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TÁCTICA VS ESTRATÉGIA
Táctica: É o método pelo qual se implementa uma estratégia. É uma medida,
   ou
         conjunto de medidas que se executam para concretizar um plano.


Estratégia: É um plano a longo prazo, desenhado/ concebido para se
   ultrapassarem
          os obstáculos que impedem a concretização de um, ou mais,
          objectivo(s).




                                                                            2
1. QUAIS SÃO OS NOSSOS OBJECTIVOS?
Uma vez esclarecidos sobre as diferenças entre uma e uma estratégia, a
  primeira
coisa que devemos fazer é perceber com clareza quais são os nossos
   objectivos e o
que é que pretendemos ganhar com isso.


Por exemplo: Queremos derrotar uma medida política à qual nos opomos
   ou
queremos apenas expressar a nossa oposição à mesma? Estamos a tentar
   arranjar
apoios para uma medida política alternativa, ou queremos apenas derrotar
   a medida
actual? Acreditamos que é possível uma vitória sobre essa política, ou
   acreditamos
que o melhor que conseguimos fazer é manifestar publicamente o nosso
   desagrado?


                                                                           3
1. QUAIS SÃO OS NOSSOS OBJECTIVOS?
Uma vez conscientes do objectivo que pretendemos alcançar, torna-se
  mais fácil
desenhar uma estratégia. Nessa estratégia devemos considerar alguns
   elementos
como:


•   Quem é que se opõe à realização dos nossos objectivos;
•   Qual é o grau de importância que atribuem à derrota dos nossos
    esforços;
•   Que tipo de recursos ou meios podem utilizar contra nós.




                                                                      4
1. QUAIS SÃO OS NOSSOS OBJECTIVOS?
Paralelamente devemos também levar em linha de conta outros elementos
   como:


•   Quem está do nosso lado;
•   Quem nos apoia;
•   Quem ainda não está mas pode ser trazido para o nosso lado;
•   Qual é o seu grau de empenho;
•   Que recursos podemos mobilizar para a causa que defendemos.


Respondidas estas questões, há condições para montar um plano
estratégico que fortaleça os nossos recursos e ao mesmo tempo,
neutralize os dos nossos adversários.




                                                                        5
2. COMO ESCOLHER AS TÁCTICAS?
Quando pretendemos escolher as tácticas para implementar a nossa
   estratégia, a
primeira coisa a considerar é a diversidade de efeitos e impactos que
   podem ser
produzidos.
Cada táctica produz um, ou mais, efeito(s) e pode ter diversos impactos.
   Neste
sentido, quando temos de escolher entre uma ou outra táctica devemos
   sempre ter
em consideração o tipo de efeitos que precisamos de produzir para que
   possamos
implementar a nossa estratégia e alcançar o nosso objectivo.
Normalmente as tácticas de protesto são pensadas para produzir, pelo
   menos, 6
tipos de efeitos diferentes.



                                                                           6
2.1 EFEITOS DE TESTEMUNHO
Este é um efeito que não é concebido para ter efeitos práticos nos
   acontecimentos.
Estes são efeitos que apenas visam denunciar uma injustiça que, de outra
   forma,
passaria despercebida ao público em geral. São efeitos que têm uma base,
essencialmente, moral e que produzem algum impacto junto de um público
   mais
religioso.
As tácticas que se podem utilizar para produzir este tipo de efeitos são, por
   exemplo:
•   As vigílias;
•   A greve de fome;
•   A resistência ao pagamento de impostos;
•   Objecção de consciência.
O que conta aqui não é o número de apoiantes mas o principio moral.




                                                                                7
2.2 EFEITOS DE EXPRESSÃO
Quando se procura produzir efeitos de expressão, aquilo que estamos a
   tentar fazer é
fazer com que as nossas vozes sejam ouvidas. Queremos manifestar as
    nossas
angústias, preocupações ou frustrações. Queremos manifestar a nossa
   indignação
com algo e queremos fazê-lo publicamente.


Quando se procura produzir efeitos desta natureza já é necessário
   considerar os
números de adesão.




