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Enfermeira Isadora Elisa de Moura Albuquerque
DOENÇAS DIARRÉICAS
• Principal causa de morbi-mortalidade infantil no Brasil;
• Na década de 90 foi responsável pela morte de cerca de três
  milhões de crianças menores de cinco anos.
• No Nordeste representa cerca de 30% do total das mortes
  durante o primeiro ano de vida;
• Relação direta com:
    Precárias condições de vida e saúde;
    Falta de saneamento;
    Desnutrição crônica
• Risco de morte em crianças menores de 5 anos 4x maior que na
  Região Sul
Diarréia
 Conceito:
    Síndrome de mal-absorção predominante de água e
     eletrólitos
    Início súbito, auto limitada
    Aumenta o número de evacuações (mais de 3 vezes ao
     dia)
    Diminuição da consistência das fezes
    Até 14 dias classificada como aguda
    Transmissão fecal - oral
CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA
DIARRÉICA
I – Quanto à evolução:
 Diarréia Aguda


 Diarréia Persistente
II- Quanto a Origem
                   Alimentar
 Não infecciosa
                   Tóxica
                   Alérgica


 Infecciosa
                   Vírus
                   Bactérias e
                   Fungos
                   Parasitas
AGENTES ETIOLÓGICOS DA DOENÇA DIARRÉICA

 BACTÉRIA: Stafilococus aureus, Escherichia coli,
 Enterobacter, Salmonelas, Shigela desinteriae,
 vibrio cholerae...

 Vírus: Rotavírus A, B e C, Adenovírus entérico...


 Parasitas: Giardia lamblia, Entamoeba histolytica,
 Cryptosporidium, Isospora belli...
QUADRO CLÍNICO
• Desconforto abdominal

• Cólica

• Náuseas e vômitos

• Febre

• Mal-estar generalizado

• Modificação no aspecto das fezes

• Presença de sangue, pus ou muco nas fezes (disenteria)

• Sinais de desidratação
Diagnósticos
• Clínico e laboratorial
• Anamnese
   • Idade do paciente; duração do episódio atual da
     diarréia, característica das fezes...
• Exame Físico
Assistência de Enfermagem
 Avaliar e monitorar a característica e padrão da diarréia;
 Colher a história de saúde do paciente, abordando a
  terapia medicamentosa, as histórias clínicas, cirúrgicas e
  nutricionais.
 Avaliação inclui palpação e ausculta abdominal quanto a
  hipersensibilidade. A inspeção do abdome, mucosa e pele
  são importantes para determinar o estado de hidratação.
 Durante o episódio de diarréia, encorajar o repouso no
  leito e ingestão de líquidos e alimentos pobre em resíduos.
 Pode ser necessário a terapia com líquidos intravenosos
  para reidratação rápida, e é importante os níveis
  hidroeletrolíticos séricos.
Avaliar a diarréia
 A criança com diarréia deve ser avaliada levando-se
 em consideração os seguintes pontos:

   Por quanto tempo a criança tem tido diarréia;
   Se há sinais de desidratação;
   Se há sangue nas fezes
Avaliação da criança
• Examinar a condição geral da criança
   – Letárgica ou inconsciente?
   – Inquieta, irritada?
• Observar se os olhos estão fundos
• Oferecer líquidos à criança
   – Não consegue beber ou só bebe muito mal?
   – Bebe avidamente, com sede?
• Sinal da prega
   – A pele volta ao estado anterior:
     •   Muito lentamente (mais de 2 segundos)?
     •   Lentamente?
Classificar a diarréia
 Todas as crianças com diarréia são classificadas
 quanto ao estado de hidratação.

 Caso a criança tenha tido diarréia por 14 dias ou mais,
 classifique como diarréia persistente.

