O documento discute a percepção de riscos ambientais entre moradores de um bairro de Joinville. Analisou-se a percepção de 255 moradores por meio de questionários, comparando respostas de homens e mulheres. Concluiu-se que a percepção de riscos está relacionada ao sexo, nível de renda e atenção dos órgãos públicos, sendo importante para a preservação ambiental.
Percepção de Riscos Ambientais e Fatores Socioeconômicos
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A Percepção de Riscos e o Meio Ambiente
Pereira, A.F.de A.N.1
Gonçalves, M.L.2
Resumo:
A Percepção de Riscos está associada quase sempre a palavras como:
medo, receio ou desconhecimento, de situações que podem afetar a integridade física
das pessoas, ou o seu bem estar. A maior ou menor percepção dos riscos pode induzir
a maiores ou menores cuidados. Especialmente no contexto do Meio Ambiente, isso
pode significar maior ou menor quantidade de pessoas expostas ou afetadas por
catástrofes. Neste artigo busca-se apresentar a questão da Percepção de Riscos como
um elemento de preservação do meio ambiente e das pessoas. Para tal, trabalhou-se
as questões levantadas por ocasião da pesquisa de campo desenvolvida na
elaboração de tese de mestrado em Saúde e Meio Ambiente, apresentada na
Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, com a avaliação de 255 depoimentos
prestados por moradores e comerciantes de um bairro denominado Jardim Sofia, na
cidade de Joinville. Nessa análise compararam-se as respostas dadas por depoentes
do sexo masculino e feminino, estratificando-se esses depoimentos por faixa de renda.
Concluiu-se que a percepção é muito importante para a compreensão das questões
envolvendo o meio ambiente. Também se verificou que há uma relação entre a atenção
que os moradores recebem dos órgãos públicos e o nível de percepção, assim como
essa se encontra relacionada ao sexo do depoente, ao seu grau de aculturamento e ao
nível de renda. Por fim, se verificou que a percepção de riscos é muito importante para
a preservação do meio ambiente. Desta forma, para que se eleve esse nível deve-se
investir mais em programas de treinamento, de divulgação e de capacitação e se
promover a aproximação dos órgãos públicos e de organizações não governamentais
dessas populações que, premidas por uma série de fatores sócio-econômicos termina
por residir em locais quase sempre com delicadas complexidades ambientais,
sujeitando-as a serem afetadas por alagamentos, inundações, fenômenos erosivos e
outros.
Palavras chave: Percepção de Riscos; Percepção Ambiental; Gestão de Riscos
1
Antonio Fernando de Araújo Navarro Pereira, Engenheiro Civil, Especialista em Gestão de Riscos,
Mestre em Saúde e Meio Ambiente pela Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE.
2
Mônica Lopes Gonçalves, Geóloga, Mestre em Geologia pela UFRJ, Doutora em Recursos Minerais e
Hidrogeologia pela USP, Coordenadora do Programa de Mestrado em Saúde e Meio Ambiente da
Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE.
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Abstract:
The Perception of Risks is associated almost always the words as: fear,
distrust or unfamiliarity, of situations that can affect the physical integrity of the people,
or its welfare. The greater or minor perception of the risks can induce the well-taken
care of greater or minors. Especially in the context of the Environment, this can mean
greater or minor amount of people displayed or affected for catastrophes. In this article
one searches to present the question of the Perception of Risks as an element of
preservation of the environment and the people. For such, the questions raised for
occasion of the research of field developed in the elaboration of thesis of mastered in
Health and Environment had worked, presented in the University of the Region of
Joinville - UNIVILLE, with the evaluation of 255 depositions given for inhabitants and
traders of a called Jardim Sofia, in the city of Joinville. In this analysis the answers given
for deponents of the male and female sex had been compared, stratifying these
depositions for income band. One concluded that the perception is very important for
the understanding of the questions involving the environment. Also it was verified that it
has a relation between the attention that the inhabitants receive from the public
agencies and the level of perception, as well as this if it finds related to the sex of the
deponent, to its degree of culture and the level of income. Finally, if it verified that the
perception of risks is very important for the preservation of the environment. Of this
form, so that if it raises this level must be invested more in training programs, of
spreading and qualification and if to promote the approach of the public agencies and of
not governmental organizations of these populations that, have pression for a series of
partner-economic factors it finishes for almost always inhabiting in places with delicate
ambient complexities, subjecting them to be affected it for overflows, floodings, erosive
phenomena and others.
Key words: Perception of Risks; Environmental perception; Risk Management
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Introdução:
A questão da percepção de riscos sempre foi um ponto muito discutido no
processo de gestão de riscos do Meio Ambiente. Muitas vezes incluía-se a percepção
nas questões relacionadas a psicologia, outras vezes relacionava-a à comunicação.
