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1
Cirurgia Plástica
Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa
de Misericórdia de
São José do Rio Preto
Regente : Valdemar Mano Sanches
2
Pé Diabético
Consenso Internacional
2003
Classificação e Tratamento das
Úlceras
Dr. Brunno Rosique Lara
3
Classificação das Úlceras
• Úlcera do pé é uma ferida atingindo toda a
espessura da pele, abaixo do tornozelo,
independentemente da duração, em pacientes
diabéticos.
• Necrose de pele e gangrenas são também
classificadas como úlceras.
• Gangrena é a necrose da pele e das estruturas
abaixo dela ( músculo, tendão, osso, articulação
etc.)
4
Classificação das Úlceras
Na classificação geral as úlceras podem ser:
1.Neuropáticas
2.Isquêmicas
3.Neuro-isquêmicas
As neuropáticas são geralmente plantares.
As neuro-isquêmicas são geralmente na
pontas dos dedos e extremo lateral do pé.
5
Classificação das Úlceras
Cinco ítens importantes foram avaliados na
classificação das úlceras do pé diabético:
• Perfusion
• Extent
• Depth
• Infection
• Sensation
6
Classificação das Úlceras
■ Pulso pedioso e tibial posterior palpáveis
■ Índice tornozelo/braço = 0.9 -1.10 ou
■ Índice hallux/braço > 0.6 ou
■ Pressão de oxigênio transcutâneo
(tcpo2)>60mmHg
Grau 1- Sem sinais ou sintomas de isquemia no
pé afetado, ou seja:
Quanto à Perfusão
7
Classificação das Úlceras
Quanto à Perfusão
■ Presença de claudicação intermitente ou
■ Índice tornozelo/braço < 0.9, mas com pressão
sistólica do tornozelo > 50mmHg ou
■ Índice hallux/braço < 0.6, mas com pressão sistólica
do hallux > 30mmHg ou
■ Pressão transcutanea de oxigênio=30-60mmHg ou
■ Outras anormalidades em testes não invasivos
compatíveis com isquemia não crítica
Grau 2 – com sinais e sintomas de isquemia do
membro, porém, não crítica.
8
Classificação das Úlceras
Quanto à Perfusão
■ Pressão sistólica do tornozelo < 50mmHg
■ Pressão sistólica do hallux < 30mmHg
■ Pressão de oxigênio transcutâneo < 30mmHg
grau 3 – isquemia crítica do membro, definida
como:
9
Classificação das Úlceras
Quanto à Extensão
As úlceras são medidas em centímetros quadrados
que deverão ser medidas se possível, após
debridamento. para isso pode-se multiplicar os valores
dos maiores diâmetros perpendicularmente ou usar
uma transparência em rede milimetrada que é mais
precisa para a mensuração.
10
Classificação das Úlceras
Quanto à Profundidade
Envolve todas as camadas do pé,
incluindo osso e/ou articulação (osso
exposto, toca-se com estilete)
Grau 3
Úlcera profunda, passa da derme para
estruturas subcutâneas, fáscia, músculo
ou tendão.
Grau 2
Úlcera superficial não atinge estruturas
além da derme.
Grau 1
11
Pé Diabético
Consenso Internacional
Classificação das Úlceras
Quanto à Infecção
sem sinais ou sintomas de infecção
Grau 1
12
Classificação das Úlceras
Quanto à Infecção
Infecção limitada à pele e subcutâneo.
(poupa os tecidos profundos e sem sinais
sistêmicos) pelo menos 2 dos ítens abaixo
devem estar presentes:
• Edema ou Induração local
• Eritema > 0,5-2cm ao redor da úlcera
• Flutuação ou Dor local
• Calor local e/ou Secreção purulenta
Grau 2
13
Classificação das Úlceras
Quanto à Infecção
• Eritema > 2 cm mais um dos ítens
descritos anteriormente ( edema,
flutuação, calor ou pus) ou
• Infecção envolvendo estruturas mais
profundas do que a pele e subcutâneo tais
como, abscesso, osteomielite, artrite
séptica ou fasciite.
