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DESAFIOS PARA O SUS NO CONTEXTO DO
CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO E SUA CRISE
Áquilas Mendes
Prof. Dr. Livre-Docente de Economia da Saúde
da Faculdade de Saúde Pública da USP e do
Programa de Pós-Graduação de Economia Política e
do Departamento de Economia da PUC-SP
INTRODUÇÃO:
• Financiamento tema mais debatido e problemático
Problemas:
• Insuficiência de recursos e baixo volume de gastos (c/ rec.público);
• Indefinição de fontes;
• Ausência de maior comprometimento do Estado brasileiro (federal e
estadual);
• Elevadas transferências de Recursos Públicos ao setor privado
• Gasto público financiado por um estrutura tributária defasada à
dinâmica do capitalismo financeirizado e que tende a penalizar os mais
pobres.
Prof. Áquilas Mendes
• Qual é a essência da crise do
capitalismo contemporâneo?
Prof. Áquilas Mendes
Crise Estrutural do Capitalismo:
três tendências
• i) - período de declínio da lucratividade
• ii) – concentração e centralização de capital
• (acumulação e concorrência / crédito)
• iii) - financeirização (predominância do capital
portador de juros e sua forma assumida de capital
fictício);
Prof. Áquilas Mendes
TAXA DE LUCRO AO CUSTO HISTÓRICO DO CAPITAL FIXO
CORPORAÇÕES NORTE-AMERICANAS
Fonte: Kliman (2012)
1947
Prof. Áquilas Mendes
RIQUEZA FICTÍCIA E RENDA REAL NO MUNDO, 1980-2013
Prof. Áquilas Mendes
Prof. Áquilas MendesFonte: Marquetti et al. (2017)
• SUBFINANCIAMENTO HISTÓRICO DO SUS
LEGISLAÇÃO SOBRE O FINANCIAMENTO DO SUS
Prof. Áquilas Mendes
Apud Vieira & Benevides, 2016
Prof. Áquilas Mendes
Apud Funcia (2016)
GRÁFICO: EVOLUÇÃO DAS DESPESAS COM AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE DO MINISTÉRIO
DA SAÚDE E DOS JUROS DA DÍVIDA, AMBOS EM PROPORÇÃO DO PIB, EM % - 1995 – 2015
Fonte: Cofin/CNS; Banco Central do Brasil
Prof. Áquilas Mendes
TABELA: ENCARGOS PAGAMENTOS DE JUROS E DÍVIDA LÍQUIDA EM % DO
PIB (2013)
Prof. Áquilas Mendes
EVOLUÇÃO DO RESULTADO DO SETOR PÚBLICO EM
RELAÇÃO AO PIB
Prof. Áquilas Mendes
Fonte: auditoria cidadã da dívida, 2016 Prof. Áquilas Mendes
Juros = 22,13%
Fonte: auditoria cidadã da dívida, 2017 Prof. Áquilas Mendes
Fonte: auditoria cidadã da dívida, 2017 Prof. Áquilas Mendes
MINISTÉRIO DA SAÚDE: DESPESAS EMPENHADAS SUBFUNÇÃO
ATENÇÃO BÁSICA
(EM R$ MILHÕES DEZ/2016)
em R$dez/2016
2005 2008 2010 2012 2013 2014 2015 2016 Var.12/14 Var.14/16
Atenção Básica 11.742 14.318 16.026 19.474 19.707 22.957 21.700 21.067 17,9 -8,2
Obs: Deflator IGP-DI/FGV
Fonte: Anfip (2016) e MS/Rel Gestão
-
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
2005 2008 2010 2012 2013 2014 2015 2016
Apud Funcia (2016)
19
COMPOSIÇÃO DO FINANCIAMENTO DO SUS
ANO UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIO
1991 73% 15% 12%
2001 56% 21% 23%
2010 45% 27% 28%
2014 43% 26% 31%
Fonte: Adaptado de: Carvalho, Gilson (1980-2010); SIOPS e Mendes, Áquilas (2014).
