - Ela fingia não estar enten- dendo a situação - E tua namorada pode chegar. - Por isso teremos que ser rápidos. Olha como já es- tou... Ela olhou e ficou espantada com o tamanho e grossura do cacete que estava de fora, saindo da braguilha. - Nossa, Murilo. Tua namorada vivia nos dizendo que você tinha um pinto minúsculo. Então era mentira daquela catraia? - Eu tinha. Mas ele vem crescendo a cada dia. E isso me dá um tesão arretado. Brinca com ele... - É enorme. Não sei se vou aguentá-lo na boceta. - Eu também gosto de cu. - Tá doido? Não tenho nenhuma intenção de ficar frou- xa das carnes. Podemos, sim, dar uma rapidinha, mas só se for na boceta. Ele arrancou a sua calcinha de um puxão, rasgando-a. Posicionou-se frente a ela e já ia apontando a jeba. Ela recla- mou: - Ei, não vai nem me dar nem uma chupadinha, pra eu ficar lubrificada? Ele parecia nem ouvi-la. Sentou-a no braço do sofá, abriu-lhe bem as pernas e apontou a rola. Ela tinha ficado ex- citada pela visão daquela monstruosidade. Claro que costu- mava aguentar paus enormes entre as pernas, mas na maioria
  • 50. INSÔNIA50 das vezes era paga para isso. Disse ao rapaz: - Te deixo me estuprar, mas depois você paga um vidro de perfume para mim, à minha escolha. E eu vou me lembrar de você sempre que me banhar da fragrância, tá? Ele não dizia nada. Apenas grunhia, outras vezes urra- va. Ela sentiu aquela enormidade penetrar-lhe a vulva. Sentiu as grossas veias entrando nela. Aí, o caralho do cara começou a inchar ainda mais. Ela sentiu sua vulva sangrar. Pediu que ele parasse mas o cara enfiou mais aquele rebolo na tabaca dela. Ela bateu com os punhos em seu peito. Implorou que ele saísse de cima. O cara estava transformado. Deu-lhe dois murros seguros, fazendo com que ela desmaiasse. Quando ela desfaleceu, ele retirou-lhe o pau da xana, virou-a de costas e invadiu seu ânus. A penetração não foi fácil, mas ele forçou a invasão do reto. Algumas pregas do cu da mulher se rom- peram, fazendo o ânus sangrar. Ele deu um sorriso sádico e continuou o estupro. FIM DA SEXTA PARTE
  • 51. EHROS TOMASINI 51 INSÔNIA - Cap. 07 Foi bastante penoso, para Murilo, abrir os olhos. Estes esta- vam inchados e embaçados. Mas os ouvidos funcionavam perfeitamente. Ouviu uma voz masculina dizer: - O puto está acordando. Vou dar-lhe outras porradas. - Chega, Valdo. Vejamos o que ele tem a dizer. A visão foi clareando e o rapaz pode distinguir a deteti- ve Ana Mendonça entre os vultos. Perguntou a ela: - O que aconteceu? - Diga você, Murilo. Ainda bem que os irmãos da moça chegaram a tempo. Você a estuprava e tentava esganá-la, apertando o seu pescoço. - Cadê ela? - Foi socorrida. Você arrombou seu ânus e sua vagina, não se lembra? - Não... Tenho tido esses “brancos” na mente, de vez em