• Sem sinais de resposta inflamatória
sistêmica.
Grau 3
14
Classificação das Úlceras
Quanto à Infecção
Infecção do pé associada a dois ou mais
dos seguintes sinais resposta sistêmica:
• Temperatura > 38 ou < 36 gráus Celsius
• Frequência cardíaca > 90 bpm
• Frequência respiratória > 20/min
• PaCo2 < 32 mmHg
• Leucocitos >12.000 ou < 4.000/mm3
• 10% de formas imaturas
Grau 4
15
Classificação das Úlceras
Quanto à Sensação
Perda da sensação protetora definida
como a falta de percepção de um dos
seguintes testes no pé afetado:
▪ Toque com o monofilamento de 10g em
2 de 3 locais da região plantar.
▪ Sensação vibratória no hallux com o
diapasão de 128Hz.
Grau 2
Sem perda da sensação protetora do pé
Grau 1
16
Efeito do Diabetes na
Cicatrização
A transformação de feridas agudas em crônicas nos
indivíduos diabéticos, é influenciada por fatores
extrínsecos e intrínsecos.
17
Pé Diabético
Consenso Internacional
Efeito do Diabetes na Cicatrização
• Extrínsecos, são os traumas repetitivos (devido à
neuropatia), isquemia e infecção.
• Intrínsecos, deficiência de fatores de crescimento,
formação anormal dos componentes da matriz extra-
celular com reduzida atividade fibroblástica e produção
excessiva de protease
18
Pé Diabético
Consenso Internacional
Efeito do Diabetes na Cicatrização
Fatores Extrínsecos: Papel da neuropatia
A perda da sensibilidade dolorosa, e a vasoplegia
permanente provocadas pela neuropatia, produzem
uma diminuição da vasodilatação neurogênica em
resposta ao trauma e a estímulos químicos que resulta
numa diminuida resposta inflamatória e consequente
retardo na cicatrização.
19
Pé Diabético
Consenso Internacional
Efeito do Diabetes na Cicatrização
Fatores Extrínsecos: Papel da neuropatia
• O reflexo simpático veno-arteriolar regula o fluxo
nos capilares e nas comunicações arterio-venosas.
• A perda deste reflexo nos diabéticos, leva a uma
dilatação pré-capilar com aumento do fluxo nas
comunicações arterio-venosas.
20
Pé Diabético
Consenso Internacional
Efeito do Diabetes na Cicatrização
• Que vão provocar aumento da pressão
venosa, diminuição do fluxo capilar na pele
e formação de edema, que aumenta o risco de
infecção e isquemia.
• A doença microvascular está muito mais
relacionada à denervação simpática do que às
alterações arterioscleróticas propriamente ditas.
Fatores Extrínsecos: Papel da neuropatia
21
Pé Diabético
Consenso Internacional
Efeito do Diabetes na Cicatrização
Fatores Extrínsecos: Papel da infecção
• O diabetes está associado com deficiência na
produção de radicais livres do tipo superóxido, que são
os ativadores da função anti-microbiana dos neutrofilos.
• Também estão diminuidas a capacidade quimiotáxica,
a fagocitose e a lise das bactérias no interior destes
neutrofilos.
22
Efeito do Diabetes na Cicatrização
Fatores Extrínsecos: Papel da infecção
• A infecção é responsável por necrose tecidual no
pé diabético.
• Esta necrose raramente é causada por uma
microangiopatia.
• E sim, por uma vasculite neutrofílica secundária
à infecção de tecidos moles.
• Dai a importância do diagnóstico precoce da
infecção, e uma antibioticoterapia eficaz.
23
Pé Diabético
Consenso Internacional
Efeito do Diabetes na Cicatrização
Fatores Intrínsecos: Fatores de crescimento
Há um retardo na cicatrização das feridas nos
diabéticos devido à diminuição na produção da maioria
dos fatores de crescimento.