X
2,5
Prof. Áquilas Mendes
GRÁFICO 1: DESPESA TOTAL COM SAÚDE NO BRASIL: PÚBLICO E PRIVADO
(% E R$ BILHÕES) – 2014
Despesa total com saúde 2014 = R$ 447,4 bilhões (8,1% do PIB)
Despesa pública total: R$ 215,5
bilhões
(48% do total)
Despesa privada total: R$ 231,9
bilhões
(52% do total)
Fonte: Ministério da Saúde (SIOPS), ANS e IBGE
Prof. Áquilas Mendes
3,9% do PIB, sendo 1,7%
referentes à União, 1,0% aos
estados e 1,2% aos municípios.
4,2% do PIB
TABLE: HEALTH EXPENDITURE, PUBLIC (% OF GDP) IN COUNTRIES WITH
HEALTH UNIVERSAL SYSTEMS, 2009 TO 2014.
Source: Dados do Banco Mundial de 2016. Disponível em:
http://data.worldbank.org/indicator/SH.XPD.PUBL. For Brazil, (Brasil, 2016)
-Apesar do avanço do SUS, o Brasil está distante da dedicação dos países
com sistemas universais c/ gasto público, cuja média é 8,0% do PIB.
Prof. Áquilas Mendes
ALERTA GERAL DO SUBFINANCIAMENTO
Para se ter uma ideia da perda de recursos desde
então,
Em 2014:
• - o Orçamento da Seguridade Social foi de R$ 686,1
bilhões de reais, sendo que se destinados 30% à
saúde, considerando os gastos do governo federal,
corresponderiam a R$ 205,8 bilhões de reais, mas a
dotação é um pouco menos da metade disso.
Prof. Áquilas Mendes
EC 95/2016 (PEC 241/55)– “NOVO REGIME FISCAL”
• Estabelece um teto (limite máximo) para as despesas
primárias (que não incluem juros e outras despesas
financeiras) para os próximos 20 anos, prevista no 10º ano
de vigência, baseado no valor das despesas de 2017
corrigidas pela variação do IPCA/IBGE.
• “Tacão de Ferro nos direitos sociais no país”
Prof. Áquilas Mendes
PEC’S E EC’S RECENTES E SEUS EFEITOS PARA A
REDUÇÃO DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS
SOCIAIS
REDUÇÃO
DE
DIREITOS
SOCIAIS
EC 86
2015
EC 95
2016
PLDO
2017
EC 93
2016
Fonte: Funcia (2016)
24
REDUÇÃO DA APLICAÇÃO MÍNIMA
EM ASPS COMPARADO À EC 29/2000
REDUÇÃO DA APLICAÇÃO MÍNIMA
SAÚDE E EDUCAÇÃO EM
COMPARAÇÃO À EC 86/2015
DRU, DRE, DRM: 30%;
RETIRA RECURSOS
PARA PAGAMENTO
JUROS DA DÍVIDA E
“SOCORRO” AO
CAIXA DOS ESTADOS
E MUNICÍPIOS
AJUSTE FISCAL E
NOVO REGIME
FISCAL: “TETO”
DE DESPESAS
PRIMÁRIAS
(2017-2036)
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
OBRIGATÓRIA DAS EMENDAS
PARLAMENTARES INDIVIDUAIS
ANTECIPA EFEITO DA PEC 241:
TETO DE DESPESAS PRIMÁRIAS
COMBINADO COM AS
VINCULAÇÕES CONSTITUCIONAIS
SIMULAÇÃO DOS EFEITOS DA EC 95
Fonte: Documento Austeridade e Retrocesso (2016) Prof. Áquilas Mendes
Prof. Áquilas Mendes
IMPACTO NAS DESPESAS DE ASPS NA UNIÃO – EC 86 E 8C 95
Prof. Áquilas Mendes
Fonte: GTIF-SUS
considerar
insuficiências
orçamentárias
2014/15/16
GRÁFICO: EVOLUÇÃO DAS DESPESAS COM AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE DO MINISTÉRIO DA
SAÚDE EM PROPORÇÃO DO PIB A PARTIR DA EC-95, EM % - 2017 – 2036
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
1,72 1,71 1,68 1,64 1,61 1,58 1,55 1,52 1,49 1,46 1,43 1,40 1,37 1,35 1,32 1,30 1,27 1,25 1,22 1,20
0,00
0,20