                                                                        8
2.3 EFEITOS ARGUMENTATIVOS
Enquanto algumas tácticas de protesto servem para manifestar o nosso
descontentamento com alguma coisa, outras pretendem apresentar
   argumentos e
Lançá-los para o debate público.
Isto é o que, normalmente, acontece quando se apresentam as razões para
    se estar
a favor, ou contra, uma determinada medida política ou uma ideia, etc. A
    grande
diferença entre as tácticas de protesto com efeitos de expressão e as
    tácticas de
protesto com efeitos argumentativos é o facto destas últimas serem
   orientadas para
um público que esperamos convencer e conquistar. Nestas tácticas,
   costuma-se
recorrer à “simpatia” dos média para se fazer passar a mensagem.



                                                                           9
2.4 EFEITOS DE SOLIDARIEDADE
Algumas tácticas de protesto servem para estabelecer laços de
   solidariedade. São
utilizadas para promover e criar um sentimento colectivo de propósito em
     públicos
que, por algum motivo, se sentem isolados ou ostracizados.
Estas tácticas servem para dizer às pessoas que, se sentem nesta situação
   de
isolamento que, não estão sozinhas e que pertencem a uma comunidade
    maior.
Para produzir este efeito é necessário um número, relativamente, elevado
   de
aderentes dado que, quantos mais melhor.




                                                                            10
2.5 EFEITOS DEMONSTRATIVOS
São, normalmente, os protestos levados a cabo pelas centrais sindicais e
   são
especificamente desenhados para demonstrar que as suas pretensões têm
   o apoio
das massas.
Os exemplos destas tácticas são as manifestações sindicais ou o
   lançamento de uma
petição de grande dimensão.
O problema com uma campanha desenhada para produzir efeitos
   demonstrativos é
que pode acabar por não demonstrar nada se os números da adesão não
   forem
significativos. Para além disso, a maioria das pessoas acredita que os
   decisores
políticos respondem melhor a uma elite de opinion-makers , do que à
    opinião pública
em geral.
                                                                           11
2.6 EFEITOS DE RUPTURA
Algumas tácticas de protesto são desenhadas para maximizar a ruptura
   numa prática
ou numa instituição fazendo-a incorrer em custos. O exemplo clássico
   destas tácticas
são as greves gerais. No entanto, também é possível provocar efeitos de
   ruptura
numa escala mais pequena através de:
•   Sit-ins;
•   Sabotagens;
•   Boicotes.
As tácticas de ruptura são, basicamente, sustentadas pela ideia de que é
necessário aumentar os custos da implementação das medidas às quais
nos opomos.




                                                                           12
3. RESUMO ESQUEMÁTICO
Esquematicamente podemos resumir esta forma de pensar em 3 fases:


                               1. Identificação
                                 dos efeitos
                                necessários




                             2.
                       Hierarquização
                       de prioridades




                              3. Consistência
                              entre as tácticas
                              e as prioridades




                                                                    13
3.1 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS
Trata-se de identificar os efeitos que é necessário produzir para que a
    nossa
estratégia seja bem sucedida. Isto é, do que é que precisamos?
•   Precisamos de apoio político?
•   É suficiente que os nossos adversários se sintam intimidados pela
    nossa capacidade em lhes impor custos?
•   Precisamos de mobilizar milhares de pessoas ou só precisamos de
    algumas altamente motivadas e dispostas a correrem riscos?
•   Precisamos da simpatia pública?




                                                                          14
3.2 HIERARQUIZAÇÃO DE PRIORIDADES


Depois de identificarmos quais são os efeitos que precisamos de produzir
   para
implementar a nossa estratégia , vamos ter de hierarquizá-los em termos
   de
Importância para que possamos estabelecer prioridades.




                                                                           15
3.3 CONSISTÊNCIA ENTRE AS TÁCTICAS E AS
PRIORIDADES

Para cada decisão táctica que tomamos temos que garantir que, a mesma,
   é
consistente com as prioridades estabelecidas.




                                                                         16
4. CONCLUSÃO
Todos temos uma tendência natural para querermos que gostem de nós, mas
   por
vezes surgem situações que não podem ser ultrapassadas adoptando uma
   atitude
Passiva e conformada com o modelo em vigor. É nesses momentos que
   assistimos a
acções de protesto, cujas tácticas variam em função dos objectivos que se
pretendem alcançar.
Por fim, para que as tácticas sejam bem sucedidas tem de existir uma análise
Realista, das forças adversárias que esperamos encontrar e dos meios que
   temos ao
nosso dispor para as derrotar.



