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Bárbara Silveira, nº3, 11ºJ
 Entre 1880 e 1914, Portugal viveu períodos de crise
e de expansão. Particularmente entre 1880 e 1890,
a economia portuguesa atravessou momentos
difíceis. Esta crise ficou a dever-se às bases
instáveis em que assentava a política económica
anterior, a Regeneração, entre 1851 e 1880: o livre-
cambismo, os investimentos externos e os
empréstimos.
 A Regeneração foi o período da política
portuguesa que antecedeu a crise financeira.
Visava estabelecer a concórdia social e
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económico do país.
 A Regeneração enveredou pela via do livre-
cambismo, que favoreceu a entrada de
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preço. Assim, Portugal viu-se incapaz de
competir com os outros países mais
desenvolvidos da Europa, visto que a nossa
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relativamente à das maiores potências.
 Assim, as nossas exportações diminuíram. A nossa
indústria era também pouco desenvolvida,
comparativamente a outros países europeus, o que
fez com que as nossas importações de produtos
industriais estrangeiros se mantivessem altas, pois
eram produtos mais baratos e mais competitivos.
 Verifica-se então uma grave situação de crise e de
défice, resultante do saldo negativo entre as
importações e as exportações.
 Como vemos no documento, os
valores das importações eram o
dobro dos valores das
exportações, levando a uma
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e, consequentemente, a um
país cada vez mais pobre.
 A única solução possível seria
diminuir os gastos e aumentar
os lucros do país.
 Grande parte do desenvolvimento português
(vias férreas, transportes, banca, indústria)
fez-se à custa de investidores
estrangeiros, logo, as receitas originadas por
esses investimentos não revertiam a favor de
Portugal.
 A dívida pública, que não parava de crescer
em virtude dos sucessivos empréstimos no
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finanças portuguesas. Com estes
empréstimos, verificamos a nossa
dependência face ao capital externo.
 Os pedidos de empréstimos serviam para
aumentar as receitas. Pedimos empréstimo,
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Brothers, que, posteriormente, em 1890,
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culminar da crise ocorreu em janeiro de
1892, quando o Estado português declarou
bancarrota.
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da Regeneração
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que exportações
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negativa
Crise financeira
na década de
1880 a 90
 Podemos então dizer que a principal razão da
crise da década de 1880-90 foram os
problemas estruturais que se mantinham,
como a falta de investimento em atividades
produtivas, o atraso agrícola, a dependência
externa, a balança comercial negativa, a
crescente emigração de população em busca
de melhores condições de vida e a
acumulação de dívidas.
 Além da crise financeira, este período foi também
marcado por uma crise política. Destacamos o Ultimato
Inglês, em 1890, e a Revolta de 31 de janeiro, em 1891.
 Vários acontecimentos geraram descontentamento
entre a população e criaram condições propícias à
queda da monarquia, beneficiando o Partido
Republicano, que soube capitalizar em seu favor a crise
económica que se abateu sobre o país e o descrédito
nos partidos do rotativismo monárquico (isto é, na
alternância, à frente do Governo, dos dois principais partidos
monárquicos, o Regenador e o Progressista, que manipulavam em seu
favor as eleições e a vida política em geral.)
 Com a necessidade de matérias-primas para
a indústria, África, um continente ainda por
explorar, começou a ser cobiçado entre as
potências europeias, e foi feita a Conferência
de Berlim com o objetivo de dividir os
territórios africanos.
 Portugal, querendo manter os seus territórios lá, Angola,
Chire e Moçambique, fez uma proposta, o Mapa Cor-de-
Rosa. No entanto, as pretensões de Portugal nesse
projeto chocavam com o projeto inglês de ligar, com uma
via férrea, os seus territórios do norte e do Sul, o Cairo e o
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inglesa. Perante esta decisão, um sentimento de revolta
e humilhação caiu sobre a população portuguesa, que
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 A ideia de um movimento militar para a
substituição do regime começou a ganhar
forma entre os republicanos. Ainda no
rescaldo do choque provocado pelo Ultimato,
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 Este golpe ficou conhecido como a revolta de
31 de janeiro.
 Depois da grave crise económica e do
fracasso do livre-cambismo posto em prática
pela política da Regeneração, o Governo
português publicou, em 1892, uma nova
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protecionista. O objetivo era reorientar a
economia portuguesa.