0,40
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1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
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% PIBDESPESAMSC/EC 95
Fonte: GTIF-SUS; IPCA – 4,5% e Tx cresc. Real PIB – 2,0% Prof. Áquilas Mendes
Elaboração: IPEA, Vieira e Benevides (2016)
Prof. Áquilas Mendes
EM ANÁLISE SOBRE OS DESAFIOS E PERSPECTIVAS:
Expansão do mercado de planos de saúde e dos
subsídios e, consequentemente, de fragilização do
SUS, dados:
- o contexto da globalização financeira no setor
saúde;
- o perfil conservador da atual coalizão no governo
federal;
- a baixa capacidade de pressão da sociedade civil.
Prof. Áquilas Mendes
• HAVERIA MAIS RECURSOS FINANCEIROS,
• MAS O PROBLEMA É:
• - a DRU
• E, ainda Renúncias Fiscais
Prof. Áquilas Mendes
ORÇAMENTO SEGURIDADE SOCIAL
Anfip (2016) Prof. Áquilas Mendes
ORÇAMENTO SEGURIDADE SOCIAL
CONT..
Anfip (2016) Prof. Áquilas Mendes
A PERDA DE RECURSOS DA SEGURIDADE SOCIAL
PELA DRU
Anfip (2016) Prof. Áquilas Mendes
EVOLUÇÃO DA DRU (EM R$ BI 2015)
• Esse mecanismo vem provocando perdas de recursos
para a Seguridade Social de cerca de R$ 768,0
bilhões, entre 1995 a 2015, tendo sua continuidade
assegurada até o final de 2023.
• Nesse sentido, há fontes disponíveis no governo. O
problema é ele aceitar a defesa das entidades
vinculadas à reforma sanitária há anos: acabar com a
DRU.
Prof. Áquilas Mendes
Recursos públicos
concedidos
à Saúde Privada
Prof. Áquilas Mendes
TABELA: COMPARAÇÃO DO GASTOS PÚBLICO E PRIVADO EM SAÚDE NO
BRASIL EM PROPORÇÃO DO PIB, 1993, 2002 E 2014
% PIB % PIB
Gasto Público Gasto Privado
1993 2,8% 1,4%
2002 3,2% 3,9%
2014 3,9% 4,2%
Fonte: 1993 e 2002 (Banco Mundial);
2014 (Levi e Mendes, 2015)
Prof. Áquilas Mendes
VARIAÇÃO % DAS RECEITAS FEDERAIS (A PREÇOS DE 2015)
Prof. Áquilas Mendes
GRÁFICO: EVOLUÇÃO DOS GASTOS TRIBUTÁRIOS - 2008 A 2015
Fonte: Apud Nakatani e Stocco (2016) Prof. Áquilas Mendes
RENÚNCIA FISCAL SAÚDE DA UNIÃO BRASIL-2003-2013 – em milhões R$
Fonte: Ocké-Reis (2016) Prof. Áquilas Mendes
GASTOS TRIBUTÁRIOS POR FUNÇÃO ORÇAMENTÁRIA – PLOA –
2017
Prof. Áquilas Mendes
=/- R$ 40 bi
Apud Machado (2017)
GASTOS TRIBUTÁRIOS NA SAÚDE POR MODALIDADE EM
RELAÇÃO À (%) TOTAL – PLOA – 2017
Prof. Áquilas MendesApud Machado (2017)
(FRAGILIDADE DAS) PROPOSTAS PARA A SUSTENTABILIDADE DO
SUS
MAGNITUDE
• Um outro AJUSTE FISCAL é possível:
• Alterar a política macroeconômica ortodoxa mantida
pelos governos desde 1995, o tripé MACRO-
econômico;
• Limitar o pagamento dos juros da dívida – fortalecer
a luta da Auditoria da Dívida;
• O Ajuste Fiscal tem restringido a discussão mais
ampla do conjunto de alternativas de política
econômica;
Prof. Áquilas Mendes
(FRAGILIDADE DAS) PROPOSTAS PARA A SUSTENTABILIDADE DO
SUS
FONTES
• Rejeitar a permanência da Desvinculação das Receitas da
União (DRU) e das desvinculações dos Estados (DRE) e DRM
(Municípios) – repúdio contra a EC 93/2016.
