4. NA AULA DE HOJE
Falaremos sobre cultura e diversidade cultural.
5. CULTURA
O que se entende, dentro da sociologia, como CULTURA?
É preciso compreender cultura como conceito sociológico: serve
para entender o mundo social a partir desta categoria.
E aí, você tem cultura?
6. CULTURA
O antropólogo Roberto da Matta busca responder esta questão
fazendo a distinção entre cultura como conceito e cultura como
nosso discurso cotidiano:
Cultura como discurso cotidiano diz respeito à aquilo que
entendemos como arte: literatura, música, quadros de um
determinado tipo
Aqui podemos dizer que cultura pode ser
atributo de classificação (tem/não tem)
8. CULTURA
O conceito antropológico de cultura é diferente do nosso
discurso:
Cultura se refere a:
“um mapa, um receituário, um código através do qual as
pessoas
de um dado grupo pensam, classificam, estudam e modificam
o mundo e a si mesmas” (DaMatta, 1981, p. 33)
Cultura então, é, um modo de ser que explica o
que é o mundo e quem somos (e quem são os
outros) nele.
9. IDENTIDADE E ALTERIDADE
Pensemos!
Se a cultura é um mapa, ela nos localiza no mundo.
Como nos localizamos no mundo? A partir da nossa
IDENTIDADE
A Cultura na qual estamos imersos é que nos define.
Que aspectos da cultura promovem a nossa identidade?
Por exemplo, a separação entre quem pertence a este
mundo(os vivos) e os que não pertencem mais
a ele (os mortos).
10. Ao mesmo tempo em que a cultura define quem eu sou
(IDENTIDADE), ela também define quem não sou, ou seja, quem
é o outro.
Este outro, que está em outro mapa, em outra cultura, é
reconhecido como outro. Isto chama-se, ALTERIDADE.
Por exemplo, reconhecemos que existem diferentes formas de
entender a classificação dos animais: a vaca é um animal
proibido para os hindus, ao mesmo tempo em que
O porco é interdito aos judeus.
IDENTIDADE E ALTERIDADE
11. O que explica, portanto, o mundo em que vivemos e que é
construído por nós (seres humanos), só pode ser entendido e
explicado a partir da cultura.
Isso faz com que a cultura seja a ferramenta para refutar e negar
o determinismo biológico e o determinismo geográfico.
Vejamos o que são e como é a cultura que, na verdade,
pode compreender como se constroem e como
funcionam as relações sociais.
CULTURA
12. DETERMINISMO BIOLÓGICO
“Muita gente ainda acredita que os nórdicos são mais
inteligentes […], que os alemães tem mais habilidade para
mecânica e que os brasileiros são preguiçosos.” (Laraia, 1986, p.
17)
Lembram-se da perseguição dos nazistas na Alemanha aos
judeus, por serem considerados uma raça inferior?
O fato de uma pessoa ser nascida em um lugar, não
explica seu comportamento ou seu caráter:
não há correlação entre a genética e os
comportamentos culturais.
13. “Tomemos os lapões e os esquimós. Ambos habitam a calota
polar norte. Vivem pois, em ambientes geográficos muito
semelhantes caracterizados por um longo e rigoroso inverno.[…]
Os esquimós constroem suas casas (iglu) cortando blocos de
neve e amontoando-os num formato de colmeia. […] Os lapões,
por sua vez, vivem em tendas de pele de rena.” (Laraia, 1986, p.
22)
DETERMINISMO GEOGRÁFICO
14. Dois grupos que vivem em ambientes que tem características
similares, desenvolvem diferentes formas de habitação e de
morar.
O clima, portanto, a geografia, não explica como os seres
humanos constroem e entendem o que é seria a moradia mais
apropriada. A possibilidade de entender como isto pode ocorrer
está na cultura.
DETERMINISMO GEOGRÁFICO
15. Existem então, diferentes maneiras da humanidade construir
suas formas de relação entre si, com os outros, com o ambiente
que o cerca.
Nesta relação, então podemos dizer que há uma PLURALIDADE
da cultura, ou melhor, CULTURAS.
Assim sendo, na Antropologia, falamos sempre de cultura no
PLURAL.
É isto que chamamos de DIVERSIDADE CULTURAL.
Ela constitui a experiência humana no planeta.
CULTURAS
16. Uma das formas de compreender a diversidade cultural é
colocar as culturas em ordem de importância, na qual uma
estaria certa e as outras não…
...ou ainda, na visão incorreta de que alguma cultura seria
superior às outras.
