O documento resume o 7o Congresso do SINTEGO sobre educação e relações de gênero. A palestrante discute a história da luta das mulheres na educação e na CNTE, desigualdades de gênero na sociedade e na escola, e o desafio de promover uma educação não sexista e inclusiva.
Guião de educação género e cidadania - pré-escolar
Direitos Da Mulher
1. 7ºCONGRESSO DO SINTEGO EDUCAÇÃO E AS RELAÇÕES SOCIAIS DE GÊNERO. EXPOSITORA: ODISSÉIA PINTO DE CARVALHO (SECRETÁRIA DE RELAÇÕES DE GÊNERO DA CNTE).
2. HISTÓRIA DA CNTE O INÍCIO FOI ASSIM.... A história dessa luta tem o ano de 1945 como um marco. Os/as professores/as da escola pública primária começaram a se organizar em associações. No ano de 1960, em Recife, foi fundada a primeira Confederação: a CPPB Confederação dos Professores Primários do Brasil
3. Em 1990 a CPB passou a se chamar CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, em um Congresso extraordinário cujo objetivo foi unificar várias Federações setoriais da educação numa mesma entidade nacional. Com a unificação da luta dos Trabalhadores em Educação e o surgimento de novas regras de organização sindical, a CNTE ganha força com a filiação de vinte e nove entidades e quase 700 mil sindicalizados em todo o país. Filiou-se à Central Única dos Trabalhadores - CUT em 1987.
4. Luta pela Cidadania Como a segunda maior Confederação brasileira, filiada à CUT, somando aproximadamente 1000 mil associados, a CNTE em sua luta extrapola as questões específicas da categoria, discutindo temas polêmicos como: exploração do trabalho infantil, reforma agrária, emprego, saúde no trabalho, racismo e opressão de gênero, contribuindo para uma maior participação no cenário político-social do Brasil.
5. MULHERES NO CONTEXTO NACIONAL No Brasil, durante os últimos cinco anos, a mulher tem comemorado várias conquistas no sentido de afirmar e efetivar direitos assegurados na legislação brasileira com o intuito de implementar políticas públicas avançando na busca pelas relações de igualdade entre gêneros .
6. PODEMOS CITAR: Secretaria Especial de Política para as Mulheres(2003). I Conferência Nacional de Políticas para as mulheres(2004). Conselho Nacional de Direitos das Mulheres. Secretaria Especial de Política de Promoção da Igualdade Racial. “LEI MARIA DA PENHA”. Programas de combate a DST,AID´S. Planejamento Familiar-Mortalidade Materna.
7. II CONFERÊNCIA NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES(2007) Autonomia e igualdade no mundo do trabalho Educação inclusiva e não sexista Saúde das mulheres,direitos sexuais e reprodutivos Violência contra as mulheres Ampliando o debate:mulheres no espaço de poder e desenvolvimento sustentável
8. . Feminização no mercado de trabalho e o Movimento Sindical .Nos últimos quinze anos verificamos um aumento significativo na participação das mulheres no mercado de trabalho. Segundo a pesquisa realizada pela CNTE ¨Retrato da Escola 3¨ revela a predominância feminina na educação brasileira, com 83.1% da força de trabalho.
9. Saúde das mulheres Segundo dados divulgados pelo IBGE, em 2005, 20% das crianças que nasceram no Brasil são de adolescentes, e a taxa de natalidade e fecundidade varia de acordo como rendimento da família e a escolaridade da mulher A taxa de incidência de HIV/AIDS tem crescido sistematicamente, atingindo 14,29% entre as mulheres contra 21,9 dos homens, de acordo com o Ministério da Saúde.
10. Em escala bastante elevada, a mortalidade materna, em decorrência de complicações no parto, é o resultado de fatores sócio econômico, baixa informação e escolaridade, dificuldades de acesso a serviços de saúde de qualidade e abortos clandestinos.
11. Contra todas formas de violência contra a mulher Em agosto de 2006 foi sancionada uma das leis mais importantes na defesa da integridade física, moral e mental da mulher a Lei Maria da Penha. A violência de gênero pode aparecer de diferentes formas e é estabelecida a partir das relações de poder. Está presente em todas classes sociais, religiões,cor, raça, sexo ou etnia, independente do nível de escolaridade.