Nota: este texto não está escrito (nem nunca estará) em conformidade com a imbecilidade que é o novo
     acordo
ortográfico. - Anthrax




                                                                                                       17

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Tácticas de protesto 101

  • 1.
  • 2. TÁCTICA VS ESTRATÉGIA Táctica: É o método pelo qual se implementa uma estratégia. É uma medida, ou conjunto de medidas que se executam para concretizar um plano. Estratégia: É um plano a longo prazo, desenhado/ concebido para se ultrapassarem os obstáculos que impedem a concretização de um, ou mais, objectivo(s). 2
  • 3. 1. QUAIS SÃO OS NOSSOS OBJECTIVOS? Uma vez esclarecidos sobre as diferenças entre uma e uma estratégia, a primeira coisa que devemos fazer é perceber com clareza quais são os nossos objectivos e o que é que pretendemos ganhar com isso. Por exemplo: Queremos derrotar uma medida política à qual nos opomos ou queremos apenas expressar a nossa oposição à mesma? Estamos a tentar arranjar apoios para uma medida política alternativa, ou queremos apenas derrotar a medida actual? Acreditamos que é possível uma vitória sobre essa política, ou acreditamos que o melhor que conseguimos fazer é manifestar publicamente o nosso desagrado? 3
  • 4. 1. QUAIS SÃO OS NOSSOS OBJECTIVOS? Uma vez conscientes do objectivo que pretendemos alcançar, torna-se mais fácil desenhar uma estratégia. Nessa estratégia devemos considerar alguns elementos como: • Quem é que se opõe à realização dos nossos objectivos; • Qual é o grau de importância que atribuem à derrota dos nossos esforços; • Que tipo de recursos ou meios podem utilizar contra nós. 4
  • 5. 1. QUAIS SÃO OS NOSSOS OBJECTIVOS? Paralelamente devemos também levar em linha de conta outros elementos como: • Quem está do nosso lado; • Quem nos apoia; • Quem ainda não está mas pode ser trazido para o nosso lado; • Qual é o seu grau de empenho; • Que recursos podemos mobilizar para a causa que defendemos. Respondidas estas questões, há condições para montar um plano estratégico que fortaleça os nossos recursos e ao mesmo tempo, neutralize os dos nossos adversários. 5
  • 6. 2. COMO ESCOLHER AS TÁCTICAS? Quando pretendemos escolher as tácticas para implementar a nossa estratégia, a primeira coisa a considerar é a diversidade de efeitos e impactos que podem ser produzidos. Cada táctica produz um, ou mais, efeito(s) e pode ter diversos impactos. Neste sentido, quando temos de escolher entre uma ou outra táctica devemos sempre ter em consideração o tipo de efeitos que precisamos de produzir para que possamos implementar a nossa estratégia e alcançar o nosso objectivo. Normalmente as tácticas de protesto são pensadas para produzir, pelo menos, 6 tipos de efeitos diferentes. 6
  • 7. 2.1 EFEITOS DE TESTEMUNHO Este é um efeito que não é concebido para ter efeitos práticos nos acontecimentos. Estes são efeitos que apenas visam denunciar uma injustiça que, de outra forma, passaria despercebida ao público em geral. São efeitos que têm uma base, essencialmente, moral e que produzem algum impacto junto de um público mais religioso. As tácticas que se podem utilizar para produzir este tipo de efeitos são, por exemplo: • As vigílias; • A greve de fome; • A resistência ao pagamento de impostos; • Objecção de consciência. O que conta aqui não é o número de apoiantes mas o principio moral. 7
  • 8. 2.2 EFEITOS DE EXPRESSÃO Quando se procura produzir efeitos de expressão, aquilo que estamos a tentar fazer é fazer com que as nossas vozes sejam ouvidas. Queremos manifestar as nossas angústias, preocupações ou frustrações. Queremos manifestar a nossa indignação com algo e queremos fazê-lo publicamente. Quando se procura produzir efeitos desta natureza já é necessário considerar os números de adesão. 8