• Revisar a Renúncia fiscal (Gasto Tributário) com a perspectiva
de que grande parte do valor fosse alocado anualmente para
o SUS.
• Repúdio à EC 95/2016 que estabelece perda de recursos para
a saúde de cerca de R$ 415 bilhões até 2036.
Prof. Áquilas Mendes
(FRAGILIDADE DAS) PROPOSTAS PARA A SUSTENTABILIDADE DO
SUS
FONTES
• Adoção de mecanismos de tributação para a esfera financeira, como por
exemplo, por meio da criação de uma Contribuição sobre as Grandes
Transações Financeiras (CGTF), por exemplo - + de 2 milhões mensais –,
vinculados à Seguridade Social e com destinação de 50% para a Saúde;
• Estabelecimento da Contribuição sobre Grandes Fortunas com destinação
para a seguridade social, com destinação de 50% para a saúde;
• Aprofundamento dos mecanismos de tributação para a remessas de lucros
e dividendos realizadas pelas empresas multinacionais, atualmente
isentas na legislação, destinadas ao Orçamento da Seguridade Social
(saúde, previdência e assistência social);
Prof. Áquilas Mendes
OBRIGADO
• aquilasmendes@gmail.com

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Desafios para o SUS no contexto do capitalismo contemporâneo e sua crise

  • 1. DESAFIOS PARA O SUS NO CONTEXTO DO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO E SUA CRISE Áquilas Mendes Prof. Dr. Livre-Docente de Economia da Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP e do Programa de Pós-Graduação de Economia Política e do Departamento de Economia da PUC-SP
  • 2. INTRODUÇÃO: • Financiamento tema mais debatido e problemático Problemas: • Insuficiência de recursos e baixo volume de gastos (c/ rec.público); • Indefinição de fontes; • Ausência de maior comprometimento do Estado brasileiro (federal e estadual); • Elevadas transferências de Recursos Públicos ao setor privado • Gasto público financiado por um estrutura tributária defasada à dinâmica do capitalismo financeirizado e que tende a penalizar os mais pobres. Prof. Áquilas Mendes
  • 3. • Qual é a essência da crise do capitalismo contemporâneo? Prof. Áquilas Mendes
  • 4. Crise Estrutural do Capitalismo: três tendências • i) - período de declínio da lucratividade • ii) – concentração e centralização de capital • (acumulação e concorrência / crédito) • iii) - financeirização (predominância do capital portador de juros e sua forma assumida de capital fictício); Prof. Áquilas Mendes
  • 5. TAXA DE LUCRO AO CUSTO HISTÓRICO DO CAPITAL FIXO CORPORAÇÕES NORTE-AMERICANAS Fonte: Kliman (2012) 1947 Prof. Áquilas Mendes
  • 6. RIQUEZA FICTÍCIA E RENDA REAL NO MUNDO, 1980-2013 Prof. Áquilas Mendes
  • 7. Prof. Áquilas MendesFonte: Marquetti et al. (2017)
  • 9. LEGISLAÇÃO SOBRE O FINANCIAMENTO DO SUS Prof. Áquilas Mendes Apud Vieira & Benevides, 2016