 Procurou-se garantir as condições
necessárias para que os produtos nacionais se
pudessem afirmar no mercado externo,
interno e nas colónias (relaciona-se com o
colonialismo). O comércio colonial foi um
importante pilar no desenvolvimento
económico português.
 Relativamente à indústria, difundiu-se a
energia a vapor e avançou-se com a
mecanização. As inovações e tecnologias da
segunda revolução industrial foram
finalmente utilizadas: a indústria química e a
eletricidade.
 A indústria teve então de acompanhar a
agricultura, colocando a produção nos
mercados.
 Foram criadas Companhias, melhor
preparadas para as oscilações do mercado e
onde o capital financeiro imperava (ligadas ao
têxtil, transportes, serviços públicos, bancos,
expansão colonial, etc.);
 Valorizou-se o mercado colonial;
 Verificou-se uma expansão tecnológica, com
a difusão da eletricidade, da indústria química
e da mecanização.
Protecionismo (pauta alfandegária de
1892)
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1881
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 Após o período da Regeneração, que favoreceu a
entrada de capitais e artigos industriais estrangeiros,
Portugal tornou-se uma sociedade capitalista
dependente. Abateu-se uma grave crise financeira sobre
o nosso país, devido ao défice comercial e à dívida
pública, que levaram o país à bancarrota.
 A monarquia constitucional revelava-se incapaz de
resolver a crise e de responder às necessidades da
população, mostrando-se fraca, por exemplo, através
da humilhação que o Ultimato inglês foi para o governo
português.

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Crise financeira de 1880-90 e queda da monarquia em Portugal

  • 2.  Entre 1880 e 1914, Portugal viveu períodos de crise e de expansão. Particularmente entre 1880 e 1890, a economia portuguesa atravessou momentos difíceis. Esta crise ficou a dever-se às bases instáveis em que assentava a política económica anterior, a Regeneração, entre 1851 e 1880: o livre- cambismo, os investimentos externos e os empréstimos.
  • 3.  A Regeneração foi o período da política portuguesa que antecedeu a crise financeira. Visava estabelecer a concórdia social e política, bem como o desenvolvimento económico do país.
  • 4.  A Regeneração enveredou pela via do livre- cambismo, que favoreceu a entrada de produtos industriais estrangeiros a baixo preço. Assim, Portugal viu-se incapaz de competir com os outros países mais desenvolvidos da Europa, visto que a nossa industrialização tinha meio século de atraso relativamente à das maiores potências.
  • 5.  Assim, as nossas exportações diminuíram. A nossa indústria era também pouco desenvolvida, comparativamente a outros países europeus, o que fez com que as nossas importações de produtos industriais estrangeiros se mantivessem altas, pois eram produtos mais baratos e mais competitivos.  Verifica-se então uma grave situação de crise e de défice, resultante do saldo negativo entre as importações e as exportações.
  • 6.  Como vemos no documento, os valores das importações eram o dobro dos valores das exportações, levando a uma balança comercial deficitária e, consequentemente, a um país cada vez mais pobre.  A única solução possível seria diminuir os gastos e aumentar os lucros do país.
  • 7.
  • 8.  Grande parte do desenvolvimento português (vias férreas, transportes, banca, indústria) fez-se à custa de investidores estrangeiros, logo, as receitas originadas por esses investimentos não revertiam a favor de Portugal.
  • 9.  A dívida pública, que não parava de crescer em virtude dos sucessivos empréstimos no país e no exterior, veio ainda piorar as finanças portuguesas. Com estes empréstimos, verificamos a nossa dependência face ao capital externo.
  • 10.  Os pedidos de empréstimos serviam para aumentar as receitas. Pedimos empréstimo, por exemplo, ao banco inglês Baring & Brothers, que, posteriormente, em 1890, abriu falência, fazendo com que Portugal deixasse de ter meios de lidar com a dívida. O culminar da crise ocorreu em janeiro de 1892, quando o Estado português declarou bancarrota.
  • 11. Livre-cambismo da Regeneração Mais importações do que exportações Balança comercial negativa Crise financeira na década de 1880 a 90
  • 12.  Podemos então dizer que a principal razão da crise da década de 1880-90 foram os problemas estruturais que se mantinham, como a falta de investimento em atividades produtivas, o atraso agrícola, a dependência externa, a balança comercial negativa, a crescente emigração de população em busca de melhores condições de vida e a acumulação de dívidas.