12. Mulheres no espaço de poder e decisões As mulheres são maioria na população do país, representando 51%. A participação das mulheres na política sem duvida contribui para a construção da democracia de um pais O empoderamento das mulheres reflete de forma positiva na conquista dos espaços de poder e decisão alterando assim as condições de desigualdade que existem entre homens e mulheres em nossa sociedade.
13. Diálogos e interlocução internacional A CNTE é filiada á Confederação dos Educadores Americanos(CEA) e a Internacional da Educação(IE) É importante reafirmamos o trabalho desenvolvido pela REDE DE MULHERES DA EDUCAÇÂO DA AMÈRICA LATINA,que enfoca o compromisso do movimento sindical e trabalhadoras em educação em superar as desigualdades sociais,econômicas ,raciais e de gênero.
14. Educação não sexista e inclusiva Analisar a profissão docente, requer refletir o que significa ser mulher nesta sociedade, principalmente quando a profissão de professora é ainda considerada uma vocação,ou seja um “dom” para ensinar,desqualificando a nossa profissionalização.
15. A escola é um espaço privilegiado para assumirmos a luta contra as discriminações sejam elas de gênero,raça ou orientação sexual. Nesta luta contínua pela melhoria da educação, das condições de vida, todos são importantes: professoras, professores, funcionárias, funcionários, e especialistas.
16. Entendemos que esse debate tem que chegar ao chão da escola, na medida em que é um espaço que permite a existência de pólos de discussão que envolve principalmente as mulheres,trabalhadoras da educação, ao desafio de refletir a educação à luz das relações sociais e de gênero . Devemos analisar como a imagem das mulheres são reproduzidas nos livros didáticos.
17. EDUCAÇÃO RELAÇÕES SOCIAIS E A IMAGEM DA MULHER - VIVEMOS EM UMA SOCIEDADE QUE NOS ENSINA A CADA DIA O LUGAR QUE DEVEMOS OCUPAR - OS ESPAÇOS SOCIAIS SÃO CONSTRUÍDOS AO LONGO DA HISTÓRIA E NOS FORAM TRANSMITIDOS ATRAVÉS DAS LENDAS E DOS MITOS.
18. SABEMOS QUE QUANDO UMA SOCIEDADE CAMINHA PARA A UNIVERSALIZAÇÃO DA ESCRITA E DA LEITURA, OS LIVROS SE TORNAM TRANSMISSORES DE VALORES SOCIAIS, REPRODUZINDO A SOCIEDADE. QUANDO LEMOS UMA HISTÓRIA, UMA LENDA, CONTAMOS UMA FÁBULA, ENSINAMOS E APRENDEMOS OS VALORES QUE ESTÃO NELAS CONTIDOS.
19. QUAIS OS ESPAÇOS SOCIAIS FORAM DADOS AS MULHERES AO LONGO DA HISTÓRIA? QUANDO DISCUTIMOS À RESPEITO DA VIOLÊNCIA SOBRE AS MULHERES, SOMOS TENTADOS A PENSAR NA VIOLÊNCIA FÍSICA E INDIVIDUALIZADA. MAS A VIOLÊNCIA QUE NOS CHEGA PELOS JORNAIS, RÁDIOS, TELEVISÃO E PRINCIPALMENTE PELOS LIVROS DIDÁTICOS É MUITO MAIS CRUEL.
20. QUAL A VISÃO DO PAPEL DA MULHER NA CONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE QUE NOS É APRESENTADA PELOS LIVROS DIDÁTICOS, PRINCIPALMENTE DO ENSINO FUNDAMENTAL? A MULHER ESTA GERALMENTE EM SITUAÇÃO DE SUBORDINAÇÃO, REALIZANDO TRABALHOS DOMÉSTICOS, CUIDANDO DOS FILHOS E EM SITUAÇÃO DE CONSUMO.