No período de agosto de 2003 a fevereiro de 2005 realizaram-se inúmeras
visitas para fins de pesquisas em um bairro da cidade de Joinville, denominado de
Jardim Sofia, com o objetivo de avaliar, através do preenchimento de questionário
específico, as questões relacionadas ao Meio Ambiente. Após cinco visitas iniciais, de
reconhecimento, e de conversas com alguns moradores, detectou-se que não se
poderiam deixar de lado as questões relacionadas à Percepção dos Riscos Ambientais
por parte dessa população, ainda mais se considerando que muitos já haviam sofrido,
inúmeras vezes, fortes e expressivos danos materiais, para eles, com o alagamento do
rio do Braço afetando suas residências.
A visita para fins de preenchimento de questionários de Percepção de
Riscos abrangeu o total de 211 residências unifamiliares, sendo 32 em terrenos em
aclives e 179 terrenos em locais planos, além de 44 terrenos ocupados por atividades
comerciais distintas. De acordo com as visitas e os depoimentos prestados, essas
residências comportavam cerca de 1.100 moradores.
Discussão:
Segundo Lima (2002), citando os resultados de análises efetuadas por
Manuel Villaverde Cabral e Jorge Vala, o Instituto de Ciências Sociais da Universidade
de Lisboa (ICS) lançou em 2000 um inquérito sobre questões ambientais. Este
inquérito constitui mais uma edição do International Social Survey Programme (ISSP),
rede internacional de estudos longitudinais e transnacionais na qual Portugal se
encontra representado, desde 1997, pelo ICS. Referenciando-se a esse inquérito, Lima
informa: Os problemas ambientais estão hoje naturalmente presentes no nosso
quotidiano. Habituamo-nos a ver uma seção sobre ambiente nos jornais e revistas, a
assistir a notícias sobre protestos ambientais nos noticiários, e a ser alvos de
campanhas de informação e sensibilização para melhorar o ambiente. É hoje para nós
pacificamente aceite que a poluição das águas ou do ar é preocupante, ou que é uma
causa nobre contribuir para que não se extingam espécies selvagens. Também não
achamos estranho sermos interpelados para responder a questões sobre as nossas
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opiniões sobre o estado do ambiente, como aconteceu com o questionário do
International Social Survey Programme (ISSP) que agora apresentamos. No âmbito
das atitudes acerca do ambiente incluem-se indicadores relativos tanto a crenças como
a preocupações ou atitudes face a diversos aspectos relacionados com o ambiente e
questões gerais relativas ao ambiente e à natureza. Caracteriza-se ainda o
envolvimento relativamente às questões ambientais considerando a percepção de auto-
eficácia ambiental (por exemplo, “É difícil para um pessoa como eu fazer muito pelo
ambiente. Em Portugal, a percepção de ameaça ambiental é mais elevada nas
mulheres, nos menos instruídos, nos mais velhos e nos que têm menores rendimentos.
Para além destas características socio-demográficas procurou-se analisar a relação
com posições sociais mais gerais. A percepção quanto ao grau de periculosidade é
apresentada na Tabela 1.
Tabela 1
Grau de periculosidade para o ambiente (extremamente + muito perigoso - %)
Centrais nucleares 91
Poluição dos rios, lagos e albufeiras 87
Aumento da temperatura do planeta 88
Poluição do ar causada pela indústria 86
Poluição do ar causada pelos automóveis 84
Pesticidas e produtos químicos usados na agricultura 79
Modificação genética de produtos agrícolas 77
Fonte: International Social Survey Programme (ISSP) 2000
Ainda segundo Lima, a progressiva degradação das condições ambientais e,
sobretudo, a sua crescente visibilidade transformaram a questão ambiental num
problema social que tem vindo a ganhar terreno na sociedade portuguesa, suscitando a
emergência de novas atitudes, valores e comportamentos que corporizam um processo
progressivo de mobilização social pela defesa do ambiente e das condições ecológicas
em geral. No que diz respeito a dimensões como a disponibilidade para aceitar
sacrifícios em nome da preservação ambiental, os níveis de preocupação com o estado
do ambiente ou, ainda, a algum sentido crítico face à vida moderna e suas
consequências, as respostas dos portugueses não se distanciam significativamente
dos alemães, dos britânicos ou dos espanhóis (Tabela 2).
