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ESTUDO BÍBLICO 22/04/2007
Título: Babel e Pentecostes.
Tema: A ação religadora do Espírito Santo.
Tese: O dia de Pentecostes foi o inverso de Babel.
Texto/Autor: Prof. Antonio de Jesus.
1. A confusão em Babel.
Deus criou o mundo e tudo que nele há (Gn 1.1-2.6)1
. Criou também o Homem, conforme a sua
“imagem e semelhança” (Gn 1.27). Porém, o Homem desobedeceu e pecou (Gn 3). Como
conseqüência da “ciência do bem e do mal” vieram várias maldições (Gn 3.14-19). Entre elas, a
morte (Gn 2.17; 3.19). Doravante, o Homem se tornou arrogante e violento. Surge o primeiro
homicídio, entre irmãos (Gn 4.8,23,24). A corrupção do gênero humano chegou a tal ponto que Deus
resolveu dizimar a raça humana e, consequentemente, a natureza: veio o Dilúvio (Gn 6.1,3,5-7,11-
13). A partir de Noé, Deus permite que o Homem novamente se multiplique (Gn 6.17,18; 9.1).
Contudo, outra vez o Homem se torna arrogante e ambiciona fazer um nome para si chegando ao
Céu por seus próprios meios: Surge a “Torre de Babel” (11.1-4). Talvez, mitologicamente, uma
tentativa de destronar Deus (Mitologia Grega: escalada do Olimpo por titãs revoltosos, Gn 3.4-6).
Ainda hoje, através da “ciência” do bem e do mal (1Co 8.1b; 1Tm 6.20,21) e de suas “torres-de-
arrogância” (Dn 4.17-22,25-34), o Homem procura a sua autonomia, bem distante de Deus
(modernidade e pós-modernidade). Entretanto, esquece-se que é CRIATURA e não CRIADOR (Gn
2.7;3.19; Sl 103.14-16; Is 45.9,11,12; Ef 2.10). Destarte, Deus ridiculariza os projetos humanos
através da confusão (Gn 11.7,8; Pv 19.21; Tg 4.13-16).
Babel (hb. Confusão, Gn 11.9) ficava localizada na terra de Sinar (Senaar, Sumer, Shinear, Suméria,
Gn 10.10), posteriormente chamada de Babilônia (Região do Iraque) ou, em termos gerais,
Mesopotâmia 2
(região “entre rios”, Tigre e Eufrates). Os homens dessa região queriam criar uma
civilização de domínio imperialista, uma unidade através do poder político-religioso. Para tanto,
iniciaram a construção de uma “pirâmide sagrada” (templo-torre), com andares chamados
“zigurate’s”, que chegaria até o céu, possivelmente, uma tentativa de formalizarem um culto idólatra:
o deus supremo dos babilônios, nesta época, era Anu (o Céu). Ele era o primeiro de duas
“trindades/tríades” de deuses da terra dos caldeus: 1.ª) Anu (o Céu), Enlil (a Terra) e Ea (a Água);
2.ª) Sin (a Lua), Shamash (o Sol) e Ishtar (Vênus [Estrela?]).
Como retaliação aos projetos imperialistas e idólatras do Homem, Deus confundiu as línguas 3
.
Babel é uma clara ridicularização das pretensões de Babilônia (berço das nações, Gn 2.10-14) à
dominação universal (Is 14.4-23; Tg 4.6; 1 Pd 5.5), o autor liga Babel (isto é, A porta-dos-deuses,
Bab-ilani [Babilônia]) à raiz balal “confundir, perturbar, misturar” 4
. Temos, assim, “a confusão das
línguas e a dispersão do Homem” (Gn 11.7-9).
2. A Promessa do derramamento do Espírito Santo no AT.
No passado (AT), o Espírito Santo de Deus era concedido aos homens que exerciam uma
determinada missão, tais como: Juízes, Reis, Profetas e Lideranças “carismáticas”. O Espírito era
dado por medida (Nm 11.16,17; Jz 6.34; 1 Sm 9.17; 10.10,11; 16.13,14; 2 Re 2.9). Porém, desde o
AT, era projeto de Deus derramar do seu Espírito sobre toda a carne (Is 32.15; 44.3; Jl 2.28).
1
Provavelmente, o Jardim do Éden ficava localizado na rigião próxima ao golfo Pérsico, na Mesopotâmia, num lugar chamado “Eridu”,
região adjacente a Ur dos caldeus (Babilônia).