  • 52. INSÔNIA52 quando. Por que estou de rosto inchado? - Os irmãos da jovem que você estuprava te bateram, e muito. Mas dizem que você desmaiou, logo após gozar de uma forma cavalar. Tem certeza de que não se lembra? - Não. Já disse. Perco a memória, de vez em quando. Depois, recupero. Mas às vezes demora. - Então, você está preso pelo estupro e morte da co- roa, defronte ao Horto, pelo assassinato do taxista, pelo de- saparecimento do diretor do zoológico e, agora, por estupro e tentativa de assassinato da irmã dos dois jovens presentes. Policiais, podem leva-lo nu, do jeito que está, para a delega- cia. Como foi pego em flagrante, irá direto para o presídio. Caso encerrado. Só me falta localizar o corpo do diretor, o sr. Rosalvo. Mas isso, o rapazinho depois nos dirá onde o es- condeu. - Parabéns, detetive. Mais um caso encerrado com su- cesso. - Disse o sargento, que estava presente. - Sim, graças a você, meu amigo. Apenas o concluí. Mas você é quem ganhará os louros com você-sabe-quem. - Porém, se o rapaz está dizendo a verdade, está sob efeito das experiências da doutora Moacyra. Ela não será pu- nida? - Bem observado, sargento Ferreira. Vá até o horto e dê ordem de prisão à mulata gostosona. Se as experiências forem clandestinas, ela é cúmplice dos crimes. - Já são quase dez horas da noite. Ela não está mais no zoológico. O que faço? - Consiga o endereço dela lá no Horto. Alguém deve ter. Nem que seja o vigia. Fale com Leo, o cuidador. Ele deve ter ao menos o telefone dela. - O tal Leonardo não é mais nosso suspeito? - Claro que não. Não, depois de Murilo ter sido pego em flagrante delito. O outro será nossa testemunha contra a doutora. Ela fazia experiências, também, com ele. E, se eu não me engano, com a mocinha. Por falar nisso: onde está
  • 53. EHROS TOMASINI 53 ela? Precisa saber da prisão do namorado. Leonardo e Natália estavam, naquele momento, num motel. Ele chupava seu enorme grelo, bem parecido com uma pênis em miniatura. Ela gozava na sua boca. O caralho do rapaz estava enorme e grosso, mas ela já estava acostumada com o do namorado. Talvez porque sua boceta e seu ânus fos- sem mais elásticos do que o normal. Adaptava-se à monstru- osidade do falo com facilidade. Mas, o que mais gostava, era a hora deles ejacularem dentro do seu sexo. A gozada cavalar a enchia de porra, que depois transbordava do seu interior. Mas ainda estavam nas preliminares. Ela o havia chupado até que ele gozasse em sua boca. Descansaram um pouco, mas ela não o deixou dormir. Ele agora a chupava gostoso e ela estava por gozar. Pediu que ele viesse por cima. Estava se ajustando à penetração, quando o celular do rapaz tocou insistentemente. Ela disse: - Não atenda. - E se for importante? - Depois que gozarmos, você retorna a ligação. - Está bem - e o rapaz continuou metendo na xoxota dela. Gozaram juntos, após alguns minutos. Mais uma go- zada cavalar do jovem. Só que, desta vez, ele desmoronou. Dormiu, como se estivesse com uns três dias de sono. Natália foi ver quem havia ligado para ele. Ligou de volta. Uma voz feminina falou: - Muito bem, era com você mesma que eu queria falar. Algo me dizia que estava com Leonardo. - Quem fala? - Não está reconhecendo minha voz, alcagueta? - Detetive Ana Mendonça? É você? - Sim. Teu namorado acaba de ser preso em flagrante, estuprando e tentando matar uma amiga tua. Pelo jeito, não sou a única a tarar nele.