  • 9. 2.3 EFEITOS ARGUMENTATIVOS Enquanto algumas tácticas de protesto servem para manifestar o nosso descontentamento com alguma coisa, outras pretendem apresentar argumentos e Lançá-los para o debate público. Isto é o que, normalmente, acontece quando se apresentam as razões para se estar a favor, ou contra, uma determinada medida política ou uma ideia, etc. A grande diferença entre as tácticas de protesto com efeitos de expressão e as tácticas de protesto com efeitos argumentativos é o facto destas últimas serem orientadas para um público que esperamos convencer e conquistar. Nestas tácticas, costuma-se recorrer à “simpatia” dos média para se fazer passar a mensagem. 9
  • 10. 2.4 EFEITOS DE SOLIDARIEDADE Algumas tácticas de protesto servem para estabelecer laços de solidariedade. São utilizadas para promover e criar um sentimento colectivo de propósito em públicos que, por algum motivo, se sentem isolados ou ostracizados. Estas tácticas servem para dizer às pessoas que, se sentem nesta situação de isolamento que, não estão sozinhas e que pertencem a uma comunidade maior. Para produzir este efeito é necessário um número, relativamente, elevado de aderentes dado que, quantos mais melhor. 10
  • 11. 2.5 EFEITOS DEMONSTRATIVOS São, normalmente, os protestos levados a cabo pelas centrais sindicais e são especificamente desenhados para demonstrar que as suas pretensões têm o apoio das massas. Os exemplos destas tácticas são as manifestações sindicais ou o lançamento de uma petição de grande dimensão. O problema com uma campanha desenhada para produzir efeitos demonstrativos é que pode acabar por não demonstrar nada se os números da adesão não forem significativos. Para além disso, a maioria das pessoas acredita que os decisores políticos respondem melhor a uma elite de opinion-makers , do que à opinião pública em geral. 11
  • 12. 2.6 EFEITOS DE RUPTURA Algumas tácticas de protesto são desenhadas para maximizar a ruptura numa prática ou numa instituição fazendo-a incorrer em custos. O exemplo clássico destas tácticas são as greves gerais. No entanto, também é possível provocar efeitos de ruptura numa escala mais pequena através de: • Sit-ins; • Sabotagens; • Boicotes. As tácticas de ruptura são, basicamente, sustentadas pela ideia de que é necessário aumentar os custos da implementação das medidas às quais nos opomos. 12
  • 13. 3. RESUMO ESQUEMÁTICO Esquematicamente podemos resumir esta forma de pensar em 3 fases: 1. Identificação dos efeitos necessários 2. Hierarquização de prioridades 3. Consistência entre as tácticas e as prioridades 13
  • 14. 3.1 IDENTIFICAÇÃO DOS EFEITOS Trata-se de identificar os efeitos que é necessário produzir para que a nossa estratégia seja bem sucedida. Isto é, do que é que precisamos? • Precisamos de apoio político? • É suficiente que os nossos adversários se sintam intimidados pela nossa capacidade em lhes impor custos? • Precisamos de mobilizar milhares de pessoas ou só precisamos de algumas altamente motivadas e dispostas a correrem riscos? • Precisamos da simpatia pública? 14
  • 15. 3.2 HIERARQUIZAÇÃO DE PRIORIDADES Depois de identificarmos quais são os efeitos que precisamos de produzir para implementar a nossa estratégia , vamos ter de hierarquizá-los em termos de Importância para que possamos estabelecer prioridades. 15
  • 16. 3.3 CONSISTÊNCIA ENTRE AS TÁCTICAS E AS PRIORIDADES Para cada decisão táctica que tomamos temos que garantir que, a mesma, é consistente com as prioridades estabelecidas. 16
  • 17. 4. CONCLUSÃO Todos temos uma tendência natural para querermos que gostem de nós, mas por vezes surgem situações que não podem ser ultrapassadas adoptando uma atitude Passiva e conformada com o modelo em vigor. É nesses momentos que assistimos a acções de protesto, cujas tácticas variam em função dos objectivos que se pretendem alcançar. Por fim, para que as tácticas sejam bem sucedidas tem de existir uma análise Realista, das forças adversárias que esperamos encontrar e dos meios que temos ao nosso dispor para as derrotar. Nota: este texto não está escrito (nem nunca estará) em conformidade com a imbecilidade que é o novo acordo ortográfico. - Anthrax 17