 Caso a criança apresente sangue nas fezes, classifique
 a criança como disenteria.
Avaliação do estado de hidratação
do paciente
Planos de Tratamento
 Plano A
    destina-se a paciente com diarréia e sem sinais de
     desidratação
    Domiciliar
    DAR LÍQUIDOS ADICIONAIS (tanto quanto a criança
     consiga aceitar)
    Orientar o responsável sobre a manutenção da
     alimentação e reconhecer os sinais de desidratação.
     Recomendar que em caso de piora procure novamente
     o serviço de saúde
 Plano B
    destina-se a paciente com diarréia e com sinais de desidratação.
    Inclui um período inicial de tratamento no serviço de saúde que
     dura 4 horas. Ideal que haja na unidade um local para Terapia de
     Reidratação Oral (TRO)
 DEMONSTRAR PARA A MÃE COMO ADMINISTRAR A SOLUÇÃO
  DE SRO:
    Dar com freqüência pequenos goles de líquidos usando copo ou
     colher;
    Se a criança vomitar, aguardar 10 minutos e depois continuar,
     porém mais lentamente; e
    Continuar a amamentar no peito sempre que a criança o desejar.




 Reavaliar após 4 horas
 Plano C

   destina-se a paciente com diarreia e desidratação grave.
   Geralmente se administra líquidos por via intravenosa
    (IV)
 O uso de SNG é indicado apenas em casos de perda de
 peso após as 2 primeiras horas de TRO, de vômitos
 persistentes, de distensão abdominal com RHA +
Fase de Expansão (rápida)

• A solução recomendada é de partes iguais de soro
  glicosado a 5% e soro fisiológico – 100 ml/kg em 2 horas;
• Se após essa etapa criança continuar desidratada
  administrar 25 a 50 ml/ Kg em 2 horas;
• A fase de expansão termina quando há melhora clínica da
  criança

Fase de Manutenção e Reposição
A fase de manutenção é para cobrir as perdas
 normais e a fase de reposição deve compensar as
 perdas anormais decorrente da diarréia e vômitos;
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Importância:
• Monitorar a incidência das diarréias visando atuar
  em situações de surtos e manter contínuas
  atividades de educação em saúde com o propósito
  de diminuir sua incidência e letalidade.
Referâncias
BRASIL, Ministério da Saúde. Guia de Vigilância
 epidemiológica, 6 ed. Brasília: FUNASA, 2005.

______, Ministério da Saúde. Atenção Integrada às
  Doenças Prevalentes na Infância, 2 ed. Brasília:
  Funasa, 2003.
______, Ministério da Saúde . Informações em Saúde.
  In: http: www.datasus.gov.br, 2001.
Caso Clínico
 Identificação
   M.E.S.P.B., 11meses , sexo feminino
   Data de nascimento: 14/12/05
   Natural e procedente: Gama – DF

 Mãe: 22anos, dona de casa (informante).
 Pai: 23 anos, auxiliar de cozinha
Caso Clínico
 QUEIXA PRINCIPAL:


     Diarréia há 15 dias
Caso Clínico
HDA:
      Mãe refere que há 15 dias a criança
apresentou quadro de diarréia com fezes líquidas e
restos alimentares, sem sangue ou muco, cerca de 5
a 7 episódios ao dia.
Concomitantemente apresentou distensão e
desconforto abdominal além de eructações com
odor ruim e hiporexia.
Caso Clínico
HDA:
      No 2° dia de evolução do quadro a mãe levou
a criança a um médico, quando foi feita hipótese
diagnóstica de virose e receitada terapia de
reidratação oral (TRO) e dimeticona. Como nao
houve melhora do quadro clínico a mãe procurou
atendimento médico outras vezes porém a conduta
foi mantida.
Caso Clínico
HDA:
      Há 03 dias, além da diarréia e distensão
abdominal, a criança passou a apresentar febrícula
(37°C a 37,5°C) e vômitos pós-prandiais cerca de 03
vezes ao dia. Procurou então PSI do HRAS, onde foi
internada para investigação diagnóstica e
tratamento.
Caso Clínico
Revisão dos Sistemas
 Geral:
    Criança com história de baixo ganho ponderal desde os 04 meses
     de vida (desmame)
 Sist. Cardiovascular e respiratório: Nega queixas.
 Sist. Digestivo:
    Diarréia, vômitos e hiporexia (vide HDA)
    Refere que criança costumava se alimentar muito bem.

