2. DOENÇAS DIARRÉICAS
• Principal causa de morbi-mortalidade infantil no Brasil;
• Na década de 90 foi responsável pela morte de cerca de três
milhões de crianças menores de cinco anos.
• No Nordeste representa cerca de 30% do total das mortes
durante o primeiro ano de vida;
• Relação direta com:
Precárias condições de vida e saúde;
Falta de saneamento;
Desnutrição crônica
• Risco de morte em crianças menores de 5 anos 4x maior que na
Região Sul
3. Diarréia
Conceito:
Síndrome de mal-absorção predominante de água e
eletrólitos
Início súbito, auto limitada
Aumenta o número de evacuações (mais de 3 vezes ao
dia)
Diminuição da consistência das fezes
Até 14 dias classificada como aguda
Transmissão fecal - oral
5. II- Quanto a Origem
Alimentar
Não infecciosa
Tóxica
Alérgica
Infecciosa
Vírus
Bactérias e
Fungos
Parasitas
6. AGENTES ETIOLÓGICOS DA DOENÇA DIARRÉICA
BACTÉRIA: Stafilococus aureus, Escherichia coli,
Enterobacter, Salmonelas, Shigela desinteriae,
vibrio cholerae...
Vírus: Rotavírus A, B e C, Adenovírus entérico...
Parasitas: Giardia lamblia, Entamoeba histolytica,
Cryptosporidium, Isospora belli...
7. QUADRO CLÍNICO
• Desconforto abdominal
• Cólica
• Náuseas e vômitos
• Febre
• Mal-estar generalizado
• Modificação no aspecto das fezes
• Presença de sangue, pus ou muco nas fezes (disenteria)
• Sinais de desidratação
8. Diagnósticos
• Clínico e laboratorial
• Anamnese
• Idade do paciente; duração do episódio atual da
diarréia, característica das fezes...
• Exame Físico
9. Assistência de Enfermagem
Avaliar e monitorar a característica e padrão da diarréia;
Colher a história de saúde do paciente, abordando a
terapia medicamentosa, as histórias clínicas, cirúrgicas e
nutricionais.
Avaliação inclui palpação e ausculta abdominal quanto a
hipersensibilidade. A inspeção do abdome, mucosa e pele
são importantes para determinar o estado de hidratação.
Durante o episódio de diarréia, encorajar o repouso no
leito e ingestão de líquidos e alimentos pobre em resíduos.
Pode ser necessário a terapia com líquidos intravenosos
para reidratação rápida, e é importante os níveis
hidroeletrolíticos séricos.
10. Avaliar a diarréia
A criança com diarréia deve ser avaliada levando-se
em consideração os seguintes pontos:
Por quanto tempo a criança tem tido diarréia;
Se há sinais de desidratação;
Se há sangue nas fezes
11. Avaliação da criança
• Examinar a condição geral da criança
– Letárgica ou inconsciente?
– Inquieta, irritada?
• Observar se os olhos estão fundos
• Oferecer líquidos à criança
– Não consegue beber ou só bebe muito mal?
– Bebe avidamente, com sede?
• Sinal da prega
– A pele volta ao estado anterior:
• Muito lentamente (mais de 2 segundos)?
• Lentamente?
12. Classificar a diarréia
Todas as crianças com diarréia são classificadas
quanto ao estado de hidratação.
Caso a criança tenha tido diarréia por 14 dias ou mais,
classifique como diarréia persistente.
Caso a criança apresente sangue nas fezes, classifique
a criança como disenteria.
14. Planos de Tratamento
Plano A
destina-se a paciente com diarréia e sem sinais de
desidratação
Domiciliar
DAR LÍQUIDOS ADICIONAIS (tanto quanto a criança
consiga aceitar)
Orientar o responsável sobre a manutenção da
alimentação e reconhecer os sinais de desidratação.
Recomendar que em caso de piora procure novamente
o serviço de saúde
15. Plano B
destina-se a paciente com diarréia e com sinais de desidratação.
Inclui um período inicial de tratamento no serviço de saúde que
dura 4 horas. Ideal que haja na unidade um local para Terapia de
Reidratação Oral (TRO)
DEMONSTRAR PARA A MÃE COMO ADMINISTRAR A SOLUÇÃO
DE SRO:
Dar com freqüência pequenos goles de líquidos usando copo ou
colher;
Se a criança vomitar, aguardar 10 minutos e depois continuar,
porém mais lentamente; e
Continuar a amamentar no peito sempre que a criança o desejar.
Reavaliar após 4 horas
16. Plano C
destina-se a paciente com diarreia e desidratação grave.