  • 54. INSÔNIA54 - O que está dizendo? - O que disse: teu namorado acaba de ser preso. Onde você está? A jovem demorou a responder: - Num motel, com Leonardo. - Foi o que imaginei, por isso liguei pro telefone dele, já que o teu está desligado. Teu namorado é um assassino serial. Matou a coroa, o taxista e acho que escondeu o corpo do diretor do zoológico. Vou precisar de vocês como teste- munha contra Murilo e contra a médica que faz experiências com vocês. Se vocês fugirem, irei pensar que são cúmplices. Então, darei ordem de prisão a vocês também. - Não é preciso. Nós iremos. O ruim é que Leo desmo- ronou, como da outra vez. Está dormindo pesado. E não sei se conseguirei me manter acordada, também. Durmo logo depois do sexo. - Dê-me o endereço. Mandarei buscar vocês aí. Se for preciso, dormem aqui, na delegacia. Ambos chegaram adormecidos, na viatura. Só deu tempo Natália vestir Leonardo e vestir-se também. Ela pegou no sono. Os policiais invadiram o quarto, usando uma chave da portaria, e resgataram o casal. Levaram-no para a delega- cia. A detetive esperava por eles. Lamentou: - Teremos que esperar que acordem, para poder saber o endereço da médica. Se ela não mostrar provas da ordem da UFRPE para fazer as experiências com humanos, eu a encar- cero como cúmplice dos crimes. - Acha que vão demorar a acordar? - Perguntou o sar- gento. - Acho, sim. - Então, o que faremos, enquanto isso? Pouco depois, os dois se agarravam, trancados na sala
  • 55. EHROS TOMASINI 55 dele. A detetive havia ficado excitada, ao ver o cuidador de animais nu. Ainda mais que esperava transar com ele na noi- te seguinte, como haviam marcado. Não iria perder a opor- tunidade de foder com o sargento, por mais que achasse a sua bilola curta. Mas ao cara trepava bem e ela não iria poder esperar por você-sabe-quem. Naquela noite, era a folga dele. E quando estava de folga, o comissário prestava assistência em casa, pois todos sabiam que sua esposa era insaciável, ao ponto dele preferir trepar com outras. A detetive prendeu a primeira gozada. Conseguiu prender também a segunda. Mas o sargento era muito gosto- so. Num instante a fez ir ao delírio, quando fodeu o rabo em- pinado dela. Haviam trancado a porta à chave. Não seriam incomodados tão cedo, apesar de todos saberem que estavam fodendo. Os gemidos de prazer podiam ser ouvidos do lado de fora da sala. FIM DA SÉTIMA PARTE
  • 56. INSÔNIA56 INSÔNIA - Cap. 08 Só depois que o telefone tocou várias vezes é que o sargento ouviu a voz feminina do outro lado da linha. Identificou- -se: - Oi, doutora. É o sargento Ferreira. Sei que pediu para eu não te ligar, mas a coisa é urgente. - Porra, ainda bem que meu marido não acordou. Não podia esperar para me ligar amanhã? - Não. Recebi ordens de te prender. - O que disse? - Isso mesmo. O comissário andou falando com a UFR- PE e descobriu que você não tem autorização da universidade para fazer experiências com humanos. Vão te prender como cúmplice de assassinato. Mas eu posso te livrar da prisão, se você não for pega já. Mandaram uma viatura, neste momen- to, para te prender em casa. Fuja já daí. Vá para aquela casa de praia onde nos encontramos e eu te encontro lá. Te levo para
  • 57. EHROS TOMASINI 57 algum lugar onde possa ficar em segurança. - Está bem. Daqui a meia hora estarei lá. Não me faça esperar, por favor. Assim que desligou, a mulata ligou para um número da sua agenda. Quando atenderam, falou: - Não diga nada, pois não temos tempo. Eu sei que foi você quem matou a coroa e a jogou na frente do Horto. Esta- mos em perigo. Você vai ter que matar novamente. Depois, nós dois fugimos juntos, como você sempre quis. Vá armado e me espere lá na casa de praia. Estarei lá em meia hora. Antes que a pessoa que recebeu a ligação dissesse algo, ela desligou. Estava afobada. Todos os seus planos estavam sendo destruídos. Precisava fugir. Porém, não faria isso com o sargento, apesar de ter gostado de transar com ele. Mas não iria trocar o amante de