 Sist.Urinário: Refere urina clara e abundante. Nega disúria
  e infecções prévias.
 Sist. Locomotor: Nega queixas.
 SNC: Nega queixas
Caso Clínico
Alimentação:
 Leite Materno Exclusivo: 03 meses LM total: 07
  meses
 Desmame: Nestogeno®, frutas e papa salgada.
 Alimentação atual: Nestogeno® (2 mamadeiras ao dia)
  e alimentação habitual da família (arroz, feijão, carne,
  legumes, verduras, frutas)
Caso Clínico
Antecedentes pessoais:

 Refere vários episódios de quadros gripais, amigdalite
  e otite.
 Nega internações prévias, cirurgias e hemotransfusão
  e alergias.
 Vacinação atualizada, incluindo vacina para rotavírus
  (faltam : febre amarela e tríplice viral com 01ano de
  idade).
 Desenvolvimento neuropsicomotor: normal.
Caso Clínico
Antecedentes Familiares:
 Pais saudáveis, negam tabagismo e etilismo
 Irmão (4 anos) : saudável
 Avó materna: HAS
 Avô e tio paternos: Asma
 Avó paterna: DM

Antecedentes sócio-econômicos:
 Reside em zona urbana, em casa de alvenaria, >10
  cômodos (05 moradores)
 Água mineral, rede de esgoto, luz elétrica, coleta de lixo.
 Nega animais em peridomicílio
Caso Clínico – Exame Físico
Peso: 8.010g Estatura: 70 cm PA: 126/63 mmHg
 BEG, hipocorada, anictérica, acianótica, normohidratada,
  afebril, eupneica, hipoativa, reativa, hipotrófica.
  Linfonodos impalpáveis. Fácies atípico. FC: 126 bpm FR:
  28 rpm
 Pele: áreas de aspereza em região lombar e abdome.
 Orofaringe, Ap. respiratório e cardiovasc.: normais
 Abdome: globoso, distendido, RHA +, normotenso,
  indolor à palpação, fígado palpável, baço impalpável, sem
  massas palpáveis.
 Genitália externa: normal. Sem dermatite.
 Extremidades: bem perfundidas e sem edema.
 SNC: sem sinais de irritação meníngea.
Parabéns a todas as mães!!!
Bem como pela semana da enfermagem.

                       Obrigada Obrigada
“ Em alguns momentos não há mais nada a se fazer pela
doença, mas sempre haverá o q fazer pelo doente”