  • 10. Prof. Áquilas Mendes Apud Funcia (2016)
  • 11. GRÁFICO: EVOLUÇÃO DAS DESPESAS COM AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE E DOS JUROS DA DÍVIDA, AMBOS EM PROPORÇÃO DO PIB, EM % - 1995 – 2015 Fonte: Cofin/CNS; Banco Central do Brasil Prof. Áquilas Mendes
  • 12. TABELA: ENCARGOS PAGAMENTOS DE JUROS E DÍVIDA LÍQUIDA EM % DO PIB (2013) Prof. Áquilas Mendes
  • 13. EVOLUÇÃO DO RESULTADO DO SETOR PÚBLICO EM RELAÇÃO AO PIB Prof. Áquilas Mendes
  • 14. Fonte: auditoria cidadã da dívida, 2016 Prof. Áquilas Mendes Juros = 22,13%
  • 15. Fonte: auditoria cidadã da dívida, 2017 Prof. Áquilas Mendes
  • 16. Fonte: auditoria cidadã da dívida, 2017 Prof. Áquilas Mendes
  • 17. MINISTÉRIO DA SAÚDE: DESPESAS EMPENHADAS SUBFUNÇÃO ATENÇÃO BÁSICA (EM R$ MILHÕES DEZ/2016) em R$dez/2016 2005 2008 2010 2012 2013 2014 2015 2016 Var.12/14 Var.14/16 Atenção Básica 11.742 14.318 16.026 19.474 19.707 22.957 21.700 21.067 17,9 -8,2 Obs: Deflator IGP-DI/FGV Fonte: Anfip (2016) e MS/Rel Gestão - 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 2005 2008 2010 2012 2013 2014 2015 2016
  • 19. 19 COMPOSIÇÃO DO FINANCIAMENTO DO SUS ANO UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIO 1991 73% 15% 12% 2001 56% 21% 23% 2010 45% 27% 28% 2014 43% 26% 31% Fonte: Adaptado de: Carvalho, Gilson (1980-2010); SIOPS e Mendes, Áquilas (2014). X 2,5 Prof. Áquilas Mendes
  • 20. GRÁFICO 1: DESPESA TOTAL COM SAÚDE NO BRASIL: PÚBLICO E PRIVADO (% E R$ BILHÕES) – 2014 Despesa total com saúde 2014 = R$ 447,4 bilhões (8,1% do PIB) Despesa pública total: R$ 215,5 bilhões (48% do total) Despesa privada total: R$ 231,9 bilhões (52% do total) Fonte: Ministério da Saúde (SIOPS), ANS e IBGE Prof. Áquilas Mendes 3,9% do PIB, sendo 1,7% referentes à União, 1,0% aos estados e 1,2% aos municípios. 4,2% do PIB
  • 21. TABLE: HEALTH EXPENDITURE, PUBLIC (% OF GDP) IN COUNTRIES WITH HEALTH UNIVERSAL SYSTEMS, 2009 TO 2014. Source: Dados do Banco Mundial de 2016. Disponível em: http://data.worldbank.org/indicator/SH.XPD.PUBL. For Brazil, (Brasil, 2016) -Apesar do avanço do SUS, o Brasil está distante da dedicação dos países com sistemas universais c/ gasto público, cuja média é 8,0% do PIB. Prof. Áquilas Mendes
  • 22. ALERTA GERAL DO SUBFINANCIAMENTO Para se ter uma ideia da perda de recursos desde então, Em 2014: • - o Orçamento da Seguridade Social foi de R$ 686,1 bilhões de reais, sendo que se destinados 30% à saúde, considerando os gastos do governo federal, corresponderiam a R$ 205,8 bilhões de reais, mas a dotação é um pouco menos da metade disso. Prof. Áquilas Mendes