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Tabela 2
Activismo, disponibilidade e crítica ao crescimento (%)
28 28
25
27
24
26 24 26
31
28
26 27
0
5
10
15
20
25
30
35
Disponibilidade Confiança Crítica ao
crescimento
Alemanha Grã-Bretanha Espanha Portugal
Fonte: International Social Survey Programme (ISSP) 2000
Fernandes et al (2005), em trabalho de pesquisa junto aos alunos da
UNIVIX, enfocando a temática ambiental em um segmento específico da sociedade
(alunos de uma instituição de ensino superior), escolheram como objeto da amostra os
alunos da Faculdade Brasileira – UNIVIX, tendo como base seu Projeto Interdisciplinar
(PI) adotado em seu Curso de Engenharia de Produção Civil (EPC). Para tanto,
desenvolveram o estudo “Percepção Ambiental, abrangendo um universo de 1.449
alunos. Em alguns dos inúmeros questionamentos os alunos assim se pronunciaram
sobre os temas (Tabelas 7 a 10).
Tabela 3 – Você tem interesse por assuntos relacionados ao meio ambiente?
Nº de ocorrências % do Total
Sim 118 90,1
Não 5 3,8
Não Responderam 8 6,1
Total 131 100
Fonte: Faculdade Brasileira – UNIVIX
Faggionato (2005), quando aborda a questão da Percepção Ambiental
declara: O homem está constantemente agindo sobre o meio a fim de sanar suas
necessidades e desejos. Você já pensou em quantas das nossas ações sobre o
ambiente, natural ou construído, afetam a qualidade de vida de várias gerações? E nos
diversos projetos arquitetônicos ou urbanísticos que afetam as respostas dos seus
usuários e moradores? E não estamos falando de respostas emocionais, que
dependem do nosso humor ou predisposição do momento, mas da nossa própria
satisfação psicológica com o ambiente. Cada indivíduo percebe, reage e responde
diferentemente frente às ações sobre o meio. As respostas ou manifestações são
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portanto, resultado das percepções, dos processos cognitivos, julgamentos e
expectativas de cada indivíduo. Embora nem todas as manifestações psicológicas
sejam evidentes, são constantes, e afetam nossa conduta, na maioria das vezes,
inconscientemente.
Abordando especificamente a questão da Percepção de Riscos, sobre o
prisma da Percepção Ambiental, no bairro Jardim Sofia, como contido na Tabela 11,
para a compreensão do processo de percepção de riscos desenvolveu-se
questionamentos com uma série de perguntas, de caráter pessoal e algumas
genéricas. Através da análise desses dados consegue-se entender porque as pessoas
se preocupam mais com certas situações do que com outras. Por exemplo, se a
população é afetada por uma tragédia não seria natural que buscasse o apoio dos
órgãos públicos, através de reclamações? Por outro lado, será que a opinião de
terceiros é importante para a sua compreensão ou maior envolvimento? Será que a
população acredita e espera algum tipo de apoio dos órgãos públicos? Procurou-se
trabalhar mais o resultado dessas análises através de várias associações de respostas.
Tabela 4. Comparativo (%) entre depoimentos de homens (H) e mulheres (M)
Sim Não
H M H M
1) Foi você mesmo quem construiu o imóvel?
65,03 61,76 34,97 38,24
Sim Não
H M H M
2) Você tem preocupação quanto à segurança de sua família
por residir neste local?
53,84 70,58 46,16 29,42
Homens Mulheres3) O que você faria para melhorar a segurança de sua família?
Mudaria de local >
Investiria mais na proteção do terreno >
Investiria mais na segurança da casa >
H= 28,57%
H= 30,28%
H= 41,15%
M= 28,40%
M= 35,22%
M= 40,38%
Sim Não
H M H M
4) Você acredita que ao desmatar o seu lote poderá provocar
acidentes envolvendo seu imóvel e os demais da região?
40,55 42,61 59,45 57,36
Sim Não
H M H M
5) Seus vizinhos estão preocupados com a segurança deles?
57,35 75,00 42,65 25,00
Sim Não
H M H M
6) Seus vizinhos já comentaram com você a respeito do risco
de morarem neste local?
37,77 57,36 62,23 42,64
Sim Não
H M H M
7) Você já fez alguma reclamação na Prefeitura?
12,59 17,64 87,41 82,36
Sim Não
H M H M
8) Já aconteceu algum tipo de acidente neste local?
62,93 69,12 37,07 30,88
Sim Não
H M H M
9) Você acredita que as chuvas fortes podem prejudicar sua
segurança?
74,83 85,29 25,17 14,71
Sim Não
H M H M
10) Você acredita que sua fossa pode prejudicar a qualidade
da água que todos irão beber depois?
13,98 42,65 86,02 57,35
7. 7 / 17
Sim Não
H M H M
11) Você acha que o seu poço pode estar contaminado com a
infiltração provocada pelas fossas das casas das famílias
próximas? 0,00 0,00 100,00 100,00
Sim Não
H M H M
12) Você ou alguém de sua família deposita lixo nas encostas?