longas datas pelo militar. Pegou umas poucas mudas de roupa, colocou tudo numa sacola e saiu sem sequer dar um beijinho no marido adormecido. Não gostava mais dele. Só não o deixara ainda por temer sua índole vio- lenta. O cara era militar do Exército e decerto a mataria, se desconfiasse de que era traído. Colocou as sacolas no carro e deu partida. Saiu devagar, para não fazer muito barulho e acordar o oficial das Forças Armadas. O que ela não sabia era que o marido já estava acorda- do desde que ouvira seu celular tocar. O sujeito fingiu dormir mas ficou ligado no que ela falava. Já havia um tempo, vinha desconfiado de que era traído pela mulata. Trincou os dentes de ódio, quando ouviu o barulho do motor do carro dan- do partida. Mas não tinha pressa. Ouvira ela marcando com alguém na casa de praia que tinham em Olinda. Daria um tempo para flagra-la com o amante lá. Quando a doutora Moacyra chegou na casa de vera-
  • 58. INSÔNIA58 neio, o sargento já a esperava afobado. Estava à paisana e ti- nha várias sacolas de mantimentos na mão. Deu um longo beijo nos lábios da mulata e entregou as sacolas a ela. Disse: - Nem precisa sair do carro. Vamos embora daqui. Te levo até João Pessoa e te deixo hospedada em algum hotel de lá. Amanhã, vou te buscar para te levar para um lugar mais escondido que mantenho alugado naquela cidade. - Tudo bem, mas vou ter que entrar na casa. Preciso pegar algumas coisas lá dentro. Me espere aqui. Volto logo. O sargento estava tão agoniado que nem discutiu com ela. Também não viu um carro parar mais adiante e dele des- cer um cara. Quando percebeu, o sujeito veio em sua dire- ção mas estava bem vestido e não parecia suspeito, então o sargento relaxou. Foi o erro do sargento Ferreira. Levou três tiros à queima-roupa. Morreu de olhos aboticados, sem en- tender o que estava acontecendo. Dentro da casa, a médica ouviu os disparos. Como já era quase meia-noite, a rua estava deserta àquela hora. Não se apressou. Continuou escolhendo alguns sapatos para levar na fuga. Não convinha deixar o sargento vivo. Ele poderia rebelar-se e a delatar mais tarde, quando soubesse que não era exclusivo dela. O seu amante deveria estar esperando por ela do lado de fora, depois de atirar no sargento. Terminou de ajeitar as sacolas e saiu tranquilamente. Quando ia trancar a porta por fora, assustou-se com a presença de um sujeito que a olhava de forma furiosa. Ela apavorou-se, quando viu a pis- tola na mão do cara. Quando ia gritar por socorro, recebeu três tiros no peito. Morreu com uma expressão de surpresa no rosto. O assassino olhou em volta e assegurou-se de que não tinha sido visto. Pegou a chave caída junto dela e abriu a por- ta. Carregou-a até a cama. Deitou-a lá, sem tirar-lhe as rou-
  • 59. EHROS TOMASINI 59 pas. Depois, voltou para a frente da casa e pegou o cadáver do sargento. Carregou-o no ombro até o interior da residên- cia e jogou-o ao lado da mulata. Os dois ficaram deitados lado a lado, ambos sujos de sangue. O sujeito continuou seu serviço. Limpou cuidadosamente todos os pingos de sangue do chão, desde onde tinha assassinado o sargento. Deixou as chaves dos dois carros no bolso de cada um dos defuntos, após limpar as impressões digitais delas. O assassino já vinha planejando aquilo havia algum tempo, desde que desconfiara da esposa traidora. Depois, colocou todos os molambos uti- lizados para limpar o sangue em um saco plástico grande de lixo, atou-o a uma pedra e jogou-o ao mar, que ficava bem perto. Finalmente, trancou a casa com os cadáveres dentro e foi-se embora. Depois, se livraria da arma do crime, que era “fria”, sem numero de série ou qualquer outra identificação. E P Ì L O G O O diretor do Horto, o senhor Rosalvo Melo, ainda amava a ex-esposa. A coroa gostosona o deixava maluco com suas traições, mas adorava fazer sexo com ela. Depois de várias tentativas, conseguira marcar um encontro com a amada em seu apartamento em Olinda. Sabia que ela tinha um amante que era taxista. Flagara-a