Geralmente se administra líquidos por via intravenosa
(IV)
O uso de SNG é indicado apenas em casos de perda de
peso após as 2 primeiras horas de TRO, de vômitos
persistentes, de distensão abdominal com RHA +
18. Fase de Expansão (rápida)
• A solução recomendada é de partes iguais de soro
glicosado a 5% e soro fisiológico – 100 ml/kg em 2 horas;
• Se após essa etapa criança continuar desidratada
administrar 25 a 50 ml/ Kg em 2 horas;
• A fase de expansão termina quando há melhora clínica da
criança
Fase de Manutenção e Reposição
A fase de manutenção é para cobrir as perdas
normais e a fase de reposição deve compensar as
perdas anormais decorrente da diarréia e vômitos;
19. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Importância:
• Monitorar a incidência das diarréias visando atuar
em situações de surtos e manter contínuas
atividades de educação em saúde com o propósito
de diminuir sua incidência e letalidade.
20. Referâncias
BRASIL, Ministério da Saúde. Guia de Vigilância
epidemiológica, 6 ed. Brasília: FUNASA, 2005.
______, Ministério da Saúde. Atenção Integrada às
Doenças Prevalentes na Infância, 2 ed. Brasília:
Funasa, 2003.
______, Ministério da Saúde . Informações em Saúde.
In: http: www.datasus.gov.br, 2001.
21. Caso Clínico
Identificação
M.E.S.P.B., 11meses , sexo feminino
Data de nascimento: 14/12/05
Natural e procedente: Gama – DF
Mãe: 22anos, dona de casa (informante).
Pai: 23 anos, auxiliar de cozinha
23. Caso Clínico
HDA:
Mãe refere que há 15 dias a criança
apresentou quadro de diarréia com fezes líquidas e
restos alimentares, sem sangue ou muco, cerca de 5
a 7 episódios ao dia.
Concomitantemente apresentou distensão e
desconforto abdominal além de eructações com
odor ruim e hiporexia.
24. Caso Clínico
HDA:
No 2° dia de evolução do quadro a mãe levou
a criança a um médico, quando foi feita hipótese
diagnóstica de virose e receitada terapia de
reidratação oral (TRO) e dimeticona. Como nao
houve melhora do quadro clínico a mãe procurou
atendimento médico outras vezes porém a conduta
foi mantida.
25. Caso Clínico
HDA:
Há 03 dias, além da diarréia e distensão
abdominal, a criança passou a apresentar febrícula
(37°C a 37,5°C) e vômitos pós-prandiais cerca de 03
vezes ao dia. Procurou então PSI do HRAS, onde foi
internada para investigação diagnóstica e
tratamento.
26. Caso Clínico
Revisão dos Sistemas
Geral:
Criança com história de baixo ganho ponderal desde os 04 meses
de vida (desmame)
Sist. Cardiovascular e respiratório: Nega queixas.
Sist. Digestivo:
Diarréia, vômitos e hiporexia (vide HDA)
Refere que criança costumava se alimentar muito bem.
Sist.Urinário: Refere urina clara e abundante. Nega disúria
e infecções prévias.
Sist. Locomotor: Nega queixas.
SNC: Nega queixas
27. Caso Clínico
Alimentação:
Leite Materno Exclusivo: 03 meses LM total: 07
meses
Desmame: Nestogeno®, frutas e papa salgada.
Alimentação atual: Nestogeno® (2 mamadeiras ao dia)
e alimentação habitual da família (arroz, feijão, carne,
legumes, verduras, frutas)
28. Caso Clínico
Antecedentes pessoais:
Refere vários episódios de quadros gripais, amigdalite
e otite.
Nega internações prévias, cirurgias e hemotransfusão
e alergias.
Vacinação atualizada, incluindo vacina para rotavírus
(faltam : febre amarela e tríplice viral com 01ano de
idade).
Desenvolvimento neuropsicomotor: normal.
29. Caso Clínico
Antecedentes Familiares:
Pais saudáveis, negam tabagismo e etilismo
Irmão (4 anos) : saudável
Avó materna: HAS
Avô e tio paternos: Asma
Avó paterna: DM
Antecedentes sócio-econômicos:
Reside em zona urbana, em casa de alvenaria, >10
cômodos (05 moradores)
Água mineral, rede de esgoto, luz elétrica, coleta de lixo.
Nega animais em peridomicílio
30. Caso Clínico – Exame Físico
Peso: 8.010g Estatura: 70 cm PA: 126/63 mmHg
BEG, hipocorada, anictérica, acianótica, normohidratada,
afebril, eupneica, hipoativa, reativa, hipotrófica.
Linfonodos impalpáveis. Fácies atípico. FC: 126 bpm FR:
28 rpm
Pele: áreas de aspereza em região lombar e abdome.
Orofaringe, Ap. respiratório e cardiovasc.: normais
Abdome: globoso, distendido, RHA +, normotenso,
indolor à palpação, fígado palpável, baço impalpável, sem
massas palpáveis.
Genitália externa: normal. Sem dermatite.
Extremidades: bem perfundidas e sem edema.
SNC: sem sinais de irritação meníngea.
32. Parabéns a todas as mães!!!
Bem como pela semana da enfermagem.
Obrigada Obrigada
“ Em alguns momentos não há mais nada a se fazer pela
doença, mas sempre haverá o q fazer pelo doente”
Obrigada