30,06 35,29 69,94 64,71
Sim Não
H M H M
13) Você acredita que os órgãos públicos estão preocupados
com sua segurança e de seus vizinhos?
29,37 42,64 70,63 57,36
Sim Não
H M H M
14) Você ou seus vizinhos já foram procurados pelas
assistentes sociais da Prefeitura ou de outro Órgão?
6,29 1,48 93,71 98,72
Sim Não
H M H M
15) Você acha importante que a Prefeitura se preocupe com
você?
69,93 72,05 30,07 27,95
Sim Não
H M H M
16) Você gostaria de fazer algum comentário específico?
44,05 51,47% 55,95 48,53%
Fonte: Dados da pesquisa de campo
A maior discrepância ocorreu na resposta dada ao 6° quesito. A explicação
mais convincente para tal foi o fato das mulheres ficarem mais tempo em casa do que
os homens.
As mulheres demonstraram um maior nível de preocupação quanto ao fato
de residirem naquele bairro específico. Em parte a preocupação residia na segurança
da família, principalmente dos filhos.
O aspecto da mudança pura e simples dos moradores para outro local
normalmente causa impactos emocionais, se não houver forte razão para isso. Trata-se
do apego à terra e ao local. Ali é o local de nascimento dos filhos. Ali estão os amigos
mais recentes ou não. Ali eles vislumbram um futuro, de certa maneira, mesmo que
incerto. Nesses casos a esperança projeta-se na melhoria do bairro, através de
pavimentação das ruas e a conseqüente redução da poeira dentro das casas, da
construção de calçadas, do plantio de árvores que muitos removeram quando ali foram
residir da eliminação das valas negras que incomodam com o cheiro e com a
proliferação dos mosquitos, principalmente no verão, não considerando o aspecto que
eles próprios são os responsáveis pela existência das valas, com a retirada do lixo da
margem do rio, a fim de acabar com os ratos. Preocupa-os a ocupação irregular das
margens dos rios, porque sabem que se não for controlada irá trazer problemas para
eles, principalmente do assentamento de uma pobreza muito maior do que a da maioria
dos que ali residem.
Quanto à pergunta: “Você acredita que ao desmatar o seu lote poderá
provocar acidentes envolvendo seu imóvel e os demais da região?” As respostas
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também foram equilibradas para ambos os sexos. Entretanto, todos acreditam que
possam desmatar seus lotes e não prejudicar a coletividade como um todo. Acreditam
que como o bairro é quase que totalmente plano falar em desmatamento de lote é falar
em algo pontual, já que. Os entrevistados não pensam nas questões relativas à
presença do verde ou na temperatura mais amena nas épocas de calor. Também não
pensam que as raízes das plantas podem reter mais água no solo. Para eles, quando
questionados, não são questões importantes. Isso demonstra o grau de desinformação
existente.
Outro aspecto a ser considerado nesta questão é a idéia do individualismo,
ou do egoísmo. Um dos grandes problemas hoje quando se tratam das questões
ambientais é o de que as pessoas dificilmente pensam no coletivo e sim no singular.
Eis aí uma grande oportunidade para que os órgãos públicos invistam em programas
de capacitação ambiental, começando com trabalhos junto às crianças da comunidade.
Através delas, ou por meio delas, poder-se-á trabalhar melhor a mente dos adultos.
No tópico relativo à reclamação junto à Prefeitura, ambos os sexos disseram
não. É típico que a população de menor renda tem receio de se expor fazendo alguma
reclamação, principalmente junto a um órgão público. De acordo com eles o Órgão
Público pode não gostar do que for apresentado e retaliá-los de alguma maneira. Para
muitos, que têm suas construções irregulares, porque não a averbaram na Prefeitura,
falar em Órgão Público e falar em problema, porque não querem ser surpreendidos
com cobranças de taxas. Outro aspecto interessante é que não acreditam muito que ao
reclamarem terão suas questões solucionadas. Ambos os sexos informaram sim à
pergunta da ocorrência de eventos anteriores, da mesma forma que ambos disseram
sim à possibilidade das chuvas fortes prejudicarem seus imóveis. Ou seja, todos têm a
preocupação com a incidência de chuvas fortes e a associam a alagamentos. Também
em épocas passadas tiveram prejuízos por causa da subida das águas do rio.
Para a pergunta: “Você acredita que os órgãos públicos estão preocupados
com sua segurança e de seus vizinhos?” Enquanto os homens são peremptórios e
dizem “não” as mulheres deixam à mostra certa ansiedade quanto à resposta. De
maneira geral os Órgãos Públicos encontram-se desacreditados para uma parcela
daquela população, já que suas ações não são tão evidentes assim, pelo menos para
eles.