21. A FAMÍLIA É APRESENTADA SEM CONFLITOS, COM PAPÉIS DEMARCADOS: - O PAI É O PROVEDOR - A MÃE É A RAINHA DO LAR - A EMPREGADA GERALMENTE É NEGRA E FELIZ - SIMULAM UMA SOCIEDADE HARMÔNICA.
22. “ MÃE(...) É ACOLHEDORA, TRANQÜILA, SEGURA, PRESA FIRMEMENTE AO SOLO. MÃE É REPOUSO E SOSSEGO. QUANDO A GENTE ESTÁ CANSADA, OU TRISTE OU DESILUDIDA OU DESANIMADA, ELA NOS RECONFORTA.” “- LÚCIA TRABALHA COMIGO HÁ 20 ANOS. FAZ PARTE DA MINHA FAMÍLIA (...). LÚCIA SABE QUE VOVÓ LICA E BETO GOSTAM DELA. POR ISSO, LÚCIA É UMA PRETA FELIZ.” “NA COZINHA A MULHER DO SEU MESSIAS ESTAVA FRITANDO BOLINHOS PARA A GENTE COMER COM CAFÉ. OUTRAS MULHERES JÁ ESTAVAM DEPENANDO FRANGOS OU GALINHAS. A LÚCIA FICOU COM A VOVÓ E A DONA ELZA PARA AJUDAR NA COZINHA.” (EXTRAÍDO DE MARIA DE LOURDES NOSELLA, AS BELAS MENTIRAS E UMBERTO ECO, MENTIRAS QUE PARECEM VERDADES).
23. DESAFIOS COM ESSA BREVE ANÁLISE DOS LIVROS DIDÁTICOS PODEMOS CONCLUIR QUE A ESCOLA NÃO É NEUTRA, ELA ESTÁ VINCULADA A UM MODELO DE SOCIEDADE, AO SISTEMA ECONÔMICO E POLÍTICO. AO MESMO TEMPO QUE A ESCOLA REPRODUZ SUAS RELAÇÕES SOCIAIS, ELA TAMBÉM É UM ESPAÇO POSSÍVEL DE LUTA, DENÚNCIAS DA DOMESTICAÇÃO E DAS DESIGUALDADES DE GÊNERO.
24. A CRIANÇA APRENDE O QUE VIVENCIA E SEM DÚVIDA ATÉ CHEGAR NA ADOLESCÊNCIA, SE NÃO LEVANTARMOS ESTA REFLEXÃO ELA TERÁ DIFICULDADE DE CONSTRUIR UMA VISÃO DE UMA SOCIEDADE ONDE A MULHER SEJA VALORIZADA. UMA SOCIEDADE ONDE HOMENS E MULHERES RESPEITEM AS DIFERENÇAS E AS ADVERSIDADES.
25. A CATEGORIA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO É MAJORITARIAMENTE DE MULHERES, PORTANTO DEVE-SE REFLETIR SOBRE SEU PAPEL E ESPAÇO NA NOSSA SOCIEDADE. NÃO PODEMOS PERMITIR QUE A INFERIORIDADE DAS MULHERES CONTINUE A SER VISTA COM NATURALIDADE.
26. COMO DIZ ROSE MARIE MURARO: “SE NÃO HOUVER UMA REVOLUÇÃO DOS HOMENS, A REVOLUÇÃO DA MULHER FICARÁ PELA METADE... A REVOLUÇÃO DE AMBOS É A VIVÊNCIA CONCRETA DO AMOR”.
27. Secretaria de Relações de Gênero da CNTE Pelo Estatuto da CNTE as atribuições da Secretaria de Relações de Gênero são: Art. 38 ‑ À Secretaria de Relações de Gênero compete: a) Coordenar e desenvolver as atividades pertinentes às relações de gênero dos trabalhadores em educação no âmbito da CNTE; b) subsidiar as instâncias e as afiliadas formulando políticas e coordenar campanhas nacionais, que visem o incentivo a organização e participação das trabalhadoras em educação.
28. “O Fim das Discriminações de Gênero ou de Qualquer Outra Natureza é um Desafio e Só Através da Participação de Todos, Homens e Mulheres, Pode se Tornar Realidade”