24
Pé Diabético
Consenso Internacional
Efeito do Diabetes na Cicatrização
Fatores Intrínsecos: Matriz extra celular
A cicatrização por segunda intenção das feridas
dérmicas nos pacientes não diabéticos, se dá muito
mais pela contração da pele e aproximação natural dos
bordos, do que pela epitelização.
25
Pé Diabético
Consenso Internacional
Efeito do Diabetes na Cicatrização
Fatores Intrínsecos: Matriz extra celular
Já nos diabéticos, a cicatrização se dá
predominantemente por granulação e epitelização,
quase não há contração dos bordos da ferida.
26
Pé Diabético
Consenso Internacional
Efeito do Diabetes na Cicatrização
Fatores Intrínsecos: Matriz extra celular
A epitelização superficial é normal, porém a
cicatrização profunda que necessita da produção
de colágeno, está seriamente comprometida devido
ao excesso de protease e uma reduzida
atividade fibroblástica.
27
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
• As úlceras neuropáticas com calo e necrose,
devem ser debridadas de imediato, anestesia é
quase sempre desnecessário.
• Este debridamento não deve ser realizado nas
úlceras isquêmicas ou neuro-isquêmicas sem
sinais de infecção.
28
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
• O debridamento cirúrgico é fundamental para
a remoção da maior quantidade possível de
debris e material necrótico.
• Outros métodos podem ser utilizados para
complementar a limpeza da úlcera tais como:
29
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
Debridamento Autolítico
Seria o uso das enzimas do próprio corpo para
separar o tecido desvitalizado do tecido sadio.
Isto é obtido mantendo-se o ambiente úmido da
úlcera com curativos oclusivos de hidrogéis e
hidrocoloides.
30
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
Debridamento Químico
Agentes químicos usados, tais como clorexidina,
permanganato de potássio, iodine, pomadas
contendo prata e cobre, ácidos fracos (lático,
acético e málico), hipoclorito, água oxigenada
etc. podem ter um efeito tóxico sobre as células da
cicatrização e não são usados largamente por
insuficiênte embasamento científico.
31
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
Debridamento Enzimático
• Agentes enzimáticos como colagenase,
sutilans, papaina, uma combinação de
estreptoquinase e estreptodornase, podem ser
usados no leito da úlcera, ou injetados no
tecido desvitalizado.
• O tratamento é caro, requer experiência na
aplicação, porém seu uso tem base científica.
32
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
Debridamento biológico
• É o resurgimento de técnica secular, para a
limpeza de feridas necróticas incluindo as dos
pés diabéticos.
• É o uso de larvas da mosca verde (Lucilia
Sericata)
que se alimentam apenas de tecido necrótico e
bactérias, incluindo Stafilo-Meticilin-Resistentes
poupando sempre os tecidos sadios.
33
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
Preparações com Antibióticos Tópicos :
Os conceitos sobre sensibilização dos pacientes e
desenvolvimento de cepas resistentes,
desaconselham o uso destes agentes na úlcera
do pé diabético.
34
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O curativo ideal deveria:
1. Promover a cicatrização da ferida
2. Proporcionar isolamento térmico
3. Criar e manter um ambiente úmido
4. Proporcionar proteção mecânica
5. Ser seguro, atóxico, não sensibilizante
6. Livre de partículas contaminantes
7. Não aderente à ferida
35
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O curativo ideal deveria:
1. Não requerer trocas frequentes
2. Permitir a remoção sem dor ou trauma
3. Absorver o excesso de exsudato
4. Permitir a monitorização do ferimento
5. Permitir as trocas gasosas
6. Amoldável
7. Impermeável aos microorganismos
36
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O curativo ideal deveria:
1. Ser aceitável para o paciente
2. Ser fácil de usar
3. Ter boa relação custo-benefício
37
Tratamento das Úlceras
Materiais modernos para curativo
• Películas
• Espumas
• Hidrogéis
• Hidrocolóides
• Alginatos
• Curativos com medicamentos
• Curativos com ácido hialurônico e inibidores
de proteinase ( novos experimentos)
38
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
Outras modalidades de tratamento
• Estimulação Eletromagnética
• Laserterapia
• Ultrasonoterapia
• Pressão negativa tópica
39
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O papel da cirurgia:
Nos pacientes com doença isquêmica a
revascularização deverá ser feita sempre que as
condições clínicas permitirem e for viável
tecnicamente.