No cômputo geral, analisando-se todas as respostas dadas, obteve-se o
seguinte:
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66,35% declaram que os órgãos públicos não estão preocupados com a segurança
deles,
70,62% declaram que é importante que a Prefeitura se preocupe com eles,
Para as duas últimas perguntas as mulheres apresentam um nível de
percepção para as questões ambientais um pouco maior do que os homens.
Conversando com elas verificou-se que em parte isso se deve ao sentimento de
proteção da família e a um nível maior de esclarecimento. O interessante também disso
tudo é que são os homens que mais participam das reuniões periódicas da associação
de moradores. Talvez aí esteja embutida a questão do machismo, já que as reuniões
são à noite. Entretanto, são as mulheres que mais discutem as questões com as
amigas, durante o dia.
Do total de moradores entrevistados 46,45% não quis fazer qualquer de
comentário ou sugestão à respeito de acidentes afetando ou envolvendo seus imóveis.
Para aqueles que optaram por fazer comentários o que mais se ouviu foi o seguinte:
“Não acredito nos órgãos públicos”;
“A Prefeitura deve fiscalizar mais a região”;
“A Prefeitura deve disponibilizar caçambas de lixo junto às margens do rio”;
“A Prefeitura deve fiscalizar as construções irregulares”;
“As valas negras precisam ser fechadas”;
“As encostas dos morros precisam ser reflorestadas”;
“O rio não deveria ter as margens desmatadas”;
“As Assistentes Sociais deveriam visitar os moradores atingidos pelas catástrofes”;
“A população deve ser conscientizada para a preservação do Meio Ambiente”;
Para todos os moradores entrevistados fizeram-se os seguintes
questionamentos:
Você tem preocupação quanto à segurança de sua família por residir neste local?
59,24% disseram Sim;
O que você faria para melhorar a segurança de sua família?
28,52% disseram que mudariam de local;
Você acredita que ao desmatar o seu lote poderá provocar acidentes envolvendo
você e sua família e as demais famílias da região?
58,77% dos depoentes disseram Não;
A maioria dos depoentes, 62,55% do total de entrevistados, declarou que
ocorreram acidentes ambientais em seu bairro, mas apenas 28,52% desses mudaria
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de local. Em parte essa aparente contradição se deve ao fato de que nos últimos anos
a incidência de alagamentos foi muito menor, ficando restrita às proximidades das
margens do rio, na época das chuvas mais fortes. Em 59,24% dos depoimentos
observou-se que os moradores têm preocupação por morar naquele bairro.
Analisando-se as respostas dadas em função da classe de renda dos
depoentes, estratificadas como abaixo, verificou-se (Tabelas 14 a 18):
Classe “A” renda de até 2 salários mínimos;
Classe “B” renda compreendida entre 2 e 5 salários mínimos;
Classe “C” renda superior a 5 salários mínimos.
Tabela 5. O que você faria para melhorar a segurança de sua família? Considerando-
se classes de renda e sexo
Classes de renda Sexo
A B C Masculino Femininoa) Mudaria de local.
68,20 26,30 12,90 28,57 28,40
b) Investiria mais na proteção do
terreno.
9,10 33,50 37,10 30,28 35,22
c) Investiria mais na segurança da
casa.
22,70 40,20 50,00 41,15 40,38
Fonte: Dados da pesquisa de campo
Tabela 6. Você acredita que os órgãos públicos estão preocupados com a sua
segurança e a de seus vizinhos?
Classes de renda Sexo
A B C Masculino FemininoSim
40,90 41,50 15,30 29,37 42,64
Não 59,10 58,50 84,70 70,63 57,36
Fonte: Dados da pesquisa de campo
Quando se fala sobre Percepção de Riscos quase sempre nota-se dúvidas
nas respostas, porque os conceitos sobre riscos algumas vezes não são perfeitamente
claros. A própria distinção técnica em "Risco Objetivo" e "Risco Subjetivo" é
controversa, pois, numa área complexa e pouco explorada como a análise de risco, o
"Risco Objetivo", que deveria ser reprodutível (isto é, gerar resultados iguais,
independente de quem realiza a análise), não o é, pois a sua determinação possui
subjetividade, já que requer o exercício do julgamento. Julgamento científico, mas,
ainda assim, julgamento.