  • 23. EC 95/2016 (PEC 241/55)– “NOVO REGIME FISCAL” • Estabelece um teto (limite máximo) para as despesas primárias (que não incluem juros e outras despesas financeiras) para os próximos 20 anos, prevista no 10º ano de vigência, baseado no valor das despesas de 2017 corrigidas pela variação do IPCA/IBGE. • “Tacão de Ferro nos direitos sociais no país” Prof. Áquilas Mendes
  • 24. PEC’S E EC’S RECENTES E SEUS EFEITOS PARA A REDUÇÃO DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS REDUÇÃO DE DIREITOS SOCIAIS EC 86 2015 EC 95 2016 PLDO 2017 EC 93 2016 Fonte: Funcia (2016) 24 REDUÇÃO DA APLICAÇÃO MÍNIMA EM ASPS COMPARADO À EC 29/2000 REDUÇÃO DA APLICAÇÃO MÍNIMA SAÚDE E EDUCAÇÃO EM COMPARAÇÃO À EC 86/2015 DRU, DRE, DRM: 30%; RETIRA RECURSOS PARA PAGAMENTO JUROS DA DÍVIDA E “SOCORRO” AO CAIXA DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS AJUSTE FISCAL E NOVO REGIME FISCAL: “TETO” DE DESPESAS PRIMÁRIAS (2017-2036) EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA OBRIGATÓRIA DAS EMENDAS PARLAMENTARES INDIVIDUAIS ANTECIPA EFEITO DA PEC 241: TETO DE DESPESAS PRIMÁRIAS COMBINADO COM AS VINCULAÇÕES CONSTITUCIONAIS
  • 25. SIMULAÇÃO DOS EFEITOS DA EC 95 Fonte: Documento Austeridade e Retrocesso (2016) Prof. Áquilas Mendes
  • 27. IMPACTO NAS DESPESAS DE ASPS NA UNIÃO – EC 86 E 8C 95 Prof. Áquilas Mendes Fonte: GTIF-SUS considerar insuficiências orçamentárias 2014/15/16
  • 28. GRÁFICO: EVOLUÇÃO DAS DESPESAS COM AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE EM PROPORÇÃO DO PIB A PARTIR DA EC-95, EM % - 2017 – 2036 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 1,72 1,71 1,68 1,64 1,61 1,58 1,55 1,52 1,49 1,46 1,43 1,40 1,37 1,35 1,32 1,30 1,27 1,25 1,22 1,20 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 % PIBDESPESAMSC/EC 95 Fonte: GTIF-SUS; IPCA – 4,5% e Tx cresc. Real PIB – 2,0% Prof. Áquilas Mendes
  • 29. Elaboração: IPEA, Vieira e Benevides (2016) Prof. Áquilas Mendes
  • 30. EM ANÁLISE SOBRE OS DESAFIOS E PERSPECTIVAS: Expansão do mercado de planos de saúde e dos subsídios e, consequentemente, de fragilização do SUS, dados: - o contexto da globalização financeira no setor saúde; - o perfil conservador da atual coalizão no governo federal; - a baixa capacidade de pressão da sociedade civil. Prof. Áquilas Mendes
  • 31. • HAVERIA MAIS RECURSOS FINANCEIROS, • MAS O PROBLEMA É: • - a DRU • E, ainda Renúncias Fiscais Prof. Áquilas Mendes
  • 32. ORÇAMENTO SEGURIDADE SOCIAL Anfip (2016) Prof. Áquilas Mendes
  • 33. ORÇAMENTO SEGURIDADE SOCIAL CONT.. Anfip (2016) Prof. Áquilas Mendes
  • 34. A PERDA DE RECURSOS DA SEGURIDADE SOCIAL PELA DRU Anfip (2016) Prof. Áquilas Mendes
  • 35. EVOLUÇÃO DA DRU (EM R$ BI 2015)
  • 36. • Esse mecanismo vem provocando perdas de recursos para a Seguridade Social de cerca de R$ 768,0 bilhões, entre 1995 a 2015, tendo sua continuidade assegurada até o final de 2023. • Nesse sentido, há fontes disponíveis no governo. O problema é ele aceitar a defesa das entidades vinculadas à reforma sanitária há anos: acabar com a DRU. Prof. Áquilas Mendes