40
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O papel da cirurgia
Nos pacientes não isquêmicos, os
procedimentos cirúrgicos estão indicados
principalmente em:
• Úlceras plantares do ante-pé
• Ulceracão na ponta do dedo em garra
• Ulceração extensa do calcanhar
• Deformidades do pé de charcot
41
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O papel da cirurgia:
Nas úlceras plantares do ante-pé e do hallux,
o uso do gesso de contato total e outros
procedimentos não invasivos, são efetivos na
maioria dos casos, com até 90% de cicatrização
em 12 semanas. Por isso devem ser
considerados como a primeira escolha no
tratamento destas úlceras.
42
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O papel da cirurgia
Na falha do tratamento conservador,
vários procedimentos para restaurar a
arquitetura do pé estão indicados:
1. Artroplastia
2. Sesamoidectomia
3. Condilectomia
4. Osteotomia de metatarso
43
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O papel da cirurgia:
Na falha do tratamento conservador,
vários procedimentos para restaurar a
arquitetura do pé estão indicados:
1. Ressecção da artic. metatarso-falangeana
2. Fusão da articulação interfalangeana
3. Ressecção óssea
4. Cirurgia plástica reconstrutora
44
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O papel da cirurgia:
80% das úlceras plantares do ante-pé
cicatrizam em 12 semanas após ressecção
da cabeça do metatarso correspondente.
45
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O papel da cirurgia:
• 10% dos diabéticos têm encurtamento do
tendão de Aquiles, causando um aumento da
pressão no ante-pé.
• O alongamento deste tendão pode ser o
procedimento mais promissor, pois transfere
cerca de 27% da pressão do ante-pé para o
calcanhar. (Pode ser realizado sob anestesia local)
46
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O papel da cirurgia:
• A ulceração dos dedos em garra nos
diabéticos, pode se complicar com osteomielite
da falange distal
• A excisão desta falange e da cartilagem
da falange medial pode ser realizada.
• A secção dos tendões flexores poderá ser
feita para alongamento dos dedos.
47
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O papel da cirurgia
• As ulcerações extensas do calcanhar, são
de grande risco para o membro.
• O objetivo será obter uma ferida limpa
granulando sem exposição do calcâneo ou
necrose do coxim, que poderá cicatrizar por
segunda intenção ou com enxerto de pele.
48
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O papel da cirurgia :
• A exposição do calcâneo, poderá necessitar
de ressecção parcial ou da porção posterior do
mesmo incluíndo o tendão de Aquiles.
• Em situações extremas de salvamento do
membro uma calcanectomia total poderá ser
realizada, exigindo o uso posterior de órtese em
arco.
49
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O papel da cirurgia :
• Muitas destas úlceras, em pacientes
debilitados, onde há irreversível perda
tecidual são melhor tratadas com amputação
do membro.
• Algumas lesões complexas podem ser
tratadas com transferência de retalho total
através de microcirurgia.
50
Pé Diabético
Consenso Internacional
Tratamento das Úlceras
O papel da cirurgia :
• As deformidades do pé de charcot, podem
ser corrigidas cirurgicamente com fixadores
internos ou externos.
• Porém o tratamento conservador é efetivo
na maioria dos casos, sendo o pé acomodado
em sapatos ou botas especificamente
confeccionados para cada paciente.