várias vezes aos beijos com ele. O cara a levava da casa da filha (que ele odiava por ser tão “galinha” quanto a mãe) para Olinda, a troco de uma foda com ela. Por diversas vezes, Rosalvo esperara escondido perto da casa dela, mas não tivera coragem de brigar com o cara pelo amor da ex-mulher. Anotou a placa do taxista e engendrou um plano assassino: iria matar os dois. Antes, porém, daria uma última foda com ela. Já era casado com outra, mas a coroa não lhe saía do pensamento. Investigou e conseguiu o número do celular do taxista. Ligou para ele. O cara fazia ponto na frente do Hospital Agamenon Magalhães. Ele disse que estava com o carro quebrado perto do Horto de
  • 60. INSÔNIA60 Dois Irmãos e precisava de um táxi. O pobre taxista, doido para descolar uma corrida, nem perguntou como ele tinha seu número. Quando chegou perto do Horto, o cara o espera- va perto do carro estacionado num local ermo, como dissera por telefone. Tinha uma fotografia nas mãos e a mostrou ao taxista. Perguntou: - Conhece? O profissional do volante deu um riso safado. Respon- deu: - Essa coroa é uma puta safada. Todas as vezes, liga para mim e diz que está sem dinheiro. Eu a levo para a casa dela, em Olinda, e damos as melhores trepadas dentro do carro. Às vezes ela me chama para dentro da residência. É quando nem ligo se ainda preciso ganhar dinheiro. Passo a noite com ela. O diretor do zoológico se conteve. Disse pro cara: - Pois eu te dou uma grana preta se você ligar para ela e marcar na casa de Olinda hoje. - Disse Rosalvo, já na inten- ção de matar o casal. - Hoje não dá. Ela me disse que iria passar a noite na casa da filha. - Tente. Se ela topar, você ganha o que eu te disse. - Porra, cara, por que tudo isso? - Eu quero foder com ela, mas sou tímido -, mentiu o diretor - Porém, hoje estou cheio de coragem. Nem que tenha de pega-la à força. - Não vai ser preciso, cara. Se quiser, eu a convenço a trepar contigo. - Se fizer isso, ganha uma grana extra. - Quanto está disposto a me pagar? - Duzentos paus, está bom? - Fechado. Agora, deixa eu ligar pra ela. O taxista pegou seu celular e fez a ligação. Marcou com
  • 61. EHROS TOMASINI 61 ela na frente da casa, em Olinda, mas não disse nada sobre o cliente. Ela topou. Quando o profissional terminou a liga- ção, o diretor do Horto o esfaqueou várias vezes de surpre- sa. Certificou-se de que não havia sido visto, àquela hora da madrugada, e pegou as chaves e o carro do cara, deixando o seu próprio carro lá. Qualquer coisa, diria que teve o car- ro roubado e o abandonaram ali. O coração queria sair pela boca. Fazia uns três dias que não dormia, aliando a insônia que há muito o afligia com a adrenalina de matar o aman- te da esposa. Ela também teria o seu quinhão na vingança que ele planejara. Encostou o táxi em algum lugar longe do Horto e ligou para a ex-mulher. Conseguiu convence-la de se encontrar rapidinho com ele na frente de casa, em Olinda, para discutirem a relação. Mas ela não iria ficar com ele. Dis- se que já tinha marcado um encontro com outro. Ele aceitou a condição. Rumou para onde ficava o ponto de táxi do cara assassinado, na frente do HAM, perto de onde a filha morava e sabendo que a coroa estava lá, querendo ganhar coragem para ir à casa dela e mata-la. Qual não foi a sua surpresa ao ver a coroa boazuda descer e beijar o taxista, bem no ponto onde ele estava? Fi- cou com ódio do motorista de táxi que recebeu o beijo, mas aquietou-se. Quando ela entrou no carro em que ele estava e o reconheceu, ficou cismada. Ele disse: - Vamos antes lá no Horto, onde você sabe que eu tra- balho. Quero te mostrar uma coisa. Depois, te levo na tua casa em Olinda, tudo bem? - Leva, mesmo? De quem é este taxi? - É do teu amante. Ele me alugou até de manhã. - Men- tiu - Está me esperando na casa de uma nega dele, lá em Dois Irmãos. - Aquele safado. Eu bem que sabia que ele era cheio de raparigas. Vamos. Quero fazer uma surpresa a ele. - Não quer me dar uma chupadinha até chegarmos lá?
