1. ASSEVIM – Associação Educacional do Vale do Itajaí-Mirim
INFRAESTRUTURA URBANA
Professora Jaqueline Andrade
FICHA DE LEITURA – Morte e Vida de
Grandes Cidades – Jane Jacobs
Acadêmico: Carlos Eduardo Silva
JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. 3.ed. São Paulo: Editora
WMF Martins Fontes, 2011, p. 357-499.
Esse fichamento é exclusivo da parte 4, Táticas Diferes, do livro Morte e Vida de
Grandes Cidades e divide-se em 6 capítulos. Ressaltasse que o livro foi lançado no ano
de 1961 nos Estados Unidos.
A subvenção de moradias
Primeiramente deve-se esclarecer que o termo subvenção denota o subsídio do
governo para as moradias da população. Assunto muito atual no Brasil hoje.
Jacobs defende apenas o subsídio financeiro do governo e não a ação direta no
governo da criação dessas unidades habitacionais. Deixando para a iniciativa privada
a demanda de projetar e executar, sem distinção das construções não subsidiadas para
evitar a segregação. Ou seja, realizar edifícios e não conjuntos habitacionais, seguindo
os mesmos padrões e normas de construções do mercado.
As construções dessas moradias serviriam como ferramentas de planejamento
urbano. Como por exemplo, estimulando o crescimento de um bairro em detrimento de
outro.
Erosão das cidades ou redução dos automóveis
Os automóveis ganharam força na vida das pessoas com o ideal das anticidades
através do surgimento dos subúrbios que aumentou a distância do deslocamento das
pessoas.
Nas palavras de Jacobs (2011, p. 389), a erosão das cidades funciona como se
fossem garfadas:
(...)primeiro, em pequenas porções, depois uma grande garfada. Por causa do
congestionamento de veículos, alarga-se uma rua aqui, outra é retificada ali,
uma avenida larga é transformada em via de mão única, instalam-se sistemas
de sincronização de semáforos para o trânsito fluir rápido, duplicam-se pontes
quando sua capacidade se esgota, abre-se uma via expressa acolá e por fim
2. uma malha de vias expressas. Cada vez mais solo vira estacionamento, para
acomodar um número sempre crescente de automóveis quando eles não estão
sendo usados.
Enfim, quanto mais espaço é dado aos carros, mais necessários eles serão e
necessitaram de mais espaço, ficando nesse ciclo vicioso.
A autora expõe que os problemas de mobilidade das cidades não devem ser
atribuídos somente ao automóvel em si, mas sim no foco exclusivo nele praticado pelas
cidades além do seu uso em grandes quantidades. O carro pode fazer parte do cenário
das cidades, porém com o uso reduzido.
Para Jacobs(2011, p.404), “a questão não é a redução de automóveis na cidade,
mas a redução de automóveis pelas cidades”. Ou seja, deve-se oferecer condições
mais favoráveis a outros meios de transportes em vez dos carros.
Para se planejar uma área livre de automóveis, deve-se atentar à necessidade
de solucionar a forma como as empresas irão receber os veículos de abastecimento de
mercadorias.
Ordem visual: limitações e potencialidades
Nessa etapa tratasse das ações que visam o desenho eficaz das cidades. Para
Jacobs (2011, p.420) “só a complexidade e a vitalidade de usos dão às regiões das
cidades estrutura e forma adequadas”. Complementando, “para que haja uma ordem
funcional na cidade, é necessário haver intensidade e diversidade”(JACOBS, 2011,
p.423).
Sendo as ruas as paisagens principais da cidade, seria interessante combinar
traçados ortogonais com ruas irregulares nas regiões com a malha viária mais
espaçada para tornar a região mais aprazível ao pedestre. Resultado esse que também
pode se obter “quebrando” ruas retas com grandes prédios de interesse público, praças
ou parques. Com esse recorte visual consegue-se uma imagem menos pragmática e
mais amistosa.
Mas esse controle da imagem da cidade não deve ser tão rígido por parte dos
planejadores. Preferencialmente, os marcos devem surgir espontaneamente e não
intencionalmente.
Na falta de referências, a própria rua pode desempenhar esse papel, através
dos seus elementos como árvores, revestimento de calçada, entre outros.
Projetos de revitalização
As revitalizações servem para corrigir erros do passado, principalmente aqueles
que tangem os conjuntos habitacionais.
3. Muitos deles nasceram sem as devidas preocupações de como funcionariam e
se comunicariam com o restante da de cidade.
Nesse intuito, Jacobs sita três sugestões de intervenções pertinentes: reforma e
reintegração do local à cidade, promover a segurança dentro dos edifícios e extinguir o
limite de renda máxima dos seus moradores.
Unidades territoriais de gestão e planejamento
Incialmente, a autora aborda um tema recorrente do planejamento das cidades.
Elas estão afundadas em burocracias, falhas administrativas e falta de coordenação
dos setores envolvidos.
Em sua visão, grande parte dessa problemática parte do tamanho das cidades,
propondo dessa forma que essas deveriam ser dividas em distritos administrativos.
Citando o exemplo de Nova York que no ano de 1947 foi mapeada de acordo com
unidades administrativas viáveis, baseado em distritos urbanos empíricos. Sendo que
até a década de 60 era o mapeamento mais compreensível e lógico da cidade.
No intuito de tentar criar uma metodologia para a criação dos distritos
administrativos, Jacobs expõem que seus tamanhos não devem extrapolar o tamanho
de 5,7 quilômetros e englobar uma população entre 50 mil a 200 mil pessoas.
O tipo de problema que é a cidade
A autora passa grande parte desse capítulo, conjecturando a metodologia ideal
para a análise das cidades por parte dos planejadores urbanos. Chegando a conclusão
que a forma mais praticada que é a comparação entre duas variáveis não alcança
resultados úteis.
Ponto de bastante interesse foi a revelação de que a admiração do homem pela
natureza é a causa da destruição da mesma. As pessoas são atraídas a viverem em
proximidade com as áreas de natureza abundante e com a posterior ocupação em
massa ocasiona os problemas de desmatamento, poluição e etc.