  • 13.  Além da crise financeira, este período foi também marcado por uma crise política. Destacamos o Ultimato Inglês, em 1890, e a Revolta de 31 de janeiro, em 1891.  Vários acontecimentos geraram descontentamento entre a população e criaram condições propícias à queda da monarquia, beneficiando o Partido Republicano, que soube capitalizar em seu favor a crise económica que se abateu sobre o país e o descrédito nos partidos do rotativismo monárquico (isto é, na alternância, à frente do Governo, dos dois principais partidos monárquicos, o Regenador e o Progressista, que manipulavam em seu favor as eleições e a vida política em geral.)
  • 14.  Com a necessidade de matérias-primas para a indústria, África, um continente ainda por explorar, começou a ser cobiçado entre as potências europeias, e foi feita a Conferência de Berlim com o objetivo de dividir os territórios africanos.
  • 15.  Portugal, querendo manter os seus territórios lá, Angola, Chire e Moçambique, fez uma proposta, o Mapa Cor-de- Rosa. No entanto, as pretensões de Portugal nesse projeto chocavam com o projeto inglês de ligar, com uma via férrea, os seus territórios do norte e do Sul, o Cairo e o Cabo.  Assim, em 1890, Inglaterra fez um ultimato a Portugal: ou retirávamos as nossas forças expedicionárias da zona em disputa ou eles declaravam-nos guerra.  Portugal cedeu, pois não aguentaria uma investida inglesa. Perante esta decisão, um sentimento de revolta e humilhação caiu sobre a população portuguesa, que responsabilizava a monarquia.
  • 16.
  • 17.  A ideia de um movimento militar para a substituição do regime começou a ganhar forma entre os republicanos. Ainda no rescaldo do choque provocado pelo Ultimato, eclodiu, no Porto, a 31 de janeiro de 1891, a primeira tentativa de derrube da monarquia.  Este golpe ficou conhecido como a revolta de 31 de janeiro.
  • 18.
  • 19.  Depois da grave crise económica e do fracasso do livre-cambismo posto em prática pela política da Regeneração, o Governo português publicou, em 1892, uma nova pauta alfandegária, retornando à doutrina protecionista. O objetivo era reorientar a economia portuguesa.
  • 20.  Procurou-se garantir as condições necessárias para que os produtos nacionais se pudessem afirmar no mercado externo, interno e nas colónias (relaciona-se com o colonialismo). O comércio colonial foi um importante pilar no desenvolvimento económico português.
  • 21.  Relativamente à indústria, difundiu-se a energia a vapor e avançou-se com a mecanização. As inovações e tecnologias da segunda revolução industrial foram finalmente utilizadas: a indústria química e a eletricidade.  A indústria teve então de acompanhar a agricultura, colocando a produção nos mercados.
  • 22.  Foram criadas Companhias, melhor preparadas para as oscilações do mercado e onde o capital financeiro imperava (ligadas ao têxtil, transportes, serviços públicos, bancos, expansão colonial, etc.);  Valorizou-se o mercado colonial;  Verificou-se uma expansão tecnológica, com a difusão da eletricidade, da indústria química e da mecanização.
  • 23. Protecionismo (pauta alfandegária de 1892) Concentração empresarial Expansão da revolução industrial Comércio com as colónias
  • 24. Financiamentos externos Competição entre os países desenvolvidos Empréstimos ao estrangeiro Importação de matérias-primas
  • 25. Crise económica de 1880-90 Crise no modelo rotativista Ultimato inglês (1890) Revolta de 31 de janeiro de 1891
  • 26. Crise - Bancarrota - Pauta protecionista Mapa Cor-de-Rosa Ultimato inglês Revolta de 31 de janeiro 1880 1881 1890 1891 1892
  • 27.  Após o período da Regeneração, que favoreceu a entrada de capitais e artigos industriais estrangeiros, Portugal tornou-se uma sociedade capitalista dependente. Abateu-se uma grave crise financeira sobre o nosso país, devido ao défice comercial e à dívida pública, que levaram o país à bancarrota.  A monarquia constitucional revelava-se incapaz de resolver a crise e de responder às necessidades da população, mostrando-se fraca, por exemplo, através da humilhação que o Ultimato inglês foi para o governo português.