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Tratamento de úlceras do pé diabético

  • 1. 1 Cirurgia Plástica Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto Regente : Valdemar Mano Sanches
  • 2. 2 Pé Diabético Consenso Internacional 2003 Classificação e Tratamento das Úlceras Dr. Brunno Rosique Lara
  • 3. 3 Classificação das Úlceras • Úlcera do pé é uma ferida atingindo toda a espessura da pele, abaixo do tornozelo, independentemente da duração, em pacientes diabéticos. • Necrose de pele e gangrenas são também classificadas como úlceras. • Gangrena é a necrose da pele e das estruturas abaixo dela ( músculo, tendão, osso, articulação etc.)
  • 4. 4 Classificação das Úlceras Na classificação geral as úlceras podem ser: 1.Neuropáticas 2.Isquêmicas 3.Neuro-isquêmicas As neuropáticas são geralmente plantares. As neuro-isquêmicas são geralmente na pontas dos dedos e extremo lateral do pé.
  • 5. 5 Classificação das Úlceras Cinco ítens importantes foram avaliados na classificação das úlceras do pé diabético: • Perfusion • Extent • Depth • Infection • Sensation
  • 6. 6 Classificação das Úlceras ■ Pulso pedioso e tibial posterior palpáveis ■ Índice tornozelo/braço = 0.9 -1.10 ou ■ Índice hallux/braço > 0.6 ou ■ Pressão de oxigênio transcutâneo (tcpo2)>60mmHg Grau 1- Sem sinais ou sintomas de isquemia no pé afetado, ou seja: Quanto à Perfusão
  • 7. 7 Classificação das Úlceras Quanto à Perfusão ■ Presença de claudicação intermitente ou ■ Índice tornozelo/braço < 0.9, mas com pressão sistólica do tornozelo > 50mmHg ou ■ Índice hallux/braço < 0.6, mas com pressão sistólica do hallux > 30mmHg ou ■ Pressão transcutanea de oxigênio=30-60mmHg ou ■ Outras anormalidades em testes não invasivos compatíveis com isquemia não crítica Grau 2 – com sinais e sintomas de isquemia do membro, porém, não crítica.
  • 8. 8 Classificação das Úlceras Quanto à Perfusão ■ Pressão sistólica do tornozelo < 50mmHg ■ Pressão sistólica do hallux < 30mmHg ■ Pressão de oxigênio transcutâneo < 30mmHg grau 3 – isquemia crítica do membro, definida como:
  • 9. 9 Classificação das Úlceras Quanto à Extensão As úlceras são medidas em centímetros quadrados que deverão ser medidas se possível, após debridamento. para isso pode-se multiplicar os valores dos maiores diâmetros perpendicularmente ou usar uma transparência em rede milimetrada que é mais precisa para a mensuração.