A este fenômeno chamamos ETNOCENTRISMO.
Vejamos alguns exemplos:
ETNOCENTRISMO
17. Trecho escrito pelo viajante Pêro de Magalhães Gândavo, sobre
os ameríndios, em 1576.
“A língua de que usam toda pela costa é uma [...]. Carece de
três letras, convém a saber, não se acha nela f, nem l, nem R,
cousa digna de espanto, porque assi não têm Fé, nem Lei,
nem Rei: e desta maneira vivem desordenadamente sem
terem além disto conta, nem peso, nem medido”
Os povos nativos são definidos pelo que não tem:
Esta é uma postura etnocêntrica.
ETNOCENTRISMO
18. ATIVIDADE- UEM/2018
Acerca do tema “etnocentrismo”, assinale o V para verdadeiro e F
para falso.
( ) O avanço da globalização diminuiu a manifestação do
etnocentrismo no mundo.
( ) A xenofobia se configura como uma das consequências práticas
do etnocentrismo no dia a dia.
( ) O etnocentrismo é uma expressão característica de culturas
orientais, que tendem a desprezar as influências vindas do
ocidente.
19. ATIVIDADE- UEM/2018
( ) A posição etnocêntrica toma a cultura a que se
pertence como medida de julgamento e de análise do
mundo.
( ) Muitos processos de genocídio e de extermínio de
populações étnicas foram justificados, ao longo da história,
como imposição e conquista de uma cultura supostamente
mais forte sobre outra.
20. RESPOSTAS
(F) O avanço da globalização diminuiu a manifestação do
etnocentrismo no mundo.
(V) A xenofobia se configura como uma das consequências
práticas do etnocentrismo no dia a dia.
(F) O etnocentrismo é uma expressão característica de
culturas orientais, que tendem a desprezar as influências
vindas do ocidente.
21. RESPOSTAS
(V) A posição etnocêntrica toma a cultura a que se
pertence como medida de julgamento e de análise do
mundo.
(V) Muitos processos de genocídio e de extermínio de
populações étnicas foram justificados, ao longo da história,
como imposição e conquista de uma cultura supostamente
mais forte sobre outra.
22. A postura contrária ao etnocentrismo implica em considerar
cada cultura em sua lógica própria: não há culturas superiores e
nem inferiores, apenas diferentes nas relações que constroem.
Isto chama-se relativismo cultural: compreender que cada
cultura tem uma lógica própria de funcionamento e explicação
do mundo.
A própria classificação do mundo diz respeito à cultura: o
antropólogo Claude Lévi-Strauss dirá que o mundo
é primeiro conhecido e depois classificado,
de formas distintas, por diferentes
Povos e culturas
RELATIVISMO CULTURAL
23. Por exemplo, há diferentes classificações culturais sobre
Quais os animais que se pode e não pode comer:
Os franceses se alimentam de carne de cavalo e os chineses
comem cachorro.
A nós, isto causa horror.
Por quê?
RELATIVISMO CULTURAL
24. QUIZZ
Assinale a alternativa correta sobre o conceito de etnocentrismo:
a) As crenças de um povo sobre a sua própria superioridade
acarretam sentimentos de solidariedade que se manifestam pelo
estabelecimento de relações de amizade e cooperação mútua com
outros povos.
b) O etnocentrismo se manifesta pela crença na suposta
superioridade de uma cultura sobre a outra.
25. RESPOSTA
Assinale a alternativa correta sobre o conceito de etnocentrismo:
a) As crenças de um povo sobre a sua própria superioridade
acarretam sentimentos de solidariedade que se manifestam pelo
estabelecimento de relações de amizade e cooperação mútua com
outros povos.
b)O etnocentrismo se manifesta pela crença na suposta
superioridade de uma cultura sobre a outra.
26. Cada cultura estabelece seus critérios de
Comestibilidade: Na nossa cultura, para o
Antropólogo Marshall Sahlins, quanto mais perto
Da nossa família (nome, afeto...),
mais longe de ser comestível.
RELATIVISMO CULTURAL
29. DaMatta, R. 1981. Você tem cultura. In. Explorações. Rocco, Rio
de Janeiro.
Laraia, R. 1986. Cultura, um conceito antropológico. Jorge Zahar
Editores, Rio de Janeiro.
Machado, I. Et alli. 2017. Sociologia Hoje, volume único.
Moderna, São Paulo.
REFERÊNCIAS