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Rosalía de Castro. Cantares Gallegos

                                                   V.

                                         Corre ó vento, ó rio pasa,
                                       Corren nubes, nubes corren
                                         Camiño da miña casa.

                                          Miña casa, meu abrigo,
                                       Vanse todos, eu me quedo,
                                        Sin compaña, nin amigo.

                                        Eu me quedo contemprando
                                         As laradas d' ás casiñas
                                        Por quen vivo suspirando.


                                                        Deixo á veiga pó lo mar,
                                                        Deixo, en fin, canto ben quero...
                                                        ¡Que pudera non deixar!...
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Terra donde m' eu criey,                                A veira por que camiña
Ortiña que quero tanto,                                 O que naceu desdichado.
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                                                           Téñovos pois que deixar,
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Casiña dó meu contento.                                 Fontiña do cabañar.
   Muhiño d' os castañares,                                Adios, adios que me vou,
Noites craras de luar,                                  Herbiñas do camposanto,
Campaniñas trimbadoras                                  Donde meu pay s' enterrou,
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                                                        Terriña que vos criou.
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Camiñiños antr' ó millo,                                Adios por sempre quizais!...
Adios para sempr' adios!                                Dígoch' este adios chorando
                                                        Desd' á veiriña do mar.
   Adios groria! adios contento!                        Non m' olvides, queridiña,
Deixo á casa onde nacin,                                Si morro de soidás...
Deixo á aldea que conoço,                               Tantas legoas mar adentro...
Por un mundo que non vin!                               ¡Miña casiña! meu lar!
   Deixo amigos por estraños,
Celso Emilio Ferreiro. Longa noite de pedra


           No meio do caminho tinha uma pedra
           tinha uma pedra no meio do caminho
                     tinha uma pedra
           no meio do caminho tinha uma pedra.

               Carlos Drummond de Andrade




O teito é de pedra.
De pedra son os muros
i as tebras.
De pedra o chan
i as reixas.
As portas,
as cadeas,
o aire,
as fenestras,
as olladas,
son de pedra.
Os corazós dos homes
que ao lonxe espreitan,
feitos están
tamén
de pedra.
I eu, morrendo
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de pedra.

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RosalíA De Castro

  • 1. Rosalía de Castro. Cantares Gallegos V. Corre ó vento, ó rio pasa, Corren nubes, nubes corren Camiño da miña casa. Miña casa, meu abrigo, Vanse todos, eu me quedo, Sin compaña, nin amigo. Eu me quedo contemprando As laradas d' ás casiñas Por quen vivo suspirando. Deixo á veiga pó lo mar, Deixo, en fin, canto ben quero... ¡Que pudera non deixar!... Adios rios, adios fontes, Adios regatos pequenos, ........................ Adios vista dos meus ollos Non sei cando nos veremos. Mais son prob' e mal pecado, A miña terra n' é miña, Miña terra, miña terra, Qu' hastra lle dán de prestado Terra donde m' eu criey, A veira por que camiña Ortiña que quero tanto, O que naceu desdichado. Figueiriñas que prantey. Téñovos pois que deixar, Prados, rios, arboredas, Hortiña que tanto amei, Pinares que move ó vento, Fogueiriña dó meu lár, Paxariños piadores, Arboriños que prantei, Casiña dó meu contento. Fontiña do cabañar. Muhiño d' os castañares, Adios, adios que me vou, Noites craras de luar, Herbiñas do camposanto, Campaniñas trimbadoras Donde meu pay s' enterrou, Dá igrexiña dó lugar. Herbiñas que biquey tanto, Terriña que vos criou. Amoriñas d' ás silveiras Qu' eu lle dab' ó meu amor, Adios tamén, queridiña... Camiñiños antr' ó millo, Adios por sempre quizais!... Adios para sempr' adios! Dígoch' este adios chorando Desd' á veiriña do mar. Adios groria! adios contento! Non m' olvides, queridiña, Deixo á casa onde nacin, Si morro de soidás... Deixo á aldea que conoço, Tantas legoas mar adentro... Por un mundo que non vin! ¡Miña casiña! meu lar! Deixo amigos por estraños,
  • 2. Celso Emilio Ferreiro. Longa noite de pedra No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Carlos Drummond de Andrade O teito é de pedra. De pedra son os muros i as tebras. De pedra o chan i as reixas. As portas, as cadeas, o aire, as fenestras, as olladas, son de pedra. Os corazós dos homes que ao lonxe espreitan, feitos están tamén de pedra. I eu, morrendo nesta longa noite de pedra.