  • 10. 10 Classificação das Úlceras Quanto à Profundidade Envolve todas as camadas do pé, incluindo osso e/ou articulação (osso exposto, toca-se com estilete) Grau 3 Úlcera profunda, passa da derme para estruturas subcutâneas, fáscia, músculo ou tendão. Grau 2 Úlcera superficial não atinge estruturas além da derme. Grau 1
  • 11. 11 Pé Diabético Consenso Internacional Classificação das Úlceras Quanto à Infecção sem sinais ou sintomas de infecção Grau 1
  • 12. 12 Classificação das Úlceras Quanto à Infecção Infecção limitada à pele e subcutâneo. (poupa os tecidos profundos e sem sinais sistêmicos) pelo menos 2 dos ítens abaixo devem estar presentes: • Edema ou Induração local • Eritema > 0,5-2cm ao redor da úlcera • Flutuação ou Dor local • Calor local e/ou Secreção purulenta Grau 2
  • 13. 13 Classificação das Úlceras Quanto à Infecção • Eritema > 2 cm mais um dos ítens descritos anteriormente ( edema, flutuação, calor ou pus) ou • Infecção envolvendo estruturas mais profundas do que a pele e subcutâneo tais como, abscesso, osteomielite, artrite séptica ou fasciite. • Sem sinais de resposta inflamatória sistêmica. Grau 3
  • 14. 14 Classificação das Úlceras Quanto à Infecção Infecção do pé associada a dois ou mais dos seguintes sinais resposta sistêmica: • Temperatura > 38 ou < 36 gráus Celsius • Frequência cardíaca > 90 bpm • Frequência respiratória > 20/min • PaCo2 < 32 mmHg • Leucocitos >12.000 ou < 4.000/mm3 • 10% de formas imaturas Grau 4
  • 15. 15 Classificação das Úlceras Quanto à Sensação Perda da sensação protetora definida como a falta de percepção de um dos seguintes testes no pé afetado: ▪ Toque com o monofilamento de 10g em 2 de 3 locais da região plantar. ▪ Sensação vibratória no hallux com o diapasão de 128Hz. Grau 2 Sem perda da sensação protetora do pé Grau 1
  • 16. 16 Efeito do Diabetes na Cicatrização A transformação de feridas agudas em crônicas nos indivíduos diabéticos, é influenciada por fatores extrínsecos e intrínsecos.
  • 17. 17 Pé Diabético Consenso Internacional Efeito do Diabetes na Cicatrização • Extrínsecos, são os traumas repetitivos (devido à neuropatia), isquemia e infecção. • Intrínsecos, deficiência de fatores de crescimento, formação anormal dos componentes da matriz extra- celular com reduzida atividade fibroblástica e produção excessiva de protease
  • 18. 18 Pé Diabético Consenso Internacional Efeito do Diabetes na Cicatrização Fatores Extrínsecos: Papel da neuropatia A perda da sensibilidade dolorosa, e a vasoplegia permanente provocadas pela neuropatia, produzem uma diminuição da vasodilatação neurogênica em resposta ao trauma e a estímulos químicos que resulta numa diminuida resposta inflamatória e consequente retardo na cicatrização.
  • 19. 19 Pé Diabético Consenso Internacional Efeito do Diabetes na Cicatrização Fatores Extrínsecos: Papel da neuropatia • O reflexo simpático veno-arteriolar regula o fluxo nos capilares e nas comunicações arterio-venosas. • A perda deste reflexo nos diabéticos, leva a uma dilatação pré-capilar com aumento do fluxo nas comunicações arterio-venosas.
  • 20. 20 Pé Diabético Consenso Internacional Efeito do Diabetes na Cicatrização • Que vão provocar aumento da pressão venosa, diminuição do fluxo capilar na pele e formação de edema, que aumenta o risco de infecção e isquemia. • A doença microvascular está muito mais relacionada à denervação simpática do que às alterações arterioscleróticas propriamente ditas. Fatores Extrínsecos: Papel da neuropatia
  • 21. 21 Pé Diabético Consenso Internacional Efeito do Diabetes na Cicatrização Fatores Extrínsecos: Papel da infecção • O diabetes está associado com deficiência na produção de radicais livres do tipo superóxido, que são os ativadores da função anti-microbiana dos neutrofilos. • Também estão diminuidas a capacidade quimiotáxica, a fagocitose e a lise das bactérias no interior destes neutrofilos.
  • 22. 22 Efeito do Diabetes na Cicatrização Fatores Extrínsecos: Papel da infecção • A infecção é responsável por necrose tecidual no pé diabético. • Esta necrose raramente é causada por uma microangiopatia. • E sim, por uma vasculite neutrofílica secundária à infecção de tecidos moles. • Dai a importância do diagnóstico precoce da infecção, e uma antibioticoterapia eficaz.
  • 23. 23 Pé Diabético Consenso Internacional Efeito do Diabetes na Cicatrização Fatores Intrínsecos: Fatores de crescimento Há um retardo na cicatrização das feridas nos diabéticos devido à diminuição na produção da maioria dos fatores de crescimento.