2
Foi na região da Mesopotâmia que surgiram os primeiros Impérios da Humanidade (Sargão I [2350 a.C.], Dungi e Hamurabi
[1728-1686 a.C.], Teglat-Falasar I e III, Senaqueribe [705-681 a.C.], Nabopalassar, etc...).
3
BÍBLIA. Bíblia Pentecostal [Grande]. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 47: Origem das Nações.
4
BÍBLIA. Bíblia Tradução Ecumênica [TEB]. São Paulo: Ed. Loyola, 1994, comentário sobre Gn 11.
1
3. A Promessa do Derramamento do Espírito Santo no NT.
João Batista, o núncio do messias, anunciou que, após ele, viria um que batizaria com o Espírito
Santo e com fogo (Mt 3.11). Ele faz clara referência à pessoa de Jesus Cristo. O qual veio trazer o
cumprimento da antiga Promessa (Mt 3.16; Lc 4.17-19,21; Jo 14.16,17,26; 20.22; Lc 24.49).
4. Pentecostes.
Inicialmente, essa comemoração era conhecida como Festa das Primícias, depois Festa das
Semanas (sete semanas após a Festa dos Asmos [Páscoa], Nm 26.28), por fim, recebeu o nome de
Pentecostes (Grego: “qüinquagésimo” [50º]): era celebrada cinqüenta dias depois da oferta do
primeiro feixe de espigas de cevada e de trigo (+/- Maio-Junho, Lv 23.9-14,15 e 16).
“A partir de At 2, Pentecostes é o dia do derramamento do Espírito Santo. Nesse evento, que
sucedeu a ressurreição de Jesus, aconteceu a primeira experiência comunitária do Espírito na Igreja
de Jesus Cristo” (RÜCKERT. Teologia Bíblica do NT. Vitória: FTU, 2006, p. 51).
5. A Ação Dinâmica do Espírito Santo na Igreja.
5.a) Glorificando ao Pai e ao Filho:
Como participante da Trindade, o Espírito Santo recebeu a incumbência de continuar a Obra da
Salvação e, assim, glorificar ao Pai e ao Filho (Jo 15.26; 16.8,14; 17.21,23).
5.b) Edificando-a através dos Dons:
O Dom do Espírito e os Dons Espirituais foram dados para a capacitação e edificação da Igreja (At
1.8). Através dEle’s a Igreja se mostra, ao mundo, como “o Corpo Místico de Cristo” (Ef 1.22,23; 1
Co 12.12). Os Dons propiciam: Comunhão (1 Co 12.7,26; 14.3-5; Ef 2.18-21; 4.12,14,15);
Fortalecimento na Fé (Rm 1.11,12; 12.3,6; 1 Ts 1.3); Santificação (Rm 8.1); Humildade e Fervor (At
5.40-42; 10.25,26; 14.14,15); Frutos (Jo 15.16; Gl 5.22).
5.c) Impulsionando-a à Missão:
O Espírito Santo foi dado para revestir a Igreja e dinamizá-la, levando-a a expansão missionária (Mt
28.19; Mc 16.15; At 1.8). Para tanto, precisamos ser A Igreja dos Cinco Sinais (Jo 4.48; Mc 16.17-
20):
• Expulsar demônios (Libertação);
• Falar novas línguas (Anuncio, Reintegração da Humanidade) 5
;
• Pegar nas serpentes (Ousadia);
• Beber veneno (Imunidade);
• Curar os enfermos (caráter terapêutico da Igreja, obra social).
6. Conclusão:
Por causa de sua arrogância, a humanidade foi confundida e dispersa em Babel (Gn 11). Porém,
através do Espírito Santo, se reencontrou no dia de Pentecostes (At 2.6-12). O que o Homem
buscou/busca por seus próprios meios, Deus o concedeu/concede por dom e Graça (Gn 11.4; 12.2;
Ap 2.17; 3.12). Em Babel houve confusão e dispersão; inversamente, em Pentecostes houve
compreensão e reintegração.
BÍBLIA. Bíblia Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 47: Origem das Nações.
5
Observemos que o falar em línguas não vem em primeiro plano. A Igreja está no mundo não para servir de espetáculo e sim para
trazer libertação e cura. O falar em línguas é apenas um dos sinais.
2
BÍBLIA. Bíblia Tradução Ecumênica [TEB]. São Paulo: Ed. Loyola, 1994, MAPAS.