Abordando a questão da percepção sob a ótica das indústrias, De Martini
(2005) declara: Este desprezo foi respondido com pressões sociais que se
concretizavam nos países desenvolvidos através da reversão da opinião pública sobre
a indústria e que impulsionou a ampliação exponencial de uma legislação ambiental
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agindo como instrumento regulador. A constatação pela indústria que percepção é
realidade força uma mudança de postura, exemplificada pelo singular episódio em que
a Shell decidiu suspender o afundamento de uma plataforma obsoleta de petróleo no
Mar do Norte por ter sido pressionada por uma campanha popular, liderada pela
organização ambientalista Greenpeace, que denunciava efeitos ambientais negativos
relevantes da operação de afundamento. A alternativa de rebocar a plataforma para
terra firme e seu desmonte geraria uma despesa extra para a Shell de US$ 100
milhões. Três meses após a suspensão do afundamento, porém, o Greenpeace admitiu
um erro de avaliação e refez sua posição. Embora a abordagem técnica atenda às
decisões de caráter exclusivamente técnico, ela mostra-se incompleta quando se
incluem na análise os aspectos sociais. Portanto, deve-se considerar a percepção
pública no gerenciamento de risco tecnológico, mas não deve ser a mesma para todos
os grupos, pois, as experiências sociais variam e a seleção dos tipos de atributos de
percepção, e suas respectivas magnitudes, mudam em cada situação.
Confiança e credibilidade são valores construídos, paulatinamente, através
da coerência e consistência de ações, competência e ética. Contudo, podem ser
rapidamente desconstruídos se for percebida a incompetência, omissão ou
manipulação. Os segmentos envolvidos na comunicação de risco devem perceber
confiança e credibilidade para que o processo conclua-se de forma consensual. O
aparecimento de incertezas científicas, em geral por variações nas estimativas
consideradas nas análises técnicas e pela complexidade das informações, comuns no
gerenciamento de risco tecnológico, é um dos problemas principais na comunicação de
risco, pois provocam, pela desconfiança, uma percepção pública negativa. (De
MARTINI, 2005)
Usinas atômicas, petroquímicas, automóveis, pesticidas, fertilizantes, enfim,
os diversos elementos da atividade econômica chegaram, ainda que silenciosamente,
aos ambientes de trabalho e moradia e até mesmo ao próprio corpo através dos
reflexos de sua inserção na cadeia alimentar. É a convivência com o risco, cujo
reconhecimento e concepção, conforme lembram Thompson & Dean (1997), é muito
mais fácil para os estudiosos que para os leigos.
Foi sob essa ótica e perante a consideração da crescente universalidade da
noção de perigo e risco ambiental, que a antropóloga social Mary Douglas iniciou o seu
trabalho de pesquisa sobre perigos. Douglas (1966) estabeleceu, em termos
antropológicos, as primeiras análises para a sistematização de um conhecimento que
pudesse explicar como os perigos são culturalmente entendidos pelas pessoas e
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organizações. Apenas a título de lembrança, destaca-se que nessa mesma época,
paralelamente, desenvolvia-se o pensamento ecológico que ganhou força através de
uma nova visão que levou à criação das escolas atuais do pensamento ecológico,
conforme se observa em Diegues (1996).
A continuidade de tal perspectiva de análise veio a fundar, mais tarde, a
Teoria Cultural do Risco, ou Teoria Cultural, como foi proposta por Douglas em seu
trabalho mais importante, escrito em parceria com Wildavsky (Douglas & Wildavsky,
1983). A relevância dessa teoria foi amplamente reconhecida, e mesmo alguns dos
seus críticos atuais, como Boholm (1996) e Sjöberg (1996), entre outros, assinalam o
quanto a mesma tornou-se influente no campo interdisciplinar da percepção e
comunicação do risco.
De acordo com Thompson & Dean (1996), duas posições têm marcado as
discussões sobre a percepção de risco. De um lado estão os positivistas que entendem
que a percepção de risco é um conceito puramente científico, admitindo uma completa
caracterização e análise através da coleta de dados e uso de métodos quantitativos, e
de outro lado estão os relativistas que entendem que a percepção de risco é uma
reação puramente subjetiva a um fenômeno dentro da experiência de vida pessoal ou
social e organizacional. A primeira posição referencia objetivamente as condições do
mundo físico. Já a segunda assume uma construção puramente mental, que expressa
reações emocionais, morais e políticas (VIEIRA, 2005). A rigor, Douglas & Wildavsky
(1983:5) assinalam que a falta de sincronia está na raiz do problema contemporâneo
da avaliação de risco. Por um lado tem-se a possibilidade do conhecimento sobre o
risco ser certo ou incerto, e por outro se tem a condição da aprovação de
encaminhamento sobre o risco ser completa ou contestada. A constituição dessa
dualidade implica em situações onde a solução para o risco pode ser calculada,
pesquisada, imposta ou discutida, ou até mesmo absolutamente aberta e indefinida.
De modo complementar, Douglas & Wildavsky (1983) defendem que, em
função do fato de que cada grupo social tem seu próprio e típico “portfólio” de riscos,
são os diferentes princípios que guiam o comportamento das pessoas que afetam as
suas percepções de risco.
