2. Introdução
O parasito obtém alimento do hospedeiro consumindo-lhe os tecidos e
humores (líquido tecidual) ou o conteúdo intestinal. Esse relacionamento do
parasita com seu hospedeiro tem base nutricional e, preferencialmente, não
deve lesá-lo drasticamente, evitando alterações comprometedoras que o
levem à morte rapidamente – quanto mais tempo o hospedeiro viver maior
será o sucesso do parasita.
A – Imagem microscópica do
Trypanosoma cruzi (protozoário), o
agente infeccioso da Doença de
Chagas. B - Fotografia de uma tênia
adulta (helminto
achatado-platelminto)
3. Parásitas Microscopios
Os helmintos parasitos são macroscópicos e podem ser observados a olho nu,
tais como os vermes causadores da teníase e da esquistossomose e as
lombrigas.
Também macroscópico, um grupo de artrópodos, Miíase, tem a capacidade
de se alimentar de tecido animal em decomposição (miíases
traumáticas-bicheira) e de tecido animal vivo (miíase furunculares-berne).
A maioria dos artródodos são ectoparasitos e causam,
portanto, infestações e não infecções, tais como os insetos
4. Parásitas Microscopios
Os protozoários não podem ser vistos a olho nu, são seres unicelulares
nucleados e, portanto, Eucariontes. É impossível estudar sua morfologia sem
o auxílio de um microscópio. São semelhantes às bactérias, que são menores,
também causam doença e não possuem núcleo, sendo elas, portanto,
Procariontes.
São diversos os agentes causadores de protozooses no ser
humano, entre eles podemos citar o Trypanossoma cruzi (Doença
de Chagas), Giardia lamblia (Giardíase), Entamoeba hytolitica
(Amebíase), Plasmodium malariae (Malária), Toxoplama gondii
(Toxoplasmose), Leishmania sp (Leishimaniose) e outros.
5. Infecção X Infestação
• Infecção: de uma maneira simples, podemos dizer está relacionada com o
parasitismo causado por endoparasitas, ou seja, causado por parasitas que
adentrem o hospedeiro. Uma definição mais completa é que o parasita
penetra no hospedeiro, alimente-se, desenvolva-se, reproduza-se e cause
danos aos seus tecidos.
• Infestação: corresponde ao parasitismo causado no organismo por
ectoparasita, que se fixa, alimenta-se e lesiona os tecidos externos do corpo,
como os piolhos e os carrapatos
6. Hospedeiro
Hospedeiro é o organismo que serve de habitat para outro que o parasito se
instala e encontre condições de sobrevivência. Os hospedeiros podem ser
classificados em três tipos: definitivo, intermediário e paratênico.
O hospedeiro definitivo apresenta o parasito em fase de atividade sexual (fase de
maturidade).
O hospedeiro intermediário apresenta o parasito em fase assexuada (larvária).
O hospedeiro paratênico (ou de transporte) é o hospedeiro intermediário no qual o
parasito não sofre desenvolvimento, mas permanece encistado até que o hospedeiro
definitivo o ingira.
7. Agente Etiológico
Agente etiológico é o causador ou o responsável pela origem da doença. Pode
ser um vírus, uma bactéria, um fungo, um protozoário ou um helminto.
Vetor
A maioria dos vetores são artrópodos, mas podem ser moluscos ou outro
veículo que transmite o parasito entre dois hospedeiros. O vetor mecânico
somente transporta e dissemina o parasito. No vetor biológico, o parasito,
além de ser transportado e disseminado, realiza parte de seu ciclo de
biológico, ou seja, desenvolve-se, multiplica-se.
8. Portador
É um hospedeiro susceptível a um patógeno, manifestando a parasitose em
maior (sintomático) ou menor grau (assintomático), mas capaz de transmiti-lo
a outros hospedeiros, também conhecido como “portador assintomático”.
Quando ocorre doença e o portador pode contaminar outras pessoas em
diferentes fases, temos o “portador em incubação”, “portador convalescente”,
“portador temporário”, “portador crônico”.
9. Ciclos
Ciclo Monoxeno: parasitos que
completam seu ciclo biológico em
um hospedeiro, a exemplo do
agente etiológico da ancilostomose
10. Ciclos
Ciclo Heteroxeno: parasitos que
necessitam de dois ou mais
hospedeiros para completar o ciclo
biológico. O agente infeccioso da
esquistossomose passa à fase
larvária em um caramujo e à fase
de maturidade no ser humano
11. Tipos de Parasitismo
• Obrigatório: quando o parasito é incapaz de sobreviver sem seu hospedeiro.
• Errático: quando o parasito se instala e consegue se alimentar em um local que não é o
normal, a exemplo do StrongyIodes stercoraIis, que usualmente parasita as paredes do
jejuno, mas já foi encontrado no pâncreas.
• Acidental: quando o parasito instala e consegue se alimentar em um hospedeiro que não é
o normal, como o Dipylidium caninum, que é um parasita canino e pode infectar crianças.
• Facultativo: quando o ser vivo possui vida livre e vida parasitária, a exemplo das larvas de
mosca Sarcophagidae que se desenvolvem tanto em feridas necrosadas como em matéria
orgânica em decomposição, que podem ser animais mortos, esterco e outros.
12. Ação dos parasitos sobre o Hospedeiro
• Espoliativa: o parasita absorve nutrientes (Ancilostomídeos) ou sangue do
hospedeiro (hematofagismo de mosquitos).
• Mecânica (obstrutiva): presença de Ascaris lumbricoides em grande
quantidade causa obstrução da alça intestinal.
• Tóxica: os metabólitos de alguns parasitos podem ser tóxicos e produzir
reações alérgicas nos teciduais no hospedeiro. Ascaris lumbricoides produz
tais metabólitos.
• Enzimática: enzimas produzidas por cercárias do Schistosoma mansoni
auxiliam sua penetração na pele do ser humano.
13. Ação dos parasitos sobre o Hospedeiro
• Irritativa: provocada pela ação de ventosas como as de Taenia sp.
• Traumática: provocada pela migração de larvas como as de Plasmodium
falciparum, que rompem as hemácias.
• Anóxia: provocada por parasitos que utilizam O2 da hemoglobina, como os
Plasmodium sp, e matam células humanas.
• Anêmica: provocada por qualquer parasito que destruas as hemácias e,
portanto, cause anemia. Geralmente causadas por Plasmodium e infecções
maciças de Ancylostomas
14. Referências
BORGES, A. P. A.; COIMBRA, A. M. C. Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa.
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.
Educação a Distância; organizado por Ana Paula Abreu Borges e Angela Maria
Castilho Coimbra. – Rio de Janeiro: EAD/ENSP, 2008. DE CARLI, G. A.
Parasitologia Clínica: Seleção de Métodos e Técnicas de Laboratório para o
Diagnóstico das Parasitoses Humanas. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
FERREIRA, M. U. Parasitologia Contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
15. Créditos
Ms. Esp. Brunno Lemes de Melo
https://www.linkedin.com/in/brunno-lemes-de-melo-05723610b/
http://lattes.cnpq.br/9727135734775467