3
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A confusão em babel

  • 1. ESTUDO BÍBLICO 22/04/2007 Título: Babel e Pentecostes. Tema: A ação religadora do Espírito Santo. Tese: O dia de Pentecostes foi o inverso de Babel. Texto/Autor: Prof. Antonio de Jesus. 1. A confusão em Babel. Deus criou o mundo e tudo que nele há (Gn 1.1-2.6)1 . Criou também o Homem, conforme a sua “imagem e semelhança” (Gn 1.27). Porém, o Homem desobedeceu e pecou (Gn 3). Como conseqüência da “ciência do bem e do mal” vieram várias maldições (Gn 3.14-19). Entre elas, a morte (Gn 2.17; 3.19). Doravante, o Homem se tornou arrogante e violento. Surge o primeiro homicídio, entre irmãos (Gn 4.8,23,24). A corrupção do gênero humano chegou a tal ponto que Deus resolveu dizimar a raça humana e, consequentemente, a natureza: veio o Dilúvio (Gn 6.1,3,5-7,11- 13). A partir de Noé, Deus permite que o Homem novamente se multiplique (Gn 6.17,18; 9.1). Contudo, outra vez o Homem se torna arrogante e ambiciona fazer um nome para si chegando ao Céu por seus próprios meios: Surge a “Torre de Babel” (11.1-4). Talvez, mitologicamente, uma tentativa de destronar Deus (Mitologia Grega: escalada do Olimpo por titãs revoltosos, Gn 3.4-6). Ainda hoje, através da “ciência” do bem e do mal (1Co 8.1b; 1Tm 6.20,21) e de suas “torres-de- arrogância” (Dn 4.17-22,25-34), o Homem procura a sua autonomia, bem distante de Deus (modernidade e pós-modernidade). Entretanto, esquece-se que é CRIATURA e não CRIADOR (Gn 2.7;3.19; Sl 103.14-16; Is 45.9,11,12; Ef 2.10). Destarte, Deus ridiculariza os projetos humanos através da confusão (Gn 11.7,8; Pv 19.21; Tg 4.13-16). Babel (hb. Confusão, Gn 11.9) ficava localizada na terra de Sinar (Senaar, Sumer, Shinear, Suméria, Gn 10.10), posteriormente chamada de Babilônia (Região do Iraque) ou, em termos gerais, Mesopotâmia 2 (região “entre rios”, Tigre e Eufrates). Os homens dessa região queriam criar uma civilização de domínio imperialista, uma unidade através do poder político-religioso. Para tanto, iniciaram a construção de uma “pirâmide sagrada” (templo-torre), com andares chamados “zigurate’s”, que chegaria até o céu, possivelmente, uma tentativa de formalizarem um culto idólatra: o deus supremo dos babilônios, nesta época, era Anu (o Céu). Ele era o primeiro de duas “trindades/tríades” de deuses da terra dos caldeus: 1.ª) Anu (o Céu), Enlil (a Terra) e Ea (a Água); 2.ª) Sin (a Lua), Shamash (o Sol) e Ishtar (Vênus [Estrela?]). Como retaliação aos projetos imperialistas e idólatras do Homem, Deus confundiu as línguas 3 . Babel é uma clara ridicularização das pretensões de Babilônia (berço das nações, Gn 2.10-14) à dominação universal (Is 14.4-23; Tg 4.6; 1 Pd 5.5), o autor liga Babel (isto é, A porta-dos-deuses, Bab-ilani [Babilônia]) à raiz balal “confundir, perturbar, misturar” 4 . Temos, assim, “a confusão das línguas e a dispersão do Homem” (Gn 11.7-9). 2. A Promessa do derramamento do Espírito Santo no AT. No passado (AT), o Espírito Santo de Deus era concedido aos homens que exerciam uma determinada missão, tais como: Juízes, Reis, Profetas e Lideranças “carismáticas”. O Espírito era dado por medida (Nm 11.16,17; Jz 6.34; 1 Sm 9.17; 10.10,11; 16.13,14; 2 Re 2.9). Porém, desde o AT, era projeto de Deus derramar do seu Espírito sobre toda a carne (Is 32.15; 44.3; Jl 2.28). 1 Provavelmente, o Jardim do Éden ficava localizado na rigião próxima ao golfo Pérsico, na Mesopotâmia, num lugar chamado “Eridu”, região adjacente a Ur dos caldeus (Babilônia). 2 Foi na região da Mesopotâmia que surgiram os primeiros Impérios da Humanidade (Sargão I [2350 a.C.], Dungi e Hamurabi [1728-1686 a.C.], Teglat-Falasar I e III, Senaqueribe [705-681 a.C.], Nabopalassar, etc...). 3 BÍBLIA. Bíblia Pentecostal [Grande]. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 47: Origem das Nações. 4 BÍBLIA. Bíblia Tradução Ecumênica [TEB]. São Paulo: Ed. Loyola, 1994, comentário sobre Gn 11. 1