No sentido negativo, o risco deixa implícito o perigo de conseqüências
adversas e sugere o esforço gerencial para conscientizar-se de sua existência, evitá-lo
ou minimizá-lo. Estar em risco é estar vulnerável ao acaso ou a fatores que provocam
danos, independentemente de ações individuais. Evitar o risco é tentar precaver-se
contra o perigo do inesperado, do não-familiar ou do inusitado. Quando visto como algo
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ruim, o risco incentiva a busca de segurança. Minimizar ou reduzir risco são
expressões que procuram dar segurança à decisão. Vista como algo positivo, a
percepção de risco:
(1) revela a coragem de arriscar apesar das adversidades;
(2) conscientiza as pessoas sobre ameaças e danos potenciais e reais à empresa; e
(3) valoriza o espírito empreendedor e de prosseguir e se aventurar em direção ao
êxito. O risco chega a fascinar algumas pessoas.
Não é por acaso que dirigentes se vangloriam de sua capacidade de correr
riscos. Muitas vezes, exageram a inexistência de dados ou sua inexatidão para realçar
a sua capacidade de intuir e de prosseguir apesar de conselhos por cautela.
Proclamam-se mais intuitivos do que realmente são para parecerem mais corajosos,
hábeis e autônomos perante o risco.
Ademais, a preocupação e a ansiedade fazem companhia à pessoa, ocupam
a sua mente em momentos de mais solidão e podem até ser prazerosas, como parte
da aventura de decidir e de dirigir uma organização. Em esportes de maior risco, parte
da aventura é ficar amedrontado por antecedência.
A ansiedade tem suas dimensões positivas porque, antes de tudo, provoca a
atenção para os problemas, além de gerar comportamentos cautelosos diante do risco
e da incerteza (Becker, 1999; Peurifoy, 1997; Bourne, 1995; Emery, 2000).
A ansiedade alerta a pessoa e a faz agir no sentido de evitar ou safar-se do
perigo. Na realidade, é melhor alarmes falsos do que não perceber uma situação
ameaçadora. O anúncio do risco traz a ajuda de terceiros. Gerentes se beneficiam da
colaboração adicional. Por essa razão, muitos provocam o medo para tentar reações
mais efetivas e tomar decisões mais radicais, antes difíceis se todos não forem
conscientizados da ameaça iminente. Exageros ajudam a mobilizar pessoas, mas
conduzem a uma percepção mais generalizada do risco e, portanto, a mais medo e
ansiedade.
No entanto, quando se induz ao medo, também se desloca a atenção das
pessoas de recursos importantes para ações baseadas em ilusões pré-fabricadas.
Possivelmente, esses recursos se destinariam melhor a outros projetos da própria
organização.
O medo surge na mente da mesma maneira que aparecem os sonhos.
Quando pensam sobre possibilidades, as pessoas imaginam coisas tanto positivas
quanto negativas. Como as possibilidades são infinitas, os sonhos e as preocupações
evoluem de forma interminável e recorrente. Nos sonhos, as pessoas ampliam seus
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desejos e encontram alternativas para quase tudo, mas não para a redução da
ansiedade e do medo. Nos sonhos repete-se a tensão entre o imaginado e a realidade
e entre o êxito e o fracasso.
Quanto maior a percepção de risco, maior a predisposição para a ação
cautelosa. Se no futuro há imprevisibilidades, não se conhecem, na verdade, os
resultados das decisões presentes. Ademais, por serem obrigados a antecipar, a
prever e a agir para o futuro, os dirigentes jamais podem ser inconseqüentes e valorizar
somente o presente. Há uma pressão para a cautela, ou seja, evitar o perigo, ou
reduzir a exposição a fatores de risco.
A percepção sobre perigos, em grande parte das vezes, pouco tem a ver
com as referências e os dados coletados sobre o problema. A possibilidade de haver
danos é normalmente menor do que a imaginação das pessoas ao tomarem decisões
e, portanto, a percepção de risco é maior do que a realidade demonstra.
Apesar de existirem situações materiais de perigo, o risco é antes de tudo
uma percepção individual e uma construção mental. Os estudos mais profundos sobre
percepção de riscos sociais, originados na perspectiva cognitiva, presumem o risco
como subjetivamente definido pelo indivíduo e influenciável por uma variedade de
fatores psicológicos, sociais, institucionais e culturais (Slovic, 2000).
Portanto, a percepção de risco tem sua dimensão interna e subjetiva; a
maneira como as pessoas sentem e atribuem peso ao risco influencia os
comportamentos administrativos defensivos e preventivos (Starr, 1969; Slovic, 1987).