  • 62. INSÔNIA62 Eu estou carente. - Você tem o pinto pequeno. Sabe muito bem que ado- ro homens de paus grandes. E que olheiras são essas? - Insônia. Tenho estado várias noites sem dormir. Mas também tenho feito um tratamento. Meu pau está bem maior que antes. - Só acredito vendo. Ela espantou-se quando ele botou o pênis para fora das calças. Ficou contente. O pau do cara estava enorme e gros- so. Colocou-o na boca. Masturbava-o, enquanto o chupava. Apesar disso, Rosalvo quase não desviava a atenção da es- trada, deserta àquela hora. Quando se aproximou da praça defronte ao Horto, lhe veio a ideia. A estupraria ali, depois soltaria os leões para devorá-la. Não temia os bichos pois já fora cuidador deles. Sabia como amestra-los. Puxou a coroa em direção à grama da praça. Ela foi toda contente, doida para levar aquele rebolo na xoxota. Tiraram a roupa, mesmo sob o perigo de serem flagrados nus, e deitaram-se na rel- va. Ela veio por cima. No entanto, o diretor começou a agir de forma estranha. Rosnava como um bicho e sua rola ficou maior e mais grossa ainda. Ela sentiu a boceta ser arrombada. Pediu que ele parasse, mas ele continuou a fodê-la. Ela tentou gritar por socorro e ele começou a estrangulá-la. Quando a viu desfalecer, Rosalvo a virou de bunda pra cima e arrombou também o seu ânus. Só depois que ela es- tava bastante ensanguentada é que percebeu que a ex-esposa estava morta. Esgueirou-se, ainda nu, até o zoológico e sol- tou os leões usando as cópias das chaves que tinha. Para a sua surpresa, os animais não tocaram na mulher. Frustrado, ele pegou o taxi e voltou ao local onde o taxista permanecia. Amarrou seu próprio carro ao táxi e rebocou o veículo dali. Deixou-o distante, numa rua erma, desatrelou-o do seu car- ro e entrou nele. Deixou o táxi abandonado e foi-se embora
  • 63. EHROS TOMASINI 63 no seu próprio veículo. Não percebeu que o celular da coroa havia caído no assoalho do táxi. No entanto, o sono foi maior que ele. Adormeceu dentro do carro em um lugar qualquer, longe dali. Agora, a mulata havia ligado para ele dizendo precisar de ajuda. Iria matar de novo, mas isso não mais o incomoda- va. Depois, fugiria com ela, já que eram amantes havia anos. A Polícia estava atrás deles. Iria com ela para bem distante de Pernambuco e viveriam felizes para sempre. Vinha guardan- do um dinheiro no banco e sabia que Moacyra também era cautelosa. Decerto também tinha alguma grana acumulada. Chegou à casa de praia dela. Reconheceu o carro da mulata parado na frente, junto com outro. Ficou com raiva, pois acreditava que ela estava com um amante ali dentro da residência, esperando que ele o matasse. Tudo bem. Faria isso por ela. Tinha uma cópia da chave da casa dela. Abriu a porta sem fazer barulho. A residência estava às escuras. Acendeu a lâmpada. Quase grita de susto, ao ver o casal de cadáveres sobre a cama. Saiu correndo e deixou a casa aberta. Foi visto por um vizinho de Moacyra, que espionava da própria janela, achando o movimento suspeito na casa àquela hora, mas Ro- salvo não lhe deu a devida atenção. O vizinho, no entanto, o tinha reconhecido. Sua imagem estivera na tevê durante todo o dia, com os policiais procurando por ele. Davam recom- pensa para quem desse informação. O vizinho logo estava ligando para a Polícia, afirmando ter visto o diretor do zooló- gico e cobrando a sua recompensa. Rosalvo estava tenso. Ficara sem balas e não pudera atirar no vizinho. Se fora reconhecido pelo cara, não pode- ria voltar para o trabalho nem para junto da atual esposa. Lembrou-se da casa da coroa que assassinou, sua ex-amante. Sabia que ela morava sozinha. Àquela hora da madrugada,
  • 64. INSÔNIA64 não seria incomodado se fosse para lá. Conseguiu arrombar a porta da casa da ex-esposa sem alarde. Jogou-se na cama. A urgência de dormir era insuportável. Acabara-se a insônia. Pretendia cochilar um pouco. No outro dia, veria o que fazer da sua vida. No entanto, seria pego no dia seguinte, após diligências feitas pela detetive Ana Mendonça e seu comissário, após de- núncia do vizinho da médica. Foi preso pelos assassinatos do sargento Ferreira, da doutora Moacyra, do taxista e da coroa boazuda, sua ex-mulher, em cuja residência foi pego dormin- do. O marido corno da médica acabou ficando impune. FIM DA SÉRIE.