  • 2. 3. A Promessa do Derramamento do Espírito Santo no NT. João Batista, o núncio do messias, anunciou que, após ele, viria um que batizaria com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3.11). Ele faz clara referência à pessoa de Jesus Cristo. O qual veio trazer o cumprimento da antiga Promessa (Mt 3.16; Lc 4.17-19,21; Jo 14.16,17,26; 20.22; Lc 24.49). 4. Pentecostes. Inicialmente, essa comemoração era conhecida como Festa das Primícias, depois Festa das Semanas (sete semanas após a Festa dos Asmos [Páscoa], Nm 26.28), por fim, recebeu o nome de Pentecostes (Grego: “qüinquagésimo” [50º]): era celebrada cinqüenta dias depois da oferta do primeiro feixe de espigas de cevada e de trigo (+/- Maio-Junho, Lv 23.9-14,15 e 16). “A partir de At 2, Pentecostes é o dia do derramamento do Espírito Santo. Nesse evento, que sucedeu a ressurreição de Jesus, aconteceu a primeira experiência comunitária do Espírito na Igreja de Jesus Cristo” (RÜCKERT. Teologia Bíblica do NT. Vitória: FTU, 2006, p. 51). 5. A Ação Dinâmica do Espírito Santo na Igreja. 5.a) Glorificando ao Pai e ao Filho: Como participante da Trindade, o Espírito Santo recebeu a incumbência de continuar a Obra da Salvação e, assim, glorificar ao Pai e ao Filho (Jo 15.26; 16.8,14; 17.21,23). 5.b) Edificando-a através dos Dons: O Dom do Espírito e os Dons Espirituais foram dados para a capacitação e edificação da Igreja (At 1.8). Através dEle’s a Igreja se mostra, ao mundo, como “o Corpo Místico de Cristo” (Ef 1.22,23; 1 Co 12.12). Os Dons propiciam: Comunhão (1 Co 12.7,26; 14.3-5; Ef 2.18-21; 4.12,14,15); Fortalecimento na Fé (Rm 1.11,12; 12.3,6; 1 Ts 1.3); Santificação (Rm 8.1); Humildade e Fervor (At 5.40-42; 10.25,26; 14.14,15); Frutos (Jo 15.16; Gl 5.22). 5.c) Impulsionando-a à Missão: O Espírito Santo foi dado para revestir a Igreja e dinamizá-la, levando-a a expansão missionária (Mt 28.19; Mc 16.15; At 1.8). Para tanto, precisamos ser A Igreja dos Cinco Sinais (Jo 4.48; Mc 16.17- 20): • Expulsar demônios (Libertação); • Falar novas línguas (Anuncio, Reintegração da Humanidade) 5 ; • Pegar nas serpentes (Ousadia); • Beber veneno (Imunidade); • Curar os enfermos (caráter terapêutico da Igreja, obra social). 6. Conclusão: Por causa de sua arrogância, a humanidade foi confundida e dispersa em Babel (Gn 11). Porém, através do Espírito Santo, se reencontrou no dia de Pentecostes (At 2.6-12). O que o Homem buscou/busca por seus próprios meios, Deus o concedeu/concede por dom e Graça (Gn 11.4; 12.2; Ap 2.17; 3.12). Em Babel houve confusão e dispersão; inversamente, em Pentecostes houve compreensão e reintegração. BÍBLIA. Bíblia Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 47: Origem das Nações. 5 Observemos que o falar em línguas não vem em primeiro plano. A Igreja está no mundo não para servir de espetáculo e sim para trazer libertação e cura. O falar em línguas é apenas um dos sinais. 2
  • 3. BÍBLIA. Bíblia Tradução Ecumênica [TEB]. São Paulo: Ed. Loyola, 1994, MAPAS. 3
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