Nas teorias contextuais, a ansiedade e o medo são produtos de uma relação
social com a informação oriunda do meio externo e processada através de percepções
individuais típicas. A ansiedade aumenta pela atenção excessiva a fatores verificados
na realidade, mas também por imaginações de como esses fatores poderiam atingir a
própria pessoa negativamente (MOTTA, 2005).
Ansiedade e medo são formas mais intensas de se demonstrar uma
preocupação. O medo está na interface do mundo exterior com o mundo interior.
Exteriormente, começa pela consciência de fatores de risco que variam fora do controle
da pessoa. O risco é uma probabilidade de dano relacionado ao acaso: significa uma
ameaça às instituições, às empresas, às pessoas e aos seus valores. Cabe ao
indivíduo reagir a esses fatores para preservar a sua própria segurança e a das
pessoas e instituições pelas quais é responsável. Portanto, à consciência do risco está
associada a percepção interna da pessoa sobre a sua vulnerabilidade a esses fatores e
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sua capacidade de reação exitosa. Assim, pode-se dizer que o medo administrativo
compõe-se de três elementos básicos:
Percepção de risco: a consciência de que algo negativo ou danoso pode acontecer
Vulnerabilidade: o sentimento de que a própria pessoa e sua organização podem
ser atingidas por esses fatores
Capacidade de resposta: se os recursos disponíveis e as habilidades gerenciais
serão suficientes para tratar com êxito a incidência desses fatores sobre a
organização.
O medo varia na medida da alteração desses três fatores. Por exemplo,
quanto maiores as habilidades e as competências para a resposta, menor a percepção
de vulnerabilidade, e, portanto, menores a preocupação e o medo. Se cresce o
sentimento de vulnerabilidade e de incapacidade de resposta, aguça-se
proporcionalmente a intensidade do medo. O medo é a preocupação com o risco e a
incerteza sobre a possibilidade de êxito em determinadas situações (Bayerish, 1993;
Peretti-Watel, 2000).
Medo e ansiedade são conceitos correlatos e, na vida prática,
freqüentemente empregados como sinônimos. No entanto, há uma distinção
importante. O medo é um julgamento de que há um perigo real ou potencial em
determinada circunstância: surge com a percepção de risco, ou seja, a possível
ocorrência de algo danoso. Por ser normalmente percebido como um perigo,
involuntário e, em parte, incontrolável, o risco naturalmente provoca o medo. Uma
pessoa sente medo quando se aproxima do perigo ou se imagina lá; portanto, o medo
pode aumentar diante de fatores que não estão presentes mas que poderão ocorrer no
futuro. Assim, o medo pode ser realista, explicável por premissas lógicas e razoáveis e
por observação objetiva; ou irrealista, baseado em premissas falsas e imaginações
contrárias à observação. Por definição, imaginações são irrealistas: derivam de crenças
falsas sobre a realidade e, normalmente, são fruto de informações incorretas,
incompletas ou inadequadas (MOTTA, 2005).
Conclusão:
O medo é importante no nosso dia-a-dia, desde que não exagerado, porque
nos permite refletir e ousar menos. Nas questões que envolvem o Meio Ambiente,
quanto mais o ser humano respeita a natureza melhor é a sua convivência, ou mais
harmoniosa essa passa a ser. A Percepção de Riscos e a Percepção do Ambiente,
aqui tratadas como palavras assemelhadas permite identificar aspectos importantes no
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ambiente que nos cerca. Por exemplo, se o indivíduo mora nas proximidades de uma
encosta e toma as devidas precauções quanto à possibilidade de ocorrência de
fenômenos erosivos, mantendo a vegetação natural ou replantando nas encostas e
evitando alterar a topologia do local estará menos sujeito a ser afetado por fenômenos
erosivos. Da mesma forma que aqueles que residem junto aos rios tenderão a ser mais
precavidos ao construir suas residências. Os ribeirinhos de rios que costumam alargar
seu leito em épocas de cheias, como na região amazônica, costuma edificar suas
casas sobre estacas de madeira (palafitas), precavendo-se dos fenômenos de
alagamento. Nesses casos os indivíduos praticam a Prevenção de Riscos.
Entendemos que como nem todos os cidadãos têm essa sensibilidade para
as questões ambientais, assim, cabe aos órgãos públicos oferecer as orientações
adequadas, assim como fiscalizar as ocupações de espaços urbanos de modo
inadequado, de maneira a prevenir as populações contra riscos que essas possam
estar sujeitas. Deve-se ter em mente que muitas vezes as pessoas têm a correta
percepção para os riscos mas não têm como construir suas casas em locais mais
seguros, ou já não mais encontram espaços disponíveis nas áreas onde podem pagar
por um lote de terra. Também nesses casos cabe aos órgãos fiscalizadores definir
áreas destinadas a esse tipo de ocupação urbana.
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