Obrigada

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  • 1. Enfermeira Isadora Elisa de Moura Albuquerque
  • 2. DOENÇAS DIARRÉICAS • Principal causa de morbi-mortalidade infantil no Brasil; • Na década de 90 foi responsável pela morte de cerca de três milhões de crianças menores de cinco anos. • No Nordeste representa cerca de 30% do total das mortes durante o primeiro ano de vida; • Relação direta com:  Precárias condições de vida e saúde;  Falta de saneamento;  Desnutrição crônica • Risco de morte em crianças menores de 5 anos 4x maior que na Região Sul
  • 3. Diarréia  Conceito:  Síndrome de mal-absorção predominante de água e eletrólitos  Início súbito, auto limitada  Aumenta o número de evacuações (mais de 3 vezes ao dia)  Diminuição da consistência das fezes  Até 14 dias classificada como aguda  Transmissão fecal - oral
  • 4. CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA DIARRÉICA I – Quanto à evolução:  Diarréia Aguda  Diarréia Persistente
  • 5. II- Quanto a Origem Alimentar  Não infecciosa Tóxica Alérgica  Infecciosa Vírus Bactérias e Fungos Parasitas
  • 6. AGENTES ETIOLÓGICOS DA DOENÇA DIARRÉICA  BACTÉRIA: Stafilococus aureus, Escherichia coli, Enterobacter, Salmonelas, Shigela desinteriae, vibrio cholerae...  Vírus: Rotavírus A, B e C, Adenovírus entérico...  Parasitas: Giardia lamblia, Entamoeba histolytica, Cryptosporidium, Isospora belli...
  • 7. QUADRO CLÍNICO • Desconforto abdominal • Cólica • Náuseas e vômitos • Febre • Mal-estar generalizado • Modificação no aspecto das fezes • Presença de sangue, pus ou muco nas fezes (disenteria) • Sinais de desidratação
  • 8. Diagnósticos • Clínico e laboratorial • Anamnese • Idade do paciente; duração do episódio atual da diarréia, característica das fezes... • Exame Físico
  • 9. Assistência de Enfermagem  Avaliar e monitorar a característica e padrão da diarréia;  Colher a história de saúde do paciente, abordando a terapia medicamentosa, as histórias clínicas, cirúrgicas e nutricionais.  Avaliação inclui palpação e ausculta abdominal quanto a hipersensibilidade. A inspeção do abdome, mucosa e pele são importantes para determinar o estado de hidratação.  Durante o episódio de diarréia, encorajar o repouso no leito e ingestão de líquidos e alimentos pobre em resíduos.  Pode ser necessário a terapia com líquidos intravenosos para reidratação rápida, e é importante os níveis hidroeletrolíticos séricos.
  • 10. Avaliar a diarréia  A criança com diarréia deve ser avaliada levando-se em consideração os seguintes pontos:  Por quanto tempo a criança tem tido diarréia;  Se há sinais de desidratação;  Se há sangue nas fezes
  • 11. Avaliação da criança • Examinar a condição geral da criança – Letárgica ou inconsciente? – Inquieta, irritada? • Observar se os olhos estão fundos • Oferecer líquidos à criança – Não consegue beber ou só bebe muito mal? – Bebe avidamente, com sede? • Sinal da prega – A pele volta ao estado anterior: • Muito lentamente (mais de 2 segundos)? • Lentamente?
  • 12. Classificar a diarréia  Todas as crianças com diarréia são classificadas quanto ao estado de hidratação.  Caso a criança tenha tido diarréia por 14 dias ou mais, classifique como diarréia persistente.  Caso a criança apresente sangue nas fezes, classifique a criança como disenteria.
  • 13. Avaliação do estado de hidratação do paciente
  • 14. Planos de Tratamento  Plano A  destina-se a paciente com diarréia e sem sinais de desidratação  Domiciliar  DAR LÍQUIDOS ADICIONAIS (tanto quanto a criança consiga aceitar)  Orientar o responsável sobre a manutenção da alimentação e reconhecer os sinais de desidratação. Recomendar que em caso de piora procure novamente o serviço de saúde
  • 15.  Plano B  destina-se a paciente com diarréia e com sinais de desidratação.  Inclui um período inicial de tratamento no serviço de saúde que dura 4 horas. Ideal que haja na unidade um local para Terapia de Reidratação Oral (TRO)  DEMONSTRAR PARA A MÃE COMO ADMINISTRAR A SOLUÇÃO DE SRO:  Dar com freqüência pequenos goles de líquidos usando copo ou colher;  Se a criança vomitar, aguardar 10 minutos e depois continuar, porém mais lentamente; e  Continuar a amamentar no peito sempre que a criança o desejar.  Reavaliar após 4 horas
  • 16.  Plano C  destina-se a paciente com diarreia e desidratação grave.  Geralmente se administra líquidos por via intravenosa (IV)  O uso de SNG é indicado apenas em casos de perda de peso após as 2 primeiras horas de TRO, de vômitos persistentes, de distensão abdominal com RHA +