  • 37. Recursos públicos concedidos à Saúde Privada Prof. Áquilas Mendes
  • 38. TABELA: COMPARAÇÃO DO GASTOS PÚBLICO E PRIVADO EM SAÚDE NO BRASIL EM PROPORÇÃO DO PIB, 1993, 2002 E 2014 % PIB % PIB Gasto Público Gasto Privado 1993 2,8% 1,4% 2002 3,2% 3,9% 2014 3,9% 4,2% Fonte: 1993 e 2002 (Banco Mundial); 2014 (Levi e Mendes, 2015) Prof. Áquilas Mendes
  • 39. VARIAÇÃO % DAS RECEITAS FEDERAIS (A PREÇOS DE 2015) Prof. Áquilas Mendes
  • 40. GRÁFICO: EVOLUÇÃO DOS GASTOS TRIBUTÁRIOS - 2008 A 2015 Fonte: Apud Nakatani e Stocco (2016) Prof. Áquilas Mendes
  • 41. RENÚNCIA FISCAL SAÚDE DA UNIÃO BRASIL-2003-2013 – em milhões R$ Fonte: Ocké-Reis (2016) Prof. Áquilas Mendes
  • 42. GASTOS TRIBUTÁRIOS POR FUNÇÃO ORÇAMENTÁRIA – PLOA – 2017 Prof. Áquilas Mendes =/- R$ 40 bi Apud Machado (2017)
  • 43. GASTOS TRIBUTÁRIOS NA SAÚDE POR MODALIDADE EM RELAÇÃO À (%) TOTAL – PLOA – 2017 Prof. Áquilas MendesApud Machado (2017)
  • 44. (FRAGILIDADE DAS) PROPOSTAS PARA A SUSTENTABILIDADE DO SUS MAGNITUDE • Um outro AJUSTE FISCAL é possível: • Alterar a política macroeconômica ortodoxa mantida pelos governos desde 1995, o tripé MACRO- econômico; • Limitar o pagamento dos juros da dívida – fortalecer a luta da Auditoria da Dívida; • O Ajuste Fiscal tem restringido a discussão mais ampla do conjunto de alternativas de política econômica; Prof. Áquilas Mendes
  • 45. (FRAGILIDADE DAS) PROPOSTAS PARA A SUSTENTABILIDADE DO SUS FONTES • Rejeitar a permanência da Desvinculação das Receitas da União (DRU) e das desvinculações dos Estados (DRE) e DRM (Municípios) – repúdio contra a EC 93/2016. • Revisar a Renúncia fiscal (Gasto Tributário) com a perspectiva de que grande parte do valor fosse alocado anualmente para o SUS. • Repúdio à EC 95/2016 que estabelece perda de recursos para a saúde de cerca de R$ 415 bilhões até 2036. Prof. Áquilas Mendes
  • 46. (FRAGILIDADE DAS) PROPOSTAS PARA A SUSTENTABILIDADE DO SUS FONTES • Adoção de mecanismos de tributação para a esfera financeira, como por exemplo, por meio da criação de uma Contribuição sobre as Grandes Transações Financeiras (CGTF), por exemplo - + de 2 milhões mensais –, vinculados à Seguridade Social e com destinação de 50% para a Saúde; • Estabelecimento da Contribuição sobre Grandes Fortunas com destinação para a seguridade social, com destinação de 50% para a saúde; • Aprofundamento dos mecanismos de tributação para a remessas de lucros e dividendos realizadas pelas empresas multinacionais, atualmente isentas na legislação, destinadas ao Orçamento da Seguridade Social (saúde, previdência e assistência social); Prof. Áquilas Mendes