  • 24. 24 Pé Diabético Consenso Internacional Efeito do Diabetes na Cicatrização Fatores Intrínsecos: Matriz extra celular A cicatrização por segunda intenção das feridas dérmicas nos pacientes não diabéticos, se dá muito mais pela contração da pele e aproximação natural dos bordos, do que pela epitelização.
  • 25. 25 Pé Diabético Consenso Internacional Efeito do Diabetes na Cicatrização Fatores Intrínsecos: Matriz extra celular Já nos diabéticos, a cicatrização se dá predominantemente por granulação e epitelização, quase não há contração dos bordos da ferida.
  • 26. 26 Pé Diabético Consenso Internacional Efeito do Diabetes na Cicatrização Fatores Intrínsecos: Matriz extra celular A epitelização superficial é normal, porém a cicatrização profunda que necessita da produção de colágeno, está seriamente comprometida devido ao excesso de protease e uma reduzida atividade fibroblástica.
  • 27. 27 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras • As úlceras neuropáticas com calo e necrose, devem ser debridadas de imediato, anestesia é quase sempre desnecessário. • Este debridamento não deve ser realizado nas úlceras isquêmicas ou neuro-isquêmicas sem sinais de infecção.
  • 28. 28 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras • O debridamento cirúrgico é fundamental para a remoção da maior quantidade possível de debris e material necrótico. • Outros métodos podem ser utilizados para complementar a limpeza da úlcera tais como:
  • 29. 29 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras Debridamento Autolítico Seria o uso das enzimas do próprio corpo para separar o tecido desvitalizado do tecido sadio. Isto é obtido mantendo-se o ambiente úmido da úlcera com curativos oclusivos de hidrogéis e hidrocoloides.
  • 30. 30 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras Debridamento Químico Agentes químicos usados, tais como clorexidina, permanganato de potássio, iodine, pomadas contendo prata e cobre, ácidos fracos (lático, acético e málico), hipoclorito, água oxigenada etc. podem ter um efeito tóxico sobre as células da cicatrização e não são usados largamente por insuficiênte embasamento científico.
  • 31. 31 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras Debridamento Enzimático • Agentes enzimáticos como colagenase, sutilans, papaina, uma combinação de estreptoquinase e estreptodornase, podem ser usados no leito da úlcera, ou injetados no tecido desvitalizado. • O tratamento é caro, requer experiência na aplicação, porém seu uso tem base científica.
  • 32. 32 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras Debridamento biológico • É o resurgimento de técnica secular, para a limpeza de feridas necróticas incluindo as dos pés diabéticos. • É o uso de larvas da mosca verde (Lucilia Sericata) que se alimentam apenas de tecido necrótico e bactérias, incluindo Stafilo-Meticilin-Resistentes poupando sempre os tecidos sadios.
  • 33. 33 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras Preparações com Antibióticos Tópicos : Os conceitos sobre sensibilização dos pacientes e desenvolvimento de cepas resistentes, desaconselham o uso destes agentes na úlcera do pé diabético.
  • 34. 34 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O curativo ideal deveria: 1. Promover a cicatrização da ferida 2. Proporcionar isolamento térmico 3. Criar e manter um ambiente úmido 4. Proporcionar proteção mecânica 5. Ser seguro, atóxico, não sensibilizante 6. Livre de partículas contaminantes 7. Não aderente à ferida
  • 35. 35 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O curativo ideal deveria: 1. Não requerer trocas frequentes 2. Permitir a remoção sem dor ou trauma 3. Absorver o excesso de exsudato 4. Permitir a monitorização do ferimento 5. Permitir as trocas gasosas 6. Amoldável 7. Impermeável aos microorganismos
  • 36. 36 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O curativo ideal deveria: 1. Ser aceitável para o paciente 2. Ser fácil de usar 3. Ter boa relação custo-benefício
  • 37. 37 Tratamento das Úlceras Materiais modernos para curativo • Películas • Espumas • Hidrogéis • Hidrocolóides • Alginatos • Curativos com medicamentos • Curativos com ácido hialurônico e inibidores de proteinase ( novos experimentos)
  • 38. 38 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras Outras modalidades de tratamento • Estimulação Eletromagnética • Laserterapia • Ultrasonoterapia • Pressão negativa tópica
  • 39. 39 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O papel da cirurgia: Nos pacientes com doença isquêmica a revascularização deverá ser feita sempre que as condições clínicas permitirem e for viável tecnicamente.