  • 17.
  • 18. Fase de Expansão (rápida) • A solução recomendada é de partes iguais de soro glicosado a 5% e soro fisiológico – 100 ml/kg em 2 horas; • Se após essa etapa criança continuar desidratada administrar 25 a 50 ml/ Kg em 2 horas; • A fase de expansão termina quando há melhora clínica da criança Fase de Manutenção e Reposição A fase de manutenção é para cobrir as perdas normais e a fase de reposição deve compensar as perdas anormais decorrente da diarréia e vômitos;
  • 19. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Importância: • Monitorar a incidência das diarréias visando atuar em situações de surtos e manter contínuas atividades de educação em saúde com o propósito de diminuir sua incidência e letalidade.
  • 20. Referâncias BRASIL, Ministério da Saúde. Guia de Vigilância epidemiológica, 6 ed. Brasília: FUNASA, 2005. ______, Ministério da Saúde. Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância, 2 ed. Brasília: Funasa, 2003. ______, Ministério da Saúde . Informações em Saúde. In: http: www.datasus.gov.br, 2001.
  • 21. Caso Clínico  Identificação  M.E.S.P.B., 11meses , sexo feminino  Data de nascimento: 14/12/05  Natural e procedente: Gama – DF  Mãe: 22anos, dona de casa (informante).  Pai: 23 anos, auxiliar de cozinha
  • 22. Caso Clínico  QUEIXA PRINCIPAL:  Diarréia há 15 dias
  • 23. Caso Clínico HDA: Mãe refere que há 15 dias a criança apresentou quadro de diarréia com fezes líquidas e restos alimentares, sem sangue ou muco, cerca de 5 a 7 episódios ao dia. Concomitantemente apresentou distensão e desconforto abdominal além de eructações com odor ruim e hiporexia.
  • 24. Caso Clínico HDA: No 2° dia de evolução do quadro a mãe levou a criança a um médico, quando foi feita hipótese diagnóstica de virose e receitada terapia de reidratação oral (TRO) e dimeticona. Como nao houve melhora do quadro clínico a mãe procurou atendimento médico outras vezes porém a conduta foi mantida.
  • 25. Caso Clínico HDA: Há 03 dias, além da diarréia e distensão abdominal, a criança passou a apresentar febrícula (37°C a 37,5°C) e vômitos pós-prandiais cerca de 03 vezes ao dia. Procurou então PSI do HRAS, onde foi internada para investigação diagnóstica e tratamento.
  • 26. Caso Clínico Revisão dos Sistemas  Geral:  Criança com história de baixo ganho ponderal desde os 04 meses de vida (desmame)  Sist. Cardiovascular e respiratório: Nega queixas.  Sist. Digestivo:  Diarréia, vômitos e hiporexia (vide HDA)  Refere que criança costumava se alimentar muito bem.  Sist.Urinário: Refere urina clara e abundante. Nega disúria e infecções prévias.  Sist. Locomotor: Nega queixas.  SNC: Nega queixas
  • 27. Caso Clínico Alimentação:  Leite Materno Exclusivo: 03 meses LM total: 07 meses  Desmame: Nestogeno®, frutas e papa salgada.  Alimentação atual: Nestogeno® (2 mamadeiras ao dia) e alimentação habitual da família (arroz, feijão, carne, legumes, verduras, frutas)
  • 28. Caso Clínico Antecedentes pessoais:  Refere vários episódios de quadros gripais, amigdalite e otite.  Nega internações prévias, cirurgias e hemotransfusão e alergias.  Vacinação atualizada, incluindo vacina para rotavírus (faltam : febre amarela e tríplice viral com 01ano de idade).  Desenvolvimento neuropsicomotor: normal.
  • 29. Caso Clínico Antecedentes Familiares:  Pais saudáveis, negam tabagismo e etilismo  Irmão (4 anos) : saudável  Avó materna: HAS  Avô e tio paternos: Asma  Avó paterna: DM Antecedentes sócio-econômicos:  Reside em zona urbana, em casa de alvenaria, >10 cômodos (05 moradores)  Água mineral, rede de esgoto, luz elétrica, coleta de lixo.  Nega animais em peridomicílio
  • 30. Caso Clínico – Exame Físico Peso: 8.010g Estatura: 70 cm PA: 126/63 mmHg  BEG, hipocorada, anictérica, acianótica, normohidratada, afebril, eupneica, hipoativa, reativa, hipotrófica. Linfonodos impalpáveis. Fácies atípico. FC: 126 bpm FR: 28 rpm  Pele: áreas de aspereza em região lombar e abdome.  Orofaringe, Ap. respiratório e cardiovasc.: normais  Abdome: globoso, distendido, RHA +, normotenso, indolor à palpação, fígado palpável, baço impalpável, sem massas palpáveis.  Genitália externa: normal. Sem dermatite.  Extremidades: bem perfundidas e sem edema.  SNC: sem sinais de irritação meníngea.
  • 31.
  • 32. Parabéns a todas as mães!!! Bem como pela semana da enfermagem. Obrigada Obrigada “ Em alguns momentos não há mais nada a se fazer pela doença, mas sempre haverá o q fazer pelo doente” Obrigada