  • 40. 40 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O papel da cirurgia Nos pacientes não isquêmicos, os procedimentos cirúrgicos estão indicados principalmente em: • Úlceras plantares do ante-pé • Ulceracão na ponta do dedo em garra • Ulceração extensa do calcanhar • Deformidades do pé de charcot
  • 41. 41 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O papel da cirurgia: Nas úlceras plantares do ante-pé e do hallux, o uso do gesso de contato total e outros procedimentos não invasivos, são efetivos na maioria dos casos, com até 90% de cicatrização em 12 semanas. Por isso devem ser considerados como a primeira escolha no tratamento destas úlceras.
  • 42. 42 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O papel da cirurgia Na falha do tratamento conservador, vários procedimentos para restaurar a arquitetura do pé estão indicados: 1. Artroplastia 2. Sesamoidectomia 3. Condilectomia 4. Osteotomia de metatarso
  • 43. 43 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O papel da cirurgia: Na falha do tratamento conservador, vários procedimentos para restaurar a arquitetura do pé estão indicados: 1. Ressecção da artic. metatarso-falangeana 2. Fusão da articulação interfalangeana 3. Ressecção óssea 4. Cirurgia plástica reconstrutora
  • 44. 44 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O papel da cirurgia: 80% das úlceras plantares do ante-pé cicatrizam em 12 semanas após ressecção da cabeça do metatarso correspondente.
  • 45. 45 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O papel da cirurgia: • 10% dos diabéticos têm encurtamento do tendão de Aquiles, causando um aumento da pressão no ante-pé. • O alongamento deste tendão pode ser o procedimento mais promissor, pois transfere cerca de 27% da pressão do ante-pé para o calcanhar. (Pode ser realizado sob anestesia local)
  • 46. 46 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O papel da cirurgia: • A ulceração dos dedos em garra nos diabéticos, pode se complicar com osteomielite da falange distal • A excisão desta falange e da cartilagem da falange medial pode ser realizada. • A secção dos tendões flexores poderá ser feita para alongamento dos dedos.
  • 47. 47 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O papel da cirurgia • As ulcerações extensas do calcanhar, são de grande risco para o membro. • O objetivo será obter uma ferida limpa granulando sem exposição do calcâneo ou necrose do coxim, que poderá cicatrizar por segunda intenção ou com enxerto de pele.
  • 48. 48 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O papel da cirurgia : • A exposição do calcâneo, poderá necessitar de ressecção parcial ou da porção posterior do mesmo incluíndo o tendão de Aquiles. • Em situações extremas de salvamento do membro uma calcanectomia total poderá ser realizada, exigindo o uso posterior de órtese em arco.
  • 49. 49 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O papel da cirurgia : • Muitas destas úlceras, em pacientes debilitados, onde há irreversível perda tecidual são melhor tratadas com amputação do membro. • Algumas lesões complexas podem ser tratadas com transferência de retalho total através de microcirurgia.
  • 50. 50 Pé Diabético Consenso Internacional Tratamento das Úlceras O papel da cirurgia : • As deformidades do pé de charcot, podem ser corrigidas cirurgicamente com fixadores internos ou externos. • Porém o tratamento conservador é efetivo na maioria dos casos, sendo o pé acomodado em sapatos ou botas especificamente confeccionados para cada paciente.